Apostila Ptpa 2021 - Final

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GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E DIREITOS HUMANOS


FUNDAÇÃO PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

APOSTILA DO CURSO DE CAPACITAÇÃO DO


PROGRAMA DE TRABALHO PROTEGIDO NA
ADOLESCÊNCIA

1a Edição
Rio de Janeiro
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
2021
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Cláudio Bonfim de Castro e Silva

SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E DIREITOS


HUMANOS
Bruno Felgueira Dauaire

FUNDAÇÃO PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA


Cleneuda Magalhães Hernams

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


Vânia Morales Sierra
Redação
Ana Priscila Rezende de Carvalho
Ana Stern
Fernanda Klayn Cardoso
Gabriel Antunes Salles
Guilherme Barreto Bacellar Pereira
Luiza Tavares Joia
Rômulo Pimentel Moreira da Silva
Organização, Supervisão e Edição Textual
Thiago Vinícius Mantuano da Fonseca
Através dos outros, nos tornamos nós mesmos.
Lev Vygotsky
APRESENTAÇÃO

Estudar é o caminho...
Estudar é o caminho que vai sendo traçado no curso de uma trajetória singular. É fazer, mas
também refazer, posto que no conhecimento há mudança, podendo ser diferente amanhã o que se
aprendeu hoje. Estudar é descobrir ideias e pensamentos antes desconhecidos. É mergulhar mais
fundo para chegar até onde a força de vontade for capaz de alcançar. Consiste numa ação à reflexão,
compreendendo o esforço para prosseguir até sair do lugar e depois voltar a si. Estudar é pensar,
imaginar, questionar, criar. É um ato de liberdade com disciplina, porque a liberdade só se alcança
se regrada, medida. Estudar é concentrar para não perder o rumo, não se deixar desviar. Também é
conhecer, organizar, articular, comunicar, porque se o conhecimento se amplia, a consciência se
expande. Estudar é ver além dos olhos físicos, pois o conhecimento é antes, durante e depois de nós.
Em sentido prático, estudar significa aprender para buscar saídas, avaliar alternativas, elaborar
estratégias, que têm como efeito a elevação do humano, por meio da criação e da transformação da
realidade num processo dinâmico e ininterrupto de conhecer e se reconhecer. Estudar é, sobretudo,
um direito que corresponde a um dever. É saber ser no mundo para decidir o próprio caminho nas
rotas de vida. Estudar, enfim, é confiar, confiar no presente, confiar no futuro e, principalmente,
confiar em si mesmo, buscando nas próprias forças a capacidade de percorrer o caminho, de chegar
lá, de conseguir realizar, de se reconhecer, de se orgulhar.
Movidos pela convicção de que estudar é o melhor caminho para os adolescentes do
Programa de Trabalho Protegido na Adolescência, foi elaborada esta apostila com o objetivo de
servir como mais uma alternativa para facilitar o aprendizado dos estudantes durante o curso de
formação. Acolher, apoiar, orientar, constituem ações típicas do trabalho socioeducativo, realizado
pela Fundação para a Infância e a Adolescência em parceria com a Universidade do Estado do Rio
de Janeiro, fundamentado na concepção do adolescente como sujeito de direitos, conforme
determinação do Estatuto da Criança e Adolescente, visando o seu desenvolvimento pessoal e social.
A expectativa compartilhada pelos profissionais envolvidos nesta proposta é que este recurso seja
empregado de modo a conseguir o maior proveito possível na formação dos estudantes, nutrindo ao
mesmo tempo, em cada um, o desejo da construção de uma trajetória de sucesso!

Vânia Morales Sierra


Coordenadora Geral PTPA-UERJ
Sumário
INTRODUÇÃO..................................................................................................................................12

HUMANIDADES APLICADAS.......................................................................................................13

Unidade 1. As Humanidades e os Estudos das Relações Entre Indivíduo e Sociedade................. 14

Aula 1 - O que são as Humanidades Aplicadas?.........................................................................15

Aula 2 - Relações Indivíduos e Sociedade.................................................................................. 18

Aula 3 - Processos de Socialização e Sentimento de Pertencimento.......................................... 21

Aula 4 - Estrutura Social e Desigualdades.................................................................................. 23

Aula 5 - Processos históricos no Brasil e a construção das desigualdades................................. 26

Aula 6 - Diferenças, diversidade e identidades........................................................................... 29

Unidade 2. Mundos do Trabalho e o Trabalho no Brasil................................................................33

Aula 7 - Os significados e a organização do trabalho................................................................. 34

Aula 8 - Conceitos do mundo do trabalho.................................................................................. 37

Aula 9 - Formas de organização e transformações recentes no mundo do trabalho................... 40

Aula 10 - Um histórico do trabalho na sociedade brasileira....................................................... 42

Aula 11 - O trabalho no Brasil hoje............................................................................................ 45

Aula 12 - Desigualdades de gênero no mercado de trabalho...................................................... 49

Aula 13 - Desigualdades de cor/raça no mercado de trabalho.................................................... 53

Aula 14 - Políticas de diminuição das desigualdades................................................................. 56

Unidade 3. Cidadania, Direitos Humanos e Movimentos Sociais.................................................. 58

Aula 15 - O que é cidadania?...................................................................................................... 59

Aula 16 - Direitos Humanos....................................................................................................... 62

Aula 17 - Movimentos Sociais....................................................................................................65

Aula 18 - Cidadania e Direitos no Brasil.................................................................................... 67

Aula 19 - Movimentos Sociais no Brasil.................................................................................... 69

Unidade 4. Mundo em Transformação: Somos Sujeitos Produtores de História?..........................72

Aula 21 - Meio ambiente e sociedade: produção, consumo e sustentabilidade.......................... 75

Aula 22 - Qual cidade nós queremos? Urbanização, segregação e os diferentes territórios.......78


Aula 23 - Nossa rede, nosso espaço, minha comunidade............................................................81

Aula 24 - Encerramento e Reflexão............................................................................................ 82

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO.....................................................................................83

Unidade 1. As Seis Operações........................................................................................................ 84

Aula 1 - As quatro operações básicas..........................................................................................85

Aula 2 - Potência e radiciação.....................................................................................................89

Unidade 2. Fração, Razão e Proporção...........................................................................................93

Aula 03 - Frações........................................................................................................................ 94

Aula 04 - Razão e proporção.......................................................................................................98

Unidade 3. Expressões numéricas................................................................................................ 101

Aula 05 - Expressões numéricas............................................................................................... 102

Aula 06 - Problemas envolvendo expressões numéricas.......................................................... 105

Aula 07 - Incógnita e resolução de equações............................................................................ 108

Aula 08 - Regra de três..............................................................................................................110

Unidade 4. Porcentagem............................................................................................................... 113

Aula 09 - Porcentagem..............................................................................................................114

Aula 10 - Aplicações de porcentagem.......................................................................................117

Aula 11 - Gráficos..................................................................................................................... 120

Unidade 5. Juros Simples e Estatística......................................................................................... 124

Aula 12 - Juros Simples............................................................................................................ 125

Aula 13 - Aplicações e problemas envolvendo juros simples...................................................128

Aula 14 - Juros Compostos....................................................................................................... 130

Aula 15 - Estatística.................................................................................................................. 132

Aula 16 - Aplicações e problemas envolvendo Estatística....................................................... 136

Unidade 6 - Agenda 2030 & Jogos Matemáticos......................................................................... 140

Aula 17 - Agenda 2030 – Desenvolvimento Sustentável ONU................................................ 141

Aula 18 - Paralelepípedo........................................................................................................... 143

Aula 19 – Progressões...............................................................................................................145
Aula 20 - Procedimento Operacional Padrão (POP).................................................................148

Aula 21 - Plano Cartesiano e a Batalha Naval.......................................................................... 152

Aula 22 - A Torre de Hanói...................................................................................................... 155

Aula 23 - O Quadrado Mágico..................................................................................................157

Aula 24 - Avançando com o Resto........................................................................................... 160

NOÇÕES ADMINISTRATIVAS E FINANCEIRAS..................................................................... 165

Unidade 1. Noções Administrativas............................................................................................. 166

Aula 1 - O que é Administração?.............................................................................................. 167

Aula 2 - Organização e Transparência...................................................................................... 169

Aula 3 – Tipo de trabalho..........................................................................................................171

Aula 4 - Diferenças entre os setores público e privado.............................................................175

Aula 5 - Comunicação e Marketing Pessoal............................................................................. 178

Aula 6 - Tipos de Inteligência................................................................................................... 180

Aula 7 - Montagem de currículo............................................................................................... 183

Aula 8 - Processos Administrativos e Burocracia.....................................................................186

Aula 9 - Aplicações práticas administrativas - Documentação e Arquivos.............................. 188

Aula 10 - Aplicações práticas administrativas - Secretariado...................................................191

Unidade 2. Educação Financeira...................................................................................................193

Aula 11 - Essencial x Supérfluo................................................................................................194

Aula 12 - A importância da Educação Financeira.....................................................................196

Aula 14 - Juros e Dívida............................................................................................................200

Aula 15 - Poupança e Planejamento Financeiro........................................................................202

Aula 16 - Bancos Físicos e Digitais.......................................................................................... 204

Aula 17 - Cartão de Crédito e Cartão de Débito....................................................................... 206

Aula 18 - Consumo Consciente.................................................................................................209

Unidade 3. Empreendedorismo.....................................................................................................212

Aula 19 - O que é Empreendedorismo...................................................................................... 213

Aula 20 - Como ser empreendedor........................................................................................... 217


Aula 21 - Profissionais do Futuro............................................................................................. 220

Aula 22 - Plano de Negócios.....................................................................................................222

Aula 23 - Projeto Final..............................................................................................................225

Aula 24 - Análise do Projeto Final............................................................................................227

PORTUGUÊS E REDAÇÃO...........................................................................................................229

Unidade 1. Elementos da Comunicação & Funções da Linguagem.............................................230

Aula 1 - A importância da Língua Portuguesa no mercado de trabalho................................... 231

Aula 2 - O que é linguagem?.....................................................................................................232

Aula 3- Elementos da comunicação.......................................................................................... 237

Aula 4 - Variação linguística ....................................................................................................241

Unidade 2. Coerência e Coesão Textuais..................................................................................... 245

Aula 5 - Coerência textual.........................................................................................................246

Aula 6 - Coesão textual........................................................................................................... 249

Unidade 3. Acentuação................................................................................................................. 252

Aula 7 - Acentuação gráfica......................................................................................................253

Aula 8 - Acentuação gráfica II.................................................................................................. 255

Unidade 4. Pontuação................................................................................................................... 256

Aula 9 - Pontuação.................................................................................................................... 257

Unidade 5. Trabalho com Textos..................................................................................................263

Aula 10 - Interpretação textual..................................................................................................264

Aula 11 - Tipologia textual....................................................................................................... 268

Aula 12 - Tipologia textual II....................................................................................................270

Aula 13 - Gêneros textuais........................................................................................................ 274

Aula 14 - Jornal em sala de aula............................................................................................... 277

Aula 15 - Jornal em sala de aula II ...........................................................................................278

Unidade 6. Produção Textual........................................................................................................279

Aula 16 - Produção textual - Currículo..................................................................................... 280

Aula 17 - Produção textual........................................................................................................282


Aula 18 - Simulação de entrevista de emprego.........................................................................285

Aula 19 - Produção textual- E-mail corporativo e relatório......................................................286

Aula 20 - Roda de leitura.......................................................................................................... 288

Aula 21 - Relato da Vida Cotidiana.......................................................................................... 292

Aula 22 - Relato da Vida Cotidiana II.......................................................................................294

Aula 23 - Dinâmicas em Grupo................................................................................................ 295

Aula 24 - Dinâmica em Grupo II.............................................................................................. 296

Teatro, Música e Produção Artístico-Cultural..................................................................................298

Unidade 1. Teatro......................................................................................................................... 299

Aula 1 - História do Teatro....................................................................................................... 300

Aula 2 - Linguagem verbal e não-verbal e suas principais diferenças......................................304

Aula 3 - Linguagem Teatral...................................................................................................... 309

Aula 4 - Comunicação Não-Violenta........................................................................................ 312

Aula 5 - Teatro de Animação.................................................................................................... 316

Aula 6 - Protagonismo na vida..................................................................................................320

Aula 7 - Ação Física – Constantin Stanislavski........................................................................ 323

Aula 8 - Teatro do Oprimido.....................................................................................................326

Aula 9 - O Jogo - Viola Spolin..................................................................................................329

Aula 10 - Jogos Teatrais............................................................................................................333

Unidade 2. Música........................................................................................................................ 337

Aula 11 - O que é Música?........................................................................................................338

Aula 12 - Escalas Musicais....................................................................................................... 340

Aula 13 - Elementos do Som.................................................................................................... 343

Aula 14 - Espectro Sonoro........................................................................................................ 346

Aula 15 - A História do Funk....................................................................................................350

Aula 16 - A História da Música Popular Brasileira (Parte 1)....................................................353

Aula 17 - História da Música Popular Brasileira (Parte 2)....................................................... 356

Aula 18 - Ritmo e Figuras Rítmicas..........................................................................................358


Aula 19 - Música e Reciclagem................................................................................................ 362

Aula 20 - Cover, Versão traduzida, Remix e Sample............................................................... 365

Unidade 3. Produção Artístico-Cultural....................................................................................... 368

Aula 21 - Produção cultural...................................................................................................... 369

Aula 22 - Arte e Mundo do Trabalho........................................................................................373

Aula 23 - Planejamento de Eventos.......................................................................................... 377

Aula 24 - Lei de incentivo à Cultura......................................................................................... 379

TÉCNICA, TECNOLOGIA E MÍDIAS SOCIAIS..........................................................................382

Unidade 1. Introdução ao Tema....................................................................................................383

Aula 1 - Introdução aos conceitos essenciais ao curso - Técnica e Tecnologia........................384

Aula 2 - Introdução aos conceitos essenciais ao curso - Mídias Sociais...................................385

Unidade 2. Técnicas e Tecnologias.............................................................................................. 386

Aula 3 - Revoluções Industriais e seus impactos na sociedade I.............................................. 387

Aula 4 - Revoluções Industriais e seus impactos na sociedade II.............................................390

Aula 5 - Revolução Digital e seus impactos na sociedade........................................................392

Aula 6 - As Telecomunicações e o advento da Internet I..........................................................394

Aula 7 - As Telecomunicações e o advento da Internet II........................................................ 395

Aula 8 - Os impactos da tecnologia no Mercado de Trabalho atual......................................... 397

Aula 9 - Revisão das Unidades I e II.........................................................................................399

Unidade 3. Mídias Sociais e Digitais............................................................................................401

Aula 10 - As Mídias Tradicionais e Digitais I.......................................................................... 402

Aula 11: As Mídias Tradicionais e Digitais II.......................................................................... 403

Aula 12: Segmentação de Mídias Sociais I...............................................................................405

Aula 13 - Segmentação de Mídias Sociais II............................................................................ 407

Unidade 4. Redes Sociais..............................................................................................................408

Aula 14: As Redes Sociais I......................................................................................................409

Aula 15: As Redes Sociais II.................................................................................................... 412

Aula 16 - Discussão sobre as Redes Sociais............................................................................. 415


Aula 17 - Aplicações da Redes sociais no Mercado de Trabalho............................................. 416

Aula 18 - Aplicações das Redes Sociais no Mercado de Trabalho II....................................... 418

Aula 19 - Impactos positivos e negativos do uso das Redes Sociais I...................................... 420

Aula 20 - Impactos positivos e negativos do uso das Redes Sociais II.....................................422

Aula 21 - Impactos positivos e negativos do uso das Redes Sociais III................................... 425

Aula 22 - Revisão das Unidades III e IV.................................................................................. 427

Aula 23 - Cartilha das Redes Sociais........................................................................................ 428

Aula 24: Apresentação da Cartilha das Redes Sociais..............................................................429


INTRODUÇÃO
A Fundação para a Infância e Adolescência com o apoio técnico da Universidade do Estado
do Rio de Janeiro oferecem à você, estudante, a apostila do Curso de Capacitação do Programa de
Trabalho Protegido na Adolescência. A partir de agora, a Apostila - PTPA 2021 se torna o
principal objeto de sua relação com o PTPA, até a sua formatura e encaminhamento para o estágio
laboral.
Este material de apoio foi redigido pelos professores que ministram cada um dos módulos
que você cursará. Os seus professores utilizarão esta apostila como uma forma de mediação da
relação com vocês e com os conteúdos que serão estudados, aqui e em sala de aula. Você está
recebendo o material por via digital e impressa. Assim como você, todos os seus colegas nesta
unidade e em outras, vocês terão as mesmas oportunidades de formação para se desenvolver
humanamente e se aprimorar tecnicamente, buscando um melhor rendimento escolar, a sua inserção
protegida no mundo do trabalho e o exercício livre e pleno da cidadania.
A Apostila - PTPA 2021 conta com seis capítulos. Cada capítulo corresponde aos módulos
que você cursará ao longo desses quatro meses e com diferentes professores: Humanidades
Aplicadas; Matemática e Raciocínio Lógico; Noções Administrativas e Financeiras; Português e
Redação; Teatro, Música e Produção Artístico-Cultural; Técnica, Tecnologia e Mídias Sociais.
Cada um destes módulos está dividido em unidades que agrupam grandes conteúdos, temas e
reflexões contidos em suas aulas. As aulas são divididas em três partes: Conteúdo & Conceitos;
Demonstração e/ou Aplicação; e Atividade(s). Essa divisão facilitará o entendimento do andamento
das aulas e do transcorrer do próprio curso.
Este exemplar pertence à você mesmo após o curso. Gostaríamos que esta apostila fosse
uma forma de te identificar para com o programa, assim o aproximando dos seus objetivos e
colaborando com o seu sucesso, a começar pelo estágio que te espera.
Este material foi pensado para ser um legado do programa para formação técnica, intelectual
e cidadã à juventude assistida. Para tanto, necessitamos de sua disciplina e participação, e conte
com a nossa atenção e afeto. Você deve participar e estar atento aos acordos, às conversas, aos
conteúdos, às atividades, etc. que os professores derem início; mas também, incentivamos que
proponha, troque ideias e seja criativo em sala aula.
O Curso de Capacitação do Programa de Trabalho Protegido na Adolescência é uma
oportunidade única de crescimento pessoal. Se possível, leve a esperança que ele comporta para a
sua comunidade, bairro, vizinhança e família. Ter esta apostila nas mãos pode ser um símbolo da
sua mensagem.
Thiago Vinícius Mantuano da Fonseca
Coordenador Pedagógico PTPA-UERJ
12
HUMANIDADES APLICADAS
O módulo de Humanidade Aplicadas, integrante do Curso de Capacitação do Programa de
Trabalho Protegido na Adolescência, tem como objetivo proporcionar aos estudantes conteúdos
sobre as relações sociais, os mundos do trabalho, suas divisões, como se organiza o mercado de
trabalho, os setores da economia e as relações empregatícias, a partir dos conhecimentos produzidos
pelas disciplinas que compõem o campo das humanidades: história, geografia e sociologia. A
proposta passará pela construção de análises e de organização de debates – levando em conta suas
realidades e experiências de vida – proporcionando aos estudantes a apropriação de conhecimentos
que lhes possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho na atualidade de forma
crítica e fazer escolhas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia
e responsabilidade.

13
Unidade 1. As Humanidades e os Estudos das Relações Entre Indivíduo e
Sociedade

A unidade que inicia a apostila de Humanidades Aplicadas do Programa de Trabalho


Protegido na Adolescência tem como objetivo principal introduzir temas centrais para o conjunto de
estudos desenvolvidos pelo campo que conhecemos como “Humanidades”. Nosso objetivo com ela
é convidar os estudantes a desenvolverem um olhar “estranho” àquilo que, até esse momento, eles
poderiam considerar “normal”, “natural” e, até mesmo, imutável. Portanto, os conteúdos escolhidos
e a forma como os organizamos e desenvolvemos buscam estimular a relação deles, enquanto
indivíduos, com a sociedade. Dentro deste aspecto, algumas questões são importantes a serem
desenvolvidas na relação dos estudantes com este material e com os próprios professores: a
construção de uma relação histórica, ou seja, que os estudantes percebam a relação entre passado,
presente e futuro; mas, principalmente, o desenvolvimento de uma perspectiva de que eles também
carregam conhecimentos sobre o mundo a sua volta e que eles devem participar, a todo momento,
da construção do conhecimento em sala de aula.

Fotografia de Ricardo Luis Silva (@por.onde.o.homem.anda). É de Florianópolis. Professor doutor


de crítica, estética e leituras urbanas nos cursos de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo,
Fotografia e Design no Centro Universitário Senac São Paulo desde 2013. Produz imagens do
cotidiano das cidades. Tirou fotografias do que via pela janela durante o isolamento social e
produziu o livro “das coisas que são vistas em isolamento”. Foto feita em São Paulo, em julho de
2020. O que esta fotografia nos faz pensar em relação a vida em sociedade?

14
Aula 1 - O que são as Humanidades Aplicadas?

Conteúdo & Conceitos

Muitos estudantes, ao iniciarem o módulo de Humanidades, questionam sobre a importância


da presença dele em um curso como o PTPA e, de forma mais geral, a importância dele em suas
vidas. Para responder a estes questionamentos, é essencial que compreendam, primeiramente, o que
consiste o campo de conhecimento das chamadas “Humanidades Aplicadas” e quais são os seus
objetos de estudo, ou seja, o que as pessoas que trabalham com essa área estão interessadas em
observar e, a partir da observação, produzir conhecimento sobre.
O amplo campo das Humanidades engloba as disciplinas como História, Geografia,
Sociologia, Filosofia, Economia, Antropologia entre outras. Algumas destas provavelmente serão
mais familiares a vocês, estudantes, porque estão presentes na escola desde as séries mais iniciais,
como a História e a Geografia, ou presentes no ensino médio, como a Sociologia e a Filosofia.
Apesar de suas semelhanças, estes campos de estudos também se diferenciam: por seus métodos,
objetos específicos e objetivos. Contudo, podemos dizer que possuem um objetivo geral comum:
compreender e explicar as permanências (aquilo que se mantém igual ao longo o tempo) e as
transformações (aquilo que se modificou ao longo do tempo) que ocorrem nas sociedades humanas.
A Sociologia, por exemplo, nasceu da necessidade de compreender as transformações que
ocorreram nas mais diferentes sociedades entre o século XVI e XIX, decorrentes do surgimento e
do desenvolvimento do capitalismo, sistema no qual vivemos até hoje. Sendo assim, podemos dizer
que as Humanidades produzem explicações sobre a vida, as relações sociais e humanas e sobre o
funcionamento das sociedades. A partir desse rico conhecimento produzido pelos sociólogos,
historiadores, geógrafos, economistas, antropólogos etc., podemos prever algumas mudanças que
ocorrerão, compreender determinadas questões sociais e propor práticas e políticas para resolvê-las
e/ou transformá-las.
É comum olharmos para determinadas situações de nossa vida e do nosso cotidiano, bem
como para o que acompanhamos pela televisão e internet (redes sociais) e questionarmos: mas por
que isso acontece? As Humanidades nos ajudam, então, a compreendê-las e demonstra que muitas
situações que pensamos serem individuais, ou seja, que só acontecem conosco, são, na verdade,
sociais e diz respeito a sociedade que vivemos. Dessa forma, podemos entrar em contato com um
conhecimento científico sobre a realidade social. Um conhecimento científico não se baseia
somente em opiniões dos pesquisadores, mas é construído a partir de uma observação sistemática,
contendo métodos e objetivos que produzem determinadas explicações acerca da realidade social.
Sendo assim, ao entrarmos em contato com as Humanidades podemos, então, ir além do senso
comum, ou seja, da forma de pensar da maioria das pessoas em nosso dia a dia e questionar
determinadas ideias e opiniões que reproduzimos. No curso, vamos desenvolver processos de
desnaturalização e desfamiliarização, isto significa, estranhar o que até agora enxergamos como
“natural” ou “normal”.
Na maioria das sociedades, há indivíduos e grupos que defendem a
manutenção da situação existente (status quo) porque esta atende a seus
interesses. Assim, procuram apoiar e desenvolver formas de explicação da
realidade que justifiquem a necessidade de conservar a sociedade tal como
está. Há, entretanto, pessoas e grupos que querem mudar a situação
existente, pois não acham que a sociedade à qual pertencem é boa para elas
e para os outros. Tais pessoas procuram explicar a realidade social
destacando seus problemas e as possibilidade de mudança para uma forma
de organização que assegure maior igualdade entre os indivíduos e os
grupos.1

1
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio, volume único. – 4 ed. – São Paulo: Atual, 2014.
15
E vocês, estudantes, têm o hábito de pensar sobre a realidade social que os cerca? Vocês
pensam que as coisas devem se manter como estão ou que precisam se modificar, transformar? O
que vocês mudariam?

Demonstração e/ou Aplicação

A explicação para presença de Humanidades Aplicadas no curso do PTPA se baseia na


importância de vocês, estudantes, terem a oportunidade de entrar em contato com conhecimentos
acerca da nossa SOCIEDADE. Mesmo que não pareça, estamos sempre participando dessa vida em
sociedade: quando vamos à escola, quando vamos ao médico, quando vamos a uma loja, quando
assistimos à televisão, quanto usamos as redes sociais. A nossa individualidade não apaga a
realidade de que somos SERES SOCIAIS. Esses conhecimentos são essenciais para nova fase que
vocês estão entrando da vida em sociedade que é a participação no mundo do trabalho, tornando-se
trabalhadores e trabalhadoras.
Nosso objetivo é também desenvolver o que um sociólogo chamado Charles Wright Mills
(1916 – 1962) chamou de “imaginação sociológica”. Essa imaginação nos permite analisar as
experiências cotidianas, que muitas vezes tomamos como “naturais” e não paramos para refletir
sobre elas, e estabelecer relações entre elas e situações mais amplas de nossa sociedade que
influenciam em nossas vidas. Por isso, será sempre importante, em nossas aulas, que vocês tragam e
compartilhem com todos as experiências cotidianas de vocês. Observaremos o que há de comum e o
que há de diferente entre as situações e buscaremos compreender, a partir dos conhecimentos de
Humanidades, o porquê dessas semelhanças e diferenças.

Atividade(s)

Para começarmos a trabalhar com a ideia de SOCIEDADE, tema central e comum de todas as
ciências das Humanidades, vamos realizar uma dinâmica que necessita de muita imaginação e
criatividade de todos nós. Primeiro, os estudantes precisam formar grupos de 6 pessoas. A
professora ou professor fará a introdução: “Estávamos viajando de navio ou barco para um destino
distante de nossa origem e infelizmente naufragamos. Todos são obrigados a nadar rapidamente até
uma ilha próxima dali. Não tivemos nenhuma perda humana pois, por sorte a ilha localiza-se perto
do local do naufrágio e, por azar, muito longe do local de origem e do destino. Também, por sorte, a
ilha reúne todas as condições naturais para a sobrevivência, mas:
1) Não há a menor possibilidade de sair da ilha, de resgate ou de retorno a ‘civilização’;
2) Não foi possível levar nada, tudo que era instrumento ou recurso que trazíamos no barco afundou
com o naufrágio. Só dá para contar com as pessoas e com os recursos naturais da ilha;
3) Que bom que não estamos sozinhos!

Pergunta fundamental: o que é necessário para sobreviver na ilha, tanto a curto quanto a longo
prazo?

Primeiro momento: Os estudantes devem conversar com os colegas do grupo a que pertencem,
buscando soluções para sobreviverem na ilha e como será a construção dessa “nova sociedade”.
Dessa forma, precisam pensar, coletivamente, formas de organização social, regras de convivência,
de “governo” e formas e práticas culturais e de atividades essenciais, como buscar alimentos, lazer
etc. Os estudantes escreverão em uma folha e, depois, cada grupo apresentará sua sociedade para os
demais colegas.
Segundo momento: Durante a apresentação, o/a professor/a deverá escrever no quadro as respostas
de cada grupo. Ao final de todas as apresentações, observar coletivamente o que têm em comum e o
que têm de diferente, exercitando um trabalho de reflexão sobre as próprias sociedades que
construíram e introduzindo conceitos que serão trabalhados nas próximas aulas, como relações

16
sociais e seus diferentes tipos, organização social e processo de socialização. Observar, também, o
que essas sociedades têm em comum com a sociedade que vivemos e o que é diferente.
Terceiro momento: propor, ao final da aula, a construção de um documento das “regras de
convivência” da turma para os meses em que acontecerá o curso. Estabelecer combinados para o
desenrolar das aulas, imaginando a turma enquanto uma sociedade/grupo social (que se formou pelo
desejo comum de entrar no mercado de trabalho) e isso demanda o estabelecimento de determinadas
regras de convivência entre nós, sujeitos. Produzir este documento em um papel grande e deixá-lo
exposto em algum local da sala.

17
Aula 2 - Relações Indivíduos e Sociedade

Conteúdo & Conceitos

É muito comum que os estudantes que iniciam os estudos das Humanidades compartilhem
dos mesmos questionamentos: mas quem exerce mais influência? O indivíduo influencia mais a
sociedade ou a sociedade influencia mais o indivíduo? Podemos agir, enquanto indivíduos,
completamente fora da sociedade? Para começar, é preciso que entendamos que indivíduos e
sociedade são interdependentes. Isso significa que não há sociedade sem indivíduos, nem indivíduos
sem sociedade. A sociedade é, em si, composta pelos indivíduos que constroem relações sociais
entre si e, em razão dessas relações, nós existimos enquanto indivíduos. Por exemplo, nosso
nascimento é fruto de relações sociais construídas entre duas pessoas, nosso pai e nossa mãe.
Independente das histórias de cada um, o nascimento de uma criança é sempre fruto de um encontro
e da construção de relações que geralmente ocorrem em locais como a escola, o trabalho, a
vizinhança. Podemos dizer, então, que nossa família é o nosso primeiro contato com a vida em
sociedade.
A vida em sociedade é feita de relações que se estabelecem entre os seres humanos de
diversas formas e com finalidades e significados diferentes. Podemos citar aqui as relações
familiares e afetivas (mãe, pai, avó, amigos, irmãos...), as relações educacionais (ir à escola, ir à
Universidade), as relações políticas (votar, participar da política), as relações com o Estado
(fazendo uso dos direitos, como o acesso à saúde), as relações econômicas (comprar, vender,
trabalhar), as relações religiosas, as relações em nosso bairro/vizinhança, entre outras. Os
indivíduos, em relação, transformam o mundo e o adaptam de acordo com suas necessidades, tendo
proporcionado, ao longo da história, mudanças nas nossas formas de organizações sociais. Por isso,
é importante compreendermos que o mundo e a sociedade em que vivemos nem sempre foram da
forma como conhecemos hoje. Em cada momento histórico, os seres humanos inventam e
reinventam fios que irão sendo tecidos transformando as coisas do mundo.
Como vimos na aula anterior, as Humanidades têm o papel de explicar a vida em sociedade e
determinadas situações que, à primeira vista, entendemos como individuais, mas são, na verdade,
sociais. Dessa forma, é importante compreender que o individual – o que é de cada um – e o comum
– o que é compartilhado por todos nós – estão em relação nas situações que enfrentamos no dia a
dia. É correto afirmar que o indivíduo está condicionado por decisões e escolhas que ocorrem fora
de seu alcance, em outros níveis da sociedade. Contudo, também é correto afirmar que os
indivíduos participam da mudança e das transformações sociais, demonstrando a importância de
suas escolhas e decisões para a vida em sociedade. Em nossa sociedade existem desigualdades
quanto ao poder e influência de cada indivíduo, porém é importante não desvalorizarmos nossa
importância enquanto sujeitos, junto a outros, na transformação de nossa sociedade.

Demonstração e/ou Aplicação

18
Em quem votar? A decisão é de cada eleitor (indivíduo), mas o processo de escolha é
influenciado pela propaganda eleitoral, pelas conversas com amigos e parentes e pelas notícias
divulgadas pelos meios de comunicação (sociedade), além de outros fatores mais complexos. Ao
mesmo tempo, essa nossa decisão individual tem uma grande importância, pois ela tem um impacto
na vida da sociedade.

Atividade(s)

Minha Vida Tem História?

1) Leitura do texto2

Das questões individuais às questões sociais

Podemos chamar de questões sociais alguns problemas que vão além de nosso dia a dia
como indivíduos, que não dizem respeito somente a nossa vida privada, mas estão ligados à
estrutura de uma ou de várias sociedades. É o caso do desemprego, por exemplo, que afeta milhões
de pessoas em diversos grupos sociais. Um bom exemplo desse assunto é dado pelo sociólogo
estadunidense C. Wright Mills (1915-1962), que escreveu o livro A imaginação sociológica (1959).
Mills considera que, se numa cidade de 100 mil habitantes poucos indivíduos estão sem trabalho, há
um problema pessoal, que pode ser resolvido tratando as habilidades e potencialidades de cada um.
Entretanto, se em um país com 50 milhões de trabalhadores 5 milhões não encontram emprego, a
questão passa a ser social e não pode ser resolvida como um problema individual. Nesse caso, a
busca de soluções passa por uma análise mais profunda da estrutura econômica e política dessa
sociedade.
Existem também situações que afetam o cotidiano das pessoas e que são ocasionadas por
acontecimentos que atingem a maioria dos países: por exemplo, a crise de 1929, que levou ao
colapso todo o sistema financeiro mundial; a chamada Crise do Petróleo, em 1973, provocada pela
elevação súbita dos preços da principal matéria-prima do mundo; o ataque, em 11 de setembro de
2001, às Torres Gêmeas em Nova York, que alterou substancialmente a relação dos Estados Unidos
com os outros países e, principalmente, o cotidiano do cidadão estadunidense.
Podemos perceber, assim, que acontecimentos completamente independentes de nossa
vontade nos atingem fortemente. No entanto, é importante destacar que, tanto em 1929 como em
1973 e em 2001, os eventos mencionados foram resultado de uma configuração social criada pelas
decisões de algumas pessoas, que provocaram situações que foram muito além de suas expectativas.
Essas situações, além de afetar as relações políticas, econômicas e financeiras de todos os países,
também prejudicaram indivíduos em muitos lugares, até na satisfação de suas necessidades, como o
consumo de alimentos e de combustível. Esses pontos, que estão presentes na biografia de cada um
de nós, fazem parte da história da sociedade em que vivemos e, muitas vezes, assumem forma ainda
mais ampla. Tomar uma decisão é algo individual e social ao mesmo tempo, sendo impossível
separar esses planos.

2) Para o/a professor/a: dialogar com as trajetórias dos estudantes (ano em que os pais
nasceram; ano em que nasceu; local onde mora; ano em que fez 5 anos; ano em que fez 10
anos etc.), colocando algumas dessas informações e datas no quadro. A partir desse diálogo
apresentar alguns acontecimentos históricos de longa ou curta duração, que são tidos como
emblemáticos no Brasil e no mundo. Com isso, objetivamos articular um debate sobre o
conceito de história, questionando o que significa “história” de forma com que esses
estudantes consigam compreender suas trajetórias também como história.

2
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. Rio de Janeiro: Editora Atual, 2014.
19
Para os estudantes: escreva, livremente, sua história de vida, apontando aquilo que você
acha mais importante, como, por exemplo, seu nascimento, o primeiro dia na escola ou o dia
em que conheceu seu/sua melhor amigo/a. Tente sempre lembrar as datas ou período
próximo de cada um desses acontecimentos, como o ano em que ocorreu. Depois, pesquise
na internet ou outros meios (pode perguntar aos seus familiares, por exemplo)
acontecimentos de nossa história nessas mesmas datas e faça um pequeno texto sobre o que
você encontrou.

20
Aula 3 - Processos de Socialização e Sentimento de Pertencimento

Conteúdo & Conceitos

Como vimos nas aulas anteriores, a sociedade é uma complexa teia de relações sociais que
se estabelecem entre os seres humanos: da ordem política, econômica, cultural, afetiva, educacional,
religiosa, dentre outros tantos tipos. Vimos, também, que em cada momento histórico, os seres
humanos inventam e reinventam essas relações de acordo com suas necessidades, tanto materiais
quanto subjetivas, isto é, seus valores e crenças, transformando as coisas do mundo. Por exemplo, a
vida no Brasil nos 1950 era bastante diferente dos dias atuais. Naquela época, a maioria da
população vivia na zona rural ou em pequenas cidades; não havia internet e a telefonia era precária
e ouvir rádio era a principal forma de tomar conhecimento do que acontecia em outros lugares do
país e do mundo. Hoje, somos uma população majoritariamente urbana e através da internet
podemos nos relacionar e comunicar com pessoas muito distantes de nós, inclusive, de outros países.
Conseguem imaginar como essas transformações e novas tecnologias impactaram nas formas como
vivemos em sociedade? Nos últimos anos, os avanços tecnológicos nos setores de comunicação e
informação, o aumento da produção industrial e do consumo e o crescimento da população urbana
desencadearam grandes transformações no mundo inteiro.
Mas o que isso tem a ver conosco? O processo através do qual os indivíduos formam a
sociedade e são formados por ela é chamado de processo de socialização. Nesse processo,
ensinamos e aprendemos valores. Os valores, as crenças, os hábitos e os costumes são transmitidos
pela família e por toda a comunidade onde vivemos. Tudo isto irá construir ideias e valores que
temos sobre o mundo. De forma geral, as etapas do processo de socialização são:

▪ Ao nascer, a criança chega a um mundo que já está “pronto” e funciona a partir de


determinadas regras sociais, hábitos, costumes.
▪ No processo de conhecer o mundo, ou seja, de socialização, a criança vai compreendendo
que existem outras pessoas no mundo e que há coisas que se pode fazer e coisas que não se
pode fazer.
▪ A nossa socialização acontece enquanto crescemos e convivemos com familiares, vizinhos,
amigos; quando assistimos televisão, frequentamos a escola e conhecemos lugares, coisas e
pessoas.
▪ Nesse processo aprendemos e interiorizamos palavras, significados, ideias da sociedade e
dos grupos sociais dos quais fazemos parte.

No processo de socialização, cada um de nós, desde que nascemos, estamos sendo inseridos
em sociedade. Não levando em conta, em um primeiro momento, as diferenças que existem nas
socializações de cada um, aprender a “vida em sociedade” é: aprender a sua língua; suas leis e
regras; e suas histórias, hábitos e costumes. Tudo isso geraria, então, em cada um de nós, um
sentimento de pertencimento. E vocês? Sentem-se pertencentes a sociedade brasileira?

Diferenças nos Processos de Socialização

É no processo de socialização, ou seja, na relação com outros indivíduos, grupos e


instituições que construímos nossa individualidade e, também, nos tornamos sujeitos sociais.
Importante pensarmos nas diferenças que existem nos processos de socialização entre as pessoas.
Como vimos mais acima, o mundo e a sociedade em que vivemos passaram por muitas
transformações. Consequentemente, os processos de socialização também se modificaram. Basta
imaginar uma criança que nasceu em uma época em que não existia a internet e uma criança dos
tempos de hoje. Dessa forma, é correto afirmar que a socialização também é modificada e
transformada ao longo da história.

21
Contudo, as diferenças não se dão somente entre gerações, ou seja, entre os mais velhos e os
mais novos. As diferenças também se dão por diferenças regionais (o Brasil, por exemplo, é um
país bastante diverso); por diferenças de classe e riqueza; por diferenças territoriais (o local que
nascemos e crescemos por exemplo) e em relação com os grupos com os quais nos relacionamos ao
longo de nossas vidas (amigos, familiares, entre outros). Os indivíduos têm experiências
semelhantes ou diferentes de outros indivíduos, gerando diferenças, mas podendo também gerar
identificações e pertencimento. Entender a sociedade em que vivemos significa saber que há muitas
diferenças e que é preciso olhar para elas. É muito diferente nascer e viver numa favela, num bairro
rico, num condomínio fechado ou numa área do sertão nordestino exposta a longos períodos de seca.
Essas desigualdades promovem formas diferentes de socialização.

Demonstração e/ou Aplicação

Essa é uma imagem de uma pintura da famosa artista brasileira Tarsila do Amaral. Ao
olharmos para esta imagem precisamos perceber dois planos: um é o fundo, onde enxergamos
objetos que caracterizam a vida urbana (a presença de prédios, de fábricas e da fumaça) e o outro é
a presença de diferentes pessoas que apresentam uma diversidade de características físicas e outras.
Essas diferentes pessoas vivem em um mesmo contexto que é a cidade, compartilhando a
experiência de se viver a vida urbana, contudo, com certeza, vivem processos de socialização
distintos, conforme suas classes sociais, grupos religiosos, cor/raça, gênero, sexualidade, entre
outras questões.

Atividade(s)

1) Retomando o exercício da atividade da aula passada em que você conta um pouco sobre a
sua história de vida, reflita sobre o seu processo de socialização. Como ele aconteceu? O
que você destacaria como mais importante e que te influencia fortemente até hoje?
2) Como você se sente em sociedade? Comente sobre as relações estabelecidas, como se
desenvolveram em sua vida e qual a importância, tendo em vista o ser humano que se
transformou após experiências diversas, com o apoio das relações sociais.
3) Você se sente pertencente a sociedade brasileira?

22
Aula 4 - Estrutura Social e Desigualdades

“Dizem que quando a gente morre,


vai todo mundo para o mesmo lugar…
Devia ser quando nasce.”
Sérgio Vaz

Conteúdo & Conceitos


Sérgio Vaz, poeta e autor dos versos acima, cresceu na periferia de São Paulo. Considerado
o “poeta da periferia”, Sérgio Vaz, mesmo não sendo formado em Humanidades, reflete e escreve
sobre a realidade que vê e vive, permeada de desigualdades sociais. Além disso, é um poeta que
desenvolve inúmeros projetos de incentivo à leitura, à escrita e à cultura em geral nas periferias da
cidade em que vive. Ele foi um dos criadores do Sarau Cooperifa que transformou um bar da
periferia em um centro cultural, onde acontecem diversas atividades culturais na laje, como a
criação de uma sala de cinema. Além disso, foi idealizador de iniciativas como o “Poesia contra a
violência”, com o qual percorre escolas públicas da Grande São Paulo visando estimular o hábito da
leitura e produção de textos. Ele é apenas um exemplo de vários artistas (escritores e escritoras,
cantores e cantoras, atores e atrizes etc.) que utilizam da arte para denunciar e refletir as imensas
desigualdades sociais que vivenciamos em nosso país e no mundo.
É importante que saibamos diferenciar e não confundir as palavras diferenças e
desigualdades, mesmo que elas tenham relação. As diferenças que se manifestam tanto
individualmente, quanto coletivamente, devem ser respeitadas e a diversidade deve ser exaltada. As
desigualdades são de outra natureza, apesar de, na maioria das vezes, se basear nas diferenças para
criar as discriminações e os preconceitos. Podemos observar os sinais das desigualdades sociais em
todos os lugares, todos os dias. Basta sair às ruas de nossa cidade para notar as desigualdades nas
condições de vida das pessoas. Essas desigualdades se manifestam tanto nos elementos materiais,
como a moradia, as roupas, o transporte, mas também no que chamamos de elementos simbólicos,
referente ao acesso à educação e à cultura. Essas desigualdades influenciam no processo de
socialização que estudamos na aula anterior. Dessa forma, não é correto afirmar que todos passam
pela mesma socialização na sociedade brasileira.
Perguntas muito frequentes dos estudantes são: mas por que existem as desigualdades?
Como elas surgiram? Quando e como tudo começou? São perguntas bastante desafiadoras, mas as
respostas para elas estão na observação atenta de como a nossa sociedade se organiza socialmente e
no conhecimento de nossa história. Estudar e conhecer a história do nosso país – e que tem relação
com as histórias de outros países – é um caminho para que compreendamos tanto o que se
modificou, se transformou, mas também o que permanece. As desigualdades que vemos até hoje
são resultado de processos históricos; dessa forma, é central a construção de uma relação histórica
entre o passado e presente. Nesta aula, aprofundaremos, do ponto de vista da sociologia, sobre a
organização de nossa sociedade atualmente. Na próxima aula, aprofundaremos sobre os processos
históricos vividos no Brasil.

Estrutura Social e Estratificação Social

Estrutura social é a forma como a sociedade se organiza nos níveis econômico, político,
cultural e social. A estrutura social age sobre nós, indivíduos, desde que nascemos no chamado
processo de socialização. Uma das características da estrutura social é a estratificação social que é a
maneira como os diferentes indivíduos e grupos são classificados em estratos, em “camadas”. Em
diferentes sociedades e em diferentes tempos, vivemos diferentes tipos de estratificação social: de

23
castas, de estamentos ou de classes. Para identificarmos qual tipo de estratificação existe em uma
sociedade, é preciso observar, principalmente, duas coisas:
1. As estruturas de apropriação econômica, ou seja, como cada “camada” da sociedade
participa da riqueza gerada pela sociedade;
2. As estruturas de dominação política, ou seja, como o poder é exercido e como cada
“camada” participa desse poder

As questões econômicas e políticas são atravessadas por outras, como a religião, a etnia, o
sexo, a cultura, que influenciam tanto na divisão social do trabalho (que é a maneira como as tarefas
relativas ao trabalho produtivo são organizadas e divididas na sociedade), quanto na hierarquização
social (quem exerce mais poder do que outros). As diferentes formas de estratificações sociais não
surgem naturalmente, mas são produzidas historicamente, tendo sido geradas por situações e
relações sociais, com a participação dos indivíduos/sujeitos sociais. Nós, brasileiros, vivemos em
uma sociedade capitalista que se caracteriza pela estratificação em classes sociais que são nomeadas
de diferentes formas: ricos x pobres; classe alta, classe média e classe baixa; empresários x
trabalhadores. Para compreendermos como se formou o sistema capitalista no Brasil, é preciso olhar
para nossa história. As sociedades capitalistas caracterizam-se, de forma geral, pelas desigualdades:
1. Na apropriação da riqueza, expressa pela propriedade, pela renda e, também, pelo consumo
de bens materiais. Por exemplo, quem é dono de uma empresa e quem trabalha nesta
empresa; quem recebe um salário-mínimo por seu trabalho e quem recebe dez vezes mais do
que um salário-mínimo; quem pode pagar por um carro da marca BMW e quem só pode
utilizar o transporte público;
2. Na participação nas decisões políticas que tem a ver, principalmente, com o maior ou menor
poder que os indivíduos e grupos têm de decidir ou de influenciar nas decisões a seu favor
3. Na apropriação do que chamamos de bens simbólicos que se expressa no acesso à educação
e aos bens culturais, como museus, teatros, comprar livros etc. Um exemplo, é a diferença
entre um indivíduo que pôde frequentar uma escola privada durante toda a vida e outro que
estudou em escola pública. Outro exemplo, são os bairros da Zona Sul, onde concentram os
teatros, cinemas e museus na cidade do Rio de Janeiro em contraste com os bairros da Zona
Oeste em que há baixíssima existência desses equipamentos culturais tão importantes.

As desigualdades constituem as sociedades capitalistas. A desigualdade não existe só no


nascimento, mas é reproduzida cotidianamente, principalmente, no que se refere às oportunidades.
Apesar de existir um discurso de que “todos temos as mesmas oportunidades”, isso não se verifica
na realidade quando vemos, por exemplo, as desigualdades em relação a “apropriação dos bens
simbólicos”, como falamos acima, que se refere à educação e, consequentemente, às oportunidades
de inserção no mercado de trabalho. Dessa forma, é correto afirmar que as diferenças, no sentido da
diversidade cultural, étnica-racial, de gênero e sexualidade, de religião, entre outras, são positivas e
devem ser exaltadas. Contudo, as desigualdades, principalmente, no que tangem às oportunidades
dos indivíduos e as condições de vida, devem ser combatidas.

24
Demonstração e/ou Aplicação

Fonte: IBGE

Atividade(s)
1) Pesquisa sociedades que viviam/vivem em outro sistema de “camadas sociais” diferente do
sistema de classes sociais, como por exemplo, as sociedades de castas e as sociedades de
estamentos. É importante que na sua pesquisa você descubra como, então, essas sociedades
organizam o acesso à riqueza e ao poder político. Se puder, adicione imagens, pois elas
ajudam a visualizar as diferentes formas de organização social e de costumes.
2) A música é uma forma de arte que vem sendo utilizada há anos para denunciar as
desigualdades e injustiças do nosso país e do mundo. Em todos os estilos, desde o samba, o
rap, o funk, o rock, encontramos artistas preocupados em denunciar questões sociais
importantes de nossa realidade. Cite uma música que você goste e que você considera
importante nesse sentido, escrevendo a letra e justificando sua escolha.

25
Aula 5 - Processos históricos no Brasil e a construção das desigualdades

Conteúdo & Conceitos

Quais processos históricos o Brasil viveu que foram determinantes para que até hoje sejamos
um dos países mais desiguais do mundo? É correto afirmar que a colonização portuguesa e o
sistema de escravidão que perdurou durante 400 anos, que marca o início do trabalho no Brasil, têm
efeitos duradouros até os dias de hoje. Principalmente, porque ações e políticas mais diretas e mais
eficientes para diminuir as desigualdades produzidas por estes processos históricos são ainda muito
recentes. Como exemplo, temos a implementação de cotas para o acesso às Universidades que vem
aumentando as oportunidades de grupos que historicamente estavam excluídos do ensino superior,
como a população negra e a de menor renda.
Desde a chegada dos portugueses à América no século XVI, as desigualdades sociais se
instalaram, se desenvolveram e estão presentes até hoje. Primeiro, os habitantes do continente, que
hoje conhecemos como indígenas, foram vistos como seres inferiores e essa visão preconceituosa
foi usada como justificativa para a escravização e violência contra eles empregada. Os
colonizadores visavam, principalmente, a conquista territorial. Até hoje, os diferentes povos
indígenas enfrentam o preconceito, lutam contra a discriminação e precisam lutar por seus
territórios, direitos e modos de vida.
Em um segundo momento, milhares de africanos, de diferentes grupos e países (lembrando
que o continente africano era e é bastante diverso!), foram sequestrados, sendo retirados de suas
terras de origem para trabalhar a força e em condições de escravidão no Brasil, enfrentando
condições terríveis de vida. Os negros escravizados eram explorados nas atividades agropecuárias,
na mineração, nas tarefas domésticas e em diversas funções no país que mais traficou escravizados
no mundo, o Brasil. A situação em que viviam não era aceita de forma passiva por eles e fez com
que muitos participassem de revoltas, bem como promoveram fugas e formaram os quilombos. É
correto afirmar, então, que toda riqueza que permitiu o desenvolvimento do país foi produzida pelo
trabalho escravizado de negros e indígenas.
Durante o século XIX aumentou os questionamentos sobre a escravidão no Brasil e no
mundo. A partir de 1850 as ideias abolicionistas ganharam força, gerando ondas de protestos e
ações contra a escravidão. É importante ressaltar que apesar da abolição da escravidão em 1888,
representada pela assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel, não houve um projeto de integração
à sociedade de tantos libertos. Muitos continuavam subordinados aos seus senhores, pois não
tinham local para viver e nem com se sustentar. Não tiveram o direito à terra, o acesso à educação,
nem foram inseridos em trabalhos formais, remunerado e dignos. Além disso, após a abolição, as
práticas discriminatórias continuaram e têm reflexos até hoje. Um importante sociólogo brasileiro,
Florestan Fernandes, em seu livro “A integração do negro na sociedade de classes” (1978), analisa
essa “inserção precária” da população negra e ex-escravizada:
Em suma, a sociedade brasileira largou o negro ao seu próprio destino,
deitando sobre seus ombros a responsabilidade de reeducar-se e de
transformar-se para corresponder aos novos padrões e ideias de homem,
criados pelo advento do trabalho livre, do regime republicano e do
capitalismo.

Com a proibição do tráfico negreiro entre a África e o Brasil em 1850, houve o estímulo
para a vinda de imigrantes europeus pobres para trabalhar nas lavouras de café e para ocupar terras
importantes para a consolidação das fronteiras brasileiras, principalmente no sul do país. Os
imigrantes, que substituíam a mão de obra escravizada, recebiam um pedaço de terra para a
26
produção agrícola, viviam nas fazendas e podiam cultivar produtos de subsistência. Muitos vinham
em busca de trabalho e melhores condições de vida, mas aqui encontraram condições de trabalho
semisservis e, em muitos casos, não chegavam a receber remuneração em dinheiro, apenas comida,
casa e outros pagamentos em espécies. No ano de 1850 houve a criação da Lei de Terras. Tal lei só
dava direito a posse da terra mediante pagamento e garantido por um documento emitido pelo juiz.
Tal lei impediu que a maioria da população pobre tivesse acesso à terra, favorecendo a concentração
de terras nas mãos dos grandes fazendeiros.
Dessa forma, por sua história, o Brasil é marcado por desigualdades não apenas entre classes
sociais, mas também entre homens e mulheres, entre brancos e negros, bem como a exclusão de
sujeitos da comunidade LGBTQUIA+. Desigualdades estas que passam desde o acesso à riqueza
produzida no país, passando pelas oportunidades de acesso à educação de qualidade e de inserção
no mercado de trabalho, até as condições de vida mais básicas da população.

Demonstração e/ou Aplicação

Sankofa, Um Símbolo Africano

“A palavra Sankofa, que na verdade tem dois símbolos que a representam, um pássaro mítico e um
coração estilizado, simboliza a volta para adquirir conhecimento do passado, a sabedoria e a busca
da herança cultural dos antepassados para construir um futuro melhor (...) O pássaro apresenta os
pés firmes no chão e a cabeça virada para trás, segurando um ovo com o bico. O ovo simboliza o
passado, demonstrando que o pássaro voa para frente, para o futuro, sem esquecer do passado.
Ganha o sentido de que para construir um futuro melhor, é preciso conhecer o passado. Sankofa e
seus dois símbolos surgem com o povo akan, que se localizam nos territórios de Gana e Costa do
Marfim (África Ocidental). Eles fazem parte dos símbolos adinkras, que são um conjunto de
ideogramas, ou seja, símbolos gráficos que eram usados para estampar tecidos de roupas, cerâmica,
objetos, entre outros.”
Fonte: https://www.dicionariodesimbolos.com.br/sankofa-significado-desse-simbolo-africano/

27
Sankofa também dá nome a uma série produzida pelo fotógrafo César Fraga e disponível na
plataforma da Netflix.
“Sankofa: a África que te habita”. Sinopse: “Acompanhe a expedição do fotógrafo afrodescendente
César Fraga, que um dia sonhou ir ao encontro de sua própria história na África. Ao longo de dois
meses, ele percorreu cidades e povoados de nove países, em busca de "lugares de memória" do
tráfico transatlântico de escravizados. O fio condutor da narrativa são os relatos do fotógrafo,
amparados pelas belas imagens recolhidas por ele. Suas impressões abrem espaço para novos
diálogos e múltiplas perspectivas sobre a herança da escravidão colonial.”

Atividade(s)

1) Falamos sobre a importância de conhecermos a história. Não somente a “grande” história,


do país e do mundo, mas as nossas próprias histórias. Aquelas histórias que começam com a
construção das nossas famílias, por exemplo. Nesse sentido, a proposta dessa atividade é que
você escolha uma ou mais de uma pessoa da sua família para entrevistar e conhecer um
pouco mais sobre a sua própria história. Uma dica é começar pelos álbuns de família. Se
puder, compartilhe com a turma!
2) Pesquise uma figura histórica negra/indígena/mulher que tenha sido atuando na luta pelo fim
do sistema de escravidão no Brasil.

28
Aula 6 - Diferenças, diversidade e identidades
“temos o direito a
ser iguais sempre que a diferença nos inferioriza;
temos o direito de ser diferentes sempre que a
igualdade nos descaracteriza”
(Boaventura de Souza Santos)

Conteúdo & Conceitos

Identidade: o que é?3

Quando falamos em identidade, lembramos logo do Registro Geral (RG), um documento em que
aparece a nossa foto, acompanhada do nosso nome completo, da nossa assinatura, dos nomes dos
nossos pais, do estado em que nascemos, da data de nascimento, entre outras informações. Quando
registramos esses dados em algum órgão do governo, recebemos a carteirinha com um
determinado número – pronto: estamos devidamente identificados, representados por um único
número, que não pode ter nenhum outro igual!
O que significa o documento de identidade? Em uma visão difundida pelo senso comum, significa
que, a partir desse momento – o recebimento da carteira –, podemos ser reconhecidos como
membros da sociedade, como um indivíduo singular (que não tem igual), como um sujeito
participante da vida social, com suas características específicas: nome, número, cor da pele (que
aparece na fotografia), sexo, idade, naturalidade. Podemos dizer que o RG, na verdade, é o nosso
primeiro documento, pois a Certidão de Nascimento, que é expedida pelo Cartório ao nascermos, é
um documento dos nossos pais que afirmam e declaram ao mundo a nossa existência,
reconhecendo-nos como seus filhos.
Nada mais óbvio do que tudo que escrevemos até aqui, não é verdade? Mas, para a Sociologia,
falar em identidade é muito mais complexo do que podemos imaginar. Em primeiro lugar, podemos
dizer que os dados estampados no RG revelam diversos pertencimentos desse indivíduo que nós
somos: pertencemos a um país, a um estado, a uma família, a uma determinada geração. Revelam
também características físicas, tais como o sexo e a cor da pele. Mas, será que “revelam” tudo a
nosso respeito? É claro que não. A nossa identidade formal, anunciada pelos dados, é apenas a
nossa estampa, uma “casca” que esconde as nossas ideias, as nossas emoções, os nossos gostos, as
nossas crenças, as motivações que temos e as aspirações que buscamos na vida.
Todos estes e outros elementos é que formam de fato a nossa identidade, que nos transformam em
sujeitos, pertencentes a uma determinada época e lugar, inseridos em um tipo específico de
sociedade, construída a partir de uma determinada História.
Se entendemos esta questão dessa forma, podemos dizer, portanto, que ser jovem não é a mesma
coisa hoje e há mais de quarenta anos, aqui no Brasil ou na França, assim como, de forma mais
ampla e mais diferenciada, entre as sociedades ocidentais e uma sociedade em Bali (na Indonésia)
ou uma comunidade indígena do Xingu.

Ao falarmos sobre identidade, como no texto acima, podemos pensá-la em diferentes níveis:
as identidades nacionais, as identidades coletivas e as identidades individuais. Contudo, qualquer
uma dessas dimensões são construídas socialmente e são fruto das nossas experiências coletivas em
sociedade, mesmo aquela que consideramos a mais individual e particular de nós. São vários os
elementos indicadores de quem somos: família, nacionalidade, trabalho, gênero, raça/etnia, religião,
classe social, território. Nossas identidades se configuram através do nosso processo de socialização
e de várias histórias, recebendo diversas influências. Por isso, é importante conhecê-las e valorizá-
las, sejam nossas histórias familiares, sejam as histórias do país e mundo que vivemos.

3
OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; COSTA, Ricardo C. R. da. Sociologia para Jovens do Século XXI. Rio de Janeiro:
Imperial Novo Milênio, 2007.
29
Em nossa sociedade hierarquizada, constrói-se determinadas classificações e divisões que
estabelecem que determinadas identidades são o “padrão” e, por isso, “mais válidas”, “mais
importantes”, “mais bonitas”. Essa hierarquização tem a ver com as relações de poder e as
desigualdades que se estabeleceram historicamente em nosso país. Isso reafirma a importância de
diferenciarmos desigualdades e diferenças. Em uma sociedade que julga o cabelo afro, por exemplo,
como um cabelo feio e que precisa ser modificado, é uma sociedade que, a partir de um preconceito,
produz desigualdades. Neste sentido, precisamos defender e construir uma sociedade que o
reconheça as diferentes culturas e as formas de ser do outro e de grupos sociais, garantindo que
todos tenhamos as mesmas oportunidades e condições de vida.
As desigualdades sociais, como vimos nas aulas anteriores, são definidas a partir das
condições sociais e econômicas de determinados grupos. Isto é, há grupos que possuem mais
riquezas do que outros e maior acesso a determinados serviços, gerando uma sociedade desigual, na
qual poucos possuem muitas riquezas e bens materiais e muitos possuem pouca ou nenhuma riqueza
material A diferença social e cultural, por outro lado, significa que os indivíduos ou grupos são
apenas diferentes e não superiores e inferiores. O indivíduo originário do continente africano é
diferente do chinês ou do europeu; a mulher é diferente do homem; o heterossexual é diferente do
homossexual; o adepto ao candomblé cultua uma religião diferente da do evangélico; as pessoas
com deficiências são diferentes daqueles que não possuem necessidades educacionais especiais, e
assim por diante. Essas características dos seres humanos não significam superioridade ou
inferioridade de uns sobre outros.
Não é possível pensarmos, por exemplo, em uma única identidade brasileira, apesar de termos
características que nos fazem reconhecidos mundo afora. Vivemos em uma gigante diversidade
entre as diferentes regiões do país e até dentro delas. Em um país que apresenta extremos de
desigualdade social e de concentração de renda, como é o nosso, não se pode falar na existência de
uma determinada identidade cultural que “unifique” a maioria dos indivíduos, seus habitantes, pois
estes vivem grandes diferenças no processo de socialização. Podemos, sim, dizer que existem
identidades de classe social ou de grupos sociais específicos que compartilham as mesmas
experiências na vida em sociedade. Assim, os jovens estudantes de uma escola pública no interior
de Pernambuco apresentam características bem distintas dos jovens estudantes de uma escola
privada frequentada pela burguesia paulistana. Poderíamos falar em “identidades jovens”
semelhantes nestes dois casos? Mesmo considerando o poder e a expansão cada vez maior da
internet nos dias atuais? Está aí um bom tema para iniciarmos um debate.
Esse é um debate importante particularmente para quem está vivendo a juventude, pois é neste
momento da vida que a nossa identidade se torna algo central me nossa vida e tem grandes impactos
em nossa autoestima, em nossas expectativas e visões sobre as nossas próprias vidas e sobre o
projeto que construímos para nós. O processo de educação deve ser, portanto, de fortalecimento das
identidades dos jovens, abrindo espaço para movimentos que valorizem as diversidades.

30
Demonstração e/ou Aplicação

O filme “O enigma de Kaspar Hauser” mostra a vida de um adolescente que, após ter vivido
isolado em um porão desde o seu nascimento, começa a ter uma identidade social quando passa a
socializar com o mundo. Filme interessante para debater a influência da sociedade na construção da
nossa identidade.

O filme “Cores e Botas” (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Ll8EYEygU0o)


trata sobre o racismo vivido na escola por uma menina que, ao tentar ser uma das dançarinas, acaba
não passando no teste. A diretora, Juliana Vicente, uma mulher negra, produz filmes com esta
temática inspirada em situações que ela mesma viveu em sua infância e adolescência. Seus filmes
são importantes para debater este tema que é tão central nas desigualdades e nas diferenças sociais e
culturais de nosso país, afetando a vida de milhares de jovens.

Atividade(s)

31
1) A partir do que foi exposto no conteúdo e na demonstração da aula, como nossa identidade é
construída?
2) Quais são influências na sua vida que você considera que foram e são mais importantes na
construção de quem você é, ou seja, da sua identidade? Como você se sente em relação a sua
identidade?
3) Faça um breve comentário sobre o filme “Cores e Botas”, disponível no youtube, refletindo
sobre como as “hierarquias das identidades” afetaram a autoestima da personagem principal.

32
Unidade 2. Mundos do Trabalho e o Trabalho no Brasil

A unidade 2, “Mundos do Trabalho e o Trabalho no Brasil”, não pode ser lida e estudada
separadamente das discussões desenvolvidas na Unidade 1. É importante que sejam feitas as
relações, a todo momento, pois o trabalho, como todas as outras dimensões de nossa vida, é fruto da
construção social. Dessa forma, o que queremos dizer é que o mundo do trabalho, em que o jovem
será inserido a partir da experiência no PTPA, está envolto das mesmas questões sociais debatidas
na unidade 1. Conhecê-las, saber como debate-las, formar suas opiniões, tornará o jovem mais
confiante e preparado para lidar com os desafios e as situações que encontrará no início de sua vida
profissional e ao longo de toda sua trajetória no mercado de trabalho. Por isso, consideramos
importante tratar dos conceitos importantes para o entendimento do funcionamento do mundo do
trabalho e das diferentes realidades que produzem não somente um único, mas mundos do trabalho.
Nosso objetivo é também tratar de forma honesta e científica sobre as desigualdades e os atuais
problemas que perpassam a todos nós que somos trabalhadores. Essa nossa condição também forma
nossa identidade.

Fotografia de Yan Marcelo (@yanncarpenter). Ele é do Rio de Janeiro. Acabou de se formar


professor de História. Trabalha em um shopping carioca. A foto é de 8 de junho, no BRT, dia em
que o Rio de Janeiro reabriu o comércio na capital. Ao olharmos essa fotografia, podemos nos
questionar: para quem é reservado o direito de ficar em casa, em quarentena, seguro do vírus?
Como a estrutura de nossa sociedade permite que alguns fiquem em casa e outros não?

33
Aula 7 - Os significados e a organização do trabalho

Conteúdo & Conceitos

Começamos essa aula com as mais simples perguntas: mas, afinal, o que significa o trabalho?
E para que o trabalho serve? Quanto a primeira, podemos afirmar, de forma geral, que o trabalho é
um conjunto de atividades produtivas e/ou intelectuais exercidas pelos humanos para gerar
determinados bens, materiais e simbólicos, atendendo nossas necessidades. Dessa forma, os
diferentes trabalhos foram e são criados por nós para atender nossas mais diversas necessidades,
seja das mais simples, como alimentação, vestimenta e abrigo, até as mais complexas, como as de
cultura, lazer e formação intelectual (como, por exemplo, a educação, a produção de livros, músicas
etc.).
O trabalho é, essencialmente, uma atividade humana e, por isso, uma construção social.
Como várias outras atividades humanas, o trabalho nem sempre teve o mesmo significado, a mesma
organização e o mesmo valor para nossa sociedade e foi se transformando ao longo da história. Bem
como, tem utilidades e significados diferentes para outras sociedades. Em nossa sociedade, que vive
sob um sistema capitalista, a produção de cada objeto envolve uma complexa rede de trabalho e de
trabalhadores.
Mas como foram essas mudanças? Com a emergência do capitalismo na Europa, a estrutura
de trabalho passou por um longo processo de mudanças até chegar ao que conhecemos hoje. Antes
do capitalismo, vigorava as sociedades feudais que se caracterizavam, principalmente, pelo trabalho
dos servos. Nestas sociedades, os servos, os camponeses livres e os aldeões eram os que
trabalhavam, enquanto os senhores feudais (donos das propriedades de terra) e os membros do clero
viviam do trabalho daqueles. A terra era o principal meio de produção e os trabalhadores tinham o
direito de produzir nela e ocupá-la, mas não possuíam o direito à propriedade. Além do trabalho na
terra, eram praticadas também as atividades artesanais e comerciais, em que o mestre controlava o
trabalho de todos e pagava impostos ao rei e aos senhores feudais.
Contudo, esta estrutura se desfez e uma nova surgiu, transformando os artesãos e pequenos
produtores em trabalhadores assalariados. Na estrutura anterior, os artesãos e pequenos produtores
trabalhavam na própria casa, possuíam suas próprias ferramentas de trabalho e produção e obtinham,
produzindo ou por meio da troca, as matérias-primas necessárias para produzir o que necessitavam.
Como, por exemplo, o couro e o solado de um sapato. Sendo assim, podemos dizer que os
trabalhadores possuíam controle sobre o processo de trabalho. Com o desenvolvimento do
capitalismo, os trabalhadores perderam esse controle: primeiro, houve a separação entre a moradia e
o local de trabalho; depois, o trabalhador não possuía mais os instrumentos necessários para
produção e, por fim, perdeu a possibilidade de obter a matéria-prima. Neste novo modelo, os
comerciantes e industriais que acumularam riquezas, passaram a financiar, organizar e coordenar a
produção de mercadorias. Eles passaram, então, a definir o que será produzido, em que quantidade e
em quanto tempo. O trabalhador tornou-se, então, uma mercadoria, ao passo que precisou começar
a vender sua força de trabalho em troca de um salário para aqueles que passaram a controlar toda a
produção. Seu tempo de trabalho, bem como o seu salário, passam a ser definidos por aquele que
lhe paga, o patrão.
Essas mudanças no processo produtivo ocorreram lentamente, ao longo de mais de 200 anos,
tendo se iniciado na Europa em um processo que conhecemos como Revolução Industrial e depois
espalhado pelo mundo com a colonização. Lembrando que, aqui no Brasil, não fomos uma
sociedade feudal. Fomos uma sociedade colonial, com um sistema de trabalho baseado no trabalho
escravizado e que, a partir disso, o capitalismo foi sendo desenvolvido. Com a consolidação do
modo de produção e de trabalho capitalista, afirmou-se que os trabalhadores se tornaram, então,
“livres”, pois já não eram mais escravos ou servos como nas estruturas anteriores. Porém, não ter
34
controle sobre o seu tempo de trabalho e a forma de produção é, realmente, ser livre? Na sociedade
capitalista, os trabalhadores passaram a trabalhar mais horas nas fábricas do que antes. A maior
parte da população que foi para as cidades trabalhava anteriormente no campo, onde o ritmo da
natureza definia quanto e quando trabalhar, tendo o tempo da semeadura e da colheita conforme o
clima e a época. Além disso, a mesma pessoa desenvolvia no campo várias atividades produtivas,
como plantar, colher, construir e não era especializado em uma só, como acontecem nas fábricas.
Essa forma de divisão social do trabalho (a divisão que define “o lugar” de cada um na sociedade) e
de relações de trabalho, em que os trabalhadores estão completamente separados das condições de
produção e devem se submeter a venda de suas forças de trabalho para poder sobreviver, baseia a
estratificação social em classes sociais, como vimos na Aula 4 da Unidade 1.
Nos últimos anos, com o acelerado desenvolvimento da tecnologia, temos visto e vivenciado
muitas mudanças nas relações de produção e de trabalho capitalistas. Um exemplo muito nítido em
nosso dia a dia, são os trabalhados regulados por meio de aplicativos de celulares, como os
motoristas de Uber, os entregadores do Ifood etc. Veremos isso com mais profundidade nas
próximas aulas.

Demonstração e/ou Aplicação

35
Atividade(s)
1) Afinal, dá trabalho fazer um pão? Quais são as atividades envolvidas na produção de um
simples pão? É somente a produção dele pelo padeiro e a venda na padaria? Reflita e pense
sobre todos os produtos, as atividades e o trabalho humano que estão envolvidos na
produção de um pão e descreva abaixo.

36
Aula 8 - Conceitos do mundo do trabalho

Conteúdo & Conceitos

Setores da Economia

Ao longo da história, o sistema capitalista foi se desenvolvendo em diferentes países e de


diferentes modos. Contudo, determinados conceitos e ideias são globais, ou seja, estão presentes em
vários países que se relacionam economicamente. Nesta aula, trataremos sobre alguns deles, a fim
de compreendermos com mais profundidade como funciona o sistema econômico e o mercado de
trabalho em nosso país.
Os setores da economia são partes integrantes do ciclo econômico de países ou regiões.
No capitalismo, os setores primário, secundário e terciário se interligam e fazem a economia se
desenvolver. Para entender mais sobre a economia de um país, basta analisar qual dos três setores
tem maior importância ou destaque para as atividades econômicas do determinado território.
Os setores da economia estão divididos em três no padrão mundial: primário, secundário e
terciário. Cada um destes setores está relacionado com as diferentes etapas da produção, cada um
com suas particularidades. O setor primário engloba todas as atividades ligadas à extração de
recursos provenientes da natureza, como a agricultura, a pecuária, extração vegetal, animal e
mineral. Estas atividades se concentram no meio rural.
O setor secundário envolve as atividades que processam e transformam os produtos
provenientes do setor primário em bens de consumo e em máquinas e outros equipamentos
industriais. Agrega todos os tipos de indústria e as atividades ligadas à construção civil e de
extração mineral. A evolução deste setor, nos diferentes países, está diretamente relacionada com o
desenvolvimento da industrialização e do sistema capitalista sobre os quais conversamos na aula
anterior. Seu desenvolvimento pode ser estruturado da seguinte forma:
1. Artesanato: atividade considerada a primeira etapa da evolução desse setor. Todas as etapas
da transformação da matéria-prima em produto, isto é, as etapas do trabalho, são
desenvolvidas por um único executor – o artesão –, utilizando instrumentos manuais, com o
objetivo de consumo próprio.
2. Manufatura: na evolução histórica, essa atividade foi considerada a segunda fase.
Caracteriza-se pela divisão de tarefas no processo de produção da mercadoria. Utiliza maior
volume de capital (dinheiro), de matéria-prima e de mão de obra em relação à fase anterior.
3. Maquinofatura: caracteriza-se pelo uso de máquinas na produção, resultando em um gasto
de tempo menor na confecção da mercadoria. Utiliza maior volume de capital e matéria-
prima e menor volume de mão de obra. Esta fase da maquinofatura continua se
desenvolvendo com os avanços tecnológicos.

O setor industrial representa, em muitos países, a principal atividade econômica do espaço


urbano, gerando empregos diretamente nas indústrias ou no processo de distribuição dos produtos e
mercadorias. Fomenta, também, o setor terciário, que envolve a comercialização desses produtos e
mercadorias.
O setor terciário envolve as atividades comerciais e de prestação de serviços, tanto para os
consumidores finais quanto para outros tipos de negócio, oferecendo um produto, como ocorre nos
restaurantes, ou um serviço, como ocorre nas lavanderias, por exemplo. Ele é usualmente dividido
em três tipos: o básico, que envolve atividades artesanais e domésticas; o superior, que envolvem
atividades que necessitam de uma formação dos trabalhadores mais especializada, como é o caso do
setor da educação (professores) e saúde (médicos, enfermeiros etc.); e por último, o quaternário, que
são atividades que envolvem tecnologia, como setor de telecomunicações e de desenvolvimento de

37
softwares. Este setor econômico cresce constantemente, pois em grande parte dos países representa
mais de 50% de geração de empregos.

População Economicamente Ativa (PEA)


População Economicamente Ativa (PEA) é uma palavra que engloba a população que está
inserida no mercado de trabalho ou que, de certa forma, está procurando se inserir nele para exercer
algum tipo de atividade remunerada. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
(explicar o que é o IBGE) define a PEA como a mão de obra com a qual o setor produtivo pode
contar, ou seja, é o número de habitantes em idade e condições físicas para exercer algum ofício no
mercado de trabalho. Dentro da PEA, o IBGE também classifica a População Ocupada e a
População Desocupada. O primeiro se refere àqueles que exercem algum ofício e atividade,
podendo ser remunerada, não remunerada, por conta própria ou um empregador. Já o segundo
termo se refere às pessoas que são e estão aptas à trabalhar, procuram trabalho, mas que não estão
empregadas. A População Economicamente Inativa, por outro lado, refere-se àquelas pessoas que
não têm idade ou condições de trabalhar e exercer algum ofício.

Demonstração e/ou Aplicação

“A classificação da idade para o


enquadramento na PEA varia de país para
país. Em alguns lugares, engloba-se a
população que possui de 10 a 60 anos. No
Brasil e em muitos outros países, a idade
mínima é de 15 anos. Portanto, além de um
conceito econômico, trata-se também de um
termo demográfico. Em países
subdesenvolvidos ou em boa parte dos 65
emergentes, a pirâmide etária indica – quase
sempre – uma população predominantemente
jovem, em face das elevadas taxas de
natalidade e mortalidade. Nesses locais, a
PEA apresenta-se em grande quantidade, o
PEA
que é o mesmo que uma mão de obra farta e
barata, ocorrência que atrai muitas empresas. 15
Em alguns países emergentes e na maioria dos
desenvolvidos (sobretudo da Europa), há um 51
envelhecimento populacional que resulta das
baixas taxas de natalidade, mortalidade e alta
expectativa de vida. Com isso, 0
proporcionalmente, a PEA é muito baixa, o
que pode comprometer suas economias.”
0
Fonte:
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/o
-conceito-populacao-economicamente-ativa-
pea.htm

Atividade(s)

1) O que são os setores da economia?


2) O que cada um dos setores produz? Pesquise exemplos de atividades de cada um dos setores.
3) Como esses setores se relacionam?
4) O que significa População Economicamente Ativa?
38
5) Com o que você sonha em trabalhar e se profissionalizar? Esse trabalho está inserido em
qual setor da nossa economia? Pesquisa quantas pessoas da PEA trabalham nesse tipo de
trabalho no Brasil.

39
Aula 9 - Formas de organização e transformações recentes no mundo do trabalho

Conteúdo & Conceitos

O desenvolvimento do sistema capitalista se deu, ao longo da história, através da formação e


implementação de determinadas formas de organizar o trabalho na sociedade, visando uma maior
produtividade, menor custo para produção e maior consumo. No século XX, na busca por
aperfeiçoar os sistemas produtivos, principalmente, dentro das fábricas e indústrias, surgiu uma
forma de organização do trabalho que ficou conhecida como Fordismo, em referência a Henry Ford
que foi quem implementou em sua fábrica de automóveis um modelo de organizar os trabalhadores
e suas atividades que, posteriormente, seria imitado por muitas indústrias mundo a fora. As
mudanças introduzidas por ele visavam a produção de produtos para o consumo em massa, ou seja,
grande parte da população consumindo. Dentre as mudanças inseridas, estava o estabelecimento de
uma jornada de oito horas de trabalho por dia e uma remuneração, o salário, que fosse suficiente
para que o trabalhador pudesse suprir suas necessidades básicas (alimentação, vestimenta, moradia)
e, ainda, pudesse consumir o produto que ele próprio produzia. Iniciou-se, assim, a era do
consumismo, marcada por uma produção e um consumo em larga escala.
O modelo do Fordismo se incorpora a um outro conhecido como Taylorismo em referência a
Frederick Taylor, quem, já no final do século XIX, tinha como proposta a aplicação de princípios
científicos na organização do trabalho, buscando: aumento da produtividade nas horas trabalhadas,
por meio do controle das atividades dos trabalhadores; divisão e parcelamento das tarefas;
mecanização de parte das atividades e a introdução de um sistema de recompensas e punições
conforme o comportamento dos trabalhadores. Foi desenvolvido um sistema de planejamento para
aprimorar as formas de controle e execução das tarefas, resultando na criação de um setor de
especialistas em administração de empresas que exercem tarefas de planejamento e supervisão de
todas as atividades desenvolvidas, sendo estas tarefas mais valorizadas do que as desenvolvidas
pelos próprios trabalhadores. O modelo denominado Fordismo-Taylorismo desenvolveu-se e
tornou-se durante muito tempo a forma dominante de organização do trabalho em todos os tipos de
empresa, não somente nas indústrias, como também nas atividades comerciais e de serviços.
A partir da década de 1970 o sistema capitalista passa a vivenciar, mundialmente,
transformações que alteram as formas de organização do trabalho em diversos países. Faz parte
dessas transformações uma crescente flexibilização no mundo do trabalho, que se expressa nas
formas de trabalhar e nos locais de trabalho. Para entender um pouco mais o que é isso, leiamos um
texto que apresenta algumas conclusões que o sociólogo Robert Castel (1933-2013) desenvolveu ao
observar os impactos nas sociedades com as transformações no mundo do trabalho e a crescente
flexibilização. Nas próximas aulas, veremos como essas transformações apareceram na história do
trabalho no Brasil e como é o nosso cenário atual.

Demonstração e/ou Aplicação

A sociedade salarial está no fim?4

Até há pouco tempo, o trabalhador podia entrar numa empresa, trabalhar anos seguidos e
aposentar-se nela. Era o chamado posto fixo de trabalho. Hoje, isso está desaparecendo, conforme
explica o sociólogo francês Robert Castel, em seu livro A metamorfose da questão social: uma
crônica do salário. O sociólogo mostra que, na França, essa situação está dando lugar a uma nova
sociedade, na qual o trabalho e a previdência já não significam segurança, o que causa transtornos
terríveis em termos sociais e individuais. Ele destaca quatro aspectos que parecem estar se
generalizando no mundo:

4
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio, volume único. – 4 ed. – São Paulo: Atual, 2014.
40
• A desestabilização dos estáveis. As pessoas que têm emprego estão sendo “invalidadas” por
vários motivos. Algumas porque são consideradas “velhas” (em torno de 50 anos); outras porque
não têm formação suficiente para o que se quer; há ainda aquelas que são consideradas jovens
demais para se aposentar.
• A precariedade do trabalho. Há um desemprego constante nos últimos anos, e a maioria dos
trabalhadores desempregados normalmente só encontra postos de trabalho instáveis, de curta
duração ou em períodos alternados.
• O déficit de lugares. Não há postos de trabalho para todos, nem para os que estão envelhecendo,
nem para os mais novos que procuram emprego pela primeira vez. Isso sem falar naqueles que
estão desempregados há muito tempo e até participam de programas de requalificação.
• A qualificação do emprego. Há tantas exigências para a formação do trabalhador que se cria
uma situação aparentemente sem solução. É o caso dos jovens, que não são contratados porque
não têm experiência, mas nunca poderão ter experiência se não forem contratados. Pessoas em
torno de 20 anos ficam vagando de estágio em estágio ou de programas de estágio para outros
programas. Há, ainda, jovens com boa qualificação que ocupam empregos inferiores, tirando o
trabalho dos que têm pouca qualificação.
Todas essas situações criam indivíduos como que estranhos à sociedade, pois não conseguem se
integrar nela, desqualificando-se também do ponto de vista cívico e político. Eles próprios
consideram-se inúteis sociais. Ocorre praticamente uma perda de identidade, já que o trabalho é
uma espécie de “passaporte” para alguém fazer parte da sociedade. No Brasil, tudo isso acontece,
principalmente nos grandes centros urbanos, mas também ocorre em alguns setores da produção
agrícola por causa da mecanização do processo de produção (plantio e colheita).

Atividade(s)

1) Faça uma pesquisa entre sua família e outros conhecidos sobre as profissões deles.
Desenvolva um texto descrevendo as funções e atividades que desempenham, a importância
para a sociedade e em qual setor da economia estão inseridas.

41
Aula 10 - Um histórico do trabalho na sociedade brasileira

Conteúdo & Conceitos

A história do trabalho no Brasil está marcada pelo processo de colonização europeia que
estabeleceu um sistema de produção agrícola para exportação, ou seja, para outros países, à base do
trabalho escravizado da população indígena que aqui já vivia e da população africana sequestrada e
trazida a força para o continente americano. Assim, é correto afirmar que a história do trabalho no
Brasil está entrelaçada com a história da produção das desigualdades, como vimos na Unidade 1.
Em um primeiro momento, as principais atividades desenvolvidas foram a extração e o
comércio do pau-brasil. Para isso, exploraram o território e escravizaram indígenas, os habitantes
originais. Contudo, estes impunham forte resistência a essa exploração da força de trabalho. Diante
dessa forte resistência e da necessidade cada vez maior de mão de obra, os portugueses buscaram
mão de obra no continente africano, desenvolvendo, junto com outros países colonizadores, a
prática do tráfico negreiro com a qual lucravam muito. Com o aumento da mão de obra escravizada,
os portugueses conseguiram estabelecer uma indústria açucareira na colônia. Dessa forma, os
portugueses lucravam com o tráfico, com a utilização do trabalho escravizado e com a
comercialização do açúcar, mercadoria de grande aceitação no mercado europeu. Além disso,
importante destacar que foi o processo de colonização, não somente de Portugal, mas de vários
países europeus que exploraram a natureza e a mão de obra de países do continente americano e
africano, que os permitiram acumular riquezas suficientes para que desenvolvessem as indústrias e
o sistema capitalista como o conhecemos hoje.
Essa forma de organização do trabalho perdurou por cerca de 350 anos no Brasil.
Convivemos com a liberdade formal de trabalho há pouco mais de 100 anos. Esse capítulo da
história deixa “marcas” até os dias atuais em vários aspectos da sociedade brasileira, seja na
concepção e organização do trabalho, seja na relação entre negros e brancos. É necessário
reconhecer estas “marcas”, compreender como elas continuam gerando desigualdades de
oportunidades e de condições de vida e, assim, combatê-las, transformando a realidade que vivemos.
Discutiremos isso mais profundamente adiante.
Outra fonte de mão de obra para o trabalho que marcou a história do Brasil foi a vinda de
imigrantes europeus para trabalhar nas lavouras e, posteriormente, nas indústrias que nasciam.
Antes mesmo do fim da escravidão, grandes proprietários de terras investiam nesse tipo de mão de
obra legalmente livre e estrangeira, estimulados por um pensamento racista e de embranquecimento
da população brasileira. O sistema de trabalho adotado ficou conhecido, então, como colonato. As
famílias que aqui chegavam, assinavam um contrato com os seguintes termos: o fazendeiro
adiantava uma quantia necessária ao transporte e aos gastos iniciais de sobrevivência da família e
eles, por sua vez, precisavam plantar e cuidar de um determinado número de pés de café, a
produção que gerava mais lucros na época. No final da colheita, deveriam dividir com o
proprietário da terra para o qual eram obrigados a pagar juros pelo adiantamento, que se tornava,
então, uma dívida e não poderiam sair da fazenda até que a dívida fosse paga. Assim, criou-se a
“parceria do endividamento”, porque os colonos (os trabalhadores) raramente conseguiam pagar
suas dívidas com os proprietários. Muitos colonos se rebelavam contra essa exploração e muitas
vezes fugiam da fazenda e se revoltavam contra esse sistema adotado.
Entre o final do século XIX e o século XX houve uma intensa imigração para o Brasil e a
maioria foi trabalhar no campo, mas outros se estabeleceram em cidades como São Paulo e Rio de
Janeiro, onde se desenvolviam as primeiras indústrias. Esses trabalhadores urbanos, no início do
século XX, passaram a questionar a alta exploração nas fábricas e reivindicavam melhores
condições de trabalho, diminuição da carga horária, melhores salários etc. Passaram a construir,
então, movimentos de reivindicação, como a construção de greves (paralisação do trabalho por
alguns dias por todos ou quase todos os trabalhadores), associações de trabalhadores, movimentos
operários e os primeiros sindicatos. Com isso, as preocupações em torno da regulamentação das

42
atividades trabalhistas no Brasil aumentaram, até que em 1930, no governo de Getúlio Vargas,
ocorreu a criação da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas que foi o início de uma jornada de
conquista de direitos trabalhistas, como, estabelecimento de uma jornada de trabalho, descanso
remunerado, férias, 13 salário, licença maternidade e paternidade, FGTS, horas extras remuneradas,
segurança da saúde física e psíquica dos trabalhos no local de trabalho, entre outros. Direitos como
estes, ao longo da história, foram sendo conquistados e, hoje, estão incorporados à constituição de
1988.
Contudo, até aquele momento a maioria da população vivia na zona rural e assim se matinha
uma estrutura social, econômica e política vinculada à terra, baseada em uma estrutura fundiária
injusta e anti democrática, que dificultava (e dificulta até hoje) o acesso à terra para produção de
bens, caracterizando-se pela concentração da propriedade na mão de poucos (geralmente, aqueles
que são descendentes dos colonizadores).
A partir da década de 1960, houve um intenso deslocamento da população para as cidades,
fruto das transformações no mundo do trabalho do Brasil, principalmente, em relação ao
desenvolvimento industrial e a mecanização do campo que gerou uma expulsão da mão de obra de
pessoas que, não sendo proprietárias de terra, precisavam vender sua força de trabalho.
A transferência da população para as cidades se deu de forma concentrada em algumas
capitais, onde se estabeleciam as indústrias e ocorriam grandes investimentos em habitação e outras
necessidades, como educação e saúde, aumentando as atividades ligadas ao comércio e aos serviços,
ou seja, o setor terciário. A partir dos anos 1970, o Brasil deixa de ser um país predominantemente
rural e passa a ser um país urbano, em que a maioria de sua população passava a viver, então, no
meio urbano e a trabalhar no setor terciário. O setor industrial, apesar de sua grande relevância na
produção de riquezas para o país (no PIB, por exemplo), também passou por um processo de
mecanização como o campo, não tendo absorvido toda a mão de obra vinda do campo. O processo
de “inchamento” do setor terciário tem gerado sérios problemas na estrutura social do país, gerando
uma alta taxa de trabalho informal (representado pelo camelô, o guardador de carro, o ambulante
etc.), consequência, principalmente, do desemprego. Veremos com mais profundidade a situação
atual do trabalho no Brasil na próxima aula.

Demonstração E/Ou Aplicação

Fonte:https://www.ibge.gov.br/estatisticas/multidominio/condicoes-de-vida-desigualdade-e
pobreza/9662-censo-demografico-2010.html?=&t=series-historicas

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Fonte: IBGE, Estatísticas históricas do Brasil, Pnad 1990 e 2006.

Atividade(s)
1) Explique o que é o processo de terciarização da economia no Brasil.
2) O que você entende como “direitos trabalhistas”? Qual a importância da existência deles?

44
Aula 11 - O trabalho no Brasil hoje

Conteúdo & Conceitos

Ao falarmos do atual cenário do mundo do trabalho no Brasil, não podemos deixar de


levantar questões importantes e preocupantes, como a precarização do trabalho, o aumento da
informalidade e o alto desemprego. Como vimos na aula anterior, em 1930 vivíamos a criação da
Consolidação das Leis Trabalhistas que significou um importante avanço na regulação das relações
de trabalho em nosso país. A partir daquele momento, passaram a existir determinadas leis e regras
que protegiam os trabalhadores e lhes garantiam direitos. Contudo, essas leis e regras são alteradas
ao longo da história, podendo significar mais avanços nos direitos dos trabalhadores ou retrocessos.
Em 2017, foi aprovada a Reforma Trabalhista, ocorrendo uma série de reformulações das leis
trabalhistas sob o discurso da “flexibilização”. Algumas situações entre trabalhador e empregador,
antes reguladas pela CLT, agora podem ser negociadas entre eles, não tendo mais a regulação do
Estado. Vejamos algumas das principais mudanças:
1. Acordos coletivos: Podem se sobrepor à lei, mesmo se menos benéficos, e regulamentar, por
exemplo, jornadas de trabalho de até 12 horas, planos de carreira, licenças maternidade e
paternidade, entre outras questões, dentro do limite de 48 horas semanais e 220 horas por
mês. Anteriormente, acordos coletivos não podiam se sobrepor ao que é garantido pela CLT.
2. Jornada parcial: Jornadas parciais podem ser de até 30 horas semanais, sem hora extra, ou de
até 26 horas semanais com acréscimo de até seis horas extras. Até agora, eram permitidas
apenas 25 horas semanais, sem hora extra.
3. Férias: A partir de agora, as férias podem ser parceladas em até três vezes. Contudo, nenhum
período pode ser inferior a cinco dias, e um deles precisa ter mais que 14 dias. Antes da
reforma, as férias podiam ser parceladas somente em duas vezes, e nenhum período poderia
ser inferior a dez dias.
4. Grávidas e lactantes: Passam a poder trabalhar em locais insalubres considerados de graus
"mínimos e médios", sendo afastadas somente a pedido médico. Em grau "máximo", o
trabalho não será permitido. Antes de as Novas leis entrarem em vigor, grávidas e lactantes
eram proibidas de trabalhar em locais insalubres, independentemente do grau
5. Contribuição sindical: Não é mais obrigatória. Será cobrada apenas de trabalhadores que
autorizarem o desconto de seu salário. Anteriormente, o desconto era feito automaticamente
uma vez por ano.
6. Autônomos: Empresas podem contratar autônomos e, mesmo se houver relação de
exclusividade e continuidade na prestação do serviço, não haverá vínculo empregatício,
como ocorria antes das novas regras entrarem em vigor.
7. Trabalho intermitente: Passam a ser permitidos os contratos em que o trabalho não é
contínuo. A convocação do empregado deve ocorrer com três dias de antecedência. A
remuneração é por hora de trabalho e não poderá ser inferior ao valor da hora aplicada no
salário-mínimo. Anteriormente, a CLT não previa esse tipo de vínculo. Os trabalhadores
nessas condições terão direito a férias, FGTS, previdência e 13º salário proporcionais.
8. Almoço: A CLT determina um período obrigatório de uma hora de almoço. A nova
regulamentação permite a negociação entre empregador e empregado. Em caso de redução
do intervalo para almoço, o tempo deve ser descontado da jornada de trabalho.
Fonte: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2017/11/11/reforma-trabalhista-
entra-em-vigor-o-que-muda.htm?cmpid=copiaecola
Os críticos dessa Reforma apontam que as mudanças nas leis aprofundaram a precarização
do mercado de trabalho brasileiro, atingindo, principalmente, aos trabalhadores. Além disso, houve
um forte aumento do desemprego e, consequentemente, do trabalho informal, bem como, de um
recente fenômeno que conhecemos como “uberização” do trabalho. Este último se refere aos
trabalhadores de aplicativos de entrega e de motoristas. Importante ressaltar que ainda não existe no

45
Brasil um conjunto de regras que regule essa nova forma de trabalho, permitindo que estes
trabalhadores sejam super explorados, trabalhando muitas horas por dia e ganhando pouco.
Vejamos com mais profundidade o que significa cada um desses processos.

Demonstração e/ou Aplicação

PRECARIZAÇÃO

TRABALHO INFORMAL X TRABALHO FORMAL

No trabalho formal, o trabalhador possui contrato de trabalho e registro na Carteira


Profissional de Trabalho. O trabalhador tem os direitos assegurados pela CLT e, assim, a garantia
de uma "maior" estabilidade profissional. O trabalho informal ocorre quando o trabalhador não
possui registro na carteira de trabalho e, consequentemente, vínculo empregatício direto. Não possui
direitos trabalhistas e existe uma maior instabilidade profissional. Há no Brasil muitos trabalhadores
que desenvolvem suas atividades nesse setor.

46
A taxa de desocupação do país caiu novamente e ficou em 11,8% no trimestre encerrado em agosto,
após ficar em 12,3% no trimestre finalizado em maio. Mesmo assim, o país ainda tem 12,6 milhões
de pessoas em busca de trabalho. A queda no desemprego foi puxada pela entrada de 684 mil
trabalhadores no mercado, totalizando 93,6 milhões de ocupados, o maior número desde 2012. No
entanto, esse aumento na quantidade de pessoas trabalhando foi acompanhado por recordes nos
níveis de informalidade. De acordo com informações da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje pelo IBGE, 41,4% da população ocupada
se encontra na informalidade, a maior proporção desde 2016, quando esse indicador passou a ser
produzido. Dos 684 mil novos ocupados, 87,1% entraram no mercado de trabalho pela via
informal. Nesse grupo estão os trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado
e domésticos), os sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e os sem remuneração (auxiliam
em trabalhos para a família).
Data: 27/09/2019
Fonte: https://censo2021.ibge.gov.br/2012-agencia-de-noticias/noticias/25534-desemprego-cai-
para-11-8-com-informalidade-atingindo-maior-nivel-da-serie-historica.html

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/10/trabalho-informal-eleva-risco-de-contagio-
e-morte-por-covid-19.shtml

UBERIZAÇÃO

O discurso do empreendedorismo como estratégia de convencimento, principalmente dos


jovens, a trabalhar nessa forma de trabalho. E você, estudante, o que você pensa sobre isso?
47
O fenômeno da “uberização” consolidou empresas que agora intermedeiam a demanda de
trabalhadores cada vez mais informais. Se, por um lado, isso fomenta o surgimento de novos
empregos, por outro há também um processo de precarização da mão de obra — afinal, esses
trabalhadores passam a não ter mais vínculos empregatícios. Uma dica é assistir ao filme “Vidas
Entregues”, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=cT5iAJZ853c para entrar em contato
com depoimentos de trabalhadores de aplicativos que descrevem como é o dia a dia de quem
trabalha com entrega.

Atividade(s)

1) Em 2020, em meio a pandemia da Covid-19, ocorreram importantes manifestações dos


trabalhadores entregadores de aplicativos. Pesquise em notícias daquela época, buscando
conhecer quais eram as principais reclamações e reivindicações desses trabalhadores. Se
puder, traga imagens.

48
Aula 12 - Desigualdades de gênero no mercado de trabalho

Conteúdo & Conceitos

Existe “trabalho de homem” e “trabalho de mulher”?


Gênero e divisão sexual do trabalho.

Primeiro, precisamos compreender o que é “gênero”. Gênero é uma categoria social


(construção social) que pode variar segundo a cultura, determinando o papel social atribuído aos
papeis de cada indivíduo a partir do seu sexo. Desde que nascemos, somos vistos pela sociedade, a
partir do nosso sexo biológico, de forma “generificada”. Dessa forma, se somos mulheres, esperam
de nós comportamentos e atitudes que a sociedade considera “femininos” e, se somos homens,
comportamentos e atitudes que a sociedade considera “masculinos”.

Nos tempos presentes, antes de nascermos, as pessoas buscam saber, através de exames médicos,
não apenas nosso sexo biológico, mas também nosso gênero. Essa preocupação com a atribuição
do gênero também é fundamental na maioria dos casos no que se refere às escolhas de filho (a)s
durante o processo de adoção. Geralmente, as pessoas buscam adotar determinado menino ou
menina, e não, um ser humano, independente de seu gênero. Nesta operação social, sexo e gênero
são concebidos como marcas corporais importantes para que o bebê seja valorizado na sociedade.
Depois da confirmação do sexo/gênero, alguns familiares ou responsáveis passam a elaborar
planos e projeções sociais para este novo ser humano cujo nascimento se aproxima: determinadas
formas de comportamentos, tipos de personalidades, futura profissão, tipos de relacionamentos
amorosos e sexuais, por exemplo, são imaginados e selecionados para compor uma espécie de
programação de gênero. Importante ressaltar que esta programação é construída a partir do
contexto sociocultural em que estão inserido (a)s os pais e/ou as mães destes futuros habitantes da
sociedade.5

Essa forma de ver os sexos a partir da visão de gêneros, determinando comportamentos e


atitudes desde que somos crianças, repercute no mundo do trabalho e tem gerado, historicamente,
grandes desigualdades entre homens e mulheres. A divisão sexual do trabalho foi construída
socialmente através da divisão de atribuições, tarefas e lugares sociais destinadas para mulheres e
homens. Essa forma é historicamente adaptada a cada sociedade. Em nossa sociedade, tem por
característica a destinação prioritária dos homens a atividades produtivas (ocupações de forte valor
social agregado, como comércio, indústria, empreendimentos, e na política) e a mulheres à esfera
reprodutiva (atividades relacionadas a cuidados e afazeres domésticos). Essa divisão repercute
fortemente nos cargos e funções ocupados pelas mulheres e em seus rendimentos até hoje, já que
são destinadas às mulheres principalmente tarefas e ocupações que remetem a cuidado e serviços
que são menos valorizados socialmente. Vejamos alguns dados apresentados no texto abaixo.

A mulher e o mercado de trabalho6


São diversas as desigualdades existentes na sociedade brasileira. Uma das mais evidentes refere-se
às relações de gênero, menos relacionada à questão econômica e mais ao ponto de vista cultural e
social, constituindo, a partir daí, as representações sociais sobre a participação da mulher dentro
de espaços variados, seja na família, na escola, igreja, nos movimentos sociais, enfim, na vida em
sociedade.

5
https://cafecomsociologia.com/conceito-de-genero/
6
CAMARGO, Orson. "A mulher e o mercado de trabalho". Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/a-mulher-mercado-trabalho.htm. Acesso em 05 de janeiro de 2021.
49
Nas últimas décadas do século XX, presenciamos um dos fatos mais marcantes na sociedade
brasileira, que foi a inserção, cada vez mais crescente, da mulher no campo do trabalho, fato este
explicado pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais.
Em razão do avanço e crescimento da industrialização no Brasil, ocorreram a transformação da
estrutura produtiva, o contínuo processo de urbanização e a redução das taxas de fecundidade nas
famílias, proporcionando a inclusão das mulheres no mercado de trabalho.
Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) realizada pelo IBGE em 2007, a
população brasileira chega a quase 190 milhões de brasileiros, com a estimativa de 51% de
mulheres. Segundo dados do IBGE de 2000, a PEA (População Economicamente Ativa) brasileira,
em 2001, tinha uma média de escolaridade de 6,1 anos, sendo que a escolaridade média das
mulheres era de 7,3 anos e a dos homens de 6,3 anos.
Uma constatação recorrente é a de que, independente do gênero, a pessoa com maior nível de
escolaridade tem mais chances e oportunidades de inclusão no mercado de trabalho. Conforme
estudos recentes, verifica-se, mesmo que de forma tímida, que a mulher tem tido uma inserção
maior no mercado de trabalho. Constata-se, também, uma significativa melhora entre as diferenças
salariais quando comparadas ao sexo masculino. Contudo, ainda não foram superadas as
recorrentes dificuldades encontradas pelas trabalhadoras no acesso a cargos de chefia e de
equiparação salarial com homens que ocupam os mesmos cargos/ocupações.
Ainda nos dias de hoje é recorrente a concentração de ocupações das mulheres no mercado de
trabalho, sendo que 80% delas são professoras, cabeleireiras, manicures, funcionárias públicas ou
trabalham em serviços de saúde. Mas o contingente das mulheres trabalhadoras mais importantes
está concentrado no serviço doméstico remunerado; no geral, são mulheres negras, com baixo
nível de escolaridade e com os menores rendimentos na sociedade brasileira.
O total das mulheres no trabalho precário e informal é de 61%, sendo 13% superior à presença
dos homens (54%). A mulher negra tem uma taxa 71% superior à dos homens brancos e 23% delas
são empregadas domésticas. Necessariamente, a análise da situação da presença feminina no
mundo do trabalho passa por uma revisão das funções sociais da mulher, pela crítica ao
entendimento convencional do que seja o trabalho e as formas de mensuração deste, que são
efetivadas no mercado.
O trabalho não remunerado da mulher, especialmente o realizado no âmbito familiar, não é
contabilizado por nosso sistema estatístico e não possui valorização social - nem pelas próprias
mulheres - embora contribuam significativamente com a renda familiar e venha crescendo. O que
se conclui com os estudos sobre a situação da mulher no mercado de trabalho é que ocorre uma
dificuldade em separar a vida familiar da vida laboral ou vida pública da vida privada, mesmo em
se tratando da participação no mercado de trabalho, na população economicamente ativa.

Demonstração e/ou Aplicação

50
As diferenças nos processos de socialização entre meninos e meninas continuam gerando
desigualdades entre homens e mulheres na sociedade. Continua existindo um reforço da ideia de
que as mulheres seriam “inferiores” aos homens e designadas “naturalmente” a determinadas
atividades e papéis sociais.

Mesmo com a alta inserção no mercado de trabalho e constituindo a maioria da PEA


(População Economicamente Ativa) as mulheres ainda são impactadas pelas desigualdades salariais
e de representação nos cargos de chefia e poder.

A partir dos anos 1980, as mulheres entram com mais força no mercado de trabalho, contudo,
ainda existem categorias em que elas são a minoria e, outras, em que constituem a maioria. São as
mulheres, também, mais impactadas pelo desemprego, a precarização e o trabalho informal. Isso se
intensifica quando olhamos a realidade das mulheres negras.
51
Atividade(s)
1) Na sua casa, como são divididas as tarefas entre homens e mulheres?
2) Em uma sociedade mais justa, como você imagina que seriam as relações entre homens e
mulheres?

52
Aula 13 - Desigualdades de cor/raça no mercado de trabalho

Conteúdo & Conceitos

Frequentemente, quando se inicia um debate sobre o racismo em nossa sociedade e seus


impactos, por exemplo, no mercado de trabalho, algumas pessoas ainda questionam: mas por que
falar de racismo? Isso é coisa do passado. A resposta à pergunta, na verdade, é bem simples: ainda
vivemos os desastres desse fenômeno social intitulado racismo em escala mundial, que se manifesta
em novas formas. Ainda convivemos com os diversos estereótipos contra negros, indígenas, judeus,
palestinos e demais grupos que são percebidos como sendo “outros” no interior de nossa sociedade.
Na sociedade brasileira, principalmente, em relação aos negros e aos indígenas, por conta das
particularidades de nossa história.
Para iniciarmos nossa reflexão, é conveniente que saibamos o significado dos termos
preconceito, discriminação e racismo que são normalmente utilizados nas discussões sobre este
tema. Preconceito tem relação com a opinião formada antecipadamente, sem maior ponderação ou
conhecimento dos fatos, constituindo um julgamento ou opinião formada sem levar em conta os
fatos que o contestem. Trata-se de um pré-julgamento, isto é, algo já previamente julgado.
Discriminação tem a ver com separar; distinguir; estabelecer diferenças. A discriminação racial
corresponde ao ato de apartar, separar, segregar pessoas consideradas racialmente diferentes,
partindo do princípio de que há raças “superiores” e “inferiores” – o que ficou definitivamente
comprovado pela ciência que não existem. Nós, seres humanos, fazemos parte de uma única espécie
– o Homo sapiens. Racismo, por sua vez, é a teoria que sustenta a superioridade de certas “raças”
em relação a outras e que veio acompanhada com os nossos colonizadores, preconizando ou não a
segregação racial ou até mesmo a extinção de determinadas minorias. A História da sociedade
brasileira é marcada pelo racismo desde a chegada dos portugueses em nossa terra. Primeiro foram
os índios, exterminados pelo branco europeu; depois, o tráfico de africanos escravizados, que
representou um dos maiores extermínios humanos da História mundial. A teoria do racismo
estruturou, durante 350 anos, o trabalho no Brasil.
É importante estabelecer essas três dimensões da questão do racismo, pois elas aparecem no
meio social que é o nosso foco aqui, o mundo do trabalho. Algumas pessoas julgam-se não racistas,
porque não cometem injúrias raciais, que é quando você xinga ou destrata alguém publicamente,
levando em consideração a cor da pele e outras características físicas. Costumam argumentar
também que não excluem pessoas negras, indígenas e outras dos seus círculos de amigos e outros
espaços. Contudo, isso não significa que o racismo não exista. É preciso que nós o compreendamos
na sua forma estrutural e como ainda gera grandes efeitos no mercado de trabalho, continuando a
gerar desigualdades entre pessoas brancas e negras, por exemplo. O trabalho é a atividade através
da qual geramos renda, então, consequentemente, a existência do racismo é também responsável
pelas desigualdades de renda.
Após a abolição da escravidão, a população negra escravizada não foi incluída socialmente,
não tendo direitos básicos como moradia e educação garantidos. A não inserção levou essa
população à margem da sociedade e, com isso, dificultando as formas de se sustentar e se inserir no
mundo do trabalho. Desse modo, se construiu uma demarcação das desigualdades de classe devido
à diferenciação de raça. Além disso, houve um domínio de uma teoria chamada “democracia racial”.
Essa teoria, que ainda encontra adeptos até hoje, construiu uma ideia de que as três raças, ou seja, os
brancos, negros e indígenas, viviam em harmonia e que o racismo fazia parte do passado. Isso
dificultou que o racismo, percebido enquanto estrutura social, fosse denunciado e combatido.
Atualmente, essa situação tem se transformado e algumas mudanças ocorreram ao longo dos
últimos anos e esse mito está perdendo sua força atualmente. Um conjunto de estudos, muitos
representados em gráficos e outras formas (como, por exemplo, filmes, séries, programas de TV e
outras formas culturais), demonstram a partir de dados estatísticos e históricos as profundas
desigualdades baseadas na discriminação e no racismo. Dessa forma, esses estudos contribuem

53
bastante para desmistificar a ideia de que “não existe um problema étnicoracial no Brasil”, mas, sim,
um problema social – já que, supostamente, os rendimentos baixos e o problema educacional
atingem a todos, brancos e negros. A partir do momento que há a desconstrução desse mito, a
sociedade de forma geral passa a olhar para este problema de outra forma. Tem ocorrido, por
exemplo, uma tendência maior de brasileiros se autodeclararem como negros. Esse debate tem a ver
com o que falávamos sobre as identidades na aula 6 da Unidade 1.

Demonstração e/ou Aplicação

O Gráfico 1 procura representar, percentualmente, como se dá a distribuição da população


brasileira pela cor da pele e por sexo. O percentual de homens brancos é de 47% do total, enquanto
o de homens negros é de 52%. Já o percentual entre mulheres brancas e negras é de 49,3% e 49,9%,
respectivamente – quase um “empate” estatístico, portanto. O segundo gráfico mostra, por outro
lado, como a distribuição de renda é extremamente desigual. Enquanto homens e mulheres
brancos(as), em 2009, em média, tinham uma renda per capita (= por cabeça, ou seja, por cada
pessoa), respectivamente, de R$ 1.491,00 e R$ 957,00; homens e mulheres negros (as) recebiam,
em média, R$ 833,50 e R$ 544,40, respectivamente. Uma das razões que levantam para explicar
essa desigualdade está na escolaridade. Vejamos, então, outro gráfico:

54
O Gráfico 3, que apresenta evolução da média de anos de estudo, no período de dez anos
(entre 1995 e 2005), para o conjunto de negros e brancos, fruto de uma ampliação da educação de
forma geral. Porém, ainda há uma diferença significativa entre estes dois grupos. As questões que
envolvem as dificuldades que a população negra encontra para se manter nos estudos são
encontradas no meio social, constituindo questões sociais e não problemas individuais. Como
exemplo, podemos citar a questão da violência racial. Estudos do Ministério da Saúde
demonstraram que entre 2007 a 2017 a violência vitimou 10 vezes mais negros e pardos do que
brancos. Além disso, a necessidade de trabalhar desde jovem atinge mais aos jovens negros do que
aos brancos.

Atividade(s)

1) O que significa Discriminação, Segregação e Racismo estrutural?


2) Como você enxerga o debate sobre racismo nos dias de hoje? É comum falar sobre este tema
na escola? Como é tratado?

55
Aula 14 - Políticas de diminuição das desigualdades

Conteúdo & Conceitos

Ações Afirmativas
Como discutimos ao final da aula passada, é possível identificar um movimento de mudança
em relação às visões em torno do racismo ainda muito presente, bem como outras formas de
discriminação e exclusão. As políticas de ações afirmativas são representativas desse movimento.
Elas constituem um conjunto de políticas focais que alocam recursos em benefício de pessoas
pertencentes a grupos discriminados e vitimados pela exclusão socioeconômica no passado ou no
presente. Essas políticas podem ser desenvolvidas tanto no âmbito público, como no âmbito privado,
dentro dos processos seletivos que empresas realizam. Esse conjunto de políticas são importantes
para o desenvolvimento de oportunidades mais igualitárias entre os diferentes grupos da sociedade e,
ainda, aumentar a representatividade dos negros, mulheres, pessoas LGBTQUIA+, indígenas, entre
outros, em diversas esferas da nossa sociedade. As ações afirmativas podem ser:
▪ Contratação e promoção de membros de grupos discriminados no emprego e na educação;
▪ Cotas e Bolsas de estudo;
▪ Metas ou cotas mínimas de participação na mídia, na política e outros âmbitos;
▪ Distribuição de terras e habitação;
▪ Medidas de proteção a estilos de vida ameaçados, como, por exemplo, de comunidades
indígenas e quilombolas.

Demonstração e/ou Aplicação

Em 2020, a empresa Magazine Luiza anunciou que faria uma seleção para seu programa de
trainee somente para pessoas negras. Tal decisão gerou uma grande polêmica nas redes sociais, em
que muitas pessoas acusaram a empresa de estar praticando “racismo reverso”. Contudo, é
importante saber que a empresa tomou esta decisão depois de constatar uma enorme desigualdade
dentro de seu ambiente de trabalho. A maioria dos trabalhadores, dos mais diversos cargos, eram
brancos.

56
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro foi pioneira na implementação da política de
cotas para o acesso ao ensino superior. A política de cotas permite que muitas pessoas, antes
excluídas, possam acessar o ambiente universitário, tendo grande impacto em suas vidas.

Em meio aos protestos que denunciavam a violência policial contra a população negra nos
EUA e no Brasil, a Globonews havia feito um programa para debater racismo, mas somente com a
presença de pessoas brancas. Houve uma grande polêmica na internet, em que pessoas negras
falavam da importância da representatividade nesse debate. Para “consertar” seu erro, a Globonews
fez novamente o programa, mas dessa vez somente com a presença de jornalistas negras.

Atividade(s)
1) Qual é a importância das políticas de ações afirmativas?
2) Como você enxerga a presença e a representatividade negra e feminina na televisão hoje em
dia? Existe alguma figura pública/pessoa famosa que seja referência na sua vida? Conte
mais.

57
Unidade 3. Cidadania, Direitos Humanos e Movimentos Sociais

A unidade 3, “Cidadania, Direitos Humanos e Movimentos Sociais”, tem como objetivo


apresentar, do ponto de vista histórico, a construção da ideia de cidadania no Brasil e no mundo; a
relação dessa ideia com os direitos humanos e a importância dos movimentos sociais nesta
construção. A ideia de cidadania ampliou-se ao longo de nossa história e continua a ser uma ideia
em disputa e expansão. Vimos nas unidades anteriores como, ainda hoje, necessitamos lutar pela
ampliação e garantia dos direitos, de forma a diminuir as desigualdades. Dessa forma, ao
construirmos uma relação histórica, compreendendo as transformações ao longo do tempo,
compreendemos nosso lugar enquanto sujeitos históricos, participantes da vida em sociedade.

Fotografia de Danielle Rodrigues. É do Rio de Janeiro. Professora de Sociologia da Educação


Básica e fotógrafa amadora. Foto tirada em 1 de julho de 2020, no primeiro ato de paralisação dos
entregadores de aplicativo no Rio de Janeiro, durante a pandemia.

58
Aula 15 - O que é cidadania?

Conteúdo & Conceitos

Cidadania é uma palavra recorrente em nosso cotidiano. Ouvimos na televisão, no rádio, na


escola, na nossa família, principalmente, quando estamos próximos a um período de eleição.
“Exerça sua cidadania, vote!”. Mas realmente paramos para pensar e refletir o que essa palavra
significa e de onde ela vem? Muitos estudantes, ao serem questionados sobre o significado de
cidadania, admitem não conhecer profundamente o significado desta palavra ou, então, relacionam
somente à ideia de “deveres”; nossos deveres enquanto cidadãos. Contudo, a história do conceito de
Cidadania está também relacionada com a ideia de direitos. E, para você estudante, o que é
cidadania? Você sabe quais são os seus direitos enquanto cidadão? Vamos conhecer um pouco mais
do processo histórico que desenvolveu a ideia de cidadania no Brasil e no mundo.

Cidadania Histórica

A cidadania constitui uma experiência que foi se modificando ao longo do tempo. Assim
como vimos em relação ao trabalho, por exemplo, ela é uma construção social e que foi sendo
alterada ao longo do tempo. A importância de conhecermos essa história está no fato de que, apesar
da nossa Constituição ter estabelecido que todos somos igualmente cidadãos e que isso nos garante
determinados direitos, a realidade que vemos e vivemos é ainda de exclusão, desigualdade e
violência. Questões como o desemprego, falta de escola, saneamento básico, falta de moradia, falta
de acesso à saúde, inflação, desrespeito aos direitos humanos, ou seja, aquilo que estamos
chamando ao longo do curso como questões sociais, representam direitos negados e violam os
princípios da cidadania. Os direitos básicos dos cidadãos devem ser garantidos pelo Estado,
buscando garantir a cidadania.
Podemos entender, então, que a história da cidadania está atrelada a própria história dos
direitos. O sociólogo Thomas H. Marshall, em seu livro “Cidadania, classe social e status” analisou
a relação entre cidadania e direitos ao longo da história. Ele observou que a ideia de cidadania
começa a aparecer nos séculos XVII e XVIII, na Europa e, inicialmente, com a formulação dos
direitos civis. Os direitos civis são aqueles relacionados com o direito de ir e vir, de liberdade
religiosa, à propriedade e à justiça. Mas, ainda naquele momento, a cidadania era uma cidadania
restrita, ou seja, só eram entendidos como cidadãos aqueles que eram proprietários de bens e de
terras.
Posteriormente, com a formação do Estado democrático representativo, começam a aparecer
os direitos políticos. Esses direitos representam a possibilidade de os cidadãos elegerem seus
representantes e, também, de serem eleitos, participando do processo político. Além disso, diz
respeito aos direitos de os cidadãos poderem formar associações políticas, sindicatos e realizarem
manifestações e protestos. Os direitos políticos, bem como os direitos civis, por muito tempo
estiveram restritos aos proprietários de bens e terras. Na maioria dos países, por exemplo, as
mulheres só conquistaram o direito ao voto somente no século XX.
Os direitos sociais, como acesso à educação, saúde, habitação, transporte, lazer, entre outros,
começam a surgir no século XX em um contexto de agravamento das desigualdades sociais
decorrente do desenvolvimento capitalista em várias partes do mundo. Todos esses tipos de direitos
são vistos de forma diferente em cada Estado e cada época, levando em consideração a diversidade
entre as sociedades no modo como se estruturaram e em seus valores, costumes e regras. Entretanto,
mesmo levando em conta essa diversidade, os países, ao assinarem tratados internacionais, como os
da ONU, devem assumir a responsabilidade de garantir esses direitos a todos os seus cidadãos.

Cidadania Formal x Cidadania Real

59
A cidadania, como vimos, não foi um processo natural, mas fruto de um processo histórico
que contou com a participação de indivíduos e grupos sociais. Ao longo da história, ela foi se
expandindo, tanto em relação aos direitos, quanto em relação a compreensão de quem poderia ser
considerado cidadão. É na constante vigilância dos atos cotidianos que nós, cidadãos, poderemos
nos apropriar desses direitos. Se exigirmos, os nossos direitos ficarão somente no papel. Dessa
forma, defender a cidadania é lutar por nossos direitos.
Dessa forma, é importante reconhecermos que existe uma cidadania formal, ou seja, aquela
que está inscrita nas leis e na constituição dos países. É importante essas leis existam e que todos
possam conhece-las, pois nos garantem a possibilidade de lutar judicialmente por nossos direitos.
Contudo, o que denominamos como cidadania real é aquela que está presente no nosso dia a
dia, ou seja, a prática da cidadania, apesar das leis. O que vemos na realidade é ainda uma enorme
desigualdade entre homens e mulheres; ricos e pobres; brancos e negros etc. Vamos tomar como
exemplo o direito à vida, que é o mais fundamental de todos e que nos dá a possibilidade de usufruir
de outros. Milhares de pessoas morrem de fome em vários locais do planeta ainda hoje. Essas
pessoas não tiveram, então, acesso ao mais básico, o direito à vida. Podemos pensar, também,
outras tantas vidas que são tiradas com a alta violência que vivemos.
Duas reflexões são extremamente importantes quando refletimos sobre cidadania e sobre
nosso lugar enquanto sujeitos sociais, participando da vida em sociedade: a primeira, que a
cidadania, bem como nossos direitos não são naturais, mas resultam das relações sociais em
diferentes momentos históricos e, a segunda, é de que a defesa destes direitos convive,
constantemente, com sua violação. Direitos só se tornam efetivos e substantivos quando são
exigidos e vividos cotidianamente.

Demonstração e/ou Aplicação

Atividade(s)
60
1) Como você relaciona o diálogo da tirinha acima com a construção da cidadania que vimos
nessa aula?

61
Aula 16 - Direitos Humanos

Conteúdo & Conceitos


O que são os Direitos Humanos?
A cidadania plena é condição indispensável para a efetivação dos direitos humanos em
qualquer estado-nação. Mas você já ouviu falar nos Direitos Humanos? Existe muita polêmica em
torno dessa expressão. É bastante comum ouvirmos que os Direitos Humanos existem para
“defender bandido”. Mas o que são, na realidade? No dia 10 de dezembro de 2018, comemoramos
os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em 1948, após anos de guerras que
devastaram países e mataram milhares de pessoas, os países integrantes da Organização das Nações
Unidas (ONU) assinaram o documento denominado Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Neste documento, os países assinantes reconheciam e se comprometiam com a dignidade humana e
a promoção dos direitos inalienáveis. Nela estava contida a ideia de universalidade, ou seja, de que
todas as pessoas, independentemente de sua condição étnico-racial, econômica, social, de gênero,
criminal, são detentoras dos direitos humanos. O mundo tinha acabado de vivenciar o terrível
episódio do Nazismo na Alemanha, sistema político que aprisionou e assassinou milhares de
pessoas por suas religiões, identidade étnico-racial, pensamentos políticos etc., em nome de uma
“pureza da raça” alemã. A Declaração dos Direitos Humanos visava, então, que episódios como
esse não se repetissem. Destacamos aqui, como exemplo, três artigos presentes na declaração7:

Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e
consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo
ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.

A concepção atual de Direitos humanos defende que é possível a construção de uma


sociedade que garanta condições igualitárias de convivência social e de distribuição dos bens
acumulados pelo ser humano a todos os indivíduos, considerando que todos são detentores de
direitos essenciais. Sendo assim, os direitos humanos são fundamentais e inalienáveis (isto é, não
podem ser retirados de alguém), pois são necessários para que todos e todas possam ter uma vida
digna. Por isso, servem de orientação para as práticas jurídicas, econômicas, educativas, na luta por
uma ordem social mais justa e livre.
Embora os direitos humanos tenham sido desrespeitados com frequência ainda maior após a
Declaração de 1948, é importante ressaltar que ela oferece um padrão mínimo de julgamento, um
parâmetro para reivindicação e monitoramento das violações e de controle social dos atos estatais.
Seguiram-se à essa Declaração diversos acordos e tratados internacionais que buscavam
englobar as diferentes visões sobre os direitos humanos. Tais acordos foram colocados em prática
de maneiras variadas pelos países, pois o grau de promoção e garantia dos direitos humanos em um
país depende do jogo de forças sociais, da capacidade de pressão e mobilização da sociedade e de
suas organizações, enfim, da solidez sociocultural e institucional da democracia em cada país.
A política que predominou durante a Guerra Fria deixou sua marca nos direitos humanos.
Desde a Declaração Universal, eles apresentam uma separação que compromete uma das suas
principais características, a indivisibilidade, isto é, a impossibilidade de realizá-los parcialmente. De
um lado, estão os direitos civis e políticos cuja característica central é a “exigibilidade imediata”, e

7
Para ver outros artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, acesse:
https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos
62
que predominaram na Declaração de 1948 como bandeira prioritária dos países capitalistas de
regime liberal-democrático. O outro “conjunto” de direitos humanos, os econômicos, sociais e
culturais, bandeira priorizada pelo bloco dos países socialistas, está presente de forma restrita na
Declaração Universal de 1948. Foram incorporados pela Organização das Nações Unidas (ONU)
em 1966 a partir do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Tais direitos,
no entanto, foram enquadrados sob a fórmula política da realização progressiva, permitindo que sua
aplicação não fosse adotada de forma imediata, supondo que tais direitos requerem transformações
sociais prévias. Isso permitiu, desde então, o adiamento sua aplicação.
Para fins didáticos e não em oposição ao princípio de indivisibilidade, os direitos humanos
são subdivididos historicamente em três gerações:

1) A primeira geração: engloba os direitos civis e políticos e se articula às ideias liberais da


democracia, consolidadas no século XIX.
2) A segunda geração: relaciona-se aos direitos econômicos e sociais e se atrela ao mundo do
trabalho, por isso se vincula às lutas dos trabalhadores, ressaltando sempre o ideal da
igualdade; ela expressa a defesa de um Estado de bem-estar social que ganha força nas
décadas posteriores à Segunda Guerra.
3) A terceira geração: se refere ao direito de autodeterminação dos povos e inclui o direito ao
desenvolvimento, à preservação do meio ambiente e ao usufruto dos bens comuns da
humanidade, incorporando-se às preocupações que ganham espaço no conjunto dos
movimentos sociais e de muitos Estados nas últimas décadas do século XX e início do XXI.

A incorporação de tais dimensões aos direitos humanos, longe de dividi-las, sugere a


amplitude que eles ganham ao longo do processo social. Sua realização exige cada vez mais
transformações globais e estruturais. E você, estudante? Quais transformações você gostaria de ver
e participar?

Demonstração e/ou Aplicação

https://www.youtube.com/watch?v=T0uBPfQOjDQ
Vídeo Direitos Humanos na Sala de Aula, fruto do projeto de Extensão "Cultura e Direitos
Humanos na Escola, desenvolvido no IFRJ e coordenado pela Profª Drª Pâmella Passos. O vídeo
conta um pouco da história do desenvolvimento dos direitos humanos e da cidade, de forma simples
e didática. Destaca a atuação de determinadas pessoas que foram importantes nas transformações
que ocorreram, como Olympe de Gouges, na luta pelo reconhecimento das mulheres como cidadãs
e Toussaint Louverture, líder negro da Independência do Haiti.

63
Atividade(s)
1) Antes dessa aula você já tinha ouvido falar em Direitos Humanos? O que você costumava
ouvir e qual era sua opinião? Ela mudou após a aula ou continua a mesma?

64
Aula 17 - Movimentos Sociais

Conteúdo & Conceitos

Você conhece e/ou participa de algum movimento social?


Vimos nas aulas anteriores que os direitos civis, políticos, sociais e humanos não são
naturais, mas são resultado das relações sociais em diferentes momentos históricos e que a defesa
deles convive com a sua violação cotidiana. Garantir a coerência entre os seus princípios e a prática
tem sido uma luta constante em toda nossa história. Mas quem foram e são os principais atores
responsáveis pela conquista e pela luta de garantia dos direitos? Nessa aula conheceremos os
movimentos sociais, o que eles representam e suas diversidades.
Desde o século XVIII começou a se desenvolver uma nova forma de participação do povo
na organização da vida pública da sociedade, através de reivindicações públicas e conscientes.
Estavam surgindo os movimentos sociais, uma nova maneira de fazer política que assumiu grande
importância na história da construção da cidadania e da justiça social. Analisar sua estrutura e
trajetória nos permitirá identificar os obstáculos e barreiras que devem ser vencidos para que o
processo de construção da democracia se universalize na sociedade brasileira, apontando também a
importância da atuação política da sociedade civil, isto é, de todos nós, nesse processo. Vejamos
algumas de suas características mais gerais:
 Ações coletivas com objetivo de manter ou mudar uma situação. Isso pode ocorrer tanto
pela ampliação dos direitos pelos quais lutam, como pela campanha vitoriosa contra
medidas reacionárias capazes de eliminar direitos já adquiridos. Nesse sentido, pretendem a
manutenção ou a mudança de algum aspecto da sociedade.
 Os objetivos gerais das demandas são outra característica estrutural a ser levada em conta.
Eles podem ser classificados por ações voltadas para a transformação da sociedade, ou para
conservação de determinadas conquistas.
 Podem ser locais, regionais, nacionais e internacionais
 Não são predeterminados, ou seja, dependem das condições e das forças sociais e políticas
existentes em determinado momento e dos recursos existentes e instrumentos utilizados
pelos movimentos
 Relação com Estado, seja de oposição ou parceria, conforme seus interesses e necessidades
 Suas ações podem ser: contra ações do poder público, por exemplo, quando houve a
aprovação da Reforma Trabalhista e os trabalhadores, organizados em sindicatos,
protestaram contra as mudanças; pressionar o poder público, por exemplo, quando
estudantes e professores se organizam e protestam por mais recursos para educação pública;
em parceria com o poder público para fazer frente às ações de outros grupos; para resolver
problemas da comunidade, independente do poder público, por exemplo, ações comunitárias
em favelas, como a criação de pré-vestibulares comunitários.
Há vários exemplos de movimentos sociais em nosso dia a dia e muitas vezes não nos
damos conta. É importante conhecê-los, pois as transformações mais estruturais de nossa sociedade
só foram possíveis através de uma organização coletiva de indivíduos que compartilham
experiências semelhantes e possuem interesses e desejos comuns. Vejamos alguns tipos e formas de
movimentos sociais que se formaram ao longo da história em diferentes países. Importante ressaltar
que os movimentos sociais também foram se transformando ao longo da história, conforme se
alteraram as necessidades e os problemas da sociedade. Os movimentos sociais atuais, por exemplo,
não podem ser analisados sem levar em consideração a importância que a internet e as redes sociais
tomaram em nossas vidas.

65
Demonstração e/ou Aplicação

Movimentos de trabalhadores, por exemplo, se organizam em torno da defesa dos direitos e


interesses dos trabalhadores. Podem ser sindicatos, coletivos, associações, entre outras. Existe uma
diversidade de entidades representativas das mais diversas profissões. Além dos movimentos dos
trabalhadores, temos também movimentos estudantis; movimentos por terra e pela reforma agrária;
movimentos por moradia e pela reforma urbana e movimentos que lutam pelo fim dos preconceitos
e discriminações: movimentos negros, movimentos feministas, movimentos indígenas, movimentos
LGBTQIA+.

Atividade(s)
1) Pesquisem em grupos ou individualmente uma organização ligada a algum movimento
social, podendo ser de alguma categoria de trabalhadores, do movimento negro, feminista,
pelos direitos humanos, aqui do Brasil. Levante informações sobre essa organização, como a
sua história, seus ideais, como se organiza, o que já conquistou etc. Escreva um texto
reunindo essas informações (se puder, traga imagens) e compartilhe com a turma na Aula 19.

66
Aula 18 - Cidadania e Direitos no Brasil

Conteúdo & Conceitos

A história da cidadania no Brasil tem diferenças importantes em relação aos países europeus,
principalmente, porque era uma colônia explorada por aqueles países. Até hoje vivemos os efeitos
do legado colonial e escravista. A cidadania no Brasil é marcada por elementos econômicos, onde
desde a Colônia, a cidadania e seus direitos eram atribuídos aos que tinham propriedade (terras =
riqueza). Na Constituição de 1824, por exemplo, uma de suas principais marcas era a definição de
que o cidadão, para exercer o direito ao voto, deveria ter uma renda anual equivalente a 150
alqueires (medida de terra) de plantação de mandioca, sendo necessário valores maiores para se
candidatar a senador e deputado. Dessa forma, imperava no país uma ideia de os “homens bons” e,
portanto, cidadãos eram aqueles que tinham direito à propriedade e, por isso, poderiam estar
inclusos na dinâmica da participação política; enquanto os “não cidadãos” eram todos aqueles não
inclusos nessa dinâmica, como os homens pobres, as mulheres, escravizados e indígenas.
Essa realidade foi sendo questionada pelos não cidadãos ao longo da história, ocasionando
em revoltas populares e movimentos de reivindicações que buscavam maior participação na vida
política no Brasil. Contudo, é correto afirmar que o Brasil viveu grande instabilidade em torno dos
direitos civis e políticos em sua história. É importante destacarmos momentos da história do século
passado em que estes direitos estiveram em extrema disputa.
 Entre 1930 e 1964, a situação dos direitos civis e políticos variou bastante, mas na maior
parte do tempo eles foram restritos ou abolidos. Os direitos sociais, por sua vez, tiveram
uma evolução, embora sob a supervisão do Estado, o que sociólogos e historiadores
denominaram de “cidadania regulada”, uma cidadania restrita e sempre vigiada pelo Estado,
do ponto de vista legal ou policial.
 De 1930 a 1945, os direitos civis e os direitos políticos evoluíram pouco porque foi curto o
período de vigência da constituição liberal de 1934, em que ampliava os direitos políticos,
estabelecendo o voto feminino e o voto direto. Já em 1937 foi implantado o Estado Novo,
regime ditatorial que se prolongou até 1945. A participação da população restringiu-se às
votações para o Legislativo, pois as eleições para os cargos executivos foram indiretas ou
não ocorreram.
 A Constituição de 1946 determinava a extensão do voto a todos os cidadãos (homens e
mulheres) maiores de 18 anos, menos os analfabetos. Assim, a participação da população
nas eleições cresceu lentamente: em 1945 era de 13,4%; em 1950, subiu para 15,9%; em
1960, o índice de participação chegou a 18% (ainda muito baixo). Ao excluir os analfabetos,
excluía-se, principalmente, negros ex-escravizados que, mesmo após o fim da abolição, não
foram inseridos na sociedade, tendo seus direitos negados. Portanto, muitos não tinham
acesso à educação.
 De 1945 a 1964, os direitos civis e políticos retornaram a uma situação estável, com
liberdade de imprensa, de manifestação e de organização partidária, mas houve exceções: o
Partido Comunista do Brasil (PCB), por exemplo, teve seu registro cassado em 1947, e as
greves só eram consideradas legais quando autorizadas pela Justiça do Trabalho.
 Em 1964, vivemos o golpe militar e implementação da Ditadura Militar, momento marcado
pela retirada dos direitos políticos, com a cassação de mandatos, a suspensão das eleições
diretas, a perseguição aos críticos da ditatura, com prisões e torturas.
 Com o fim da Ditadura Militar, em 1988 diversos movimentos sociais participam da
construção da nova Constituição que ficaria marcada com a “constituição cidadã”. Pela
primeira vez na história brasileira uma legislação democrática garantindo a plenitude dos
direitos civis, políticos e sociais no Brasil. O aspecto mais marcante dessa Carta é que os
direitos e garantias fundamentais aparecem antes das disposições sobre o funcionamento dos
poderes do Estado. Isso significa que o Estado está a serviço dos cidadãos e que esses
67
direitos não podem ser abolidos por ninguém. Em outras palavras, os direitos humanos —
civis, políticos e sociais — estão acima do Estado e legalmente definidos.

Pode-se ver que é bastante recente em nossa história uma constituição que garanta os três
tipos de direitos – políticos, civis e sociais – de forma plena e universal. Com esta nova
constituição, tivemos a ampliação dos direitos políticos, ocorrendo a inclusão de pautas indígenas,
de negros/as, o estabelecimento do voto universal, incluindo os analfabetos e direitos sociais, como
o direito à saúde, sendo dever do Estado (estabelecendo, por exemplo, a criação do SUS). Contudo,
ainda há muito o que fazer para que para garantir que esta Constituição não seja mera formalidade,
mas realidade. Para tal objetivo é preciso, enquanto cidadãos, estarmos vigilantes aos nossos
direitos e dispostos a lutar para sua ampliação, possibilitando que todos os indivíduos possam, de
fato, viver dignamente.

Demonstração e/ou Aplicação

Atividade(s)
1) Você já leu a nossa Constituição de 1988? Pesquise o texto que fala sobre os direitos de
todos os cidadãos e marque aquilo que te chama mais atenção.

68
Aula 19 - Movimentos Sociais no Brasil

Conteúdo & Conceitos

Existe um senso comum presente em nossa sociedade que sustenta a ideia de que nós,
brasileiros, somos um povo “acomodado”, que não luta por seus direitos. Contudo, isto é incorreto e
há registros de movimentos sociais no Brasil desde o primeiro século da colonização até nossos dias.
Esses movimentos demonstram que os que viviam e os que vivem no Brasil nunca foram passivos e
sempre procuraram, de uma ou de outra forma, lutar em defesa de suas ideias e interesses. Os
diversos movimentos sociais, ao longo da história, participam das mudanças e transformações
sociais que vivemos. Ao mesmo tempo, muitos desses movimentos, principalmente os de caráter
mais popular, ou seja, vindos dos mais explorados, foram duramente reprimidos.
Durante o período colonial (1500-1822), os movimentos sociais mais significativos foram os
dos indígenas e os dos africanos escravizados, contudo, a história que a maioria da população
aprende apaga a importância desses movimentos. Os povos indígenas lutaram do século XVI ao
século XVIII para não ser escravizados e para manter suas terras e seu modo de vida. Até muitas
etnias indígenas mantém-se vivas, em comunidade e reivindicam um espaço para que possam
desenvolver suas próprias formas de organização da vida. Os escravos africanos também não
ficaram passivos diante das condições em que viviam. A principal forma de resistência eram as
revoltas localizadas nas fazendas em que trabalhavam e a formação de quilombos, que existiram do
século XVII até o fim da escravidão. Os quilombos se estruturaram em várias partes do Brasil. O
maior e mais significativo foi o dos Palmares, que se localizava no atual estado de Alagoas. Ele
começou a se formar por volta de 1630 e foi mantido até 1694, e teve de 20 mil a 30 mil habitantes.
Mas outros grandes quilombos se formaram em diferentes épocas e lugares da colônia.
O processo de independência do Brasil em relação a Portugal também se deu através da
formação de movimentos sociais importantes que promoveram essa mudança, que ficaram
conhecidos como Inconfidência Mineira (1789-1792) e a Conjuração Baiana (1796-1799).
No período imperial, entre 1822 e 1889, ocorreram movimentos pelo fim da escravidão e
contra a Monarquia, tendo como objetivo a instauração de uma República no Brasil ou a
proclamação de repúblicas isoladas. Alguns desses movimentos ficaram conhecidos como a
Revolução Praieira (1846); Cabanagem (1835-1840); Balaiada (1839); Revolta dos Malês (1835),
entre outros.
Um movimento que merece destaque é a Guerra dos Canudos que aconteceu entre 1893 e
1897, na Bahia. O movimento foi liderado por Antônio Conselheiro. Com ele, sertanejos baianos
estabeleceram-se em Canudos, um lugarejo no nordeste da Bahia, e constituíram uma comunidade
de cerca de 30 mil habitantes. Viviam num sistema comunitário: não havia propriedade privada e
todos os frutos do trabalho eram repartidos.
Temendo o poder de Antônio Conselheiro e a possibilidade de que a experiência se estendesse a
outros lugares, os donos das terras, os coronéis, exigiram que os poderes estadual e federal
acabassem com aquela comunidade. A história desse movimento ficou eternizada no livro Os
sertões (1902), de Euclides da Cunha.
As primeiras décadas do século XX foram marcadas por movimentos sociais de caráter
urbano. Foi o caso das greves operárias e as lutas dos trabalhadores, que emergiram de modo
significativo nesse período e, mesmo proibidas por lei, tomaram conta das fábricas no Sudeste do
país. Esses movimentos grevistas denunciavam as péssimas condições de vida dos trabalhadores, as
longas jornadas de trabalho, os baixos salários, a inexistência de leis trabalhistas e a exploração do
trabalho feminino e infantil. A repressão aos operários foi sempre dura, mas eles foram os
responsáveis para anos depois, haver a Consolidação das Leis Trabalhistas que significou um
importante avanço nas relações de trabalho que passavam a ser reguladas.
Ao longo do século XX, desenvolveram-se os movimentos agrários em que os camponeses
começavam a responder à exploração que sofriam. A partir de 1955, por exemplo, começaram a ser

69
organizadas em Pernambuco as Ligas Camponesas, movimento que se estendeu pelo Brasil até
1964. Essas ações populares denunciavam as condições precárias das populações rurais, bem como
a estrutura da propriedade rural no Brasil.

Movimentos Sociais Hoje


De 1988 aos dias atuais, podemos observar uma série de movimentos pela efetivação de
direitos existentes e pela conquista de novos direitos. Vivemos sob uma Constituição que privilegia
os direitos humanos (civis, políticos e sociais) sobre a ação do Estado, e os movimentos sociais
devem ser instrumentos para o questionamento das muitas desigualdades existentes no país.
Atualmente continua forte a existência de importantes e históricos movimentos sociais dos
trabalhadores, dos camponeses, dos movimentos por moradia na cidade, dos estudantes, os quais
protagonizaram muitas das últimas grandes manifestações que vivemos nos últimos anos. Também
se fortalecem e possuem grande visibilidade movimentos sociais que lutam contra as discriminações.
A começar pelo movimento negro – mesmo sendo correto afirmar que existe desde o
período colonial – hoje, com sua diversidade de organizações, defende entre outras medidas, o
desenvolvimento de políticas de reconhecimento de diferenças raciais e culturais, de combate à
discriminação, de afirmação dos direitos civis (o direito à vida, o direito de ir e vir) e de ações
afirmativas ou compensatórias (ou seja, que compensam a exploração vivida pela população negra
no período da escravidão).
Os movimentos das mulheres que também são bastante diversos e têm longa história no
Brasil e no mundo, mas que hoje se destaca na defesa dos direitos individuais e sociais das mulheres
e na exigência do fomento de políticas públicas voltadas para o enfrentamento e a superação da
discriminação e opressão de gênero. Como, por exemplo, a criação de delegacias especializadas no
atendimento à violência contra mulher; de criação de conselhos dos direitos da mulher, entre outros.

Demonstração E/Ou Aplicação

O livro “Rastros de resistência: Histórias de luta e liberdade do povo negro” de Alê Santos conta as
histórias de diferentes figuras históricas importantes na luta e na resistência do povo negro pela sua
libertação. Histórias que ainda são pouco visibilizadas nas escolas e outros espaços.

70
O filme Escolas Ocupadas – A Verdadeira Organização (Youtube) conta sobre as
ocupações e manifestações que estudantes das escolas públicas de vários estados do Brasil
realizaram exigindo maior participação nas decisões da vida escolar.

Atividade(s)
Apresentação da atividade proposta na aula 17.

71
Unidade 4. Mundo em Transformação: Somos Sujeitos Produtores de História?

O desenvolvimento de tecnologias voltadas ao transporte (de pessoas e de mercadorias)


permitiu o “encurtamento das distâncias” e a redução no tempo “perdido” em diversos processos,
como, por exemplo, em transações comerciais e viagens profissionais. Da mesma maneira, o
desenvolvimento e o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) permite um fluxo
incalculável de informações diariamente. Tais recursos permitiram ao longo das últimas cinco
décadas o desenvolvimento de um processo de integração mundial, conhecido como Globalização,
o qual promove a ampliação de trocas comerciais e culturais em uma escala nunca vista na história.
Essas tecnologias são hoje vistas como indispensáveis em quase todas as áreas profissionais, sendo
necessário estar inteirado sobre suas atualizações bem como as consequências de seu uso. Nessa
unidade, pretendemos promover reflexões sobre o processo de Globalização, o consumo e o
desenvolvimento tecnológico, refletindo sobre seus efeitos no mundo do trabalho, na vida das
pessoas de forma geral e na relação com os recursos naturais.
Os debates devem buscar fortalecer, principalmente, os vínculos dos estudantes com a
sociedade, construindo a ideia de que são sujeitos produtores de história e, assim, a importância de
estarem atentos às transformações que tem acontecido em diferentes âmbitos de nossa vida,
incluindo-os, de forma cidadã, nos debates que têm estado em evidência. Será importante também
resgatar seus vínculos com seus próprios territórios e as outras pessoas ao seu redor, retomando
noções como coletividade e pertencimento.

Fotografia de Tair Marassulov (@tair_marassulov). É russo. Influencer. Vem postando selfies em


suas redes sociais com uma máscara coberta de logos da grife francesa Louis Vuitton. A foto é de 9
de março de 2020.

72
Aula 20 - Globalização, tecnologia e impactos no mundo do trabalho

Conteúdo & Conceitos

A globalização é um fenômeno de múltiplas dimensões — econômica, social, política e


cultural. Para estudarmos o fenômeno de globalização, para além da simples ideia de “intercâmbio
cultural”, é necessário, portanto, uma análise de relações de poder, organização da produção,
apropriação de padrões culturais e ideológicos etc., produzidas em escala global, com efeitos
importantes em todo o mundo.
Como acontece em todo debate que envolve agentes Sociais com interesses conflitantes, a
discussão sobre a globalização também produz leituras divergentes sobre seu funcionamento atual e
suas possibilidades futuras. Alguns tentam estabelecer a globalização como um processo natural e
benéfico para a humanidade em geral. Para estes, a globalização é um momento de realização do
sonho de reduzir o mundo a uma única aldeia global. Nessa aldeia, a tecnologia permitiria a difusão
imediata das notícias e manteria toda a população informada, ao mesmo tempo que tornaria as
viagens cada vez mais rápidas, encurtando significativamente as distâncias. Tal mobilidade
permitiria produzir, assim, uma identidade universal que serviria de fundamento para a instauração
de uma verdadeira cidadania global.
Por outro lado, os críticos a essa globalização têm demonstrado que a velocidade com que as
notícias circulam no mundo nem sempre se traduz em informação para as pessoas. O proclamado
encurtamento das distâncias atende apenas os que possuem condições financeiras de viajar. E o
grande mercado global tem, cada vez mais, demarcado diferenças regionais e promovido o
consumismo. Pobreza, desemprego, incapacidade de exercer a cidadania, disputas étnicas e
movimentos separatistas são situações ainda comuns no planeta e revelam a dificuldade de aceitar a
visão da globalização como um processo de aperfeiçoamento do mundo.
Alguns críticos da globalização têm promovido, então, novas visões de como a globalização
e o contínuo desenvolvimento tecnológico pode ser, sim, benéfico a humanidade, promovendo uma
globalização mais humana. O desenvolvimento tecnológico não leva necessariamente a efeitos
perversos, evidenciados por desigualdades e violações dos direitos humanos. Tais consequências
decorrem da forma como esses meios são empregados pela sociedade. Eles poderiam, portanto, ser
utilizados para promover os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade no plano internacional.
Não são novas as ideias de um mundo globalizado, no qual as pessoas iriam além de suas
fronteiras nacionais e culturais e compartilhariam valores planetários comuns. Este movimento já
existe milênios, por exemplo, com as grandes cruzadas que levaram ao desenvolvimento da
colonização. Contudo, é certo que a revolução tecnológica que se iniciou no final dos anos 1960
constituiu um grande diferencial. A internet, usada como veículo de transmissão de notícias e ideias,
e para transações econômicas internacionais, levou a um novo patamar o entrelaçamento econômico,
político e cultural das nações. A diversidade de informações disponíveis passou a influenciar os
mais variados grupos sociais e criou formas de diálogo entre o global e o local. O desenvolvimento
tecnológico tem efeitos profundos também nas formas de organização do trabalho em todo o mundo.
Ao evidenciarem as mazelas criadas ou aprofundadas pelo processo de globalização, os
críticos contrariam a ideia de que o desenvolvimento capitalista como único destino possível para a
humanidade com base nessa concepção. Essas críticas são representadas por organizações e
movimentos sociais, como ambientalistas, sindicalistas, feministas e defensores dos direitos
humanos, e têm em comum a meta de viabilizar outro tipo de globalização, que garanta os direitos
de todos, preserve a natureza e utilize os recursos de forma racional e justa. Ou seja, esses
movimentos não se opõem ao fenômeno globalizador, mas à globalização no molde capitalista, que
tem gerado enormes desigualdades nacional e internacionalmente.
O debate sobre a globalização e seus limites envolve diferentes enfoques e prioridades,
desde a exploração do meio ambiente e dos recursos naturais até a ampliação da exploração dos
trabalhadores sob condições que lembram as do início do século XIX (relembrem quando falamos
sobre a precarização do trabalho há algumas aulas). Como alternativa, as organizações e
73
movimentos defendem a priorizar a atuação da sociedade civil, por meio dos movimentos sociais e
das organizações não governamentais (ONGs), para pressionar Estados e empresas em favor das
minorias.

Demonstração E/Ou Aplicação

Impactos do desenvolvimento tecnológico e da globalização no mundo do trabalho

https://www.youtube.com/watch?v=OEo14_iw7ho

O vídeo faz uma importante reflexão acerca da “robotização” cada vez maior em vários aspectos de
nossa vida e nos impactos disso no mundo do trabalho

Atividade(s)

1) Que necessidades/trabalhos surgem na atualidade? Vamos fazer uma reflexão disso em


relação ao nosso consumo e apontando os pontos negativos e positivos do grande
desenvolvimento tecnológico que vivemos.
2) Pesquise sobre a profissão que você deseja exercer, como, por exemplo, qual tipo e nível de
formação e de conhecimentos você precisa ter/aprender. Essa profissão tem sido impactada
pela “robotização”?

74
Aula 21 - Meio ambiente e sociedade: produção, consumo e sustentabilidade

Conteúdo & Conceitos

A expressão meio ambiente traz de imediato à mente a ideia de natureza. E natureza, no


senso comum, está associada sobretudo à vida animal e vegetal. Meio ambiente e natureza remetem
a biomas, como a Floresta Amazônica, o Pantanal, a Mata Atlântica, a Caatinga e o Cerrado, bem
como aos animais e à vegetação de cada ecossistema. Mas nessa concepção falta o elemento
humano, principalmente no que diz respeito a seu caráter social e cultural. O desenvolvimento da
cultura humana e a forma como suas diferentes manifestações interagem com o ambiente físico ao
redor caracterizam o conceito de meio ambiente para as Humanidades.
As transformações e as formas de uso dos recursos naturais dependem do modo de vida dos
grupos sociais em determinados contextos, de maneira a atender às diferentes necessidades dos
indivíduos, criadas socialmente, ou seja, de suas formas de produção. Dessa forma, o meio
ambiente natural passa a ser compreendido como parte dos diferentes conflitos oriundos da
construção das sociedades ao longo da história.
As rápidas alterações econômicas e políticas que marcaram a modernidade transformaram
sociedades até então predominantemente agrícolas e rurais em sociedades industriais e urbanas. A
relação das sociedades modernas com o meio ambiente é marcada por essa transição que criou uma
ideia de oposição entre a natureza e a produção humana.
Essa oposição está relacionada com o uso intenso e crescente dos recursos naturais do
planeta, a fim de alimentar o desenvolvimento tecnológico e atender às mudanças nos padrões de
consumo, em especial nas sociedades industriais capitalistas e nos países recentemente
industrializados, que seguem modelos parecidos de geração de riqueza.
Ao longo dos últimos séculos, a inventividade humana e o consequente desenvolvimento
tecnológico produziram um aumento vertiginoso na produção de riquezas, na oferta de alimentos e
na expectativa de vida, por meio da submissão da natureza aos caprichos do modelo de
desenvolvimento. Ao mesmo tempo, as fontes dos principais recursos que sustentam esse
desenvolvimento passaram a apresentar sinais cada vez mais evidentes de esgotamento.
A constatação desse esgotamento acendeu o debate sobre a suposta oposição entre seres
humanos e natureza. Tal oposição conduziu a sociedade a adotar uma posição voltada para o
preservacionismo, que considera o ser humano incompatível com a ideia de equilíbrio ambiental,
apoiando medidas como a criação de áreas de preservação inacessiveis aos humanos. Diante da
falência desse modelo, a sociedade começou a olhar para as formas de vida nâo predatórias, para as
práticas das comunidades tradicionais integradas à natureza, a fim de encontrar modelos que
mostram como a vida dos seres humanos pode ser compatível com o equilíbrio ambiental, como as
comunidades indígenas e quilombolas.
Os avanços científicose e tecnológicos que demandaram e permitiram uma exploração cada
vez mais intensa dos recursos naturais do planeta, possibilitaram, ao mesmo tempo, revelara as
consequências drásticas da exploração predatória do meio ambiente. Isso confirma a ideia de que a
tecnologia e o desenvolvimento não é ruim em si, mas depende da forma como nós, enquanto
sociedade, os utilizamos. A difusão da consciência dos efeitos nocivos da relação do ser humano
com a natureza produziu uma série de estudos e vem mudando a opinião pública a respeito de
progresso, dos meios para alcançá-lo e de suas consequências para a sociedade e a natureza.
Embora os padrões de consumo continuem inabalados, essa mudança gerou novos discursos, que
agora orientam grupos preocupados em modificar o atual modelo de desenvolvimento.
Precisamos, sobretudo, reconhecer as desigualdades existentes entre os países e dentro de
cada sociedade em relação ao consumo e a exploração das riquezas. Todos nós temos o papel de
construir uma nova forma de nos relacionarmos com a natureza e isso passa por, entre tantas outras
coisas, repensar o ritmo de nosso consumo, o que almejamos como uma “boa vida”, a relação que
temos com o lixo que produzimos e os espaços naturais que frequentamos. Mas é preciso

75
reconhecer também que ainda existem enormes desigualdades de acesso ao esgoto, água encanada e,
também, a coleta de lixo e uma limpeza adequada do ambiente em que se vive. Dessa forma, a
responsabilidade maior está com o governo e as empresas que têm maior poder político e
econômico de exploração da natureza. Dessa forma, nós, enquanto cidadãos, devemos e podemos
cobrar desses agentes que se responsabilizem pelo futuro de toda a humanidade e modifiquem as
formas de exploração de recursos naturais, promovendo políticas que visem a preservação e a
construção de outro modelo de desenvolvimento, mais sustentável para natureza e para nós.
O consumo acelerado de recursos para manter o processo de industrialização criou
problemas para diferentes sociedades. Eliminação de lixo industrial, estabelecimento de indústrias
pesadas, produção de energia, instalação de infraestrutura para produção e outras necessidades de
consumo das sociedades modernas foram reconhecidos como processos que beneficiam
determinados grupos em detrimento de outros.
Muitas vezes, a conscientização em relação aos problemas ambientais, em lugar de
promover um movimento de reestruturação do modelo econômico, suscitou a radicalização de
diferenças. Por exemplo, as indústrias pesadas, a exploração predatória dos recursos naturais e
outras atividades nocivas ao ambiente foram transferidas para países em desenvolvimento, como,
por exemplo, o Brasil. Dessa forma, várias empresas transnacionais implantaram fábricas em locais
em que a legislação ambiental é menos rígida e a mão de obra é mais barata, e aumentaram seus
lucros por meio da exploração da fragilidade de outros países, o que ampliou a desigualdade. Por
isso, é importante reafirmar que quando falamos de meio ambiente, não estamos apenas falando.

Demonstração e/ou Aplicação

https://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw&t=117s

Da extração e produção até a venda, consumo e descarte, todos os produtos em nossa vida afetam
comunidades em diversos países, a maior parte delas longe de nossos olhos. “História das Coisas” é
um documentário de 20 minutos, direto, passo a passo, baseado nos subterrâneos de nossos padrões
de consumo.
“História das Coisas” revela as conexões entre diversos problemas ambientais e sociais, e é um
alerta pela urgência em criarmos um mundo mais sustentável e justo. “História das Coisas” nos

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ensina muita coisa, nos faz rir, e pode mudar para sempre a forma como vemos os produtos que
consumimos em nossas vidas.

Atividade(s)

1) A construção de um “mundo mais sustentável” depende somente de atitudes individuais ou


também coletivas? Quais são as novas “atitudes” que nós, enquanto sociedade, podemos
praticar para construção de um “mundo mais sustentável”?

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Aula 22 - Qual cidade nós queremos? Urbanização, segregação e os diferentes territórios

Conteúdo & Conceitos

Quando falamos em cidade, não podemos esquecer todas as relações sociais que estão em
jogo no espaço urbano. É preciso analisar desde a formação desse espaço até os problemas atuais
que são vividos nele: trânsito, violência, conflitos, falta de transporte, moradias precárias etc. De
modo geral, as cidades surgiram como resultado de transformações sociais que modificaram as
estruturas econômicas, políticas e culturais das sociedades em diferentes momentos históricos.
Constituíram-se pelo crescimento da indústria e do comércio, pois os altos contingentes de
trabalhadores que deixavam o campo por falta de trabalho tornavam-se mão de obra assalariada nas
fábricas e no comércio urbano. No início do processo, os próprios donos das fábricas eram
responsáveis por oferecer moradia e condições de alimentação e transporte para os operários, mas,
depois, essa função passou a ser desempenhada cada vez mais pelo Estado e as demandas da classe
trabalhadora por melhores condições de vida passaram a ser dirigidas a ele.
Os interesses conflitantes nas cidades mobilizam de maneira específica a população, o
capital e o Estado, o que afeta diretamente a vida de seus habitantes. Tais embates podem ser
percebidos na distribuição espacial de serviços e de infraestrutura, na violência — que não está
associada apenas ao aumento da criminalidade, mas principalmente às desigualdades e às
contradições presentes na raiz do desenvolvimento urbano —, e nas diferentes formas de
organização e de atuação política, como a luta pelo direito à cidadania e à moradia.
As diferenças que marcam nossas cidades são gritantes quando observamos os bairros
diversos, as formas de moradia e sua população, o grau de conservação dos equipamentos públicos
e de acesso aos meios de transporte. É possível ver nessas diferenças um importante aspecto
territorial do processo da formação social brasileira: a segregação espacial urbana. A segregação
está associada à camada da população que passa a habitar lugares distantes do centro urbano (que
concentra o comércio e as possibilidades de trabalho), nos quais a infraestrutura de serviços
públicos é deficiente ou mesmo inexistente.
A segregação, nesse sentido, consiste, em especial, na concentração de determinadas classes
ou camadas sociais em certas regiões e bairros da cidade. No Brasil, como em outros países
capitalistas, são segregados dessa forma principalmente os mais pobres. As classes populares
ocupam as regiões mais afastadas e com menor número de equipamentos públicos, ou seja, com
menor acesso a direitos como saneamento, saúde, lazer, educação e, além disso, moram distante dos
seus locais de trabalho. Esses problemas geram outros problemas, como por exemplo, a necessidade
de grande deslocamento dos locais de moradia até os locais de trabalho, gerando alto
engarrafamento nas cidades e um grande estresse no cotidiano das pessoas, afetando suas saúdes.
Essas distâncias sociais na cidade contribuem para a reprodução das desigualdades, na medida em
que as oportunidades ficam menos acessíveis a estas camadas. Além disso, quanto menos conexões
há entre as diferentes camadas da população, mais se enfraquecem as redes de sociabilidade e mais
se priva cada grupo do contato com as diferenças. Geralmente, os contatos se dão através das
relações de trabalho, uma vez que as áreas residenciais mais privilegiadas da cidade produzem uma
demanda constante de serviços, desde segurança até atividades relacionadas à jardinagem, à
construção e serviços domésticos. Nos grandes centros brasileiros, essa demanda motivou a
população trabalhadora a ocupar informalmente áreas nestes locais mais privilegiados, buscando
estar mais próximo de seus empregos. Outro fator que contribui para a ocupação informal da cidade
é a dificuldade de locomoção para o trabalho, pois a rede de transporte público é ineficiente para
levar os trabalhadores das áreas mais afastadas para o centro e vice-versa.
As diferentes experiências que os indivíduos vivem na cidade e em seus locais de moradia
contribuem também para os seus processos de socialização. E, você, estudante, como é a sua
vivência com a cidade? Não somente com seu local de moradia, mas com outros locais que
frequenta ou pôde frequentar um dia, como foram as experiências?
78
Será, então, que as cidades são pensadas e planejadas para todos? Para o bem estar e a
qualidade de vida da maior parte de sua população? Nós, cidadãos, devemos cobrar a construção de
uma cidade, a partir de políticas públicas, democrática e que garanta o bem estar da população que
mora e trabalha nela. Além de morar e trabalhar, outros direitos como lazer, cultura e educação
também fazem parte da vida urbana. Existem muitos movimentos sociais que exigem uma profunda
reforma urbana e a participação popular é muito importante. A administração pública dispõe de
instrumentos úteis para promover uma reforma urbana capaz de colocar o interesse público em
primeiro lugar, bem como combater a especulação imobiliária, reduzir a segregação espacial e
recuperar a capacidade da população de participar das decisões sobre a administração da cidade,
entre os quais estão diferentes mecanismos da democracia representativa (como os conselhos, os
comitês de mobilização social e a Câmara Municipal) e da democracia direta (como plebiscitos,
consultas e audiências públicas).

Demonstração e/ou Aplicação

Em 2020, a instituição Casa Fluminense lançou um livro chamado “Mapa da Desigualdade


da Região Metropolitana do Rio de Janeiro”. O livro é constituído de mapas que indicam as
desigualdades existentes no Rio de Janeiro em relação ao acesso a transporte, educação, cultura,
lazer, renda, entre outros.

Atividade(s)

1) Produção criativa

a) Conte em formato livre sobre o território que você vive. Diga como você se sente nele, o
que há de bom, de divertido e suas relações com outras pessoas, mas também conte o que
você considera os “problemas” e como você pensa que eles podem ser resolvidos. Aproveite
para pesquisar em seu território pessoas e grupos que “fazem a diferença”, ou seja, que
atuem na melhoria da qualidade de vida da comunidade em geral. Podem ser da associação
de moradores, se houver, ou outros grupos, como coletivos e ONGs, mas também podem ser
pessoas que individualmente contribuam para a vida em comunidade e que seja uma
referência para os outros.
b) Conte sobre experiências em outros locais da cidade. Como você se sentiu, o que você viu, o
que você encontrou de semelhante e de diferente do seu território.

2) Pesquisa
79
a) Pesquise sobre espaços de participação da sociedade em sua cidade. Busque saber se no seu
bairro, por exemplo, existe algum espaço em que os moradores podem opinar e influenciar
na vida da cidade.

80
Aula 23 - Nossa rede, nosso espaço, minha comunidade

Conteúdo & Conceitos

Essa unidade teve como objetivo trabalhar a relação entre o estudante e o mundo, dando enfoque
no mundo mais imediato com que têm relação: suas comunidades. Essas duas aulas foram pensadas,
então, para o desenvolvimento de atividades que funcionarão como conclusão e reflexão dos debates
realizados até aqui, tendo como objetivo também produzir material a ser apresentado na formatura. O
que os seus territórios e comunidades têm a ver com os debates sobre tecnologia, consumo e direito à
cidade?
Para isso, é interessante que ele olhe ao seu redor e perceba: O que eu possuo em comum com o
meu território? O que o meu território fala sobre mim? Quais são as histórias da localidade? Quem são
aquelas pessoas que conhecem o território como a palma da mão? Que ajudam a pensar soluções para os
problemas locais, ou que possuem grande referência no entorno? Nos interessa perceber, enfim, como a
nossa identidade está atrelada ao nosso espaço e às redes de acolhimento e contatos que possuímos.
A relação com o espaço é construída a partir de memórias, histórias e identificações que
perpassam a vida dos sujeitos que ali residem. Ao elencarmos como objetivo da disciplina de
Humanidades a compreensão do estudante enquanto agente social, político e histórico, nos cabe
estimular as conexões entre a construção de suas subjetividades ao meio social no qual foi gerado, nos
levando diretamente à relação entre território e indivíduo.
Quando colocamos em primeiro plano a trajetória de vida de cada estudante, estamos não apenas
fomentando a autoestima, mas também invertendo a lógica universal sobre as disciplinas de
Humanidades. Traçando estas trajetórias de forma comum em sala de aula, conseguimos perceber
semelhanças e diferenças entre cada um. Além disso, queremos perceber também como as narrativas
gerais da história se encontram com cada territorialidade, quais potencialidades, conflitos, problemas
sociais destes locais, nos auxiliando a mediar uma compreensão sobre o território pelas mãos e olhos
dos próprios estudantes.

Demonstração e/ou Aplicação

O comerciante, o líder comunitário, a família, a dona do salão, os amigos, o velhinho do


xadrez… cada subgrupo dentro deste grande grupo chamado COMUNIDADE possui sua visão sobre a
vivência nesta localidade. Os diferentes olhares sobre determinada realidade nos ajudam a refletir e
conhecê-la mais, elaborando e escrevendo sua história.

Atividade(s)

1) Abertura da aula com breve exposição sobre os objetivos do módulo e suas principais questões,
apresentando principalmente a relação entre indivíduo-território;
2) Conversa com um convidado da própria localidade, a partir dos seguintes eixos: a) principais
histórias; b) principais problemas; c) qual a principal qualidade do território? d) o que você
mudaria no território?
3) Divisão das turmas em grupos, em que eles irão responder as mesmas perguntas, trocando
histórias individuais entre si e elencando as qualidades e problemas do território;
Esta conversa entre os grupos será anotada em um papel pardo grande, dividindo por pontos;
Cada grupo irá contar sobre o que conversou, apresentando as questões elaboradas.
4) Uso de alguma música ao final, como, “Eu só quero é ser feliz” ou “O Meu Lugar?”. Se utilizar
a música, colocar um fechamento da aula que indique o orgulho do território, sua importância e
a necessidade de lutarmos/valorizá-lo para melhorá-lo.

81
Aula 24 - Encerramento e Reflexão

Chegado o encerramento do módulo Humanidades Aplicadas, esperamos que tenha sido possível:

1) Que esse material tenha auxiliado na realização dos encontros, permitindo conhecer os
estudantes enquanto sujeitos inseridos em suas realidades sociais, construindo vínculos a partir
da prática da empatia e do respeito.
2) A produção de discussões em torno da ideia de sociedade e das relações sociais, mapeando o
que os estudantes compreendem destes temas desde seus contextos, propondo-os ampliar suas
visões e questionamentos acerca das realidades.
3) Uma apresentação qualificada de conceitos em torno dos mundos do trabalho que os auxiliem
na prática do debate pautado no respeito e muni-los de conhecimentos que os fortaleçam
enquanto sujeitos de direitos, principalmente, no ambiente de trabalho que atuarão.
4) Uma apresentação do conceito de Cidadania e do debate em torno das ideias de diferenças e
desigualdades, bem como de direitos civis, políticos e sociais, construindo em cada um dos
estudantes uma consciência histórica.
5) Estimular a compreensão de seus lugares enquanto sujeitos produtores de história, memória e
identidade, bem como a relação destas histórias com o mundo.

82
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Bem-vindo (a) ao módulo de Matemática e Raciocínio Lógico, aqui trabalharemos conteúdos e


fazeres para o crescimento profissional e intelectual. Esteja atento aos exemplos, teremos muitos, e
aos conteúdos. Durante o módulo faça todas as atividades. Tire suas dúvidas com o professor do
módulo, não hesite, os professores estão prontos para tirar às suas dúvidas. Boa caminhada nesta
nova etapa da sua vida!

83
Unidade 1. As Seis Operações

Nesta unidade trabalharemos para reforçar os conhecimentos nas seis operações básicas: adição,
subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação. Aqui você verá métodos para
utilizarmos cada uma delas, suas respectivas aplicações e algoritmos que nos permitem trabalhar
com as mesmas.

84
Aula 1 - As quatro operações básicas

Conteúdo & Conceitos

Em matemática uma operação é como uma máquina que junta dois números e resulta em apenas em
um. Cada operação é denotada de um símbolo e uma definição que estudaremos a parir de agora.

Demonstração e/ou Aplicação

1.1. Adição:
A necessidade de adicionar números surgiu para representar situações nas quais grupos de objetos
de uma mesma classe – Maçã, banana, abacaxi, são da classe das frutas – são agrupados.

Exemplo 1: Arthur e Beatriz são irmãos que possuem cestos de frutas. Na cesta de Arthur há duas
maçãs, três tangerinas e um abacate. Já na cesta de Beatriz há duas maçãs, duas tangerinas e um
mamão. Pergunta-se: quantas maçãs ambos possuem?

Observe que se ao juntarmos as quantidades de maçãs de ambos os irmãos e fizermos uma


recontagem com esse novo agrupamento, temos então uma quantidade de cinco maçãs. Portanto
juntando a quantidade de duas maçãs com três maçãs chegamos a cinco maçãs que podemos
representar como 2 + 3 = 5. A esse processo utilizado chamamos de recontagem.
Agora imagine se quiséssemos utilizar o processo de recontagem para adicionarmos a quantidade de
todas as frutas de ambas cestas, teríamos mais trabalho mão? Imagine então contarmos por este
processo todas as frutas de uma feira, seria muito exaustivo, concorda? Para tais processos
desenvolveu-se um método conhecido como algoritmo da adição.

Mas afinal o que é um algoritmo?


Um algoritmo é uma sequência de procedimentos que devem ser realizados em uma ordem
específica para alcançar determinado objetivo. Um exemplo de algoritmo é uma receita de bolo: os
cozinheiros devem misturar os ingredientes na ordem e quantidades corretas e realizar
procedimentos como bater, levar ao forno, etc., também em uma ordem e durações específicas, para
realizar o objetivo de fazer um bolo.

Exemplo 2: Suponhamos que devemos adicionar dois números 1354 + 772 . Para aplicarmos o
algoritmo, começamos acrescentando um zero à esquerda da representação decimal de 772 ,
obtendo 0772 . Vamos aplicar os elementos em uma tabela para a explicação fique mais fácil, de
forma a concluirmos que: 1354 + 772 = 2126.

85
De maneira bem simples podemos simbolizar os elementos da adição e dar-lhes os seus respectivos
nomes.

1 3 5 4 → Parcela.
+ 7 7 2 → Parcela.
2 1 2 6 → Soma ou total.

1.2. Subtração:
A subtração é a operação inversa da adição, no seguinte sentido: Ao adicionarmos um número b a
um número � , obtemos � = � + � como resultado. Subtraindo � desse resultado � , voltamos ao
número original �. Em símbolos, � + � = � → � − � = �. Da mesma forma que � é a soma de � e
�, dizemos que � é a diferença entre � e �. Vejamos um exemplo numérico.

Exemplo 3: 8 − 3 = 5, escrevendo como o que foi dito acima, temos:


5+3 = 8 → 8−3= 5
Desta forma podemos entender a operação de subtração como a busca por um valor incógnito de
uma operação de adição.

Exemplo 4: Vamos realizar a subtração de 628 − 251.


De maneira bem simples podemos simbolizar os elementos da adição e dar-lhes os seus respectivos
nomes.
6 2 8 → Minuendo
− 2 5 1 → Subtraendo
3 7 7 → Diferença

1.3. Multiplicação:

Definimos:
� → �������������
� + � + � + … + � = � ∙ � = � � → �������������
� ����� � → �������

Exemplo 5: Vamos realizar a multiplicação 576 × 13


5 7 6 → Multiplicando
× 1 3 → Multiplicador
1 7 2 8
5 7 6 +
7 4 8 8 → Produto
86
1.4. Divisão:

É o produto entre um número e o inverso de outro, então, de maneira geral, podemos definir divisão
como inverso da multiplicação entre dois números. Vale ressaltar que o elemento neutro da divisão
é o 1 e que a regra de sinais da multiplicação vale para a divisão.

O algoritmo de Euclides para a divisão de números inteiros é dado da seguinte maneira:

� �
� �

O algoritmo nos garante que � = � ∙ � + � , � < �, onde:


� → Divisor � → Dividendo
� → Quociente � → Resto

Diremos que um número é divisível pelo outro se o seu resto é zero.

Exemplo 6: divisão de 7459 ÷ 5

Solução:

7459 5
24 1491
45
09
4

Desta maneira:
7459 = 5 ∙ 1491 + 4

Atividade(s)

01 – Marcos foi ao almoxarifado de sua empresa, que fica no térreo, e lá pegou 500 folhas de papel.
Ao passar pelo primeiro andar deixou 100 folhas com Felipe. Ao passar pelo segundo andar pegou
152 folhas com Tiago. Ao chegar em seu andar dividiu as folhas em suas mãos, entre ele, Bianca e
Beatriz. Qual a quantidade de folhas que Beatriz ficou se em sua mesa já haviam 16?

02 – Ao fazer uma festa de aniversário, foram comprados 1000 salgadinhos variados (coxinha,
quibes, pastel, empada, mini pizza, pão de queijo). Para organizar a distribuição dos salgadinhos,
foram organizados pratinhos, com 6 salgadinhos cada. Nessa festa são esperadas 160 pessoas (entre
crianças e adultos). Pense um pouco, faça seus cálculos no seu caderno e responda as perguntas:
a) Será possível servir um pratinho com 6 salgadinhos para cada convidado?
b) Quantas pratinhos com 6 salgados conseguimos montar com 1000 salgados?
c) Se a quantidade de salgadinhos for suficiente para os convidados, vai sobrar salgadinhos?
d) Junto com cada pratinho com 6 salgados, será distribuída 2 latinhas de refrigerante. Quantas
latinhas de refrigerantes serão distribuídas?
e) Sabendo que cada latinha de refrigerante custa R$ 1,30, quanto será gasto só para comprar as
latinhas de refrigerantes?
f) Lembrando que um cento são 100 salgados e que o preço de um cento de salgado no bairro da
escola, custa R$ 19,00, quanto será gasto para comprar 1000 salgados?
87
g) Para a festa foi encomendado uma torta de morango e chocolate branco de 8 Kg. Sabendo que
cada kg da torta custou R$ 32,00, quanto foi pago na compra da torta?
h) Quanto foi gasto ao todo para compra os salgados, torta e refrigerantes em lata?

88
Aula 2 - Potência e radiciação

Conteúdo & Conceitos

2.1. Potências:

Da adição e multiplicação sabemos que: � + � + � + … + � = � ∙ �


� �����
De forma similar definimos que: � ∙ � ∙ � ∙ … ∙ � = ��
� �����
Onde � é chamado de base e � expoente, e o conjunto �� é chamado de potência, para todo �
natural.
Uma outra forma de definimos é assim:
� ∙ ��−1 , �� � ≠ 0.
�� =
1 , �� � = 0.

Vejamos alguns exemplos:


a) 23 = 2 ∙ 2 ∙ 2 = 8
b) −5 2 = −5 ∙ −5 = 25
c) −3 5 = −3 ∙ −3 ∙ −3 ∙ −3 ∙ −3 =− 243
d) − 74 =− 7 ∙ 7 ∙ 7 ∙ 7 =− 2401

Note que − 22 ≠ −2 2 , isso por que o parênteses muda a base.


Além disso, nos exemplos anteriores tivemos dois casos em que a base era um número negativo e
que o expoente mudou o resultado final, assim:

� ��������, �� � é ���
− =
��������, �� � é í����

De certa forma temos:


� 1, �� � ���
−1 =
−1, �� � í����

2.2. Propriedades de potência:

Estudaremos agora algumas propriedades que envolvem potências, fique atento para diferenciar as
suas aplicações.

I) Potência de expoente 1: IV) Potência de um quociente:


�1 = � � � ��
= � , ∀�, � ≠ 0
� �
II) Propriedade do inverso: V) Multiplicação de potências de mesma base:
−�
1 �
� = , ∀� ≠ 0 �� ∙ �� = ��+�

Ou
VI) Divisão de potências de mesma base:
� −� � �
= , ∀� ≠ 0, � ≠ 0
� � ��
Ou = ��−�
��

= � ∙ �� VII) Potência de potência:
�−�
89
III) Potência de um produto: �� � = ��∙�
� ∙ � � = �� ∙ �� VIII) Potência cujo o expoente é uma potência:

�� = ��∙�∙…∙�
IX) Potência de expoente zero:
�0 = 1, ∀� ≠ 0

Exemplos:

a) 23 ∙ 27 = 23+7 = 210 = 1024 e) 23 2


= 23∙2 = 26 = 64
3 4
b) 5−3 ∙ 55 = 5−3+5 = 52 = 25 f) 52 = 52∙3∙4 = 524

75 2
g) 23 = 23∙3 = 29 = 512
c) 3 = 75−3 = 72 = 49
7
22 4
−3
h) 72 = 72 = 716
2
d) = 2−3− −4 = 2−3+4 = 21 = 2
2−4

2.3.Radiciação:

Dados um número real � ≥ 0 e um número natural � ≥ 2, temos que existe um número real � tal
que �� = �.
Ao número � chamaremos de raiz n-ézima de � e indicaremos por � � onde � é chamado de
radicando e � de índice.

Exemplos:
3
a) 8 = 2, pois 23 = 8.
b) 16 = 4, pois 42 = 16.
6
c) 64 = 2, pois 26 = 64.
d) 0 = 0, pois 02 = 0.
5
e) 1 = 1, pois 15 = 1.

Quando � for um número ímpar temos que radical e radicando podem ser números negativos,
estendendo assim a nossa definição. Além disso diremos que um número é quadrado perfeito se
possui raiz quadrada exata e se chamará cubo perfeito o que possuir raiz cúbica exata.
3 3
f) −8 =− 2, pois −2 =− 8.

90
3 3
g) −27 =− 3, pois −3 =− 27.

Uma outra forma de definirmos a raiz é trabalharmos com expoente fracionário, assim:



�� = � �

Exemplos:
1
3
a) 83 = 8=2
1
b) 169 = 169 = 13
2

2.4. Propriedades de radiciação:

Como uma raiz é uma potência de expoente fracionário, temos que todas as propriedades de
potência valem para radiciação, assim:

I) Raiz do produto: V) Raiz de radicando fracionário:


� � �
� � �

�∙�= �∙ �
= � , ∀� ≠ 0
� �
II) Potência de uma raiz:


� =

�� VI) Raiz de uma raiz:

� �
III) Raiz n-ésima de uma n-ésima potência: �= �∙�


�� = �, ∀� ≥ 0
VII) Intervalos aplicados a potências:

IV) Redução, ou produto, de expoente e índice: �<�→ �
�< �
� �∙�
�� = ��∙�
Ou
� �÷�
�� = ��÷�

Exemplos:
3 3 3
a) 27 ∙ 8 = 27 ∙ 8 = 3 ∙ 2 = 6

64 64 8
b) = =
25 25 5

8 8 8÷4 2
c) 16 = 24 = 24÷4 = 2

2∙2∙2∙2∙2 16
�) 65536 = 216 = 216 = 2

91
Atividade(s)

�2011
01 – Considere a seguinte expressão algébrica: �1005 O seu valor numérico para � = 2 e � = 4 é:
a) 1 b) 2 c) 4 d) 8 e) 16

9 7 4 9 3 6 5 11
02 – Simplificando a expressão: 10 × 3
× 5
× 6 Temos:
a) 6/5 b) 1/9 c) 1/25 d) 2/3 e) 5/6

03 – Resolva as expressões a seguir:

2 4
a) 9 9 27 9 + 256 − 1,44 b) 12 ∙ 3 + 7 + 16

Chegamos então ao fim desta unidade, é importante treinarmos tabuada, uso das propriedades de
potência e de radiciação, bem como as demais operações, em caso de dúvida, não hesite, pergunte
ao professor do módulo, está etapa é muito importante para o restante de todo o curso.

92
Unidade 2. Fração, Razão e Proporção

Nesta unidade trabalharemos três conceitos importantíssimos: Frações, Razão e Proporção. Juntos
veremos que existem diversas aplicações para os três. Destacando-se a ideia de operações com
frações e a propriedade de proporção.

93
Aula 03 - Frações

Conteúdo & Conceitos

3.1. Frações:

Do Latim fractus, que significa quebrado a fração é a representação de uma parte, ou de todo, de um
ou mais inteiros, representada como:
� � → ���������

� � → �����������

Por exemplo na oração: “Renan consumiu a terça parte de uma dúzia de morangos”. O sujeito
consumiu a terça parte de uma dúzia, ou seja a terça parte de doze morangos, a forma matemática
de se escrever isso é:
1
�� 12
3
Que significa que a cada três elementos do conjunto Renan consumiu apenas um, vejamos a figura a
seguir:

Desta forma concluímos que:


1
�� 12 = 4
3
Note que 12 ÷ 3 = 4, desta maneira podemos concluir que:
1 12
�� 12 = =4
3 3
Vejamos outros exemplos:
3 3∙25 4 4∙99
a) �� 25 = = 15 b) �� 99 = = 132
5 5 3 3

1
A fração também pode possuir uma representação geométrica, note que 3 é a representação de que a
7
cada três partes toma-se uma para si, o que difere da fração 5 , uma vez que 7 > 5 , vejamos a
representação geométrica de cada uma destas frações.

94
Desta maneira podemos notar que:
7 5 2
= +
5 5 5

Assim uma fração pode representar a junção de duas ou mais frações.

3.2. Frações equivalentes e irredutíveis:

Vejamos o desenho a seguir:

14 7
Note que ele representa a fração 10 e que é chamada de fração equivalente da fração 5 . Note que 14

e 10 são múltiplos de 7 e 5 multiplicados por um mesmo fator, assim: Uma fração �
será dita

equivalente da fração � se � e � forem múltiplos de � e �, respectivamente, multiplicados por um
mesmo fator. São exemplos:
4 8 12 16 40 120 60 30 15 3
a) 3 = 6 = 9
= 12 = 30 = … b) 80
= 40 = 20 = 10 = 2

Note que no caso do item “b” os termos foram reduzidos à metade, ou seja multiplicado por meio, e
que no caso não há termo que divida 3 e 2 simultaneamente, visto que são primos entre si. Desta
forma temos que:


��� �, � = 1 → é ��� ���çã� �������í���

3.3. Operações de frações:

I) Adição e subtração:
A soma, e a diferença, de duas ou mais frações pode ser dada de três formas, vejamos exemplos:

Denominadores iguais:
� � �+�
+ =
� � �

4 14 4+14 16 7 4 7−4 3
a) + = = b) − = =
5 5 5 5 8 8 8 8

Denominadores distintos:
� � �∙�±�∙�
± =
� � �∙�

7 3 7 2 3 5 14 15 29 10 4 10∙5+4∙3 62 14 3 14∙3−3∙1 39
a) 5 + 2 = 5 ∙ 2 + 2 ∙ 5 = 10 + 10 = 10 b) 3
+5= 3∙5
= 15 c) 5
− 15 = 15
= 15

95
Um inteiro por uma fração:
� �∙�±�
�± =
� �

1 7∙3+1 22 8 5∙5−8 17
a) 7 + 3 = 3
= 3
b) 5 − 5 = 5
= 5

II) Multiplicação:
� � �∙�
∙ =
� � �∙�

Exemplos:
7 5 7∙5 35 5 16 5∙16 80 2
a) ∙ = = b) ∙ = = =
3 4 3∙4 12 8 25 8∙25 200 5

III) Divisão:


� � � � �
÷ = = ∙
� � � � �

Exemplos:

4
4 2 8
a) 3 = ∙ =
5 3 5 15
2
10
10 9 90
b) 3 = ∙ = = 15
2 3 2 6
9

3.4. Frações decimais:

Uma fração decimal será dada quando o denominador é um múltiplo de 10 , é a forma de


representarmos um número decimal. Desta maneira, todo número decimal pode ser escrito como o
número dividido por 10� onde � representa a quantidade de casas decimais, são exemplos:

24 24 12
a) 2,4 = = =
101 10 5

4425 4425 177


b) 44,25 = = =
102 100 4

3 3
�) 0,00003 = 5
=
10 100000

Atividade(s)

01 – Em certo país, os trabalhadores recebem dois salários mínimos em dezembro: o salário normal
e o 13º salário. Se a pessoa trabalhou os 12 meses do ano, os dois salários serão iguais. Se a pessoa
96
trabalhou uma fração do ano, o 13º salário corresponderá a essa fração do salário normal. Se o
salário normal de uma pessoa é 516 reais e ela trabalhou 7 meses nesse ano, quanto ela vai receber
de 13º salário?

02 – Duas torneiras enchem um tanque em seis horas. Sozinha, uma delas gasta cinco horas a mais
que a outra. Quanto tempo levará cada torneira para encher esse tanque separadamente?

a) 12 horas e 17 horas.
b) 10 horas e 15 horas.
c) 8 horas e 13 horas.
d) 12 horas e 30 min e 17 horas e 30 min.
e) 2 horas e 7 horas.

03 – Usei um terço do meu salário para pagar a parcela do meu apartamento, metade do que sobrou
para pagar o plano de saúde, um quarto do que sobrou para pagar as compras de mês e um terço do
que sobrou para pagar o telefone. Se, após o pagamento dessas contas, sobraram R$95,00, meu
pagamento foi de:

a) R$2280,00
b) R$1140,00
c) R$760,00
d) R$570,00
e) R$380,00

97
Aula 04 - Razão e proporção

Conteúdo & Conceitos

4.1. Grandezas:

Grandeza é tudo aquilo que pode ser mensurado, como por exemplo tempo, energia, massa, entre
outros.

4.2. Razão:

É o quociente entre duas grandezas, um bom exemplo de razão é a formação da grandeza


velocidade. Quando, por exemplo, dizemos que a velocidade de um veículo foi de 40 ��/ℎ
subentendemos que a cada hora este percorre 40 ��, a cada duas horas 80 ��, a cada meia hora
20 �� e assim sucessivamente, a razão no caso é da grandeza distância e da grandeza tempo.
Representamos a razão entre as grandezas de medidas � e �, como �: � ou �/�, chamaremos então
de razão de � para �.
Além disso temos que � será chamado de antecedente e � de consequente.

4.3. Proporção:
� �
É a igualdade entre duas razões, desta maneira temos que: duas razões com termos não-nulos, � e � ,
� �
formam uma proporção quando as frações � e � forem equivalentes, ou seja:
� �
=
� �

Exemplo: Marcelo possui uma empresa com ��� funcionários que são capazes de produzir ����
câmeras de vigilância mensalmente. Ele deseja abrir uma filial que produza ��� câmeras por mês,
mantendo o mesmo ritmo de produtividade, para tal quantos funcionários deve contratar?

Solução:

A quantidade de funcionários deverá ser proporcional, visto que o ritmo de produção será mantido,
sendo � o número de funcionários contratados, temos que:
840 �
=
1200 100

Note que são duas frações equivalentes, e também que:


1200
= 100
12
Logo:
840
�= = 70
12

Portanto ele necessitará de 70 funcionários.

4.4. Propriedades de proporção:

Dados quatro números �, �, � e �, se eles são proporcionais, nesta ordem, então temos que:

98
� �
= → �� = ��
� �
Dizemos que o produto dos meios é igual ao produto dos extremos, assim a proporção do exemplo
anterior também poderia ser resolvida como:

840 � 84000
= → 1200� = 840 ∙ 100 → � = → � = 70
1200 100 1200

4.5. Divisão em partes diretamente proporcionais:

Dadas duas sucessões numéricas, quando a razão ordenadas dos termos for a mesma, diremos que
os números são diretamente proporcionais.

Exemplo: Vejamos que os termos 12, 40, 72 são diretamente proporcionais a 36, 120, 216 .

Solução:

Note que:
12 1
=
36 3
40 1
=
120 3
72 1
=
216 3

Assim temos que são diretamente proporcionais.

4.6. Divisão em partes inversamente proporcionais:

Dadas duas sucessões numéricas, quando a razão ordenadas entre os termos da primeira e o inverso
dos termos da segunda for a mesma, diremos que estes números são inversamente proporcionais.

Exemplo: Vejamos que os termos (5, 7, 9) são inversamente proporcionais a (63, 45, 35).

Solução:

Note que:

5 63
=5∙ = 315
1 1
63

7 45
=7∙ = 315
1 1
45

9 35
=9∙ = 315
1 1
35

Assim temos que são inversamente proporcionais.


99
Atividade(s)

01 – Numa reunião de médicos a razão entre cardiologistas e pediatras era de 4: 3 .Se haviam 36
cardiologistas, quantos eram os pediatras?

02 – Seu Jorge dividirá entre seus três netos a quantia de 180 reais de forma diretamente
proporcional a idade deles. Se eles tem idades igual a 9, 12 e 15, quanto receberá cada um?

03 – A razão entre o número de funcionários e a quantidade de estagiários de uma certa empresa é


de 7/2, se na empresa há 63 funcionários, quantos são os estagiários?

Chegamos ao fim de mais uma unidade. Esperamos que você tenha conseguido realizar as
atividades com facilidade, lembre-se que um método de somar, ou subtrair, frações de
denominadores distintos não excluí o outro, dessa forma se você aprendeu um método diferente em
sua escola pode usá-lo sem medo.

100
Unidade 3. Expressões numéricas

Nesta unidade juntaremos nossos conhecimentos anteriores com novos conhecimentos, serão
aplicações das operações, frações, razão e proporção. Atente-se aos símbolos utilizados e as
aplicações do conteúdo aqui aprendido.

101
Aula 05 - Expressões numéricas

Conteúdo & Conceitos

Expressões numéricas são sequências de duas ou mais operações que devem ser realizadas
respeitando determinada ordem.
Para encontrar sempre um mesmo valor quando calculamos uma expressão numérica, usamos
regras que definem a ordem que as operações serão feitas.

5.1. Ordem das operações:

Devemos resolver as operações que aparecem em uma expressão numérica, na seguinte ordem:

1º) Potenciação e Radiciação


2º) Multiplicação e Divisão
3º) Soma e Subtração

Se a expressão apresentar mais de uma operação com a mesma prioridade, deve-se começar com a
que aparece primeiro (da esquerda para a direita).

Exemplos:

a) 23 − 5 ∙ 2 + 15 ÷ 3

Seguindo a ordem proposta, temos que:


23 − 5 ∙ 2 + 15 ÷ 3 = 8 − 5 ∙ 2 + 15 ÷ 3 = 8 − 10 + 5 =− 2 + 5 = 7

b) 25 − 16 + 4 ∙ 3 − 8

Seguindo a ordem proposta, temos que:


25 − 16 + 4 ∙ 3 − 8 = 9 + 4 ∙ 3 = 3 + 4 ∙ 3 = 3 + 12 = 15

Note que os sinais de adição e subtração, assim como a raiz, criam “ilhas” de pequenas expressões
com suas operações, assim para não nos alongarmos na resolução poderemos aplicar as ordens
nestas “ilhas”, facilitando assim o cálculo proposto. Vejamos o exemplo a seguir:

c) 12 ÷ 3 + 5 ∙ 8 − 144

Seguindo a ordem proposta, temos que:


12 ÷ 3 + 5 ∙ 8 − 144 = 4 + 40 − 12 = 32
1ª 2ª 3ª

5.2. Usando símbolos:

Nas expressões numéricas usamos parênteses ( ), colchetes [ ] e chaves { } sempre que for
necessário alterar a prioridade das operações. Quando aparecer esses símbolos, iremos resolver a
expressão da seguinte forma:

1º) as operações que estão dentro dos parênteses


2º) as operações que estão dentro dos colchetes
3º) as operações que estão dentro das chaves
102
Exemplos:

a) 7 ∙ 45 + 15 ÷ 3 − 30

Seguindo a ordem proposta, temos que:


7 ∙ 45 + 15 ÷ 3 − 30 = 7 ∙ 60 ÷ 3 − 30 = 420 ÷ 3 − 30 = 140 − 30 = 110
1
b) 3 ∙ 46 − 7 ∙ 3 − 12 − 10 + 8 + 3

Seguindo a ordem proposta, temos que:

1 1 1 1
∙ 46 − 7 ∙ 3 − 12 − 10 + 8 +3 = ∙ 46 − 21 − 8 + 3 = ∙ 46 − 13 + 3 = ∙ 33 + 3
3 3 3 3
= 11 + 3 = 14

Atividade(s)

01 – Resolva as expressões numéricas abaixo:

a) 7 – ( 1 + 3) =
b) 9 – ( 5 – 1 + 2) =
c) 10 – ( 2 + 5 ) + 4 =
d) ( 13 – 7 ) + 8 – 1 =
e) 15 – ( 3 + 2) – 6 =
f) ( 10 – 4 ) – ( 9 -8) + 3 =
g) 50 – [ 37 – ( 15 – 8 ) ] =
h) 28 + [50 – (24 – 2) -10 ] =
i) 20 + [ 13 + (10 – 6) + 4] =
j) 52 – { 12 + [ 15 – ( 8 – 4)]} =
k) 25 + { 12 + [ 2 – ( 8 – 6 ) + 2 ]} =
l) { [ ( 18 – 3 ) + ( 7 + 5) – 2 ] + 5 } – 12 =
m) 65 – { 30 – [ 20 – ( 10 – 1 + 6) + 1 ]} =
n) 45 + { 15 – [ ( 10 – 8 ) + ( 7 – 4) – 3 ] – 4 } =
o) 40 + { 50 – [35 – ( 25 +5) – 1 ]} + 7 =
p) 38 – { 20 – [ 22 – ( 5 + 3) + ( 7 – 4 +1)]} =
q) 26 + { 12 – [ ( 30 – 18) + ( 4 – 1) – 6 ] – 1 } =
r) 25-[10 + (7 - 4)] =
s) 32+ [10-(9-4)+8] =
t) 45-[12-4+(2+1)] =
u) 5² + 2³ - 2 x (3 + 9) =
v) 6² : 3² + 4 x 10 – 12 =
w) (7² - 1 ) : 3 + 2 x 5 =
x) 4²- 10 + (2³ - 5) =
y) 30 – (2 + 1)²+ 2³ =
z) [ 4² + ( 5 – 3)³] : ( 9 – 7)³ =

02 – Coloque os parênteses de forma que as expressões sejam verdadeiras.

a) 2 x 5 + 6 – 1 = 20
b) 36  12 + 3 x 2 = 2
c) 12 ÷ 4 x 5 – 1 = 12
d) 102 x 2 – 1 = 102
103
e) 23 – 2 x 2 + 4 = 126
f) 100  4 x 6 + 1 = 4

104
Aula 06 - Problemas envolvendo expressões numéricas.

Conteúdo & Conceitos

Em alguns casos as expressões numéricas podem nos auxiliar a resolver problemas de contagem,
numéricos, e que envolvam as seis operações, vejamos alguns exemplos:

01 – Uma casa será reformada e uma das fases dessa reforma é a colocação de pisos novos. Foram
escolhidos dois tipos de pisos o primeiro ao custo de R$20,00 o metro quadrado, já o segundo ao
custo de R$32,00 o metro quadrado. A tabela a seguir mostra a metragem, os cômodos e qual tipo
de piso será usado.

Cômodo Modelo de piso Metragem (m2)


Sala 1 12
Cozinha 2 7
Quarto de casal 1 9
Quarto dos filhos 1 9
Banheiro 2 4

Qual o valor gasto na compra dos pisos, se foi comprado exatamente o que consta na tabela?

Solução:

De acordo com os preços e a tabela podemos montar a seguinte expressão numérica, e resolve-la
para encontrar o valor da compra:

12 ∙ 20 + 7 ∙ 32 + 9 ∙ 20 + 9 ∙ 20 + 4 ∙ 32 = 240 + 224 + 180 + 180 + 128 = 952


Concluímos então que será gasto R$952,00 na compra dos pisos.

02 – Uma senha, que possui quatro dígitos, de um banco é gerada a partir da data de nascimento do
seu cliente. A data de nascimento da forma AB/CD/EFGH gera os seguintes dígitos:

Dígito Fórmula
1º �+�−�
2º �+�−�
3º � ∙ � + � ∙ � , subtraído de 10, se for maior
que 10
4º �+�−�+�−�

Qual será a senha de um cliente que nasceu no dia 15/02/1993?

Solução:

Pela data de nascimento do cliente podemos calcular sua senha seguindo a tabela:

Dígito Fórmula
1º 1+5−5= 1
2º 0+2−1= 1
3º 1∙5+0∙2= 5

105
4º 1+9−9+3
−2=2

Desta forma a senha será 1152.

Atividade(s)

01 – Os professores de determinada escola precisavam fazer a contagem dos alunos vencedores dos
jogos internos a fim de adquirir as medalhas para premiação. No sexto ano, são 50 alunos no total.
Apenas a quinta parte deles recebeu medalhas no vôlei, e a metade recebeu medalhas no futebol. No
sétimo ano, com 30 alunos, apenas as meninas, que representam um terço dos alunos da sala, foram
premiadas no vôlei e todos os meninos foram premiados no futebol. Já no oitavo ano, foram 7
medalhas de ouro, 4 de prata e 3 de bronze. Por fim, o nono ano não participou da competição.
Quantas medalhas foram compradas?
a) 79 b) 80 c) 78 d) 77 e) 81

02 – A partir das frases a seguir escreva e resolva as expressões numéricas:

a) a metade de dois, mais dois.

b) a metade de: dois mais dois.

c) a metade de dois, mais dois, mais a metade de, dois mais dois.

03 – Ana foi ao mercado e levou para pagar suas compras uma nota de 100 reais. A quantidade e o
preço dos produtos comprados por ela estão indicados no quadro abaixo.

Com base nessas informações, indique o que se pede:

a) Escreva uma única expressão numérica para calcular o valor do troco que Ana receberá ao fazer
as compras.

b) Calcule o valor do troco recebido por Ana.

04 – O número de um CPF tem 9 algarismos e mais dois dígitos verificadores, que são indicados
após uma barra. Logo, um CPF tem 11 algarismos. O número do CPF é escrito na forma
ABCDEFGHI/JK ou diretamente como ABCDEFGHIJK, onde os algarismos não podem ser todos
iguais entre si.
O J é chamado 1° dígito verificador do número do CPF. O K é chamado 2° dígito verificador do
número do CPF.

Primeiro Dígito
Para obter J multiplicamos A, B, C, D, E, F, G, H e I pelas constantes correspondentes:
A B C D E F G H I
x10 x9 x8 x7 x6 x5 x4 x3 x2
106
O resultado da soma, 10A + 9B + 8C + 7D + 6E + 5F + 4G + 3H + 2I, é dividido por 11.
Analisamos então o RESTO dessa divisão:
Se for 0 ou 1, o dígito J é [0] (zero). Se for 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 ou 10, o dígito J é [11 - RESTO]

Segundo Dígito
Já temos J. Para obter K multiplicamos A, B, C, D, E, F, G, H, I e J pelas constantes
correspondentes:
A B C D E F G H I J
x11 x10x9 x8 x7 x6 x5 x4 x3 x2

O resultado da soma, 11A + 10B + 9C + 8D + 7E + 6F + 5G + 4H + 3I + 2J, é dividido por 11.


Verificamos então o RESTO dessa divisão:
Se for 0 ou 1, o dígito K é [0] (zero). Se for 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 ou 10, o dígito K é [11 - RESTO].

Verifique os dígitos verificadores dos CPF’s com os seguintes dígitos:

a) 123456789-JK b) 122816017-JK

107
Aula 07 - Incógnita e resolução de equações.

Conteúdo & Conceitos

7.1. Equação:

Equação é uma expressão algébrica que contém uma igualdade. Ela foi criada para ajudar as
pessoas a encontrarem soluções para problemas nos quais um número não é conhecido.

7.2. Equação de primeiro grau:

A equação do primeiro grau com uma incógnita é formada por uma relação de igualdade entre
números conhecidos e desconhecidos, chamados de incógnitas.

São exemplos:

a) 2� − 25 = 75

b) 3� + 16 = 2� + 30

7.3. Resolução de uma equação:

Resolver uma equação é o equivalente a descobrir o valor desconhecido, ou seja, da nossa incógnita.
Esta resolução segue a ordem inversa de uma expressão numérica, ou seja, primeiro resolvemos
soma ou subtração, depois a divisão ou multiplicação.

Assim os exemplos anteriores podem ser resolvidos da seguinte forma:

a) 2� − 25 = 75

2� − 25 = 75 �������� − ��, ���� �ú���� ������í�� �� 25 ������� �� 75


Assim:
2� = 100 (�������� − ��, ���� �ú���� ������������ ��� 2 ����������� 100)
Assim:
� = 50
Uma outra forma de pensarmos é “levarmos o valor para o outro lado fazendo a operação inversa”
assim:

100
2� − 25 = 75 → 2� = 75 + 25 → 2� = 100 → � = → � = 50
2

b) 3� + 16 = 2� + 30

Resolvendo da forma mais curta, temos:

3� + 16 = 2� + 30 → 3� − 2� = 30 − 16 → � = 14

Atividade(s)

01 – Resolva as equações a seguir:

108
a) 4� − 25 = 100
b) 3� − 7 = 12� + 5
c) 5� − 40 =− 3� + 24

02 – Joaquim falou que seu irmão tem cinco bolinhas de gude a mais do que ele, e que os dois
juntos possuem 31 bolinhas de gude. Quantas cada um possui?

03 – A máquina de xerox de uma empresa tem capacidade de armazenar 1000 folhas em sua
bandeja. Luís, funcionário dessa empresa, possui em suas mãos três grupos de folhas, o primeiro
com uma certa quantidade, o segundo com o dobro que o primeiro e o terceiro com dobro que o
segundo. Se há na bandeja 258 folhas e ao colocar os três grupos de folhas na bandeja ela fica cheia,
quantas folhas possui cada grupo?

04 – Em um concurso os participantes devem responder a um total de 20 questões. Para cada


resposta correta o candidato ganha 3 pontos e para cada resposta errada perde 2 pontos. Determine o
número de acertos e erros que um candidato obteve considerando que ele totalizou 35 pontos.

109
Aula 08 - Regra de três.

Conteúdo & Conceitos

8.1. Regra de três:

É a determinação de uma proporção por divisões diretamente ou inversamente proporcionais, é


dividida de duas maneiras, simples, quando há apenas duas grandezas a serem consideradas, e
composta, quando há mais de duas grandezas a serem consideradas. Vejamos os casos:

I) Regra de três simples com grandezas diretamente proporcionais:

Exemplo: Uma impressora gasta 7� de tinta para imprimir 504 panfletos.

Fonte: freepik.com

Se uma empresa deseja imprimir 4536 panfletos, similares aos outros, quantos litros de tinta serão
necessários?

Solução:

Neste caso analisaremos duas grandezas, volume de tinta e quantidade de panfletos impressa.
Note que se aumentarmos o volume de tinta gasto a quantidade de panfletos impressos também
aumenta, assim como se diminuirmos a quantidade de tinta a quantidade de panfletos também
diminuirá.
Como o aumento de uma grandeza resulta no aumento da outra, assim como a diminuição de uma
grandeza resulta na diminuição da outra, diremos que estas grandezas são diretamente proporcionais,
e assim utilizaremos a divisão direta para resolvermos o problema, vejamos a relação das grandezas
na tabela abaixo:

Volume de tinta Panfletos


� ↑ ↑
7 _________ 504
� _________ 4536

Desta forma:
7 504 31752
= → 504� = 7 ∙ 4536 → � = → � = 63
� 4536 504

Desta forma constatamos que serão necessários 63� de tinta para tal trabalho.

II) Regra de três simples com grandezas inversamente proporcionais:

Exemplo: Na construção de uma casa iram trabalhar dois pedreiros, e os mesmos tem a previsão de
término em 240 dias.

110
Fonte: freepik.com

Verificando a necessidade de término o futuro dono decide, antes do início das obras, contratar mais
três pedreiros que trabalham no mesmo ritmo dos demais, assim, qual será a nova previsão de
término da obra?

Solução:

Neste caso analisaremos duas grandezas, número de pedreiros e tempo.


Note que se aumentarmos o número de pedreiros o tempo de obra diminui, e se diminuirmos o
número de pedreiros o tempo de obra aumenta, assim diremos que as grandezas são inversamente
proporcionais, portanto utilizaremos divisão inversa para resolver tal problema.
Como serão contratados três pedreiros o números de pedreiros passa a ser cinco.
Vejamos a relação das grandezas na tabela abaixo:

Pedreiros Tempo
↑ � ↓
2 ____________ 240
5 ____________ �

Para facilitar o cálculo neste caso basta invertemos a fração que representa quem está inversamente
proporcional, representado com a seta para baixo, e fazermos similar ao exemplo anterior:
2 � 480
= → 5� = 480 → � = → � = 96
5 240 5

Portanto o novo prazo é de 96 dias.

Atividade(s)

01 – Na bilheteria de um show, 100 pessoas foram atendidas em 40 minutos, Se este ritmo for
mantido, o número de pessoas atendidas em 3 horas será:

a) 420
b) 450
c) 480
d) 510
e) 540

02 – Areia com óxido de grafite filtra mais eficazmente a água.

Técnica desenvolvida por cientistas pode ser solução para escassez de água potável. A areia tem
sido ao longo dos tempos utilizada para purificar a água. É, de resto, o potabilizador mais comum
desde há 6000 anos. Um grupo de cientistas da Universidade de Rice, em Houston (EUA), criou
agora uma super areia que tem a capacidade de filtragem cinco vezes superior à areia vulgar. [...]
Este novo material poderá ser mais-valia para alguns países em vias de desenvolvimento onde a

111
água potável escasseia. [...] Num teste para analisar o nível de mercúrio, verificou-se que esta nova
areia foi capaz de absorver o metal durante 50 minutos.

Com base nesse texto, pode-se afirmar que, se o teste fosse realizado com a areia vulgar, ela
absorveria o metal durante:

a) 5���.
b) 10���.
c) 15���.
d) 20���.
e) 25���.

03 - Cinco homens levam 20 dias para construir um telhado. Quanto tempo um conjunto de oito
homens levaria para realizar este mesmo serviço? Admita que, todos os trabalhadores envolvidos
em ambas as situações têm capacidades de trabalho equivalentes.

Chegamos ao final de mais uma unidade, podemos concluir o quanto a regra de três e as expressões
numéricas são importantes para resolvermos problemas ligados ao nosso dia a dia, aplicações de
situações que crescem ou decrescem proporcionalmente.

112
Unidade 4. Porcentagem

Nesta aula aprenderemos o real valor do dinheiro, o tratamento das porcentagens e como elas
podem ser nossas aliadas, bem como a importância de um tratamento da informação, cada vez mais
necessária nesse mundo globalizado, leitura e interpretação de gráficos e tabelas.

113
Aula 09 - Porcentagem

Conteúdo & Conceitos

9.1. Porcentagem:

Porcentagem é o nome que se dá a toda razão, geralmente uma parte pelo todo, de denominador
100, e simbolizada por %,desta forma:


�% =
100

Exemplos:

01 – Numa turma de 40 alunos, 30 são moças, calcule a porcentagem de rapazes nesta turma.

Solução:

A porcentagem será dada pela razão do número de rapazes pelo total de alunos, assim:
10 1 25
= = 0,25 = = 25%
40 4 100

02 – Uma televisão custa �$1200,00 e será vendida com 30% de desconto, qual o valor
descontado?

Solução:

Como serão descontados 30% temos que o valor descontado será:


30
30% �� 1200 = ∙ 1200 = 360
100
Portanto será descontado 360 reais.

03 – Dois por cento das pessoas de gênero masculino, entre 20 e 30 anos, de uma cidade jogam
futebol semanalmente. Se esta cidade possui 500 mil habitantes dos quais 40% de gênero
masculino e dos quais 60% tem entre 20 e 30 anos, quantas são as pessoas de gênero masculino
que jogam futebol nesta cidade?

Solução:

Neste caso, sendo � o número buscado, temos que:


� = 20% �� 60% �� 40% �� 500000
2 60 40
�= ∙ ∙ ∙ 500000
100 100 100

� = 2400

04 – Após um aumento de 20% o salário de um funcionário passou para �$7200,00, qual era o seu
salário antes do aumento?

Solução:

114
Seja � o salário do funcionário antes do aumento, temos que:
7200 = � + 20% �� �

20
7200 = � + ∙�
100
20
7200 = � 1 +
100
7200
7200 = � ∙ 1,2 → � = → � = 6000
1,2

Concluímos que o salário antes do aumento era de �$6000,00.

Atividade(s)

01 - Uma propaganda de jornal anunciava uma mercadoria com 40% de desconto. Esse percentual
corresponde ao seguinte número racional:

a) 4
b) 40
c) 0,4
d) 0,04
e) 0,004

02 - Na aplicação de uma prova, havia 21 moças e 14 rapazes sala. Dessa forma, o percentual de
rapazes presentes na sala, em relação ao total de alunos, corresponde a:

a) 34%
b) 40%
c) 52%
d) 56%
e) 60%

03 - Após um aumento de 6%, uma mercadoria passou a custar �$55,12. O valor dessa mercadoria
antes do reajuste era:

a) �$51,00
b) �$51,30
c) �$51,90
d) �$52,00
e) �$52,60

04 - Pedro foi a uma loja para comprar uma calça jeans que fazia parte de seu uniforma do estágio.
Chegando à loja, ele percebeu que a calça que ele pretendia comprar estava com uma promoção de
20% de desconto. Quando havia pesquisado na semana anterior, a calça custava R$ 70,00 e hoje ela
está custando...

a) R$ 63,00
b) R$ 56,00
c) R$ 48,00

115
d) R$ 42,00

116
Aula 10 - Aplicações de porcentagem

Conteúdo & Conceitos

10.1. Aumentos e descontos:

10.1.1. Aumentos e descontos simples:

No exemplo anterior vimos que o salário do funcionário sofreu um aumento, veja que o valor inicial,
antes desconhecido, somado com a porcentagem de amento.
Assim, sendo �� o valor a ser aumentado em �%, para chegarmos a um valor ��, temos que:

�� = �� + �% �� ��

�� = �� + ∙�
100 �

�� = �� ∙ 1 +
100

A porcentagem de �% será chamada de taxa, e representada pela letra � , do inglês interest que
significa juros. Sendo assim:

�� = ����� �����
�� = �� ∙ 1 ± � → �� = ����� �������
� = ����

Para caso houvesse um desconto subtrairíamos.

Exemplos:

01 – Um produto que antes custava �$1400,00 passou a custar �$938,00, após sofrer um desconto.
Qual a taxa deste desconto.

Solução:

Temos que:
�� = 938 �� = 1400 �=?
Assim:
�� = �� ∙ 1 − � → 938 = 1400 ∙ 1 − �

938
→1−�= → 1 − � = 0,67 → � = 1 − 0,67
1400
33
→ � = 0,33 → � = → � = 33%
100

117
Assim concluímos que houve um desconto de 33%.

02 – Uma casa quadruplicou o seu preço no período de 10 anos, isso significa que o valor da casa
teve um aumento de percentual de?

a) 40% b) 300% c) 400% d) 600% e) 4000%

Solução – B:

Antes a casa custava � agora custa 4�, assim:


4� 300
4� = � ∙ 1 + � → =1+�→�=4−1→�=3 →�= → � = 300%
� 100

10.1.2. Aumentos e descontos sucessivos:

Dois descontos de 10% é igual a um único de 20%? Três aumentos de 20% são equivalentes a um
único de 60%?
Para responder tais perguntas utilizaremos os conhecimentos adquiridos com as seções anteriores.
Vimos que o fator multiplicativo é quem dita o aumento ou o desconto, assim se multiplicarmos por
(1 + �) haverá um aumento, e por 1 − � haverá um desconto, desta maneira, seja � o número de
aumentos e descontos sucessivos, temos que:
�� = �� ∙ 1 ± �1 ∙ 1 ± �2 ∙ … ∙ 1 ± ��

Exemplos:

01 – Uma mercadoria custava �$5000,00 e teve em uma semana uma variação de preço de tal
forma que seu preço aumentou 10%, depois diminuiu 20% e por fim sofreu um aumento de 30%,
qual o preço final desta mercadoria?

Solução:

Temos que:
�� = 5000, �1 = 10%, �2 = 20% e �3 = 30%.

�� = 5000 ∙ (1 + 10%) ∙ 1 − 20% 1 + 30%

�� = 5000 ∙ 1,1 ∙ 0,8 ∙ 1,3

�� = 5000 ∙ 1,144 = 5720

118
10.2. Porcentagem de porcentagem:

Lembremos que a palavra “de” representa um princípio multiplicativo e por isso devemos
multiplicar as porcentagens.
Multiplicação de porcentagens não é diferente de qualquer multiplicação de frações, sendo assim,
por exemplo:
10 30 300 3
10% de 30% = . = = = 3%
100 100 10000 100

Atividade(s)

01 – Uma categoria profissional obteve um reajuste de 7,5% . Isso significa afirmar que, para
calcular seu novo salário, um profissional dessa categoria deve multiplicar seu salário atual por:
a) 7,5
b) 1,75
c) 1,075
d) 0,75
e) 0,075

02 – Na compra de um produto pela internet Lucas conseguiu um desconto de 20% em relação ao


preço da semana anterior, como pagou à vista ainda ganhou 10% de desconto, em comparação com
o preço da semana anterior qual foi o desconto concedido a Lucas nesta compra?

03 – Uma empresa disponibiliza R$ 200.000,00 para a compra de materiais para seus funcionários.
25% desse valor é separado para a compra de uniformes e dessa quantia sobram em média 5% do
montante separado. Sendo assim, responda:
a) Qual a porcentagem, em relação ao montante total, que representa a quantidade de renda que
sobra das compras de uniformes?
b) Qual o valor em reais que foi utilizado na compra de uniformes?

119
Aula 11 - Gráficos

Conteúdo & Conceitos

Os gráficos estatísticos se dividem da seguinte forma:

I) Gráfico de linha (ou poligonal):

São gráficos obtidos a partir da união, por meio de uma linha poligonal aberta (segmentos), dos
pontos que condizem com as frequências.

II) Gráfico de áreas:

É semelhante ao gráfico em linhas, diferenciando-se apenas por evidenciar uma noção de proporção
sobre o todo. É também usado para apontar a relação dos diferentes dados entre si.

II) Gráfico de barras:

Os gráficos de barras, permitem compararmos grandezas por meios de retângulos de mesma largura.

120
III) Gráfico de Colunas:

Juntamente aos gráficos em barra, são os mais utilizados. Indicam, geralmente, um dado
quantitativo sobre diferentes variáveis, lugares ou setores e não dependem de proporções. Os dados
são indicados na posição vertical, enquanto as divisões qualitativas apresentam-se na posição
horizontal.

IV) Gráfico de setores:

O gráfico de setores nos permite comparar grandezas ou frequências por meio do ângulo que será
proporcional a frequência dada. Muito utilizado para representar os termos em porcentagem.

121
A porcentagem é proporcional ao ângulo central do setor, ou seja:
100% = 360°
50% = 180°
25% = 90°

VI) Gráfico pictórico:

São gráficos dados a partir de imagens que compõe a quantidade de elementos de uma determinada
amostra, assim eles podem ser representador por gráficos de linha ou de barras.

Atividade(s)

01 – O dono de uma farmácia resolveu colocar à vista do público o gráfico mostrado a seguir, que
apresenta a evolução do total de vendas (em Reais) de certo medicamento ao longo do ano de 2011.

122
De acordo com o gráfico, os meses em que ocorreram, respectivamente, a maior e a menor venda
absolutas em 2011 foram:

a) março e abril. b) março e agosto. c) agosto e setembro. d) junho e setembro e) junho e


agosto.

02 – Em uma área observa-se o seguinte regime pluviométrico:

Os anfíbios são seres que podem ocupar tanto ambientes aquáticos quanto terrestres. Entretanto, há
espécies de anfíbios que passam todo o tempo na terra ou então na água. Apesar disso, a maioria das
espécies terrestres depende de água para se reproduzir e o faz quando essa existe em abundância.

Os meses do ano em que, nessa área, esses anfíbios terrestres poderiam se reproduzir mais
eficientemente são de:

a) setembro a dezembro b) novembro a fevereiro c) janeiro a abril


d) março a julho e) maio a agosto

03 – Durante uma semana anote a quantidade de água que você consome por dia, e juntos
construiremos um gráfico de consumo de água da turma.

Chegamos a mais uma conclusão de módulo, neste o mais importante foi aprender as aplicações de
porcentagem, a leitura de gráficos e tabelas de porcentagem, bem como conhecer os mesmos.

123
Unidade 5. Juros Simples e Estatística

Nestas aulas somaremos o conteúdo da última unidade a aplicações não vistas anteriormente,
faremos uma reflexão sobre o sistema bancário e suas atribuições, os conceitos iniciais da aula 12
implicam nas demais aulas, então fique atento!

124
Aula 12 - Juros Simples

Conteúdo & Conceitos

12.1. Juro:

Ao financiarmos a compra de uma casa ou realizarmos um empréstimo retiramos dinheiro de


alguém por um período de tempo. Por este período de tempo deve haver uma compensação
financeira, tal compensação é denominada juro.
Por exemplo, ao realizar um empréstimo de �$5000,00 e pagar por este empréstimo a quantia de
�$6500,00 diremos que o juro, representado por �, foi de �$1500,00, que é justamente a diferença
do valor pago e do valor recebido. A este valor do empréstimo denotaremos como capital (ou
principal).
Note que de �$5000,00 para �$6500,00 houve um aumento de �$1500,00 decorrente assim de
uma taxa de aumento, denominada taxa de juro e representada pela letra �. Desta forma temos que:

�= →�=�∙�

Esta taxa pode ser diária, �. �., mensal, �. �., anual, �. �. etc.

Ao valor pago daremos o nome de montante � , que é a junção do capital e do juro:


�=�+�

Exemplo: O valor de �$1500,00 foi aplicado em um investimento que rende 5% �. �. , se for


resgatado três meses depois, qual será o valor resgatado?

Solução:

Note que �. �. é ao trimestre, que será o período de um investimento, visto que o trimestre é
equivalente a três meses, assim:
5
� = 1500 ∙ 5% = 1500 ∙ = 65
100

Desta maneira:
� = 1500 + 65 → � = 1565

Portanto será resgatado o valor de �$1565,00.

12.2. Regimes de capitalização:

125
Se um capital for aplicado por vários intervalos de tempo, a uma taxa fixa por período, teremos uma
capitalização que pode ser calculada de duas maneiras: capitalização simples (ou juros simples) e
capitalização composta (ou juros compostos).

12.3. Juros simples:

O juro é decorrente sempre do capital inicialmente empregado, sobre taxas fixas, durante um
período de tempo, por conta disso o aumento de um período para o outro é sempre igual ao juro
decorrido, vejamos o esquema a seguir:

Desta maneira após ter passado um período de tempo � nosso montante será � = � + � ∙ �, assim:

�= �+�∙� → �+� = �+�∙�∙� → � =�∙�∙�

Exemplos:

01 – Um empréstimo de �$1000,00 foi contraído a regime de juros simples com taxa de 60% �. �.
e foi quitado 18 meses após sua contração, qual o valor pago.

Solução:

Note que neste caso a taxa é anual e o tempo em meses, neste caso devemos transformar os 18
meses em ano, como 1 ano possui 12 meses, temos que 18 meses é equivalente a 1,5 anos. Assim:
60
� = 1000 ∙ 60% ∙ 1,5 = 1000 ∙ ∙ 1,5 → � = 900.
100
Assim o valor pago será:
� = 1000 + 900 = 1900

02 – Marcelo faz um investimento de R$5000,00 e após um ano resgata R$11000,00, sabendo que o
rendimento rendeu sob taxa de juros simples calcule a taxa mensal a que este investimento está
sujeito. Além disso responda, se houvesse retirado o dinheiro no quarto mês de aplicação, qual seria
o valor resgatado?

Solução:

Ele aplicou 5000 reais e resgatou 11000 reais, assim o juro total foi de 6000 reais. Desta forma,
usando a fórmula de juros simples, podemos calcular a taxa mensal:

� = 6000
� = 5000 � 6000
� = 12 → 6000 = 5000 ∙ �% ∙ 12 → 1000 = 60000 ∙ 100 → 6000 = 600� → � = 600 → �
�=?
= 10

Assim a taxa mensal é de 10%.


126
Caso tivesse retirado no quarto mês a taxa de juro seria:

10 200000
� = 5000 ∙ 10% ∙ 4 = 5000 ∙ ∙4= = 2000 → � = 2000
100 100

Assim ele resgataria o montante que é a soma do capital e do juro, logo resgataria R$7000,00.

Atividade(s)

01 – Maria devia, no cartão de crédito de seu banco, �$2.000,00 . Como não conseguiu pagar a
dívida, em três meses, o valor devido subiu para �$2.660,00 . Nessa situação, a taxa de juros
simples cobrada mensalmente pelo banco foi de

a) 8%.
b) 9%.
c) 10%.
d) 11%.
e) 12%.

02 – Um capital de 7.500,00 foi aplicado em um investimento que rende juro simples de 5% ao mês.
Qual será o saldo dessa aplicação após seis meses?

a) 2.250,00
b) 10.000,00
c) 9.750,00
d) 8.500,00

03 – Um capital foi aplicado a juro simples com taxa de 10% ao mês, durante cinco meses. Se no
fim desse período o juro produzido foi de R$ 305. Qual foi o capital aplicado?

a) 500,00
b) 600,00
c) 390,00
d) 610,00

127
Aula 13 - Aplicações e problemas envolvendo juros simples
Conteúdo & Conceitos

Já vimos anteriormente uma fórmula para o cálculo do juros simples:

� → ����
� = ��� → � → ����
� → �����

Também vimos que � = � + �, onde � é o montante.

Na aula de hoje veremos como o juro é aplicado no nosso dia a dia e também definiremos algumas
situações onde o juro nos auxilia.

13.1. Juros, uma bola de neve:

Vejamos a reportagem retirada do site G1 de notícias (acesso 12/11/2020)

O juros no cartão de crédito é um dos maiores dentro do mercado brasileiro. 250,22% de juros ao
ano significa que se devermos um real no cartão e não pagarmos esta dívida, em um ano estaremos
devendo 250,22.

13.2. Juros, um caminho para investir:

O título da reportagem a seguir da revista Valor Investe mostra que é possível ter uma renda a partir
de investimentos, como Poupança, Tesouro direto, entre outros.

128
Contudo é necessário refletir sobre as taxas de juros que causam ganhos.

13.3. Gráfico de juros simples:

A fórmula do Juros simples nos dá que os juros decorrem do tempo, sendo assim podemos ilustrar o
gráfico a seguir obtido por uma taxa de juros de 40% a.a. com capital inicial de R$800,00

Atividade(s)

01 – Escreva um texto e discuta com os seus colegas os benefícios e os malefícios do juro, se vocês
acham justo esta cobrança e quais impactos possui na sociedade moderna.

02 – Thiago decidiu fazer um investimento de R$10000,00 em uma aplicação de rendimento a juros


simples, com taxa de 12% a.m. Thiago fez seu depósito no dia 10 de janeiro de 2020. Ajude Thiago,
construa um gráfico com o montante que ele terá direito a receber até o dia 10 de maio de 2020.

129
Aula 14 - Juros Compostos

Conteúdo & Conceitos

Vimos em aulas anteriores a aplicação de juros simples, mas saiba que esse não é o tipo de
capitação que fazemos em nosso dia a dia, em aplicações bancárias, investimento de títulos,
pagamento de contas em atraso, etc. Para tais aplicações utilizamos o juro composto.

14.1. Juros compostos:

O juro é decorrente sempre do montante do período anterior, como se fossem aumentos sucessivos,
desta forma:
� = �∙ 1+� ∙ 1+� …∙ 1+�
� ������
Logo:

� = �∙ 1+�

Exemplo: Betina recebeu de herança no valor de �$35000,00 e o aplicou num investimento cuja
taxa de juros é de 100% �. �. Após 36 meses Betina resgatou o valor de?

Solução:

Temos que: � = 35000 � = 100% � = 36 meses = 3 anos


3
� = 35000 ∙ 1 + 100% = 3500 ∙ 23 = 280000

14.2. Gráfico do Juros composto:

Diferente do gráfico do juros simples o gráfico que representa o montante do juros compostos não é
uma reta, e sim uma curva que tem um crescimento mais rápido, vejamos os exemplos a seguir de
dois gráficos para um capital de � = 100 reais, e uma taxa de 2% �. �.

130
O gráfico é chama de curva exponencial, devido a variante, o tempo, se localizar no expoente.
Questões e problemas que envolvem juros compostos costumam ser complexos em suas contas,
portanto é importante saber usar a calculadora para fazermos os cálculos. Porém, não nos isenta de
sabermos os cálculos.

Atividade(s)

01 – Aplicando hoje na caderneta de poupança a quantia de R$ 20.000,00, qual será o montante


gerado ao final de 4 anos, sabendo que a rentabilidade mensal é de 0,5%?

02 – Se um capital de R$500 é aplicado durante 2 meses no sistema de juros compostos sob uma
taxa mensal fixa que produz um montante de R$800, qual será o valor da taxa mensal de juros?

03 – Faça uma roda com os seus colegas e comparem a taxa de juros simples e composta, seus
benefícios, seus malefícios, suas fórmulas, etc. Façam uma redação, individual, compilando todas as
suas conclusões.

131
Aula 15 - Estatística

Conteúdo & Conceitos

Estatística é o ramo da matemática que trata do recolhimento, e tratamento das informações obtidas
através de uma pesquisa, ou consulta, a um determinado conjunto de seres, objetos ou indivíduos
denominados de amostra. Tais resultados são mostrados em tabelas e gráficos, aos quais
estudaremos alguns agora.

15.1. Distribuição de frequências:

Uma distribuição de frequências é o agrupamento dos dados considerando a quantidade de


repetições de um determinado intervalo.

I) Frequência absoluta simples �� :


Há cada dado estudado, ou a cada classe, observaremos o número de vezes que o mesmo está
presente, esta quantidade, individual, é a frequência absoluta simples.

II) Frequência absoluta acumulada (�� ):


É o acumulo, ou seja, a soma das frequências absolutas simples até o dado estudado.

III) Frequência relativa simples (�� ):


É a razão entre a frequência absoluta simples (�� ) e o número total de dados (�). Assim:
��
�� =

IV) Frequência relativa acumulada (�� ):
É a razão entre a frequência absoluta simples (�� ) e o número total de dados (�). Assim:
��
�� =

Exemplo: Ao entrevistar um grupo de 50 alunos quanto a sua prática de esportes, ficou constatado
que:
18 alunos jogam futebol;
15 alunos jogam vôlei;
10 alunos jogam basquete; e
7 alunos jogam tênis.
Assim:

Esporte �� �� �� ��

18 18
Futebol 18 18 = 0,36 = 36% = 0,36 = 36%
50 50
15 33
Vôlei 15 33 = 0,30 = 30% = 0,66 = 66%
50 50
10 43
Basquete 10 43 = 0,20 = 20% = 0,86 = 86%
50 50
7 50
Tênis 7 50 = 0,14 = 14% = 1,00 = 100%
50 50
132
50 50
TOTAL 50 50 = 1,00 = 100% = 1,00 = 100%
50 50

15.2. Medidas de tendência central:

15.2.1. Médias:
Dados os termos a seguir:
�1 , �2 , �3 , �4 , …, ��

I) Média aritmética simples:


�1 +�2 +�3 + �4 + … + ��
�� =

Onde � é o número de termos.

II) Média aritmética ponderada:


�1 �1 + �2 �2 +�3 �3 + . . . + �� ��
�� =
�1 + �2 + �3 + . . . + ��
Onde �1 , �2 , �3 , . . . , ��, são os pesos (ou frequências) a que �1 , �2 , �3, …, �� , estão sujeitos
respectivamente.

15.2.2. Moda:

É o valor que aparece com maior frequência em uma distribuição de dados, e pode ser classificada
como:

a) Amodal: A distribuição não apresenta moda.

b) Bimodal: A distribuição apresenta duas modas.

c) Multimodal: A distribuição apresenta mais de duas modas.

15.2.3.Mediana:

Na estatística, a mediana é o valor numérico que separa a metade superior da metade inferior, de
uma amostra de dados, uma população ou uma distribuição de probabilidade que estejam ordenados
de forma crescente ou decrescente.
A amostra ordenada com número n de elementos, onde n é ímpar, terá como mediana o elemento
central desta amostra. Para determinar a posição que o termo central ocupa, basta fazer:
(� + 1)
2
Se n for par, a mediana será a média aritmética entre os termos que ocupam as posições:
� �
� +1
2 2

Exemplos:

01 – Uma pesquisa feita em uma Organização Militar constatou que as idades de 10 militares eram:
25, 20, 30, 30, 23, 35, 22, 20, 30 e 25 . Analisando essas idades, a média aritmética, a moda e a
mediana, respectivamente, são:
133
a) 26, 30, 25 b) 26, 30, 20 c) 35, 20, 25 d) 25, 30, 26 e)
25, 25, 30

Solução – A:

Média Aritmética:
25 + 20 + 30 + 30 + 23 + 35 + 22 + 20 + 30 + 25 260
= = 26
10 10

Moda : 30

Mediana:
Ordenar: (20,20,22,23,25,25,30,30,30,35)
25+25
Mediana: 2
= 25

02 – Foi realizado um concurso de seleção para contratar recepcionistas e auxiliares de escritório. A


prova geral foi igual para ambos. Compareceram 500 candidatos para recepcionista e 100 para
auxiliar. Na prova, a média de todos os candidatos foi 4, porém, a média apenas entre os candidatos
a recepcionista foi 3,8. Desse modo, qual foi a média entre os candidatos a auxiliar de escritório?

a) 3,9 b) 1,0 c) 6,0 d) 4,8 e) 5

Solução – E:

Seja � o a soma das nostas dos candidatos a recepcionista e y a soma das notas dos canidatos a
auxiliar, então:

Média dos recepcionistas: 500 = 3,8 → � = 1900
Média de todos os candidatos:
�+� 1900 + �
=4→ = 4 → � = 2400 − 1900
600 600

→ � = 500
� 500
Logo, média dos auxiliares: 100 = 100 = 5

03 – Qual é a média de idade, em anos, de um grupo em que há 6 pessoas de 14 anos, 9 pessoas de


20 anos e 5 pessoas de 16 anos?

a) 17,2 b) 18,1 c) 17,0 d) 17,5 e) 19,4

Solução – A:

Usando a média ponderada temos que:

14 ∙ 6 + 20 ∙ 9 + 16 ∙ 5 84 + 180 + 80
�� = =
6+9+5 20
344
→ �� = = 17,2
20
134
Atividade(s)

Juntamente com os seus colegas calculem a média, a moda e a mediana das idades dos colegas de
turma.

135
Aula 16 - Aplicações e problemas envolvendo Estatística

Conteúdo & Conceitos

O conhecimento sobre estatística nos leva ao ponto de conseguirmos analisar grátifos e tabelas antes,
desconhecidos, pensando nisso, resolva as seguintes situações problemas:

01 – O padrão de mobilidade urbana no Brasil vem se alterando nos últimos anos com o aumento
acelerado da taxa de motorização da população. Um número maior de veículos privados nas ruas
significa mais acidentes de trânsito, maior poluição veicular e perda de tempo em função dos
congestionamentos nos centros urbanos.
Adaptado de “Indicadores de mobilidade urbana da PNAD 2012”, IPEA

No gráfico abaixo, podemos observar como evoluiu o tempo médio de viagem de casa ao trabalho,
por região, entre os anos 1992 e 2012.

Sobre o gráfico acima, pode-se afirmar que:


a) Em termos de tendência, observa-se uma diminuição no tempo médio gasto para a ida ao trabalho.
b) O Sudeste apresentou o maior crescimento no tempo médio gasto na ida ao trabalho, no período
de 1992 a 2012.
c) Segundo os dados de 2012, o Centro-Oeste tem o segundo maior tempo médio gasto na ida ao
trabalho.
d) A região Sul apresentou aumento de 35% no tempo médio gasto na ida para o trabalho de 1992 a
2012.
e) No período de 1992 a 2012, na região Norte, o tempo médio gasto no trajeto de ida ao trabalho
aumentou aproximadamente 38%.

02 – (SESC) O Comitê Gestor da Internet no Brasil realizou em 2014 uma pesquisa sobre o uso da
internet por crianças e adolescentes no nosso país. O gráfico a seguir é parte dos resultados obtidos.

136
De acordo com os dados apresentados, é possível afirmar que, para acessar a internet:

a) O aparelho celular foi o dispositivo mais utilizado em 2013.


b) O computador desktop foi o mais utilizado em 2014.
c) Houve um aumento de 100% na utilização de tablets de 2013 para 2014.
d) O percentual de utilização do computador portátil em 2014 corresponde ao triplo do percentual
de utilização do vídeo game em 2013.
e) Os dois dispositivos mais utilizados pelos jovens que participaram da pesquisa foram os telefones
celulares e os tablets.

03 – (CMRJ) Um aluno do CMRJ leu, em um jornal de grande circulação, que a cidade do Rio de
Janeiro, durante o inverno, havia experimentado o dia mais quente do ano. A temperatura chegou a
41,2°� no bairro de Santa Cruz, Zona Oeste da capital. Preocupado com o calor excessivo, esse
aluno passou, então, a registrar as temperaturas diariamente, pela manhã e ao final da tarde, a
registrar as temperaturas máximas, diariamente, pela manhã e ao final da tarde, anotando os valores
correspondentes. Para isso, ele criou a tabela abaixo:

Temperatura máximas em outubro de 2012


Dia Manhã Final da tarde
01 36°� 38°�
02 36°� 39°�
03 32°� 36°�
04 30°� 30°�
05 26°� 35°�
06 32°� 32°�
07 36°� 38°�

De acordo com o que foi registrado, podemos afirmar que

a) a diferença entre a moda dos valores numéricos das temperaturas do Rio ao final da tarde e dos
valores numéricos das temperaturas pela manhã foi igual a 3°�.
b) a temperatura diária do Rio de Janeiro, ao cair da tarde, foi sempre maior do que no registrada no
período da manhã.
c) a diferença entre a temperatura média registrada no Rio de Janeiro ao final da tarde e a registrada
no período da manhã foi de, aproximadamente, 2,4°�.
d) a diferença entre a mediana dos valores numéricos das temperaturas do Rio ao final da tarde e a
dos valores numéricos das temperaturas pela manhã foi de 4°�.
137
e) as medianas dos valores das temperaturas registradas pelo aluno, no período da manhã e ao final
da tarde, foram iguais.

04 – A Olimpíada Internacional de Matemática (IMO) é a maior, mais antiga e prestigiada


Olimpíada científica para alunos do ensino médio. A história da IMO data de 1959, quando a
primeira edição foi realizada na Romênia, com a participação de sete países: Romênia, Hungria,
Bulgária, Polônia, Checoslováquia, Alemanha Oriental e URSS. Cada país pode enviar uma equipe
de até seis alunos do ensino médio - ou alunos que não tenham ingressado em uma universidade,
ou instituição equivalente, na data de realização da Olimpíada - além de um líder de equipe, um
vice-líder e observadores, se desejado. Durante a IMO, os competidores devem resolver,
individualmente, duas provas em dois dias consecutivos, com três problemas em cada dia. Cada
problema vale 7 (sete) pontos.
https://www.imo2017.org.br/sobre-a-imo.html 13.

A tabela abaixo representa a quantidade de candidatos que obtiveram determinada pontuação (de 0
a 7 pontos), em cada questão da 58ª IMO, realizada no Rio de Janeiro, no período de 12 a 23 julho
de 2017.

O gráfico que pode representar a distribuição de pontuações da Questão 4 é:

a) b)

c) d)

138
05 – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística é um instituto público da administração federal
brasileira criado em 1934 e instalado em 1936 com o nome de Instituto Nacional de Estatística; seu
fundador e grande incentivador foi o estatístico Mário Augusto Teixeira de Freitas. Em 2021 o
IBGE fará um recenseamento, que é um estudo estatístico referente a uma população que possibilita
o recolhimento de várias informações, tais como o número de homens, mulheres, crianças e idosos,
onde e como vivem as pessoas.
Pensando nisso, em grupo de quatro ou cinco alunos redija um pequeno senso, pesquisando com os
colegas da classe ou funcionários mesmo. Elabore um tema de sua pesquisa, cinco perguntas, e
construa um gráfico para apresentar aos demais colegas.

Chegamos ao fim de mais uma unidade. Aqui concluímos a parte que nos cabe sobre os juros, a
estatística e suas aplicações. Todo este conteúdo é de suma importância para entendermos o mundo
capitalista em que vivemos, como é importante o conhecimento de informações.

139
Unidade 6 - Agenda 2030 & Jogos Matemáticos.

Neste módulo faremos uma revisão do que aprendemos até o momento, utilizaremos para isso o
conhecimento que iremos adquirir em relação a Agenda 2030, utilizaremos também de jogos
matemáticos para a aquisição de novos conhecimentos como o POP.

140
Aula 17 - Agenda 2030 – Desenvolvimento Sustentável ONU

Conteúdo & Conceitos

A Agenda 2030 é um plano de ações desenvolvido no âmbito da Organização das Nações Unidas
(ONU). Ela visa a erradicação da pobreza e a promoção do desenvolvimento econômico, social e
ambiental em escala global até o ano 2030.
A ONU, por meio de discussões na Assembleia Geral, estabeleceu, em 2015, 17 metas globais para
os próximos 15 anos, chamadas de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Naquele ano,
193 líderes mundiais se comprometeram em enfrentar os problemas mundiais tal como organizados
pela ONU, assinando a Resolução 70/1.

As 17 metas da Agenda

Fonte: https://www.politize.com.br/agenda-2030

O documento com a resolução, intitulado “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável”, descreve os 17 objetivos gerais e 169 metas a serem alcançadas
pelos países até 2030, configurando uma nova Agenda Universal.

Nesta aula utilizaremos nosso conhecimento sobre a agenda, e os demais conteúdos vistos até aqui,
para fazermos uma revisão de alguns conteúdos.

Atividade(s)

01 – Leia o texto a seguir:

“Em setembro de 2015, representantes dos 193 Estados-membros da ONU se reuniram em Nova
York(...) A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que busca
fortalecer a paz universal. O plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e
169 metas(...)”

Responda:

a) Quantos anos de vigência possui a Agenda 2030 da ONU?


b) A diferença entre o número de Estados-membros da ONU e a quantidade de metas é?

141
02 – Supondo que um país conseguiu, ao final de 2030, realizar apenas três dos dezessete objetivos
propostos pela agenda, qual a porcentagem que isto representa?

03 – “Objetivo 4 - Educação de Qualidade: Assegurar a educação inclusiva e equitativa de


qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”
Este objetivo possui 10 metas a serem batidas, se certo país não atingiu nenhuma meta dentro
desses objetivos até o ano de 2025. Qual a quantidade média de metas a serem atingidas para que se
alcance esse objetivo até o ano estipulado?

04 – Uma das metas do Objetivo 9 (Industria, Inovação e Infraestrutura) é: Apoiar o


desenvolvimento tecnológico, a pesquisa e a inovação nacionais nos países em desenvolvimento,
inclusive garantindo um ambiente político propício para, entre outras coisas, diversificação
industrial e agregação de valor às commodities.
Pensando nisso certo país desenvolvem juntos com seu cientistas um novo tipo de automóvel
movido a eletricidade, mais barato e menos poluente. Este automóvel é capaz de fazer uma viagem
de 1km ao custo de R$0,08. Se um carro movido a gasolina tem um custo de R$0,50, por km.
Assim, em comparação ao carro de gasolina, qual seria a economia para uma viagem de 100 km?

05 – “Em 2014, 54% da população mundial vivia em áreas urbanas, com projeção de crescimento
para 66% em 2050. Em 2030, são estimadas 41 megalópoles com mais de 10 milhões de
habitantes.(...)”
O texto acima foi retirado do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 11 (Cidades e
Comunidades Sustentáveis). Suponde que a população do mundo em 2050 seja de 10 bilhões de
pessoas, qual a parte da população que viverá em áreas urbanas?

06 – “40% dos oceanos estão sendo afetados incisiva e diretamente por atividades humanas, como
poluição e pesca predatória, o que resulta, principalmente, em perda de habitat, introdução de
espécies invasoras e acidificação. Nosso lixo também ajuda na degradação dos oceanos – há 13.000
pedaços de lixo plástico em cada quilômetro quadrado. É frente a esses desafios que os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável indicam metas para gerenciar e proteger a vida na água”.
Com base no texto quantos milhões de pedaços de lixo plástico há num oceano com 180 milhões de
km2?

142
Aula 18 - Paralelepípedo

Conteúdo & Conceitos

18.1. Paralelepípedo:

É o prisma quadrangular cujas as bases são paralelogramos. Se todas as faces são retangulares,
então esse prisma é paralelepípedo retângulo, também chamado de ortoedro.

a) Diagonal: � = �2 + �2 + �2
b) Área: � = 2(�� + �� + ��)
c) Volume: � = � ∙ � ∙ �

Exemplo:

01 – O comprimento e a largura de um paralelepípedo medem 12�� e 4��. Uma de suas diagonais


mede 13��. Obter a medida de sua altura.

Solução:

Seja � a altura do prisma, temos que:


13 = 122 + 42 + �2 → 132 = 144 + 16 + �2 → �2 = 169 − 160 → � = 9 → � = 3

02 – Sabendo que 1 litro é igual a 1000 ��3 , calcule o volume, em litros, de um paralelepípedo de
dimensões 120 ��, 40 �� e 70 ��.

Solução:

Pela fórmula do volume, temos que:


� = 120�� ∙ 40�� ∙ 70�� = 336000 ��3
Como 1� = 1000 ��3 , temos � = 336000 ÷ 1000 = 336�. Desta forma o Volume total é 336 �.

Atividade(s)

Paulo tem, em sua casa, uma banheira com a forma de um paralelepípedo retângulo cujas medidas
internas são: 1,6m de comprimento, 50 cm de largura e 45 cm de altura. Para tomar um banho
deve-se encher a banheira com 30 cm de altura de água. Paulo não se preocupa com a necessidade
de economizar água, toma dois banhos por dia e sempre que vai tomar o seu banho enche a
banheira até quase a borda, deixando livre apenas 5 cm que seria o volume que ele considera
ocupado pelo seu corpo.

143
Baseado no conteúdo da nossa última aula, em seus conhecimentos de paralelepípedo e no texto a
seguir, responda:

a) Quantos litros de água cabem na banheira?


b) Se cada m3 de água custa R$ 12,00, quanto uma pessoa pagará por um banho?
c) Qual o volume de água desperdiçado por Paulo em cada banho?
d) Quanto ele paga por um banho? Quantos litros de água Paulo desperdiça em um mês (30 dias)?
e) Quanto Paulo deixa de economizar, em reais, por mês?

144
Aula 19 – Progressões

Conteúdo & Conceitos

“A população mundial cresce em progressão geométrica (PG), enquanto a produção de alimentos


em progressão aritmética (PA)” esta importante frase é conhecida como Teoria Malthusiana, de
Thomas Malthus, importante economista inglês do final do século XVIII. Tal teoria explicava,
dessa forma, a existência da fome, da pobreza e da miséria no mundo. Apontava como uma das
principais soluções o controle de natalidade. Agora podemos nos debruçar sobre a pergunta: será
que é necessário controle de natalidade? A agenda 2030 vem exatamente para conscientizar a
população sobre os diversos assuntos para desenvolvermos um mundo melhor.

Dois termos foram destacados acima: progressões aritméticas e progressões geométricas.

19.1. Progressão aritmética:

Uma Progressão Aritmética ou P.A. é uma sequência onde a diferença de cada termo, a partir do
segundo, com o seu antecessor é uma constante chamada de razão e representada por �, assim temos
que:
�. �. (�1 , �2 , �3 , …, ��−2 , ��−1 , �� )
� = �2 − �1 = �3 − �2 = … = �� − ��−1

Exemplos: As sequências de número a seguir são progressões aritméticas:

a) (2, 6, 10, 14, 18)


b) 15, 13, 11, 9
c) 7, 9, 11, 13, 15, …

19.2. Classificação da P.A.:

A progressão aritmética pode ser classificada como:

I) crescente: Se ∀� > � naturais tivermos que �� > �� , ou seja se � > 0.

II) decrescente: Se ∀� > � naturais tivermos que �� < �� , ou seja se � < 0.

III) constante: Se ∀� > � naturais tivermos que �� = �� , ou seja se � = 0.

Exemplos:

a) �. �. (2,5, 8, 11, 14, 17) neste caso P.A. crescente com �1 = 2 e � = 3.


b) �. �. ( − 11, − 9, − 7, …) neste caso P.A. crescente com �1 =− 11 e � = 2.
c) �. �. (2,2,2,2,2,2) neste caso P.A. constante com �1 = 2 e � = 0.
d) �. �. (12, 8, 4, 0, − 4, − 8, …) neste caso P.A. decrescente com �1 = 12 e � =− 4.

145
19.3. Progressão geométrica:

Uma Progressão Geométrica ou P.G. é uma sequência onde o quociente de cada termo, a partir do
segundo, com o seu antecessor é uma constante chamada de razão e representada por � , assim
temos que:
�. �. (�1 , �2 , �3 , …, ��−2 , ��−1, �� )
�2 �3 ��
�= = =…=
�1 �2 ��−1

Exemplos: As sequências de número a seguir são progressões geométricas:

a) (2, 6, 18, 18, 54)


b) 256, 128, 64,32
c) 1, 3, 9, 27, 81

19.4. Classificação da P.G.:

A progressão geométrica pode ser classificada como:

I) crescente: Se cada termo é maior que o seu antecessor, isso acontece quando �1 > 0 e � > 1 ou
�1 < 0 e 0 < � < 1.

II) decrescente: Se cada termo é menor que seu antecessor, isso acontece quando �1 > 0 e 0 < � <
1 ou �1 < 0 e � > 1.

III) constante: Se cada termo é igual ao seu antecessor, isso acontece quando � = 1 ou �1 = 0.

IV) oscilante: Se cada termo tem sinal contrário ao antecessor, isso acontece quando � < 0.

V) estacionária: Se cada termo a partir do segundo é nulo, isso acontece quando �1 é qualquer e
� = 0.

Exemplos:

a) �. �. (2,6,18, 54,162) neste caso P.G. crescente com �1 = 2 e � = 3.


1 1 1
b) �. �. −8, − 4, − 2, − 1, − 2 , − 4 , … neste caso P.G. crescente com �1 =− 8 e � = 2.
2 2 1
c) �. �. 6, 2 , 3 , 9 , … neste caso P.G. decrescente com �1 = 6 e � = 3.
d) �. �. ( 2,2,2,2) neste caso P.G. constante com �1 = 2 e � = 1.
e) �. �. ( − 2,4, − 8,16 …) neste caso P.G. oscilante com �1 =− 2 e � =− 2.
f) �. �. ( 3, 0,0,0, …) neste caso P.G. estacionária com �1 = 3 e � = 0.

Atividade(s)

01 – Em um estudo com certo tipo de bactérias constatou-se que sua população de bactérias a cada
hora que são cultivadas em um tubo de ensaio. Se inicialmente havia neste tubo 2 mil bactérias,
qual a quantidade de bactérias haverá após se passarem quatro horas?

146
02 – Um maratonista se machucou durante seus treinos, após sua recuperação ele volta a treinar
tentando um recondicionamento, no primeiro dia de treino ele corre 4000 metros, no segundo dia
6000 metros, no terceiro 8000 metros e assim sucessivamente, sempre mantendo o ritmo de
crescimento da distância percorrida constante. Ao atingir a marca de uma maratona, que é de 42 km,
ele deve parar para reavaliar seus treinos. Quantos dias levará para atingir a marca de uma maratona?

03 – Baseando-se na Agenda 2030 – Desenvolvimento Sustentável ONU e na Teoria Malthusiana


escreva um pequeno texto com os pontos que você concorda e discorda sobre os dois assuntos,
relacionando os conhecimentos de progressão que você obteve nesta aula.

147
Aula 20 - Procedimento Operacional Padrão (POP)

Conteúdo & Conceitos

Para início de conversa: O que é um POP? Um POP – sigla de Procedimento Operacional Padrão –,
é um documento que descreve como atividades rotineiras devem ser executadas, através de um
passo a passo. Seu objetivo principal é garantir que, quem quer que realize essa tarefa, consiga fazê-
la de forma apropriada.

Como o princípio do POP é ser universal, ou seja, ser útil e autossuficiente em qualquer situação, é
essencial que ele seja padronizado. Por isso, ao fazer um POP você precisa estar preparado e saber
bem o que está fazendo.

Existem diversos tipos de POP’s que envolvem diversos tipos de procedimentos a serem adotados, é
primordial seguirmos cada passo, visto que em muitos casos um depende do outro. É como realizar
uma receita de bolo: você separa os ingredientes, junta na batedeira a farinha, os ovos, o leite e
assim por diante, seguindo a receita as chances de dar certo aumentam.

20.1. A lenda do Tangram:

Diz a lenda que um certo jovem despediu-se de seu mestre, pois começaria uma longa viagem pelo
mundo. Ao se despedir, o mestre lhe entregou um espelho e disse que ali seria registrado tudo o que
aconteceria na viagem, para que ele pudesse ver.
O jovem, sem entender como um espelho poderia registrar todas as coisas que aconteceriam na
viagem, por um descuido, deixou o espelho cair, e este se partiu em sete pedaços. Então o mestre
disse que ele registraria tudo o que visse formando figuras com os sete pedaços do espelho. E assim,
segundo a lenda, surgiu o Tangram.

20.2. Como formar um Tangram:

Realizaremos um procedimento operacional padrão para construir um tangram.

1) Vamos dobrar a largura de uma folha de sulfite em cima do comprimento formando um quadrado:

148
2) Dobrar o quadrado ao meio, recortar obtendo 2 triângulos:

3) Dobrar o triângulo A ao meio obtendo dois triângulos menores:

4) No triângulo B dobra o vértice oposto e recorta para obter o triângulo 3:

5) Dobra o trapézio ao meio obtendo com uma parte um quadrado 4 e um triângulo 5 e com a outra
parte um paralelogramo 6 e outro triângulo 7:

149
6) Após todas as peças recortadas vamos montar o Tangram com as 7 peças: 2 triângulos grandes
(TG), 2 triângulos pequenos(TP), 2 triângulos médios(TM), 1 quadrado e 1 paralelogramo

Atividade(s)

01 – Classifique as figuras obtidas no tangram, colocando seus nomes.

02 – Com as sete peças do tangram formem as seguintes figuras:

a) Um quadrilátero
b) Um retângulo
c) Um Algarismo ou uma letra

03 – Reorganize as peças do seu tangram e faça os seguintes desenhos:

a) b)

150
151
Aula 21 - Plano Cartesiano e a Batalha Naval

Conteúdo & Conceitos

O Plano Cartesiano consiste em duas retas reais perpendiculares, Ox (eixo das abscissas) e Ou (eixo
das ordenadas), no ponto O denominado origem e com par O (0,0). Os eixos denominam quatro
regiões denominados de quadrantes, assim temos:

Veja o exemplo dos pontos a seguir:

Note que:

1) Se o ponto pertence ao primeiro quadrante tanto a coordenada da abscissa quanto da ordenada


são positivos.
2) Se o ponto pertence ao segundo quadrante a coordenada da abscissa é negativa e da ordenada é
positiva.
3) Se o ponto pertence ao terceiro quadrante tanto a coordenada da abscissa quanto da ordenada são
negativas.
4) Se o ponto pertence ao quarto quadrante a coordenada da abscissa é positiva e da ordenada é
negativa.
5) Se O ponto pertence ao eixo das abcissas então a ordenada será zero.
6) Se o ponto pertence ao eixo das ordenadas então a abcissa será zero.

21.1. A Batalha Naval:

152
Soldados russos criaram o jogo na 1ª Guerra Mundial. Na versão original, dois adversários
desenhavam, em folhas de papel, navios posicionados em um mar imaginário quadriculado.
Ganhava quem descobrisse primeiro as coordenadas das embarcações do oponente8

21.2. Jogando Batalha Naval com matemática9:

Material utilizado:

I) Uma Cartela:

II) Dois conjuntos de fichas com resultados da tabuada de 8, 9 e 10.

Pinte o fundo de uma cartela de vermelho e deixe o outro branco para diferenciá-las.

Número de participantes: 2

Regras do jogo:
8
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-surgiu-o-jogo-batalha-naval/
9
https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/batalha-naval.htm
153
 Recorte as fichas com os valores das tabuadas de 8, 9 e 10.
 Um jogador fica com as fichas que tiverem o fundo vermelho e outro com a que tiver o
fundo branco.
 Antes de iniciar o jogo deve-se estabelecer o total de fichas que será usado (10, 20 ou 30
fichas para cada jogador participante).
 Em seguida, os jogadores distribuem as fichas em suas cartelas da maneira que achar
conveniente e de modo que um não veja a distribuição do outro (os competidores devem
sentar-se frente a frente a uma distância razoável).
 O primeiro jogador, determinado por sorteio, dá um tiro, ou seja, escolhe um número de 1 a
7 e uma letra de A a J, por exemplo F3.
 O segundo jogador deve, então, verificar se em sua cartela, no local de união entre a letra F
e o número 3, há uma ficha. Se houver, ele diz qual é o número para que o jogador que deu o
tiro efetue a multiplicação correspondente. Por exemplo: se em F3 houver uma ficha com o
número 80, ele deve dizer 8 x 10 ou 10 x 8.
 Se acertar a multiplicação, o primeiro jogador pega para si a ficha do adversário, deixando-a
ao seu lado. Se errar, o adversário fica com a ficha.
 O segundo jogador procede da mesma maneira.
 Vence quem obter o maior número de fichas.

Observações importantes:

 Cada jogador tem direito a apenas um tiro.


 Quando o jogador der um tiro e não houver fichas no local escolhido, o adversário diz água
e prossegue o jogo dando o seu tiro.
 A letra e o número correspondente ao tiro na água devem ser anotados numa folha à parte,
para que o jogador não dê esse tiro novamente.

Atividade(s)

01 – Explique a relação entre o jogo de Batalha Naval e o plano cartesiano

02 – Utilizando o material e as regras, fome dupla com um dos colegas e joguem a batalha naval,
tentando sempre relacionar com o conteúdo plano cartesiano.

154
Aula 22 - A Torre de Hanói

Conteúdo & Conceitos

A torre de Hanói constitui num jogo estratégico capaz de contribuir no desenvolvimento da


memória, do planejamento e solução de problemas através de técnicas estratégicas. O jogo se
apresenta em uma base que possui três pinos na posição vertical. No primeiro pino temos uma
sequência de discos com ordem crescente de diâmetro, de cima para baixo. O objetivo é passar
todos os discos para o último pino com a ajuda do pino central, de modo que no momento da
transferência o pino de maior diâmetro nunca fique sobre o de menor diâmetro. O jogo mais simples
é constituído de três pinos, mas a quantidade pode variar, deixando o jogo mais difícil à medida que
os discos aumentam.10

22.1. Como montar uma Torre de Hanói

Material: Três canudos, tesoura, uma bandeja de isopor, fita durex, pedaços de papelão e tinta
guache colorida (opcional).

Modo de Fazer: Recorte os canudos ao meio, fure o isopor, fazendo três buracos e prenda os
canudos no buraco com o auxílio da fita. Recorte os pedaços de papelão em três discos de diferentes
tamanhos, não muito grandes, o um furo no meio. Pinte-os e os deixe secar (esta etapa é opcional,
mas lembrando, quanto mais colorido, melhor o seu trabalho)

Finalizando: Após a secagem coloque os discos, primeiro o maior, em ordem decrescente, no


canudo do lado esquerdo. Agora você está pronto para jogar, lembrando que o objetivo é passar
todos os discos para o último pino com a ajuda do pino central, de modo que no momento da
transferência o pino de maior diâmetro nunca fique sobre o de menor diâmetro.

Agora é a sua vez! Tente completar o objetivo e veja quantos movimentos foram necessários,
considere um movimento a retirada de um disco de um pino para o outro. Tente ganhar o jogo com
o menor número de movimentos possíveis.

22.2. A relação da Torre de Hanói e as potências

No início do nosso estudamos as potências, agora vamos verificar a relação da Torre com este
conteúdo. Você deve ter conseguido realizar os movimentos, e aí qual o menor número de
movimentos que conseguiu? O menor número possível de movimentos com três discos deve ter
sido 7. É interessante observar que o número mínimo de "movimentos" para conseguir transferir
todos os discos da primeira estaca à terceira é 2� − 1, sendo � o número de discos. Veja que se � =
3 então teremos no mímino 23 − 1 = 8 − 1 = 7 movimentos.

Atividade(s)

01 – Usando a fórmula obtida acima calcule o número de mínimo de movimentos para uma torre de
Hanoi com:

a) 4 movimentos;
b) 5 movimentos;
c) 8 movimentos; e
d) 10 movimentos.
10
https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/torre-hanoi.htm
155
02 – Construa mais um disco e tente resolver a torre de Hanói com quatro discos, usando o número
mínimo de movimentos.

156
Aula 23 - O Quadrado Mágico

Conteúdo & Conceitos

Um quadrado mágico é uma tabela quadrada de lado n, onde a soma dos números das linhas, das
colunas e das diagonais é constante, sendo que nenhum destes números se repete.

23.1. Classificação de quadrados mágicos:

Os quadrados mágicos podem ser classificados em três tipos:

I) Imperfeitos ou defeituosos: não obedecem a todas as regras de um quadrado mágicos, por


exemplo, um quadrado mágico em que a soma de todas as linhas e todas as colunas são iguais, mas
nas diagonais já não o é.
II) Hipermágicos: Os quadrados mágicos hipermágicos têm certas propriedades adicionais, além de
obedecer às regras básicas, por exemplo, um quadrado mágico onde se troca duas colunas de lugar e
se forma um outro quadrado mágico.
III) Diabólicos: Os quadrados mágicos diabólicos são quadrados hipermágicos com muitas
propriedades ou com propriedades muito complexas, o nome diabólico vem da dificuldade de os
formar.

23.2. Origem do quadrado mágico:

Há diversas versões sobre a origem dos quadrados mágicos, no entanto, pensa-se que a sua origem
tenha vindo da China e da Índia. Os historiadores dizem que os quadrados mágicos terão surgido há
cerca de 3000 anos (na China e da Índia). O nome quadrado mágico foi dado pois na época achava-
se que este tipo de quadrados tivessem poderes especiais.
Cerca de 2200 a.c., o imperador-engenheiro Yu, o Grande, estaria a observar o rio Amarelo quando
viu uma tartaruga divina (era na altura considerado um animal sagrado), que em seu casco estava o
símbolo que hoje em dia é conhecido pelo nome de lo shu. Assim, Yu percebeu que as marcas nas
costas da tartaruga (que forma o símbolo com nós) achou que os nós podiam ser transformados em
números de um a nove e que todos eles somavam quinze em todas as direções, como se fossem
algarismos mágicos. Neste exemplo, tal como se pode verificar a sua soma era 15.

O Lo-Shu (esquerda) e o quadrado mágico (direita)

Fonte: http://www.mat.uc.pt

O Lo-Shu

157
Fonte: http://fundamentalmatsv.blogspot.com/2010/03/o-quadrado-magico-e-o-casco-da.html

Por esse motivo, os chineses acreditaram durante vários anos que quem possuísse um quadrado
mágico teria sorte e felicidade para toda a vida. Acreditava-se que ele era oF símbolo que reunia os
princípios básicos que formavam o universo, onde os números pares simbolizavam o princípio
feminino, Yin, os números ímpares simbolizavam o princípio masculino, o Yang, e o número 5
representava a Terra e ao seu redor estão distribuídos os quatro elementos principais, a água 1 e 6, o
fogo 2 e 7, a madeira 3 e 8 e os metais 4 e 9.

Exemplos: São quadrados mágicos

6 1 8
7 5 3
2 9 4

4 14 15 1
9 7 6 12
5 11 10 8
16 2 3 13

Repare que no primeiro, chamado de quadrado mágico 3x3 a soma das diagonais, das linhas e das
colunas é sempre igual a 15. Já o segundo chamado de 4x4 a soma das diagonais, das linhas e das
colunas é 34.
Esta soma damos o nome de Soma Mágica ou Constante Mágica.

Atividade(s)

01 – Complete os quadrados mágicos a seguir:

a)

2 9
5
8

b)

8 4
5
6

02 – Os quadrados mágicos a seguir possuem constante mágica diferente de 15, complete-os dada
das as suas constantes:
158
a) Constante Mágica igual a 45

13 11
23 7
39 17

b) Constante Mágica igual a 50

20 6
15 14 12
11
8 5

159
Aula 24 - Avançando com o Resto

Conteúdo & Conceitos

24.1. Aritmética dos Restos

Introduziremos aqui a parte da matemática que estuda os restos das divisões com diversas
aplicações dentro da própria matemática.
O resto da divisão é um número maior ou igual a zero e menor que o divisor. Ele é o que sobra na
aplicação do algoritmo em uma divisão de números inteiros.

24.2. Propriedades do resto:

I) O resto da soma é a soma dos restos:

Exemplo: Calcule o resto da seguinte divisão


122732 + 325748 ÷ 7

Solução:

122732 7
52 17533
37
23
22
1

325748 7
45 46535
37
24
38
3

Assim, como os restos foram 1 e 3, temos que o resto da operação será � = 1 + 3 → � = 4

II) O resto do produto é o produto dos restos:

Exemplo: Calcule o resto da seguinte divisão:


145982 ∙ 452147 ÷ 5

Solução:

145982 5
45 29196
09
48
32
2

160
452147 5
02 90429
21
14
47
2

Assim o resto será: � = �1 ∙ �2 = 2 ∙ 2 = 4.

III) Resto da potência:

Como uma potência é um produto, basta que façamos o resto do produto.

Exemplo: Calcule o resto da divisão 5100 ÷ 4.

Solução:

Verifique que o resto de 5 ÷ 4 é 1, agora basta lembra que: 5100 = 5 ∙ 5 ∙ 5 ∙ … ∙ 5


100 �����

Desta maneira o resto será:


� = 1 ∙ 1 ∙ 1 ∙ … ∙ 1 = 1100 = 1
100 �����

Importante: Em alguns casos é possível que a soma, ou o produto, dos restos seja maior do que o
divisor, desta maneira para encontrarmos o resto basta dividirmos este número novamente pelo
divisor, este resto será o resto total, o processo pode ser repetido até que se encontre � < �.

Exemplo: Calcule o resto da divisão do número � por 3, sabendo que � = 142 + 17 ∙ 20

Solução:

Note que 14, 17 e 20, tem todos restos igual a 2 na divisão por 3, assim:
� = 22 + 2 ∙ 2 → � = 8
Porém 8 não pode ser resto de 3, visto que 8 > 3, assim o resto será dado pelo resto da divisão de 8
por 3, que é igual a 2.

Atividade(s)

Nesta atividade trabalharemos com cálculo rápido de divisões, será necessário usar as regras a
seguir e o tabuleiro da próxima página.

OBJETIVO: Chegar em primeiro lugar ao espaço com a palavra FIM.

MATERIAL: Tabuleiro abaixo e 1 dado de 6 faces

REGRAS:

1. Duas equipes jogam alternadamente. Cada equipe movimenta a sua ficha colocada, inicialmente,
na casa de número 39.
2. Cada equipe, na sua vez, joga o dado e faz uma divisão onde:

161
- o dividendo é o número da casa onde sua ficha está;
- o divisor é o número de pontos obtidos no dado.
3. Em seguida, calcula o resultado da divisão e movimenta sua ficha o número de casas igual ao
resto da divisão.
4. A equipe que, na sua vez, efetuar um cálculo errado perde sua vez de jogar.
5. Cada equipe deverá obter um resto que faça chegar exatamente à casa marcada FIM sem
ultrapassá-la, mas se isso não for possível, ela perde a vez de jogar e fica no mesmo lugar.
6. Vence a equipe que chegar primeiro ao espaço com a palavra FIM.

162
Fonte: https://www.ibilce.unesp.br/#!/departamentos/matematica/extensao/lab-mat/jogos-no-ensino-
de-matematica/6-ao-9-ano/

163
Chegamos ao fim do módulo, agradeço a você quem chegou até aqui. Espero que a sua caminhada
tenha sido tranquila. Os conhecimentos aqui adquiridos serão utilizados em seu estágio e suas
aplicações vão além do mesmo. Desde as “Operações Básicas” até o jogo “Avançando com os
Restos”, passamos por conteúdos importantes e de crescimento intelectual e profissional, esperamos
que tenha aproveitado este período da melhor forma possível. Utilize os conhecimentos sem
moderação. Boa sorte nas novas etapas da sua vida!

164
NOÇÕES ADMINISTRATIVAS E FINANCEIRAS

Este módulo tem por objetivo fornecer aos alunos do Curso de Capacitação do PTPA um primeiro
contato com as estruturas, hierarquias e normas do mundo do trabalho, nas esferas público e privada.
Soma-se a isso noções básicas de educação financeira, empreendedorismo e projetos, buscando o
preparo para uma vida financeira equilibrada no período do estágio e subsequente.

165
Unidade 1. Noções Administrativas
A primeira unidade da nossa apostila contém as primeiras 10 aulas e visam apresentar para
vocês, alunos do PTPA, os princípios básicos da Administração. E por que isso é importante nesse
momento? Além de boa parte do trabalho realizado nos estágios ser na parte administrativa das
instituições parceiras da FIA, muitas das possibilidades de inserção no mercado de trabalho também
se apresenta na parte administrativa de todo tipo de empresa, sendo um passo a mais para você em
busca de melhores oportunidades para o seu futuro.
Podemos dividir essa primeira unidade em 3 questões básicas: Como funciona o trabalho
administrativo? Como me preparar para o mercado de trabalho? Como desempenhar a minha
função da melhor maneira possível?

166
Aula 1 - O que é Administração?
Conteúdo & Conceitos
Para entender como funciona o trabalho administrativo, de maneira geral, há uma pergunta
anterior que precisa ser respondida: o que é administração? Provavelmente vocês já ouviram esse
termo, mas conseguiriam definir? Bom, para nos ajudar nessa primeira dúvida, temos as definições
básicas do que é administração.
 Administração é o processo em que visa utilizar os recursos que você possui no momento e,
através de decisões, atingir seus objetivos.
 Administração é a ação de administrar. A palavra administrar significa normalmente direção
e gerência, podendo ter outros significados dependendo da situação. Entretanto, sempre com
o intuito de impactar o desempenho de algo.
Depois de definirmos o que é Administração outros termos novos apareceram. Vamos
entender um pouco mais a importância deles. O que vocês entendem por recursos?
Um recurso é uma fonte ou suprimento a partir do qual um benefício é produzido e que tem
alguma utilidade. Por exemplo: Humano (Força de trabalho); Material (Ferramentas); Financeiro
(Dinheiro); Informação (Conhecimento); Espaço (Terra); Tempo. Diante disso, podemos entender
por recursos tudo aquilo que é necessário para a produção. Desde os funcionários (Recursos
humanos) até o tempo, tudo é um recurso a ser administrado, gerenciado.
Agora que você já sabe o que são recursos, leia novamente a primeira definição de
administração. Ficou mais nítido? Mas o que seriam as decisões?
De acordo com o dicionário, “Ação ou efeito de decidir; determinação. Resolução que se
toma após deliberação; sentença ou juízo. Tudo aquilo que se resolveu acerca de alguma coisa;
deliberação. Habilidade para chegar a uma conclusão ou resolver algum problema.”. Assim,
podemos entender as decisões como parte fundamental da administração por definir os caminhos a
serem tomados por uma instituição e, sobretudo, qual a melhor forma de utilizar os recursos que a
organização possui em um determinado momento.
Por fim um último termo ainda precisa ser definido para nós. O que é o objetivo? Objetivo
significa o fim que se deseja atingir, a meta que se pretende alcançar. Em uma empresa, o objetivo
pode ser produzir um produto ou fornecer um serviço da melhor maneira possível.

Demonstração e/ou Aplicação

Assim, compreendendo os conceitos básicos de Recursos, Decisões e Objetivo, podemos entender


a Administração com a seguinte imagem:

Atividade(s)

167
Vamos testar como conseguimos usar a administração para uma atividade que envolva toda a turma:
organizar um café da manhã. Dividam-se em grupos para facilitar e organizar o trabalho e a tomada
de decisões.
Vocês escolherão quais os grupos, e quantas pessoas em cada um, mas segue aqui algumas
sugestões: Coordenação e organização do café; bebidas; comidas; materiais necessários. Caso
entendam que há a necessidade de novos grupos ou de não haver algum dos sugeridos, sintam-se à
vontade, as decisões são de vocês.
Quando? Daqui a duas aulas, no início da aula 3. Até lá!

168
Aula 2 - Organização e Transparência
Conteúdo & Conceitos
Na primeira aula entendemos o que é Administração, a sua importância e como ela impacta
nas estruturas e na produção. Nessa segunda aula do curso observaremos outros tópicos
fundamentais para a administração e nos aprofundaremos um pouco mais em conceitos que vocês
vão se deparar constantemente no mercado de trabalho.
Primeiramente, uma pergunta: para você, o que é organização?
De forma geral organização é o modo como se organiza um sistema. É a forma escolhida
para arranjar, dispor ou classificar objetos, documentos e informações. Em administração
organização tem dois sentidos, são eles:
 Organização como combinação de esforços individuais que tem por finalidade atingir fins
coletivos; Sinônimo de Instituição.
 Organização como modo de estruturar, dividir e sequenciar o trabalho; sinônimo de
coordenação e planejamento.
Quando entendemos organização como instituição um outro termo se relaciona diretamente
e assume sua importância, a hierarquia. Possivelmente você já ouviu a palavra, mas sabe o que é?
Hierarquia é a ordenação de elementos em ordem de importância, podendo significar também, mais
especificamente a distribuição poderes de maneira organizada ou a graduação das diferentes
categorias de funcionários ou membros de uma organização.
Demonstração e/ou Aplicação
Dentro de uma instituição é comum que a hierarquia seja estruturada em um modelo que chamamos
de Organograma, que nada mais é do que um gráfico que representa a estrutura formal de uma
organização. Ou seja, é a representação gráfica clássica de uma estrutura organizacional. Veja o
exemplo de um organograma de um colégio religioso:

Dessa maneira é possível observar de maneira clara e rápida e disposição, organização e hierarquia
de uma determinada instituição, além de compreender como se estrutura a cadeia de comando e
quem está subordinado a quem dentro dessa instituição.
Já quando pensamos em organização no sentido de planejamento a sua importância não diminui. O
planejamento é parte fundamental para qualquer trabalho, individual ou coletivo. É através dele que
visualizamos as possiblidades e compreendemos os passos que podemos dar e as dificuldades que
podem se apresentar. Por mais que em alguns momentos tenhamos as ferramentas para atingir um
objetivo, o planejamento torna isso viável.
169
Outro termo muito comum no mundo do trabalho, sobretudo quando nos referimos a empresas, é
transparência. O que você entender por transparência?
Quando pensamos em transparência, geralmente está associado a
clareza, a algo que não esconde outras coisas, limpidez. E isso se
relaciona sim, e muito, com o mercado de trabalho, já que quando
somos transparentes em nosso cotidiano de trabalho, sem esconder,
omitir ou mentir em nossas ações, observamos impactos muito
positivos, como:
 A comunicação entre os colaboradores é mais clara.
 Maior contribuição da equipe.
 Quando você faz seu trabalho de forma transparente, todos
que colaboram e conseguem entender melhor suas decisões.

Assim, O principal objetivo da cultura da transparência é construir relações de confiança entre


empregado e empregador, por meio de mudanças significativas nas formas de comunicação e
divulgação das informações mais relevantes da empresa.

Atividade(s)
A organização não é algo a ser aplicado somente no futuro, quando você já estiver em seu estágio
ou emprego. O planejamento pode contribuir hoje para o seu dia a dia hoje. Pensando nisso, com
base no quadro abaixo, monte um plano de estudos levando em conta suas atividades do colégio, do
PTPA e seus outros afazeres cotidianos. Dica importante: seja realista com o seu planejamento e
não coloque metas impossíveis de cumprir.

170
Aula 3 – Tipo de trabalho
Conteúdo & Conceitos
Em um momento de crise, onde observamos o desemprego aumentar e colocar em risco a
fonte de renda de muitas famílias a preocupação de boa parte da população é simplesmente
conseguir uma fonte de renda. Porém, nem todas as ocupações têm as mesmas características e
podem se estruturar de diversas maneiras.
Demonstração e/ou Aplicação

Então as diferentes formas de trabalho podem possuir as seguintes classificações:


Classificação quanto à legalidade
 Formal ou informal
Classificação quanto ao tipo e/ou contrato
 Autônomo, liberal, voluntário, Assalariado (CLT), Freelancer, Empresário e/ou
Empreendedor (CNPJ)
Quanto à remuneração
 Remunerado ou não remunerado
Classificação quanto à legalidade
O trabalho formal é, no Brasil, qualquer ocupação trabalhista, manual ou intelectual, com
benefícios e carteira profissional assinada. Consiste em trabalho fornecido por uma empresa, com
todos os direitos trabalhistas garantidos. Assim, podemos dizer que o trabalhador formal está
amparado e com todas as garantias legais fornecidas pela legislação vigente.
Já o trabalho informal é o trabalho sem vínculos registrados na carteira de trabalho ou
documentação equivalente, sendo geralmente desprovido de benefícios como remuneração fixa,
férias pagas, licença maternidade, auxílio-doença, e toda outra forma de assistência garantida pela
legislação.

Classificação quanto ao tipo de trabalho


A primeira classificação em relação ao tipo de trabalho é o autônomo. Podemos resumir como
aquele que presta serviços por conta própria. Assim o trabalhador autônomo tem a sua renda
garantida sem vínculo empregatício, sendo remunerado pelo trabalho que presta ou do lucro dos
produtos que vende. Em geral, observamos esses trabalhadores sendo especializados em algum
segmento do mercado. Autônomos que optam por se tornarem MEI (Micro Empreendedores
Individuais), podem recolher impostos e benefícios de modo legalizado. Exemplos de trabalhadores

171
autônomos: Vendedores informais, pedreiros, camelôs, todos sempre sem nenhuma ligação com
algum empregador.
Outro tipo de trabalhador é o freelancer. Aqueles que trabalham dessa maneira, prestam serviços
profissionais para a empresa por um período ou para um projeto temporário. Porém o freelancer,
apesar de estar ligado a uma empresa, não possui um vínculo trabalhista. Exemplos de atividades
mais comuns desse tipo de classificação: trabalhos ligados à Artes, comunicação e tecnologia da
informação.
Já o trabalhador assalariado é o mais comum e tradicional. Classificamos como trabalho
assalariado aquele em que o trabalhador presta seus serviços a uma empresa ou a outra pessoa, e é
remunerado pelo trabalho prestado. Essa forma de trabalho é regulamentada por leis trabalhistas,
possuindo registro na carteira profissional e todos os direitos e garantias que a lei estabelece. O
salário é recebido em dinheiro (ou depósito), sendo o pagamento geralmente mensal, porém
podendo variar de acordo com acordos entre empregadores e empregados.
O trabalhador liberal é bem semelhante ao informal, não possuindo vínculo com algum tipo de
empregador, mas com algumas diferenças bem importantes. O profissional liberal possui nível
técnico ou superior e exerce sua profissão como prestador de serviços ou constituindo empresa, não
sendo assim uma atividade informal. Essa forma de trabalho está de alguma forma definida pelo
conselho da sua profissão OAB (advogados), CRM (médicos), CREA (engenheiros). Assim, o
trabalhador liberal é remunerado pelo serviço que presta.
Estagiário e Jovem Aprendiz
Nos últimos anos têm ganhado força as formas de trabalho que visam a melhor inserção e
qualificação dos jovens para o mercado de trabalho. Porém, as duas maneiras disso acontecer não
são iguais.
O estagiário é contratado visando o aprendizado e o desenvolvimento de competências próprias da
atividade profissional, sendo regulamentado por legislação própria.
Já o jovem aprendiz é contratado para capacitação profissional de nível básico, com a parte teórica
na entidade formadora e parte prática na empresa, sendo regulamentado pela Legislação Trabalhista.
Vamos ver essas diferenças de maneira mais clara no quadro abaixo:

172
Classificação quanto à remuneração
Todas as formas de trabalho que vimos, até agora, na aula de hoje são remunerados. Assim,
Trabalho Remunerado é toda forma de trabalho onde há pagamento pela atividade realizada,
como: assalariado, autônomo, freelancer, liberal, estagiário ou jovem aprendiz.
Porém estas não são as únicas e nem todo trabalho é remunerado. Classificamos como Trabalho
Não-remunerado aqueles que existem, mas não são pagos pela sua realização, não sendo menos
importantes por isso. São exemplos de trabalhos não-remunerados: cuidados domésticos, de pessoas,
produção para consumo próprio ou voluntário.

173
Trabalho forçado ou escravo
Diferentemente do trabalho não-remunerado, essa forma de trabalho é ilegal, sendo proibida não só
no Brasil, mas em praticamente todos os países do mundo. O trabalho forçado é aquele em que o
indivíduo é obrigado a exercer uma atividade sem a devida remuneração. Apesar de ter sido abolido
no Brasil em 1888 (Lei Áurea), ainda persiste em algumas situações sendo categorizado como
‘escravidão moderna’ ou ‘trabalho análogo à escravidão’. Porém apesar de ainda ser observado,
vem sendo combatido e seus responsáveis podem ser processados e presos pela sua prática.

Atividade(s)
Na primeira aula fomos desafiados a construir de maneira coletiva e organizada um café da manhã.
Na aula de hoje faremos uma avaliação conjunta de como foi a dinâmica dessa atividade. Quais os
pontos mais positivos (o que deu certo, boas ideias, ...)? E quais os negativos (o que deu errado, que
poderia ser mais bem organizado...)?

174
Aula 4 - Diferenças entre os setores público e privado
Conteúdo & Conceitos
Como vimos na aula anterior, existem diferentes formas de trabalho e de remuneração de
acordo com as atividades realizadas e os tipos de ocupação. Entretanto, em relação aos possíveis
empregadores que podemos ter no mercado trabalho, existem duas possibilidades: o setor público e
o setor privado.
O setor privado reúne todas as atividades econômicas não controladas pelo Estado. Logo,
todo e qualquer empregador que não pertence a administração pública, por exclusão, pertence a
iniciativa privada. A principal característica do setor privado é a busca do benefício econômico
individual. Em outras palavras, o lucro. Assim, as atividades geridas pela iniciativa privada têm
como fator motivador fundamental a busca por ganhos financeiros, desde pequenas empresas locais,
como pequenas lojas, mercearias ou lanchonetes, a grandes multinacionais como Apple, Google ou
McDonald’s.
Em relação a contratação para empregos no setor privado, cada empresa possui autonomia
para realizar isso da maneira que entender que atende melhor as suas necessidades.

Já o setor público, é a Parte do Estado que lida com a produção, entrega e distribuição de
bens e serviços para o governo ou para os seus cidadãos. Sua atuação é classificada de duas formas:
 Administração direta - Órgãos públicos ligados diretamente ao poder federal, estadual ou
municipal;
 Administração indireta - Composta por entidades com patrimônio e autonomia
administrativa, além de orçamento próprio para sua gestão.
Assim, o setor público acaba por possuir uma estrutura bastante diversa com diferentes tipos
de instituições dentro da sua administração, como veremos a seguir as possibilidades dentro da
administração indireta.
As autarquias, são um serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica,
patrimônio e receita próprios para executar atividades típicas de Administração Pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
Assim, podemos dizer que possuem uma maior independência em relação a administração para
desempenhar de maneira satisfatória as suas atividades. São exemplos de autarquias: o Ibama, o
Inmetro, a Ancine e o INSS.

175
De acordo com a legislação, as fundações públicas são instituições com personalidade
jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criadas em com uma autorização legislativa, para
desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público,
com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos do governo e de outras fontes. Assim, apesar de juridicamente
fazerem parte do direito privado, as fundações públicas existem para desempenhar uma determinada
função dentro do Estado. São exemplos de fundações públicas: a FIA, a Fiocruz e a Funai.

As empresas públicas são empresas administradas exclusivamente pelo poder público,


instituída por um ente estatal (municipal, estadual ou federal), com a finalidade prevista em lei e
sendo de propriedade única do Estado. A finalidade pode ser de atividade econômica ou de
prestação de serviços públicos. São exemplos de empresas públicas: os Correios, a Caixa e o
BNDES.

Por fim, ainda temos as sociedades de economia mista, é uma sociedade composta pelo
Estado, que possui mais controle sobre o negócio, e o mercado. Ou seja, é um meio termo entre uma
empresa pública, na qual a União detém controle total, e uma empresa privada, constituída sem a
participação do governo na administração. Assim, nessas empresas, a iniciativa privada pode, por
exemplo, comprar partes dessas empresas (ações), e receber parte dos lucros gerados por elas,
apesar do controle e administração ainda serem exercidos pelo Estado. São exemplos de sociedades
de economia mista: Petrobrás, Eletrobrás e Banco do Brasil.

As contratações de profissionais para o setor público podem se dar de diferentes maneiras de


acordo com as instituições e suas características, se dividindo basicamente em dois grupos:
concursados e não concursados. Assim, caso você deseje ingressar em algum emprego do setor
público, busque saber como se dá o acesso a função desejada, seja através de concurso público ou
através de alguma forma direta de contratação.
Terceiro setor
176
Trabalhando de maneira complementar ao setor público, mas sem visar o lucro como o setor
privado, existe o chamado terceiro setor. Esse é um campo da sociedade correspondente às ações
sociais promovidas por instituições privadas de caráter não lucrativo, com atividades que envolvem
determinadas causas ou ações filantrópicas. São exemplos de instituições do terceiro setor o SOS
Mata Atlântica, VivaRio e WWF.

Atividade(s)
Na aula de hoje observamos os diferentes setores e suas particularidades. Vamos ver se entendemos
bem aquilo que vimos? Classifique as empresas a seguir em relação a qual setor pertencem e, caso
seja da administração pública, sua classificação na administração.
 Facebook; Greenpeace; Anvisa; Cedae; Médicos Sem Fronteiras; TV Globo.

177
Aula 5 - Comunicação e Marketing Pessoal
Conteúdo & Conceitos
Para gente começar a aula de hoje, a definição de um termo se faz necessária: o que é
comunicação? De maneira bem simples, Comunicação é toda transmissão de informações entre
pessoas. Ok, acredito que não tenhamos definido nada de novo, mas então por que isso é importante?
Porque quando falamos de mercado de trabalho, precisamos prestar atenção em como nos
comunicamos em equipe, dentro da nossa organização, e a representando externamente. Além disso,
esse tema é fundamental para um bom desenvolvimento pessoal. A forma como nos comunicamos é
a forma como somos observados e compreendidos no mercado de trabalho.

Demonstração e/ou Aplicação

Tipos de comunicação na perspectiva administrativa


A primeira forma de comunicação é a mais natural e fácil quando pensamos em quando
estabelecemos contato com outras pessoas, que é a comunicação verbal. Realizada pela linguagem
falada ou escrita é composta pelos seguintes elementos:
 a linguagem; o conteúdo; a estrutura da mensagem; os recursos vocais, no caso da
comunicação oral.

Porém, existe uma outra forma de comunicação tão importante quanto a verbal e que, em muitas
situações, diz de maneira bastante transparente as nossas impressões ou sentimento, que é a
comunicação não-verbal. Que nada mais é do que a comunicação que não é feita com a fala nem
com a escrita. Envolve a interação das pessoas, sem que tenha exatamente uma interação verbal. A
comunicação não-verbal é composta pelos seguintes elementos:
 Linguagem corporal; Expressões Faciais; Postura; Comunicação através de símbolos
gráficos.
Assim, quando estivermos em um ambiente profissional é fundamental sabermos nos comunicar da
maneira esperada, mas também com a postura e a linguagem corporal que esteja de acordo com o
ambiente e a situação que nos encontramos. Dessa maneira, contribuímos para que as pessoas
tenham a melhor impressão sobre a nossa relação com o trabalho, algo diretamente relacionado ao
próximo tema da aula de hoje, o Marketing Pessoal.
Marketing Pessoal
Geralmente quando lemos ou ouvimos sobre marketing é algo relacionado a propaganda ou
promoção de algum produto. O marketing pessoal não é muito diferente disso, podendo ser
definido como o conjunto de estratégias, aplicadas de maneira coerente e planejada, que irão fazer
com que você atribua um maior valor a sua imagem pessoal. Assim como a propaganda de produtos
é um ramo da economia cada vez mais importante, o marketing pessoal cada vez é mais valorizado
no mercado de trabalho. Você imagina como ele pode te ajudar hoje?
 Pode ajudar você conquistar o primeiro emprego.
178
 Pode ajudar você a se tornar mais conhecido.
 Pode ajudar você a alcançar um cargo mais alto na empresa.
Para que isso seja possível entenda primeiramente que você é a sua melhor marca. Que se você não
der valor a essa marca, como esperar que os seus empregadores façam isso? Cinco passos podem
ajudar muito a melhorar o seu marketing pessoal:
1. Valorize a comunicação
2. Criatividade e proatividade
3. Cuide da aparência
4. Autoconhecimento
5. Confiança
Alguns pontos são fundamentais para que isso seja possível no seu cotidiano. Primeiramente,
invista na sua qualificação. Você se torna mais confiante em suas capacidades quando sabe que
elas foram previamente trabalhadas e desenvolvidas ao longo da sua formação.
Outro ponto fundamental para você possuir uma boa comunicação com o conhecimento do que está
acontecendo. Como fazer isso? Se mantenha informado. Se isso é algo que já faz parte da sua
rotina, ótimo, pois demonstra curiosidade e interesse. Se não for o caso, ainda há tempo de mudar.
Afinal, você não vai querer ficar perdido no assunto quando as pessoas ao seu redor estiverem
falando sobre atualidades, não é mesmo?
Por fim, pratique o autoconhecimento. Conhecer a si mesmo é uma maneira eficiente
de promover o marketing pessoal. Quem ganha, no final, não é apenas você, mas
também quem trabalha à sua volta, a empresa, seus amigos e família. É fundamental
listar quais são seus pontos fortes e fracos e identificar o que você pensa e faz em
relação a cada um deles. Você não pode melhorar o que não anda bem e valorizar onde
é bom se você não sabe disso.
Para terminar a aula de hoje cabe um alerta: cuidado com as redes sociais. Cada vez
mais elas fazem parte do nosso cotidiano e, sendo assim, não estaria desconectada do nosso trabalho.
As empresas levam muito em conta suas posturas, postagens e posicionamentos. Afinal, se você é
criticado por alguma atitude ou opinião equivocada, o nome da empresa que você trabalha pode
também ser afetado. Evite exposições que podem ser negativos para o seu marketing pessoal.
Atividade(s)
As vezes aprendemos mesmo sem perceber. Algumas atividades de lazer também podem nos
agregar conhecimento apesar de não estarmos focados nisso naquele momento. Filmes costumam
ser muito úteis para isso, nos divertindo e mostrando para nós algo que não sabíamos. Pensando
nisso, nossa atividade de hoje é para casa. Vejam um dos filmes da lista abaixo e tragam, na
próxima aula, o que esse filme te ensinou em relação a comunicação ou marketing pessoal. Nada
muito longo, mas que seja claro, por volta de 1 parágrafo.
 O Conde de Monte Cristo
 Mãos Talentosas
 O Homem que Mudou o Jogo
 Jobs
 À Procura da Felicidade
 Hitch, Conselheiro Amoroso
 Uma Linda Mulher
 O Diabo Veste Prada

179
Aula 6 - Tipos de Inteligência
Conteúdo & Conceitos
Na última aula falamos sobre Marketing Pessoal e a sua importância atual para o mercado de
trabalho. Porém, como fazer uma “boa propaganda” de nós mesmos sem conhecer as nossas
qualidades? Vocês conhecem as suas qualidades?
É muito comum ouvirmos ao longo da nossa vida que não somos capazes de realizar uma
tarefa, conseguirmos um bom emprego ou a formação desejada. Que não somos inteligentes o
suficiente para isso. Já adianto, estão errados! Por mais que em muitos momentos seja comum nos
considerarmos incapazes, quando falamos de inteligência é fundamental termos a compreensão que
cada um de nós é diferente de uma maneira.
Não existe uma régua que possa medir se você é mais inteligente que alguém e vice-versa.
Por mais que sejamos avaliados, por exemplo, nas provas do colégio, o que está sendo avaliado é
conhecimento e compreensão de uma determinada disciplina, não a sua inteligência. Mas se nada
disso é inteligência, o que é?
Demonstração e/ou Aplicação

Um pesquisador chamado Howard Gardner descobriu que existem 9 tipos de inteligência, como
podemos ver no quadro a seguir:

Todos temos todos os tipos de inteligência, mas geralmente duas ou três são mais desenvolvidas.
Vamos ver como cada uma delas pode ser percebida no nosso cotidiano.
1. Inteligência linguística
 Também conhecida como inteligência verbal
 Consiste numa boa capacidade de traduzir informações em palavras, sejam elas faladas ou
escritas.
 Pessoas com essa inteligência bem desenvolvida aprendem mais quando leem algo.
 Além de serem bons leitores, falam e escrevem bem.
 Também têm facilidade em entender normas gramaticais e em aprender novos idiomas.
180
 Esse tipo de inteligência é, geralmente, identificado em escritores, poetas, publicitários,
jornalistas e outros profissionais que trabalham com a comunicação verbal. Essas pessoas
são apaixonadas pela comunicação, pelo idioma e pelas palavras. Além disso, são leitores
ávidos, que apresentam facilidade de se expressar, e têm sensibilidade aguçada.
2. Inteligência lógico-matemática
 Também conhecida como inteligência matemática
 Consiste na facilidade de manipular dados numéricos.
 Esse tipo de inteligência é caracterizado por uma grande capacidade de formulação de
hipóteses e desenvolvimento de raciocínios lógicos.
 Pessoas com essa inteligência bem desenvolvida têm apreço por desafios de lógica
 É normalmente identificada em matemáticos, engenheiros, cientistas e demais profissionais
que lidam com números. Quem apresenta esse tipo de inteligência possui facilidade de
raciocínio lógico e senso analítico, além de ser capaz de solucionar problemas com
facilidade, possuir boa memória, disciplina e organização.
3. Inteligência corporal
 Também é conhecida como inteligência corporal-cinestésica.
 Consiste no uso coordenado do corpo ou de partes específicas dele para realizar atividades.
 São pessoas que orquestram seus movimentos com agilidade, precisão e até mesmo beleza,
no caso das expressões corporais artísticas.
 Pessoas com inteligência motora são altamente habilidosas com o próprio corpo, e tendem a
se tornar esportistas, dançarinos, bailarinos, atores, entre outras profissões que utilizam a
consciência corporal. São altamente expressivos e precisos em seus movimentos.
4. Inteligência espacial
 Pessoas com inteligência espacial desenvolvida possuem uma grande capacidade de
compreender o mundo com exatidão a partir de seu olhar.
 São pessoas com boas noções de orientações em mapas, pesos, medidas, cores e formas.
 Com o senso criativo e habilidade visual aguçados, são ótimas para visualizar uma imagem
que não existe e concretizar essa ideia.
 Geralmente, são artistas, arquitetos, escultores, cartógrafos, geógrafos, designers, dentre
outras profissões que exigem habilidade em experiências visuais.
5. Inteligência musical
 Pessoas com inteligência musical possuem capacidade auditiva altamente desenvolvida, com
notória sensibilidade para distinguir notas, ritmos, timbres e harmonias.
 É identificada naquelas pessoas que conseguem perceber bem as origens dos sons, como os
efeitos de cada instrumento musical numa banda, por exemplo.
 Esses indivíduos conseguem compor com grande facilidade e fluidez e apresentam muita
criatividade.
 São bons cantores e possuem facilidade para aprender a tocar diferentes instrumentos
musicais.
 Além dos músicos e cantores, pessoas com esse tipo de inteligência podem ser DJs, críticos
musicais, diretores musicais (de televisão, cinema e teatro) e professores de música.
6. Inteligência interpessoal
 A inteligência interpessoal é muito importante para todos aqueles que exercem um cargo de
gestão ou de comando.
 São pessoas que conseguem influenciar os outros naturalmente, são formadoras de opinião e
são admiradas por sua capacidade social em estabelecer relacionamentos.
 Além disso, as pessoas com boa inteligência interpessoal costumam ser empáticas e de
comunicação clara, com facilidade de compreender as emoções, ações e intenções das outras
pessoas.
 Profissionais de vendas, de marketing, de recursos humanos, psicólogos, políticos, religiosos
e professores costumam ter esse tipo de inteligência bem desenvolvido.
7. Inteligência intrapessoal
 A inteligência intrapessoal é, de certa forma, oposta à interpessoal, pois consiste numa
capacidade elevada de analisar a si mesmo, compreendendo suas próprias intenções,
emoções, motivações e opiniões.
 Quando conseguem compreender melhor seus padrões de pensamentos e ações, são capazes
de explorar o que há de melhor em si mesmos e neutralizar os hábitos nocivos.
 Quem possui inteligência intrapessoal predominante consegue entender as pessoas e seus
sentimentos. Essas pessoas são mais sensíveis, observadoras e discretas.

181
 Geralmente, são indivíduos mais introspectivos, com aptidão para psicologia, filosofia,
literatura e teologia.
8. Inteligência naturalista
 A inteligência naturalista consiste na facilidade em entender a natureza e seus elementos.
 Isso inclui a compressão de animais, plantas, chuva, mar, terra, etc.
 A inteligência naturalista possui grande relevância na evolução do homem tendo em vista
que as noções de caça, plantio e colheita foram essenciais para a sobrevivência da espécie.
 Gardner propôs a inteligência naturalista em 1995, ou seja, 12 anos após a apresentação dos
sete tipos originais de inteligência.
 A inteligência naturalista é muito comum em botânicos, biólogos, agricultores, guardas-
florestais, caçadores, etc.
9. Inteligência existencial
 Proposta por Gardner em 1999, a inteligência existencial consiste na habilidade de entender
questões profundas relacionadas à existência, ao sentido da vida e a temas espirituais. Esse
tipo de existência se manifesta através de um forte interesse por buscar respostas sobre esse
tipo de assunto.
 A inteligência existencial é muito comum em líderes espirituais, teólogos e filósofos.
 Um indivíduo possui alta inteligência existencial quando possui forte interesse por questões
relacionadas à existência, como a morte, o universo, à origem da vida, etc;
Depois de termos visto tantos tipos e formas que a inteligência se manifesta em nós você pode estar
se perguntando sobre a relevância disso. Primeiramente, é fundamental que você se entenda como
alguém capaz de realizar qualquer coisa. Assim, não é inteligente somente aquele que é bom em
português ou matemática, mas também aqueles que dançam bem, são bons músicos ou são capazes
de liderar outras pessoas. Essas pessoas só possuem diferentes tipos de inteligência mais
desenvolvidos.
Atividade(s)
A atividade de hoje vai exigir um pouco de inteligência intrapessoal de vocês. Pensem nas
atividades que têm mais facilidade ou aptidão e, na próxima aula, apresente quais os tipos de
inteligência são mais desenvolvidas em você e o porquê.

182
Aula 7 - Montagem de currículo
Conteúdo & Conceitos
Para toda pessoa que pretende procurar um emprego formal, o currículo é uma peça-chave.
Todas as empresas, quando abrem a possibilidade de contratar um funcionário, solicitam o seu
currículo para verificar as empresas pelas quais o empregado passou anteriormente, suas
experiências, habilidades e histórico escolar. O currículo então, nada mais é, do que um resumo das
informações profissionais, educacionais e habilidades relevantes para a sua contratação.
Algumas dicas básicas podem ajudar de onde partir:
 O currículo é o seu primeiro contato com o empregador/a;
 É uma espécie de “carta” de apresentação, que, se interessar ao chefe ou ao RH (Recursos
Humanos), alguém entrará em contato com você;
 Se não houver interesse, não convidam para a segunda fase, que seria entrevista, teste ou
dinâmica.
Então, podemos dizer que esse é o primeiro passo para se candidatar a uma vaga. Pensando
assim, precisamos estar atentos a tudo que está presente nessas informações. Tão importante quanto
o que está escrito, é a maneira que o currículo é apresentado, já que um documento desorganizado
ou com erros não atrairá a empresa. Então, por onde começar?
Demonstração e/ou Aplicação
Onde fazer?
Geralmente usamos o Microsoft Office Word ou o Google Documentos para montarmos o nosso
currículo, porém, para quem não tem prática, alguns sites podem ajudar no começo, com ideias de
estrutura e design. Alguns deles são:
 www.meucurriculoperfeito.com.br
 https://www.onlinecurriculo.com/
 https://www.todacarreira.com/gerador-de-curriculo/
 https://www.geradordecurriculo.com.br/
Veja esse modelo abaixo:

183
Agora que sabemos onde fazer, fiquem atentos a todas as informações que devem estar presentes
em seu currículo. A ausência de alguma delas ou um preenchimento incorreto pode atrapalhar o seu
processo de seleção para a vaga de emprego.
1 – Dados Pessoais.
Nesse espaço você vai incluir todas as informações básicas para que o empregador te contate. É
necessário um e-mail que você acesse regularmente e (pelo menos) um telefone de fácil contato. O
telefone pode ser fixo, mas é importante que haja um telefone celular. Pode ter um número para
recado, nesse caso, é necessário colocar “(recado)”.
Mas atenção, atualmente o e-mail é visto com principal forma de contato profissional. Logo, evitem
nomes que não passem uma imagem profissional de vocês, por exemplo: marininha_looka@...,
joaoboladao@..., etc.
Apesar de ser importante colocar dados como nome completo, jamais coloque números de
documentos (CPF ou RG). A presença dessas informações pode deixá-lo disponível para que seus
dados caiam em mãos erradas, podendo ser usados para golpes ou atividades ilegais.
2 - Objetivos
Esse tópico nem sempre consta nos currículos, estando presente geralmente quando alguma
empresa abre seleção para diferentes setores. Então, aqui você insere em que área deseja trabalhar
dentro da organização. Se for enviar currículo para áreas diferentes, é importante alterar qual o seu
objetivo para cada área que você está se candidatando.
3 - Formação
Nessa parte do seu currículo você vai incluir os seus estudos. Se você se acha pouco qualificado,
não se preocupe. É normal que, nessa idade, você ainda não tenha muita formação, e isso não é um
problema. Se você ainda não concluiu alguma etapa dos seus estudos (Ensino Fundamental ou
Ensino Médio) só deixe isso explícito nas suas informações. Por exemplo: 2ª série do Ensino
Médio (cursando). E quando isso ocorrer, acrescente o ano da sua previsão de término. Por ser uma
previsão, pode se cumprir ou não.
4 – Cursos Complementares
Aqui você vai incluir todos os cursos que já fez, inclusive idiomas ou profissionalizantes. Caso haja
algum curso que você não possui certificado, a forma correta é colocar “Curso Livre de....”
184
Na parte de idiomas, é necessário colocar o nível, que não é necessariamente até onde você fez o
curso, mas pode ser até onde você se acha capaz. Mas como sempre, seja honesto e transparente, a
empresa pode testar o seu conhecimento para garantir a validade das informações que você forneceu,
então, não coloque um nível que você não seja capaz de atingir nesse momento.
Assim como na parte da formação, se houver um curso que você ainda não concluiu, escreva “em
andamento. Previsão de conclusão em XX/XXXX”
5 - Experiência
Nesse tópico vão ser incluídas as experiências profissionais que você já teve. Se não tiver nenhuma,
não coloque esse ponto 5, a ausência dele já demonstra que não possui trabalhos anteriores.
Porém, se você já trabalhou na loja do seu tio, por exemplo, coloque. Não precisa ser somente
trabalho de carteira assinada, toda experiência profissional pode ser válida para o novo emprego. Se
você fez algum trabalho voluntário, coloque aqui também.
Lembre-se sempre de seguir alguma ordem para organizar as informações. Pode ser do mais antigo
para o mais recente, ou o contrário, mas precisa seguir uma ordem. Isso demonstra organização e
ajuda a compreensão do seu entrevistador.
Assim, as informações devem constar da seguinte forma:
 Empresa
 Função
 Período (caso você ainda esteja trabalhando nessa empresa, coloque mês/ano – atual)
6 – Habilidades ou Competências
Lembra da aula de Marketing Pessoal? Pois é, esse é um ótimo momento para usar a sua
autopromoção. Especialmente se você não tem experiência, é bom preencher essa parte, pois dá
conteúdo ao seu currículo, além de demonstrar que, apesar de você não ter trabalhado anteriormente,
possui as qualidades para a função desejada. Mas, novamente, seja transparente e honesto. Não diga
que você tem alguma habilidade se você não possui, pois isso pode ser rapidamente percebido em
caso de contratação.
Atividade(s)
Para avaliar o que aprendemos hoje, avaliem o currículo abaixo e apresente os possíveis erros
contidos nele.

185
Aula 8 - Processos Administrativos e Burocracia
Conteúdo & Conceitos
Nas primeiras aulas do curso falamos sobre aspectos gerais de organizações e como elas se
estruturam. Nas próximas aulas observaremos de maneira mais destacada o funcionamento interno
das empresas e as características das funções que vocês possivelmente irão desempenhar no
mercado de trabalho.
Para isso um termo é importante dentro das atividades desempenhadas dentro das
instituições, o processo. Mas o que seria isso? O conceito mais intuitivo de processo é o de
transformação. Essa ideia inclui três elementos importantes, são eles:
1. o que será transformado - entrada do processo, proveniente de um fornecedor;
2. a transformação - a própria realização do processo;
3. e o resultado da transformação - saída ou produto do processo, que é destinado a um cliente.
A gestão de processos afeta positivamente todos os setores de uma organização, uma vez
que busca a melhoria continuada das atividades e o atendimento efetivo das expectativas e
necessidades dos clientes, facilita a administração do trabalho por parte dos gestores e possibilita a
gestão do conhecimento, pois procura reconhecer todas as informações sobre o processo. Assim
tendo uma boa gestão de processos a instituição se torna mais ágil e eficiente em entregar o que seu
cliente deseja.
Demonstração e/ou Aplicação
Vamos a um exemplo de processo:

Uma organização pode ter uma boa gestão de processos mantendo alguns passos fundamentais entre
a entrada e o resultado. Isso começa com o mapeamento das atividades e o que é necessário para
que o processo seja realizado.
Segue com o tempo exigido para que isso seja feito. Lembrem-se, tempo é dinheiro. Quanto mais
tempo um processo leva, maior é o seu custo, seja pela quantidade de funcionários envolvidos, seja
pela instituição conseguir atender a menos clientes devido à falta de eficiência.
Continua com a ideia de melhoria contínua já que, por mais que um processo seja dominado pela
organização, novas ferramentas e, consequentemente, novas formas de se realizar estão sempre
sendo desenvolvidas.
Por fim, a qualidade é o último passo fundamental. Não basta realizar o processo no menor tempo
possível e com as melhores ferramentas. É necessário que se entregue o resultado com a qualidade
esperada e desejada pelo seu cliente.
Já quando falamos de burocracia, em geral, nosso pensamento é sobre algo lento, moroso, que
atrapalha as nossas necessidades. Porém (por mais que você não concorde em um primeiro
momento) a burocracia é algo bastante necessário e atende as seguintes funções:
 Padronização dos serviços;
 Impessoalidade;
 Eficiência;
 Legalidade.

186
Então, se a burocracia é algo necessário, por que temos uma impressão tão ruim do termo? Em
muitos momentos o que observamos é o que chamamos de disfunções da burocracia. Em resumo,
são distorções geradas ao longo do processo, modificando a maneira como a burocracia deveria agir
para garantir sobretudo serviços padronizados e eficientes. No quadro abaixo veja alguns exemplos

dessas disfunções:
Atividade(s)
Possivelmente você ou alguém próximo já se viu em uma situação em que as disfunções da
burocracia atrapalharam algum processo. Por exemplo, um sistema com excesso de exigências para
conseguir uma isenção de pagamento para uma prova.
Pensando nisso, pesquise um exemplo próximo a você e como isso poderia ser feito de maneira
mais simples e eficiente, na sua visão.

187
Aula 9 - Aplicações práticas administrativas - Documentação e Arquivos
Conteúdo & Conceitos
Toda instituição produz informações durante o seu funcionamento normal e cotidiano.
Precisamos entender que as atividades desenvolvidas precisam ser registradas e perpetuadas para
diversos fins. O ato de documentar essas atividades e informações chamamos de documentação,
enquanto a ação de guardar essas informações para perpetuá-las na instituição é o arquivamento.
Os setores de documentação e arquivo são duas das maiores possibilidades de trabalho
administrativo dentro das empresas, seja para o estágio ou para a sua colocação no mercado de
trabalho.
A importância desses setores se dá pelos impactos do não registro ou o registro incorreto das
informações dentro de uma instituição. Dentre os diversos problemas e consequências resultantes
disso, podemos destacar:
 Você não terá como repassar as informações iguais para outros colaboradores e criar um
padrão de ação para uma determinada atividade ou projeto;
 Não terá como comprovar suas ações;
 Submeter o projeto ou ideia aos superiores hierárquicos pode ser um problema;
 Possivelmente não irá receber colaboração de colegas de trabalho, já que aquilo que não é
documentado não faz parte dos procedimentos da instituição, podendo ser entendido como
algo “informal” ou fora do padrão de funcionamento do setor ou da própria empresa.
Logo, podemos entender que é exatamente por isso que os documentos existem. Para evitar
essas consequências, registrar informações e fazer com que elas possam ser acessadas por outras
pessoas, para diversos fins.
Quando um documento cumpre todas as etapas dentro da instituição ele não é
necessariamente descartável. Pelo contrário, em muitos casos, ele ainda pode ser útil para algum
tipo de consulta posterior. Para garantir que isso seja possível é que contamos com os arquivos.
Mas antes de entendermos como funciona o arquivamento, precisamos ter a ciência que um
documento tem todo um caminho a ser cumprido dentro da empresa. Isso pode variar de acordo
com a estrutura da instituição, mas em geral a burocracia interna segue um caminho para garantir
que as coisas funcionem corretamente.
Para dar conta dessa necessidade de correção um serviço muito importante é o protocolo. Já
que podemos definir como a tarefa/o serviço responsável pelo recebimento, classificação, registro,
distribuição/expedição e tramitação/controle de tramitação dos documentos.
O recebimento é o ato de incorporar o documento à instituição. Esses documentos podem
vir de dentro da instituição ou de fora (documentos oficiais chegando pelo correio, encomendas,
cartas particulares, malotes, etc.). Tudo o que entra na instituição deve passar pelo Protocolo, pois
ele é a forma de controle de entrada, saída e movimentação da documentação.
Já classificar é colocar um código no documento de acordo com o assunto a que ele faz
referência na instituição. Todo documento pode ser aberto e analisado pelo protocolo? Não. Os que
estiverem com identificações como “Sigiloso/Restrito/Confidencial” além dos documentos
particulares não poderão ser abertos pelo setor de Protocolo. Ambos serão apenas recebidos e
encaminhados para suas áreas de destino.
O documento foi recebido, classificado, e agora será registrado no sistema, seja ele manual
ou informatizado. Se a classificação identifica o assunto e atribui um número, o registro tem como
objetivo registrar a ordem de entrada do documento da instituição e, geralmente, identifica o
caminho que esse documento percorre pela empresa.
A distribuição é o envio interno dos documentos. Você recebeu o documento, identificou o
assunto e classificou, registrou no sistema e pode enviar para o setor competente dentro da
instituição. Já a expedição é o envio externo dos documentos, seja para um cliente ou para outra
empresa que dará prosseguimento ao que deve ser realizado.
Caso o documento tenha cumprido todas as suas etapas administrativas, aí sim, pode ser
arquivado. Porém quando pensamos em arquivos geralmente idealizamos um amontoado de papeis
e armários antigos.

188
Para evitar que esse pensamento se torne uma realidade, muitas empresas trabalham com
arquivos digitais e informatizados. Isso não exclui a existência de arquivos físicos, mas evita que os
documentos produzidos pela empresa com o tempo se tornem um problema devido a sua
necessidade de armazenamento. Além disso, faz com que o espaço físico demandado para a
existência dos arquivos seja bem menor.
Mas, independentemente de como o arquivo se constitui, seja ele físico ou digital, ele deve
ter como princípios a organização, a eficiência e a especialização dos processos, três termos já
vistos no nosso curso. Podemos resumir os tipos de arquivamento em dois grandes grupos:

Arquivamento Alfabético
Uma das principais formas de arquivamento é o método alfabético. Como o nome já indica,
o elemento principal levado em consideração nesse tipo é o nome da sua classificação. Esse método
é um dos mais usados nas empresas por apresentar o benefício de ser muito simples, rápido e
facilmente compreendido por todos.
Arquivamento Geográfico
O método geográfico é utilizado quando os documentos possuem sua organização através
do local. Isso pode ser muito útil para empresas que atuam em diferentes cidades, estados ou até
mesmo países. Dessa maneira, a instituição pode se organizar de acordo com a origem do
documento ou para onde esse documento se destinou e foi solucionado. Mas é fundamental que se
mantenha um modelo único para evitar possíveis conflitos de informações ou problemas de
arquivamento.
Arquivamento Numérico
Como o próprio nome diz, o método numérico é aquele utilizado quando os documentos
são ordenados por números. Essa numeração pode fazer referência a data do documento ou algum
tipo de código interno. Apesar de parecer mais confuso, para determinadas instituições esse tipo de
arquivamento pode facilitar a sua estruturação por não depender de uma classificação bem feita,
algo que pode estar sujeito a erros. Um exemplo de arquivamento numérico é o que geralmente é
utilizado por grandes bibliotecas, para facilitar a busca de títulos dentro da sua estrutura.

189
Arquivamento Ideográfico
Utilizamos o método ideográfico quando o assunto de que se trata o documento é mais
importante do que o nome, entidade ou ordem cronológica e usamos símbolos para a sua
organização. Portanto, consiste em mais uma forma de arquivar o documento de acordo com o
assunto que o caracteriza. Esse método auxilia na organização de grandes volumes de documentos e
variedade de assuntos, permitindo uma sua total visão. Além disso ser eficaz, tanto nos
arquivamentos especializados, quanto nos menos complexos.
Podemos concluir que, cada instituição pode ter a forma de arquivamento que mais se adeque as
suas características e necessidades, mas que se mantenha um padrão e uma forma que facilite a
consulta e acesso a esses documentos no futuro de maneira simples e eficiente.
Atividade(s)
Não são só as empresas que produzem documentos em seu cotidiano, nós também produzimos.
Desde coisas cotidianas como provas da escola, boletins, exames e receitas médicas, a outras mais
complexas como documentos de identidade e diplomas. Assim como as instituições nós também
precisamos arquivar esses documentos de maneira eficiente. Pensando nisso, estruture um modelo
de arquivamento para a sua documentação, baseado em alguma das formas que trabalhamos na aula
de hoje.

190
Aula 10 - Aplicações práticas administrativas - Secretariado
Conteúdo & Conceitos
Na aula anterior falamos sobre dois modelos de trabalho muito comuns quando pensamos
em aplicações práticas administrativas. Hoje, focaremos em um terceiro tipo, o secretariado - que
em algumas instituições é chamado de assessor/a. O trabalho do secretariado está o tempo todo
relacionado ao atendimento, quer seja de outros funcionários, quer seja do cliente. Assim é
fundamental dominar técnicas de atendimento ao público para que se obtenha sucesso nas situações
que se apresentarem.
Então, o primeiro ponto fundamental hoje é, o que é necessário para se fazer um bom atendimento?
 Primeiramente, as pessoas precisam conhecer a si próprias e aqueles com os quais convivem
para um bom desempenho profissional. Quais são seus pontos fortes? Onde você precisa
trabalhar mais e melhorar?
 Em relação mais diretamente ao atendimento, temos que levar em conta que o respeito
mútuo é a base de qualquer relacionamento, principalmente com o cliente, seja ele interno
ou externo. Atenda com o respeito que você deseja sempre ser atendido;
 A partir desse relacionamento é que será determinada a boa convivência com seus
superiores, os colegas e o próprio público.
Demonstração e/ou Aplicação
Atendimento ao superior hierárquico
É importante lembrar que há diferentes tipos de funcionários, alguns são mais amigáveis, outros
indiferentes e há aqueles que vivem de mal com o mundo. Independentemente do tipo, a pessoa que
faz a função de secretariado ou assessoria deve estar sempre prestando atenção a detalhes
importantes que valem em todas as situações. Além disso, deve ter a capacidade de se adaptar aos
diferentes tipos de superiores e perfis profissionais para executar seu trabalho da melhor maneira
possível.
Algumas dicas podem ajudar a tornar isso mais fácil:
 Independentemente do tipo de pessoa, ela sempre deve ser respeitada dentro das suas
características;
 Evite tratar todas as pessoas com intimidade, mesmo que ela seja cordial. Para alguns isso
pode parecer um comportamento pouco profissional;
 Respeite o sigilo empresarial sobre os assuntos entre você e seus chefe. Muitas informações
que você tem acesso são pela sua posição e não pela sua pessoa, entenda a diferença;
 Fique atento aos feedbacks, sempre podemos melhorar;
 Saiba diferenciar profissional do pessoal.
Atendimento ao cliente
Os clientes de uma empresa são as pessoas mais importantes e tem o direito a toda a sua atenção,
gentileza e respeito. Sem os clientes a própria empresa não existiria e, consequentemente a sua
função. Logo, se você precisa se adaptar aos seus superiores, o mesmo vale para os clientes. Alguns
pontos para ajudar nesse processo:
 Procure satisfazer o cliente, sempre que possível. Um cliente satisfeito geralmente se torna
um cliente fidelizado, o que é muito importante para qualquer organização;
 Para que isso aconteça, é fundamental saber ouvir, prestar atenção ao que o cliente precisa,
para tornar a resolução de possíveis problemas o mais simples possível;
 Ou seja, se interesse pelo que o cliente está procurando;
 Conheça bem a sua instituição, seus produtos e serviços é outro ponto fundamental para
melhor atender o cliente. Assim você sabe o que, de fato, a sua empresa é capaz de oferecer
e que expectativas ela pode atingir;
 O cliente tem suas razões e a empresa os seus objetivos, busque ponderar e negociar sempre.
Nem sempre esse atendimento ao cliente será algo tranquilo ou pacífico. E, tão importante quanto
evitar problemas no atendimento é ter a capacidade de resolvê-los quando eles surgirem. Quando os
conflitos acontecerem, primeiramente tenha empatia com a pessoa atendida. Em muitos casos seu
cliente pode estar estressado ou alterado, entenda que você poderia também estar daquela forma se
estivesse naquela situação. Com isso, se torna mais simples ouvir e trazer segurança para a
situação. Se o cliente acredita que você, de fato está interessado em seu problema e em resolvê-lo,
você já caminhou bastante para a resolução do conflito. Por fim, não crie uma situação de certo e
errado. E mesmo que o seu cliente não tenha razão em sua questão, espere o momento certo para

191
falar. Se os ânimos já estiverem mais calmos, o seu cliente estará mais aberto para uma negativa
partindo da empresa.
Um tipo de contato muito importante quando falamos de secretariado é o atendimento por telefone.
Por não ser um contato direto e não ter a impressão visual, esse tipo de atendimento requer alguns
cuidados específico que podem auxiliar:
 Sempre que possível, atenda rapidamente, não deixe tocando por muito tempo. Caso isso
aconteça você pode ter que lidar com um cliente já impaciente e insatisfeito pela espera;
 Assim que atender identifique-se. Diga seu nome, o da empresa e faça uma saudação
educada. O primeiro contato em qualquer situação é sempre muito importante;
o Exemplo: “Detran, João, bom dia!”
 Evite expressões de tratamento informais ou gírias, afinal você é um representante da
empresa naquela situação.
 Quando houver alguma mensagem ou recado, se atente aos detalhes e informações
fundamentais;
o Anote a data e hora da mensagem;
o Nome completo de quem ligou;
o Caso seja um contato de outra empresa, o nome da empresa e departamento do
responsável pela ligação;
o Número do telefone que entrou em contato;
o Conteúdo da mensagem.
Por fim, uma dica que vale para todas as funções, mas em especial para secretariado. Atente ao uso
do seu celular pessoal. Cada vez mais ele é uma parte importante do nosso cotidiano, onde estamos
conectados com toda a nossa vida pessoal e pessoas importantes para nós. Porém, no ambiente de
trabalho, o uso equivocado pode criar uma péssima imagem, sobretudo por demonstrar que você
está mais atento ao que está acontecendo no seu celular do que na sua empresa. Então, em algumas
situações como reuniões, discursos, cursos e treinamentos, palestras e atendimentos, é preferível
que o seu celular esteja desligado evitando a tentação de você checar o que está acontecendo e
deixar de lado algo importante no seu ambiente de trabalho.
Atividade(s)
Diante de tudo que observamos sobre o papel do secretariado e suas funções dentro da empresa,
explique com suas palavras como a empatia pode ajudar no seu cotidiano de trabalho e no
atendimento aos clientes da empresa.

192
Unidade 2. Educação Financeira
A segunda unidade da nossa apostila contém 8 aulas, contidas entre a 11 a 18 e possui
noções básicas de Educação Financeira, pensados para o nosso cotidiano. Na sociedade em que
fazemos parte, não precisamos nem reforçar o quanto o dinheiro é importante e como ter uma
relação saudável com ele pode ser um diferencial ao longo da vida.
Assim como o que vimos na nossa primeira unidade, alguns conceitos e ideias serão mais
úteis no futuro, porém outros já podem estar presentes no seu dia a dia ou quando estiver em algum
estágio das instituições parceiras da FIA.

193
Aula 11 - Essencial x Supérfluo
Conteúdo & Conceitos
Por mais que a segunda unidade seja sobre algo bem material como finanças, a aula de hoje
é sobre alguns assuntos um pouco mais abstratos. Primeiramente, você consegue estabelecer uma
diferença clara entre duas coisas, ter e ser? Para facilitar, vamos as definições:
 Ter é o mesmo que possuir algo. Se refere a bens, objetos.
o Exemplo: Eu tenho esse livro.
 Ser é uma capacidade inerente. Faz parte da particularidade ou identidade de alguém.
o Exemplo: Eu sou feliz
Quando paramos para pensar, em geral, isso não parece tão confuso. Mas aplicamos essa
diferença em nosso dia a dia? Ou, em diversos momentos, tentamos aparentar quem somos (ou não
somos) através do que possuímos?

Demonstração e/ou Aplicação

Observe as duas imagens e responda pra si mesmo, “qual me faz mais feliz?”

Você pode até responder que é um fone novo ou um smartphone de última geração. Mas qual das
imagens você vai se recordar no futuro? De qual delas você vai lembrar com saudade? Ter um fone
novo ou uma pizza - ou outro momento - com a sua família? A posse sobre algo pode nos fazer feliz
em um determinado momento, mas esse sentimento vai se desfazendo com o tempo. Pense quantas
vezes você já desejou um produto e hoje isso não tem a menor importância na sua vida.
Em muitas situações acreditamos que ter é mais importante que ser, e nos apegamos aos bens
materiais. O problema é que acreditamos que só seremos felizes se tivermos muitas coisas, ou seja,
estamos relacionando nossa felicidade ao que podemos comprar e não a quem podemos ser ou às
experiências que podemos ter.
Naturalmente essa relação está diretamente relacionada a educação financeira. Gastar dinheiro
naquilo que você deseja é super legal, mas e gastar dinheiro com experiências que vão te enriquecer?
Já parou pra pensar nisso? Imagine que você juntou dinheiro e, ao invés de gastar num tênis novo,
que tal levar sua avó pra dar um passeio num lugar legal ou comer uma comida diferente? Qual das
duas memórias será mais marcante pra você?
Pensando nisso entramos em um outro ponto, o que é (ou deveria ser) essencial para nós e o que é
supérfluo. Vamos as definições:
 Essencial é aquilo que é imprescindível; muito necessário; primordial; fundamental. O que
não pode ser deixado de lado nem ignorado;
 Supérfluo é o que é dispensável. Algo ou alguém que apresenta caráter desnecessário,
extravagante. Tudo aquilo que excede o necessário ou mais do que o essencial.

Estabelecendo com nitidez o que é essencial ou não na nossa vida, damos o primeiro passo para
termos uma relação positiva com a nossa finança. Assim, temos a possibilidade de gastar – ou não -
o nosso dinheiro com aquilo que de fato faz sentido e agrega algo para a nossa vida.

194
Atividade(s)
Tendo como base tudo que trabalhamos ao longo da aula de hoje, responda: o que é necessário ou
supérfluo pra mim, é o mesmo para todo mundo?

195
Aula 12 - A importância da Educação Financeira
Conteúdo & Conceitos
Cada vez mais lemos ou ouvimos sobre a importância de termos acesso à Educação
Financeira em nossa formação. Mas você sabe o que é isso? Consideramos Educação Financeira o
conjunto amplo de orientações e esclarecimentos sobre posturas e atitudes no planejamento e uso
dos recursos financeiros pessoais. Também podemos considerar a habilidade individual para tomar
decisões apropriadas na gestão das suas próprias finanças.

Demonstração e/ou Aplicação

Consideramos a educação financeira algo tão importante porque, tendo acesso a uma formação que
faça com que possamos ter um uso racional e inteligente do dinheiro é mais fácil construirmos uma
relação positiva com os nossos ganhos. Infelizmente isso não é algo comum a todos, e muitas
pessoas próximas possuem uma relação bastante negativa com o dinheiro. Observe os exemplos a
seguir:

Vocês conhecem alguém que se encaixe em um desses exemplos? Em todos esses casos
observamos pessoas que, apesar de possuírem acesso a renda, não têm no dinheiro um fator de
tranquilidade e recompensa. Essas situações demonstram uma relação pouco saudável com as
finanças e, como podemos ver, não tem uma relação direta com ganhar bem ou mal, muito ou pouco,
mas com ter o controle ou não desse dinheiro.
Fazer com que isso não aconteça com você depende de diversos fatores como estudo e
racionalidade na gerência financeira. Mas, em geral passam pelas etapas a seguir.
Atividade(s)
Hoje observamos que muitas pessoas possuem uma relação ruim com as suas finanças. Pensando
nisso e na proximidade que muitas vezes isso tem conosco, escreva um exemplo que você conhece
de uma relação negativa com o dinheiro e como isso impactou na vida da pessoa.

196
Aula 13 - Tipos de Pagamento
Conteúdo & Conceitos
Para construir uma relação positiva com as finanças, mais do que entender quanto ou como
ganhamos dinheiro é fundamental compreendermos de que maneira gastamos aquilo que recebemos.
Existem várias maneiras de comprarmos coisas ou contratarmos serviços. Vamos observar quais são
as diferentes formas de pagamento que usamos no nosso dia a dia.

Demonstração e/ou Aplicação

Dinheiro
O pagamento em dinheiro é o mais comum e intuitivo, especialmente para pequenos valores, segue
sendo uma forma simples e consciente de compra. Sem a incidência de taxas de banco sobre contas
ou cartões, o dinheiro “em espécie” ainda parece, para muitos, a melhor forma de pagamento.
Porém essa maneira de pagar tem se tornado cada vez menos comum por ter um maior risco tanto
para o consumidor, quanto para o empreendedor. Com a possibilidade de roubos ou assaltos, manter
dinheiro em caixa, pode ser perigoso, assim como para os consumidores que circulam com dinheiro.

Cheque
Provavelmente vocês nunca tiveram contato com um cheque, já que essa é uma forma de
pagamento cada vez menos utilizada. Ela depende da confiança que o empresário possui em seu
cliente, pois um eventual retorno do cheque (sem fundos) pode causar dores de cabeça e até mesmo
mais prejuízo para quem presta o serviço ou realiza alguma venda.

197
Ainda assim, dependendo do tipo de atividade empresarial, especialmente no caso das empresas que
oferecem a possibilidade de pagamento em prestações, ainda é comum a prática de aceitar cheque
como forma de pagamento, sobretudo para antigos clientes, como forma de ajudar na fidelização e
manutenção deles.

Boleto Bancário
Forma segura de receber o pagamento — e também de efetuar –, o boleto bancário é quase
indispensável para as lojas online, sendo uma maneira rápida, segura e sem intermediários entre
vendedores e clientes. O boleto bancário é utilizado também para o pagamento de contas de
prestadoras de serviço (água, luz, internet...).
É o tipo de pagamento mais indicado para o pagamento à vista, mas pode ser utilizado para vendas
parceladas, principalmente para grandes lojas. Com a venda finalizada, são emitidos boletos a serem
pagos mensalmente pelo comprador. Essa forma de venda é chamada de crediário.

Cartão de Débito
Essa é uma das formas de pagamento mais seguras da atualidade. O cartão de débito permite a
transação imediata de um valor depositado em conta bancária. Assim, o cartão de débito substitui o
pagamento em cheque ou dinheiro em várias situações, sem o risco de perder dinheiro em caso de
perda ou roubo do cartão.

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Cartão de Crédito
O cartão de crédito beneficia o cliente que deseja fazer suas compras, normalmente de valores mais
elevados, e não possui o dinheiro ainda. Nesse caso, um parcelamento permite que a compra seja
feita na hora com um pagamento posterior.
Essa é a forma mais segura para o empreendedor receber o pagamento de forma parcelada pelos
serviços prestados ou produtos fornecidos, já que a partir do momento em que o consumidor utiliza
um crédito em seu cartão, o parcelamento não fica mais vinculado ao lojista, já que no caso de não
pagamento de uma parcela realizada pelo cartão de crédito, o banco é o responsável pela dívida.

Pagamentos Digitais
Essa forma de pagamento tem se tornado cada dia mais corriqueira pela sua praticidade e segurança.
Não precisa de um cartão ou algo do tipo, podendo utilizar o próprio celular para efetuar o
pagamento, funcionando de maneira semelhante ao cartão de débito. Em geral, os pagamentos
digitais são realizados pela leitura de um QR Code (código digital) com a utilização da câmera do
dispositivo ou por pela tecnologia de aproximação (NFC), presente em aparelhos como celulares,
cartões ou até mesmo pulseiras disponibilizadas pelas instituições financeiras.

Atividade(s)
Como vimos hoje, existem atualmente diversas formas de pagamento. Diante disso, classifique
dentre todas elas quais que você e sua família mais utilizam para os que vocês menos utilizam, com
uma breve explicação do porquê algumas serem mais usadas que outras.

199
Aula 14 - Juros e Dívida
Conteúdo & Conceitos
Normalmente quando pensamos em juros, pensamos em algo negativo, mesmo que não
tenhamos plena certeza de como isso funciona. Para compreendermos isso um pouco melhor vamos
as definições do que são juros:
 São os rendimentos de aplicações de capitais num certo período ou;
 O valor a ser pago pela utilização de recursos de terceiros;
 Em resumo, o juro é o dinheiro adicional cobrado no decorrer do tempo, pelo empréstimo ou
investimento de determinado valor.

Demonstração e/ou Aplicação

Vamos a alguns exemplos de como os juros funcionam.


Se você aplica R$ 2000,00 na Poupança, quanto você vai ter ao final de um ano?
 Sabendo que a poupança tem um rendimento variável, isso pode mudar. Mas se render, por
exemplo 5% ao final de um ano, você terá R$2000,00 + 5% = R$2100,00
E de dois anos?
 Se o rendimento for o mesmo do ano anterior (5%), é só fazer a mesma conta de novo:
R$2100,00 + 5% = R$2205,00
Com esses exemplos positivos, podemos pensar “Como os juros então podem ser algo negativo pra
mim ou para a minha família?”. Assim como os juros podem ajudar a ampliar os seus ganhos em
um investimento, eles podem ampliar as suas dívidas, em caso de inadimplência. Vejamos como:
Se sua conta de luz é de R$100,00 e você paga em atraso, vai sair o mesmo valor? Não. Quando
pagamos contas em atraso, além da multa por atraso, também pagamos juros pelos dias que
pagamos atrasados em relação ao vencimento.
Por exemplo, se a multa for de 2% e os juros de 1% ao dia, quanto fica se eu pagar 10 dias atrasado?
 R$100,00 + 2% + (1% x 10) = R$102,00 + 10% = R$112,20
Como os juros são uma parte do total, quanto maior o valor inicial, maior será o impacto dos juros
no tamanho da sua dívida. Por exemplo, se você tem uma fatura de cartão de crédito de R$500,00 e
atrasa em um mês o seu pagamento, quanto fica?

 Multa de 2% + juros de 20% ao mês. R$500 + 2% + 20% = R$612,00


Ou seja, quando nos endividamos, os juros fazem com que valor das nossas dívidas cresçam de uma
maneira muito rápida, tornando-as cada vez mais difíceis de serem pagas, tendo o que chamamos de
“efeito bola de neve”.

200
Sabendo disso, podemos nos questionar “por que as pessoas se endividam?”. Em geral, nos
endividamos quando damos “passos maiores que as nossas pernas”. Ou seja, quando gastamos ou
consumimos mais do que podemos pagar. Em alguns casos por falta de controle ou até mesmo por
algum problema que nos coloque nessa posição.
Diante disso, sabendo que é algo que todos estamos suscetíveis, caso se encontre com dívidas que
atrapalhem o seu cotidiano, alguns passos podem ajudar a tranquilizar as coisas e sanear a situação
financeira.
1- Perceber o que fez de errado para não fazer novamente. As dívidas não devem fazer parte da sua
vida;
2- Listar todas as dívidas;
3- Renegociar dívidas. Começar com as mais perigosas e mais complexas, em geral com maiores
juros e que crescem rapidamente. Feiras de negociação podem ajudar nisso. Em geral são
organizadas por instituições como SERASA/SPC, e fornecem bons descontos para quem deseja sair
dessa situação;
4- Encaixar o padrão de vida dentro do orçamento. Não é viável viver dentro de um padrão de
consumo que é maior que os ganhos;
5- Montar uma reserva de dinheiro. O ideal é que essa reserva seja de 6 vezes os seus gastos
mensais para que possa cobrir qualquer eventualidade que apareça, como uma doença ou a perda de
um emprego.

Atividade(s)
Como vimos hoje, é muito comum que as pessoas se endividem. Porém isso não é um fim e é
possível se reorganizar e voltar a ter uma vida financeira mais tranquila. Pensando nisso, pesquise
um exemplo de alguém que conseguiu sair de suas dívidas e retomar o controle da sua vida
financeira e como essa pessoa fez isso. Pode ser alguém que você conheça ou não, pesquise na
internet caso seja necessário.

201
Aula 15 - Poupança e Planejamento Financeiro
Conteúdo & Conceitos
Se um dos pontos importantes de Educação Financeira é como sair do endividamento ou
preferencialmente, não se endividar, algo que está diretamente relacionado a isso é a construção de
uma reserva financeira. Aparentemente as duas coisas podem não caminhar juntas, mas possuem
sim uma ligação que veremos ao longo da aula de hoje.

Demonstração e/ou Aplicação

Primeiramente, o ideal é que todos tenhamos uma reserva básica de emergência, algo que possui
duas características importantes:
 Proteção contra qualquer imprevisto que abale a sua remuneração;
 Ideal: 6 vezes os seus gastos fixos mensais.
Como o nome diz, é uma reserva emergencial disponível para momentos onde os seus ganhos
normais sofram alguma alteração (doença, desemprego). E aqui vemos a conexão com a aula
anterior. Vamos supor que você perca sua fonte de renda. Caso você não possua uma reserva
emergencial, o caminho natural é o endividamento, afinal, precisamos sobreviver.

E aqui entra o outro ponto fundamental. O fato de a reserva ideal ser de seis vezes os seus gastos
fixos mensais (saúde, alimentação, transporte, moradia) não é aleatório. A ideia é que você tenha
seis meses de maior tranquilidade para que os seus vencimentos voltem ao normal sem que isso
gere um endividamento.
Na prática, podemos dizer que você pegou um empréstimo com você mesmo e assim que possível
irá repor o valor que foi necessário ser retirado. Só que sem precisar pagar juros e todos os
problemas ocasionados por uma dívida.
Outras dicas também são muito importantes para ajudar a economizar:
 O ideal seria 30% da receita, mas sabemos o quanto isso é difícil;
 Separar a reserva no ato do recebimento e não no final do mês. O dinheiro economizado é
prioridade e não o que sobra;

202
 Para cada finalidade há um lugar para investir. Diferentes e taxas de juros e prazos de
resgate. Então, antes de guardar pense “para que estou guardando?”
o Comprar algo mais caro, como carro ou uma moto - Médio prazo;
o Aposentadoria/Previdência Privada - Longo prazo.
O Planejamento Financeiro existe justamente para ajudar a estruturar tudo isso. O quanto você
ganha, o quanto você gasta e o quanto economiza. Tudo isso deve coexistir sem que um prejudique
o outro. Para que isso seja mais facilmente compreendido, uma ferramenta que pode ajudar muito é
a planilha financeira. Vejamos alguns exemplos:

Não existe certo ou errado. Cada pessoa pode ter uma maior familiaridade com um tipo ou outro de
planilha, mas o ideal é que se faça. Com ela podemos visualizar melhor nossas entradas e saídas de
dinheiro e entender, por exemplo, onde estamos gastando demais e podemos economizar. Caso
prefira, ainda existem diversos aplicativos que podem ajudar nesse processo. Alguns exemplos de
aplicativos de controle financeiro:
Guia Bolso; Mobills; Organizze; Minhas Economias; Meu Dinheiro.
Atividade(s)
Todos nós temos um custo, o quanto é necessário para o nosso cotidiano. Você sabe o quanto sua
família gasta com você? Faz alguma ideia? Coloque no papel, seguindo um dos nossos modelos de
planilha, qual o seu custo mensal levando em conta alimentação, cuidados pessoais, vestuário,
transporte, saúde e lazer.

203
Aula 16 - Bancos Físicos e Digitais
Conteúdo & Conceitos
Os bancos são instituições que fazem parte da vida cotidiana de praticamente todas as
pessoas na vida adulta. Existem relatos de sistemas financeiros desde a antiguidade, onde os povos
da Ásia já utilizavam várias formas diferentes de realizar pagamentos, como documentos de
créditos.
Mas, foi no século XVII que os bancos se firmaram, com o lançamento do dinheiro de papel
(papel-moeda). Nesta época, vários países europeus começaram a produzir sua própria moeda,
aumentando a importância dessas instituições.
Outros tipos de bancos surgiram a partir do século XIX, quando o progresso econômico,
provocado pela Revolução Industrial, ampliou a importância com a necessidade de mobilizar
valores altos de dinheiro para auxiliar o desenvolvimento industrial.
Demonstração e/ou Aplicação

Mas atualmente, para que utilizamos os bancos? Vamos a algumas funções dessas organizações:
 Gerir contas e aplicações de clientes;
 Realizar as transações, ou seja, recebimento e pagamento de cheques, transferências entre
contas correntes ou pagamentos e recebimentos;
 Conceder créditos a particulares, empresas e ao Estado;
 Realizar operações de locação financeira e cessão financeira;
 Realizar operações na Bolsa de Valores;
 Prestar consultoria, guarda, administração e gestão de carteira de valores mobiliários;
 Disponibilizar serviços de câmbio, nomeadamente compra e venda de moedas estrangeiras;
 Prestar serviço de aluguéis de cofres.
Por mais que a maioria de nós não utilize todos esses serviços, algumas funções são fundamentais
em nosso dia a dia, principalmente a gestão de contas correntes. Imagine, por um momento que,
para qualquer compra que realizássemos fosse necessário a utilização do dinheiro “em espécie”.
Além de pouco prático, a insegurança seria muito maior.
Em nosso cotidiano, outros serviços bancários acabam sendo mais utilizados, tais como:
 Saque caixa eletrônico
 Saque caixa 24h
 Transferências (TED/DOC/PIX)
 Saldo
 Extrato
 Cheque
 Cheque especial (LIS)
De todos os serviços que utilizamos de maneira mais corriqueira, como os listados acima, sem
dúvida o que gera maior preocupação para a vida financeira é o Cheque Especial, mas o que é isso?
Uma linha de crédito pré-aprovado que o banco disponibiliza desde a abertura da sua conta corrente,
mesmo sem você ter solicitado. Ele não deixa de ser um tipo de empréstimo, embora o acesso não
dependa de análises de crédito complexas. Normalmente, é utilizado como uma solução rápida para
momentos de aperto ou de confusão com as finanças pessoais. Vale lembrar que o cheque especial
também é conhecido por outros nomes: limite pré-aprovado, LIS e cheque azul são alguns deles.
Pela sua praticidade, funcionando com um “empréstimo automático”, o cheque especial deve ser
usado com muita cautela e somente em situações emergenciais. Quando o correntista utiliza todo o
saldo da sua conta bancária, o banco empresta automaticamente um valor pré-aprovado para que ele
possa continuar consumindo. E, como em qualquer empréstimo, há cobranças para o uso desse
montante. Nesse caso, alguns dos maiores juros de todo o sistema bancário.
Na prática, funciona assim: se você tem 200 reais em sua conta corrente e paga um boleto de 250
reais, por exemplo, vai usar 50 reais do valor disponível do seu cheque especial. Essa quantia
deverá ser devolvida com juros, assim que entrar algum dinheiro na conta.
Em relação a conta corrente é importante ressaltar que nem todas são iguais e, apesar de mudar de
nome dependendo no banco, giram em torno destes tipos básicos:
 Conta Corrente;
 Conta Poupança;
 Conta Salário;
 Conta Corrente Universitária.

204
Diante da sua necessidade e do seu perfil a escolha de um desses tipos pode variar. Algumas
perguntas podem ajudar a entender melhor quais as necessidades que você possui ao abrir uma
conta em um banco. Qual a sua frequência de ida ao banco? Faz utilização de cheques, ou cartão de
crédito no seu dia a dia? Precisa realizar saques ou depósitos com frequência? Tais perguntas são
importantes por determinados tipos de contas possuírem tarifas. Quanto mais serviços são
disponibilizados pelos bancos para a sua conta, mais altas serão as tarifas cobradas.
Bancos digitais
Um banco digital é uma instituição que não oferece atendimento presencial. Da abertura da conta
bancária ao esclarecimento de dúvidas, todas as necessidades dos clientes podem ser resolvidas pelo
computador ou aplicativos. Sem fila, sem burocracia e sem precisar sair de casa.
São novas propostas – algumas ainda em consolidação – que estão em busca de resolver problemas
como tarifas elevadas e falta de transparência, O objetivo é ter mais agilidade no atendimento e,
assim, atingir um número maior de consumidores. Com isso, os bancos digitais estão crescendo e
ganhando cada vez mais clientes no Brasil. Eles vieram para suprir com tecnologia e eficiência um
mercado concentrado nos grandes bancos, mudando a forma como muitos cuidam de suas finanças
pessoais.

Para facilitar, vamos a uma comparação rápida de aspectos positivos e negativos dos Bancos
Digitais:
Vantagens:
 Não há cobrança de taxas
 Praticidade
 Pouca burocracia
 Mais opções de investimentos
 Facilidade para tirar dúvidas e/ou resolver problemas
 Maior controle da conta com as informações à mão

Desvantagens:
 Dependência da tecnologia
 Falta de suporte presencial
 Tamanho dos bancos
 Dificuldade no saque

Atividade(s)
Faça uma pesquisa com um banco físico, tradicional, e um digital. Compare as principais
características de uma conta corrente oferecida pelos bancos, tais como: serviços disponíveis, tarifas,
vantagens e desvantagens, etc.

205
Aula 17 - Cartão de Crédito e Cartão de Débito
Conteúdo & Conceitos
Os cartões são muito comuns e estão presentes na carteira de praticamente todos os
brasileiros. Seja pela praticidade, conforto ou segurança, cada vez mais nosso ato de comprar está
ligado a esses objetos que nos dão diferentes possibilidades de pensar e planejar nossos desejos e
necessidades e, consequentemente, nossa vida financeira.
Demonstração e/ou Aplicação
Cartão de Crédito
O cartão de crédito é um meio de pagamento com um limite de crédito predefinido, que permite ao
consumidor comprar bens e/ou serviços nos estabelecimentos que aceitam essa forma de pagamento.
O consumidor só paga por esses valores no dia do vencimento da fatura do cartão.

Normalmente, o cartão é de plástico e tem as seguintes características:


 Nome do dono do cartão, na frente
 Número do cartão, na frente
 Data de validade (com mês e ano) até quando o cartão pode ser usado
 Espaço para assinatura, no verso
 Itens de segurança (hologramas e outros sinais específicos)
 Tarja magnética e/ou chip
 Código de segurança (sequência de três ou quatro números, normalmente impressa no verso
do cartão)
 Identificação do emissor (instituição financeira ou empresa que ofereceu o cartão ao cliente)
 Identificação da bandeira do cartão (como Elo, Mastercard e Visa)

Mas quanto posso gastar no cartão de crédito? O usuário do cartão tem que respeitar seu limite de
crédito, que é determinado pelo emissor do cartão (banco, fintech ou empresa). A utilização desse
limite inclui não só os gastos feitos naquele mês, mas também gastos de meses anteriores que foram
parcelados, por exemplo. Portanto, no caso de compras parceladas em uma loja, as parcelas a
vencer comprometem o limite total do cartão, que será restabelecido à medida que são pagas as
prestações.
Porém nem todo cartão de crédito é igual. Algumas características, tarifas e benefícios podem variar
de acordo o perfil de consumo do usuário do cartão. Em geral os bancos disponibilizam dois tipos
de cartão, o básico e o diferenciado.
O cartão de crédito básico serve apenas para pagamento de bens e serviços em estabelecimentos
credenciados. Não pode ser associado a programas de benefícios, milhas ou recompensas. A
anuidade desse cartão é a menor cobrada pelos emissores dentre os cartões de crédito oferecidos (às
vezes nem sendo cobrada). Pode ser nacional e/ou internacional.
Já o cartão de crédito diferenciado além de permitir o pagamento de bens e serviços em
estabelecimentos credenciados, oferece programas de benefícios, milhas ou recompensas.
Normalmente, tem uma anuidade maior do que um cartão de crédito básico e é mais indicado para
aqueles que possuem altos gastos mensalmente em seus cartões. Assim como o básico, também
pode ser nacional e/ou internacional.
206
Então, de forma bem simples, o cartão de crédito é um valor que você tem disponível - como um
empréstimo - para fazer as suas compras, sendo o valor máximo condicionado pelo limite que a
instituição disponibiliza. Se você pagar de volta o dinheiro emprestado até a data de vencimento,
não tem que pagar nada a mais, ou seja, não há juros. Em outras palavras, é uma dívida.
Essa dívida passa a se tornar um problema se você não pagar ou pagar parcialmente o valor
utilizado. Caso isso ocorra, terá que arcar com juros (altíssimos) em cima do valor. Quando isso
acontece, é popularmente conhecido como “entrar no rotativo do cartão”. Muitas pessoas chegam
ao ponto de solicitarem vários cartões de crédito e contraindo dívidas em vários simultaneamente,
desorganizando completamente a vida financeira.

Apesar dos riscos, se usado de maneira correta e sem atrasos, o cartão de crédito fornece diversas
vantagens ao consumidor. Por exemplo, não é preciso ter dinheiro físico ou cheque na hora da
compra, além do cliente obter um prazo a mais para pagar a compra. Ainda é possível comprar
produtos mais caros parceladamente, de maneira segura para o consumidor e para o lojista.
Cartão de Débito
O cartão de débito funciona de maneira diferente de um cartão de crédito. Os cartões de débito
muitas vezes são chamados de “dinheiro de plástico” já que, para fazer uma compra com ele, basta
inserir o cartão na máquina, digitar sua senha e pronto. Apesar do funcionamento ser igual ao cartão
de crédito, as semelhanças acabam aí. Na prática, como funciona um cartão de débito?

Diferentemente do cartão de crédito, em que o usuário paga a compra cerca de um mês depois de ter
feito a transação, no débito esse pagamento é na hora e o dinheiro sai diretamente da conta do
usuário. Isso significa que, para fazer uma compra usando o cartão de débito, é preciso ter o saldo
em sua conta corrente, conta-poupança ou qualquer outro tipo de conta que você possuir.
Assim, as compras por cartão de débito são limitadas aos fundos existentes na conta do cliente no
ato da compra. Enquanto com o cartão de crédito o cliente pode realizar uma compra cujo valor ele
não dispõe para pagamento imediato, mas compromete-se a pagar essa compra futuramente.
Além disso, para ter um cartão de crédito o cliente deve se submeter a uma análise de crédito, e
certos tipos de cartões somente são fornecidos para quem possuir a partir de uma determinada renda
mensal. Já um cartão de débito não apresenta essas restrições, garantido para todos que possuírem
conta em banco, sendo uma alternativa para os que querem um cartão para pagamentos eletrônicos,
207
mas não conseguem ou não desejam um cartão de crédito. Outra vantagem interessante é que as
compras no cartão de débito são consideradas à vista, podendo haver um desconto.
Atividade(s)
Na aula de hoje podemos perceber como os cartões fazem parte do nosso cotidiano de maneira
importante. Pensando nisso, pesquise dois cartões de crédito anunciados apontando suas vantagens
e desvantagens. Por fim, indique qual dos dois você escolheria e o porquê.

208
Aula 18 - Consumo Consciente
Conteúdo & Conceitos
Ao longo da segunda unidade falamos sobre diversos temas relacionados a Educação
Financeira e dos riscos que uma relação negativa com as finanças pode ter em nossas vidas. Em
geral, os problemas se relacionam diretamente com um padrão de vida e de consumo que não esteja
de acordo com as possibilidades financeiras daquele momento.
Quando falamos nesse sentido, não é sobre não consumir, mas sobre como fazer isso de
maneira responsável e consciente. O primeiro ponto para que isso seja possível é uma autoavaliação
em relação a maneira que consumimos. Será que você é alguém consumista? Vamos as definições:
 Relativo ao consumismo, ao sistema econômico que incentiva e favorece o consumo
excessivo;
 Sociedade consumista;
 Que consome em excesso, que compra mais do que o necessário ou muito além do que
precisa.
Em geral somos consumistas em maior ou menor escala, ou até mesmo com produtos
específicos. Mas a resposta dessa questão está diretamente relacionada a como lidar com o
consumo excessivo. Ou seja, está associado ao ato de comprar sem necessidade dos produtos
comprados, motivado simplesmente pelo impulso ou desejo de comprar. Muitas pessoas sem
perceber transformam o ato de comprar em compulsão desenvolvendo um transtorno psíquico por
acreditarem que ao comprar mudarão seu humor. Porém a euforia da compra passa e muitas vezes é
substituída pelo sentimento de culpa. “Mas como saber se sou um consumista excessivo?”
 Você já comprou alguma coisa e se arrependeu logo após a compra?
 Desejou trocar algum produto mesmo tendo outro plenamente funcional?
 Por exemplo: já quis comprar um aparelho de celular novo mesmo tendo outro em perfeito
estado?
Não estamos falando que não devemos consumir, mas sim fazer isso de maneira consciente.
As pessoas compram por diferentes influências presentes em nosso cotidiano. A mídia com táticas
de propaganda e marketing nos faz acreditar que precisamos ter determinados produtos para ser
quem desejamos.
Além disso, a produção de novos produtos a todo tempo, e a grande oferta de novidades no
mercado demonstram que você para se manter atualizado precisa demonstrar isso através do
consumo de novidades.
E por fim, associamos em vários momentos as compras à “felicidade” e realização, apelando
para a ideia de que precisa comprar para ser feliz. Tais pressões e influências não estão presentes
somente em propagandas, mas estão em toda sociedade e a nossa volta, através dos colegas,
familiares, vizinhos e amigos.
Demonstração e/ou Aplicação
Para evitar que isso se torne uma prática recorrente, alguns passos podem auxiliar, observe:
 Antes de comprar avalie bem e reflita sobre a real necessidade de ter aquele produto;
 Pesquisar preços ajuda a economizar dinheiro, não compre no primeiro lugar, por impulso;
 Se estiver triste ou com raiva não vá às compras;
 Observe seus hábitos relacionados às compras;
 Se perceber que está fora do seu controle, procure ajuda.
As compras fazem parte do cotidiano de todos nós, o consumo só precisa ser consciente para que
você controle o impacto no planeta e na vida. Afinal, o consumo excessivo não é ruim somente para
as suas finanças, mas também para o planeta, pois quanto mais consumimos maior é a necessidade
de produção por parte da indústria, ampliando ainda mais os impactos que a humanidade tem sobre
a Terra, como o descarte irregular de resíduos, ou seja, lixo. A exploração descontrolada de
recursos naturais, necessários para a produção que precisa ser mantida para atender a essa cadeia de
consumo, muitas vezes as custas de crimes ambientais, como as queimadas, para dar espaço a
alguma atividade produtiva como a pecuária ou a mineração.

209
Pensando nisso, alguns hábitos podem colaborar para nós e para o planeta em nosso consumo:
 Economize água;
 Economize energia;
 Sempre que possível faça o descarte correto do lixo contribuindo, por exemplo, para a
reciclagem;
 Reutilize produtos e embalagens, assim evitamos a necessidade de produzir novos;
 Preserve a vegetação nativa e os cursos d’água;
 Evite o consumismo;
 Sempre que possível, opte por alimentos orgânicos. Agrotóxicos são agressivos para nós e
para o meio ambiente;
 Não compre nem venda animais silvestres;
 Informe outras pessoas, nem todos tem acesso a esse tipo de informação.

210
Atividade(s)
Como dissemos no início da aula, em algum momento todos somos consumistas, em maior ou
menor escala. Escreva sobre algum produto que comprou sem necessidade e porque se arrependeu
dessa compra.

211
Unidade 3. Empreendedorismo
Na Primeira Unidade entendemos um pouco mais sobre como se organiza e quais os pontos
mais importantes relacionados a administração e na Unidade Dois nos aprofundamos mais sobre a
importância da gestão dos recursos e de construirmos uma relação positiva com o dinheiro, o foco
da Terceira Unidade é outro, o Empreendedorismo.
A ideia aqui não é que vocês necessariamente se tornem donos dos seus negócios ou abram
uma empresa quando acabarem o PTPA. Mas entendemos que, caso isso esteja no seu horizonte,
algumas ferramentas que dispomos podem auxiliar a estruturar essa ideia de uma forma correta e
viável para isso.
Houve um tempo em que a palavra “empreendedorismo” não fazia parte oficial da língua
portuguesa. No entanto, há empreendedores por aí há séculos, contribuindo com mudanças
importantes na humanidade. Hoje, o termo é cada vez mais utilizado para definir pessoas capazes de
identificar problemas, oportunidades e encontrar soluções inovadoras.
O Brasil apresenta grande potencial para o empreendedorismo. De acordo com a Global
Entrepreneurship Monitor (GEM), a Taxa de Empreendedorismo Total no Brasil é de 38% (2018).
São 52 milhões de brasileiros se dedicando ao próprio negócio. Aproveitar as oportunidades do
mercado e transformar crises em oportunidade é uma característica do brasileiro. Dados do
Relatório de Empreendedorismo no Brasil de 2018, mostram que houve um aumento no número de
pessoas que empreendem por oportunidade.
Porém, caso isso não seja feito de uma maneira pensada e estruturada, esse sonho pode se
tornar um grande problema, ocasionado pelo insucesso. Além disso, veremos que
empreendedorismo vai muito além de abrir ou não um negócio e está muito mais presente em
nossas atitudes cotidianas do que percebemos.

212
Aula 19 - O que é Empreendedorismo
Conteúdo & Conceitos
Provavelmente, mesmo antes da aula de hoje, você já ouviu falar em empreendedorismo.
Nos últimos anos o termo ganhou o público e se tornou uma palavra corriqueira quando pensamos
em administração e negócios. Para nos ajudar a entender o porquê dessa importância, vamos as
definições que é empreendedorismo:
 Vocação, aptidão ou habilidades de construir, gerenciar e de desenvolver projetos,
atividades ou negócios;
 É a capacidade de projetar novos negócios ou de idealizar transformações inovadoras em
companhias e empresas.
A introdução de um novo bem, a criação de um método de produção ou comercialização e
até a abertura de novos mercados, são algumas atividades comuns do empreendedorismo. Isso
significa que a essência do empreendedorismo está na percepção e no aproveitamento das novas
oportunidades no âmbito dos negócios.

Os jovens estão mais interessados em ter o próprio negócio e colocar suas ideias em prática,
criando soluções inovadoras para a sociedade. Mas como identificar um empreendedor?
Primeiramente ninguém nasce empreendedor. É o contato social e estudos que favorecem o
desenvolvimento de talentos e características na personalidade, que podem ser fortalecidos ao longo
da vida. Todos os contatos e referências irão influenciar diretamente no nível de empreendedorismo
de uma pessoa, já que um empreendedor é um ser social. Porém, algumas características se mostram
comuns a empreendedores que obtiveram sucesso em suas jornadas:
 Otimismo: não confunda otimista com sonhador. O otimista sempre espera o melhor e
acredita que tudo vai dar certo no final, mas faz de tudo para chegar aos seus objetivos. Isso
inclui, claro, mudanças em seu negócio. Já o sonhador não enxerga riscos, e mesmo que seu
negócio esteja indo muito mal, continua fazendo a mesma coisa por acreditar cegamente que
basta sonhar para realizar.
 Autoconfiança: acreditar em si mesmo é fundamental para valorizar seus próprios talentos e
defender suas opiniões.
 Coragem: sem temer fracasso e rejeição, um empreendedor faz o que for necessário para
ser bem sucedido. Essa característica não impede que sejam cautelosos e precavidos contra o
risco, mas os faz entender a possibilidade de falhar.
 Persistência e resiliência: motivado, convicto e entusiasmado, um bom empreendedor pode
resistir a todos os obstáculos até que as coisas finalmente entrem nos eixos, não desistindo
facilmente.

213
Em resumo, empreendedor é o indivíduo que consegue olhar para o mercado e identificar
oportunidades que outras pessoas não veem para construir um negócio com o objetivo de atender
essa necessidade e preencher esse espaço.
Mas o caminho para se tornar um empreendedor de sucesso possui muitas dificuldades que,
caso não sejam superadas, podem inviabilizar um projeto por mais promissor que ele seja. Vejamos
a seguir algumas dessas dificuldades fundamentais a serem superadas por todos que desejam
empreender.
Gerir pessoas
Essa dor não é exclusividade nem dos pequenos, nem dos grandes negócios.
Empreendedores de todos os portes e segmentos relatam que gerenciar pessoas é um dos maiores
desafios encontrados ao montar o próprio negócio. E, a essa dificuldade fica ainda maior quando o
assunto é a formação de novos líderes. Sem bons líderes, a empresa não consegue ir para frente e
acaba andando em círculos. Para que esse desafio seja superado, será preciso investir mais em ações
voltadas para o desenvolvimento de seus profissionais.
Gestão legal e financeira
Muitos empreendedores consideram os aspectos legais e burocráticos um dos maiores
desafios, assim como a gestão financeira do negócio. E não é para menos. Ainda mais em tempos de
crise econômica, manter a gestão sobre os recursos é ainda mais complicado.
Enquanto a gestão de pessoas é um desafio para empresas de todos os níveis, não acontece o
mesmo com a gestão financeira e burocrática. Essa dor é mais comum em empreendedores de
pequeno e médio porte, justamente por conta da centralização das tarefas.
Com recursos mais limitados, é natural que empreendedores de pequeno porte acabem
tomando conta do pagamento de folha, de impostos e fiquem responsáveis por manter o negócio
dentro dos requisitos legais. Mas, é preciso entender que contar com ajuda especializada para
superar esse desafio é fundamental para que, além de manter a essas questões importantíssimas em
dia, o empreendedor possa se focar em áreas muito mais estratégicas.
Negociação com clientes
Ao começar um novo negócio, muitos se deparam com questões que antes nem ao menos
imaginavam. Negociar diretamente com clientes, e também com fornecedores, por exemplo, acaba
se mostrando um desafio muito mais complexo do que imaginado.
Para superar esse desafio, muitos empreendedores acabam optando pelo jeito mais fácil. Na
ânsia de fechar negócio, arcam com pedidos, dão descontos ou sobrecarregam a equipe com
promessas feitas para não perder o cliente. Consequentemente, o negócio como um todo sai
perdendo.
Manter-se inovador
Sua empresa nasceu com o propósito de resolver um problema de um determinado nicho de
mercado, certo? Ótimo! Mas, dentro de alguns meses, será que a sua solução ainda é adequada? Ela
se mantém inovadora ou é apenas mais uma entre tantas? É preciso que o empreendedor seja
inquieto, acompanhe as mudanças do mercado e dos consumidores e possa estar sempre alinhado
com as novas exigências.

214
Demonstração e/ou Aplicação
Casos de Sucesso
Mesmo com todos os problemas, dificuldades e barreiras que os empreendedores encontram em seu
caminho, muitos ainda obtém sucesso em sua jornada. Observar esses casos é importante para
compreender os passos que podem ou não ser dados além de servir como motivador para aqueles
que desejam seguir nesse caminho.
1 - Zica Assis (Beleza Natural)
Nascida na comunidade do Catrambi, no Rio de Janeiro em uma família humilde com 12 irmãos,
Zica começou a trabalhar aos 9 anos. Foi babá, faxineira e empregada doméstica, mas nunca
desistiu do seu sonho: desenvolver um produto para tratar seu cabelo, crespo e muito volumoso.
Fez um curso de cabeleireira para encontrar as respostas e conseguiu matérias-primas para
desenvolver seu produto em casa. Com uma bacia e uma colher de pau, começou a fazer testes no
próprio cabelo e no de seu irmão mais novo. Dez anos, muitos experimentos e muita queda de
cabelo depois, chegou à fórmula do Super-Relaxante.
A ideia de abrir seu próprio salão veio dos vários pedidos de amigas, que desejavam resultados
semelhantes. Contou com o apoio do marido Jair para vender o único bem da família, um Fusca,
além da experiência do irmão, Rogério, e da amiga Leila, que, como ex-funcionários do
McDonald’s, trouxeram um processo inovador, semelhante a uma linha de montagem, para ganhar
agilidade no atendimento.
Hoje, o Beleza Natural tem mais de 25 institutos de beleza em diversas cidades, –atendendo mais de
130 mil clientes por mês e emprega cerca de 3000 pessoas, sendo 80% delas ex-clientes, reforçando
o seu aspecto social. Além do Super-Relaxante, todos os produtos usados no Beleza Natural são de
fabricação própria e ficam disponíveis à venda. A empresa possui ainda um Centro de
Desenvolvimento Técnico (CDT), que ministra cursos para os funcionários. Em 2013 recebeu um
investimento de R$70milhões da GP Investments para financiar o plano de expansão para 120 lojas
em 5 anos. E o sonho de se tornar uma empresa internacional já começa a ser construído com a
escolha de um ponto no Harlem, em Nova York, para ser o primeiro Beleza Natural fora do Brasil.

2 - Jan Koum (WhatsApp)


Nascido nos arredores de Kiev, capital da Ucrânia, filho de único de uma família humilde, quando
criança nunca teve água quente em casa. Emigrou para os Estados Unidos com 16 anos e, para
conseguir dinheiro para sobreviver, sua mãe trabalhava como babá e o empreendedor varria pisos
de um supermercado e a família só conseguiu sobreviver graças a um programa social que distribuía
algo semelhante a vale-refeição, para famílias pobres.
O pai de Jan, que planejava se juntar à família na Califórnia, adoeceu antes que pudesse fazer a
viagem e acabou falecendo em 1997. Pouco depois, a mãe de Jan foi diagnosticada com câncer, o
que levou ao seu falecimento no ano de 2000.
Apesar de tudo, conseguiu seguir e durante o ensino médio, começou a comprar livros usados
aprendendo engenharia de sistemas sozinho. Utilizando seu aprendizado conseguiu um emprego em
uma grande empresa de consultoria enquanto ainda estava na universidade. Um de seus primeiros
215
clientes na Ernst & Young foi a, na época, nascente Yahoo! que, percebendo o talento de Jan,
ofereceu-lhe um emprego.
Durante 9 anos, Jan atuou na Yahoo!, vivenciando os períodos de grande crescimento, bem como a
lenta queda da gigante digital. Finalmente, em 2007, tirou um ano de folga e viajou pelas Américas
Central e do Sul (durante esse período, também concorreu para vagas no Twitter e no Facebook,
mas foi rejeitado). O empreendedor então usou cerca de 400 mil dólares que poupou quando
trabalhava no Yahoo e iniciou um novo projeto – um aplicativo de mensagens que denominou como
WhatsApp.

Entre 2009 e 2015, o WhatsApp foi de 0 a 900 milhões de usuários e se tornou o maior aplicativo
de mensagens do mundo, sendo adquirido pelo Facebook em 2014 por 22 bilhões de dólares. O
momento de assinatura dos papéis que o fizeram um dos homens mais ricos do mundo não ocorreu
em um grande hotel ou na sede do Facebook. Ao invés disso, o empreendedor retornou à discreta
construção onde, no passado, ele passava horas com sua mãe esperando pelo vale-refeição.
Atividade(s)
Observando a trajetória de empreendedores de sucesso, podemos ser inspirados a persistir em
momentos de dificuldade. Pensando nisso, escreva sobre um exemplo de empreendedor de sucesso
que você conheça. Não precisa ser alguém multimilionário, mas alguém que seja um exemplo para
você e que através do seu esforço e persistência se tornou um exemplo para você.

216
Aula 20 - Como ser empreendedor
Conteúdo & Conceitos
Quando pensamos ou falamos de empreendedorismo é natural pensarmos nos grandes
exemplos – como os que falamos na última aula. Mas você lembra das características do
empreendedor? Elas não valem só para negócios e empresas, mas também para o nosso cotidiano.
Pensando nisso, além de idealizar como abrir um negócio ou dar um passo nesse sentido, invista no
que é mais importante: você.
Em maior ou menor escala, todo empreendedor investiu na sua qualificação para alcançar
seus objetivos ou se aproximar deles, da maneira que fosse possível. Para se destacar em um
mercado de trabalho cada vez mais difícil e competitivo, invista na sua formação e estude. Por mais
que deseje ser o seu próprio chefe, quanto maior for a sua qualificação mais bem preparado para
isso você estará. Ademais, caso esse não seja o seu desejo ou uma realidade próxima, estudos
mostram que, quanto mais estudamos, mais recebemos. Observe:

Apesar destes serem salários médios e não serem garantidos para os que se formam em
qualquer nível, eles nos mostram uma grande diferença de rendimentos de acordo com o grau de
instrução. Logo, a melhor forma de garantir melhores possibilidades é investindo na sua
qualificação. Algo que pode abrir novos horizontes e melhores oportunidades, para o seu futuro.
Graduação
Porém, você sabe como funcionam os cursos de Ensino Superior? Existem diversos cursos
divididos em diferentes áreas, de acordo com a área de atuação no mercado de trabalho após a
formação, observe:

Pós-Graduação
Mesmo com a maior parte da população do Brasil não tendo acesso ao Ensino Superior, a
formação pode ser continuada mesmo após a conclusão da sua graduação. Os cursos de pós
graduação se dividem em duas áreas, como vemos a seguir:
 Latu Sensu: Significa “em sentido amplo”, dessa forma, são as pós-graduações voltadas
para alguma especialização. Apenas estudantes que tiverem concluído alguma graduação,
independente da área, podem cursar uma pós Lato Sensu. Essa pós-graduação costuma
217
chamar atenção daqueles que já trabalham, seja para auxiliar na sua profissão, no seu
emprego atual ou para buscar novas oportunidades. De acordo com o Ministério da
Educação (MEC), os cursos da modalidade Lato Sensu devem ter, no mínimo, 360 horas de
duração. Os alunos que completarem essa pós-graduação não receberão um diploma, mas
um certificado comprovando a conclusão do curso.
 Stricto Sensu: significa “em sentido limitado”, ou seja, essa pós-graduação está restrita aos
cursos de mestrado e doutorado. E assim como no caso do Lato Sensu, os alunos que
desejam fazer um curso Stricto Sensu devem ter concluído uma graduação. Se você deseja
seguir uma carreira acadêmica, seja dando aulas ou atuando em projetos e pesquisas, essa
pós é recomendada para o seu caso. Entretanto, você também pode optar por um mestrado
profissional, que é uma pós-graduação Stricto Sensu voltada para o mercado de trabalho.
Nele, o aluno deve apresentar um trabalho, que pode ser uma monografia em forma de um
estudo de caso ou um projeto a respeito de determinado tema. Diferente do Lato Sensu, os
alunos que se formam mestres ou doutores no Stricto Sensu, recebem um diploma ao invés
de um certificado e os cursos são submetidos à aprovação e reconhecimento do Ministério
da Educação, o MEC.

Cursos de Aprimoramento
Apesar de ser bem importante pensar e projetar o nosso futuro, podemos começar a melhorar
a nossa formação bem antes de terminar o Ensino Básico. Com as ferramentas que estão disponíveis
hoje, principalmente digitais, através de aplicativos, cursos online e semipresenciais, é possível
investir em diferentes áreas e ampliar as suas chances.
Para ajudar, seguem algumas indicações de páginas e aplicativos onde é possível conseguir
acesso a cursos em diferentes áreas.
- Cursos de informática:
 WR Educacional
 Iped
 Ginead
 Learncafe
 Unieducar
- Cursos de idiomas e aplicativos para fluência e vocabulário:
 Duolingo
 Unesp Aberta
 Babbel
 English Online
 Zap English
 Prime Cursos
 Learn English
 News in Levels
- Cursos Profissionalizantes:
 Educa Mais
 Prime Cursos
 Senai/Sesi
 Veduca
 Fundação Bradesco
218
 Coursera
Atividade(s)
A aula de hoje não foi o primeiro momento em que falamos de cursos e formação na nossa matéria
do PTPA. Assim, responda: de que maneira a ampliação da sua formação pode auxiliar na sua
colocação no mercado de trabalho, seja hoje ou no futuro?

219
Aula 21 - Profissionais do Futuro
Conteúdo & Conceitos
Com as transformações do mercado, sobretudo devido às inovações tecnológicas, é natural
que o perfil dos trabalhadores desejados pelas empresas também passe por alterações. Inteligência
Artificial, automatização, startups nascendo a todo o momento: são tantos os novos conceitos e
mudanças que quem não acompanha tudo isso na mesma velocidade acaba ficando para trás.
É justamente nesse sentido que surge a ideia de profissional do futuro, que aceita tais
transformações e tem a proatividade necessária para entendê-las. Ele também não se assusta com
esse cenário, uma vez que as principais características indispensáveis para ir bem no mercado atual
são, principalmente, humanas — e não tecnológicas —, como veremos na aula de hoje.
Quando falamos em profissional do futuro, logo vem à mente as profissões que serão
destaque nos próximos anos. Esse é também um aspecto a ser considerado — já que, para se ter
uma ideia, segundo estudo realizado pela Dell Techologies, mais de 70% das profissões que
existirão em 2040 ainda nem foram inventadas.

Contudo, é preciso entender também o que define o profissional do futuro. Temos que ter
em mente que a humanidade já ingressou em uma nova era, com a união de tecnologias e
procedimentos que modificaram totalmente a forma como trabalhamos. Cada vez é mais comum a
presença de máquinas ou de mecanismos de inteligência artificial nos ambientes de trabalho. Ser
um profissional do futuro quer dizer. então, desenvolver determinadas habilidades que o tornarão
capaz de trabalhar com a dinâmica do mercado atual e futuro.

Demonstração e/ou Aplicação


Vejamos algumas características fundamentais para o profissional do futuro.
 Flexibilidade: o mercado e as organizações estão em constante mudança, nesse sentido, o
ideal é que o profissional do futuro seja flexível a situações como imprevistos, novos
desafios e consiga transformá-las em oportunidades, adaptando-se às mesmas, sem que a sua
performance sofra consequências negativas.
 Agilidade: vivemos em uma sociedade cada vez mais tecnológica, assim, rapidez e agilidade
são qualidades profissionais fundamentais aos bons colaboradores. Isso gera à empresa,
diminuição de retrabalho, economia dos recursos financeiros, otimização dos processos e
melhores entregas.
 Competência colaborativa: ainda que a tecnologia esteja presente para ajudar na otimização
de processos, a conexão entre os colaboradores é algo inigualável. Acredite: as organizações
têm isso em mente, portanto, investem sempre na contratação de profissionais que
apresentam habilidades interpessoais, que possuam espírito de equipe e que não têm
problemas em lidar com pessoas de diferentes perfis e ideias.
220
 Boa comunicação interpessoal: aqui, não estamos falando em simplesmente conversar com
todos, mas, sim, de saber se comunicar de maneira clara e ouvir atentamente o próximo,
exercendo também a empatia;
 Habilidades de liderança: mesmo que o colaborador ainda não ocupe uma posição de chefia,
existem algumas habilidades, tais como saber motivar e engajar equipes, que podem ser
desenvolvidas em qualquer profissional;
 Equilíbrio emocional: um funcionário que apresenta equilíbrio emocional entende e sabe
assumir o controle de suas emoções, utilizando-as no momento adequado e sem deixar que
elas interfiram negativamente em sua produtividade ou relacionamento com o próximo.
Assim, podemos compreender que para ser um profissional do futuro, os aspectos fundamentais
estão em dois eixos: ter a formação necessária e saber se relacionar com os demais profissionais.
Isso ocorre por, cada vez mais, os serviços repetitivos e automáticos estarem a cargo de máquinas e
sistemas informatizados. Então, por mais contraditório que possa parecer, o profissional do futuro é
o mais humano possível por realizar aquilo que as máquinas não conseguem.

Atividade(s)
Agora que vimos quais as características que um profissional do futuro deve ter, faça um exercício
de projeção para o seu futuro. Escreva em que emprego você deseja estar em 10 e 20 anos, e o que
você precisa fazer (ensino, cursos, ...) para chegar nessas posições.

221
Aula 22 - Plano de Negócios
Conteúdo & Conceitos
Em aulas anteriores observamos como empreender é um sonho para muitos brasileiros.
Porém as ideias são muitas e, frequentemente, ficamos perdidos e sem saber por onde começar.
Nesse momento deve entrar o planejamento. Se temos um sonho ou um objetivo, mas não
planejamos, isso se torna muito difícil de ser realizado ou alcançado.
Mas antes de colocar a ideia no papel, responda algumas perguntas:
 O quê? - O que vou fazer? Qual valor eu ofereço?
 Como? - Como posso fazer? A ideia é viável?
 Quem? - Para quem estou fazendo? Existe público para a minha ideia?
 Quanto? - Quanto custa para virar realidade? Quanto posso cobrar?
Muitos novos empreendedores acabam passando por várias dificuldades, nos meses iniciais
do negócio, por não planejarem corretamente. Além de ter ideias, encontrar um ponto comercial e
conhecer os custos, planejar o futuro da empresa é essencial. Para evitar riscos futuros, a elaboração
do plano de negócio é indispensável. Ele é um ponto fundamental no planejamento da empresa.

O plano de negócios é o instrumento ideal para traçar um retrato do mercado, do produto e


das atitudes do empreendedor. É por meio dele que você terá informações detalhadas do seu ramo,
produtos e serviços, clientes, concorrentes, fornecedores e, principalmente, pontos fortes e fracos do
negócio, contribuindo para a identificação da viabilidade de sua ideia e da gestão da empresa.

Demonstração e/ou Aplicação


Agora que entendemos o que é e a sua importância, vamos aos passos que devem estar presentes em
um plano de negócios.
1. Iniciando o plano de negócio
Conhecer o ramo de atividade, definir produtos e analisar o local de estabelecimento (caso necessite
de um ponto de vendas ou espaço físico) constituem algumas medidas que o empreendedor tem de
levar em consideração na hora de montar o seu negócio.
2. Análise de mercado
É fundamental saber quem são os clientes, concorrentes e fornecedores, além de quais são os
produtos ou serviços que vai oferecer. Definindo seu público-alvo e como chegar a ele da melhor
maneira possível, você economiza recursos, e fica mais perto do seu objetivo.
Depois de traçar o perfil do público-alvo, é importante pensar no posicionamento do seu produto.
Como ele será visto pelo mercado? É um produto de boa qualidade e com bom custo-benefício? De
qualidade e com um preço acima da média? As informações coletadas vão traçar um retrato do
mercado e indicar se a empresa está indo na direção do que desejam os futuros clientes. Os
resultados vão ditar as ações de promoção e marketing para a empresa conquistar o público logo no
início da atuação.
3. Plano de marketing
Marketing é um conjunto de atividades desenvolvidas pela empresa para atender a desejos e
necessidades de seus clientes. As atividades de marketing podem ser classificadas em áreas básicas,
222
que são traduzidas nos 4 "Ps": Produto, Pontos de Venda, Promoção (Comunicação) e Preço.
É importante saber o valor que o seu produto carrega, tanto no preço quanto na qualidade, para
tomar decisões específicas quando for promovê-lo. Conhecer o que está vendendo e confiar nisso
ajuda a convencer outras pessoas a comprá-lo.
4. Plano operacional
Essa parte do plano de negócios trata do "como fazer". O plano operacional descreve como a
empresa está estruturada: localização, instalações físicas e equipamentos. O empreendedor também
faz projeções sobre a capacidade produtiva ou de quantos clientes consegue atender por mês, além
de traçar quantos serão os funcionários e as tarefas de cada um.
5. Plano Financeiro
No plano financeiro, o empreendedor terá noção do quanto deve investir para concretizar a empresa.
O documento deve conter, basicamente, as estimativas de custos iniciais, despesas e receitas, e de
lucros para a empresa.
6. Análise de Cenários e Análise Estratégica
A análise de cenários ajuda a prever situações que podem afetar os resultados da empresa. Nesse
caso, quais caminhos seguir? Que alternativas podem ser adotadas? A análise de cenários é a
ferramenta para a análise estratégica, ou seja, com base nos cenários possíveis, quais estratégias
deverão ser implementadas?
7. Avaliação do plano de negócio
Pronto, o plano de negócio está completo! Mas o trabalho não acabou. Agora, é hora de avaliar cada
detalhe e colocar o plano em prática. Lembre-se que o plano de negócio é uma ferramenta de gestão
e deve ser revisado de tempos em tempos e adaptado de acordo com as necessidades que possam
aparecer.

Atividade(s)
Agora que vimos o que é e qual a importância de um plano de negócios, use o quadro abaixo como
modelo e apresente um plano de negócios de uma empresa, que já exista ou que seja só uma ideia
que você tenha. Mas antes, observe o exemplo, pode ajudar em alguma dúvida que apareça.

223
224
Aula 23 - Projeto Final
Conteúdo & Conceitos
Ao longo da terceira unidade observamos aspectos básicos e importantes do
empreendedorismo. A aula de hoje é o fechamento dessas ideias através da criação de um projeto
final. A ideia do projeto é utilizar as ferramentas que trabalhamos ao longo do curso para viabilizar
uma ideia. Porém, como vimos, organização é um passo fundamental para qualquer negócio se
estruturar e prosperar que aqui não deve ser diferente.
Primeiramente, este é um projeto em grupo. No mundo do trabalho não estamos sozinhos e
essa ideia deve ser seguida aqui. Por mais que haja diferenças, nem sempre trabalharemos com
pessoas que pensam como nós, agem como nós ou que tem os mesmos gostos e atitudes. Ou seja,
nem sempre nosso colega de trabalho será nosso amigo, mas isso não deve ser um obstáculo para a
realização do trabalho. Afinal, é a sua imagem que estará sempre sendo avaliada pelos demais
componentes da organização.
Demonstração e/ou Aplicação
Definido isso, para uma melhor organização, sigam os passos abaixo:

1. Ideia
Descreva com o máximo de detalhes a ideia do seu grupo, como a sua marca/empresa ou produto
vai funcionar. Quanto mais específica for esta etapa, menos dúvidas podem surgir nos próximos
passos deste projeto.
2. Oportunidade
Observe o mercado em que a sua empresa irá atuar e pense, “os clientes comprariam o que você tem
a oferecer? Quanto cobrar? Será que o consumidor está disposto a pagar esse valor?”; “quem seriam
os seus fornecedores?”; “quem seriam os seus concorrentes?”. Diante dessas questões, possíveis
problemas que apareceriam depois já podem ser identificados agora.
3. Plano de Negócios
Conforme observamos na aula anterior, monte um Plano de Negócios simplificado, com os pontos
fundamentais para organizar o início da empresa.
4. Recursos
É necessário que, a partir das perguntas anteriores, o grupo saiba quanto vai custar começar esse
negócio. Vocês têm, sem algum investimento ou empréstimo esses recursos financeiros? Se não,

225
quem pode te ajudar? Como conseguir esses recursos? O negócio dificilmente vai gerar lucro em
seu início
5. Gerenciar
Por fim, é importante definir as funções dentro da empresa. De acordo com o que observaram ao
longo da construção desse Projeto Final, quem tem as características para cada uma das funções da
empresa? Serão necessários outros funcionários? Se sim, quais características vocês buscariam para
complementar a empresa?
Além disso, estabeleçam onde a empresa vai se instalar e, caso pensem nisso, quem poderia ser um
bom mentor para auxiliar nos primeiros passos da empresa.

Atividade(s)
Cada grupo deve fazer uma breve apresentação do seu projeto no início da próxima aula. É uma
ótima oportunidade, para todos que se sentirem confortáveis, treinarem todas as dicas que passamos
em relação a postura, fala e atitude para uma apresentação ou entrevista futura.

226
Aula 24 - Análise do Projeto Final
Conteúdo & Conceitos
Na construção de um projeto é normal terem erros e acertos. A ideia da aula de hoje não é
julgar ou qualificar o projeto que cada grupo construiu, mas entender que um olhar externo pode ver
aspectos que são mais difíceis de serem vistos pelos membros do próprio grupo.

Demonstração e/ou Aplicação


Alguns pontos a serem observados sobre os Projetos:
1. O desenvolvimento da Ideia
A ideia da empresa que o grupo apresentou ficou clara para todos?
2. Oportunidade
O projeto buscou algo novo ou já estabelecido no mercado? O setor escolhido, de fato, apresenta
oportunidade para um novo negócio?
3. Plano de Negócios
O Plano de Negócios atendeu aos pontos explicados em sala? Ele está bem estruturado para as
possíveis dificuldades que podem aparecer para a empresa?
4. Recursos
As formas de obtenção de recursos expostos no projeto são viáveis? O grupo se preocupou com a
viabilidade financeira da empresa?
5. Gerenciar
A estrutura da empresa está de acordo com o seu tamanho? As pessoas estão bem alocadas nos
cargos? A localização é adequada para o que foi planejado?

Atividade(s)
Apresentação do Projeto Final.

227
Por fim, esperamos que o módulo de Noções Administrativas e Financeiras tenha ajudado a tornar a
sua colocação no mercado de trabalho algo mais próximo e que você se sinta mais confiante e
preparado para alcançar os objetivos profissionais que estabelecer. Por mais que não seja fácil, com
organização, estudo, preparo e disciplina, esse caminho pode ser mais natural, com você estando
mais qualificado para aproveitar as oportunidades que surgirem.

228
PORTUGUÊS E REDAÇÃO

Alunos e alunas do PTPA,


esperamos que a experiência de vocês neste curso seja inesquecível. Desejamos que a vida de cada
um seja impactada positivamente com todos os conhecimentos que serão ensinados e com a troca
diária de carinho, respeito, compreensão e empatia que teremos uns com os outros.
O módulo de Língua Portuguesa foi planejado pensando nas necessidades cotidianas do mercado
laboral. Portanto, saibam que cada matéria que será ensinada é fundamental para vocês
desenvolverem as atividades no estágio. É importante que vocês se dediquem dentro e fora de sala
de aula a fim de que, em um futuro breve, vocês estejam utilizando todo o conhecimento adquirido.
Preparados?

229
Unidade 1. Elementos da Comunicação & Funções da Linguagem

A unidade 1 que corresponde às aulas 1, 2, 3 e 4 tem como objetivo, respectivamente, o


ensino e compreensão dos sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de
organização cognitiva da realidade, pela constituição de significados, expressão, comunicação e
informação; análise das funções da linguagem predominantes nos textos em situações específicas de
interlocução; conscientização sobre as variações linguísticas e preconceitos linguísticos; valorização
da diversidade linguística; análise e entendimento das diferenças entre a língua falada e a língua
escrita.

230
Aula 1 - A importância da Língua Portuguesa no mercado de trabalho
Conteúdo & Conceitos
Comunicar-se de maneira clara e objetiva é fundamental para a inserção no mercado de
trabalho. Em diversos momentos, no ambiente de trabalho, você precisará enviar e-mail, relatórios
ou apresentar slides. Já imaginou fazer isso utilizando a sua própria língua com equívocos
gramaticais? Provavelmente, isso marcaria de forma negativa o seu desenvolvimento. Por isso, ao
longo do nosso módulo de Língua Portuguesa do PTPA, apresentaremos a vocês, alunos, as regras
gramaticais e conversaremos sobre os momentos de formalidade e informalidade do uso da língua,
ou seja, os momentos adequados para falar de maneira mais despojada, com o uso de gírias, por
exemplo, e aqueles em que devemos seguir a norma padrão da língua.
Saibam que a fala e a escrita são elementos importantes para a construção da carreira
profissional, portanto, como já mencionado, teremos os conteúdos formais de Língua Portuguesa,
além de aplicá-los em atividades laborais (nestes momentos, atividades fictícias, uma vez que vocês
ainda estão no curso). Preparados?

Atividade(s)
Agora, queremos conhecer um pouquinho mais de cada um, portanto preparamos uma
dinâmica a qual vocês terão que responder as seguintes perguntas:

 Quem é você na essência?


 O que te faz feliz?
 Qual é o seu propósito de vida?
 Quais são os seus dons e talentos?
 Quais são os seus pontos de melhoria?
 Quais são suas expectativas em relação ao curso e ao futuro profissional?
 O que você espera do seu futuro estágio?
 Quais caminhos você pretende seguir após a conclusão do estágio?
 Qual legado você quer deixar para o mundo?

231
Aula 2 - O que é linguagem?
Conteúdo & Conceitos

A linguagem é o instrumento de interação socialmente organizado. Essa interação é


estabelecida através de qualquer forma de comunicação que o ser humano decida usar para trocar de
ideais, informações e saberes.

Exemplos:
 Libras;
 Diálogo;
 E-mail;
 Carta;
 Mímica;
 Semáforo;
 Dança;
 Pintura.
Nos momentos de tais interações, os sujeitos recorrerem às palavras e expressões da língua
que podem estar no sentido denotativo ou conotativo. Quando se fala em denotação, quer dizer que
a pessoa está utilizando as palavras no seu sentido próprio, habitual, literal, ou seja, aquele que
consta no dicionário. Entretanto, quando há o uso do sentido conotativo significa que as palavras
estão sendo utilizadas no sentido figurado.
Demonstração e/ou Aplicação

Exemplo¹: Pedro passou voando.

Exemplo²:
“Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.”
(Luís Vaz de Camões, séc. XVI)

Observe que no exemplo 1, a palavra voar está sendo empregada no sentido conotativo, uma
232
vez que Pedro não criou asas para desenvolver a ação. Nesse contexto, a ideia é de que ele andou
apressadamente. Observe também que no exemplo 2, o poeta a fim de trazer mais expressividade ao
poema utilizou o mesmo recurso do exemplo 1: o sentido figurado. Agora, junto com os seus
colegas, discuta onde está empregado o sentido conotativo na estrofe do poema.
Linguagem verbal
Diante do processo comunicativo em que há interação entre o emissor e o receptor há a
utilização da palavra como código. Esse tipo de linguagem é conhecido como linguagem verbal, ou
seja, quando há o uso de palavras, sejam elas escritas ou faladas. Diálogo, currículo e e-mail são
tipos de linguagem verbal, pois a informação está sendo transmitida por palavras.

Linguagem não verbal


Outra forma de comunicação é quando não se utiliza as palavras, isso significa que não há
uso de sinais verbais. Neste momento, há a linguagem não verbal, pois ela é constituída por
simbologias. Semáforo, expressão facial, dança e Libras são exemplos de linguagem não verbal.

Linguagem mista
Neste caso há uma mistura dos dois tipos de linguagem simultaneamente: a verbal e a não
verbal. Histórias em quadrinhos e placas são exemplos de linguagem mista.

O que é Língua?
É o conjunto de códigos utilizados pelas sociedades. Ex.: português, libras, inglês, espanhol, etc.

233
O que é fala?
É a utilização oral da língua pelos indivíduos. A fala é individual, uma vez que cada pessoa a utiliza
de uma forma.

O que é discurso?
É toda situação que envolve a comunicação dentro de um determinado contexto.

Atividade(s)
1. (Toda Matéria)

O infográfico é um exemplo de linguagem mista, pois:

(a) comunica de maneira formal e culta sobre algum tema.


(b) usa sempre gráficos para comparar conceitos e ideias.
(c) utiliza a comunicação verbal e não verbal para apresentar um tema.
(d) é composto por diversas figuras que auxiliam o entendimento de conceitos.
(e) é sempre acompanhado de um documento explicativo com a linguagem verbal.

2. (ENEM)
Gerente – Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo?
Cliente – Estou interessado em financiamento para compra e veículo.
Gerente – Nós dispomos de várias modalidades de crédito. O senhor é nosso cliente?
234
Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou funcionário do banco.
Gerente – Julinho é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá em Brasília? Pensei que você inda tivesse na
agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.

BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).

Na representação escrita da conversa telefônica entre a gerente do banco e o cliente, observa-se que
a maneira de falar da gerente foi alterada de repente devido:
(a) à adequação de sua fala à conversa com um amigo, caracterizada pela informalidade.
(b) à iniciativa do cliente em se apresentar como funcionário do banco.
(c) ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia (Minas Gerais).
(d) à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu nome completo.
(e) ao seu interesse profissional em financiar o veículo de Júlio.

3. (Toda Matéria)

Sobre a história em quadrinhos acima, podemos afirmar que:


(a) A linguagem verbal pode ser dispensada sem que o sentido da mensagem se altere.
(b) A linguagem não verbal é utilizada no segundo e no último quadro.
(c) A linguagem não verbal é a mais importante, pois auxilia no entendimento da mensagem.
(d) A linguagem mista é utilizada no último quadro da sequência narrativa.
(e) A Mônica, que está tirando a foto, é a única que usa a linguagem verbal.

Gostaram da aula? Esse é o início dos nossos conteúdos formais que os ajudarão a formação dos
saberes a respeito da nossa língua.

235
236
Aula 3 - Elementos da comunicação
Conteúdo & Conceitos

O processo de comunicação envolve alguns elementos para que isso aconteça.


 Remetente/Emissor: é quem produz o enunciado e emite a mensagem para estabelecer a
comunicação.
 Destinatário/Receptor: é quem recebe o enunciado emitido pelo remetente.
 Mensagem: é o enunciado em si, o que foi comunicado pelo emissor ao receptor.
 Contexto: é o assunto do enunciado, indicando seu significado. Pelo contexto, os
interlocutores terão maior clareza sobre a mensagem.
 Canal: é através dele que se estabelece a comunicação.
 Código: é o sistema seguido pelos interlocutores para estabelecer a comunicação.

Funções da Linguagem

As funções da linguagem são formas de utilizar a linguagem. Elas estão relacionadas aos
papéis que a linguagem cumpre. São elas:

 Emotiva ou Expressiva: busca as emoções do emissor; uso da 1° pessoa gramatical. É comum o uso
das interjeições; exclamações; reticências.

Fiquei pensando que precisava comprar pão, sabão e leite para a Vera Eunice. E os 13 cruzeiros
não dava! Cheguei em casa, aliás no meu barracão, nervosa e exausta. Pensei na vida atribulada
que eu levo. Cato papel, lavo roupa para dois jovens, permaneço na rua o dia todo. E estou sempre
em falta.

Quarto de despejo de Carolina Maria de Jesus.

 Conativa ou Apelativa: busca convencer o receptor. É comum o uso da 2° pessoa gramatical, modo
verbal Imperativo; pronomes de tratamento.
Ex.: “Compre batom!”

“Cuide de seu corpo, pois você mora nele.”

237
 Referencial: centrada no referente; objetivo de informar; uso da 3° pessoa; linguagem clara e
objetiva.

Taxa oficial de desmatamento é 42% maior do que apontava sistema de alertas do Inpe

A taxa oficial de desmatamento na Amazônia Legal divulgada nesta segunda-feira (18) é 42,8%
maior do que os números já divulgados antes nos alertas de desmate.
A comparação leva em conta dois sistemas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe): os
dados mais recentes são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por
Satélite (Prodes), que é divulgado uma vez por ano e verificou área de 9.762 km² desmatados
entre agosto de 2018 e julho de 2019.

 Poética: preocupa-se com a forma da mensagem. A linguagem figurada é bastante presente


nesta função.

 Metalinguística: ocorre quando a linguagem (código) é usada para falar de si mesma. Ex.:
dicionário.

 Fática: testa o canal; inicia ou prolonga a comunicação; Ex.: microfone, telefone.

Atividade(s)

1. (ENEM) A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, divide-se
em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um
lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele,
controlando sua reprodução, crescimento e migrações.

DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Predomina no texto a função da linguagem:


(a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia.
(b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação
(c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem.
(d) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor.
(e)referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.

2. (ENEM)

Texto I
Ser brotinho não é viver em um píncaro azulado; é muito mais! Ser brotinho é sorrir bastante dos

238
homens e rir interminavelmente das mulheres, rir como se o ridículo, visível ou invisível,
provocasse uma tosse de riso irresistível.11

Texto II
Ser gagá não é viver apenas nos idos do passado: é muito mais! É saber que todos os amigos já
morreram e os que teimam em viver são entrevados. É sorrir, interminavelmente, não por
necessidade interior, mas porque a boca não fecha ou a dentadura é maior que a arcada.12

Os textos I e II utilizam os mesmos recursos expressivos para definir as fases da vida de uma pessoa.
Tal afirmação é confirmada pelo uso de:
(a) expressões coloquiais com significados semelhantes.
(b) afirmações enfáticas no aspecto contraditório da vida dos seres humanos.
(c) recursos específicos de textos escritos em linguagem formal.
(d) termos denotativos que se realizam com sentido objetivo.
(e) metalinguagem que explica com humor o sentido de palavras.

3. (CECIERJ) Leia o trecho do poema Canção do Tamoio, de Gonçalves Dias:

"Não chores, meu filho;


Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes,
os bravos
Só pode exaltar!"

O poema dirige-se, sem dúvida, aos leitores. Há, no entanto, no âmbito interno, uma mensagem
sendo transmitida entre dois personagens. Dito isso, o termo em destaque diz respeito a qual
elemento da comunicação?
(a) Emissor
(b) Receptor
(c) Canal
(d) Código
(e) Contexto

4. (CECIERJ) Analise outro poema de Gonçalves Dias, Canção do Exílio, em que o poeta ressalta
sua saudade do Brasil:

“Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.

(...) Em cismar, sozinho, à noite,


Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”
11
CAMPOS, Paulo Mendes. Ser brotinho. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores crônicas
brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 91.
12
FERNANDES, Millôr. Ser gagá. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores crônicas brasileiras.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 225.
239
No caso do poema, o código utilizado seria:
(a) O livro ou jornal em que a poesia foi publicada.
(b) O canto do Sabiá.
(c) A língua portuguesa.
(d) A criatividade do poeta.

240
Aula 4 - Variação linguística

Conteúdo & Conceitos


A variação linguística é um fenômeno comum e natural da língua e isso decorre pelo fato da
língua ser dinâmica e, consequentemente, sofrer diversas modificações ao longo dos anos,
considerando: a variação social (diastrática), variação histórica (diacrônica), variação estilística
(diafásica)e variação regional (diatópica).

 Variação social (diastrática): a variação social está diretamente ligada com as diferenças da
fala de acordo com os grupos sociais. A faixa etária, o gênero, a profissão de uma pessoa são
aspectos que definirão a forma do falante se expressar. Os médicos, por exemplo, utilizam
linguagens técnicas diferentes das pessoas que não atuam nessa área.

 Variação histórica (diacrônica): a variação histórica trata das mudanças ocorridas na língua
no decorrer dos anos. Um exemplo clássico é a transformação que o vocábulo “você” sofreu.
Veja:
Vossa mercê → Vosmecê → Você → Cê

Vossa mercê é a forma como as pessoas se direcionavam as outras nos séculos


anteriores. Com o passar dos anos, essa palavra foi reduzindo e, hoje, na linguagem informal,
usa-se muito o “cê”. Ex.: Como “cê” está?

 Variação geográfica (diatópica): a variação geográfica, como o próprio nome já diz, trata
das diferenças da língua de acordo com a região em que as pessoas estão inseridas. Os
sotaques e os nomes das comidas e objetos são exemplos disso.
Provavelmente, você já se perguntou qual é o certo: biscoito ou bolacha? Mandioca, aipim
ou macaxeira?
Saiba que não existe o que é mais certo, mas o que é usual para aquela região.

 Variação estilística (diafásica): a variação estilística remete ao contexto em que cada pessoa
está inserida. A partir disso, é necessário adequar à língua de acordo com contextos
informais ou formais. Quando as pessoas estão em uma roda de amigos, naturalmente, vão
utilizar uma linguagem mais despojada. Porém, em um momento de formalidade, como uma
entrevista de emprego, isso não ocorrerá. A variação estilística respeita o ambiente em que o
emissor e o receptor estão.

Preconceito linguístico

241
Diante de tantas variações linguísticas é possível perceber que em cada contexto social há
um modo de se expressar, sendo ele mais adequado ou não para cada momento de fala. Apesar
disso, as diversas maneiras de se expressar ganham status de maior prestígio ou não, assim,
desenvolve-se o preconceito linguístico.
Segundo Marcos Bagno, na obra Preconceito Linguístico: o que é, como se faz (1999), o
preconceito linguístico deriva da construção de um padrão imposto por uma elite econômica e
intelectual que considera como “erro” e, consequentemente, reprovável tudo que se diferencie desse
modelo.

Atividade(s)
1. (ENEM)

BESSINHA. Disponível em: https://pattindica.files.wordpress.com/2009/06bessinha458904-


jpgimage_1245119001858.jpeg (adaptado).

As diferentes esferas sociais de uso da língua obrigam o falante a adaptá-la às variadas situações de
comunicação. Uma das marcas linguísticas que configuram a linguagem oral informal usada entre
avô e neto neste texto é:
(a) a opção pelo emprego da forma verbal “era” em lugar de “foi”.
(b) a ausência de artigo antes da palavra “árvore”.
(c) o emprego da redução “tá” em lugar da forma verbal “está”.
(d) o uso da contração “desse” em lugar da expressão “de esse”.
(e) a utilização do pronome “que” em início de frase exclamativa.

2. (ENEM)

Mandinga — Era a denominação que, no período das grandes navegações, os portugueses davam à
costa ocidental da África. A palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque os exploradores
lusitanos consideram bruxos os africanos que ali habitavam — é que eles davam indicações sobre a
existência de ouro na região. Em idioma nativo, mandinga designava terra de feiticeiros. A palavra
acabou virando sinônimo de feitiço, sortilégio.
(COTRIM, M. O pulo do gato 3. São Paulo: Geração Editorial, 2009. Fragmento)

No texto, evidencia-se que a construção do significado da palavra mandinga resulta de um(a)

(a) contexto sócio-histórico.


(b) diversidade técnica.
(c) descoberta geográfica.

242
(d) apropriação religiosa.
(e) contraste cultural.

3. (Toda matéria) Dependendo do contexto e das situações comunicativas, a linguagem utilizada


pode ser formal ou informal. A variação linguística em que isso acontece é chamada de:

(a) variação diafásica


(b) variação diacrônica
(c) variação diatópica
(d) variação diastrática
(e) variação sincrônica

4. (ENEM)

Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!

GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).
Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).

As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto


(a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
(b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
(c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
(d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
(e) originalidade, pela concisão da linguagem.

5. (ENEM)
Venho solicitar a clarividente atenção de Vossa Excelência para que seja conjurada uma calamidade
que está prestes a desabar em cima da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, senhor presidente,
ao movimento entusiasta que está empolgando centenas de moças, atraindo-as para se
transformarem em jogadoras de futebol, sem se levar em conta que a mulher não poderá praticar
este esporte violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológico das suas funções orgânicas,
devido à natureza que dispôs a ser mãe. Ao que dizem os jornais, no Rio de Janeiro, já estão
formados nada menos de dez quadros femininos. Em São Paulo e Belo Horizonte também já estão
se constituindo outros. E, neste crescendo, dentro de um ano, é provável que em todo o Brasil
estejam organizados uns 200 clubes femininos de futebol: ou seja: 200 núcleos destroçados da
saúde de 2,2 mil futuras mães, que, além do mais, ficarão presas à mentalidade depressiva e
propensa aos exibicionismos rudes e extravagantes.

Coluna Pênalti. Carta Capital. 28 abr. 2010.

O trecho é parte de uma carta de um cidadão brasileiro, José Fuzeira, encaminhada, em abril de
1940, ao então presidente da República Getúlio Vargas. As opções linguísticas mostram que seu
texto foi elaborado em linguagem:

243
(a) regional, adequada à troca de informações na situação apresentada.
(b) jurídica, exigida pelo tema relacionado ao domínio do futebol.
(c) coloquial, considerando-se que ele era um cidadão brasileiro comum.
(d) culta, adequando-se ao seu interlocutor e à situação de comunicação.
(e) informal, pressupondo o grau de escolaridade de seu interlocutor.

244
Unidade 2. Coerência e Coesão Textuais

A unidade 2 que corresponde às aulas 5 e 6 tem como objetivo ensinar aos alunos a
reconhecer e analisar elementos linguísticos responsáveis pelo estabelecimento da coesão textual e
identificar a interdependência semântica entre os elementos constituintes de um texto responsáveis
pelo estabelecimento da coerência.

245
Aula 5 - Coerência textual

Conteúdo & Conceitos


Provavelmente, você já disse para alguém ou já te disseram: “Você não está sendo
coerente.” Hoje, entenderemos o quanto é importante falar e escrever de forma coerente e como
fazer isso de forma que possamos trazer sentido à textualidade.
Conteúdos como coerência e coesão textuais são essenciais para qualquer circunstância da
vida, sobretudo, para quem precisa se inserir no mercado de trabalho. Já imaginou enviar um e-mail
em que a outra pessoa não te compreenda?
A coerência textual possibilita o entendimento da mensagem transmitida. Assim, tendo
como função a construção de sentidos da textualidade. O texto coerente transmite uma relação
lógica de ideias que se complementam, não se contradizem e conferem significado à mensagem.

Demonstração e/ou Aplicação


Tipos de Coerência:
1. Coerência sintática: Construir frases nas quais os elementos da oração estejam dispostos na
ordem correta.
Exemplo: Regras conheça gramaticais as não que ainda assim escreve ninguém todas.

2. Coerência semântica: garante o desenvolvimento lógico das ideias, isto é, sua função é colaborar
para a construção de argumentos harmônicos e livres de contradição.
Exemplo: Gosto de vermelho, mas não gosto muito de vermelho.

3. Coerência temática: Elaborar um texto desenvolvendo ideias sobre o tema proposto.


Exemplo: O comportamento de quem é empático.

Ser empático é, antes de tudo, ser um bom ouvinte. É ter abertura para conhecer a realidade do
outro e tudo que ele comunica, inclusive o que não é dito, mas que pode ser percebido no tom de
voz ou no olhar [...].

4. Coerência pragmática: a Pragmática estuda o uso da linguagem tendo em vista a relação entre os
interlocutores e o contexto comunicacional.
Exemplo: Quando você faz uma pergunta, a sequência de fala esperada é uma resposta.

5. Coerência estilística: o estilo diz respeito à variedade linguística adotada em um texto.


Exemplo: Se você optou pelo uso da variedade padrão, é coerente que você a preserve em todo o
texto.

6. Coerência genérica: está relacionada à escolha adequada do gênero textual.


Exemplo: se a intenção de quem escreve é anunciar algum produto para a venda, a pessoa optará
pela linguagem utilizada nos classificados de um jornal.

Atividade(s)

1. Encontre a incoerência em cada TEXTO abaixo e explique-as com as suas próprias palavras:

246
(a)
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

(b)

_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
(c)

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
2. No texto a seguir há um trecho incoerente. Analise-o e responda as questões.
"Um cadáver morto foi encontrado boiando em canal." (Folha de S. Paulo, 2 nov. 1990.)
a) Identifique o trecho problemático.
_____________________________________________________________________

b) Qual a interpretação pretendida pelo autor?


_____________________________________________________________________

c) Reescreva o trecho de forma que deixe explícita tal interpretação.


247
_____________________________________________________________________

3. Observe a tirinha Calvin e Haroldo, de Bill Watterson, e responda à questão:

Para cada situação interativa existe uma variedade de língua adequada. O falante pode optar pela
variedade padrão ou pela variedade não padrão. Sobre o nível de linguagem adotado por Calvin,
podemos afirmar que se trata em relação aos tipos de coerência, de uma
a) incoerência pragmática.
b) incoerência genérica.
c) incoerência estilística.
d) incoerência temática.
e) incoerência semântica.

Trazer sentido a tudo que falamos ou escrevemos nem sempre é tarefa fácil, mas com
dedicação conseguimos. Vamos em frente!

248
Aula 6 - Coesão textual

Conteúdo & Conceitos


A coesão é responsável pela conexão lógico-semântica entre as partes de um texto. Ela
assegura a ligação entre palavras e frases, interligando as diferentes partes de um texto. A coesão
textual pode ser percebida ao se verificar que as frases e os parágrafos estão entrelaçados no texto,
de modo que um elemento dá sequência ao outro, determinando a transição das ideias presentes no
texto.

Demonstração e/ou Aplicação

Recursos para Coesão Textual


Ordenar as palavras corretamente nos períodos;
Utilizar corretamente as flexões nominais como a flexão de gênero e número;
Fazer uso adequado das flexões verbais como a flexão em número, pessoa, modo e tempo;
Usar corretamente as preposições e conjunções.

Tipos de Coesão Textual

1. Coesão referencial: Consiste na menção de elementos que já apareceram ou ainda vão aparecer
no texto. Esses elementos são chamados de anáforas e catáforas. Para fazer essas menções,
geralmente, são utilizados pronomes pessoais, pronomes possessivos, pronomes demonstrativos ou
expressões adverbiais de lugar.
Exemplos:

 Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa. Eles foram
acompanhados pelos professores da escola.

 A menina que observava as vitrines do shopping viu a sua carteira roubada por um ladrão.

2. Coesão lexical: A coesão lexical usa palavras ou expressões semelhantes para substituir termos já
utilizados e para identificar e nomear elementos textuais que já foram citados. A coesão lexical
constrói uma cadeia de sentidos fazendo remissão das mesmas ideias através de diferentes
expressões.
Exemplos:

 Machado de Assis é considerado o maior escritor brasileiro. Gênio maior de nossas letras,
foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.

 O teu gato é bonito. Onde arranjaste o felino?

3.Coesão por elipse: Esse tipo de coesão ocorre quando há a omissão de algumas palavras sem que
o entendimento das ideias da oração seja comprometido. Isso quer dizer que a coesão lexical
consiste na supressão de elementos que são facilmente identificados ou que já tenham sido
mencionados no texto.
Exemplo:

249
– Meu tipo sanguíneo é O.
– O meu é A.

4. Coesão por substituição: são utilizadas palavras e expressões que retomam termos já enunciados,
empregando assim aquilo que chamamos de anáfora. A coesão por substituição acontece à medida
em que substantivos, verbos, períodos ou trechos de textos são substituídos por conectivos ou
expressões que resumem ou fazem remissão ao que já foi dito.

Exemplo:
 Os alunos foram advertidos pelo mau comportamento. Caso isso volte a acontecer, eles
serão suspensos.

5. Coesão sequencial: Esse tipo de coesão textual faz uso de conjunções, conectivos e expressões
que dão sequência aos assuntos, estabelecendo uma continuidade em relação ao que já foi dito. A
coesão sequencial usa expressões como: diante do exposto, a partir dessas considerações, embora,
logo, com o fim de, diante desse quadro, em vista disso, tudo o que foi dito, esse quadro, por
conseguinte, caso, entre outras. Ela dá sequência ao texto por meio das relações semânticas que
ligam as orações.

Exemplos:
 Mariana estudou muito para a prova, logo foi aprovada.
 À medida que a família cresceu, as despesas aumentaram.
 Escovo os dentes a fim de manter a saúde bucal.

Atividade(s)

1. Estabeleça a coesão do texto abaixo, valendo-se de expressões que substituam o excesso do


emprego da palavra "golfinho". Utilize expressões que, mesmo não-oficiais, possam servir como
substitutas.

O golfinho nada velozmente e sai da água em grandes saltos fazendo acrobacias. É mamífero e,
como todos os mamíferos, só respira fora da água. O golfinho vive em grupos e comunica-se com
outros golfinhos através de gritos estranhos que são ouvidos a quilômetros de distância. É assim
que golfinho pede ajuda quando está em perigo ou avisa os golfinhos onde há comida. O golfinho
aprende facilmente os truques que o homem ensina e é por isso que muitos golfinhos são
aprisionados, treinados e exibidos em espetáculos em todo o mundo.

(Revista Ciência Hoje)

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

2. (ITA)

ONDE ESTOU?
(Cláudio Manuel da Costa)

Onde estou? Este sítio desconheço:


Quem fez tão diferente aquele prado?
250
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode do ano o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era:
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!

(Obras, 1768) SECCHIN, Antônio Carlos. ANTOLOGIA TEMÁTICA DA


POESIA BRASILEIRA – Faculdade de Letras, UFRJ, 1 semestre de 2004.

O lugar a que se refere o autor na primeira estrofe é definido e referenciado pelos elementos
sublinhados em

a) sítio e contemplá-lo. (versos 1 e 4)


b) prado e natureza. (versos 2 e 3)
c) diferente e tímido. (versos 2 e 4)
d) outra e tímido (versos 3 e 4)
e) natureza e esmoreço. (versos 3 e 4)

3. Abaixo, apresentamos alguns segmentos de discurso separados por ponto final. Retire o ponto
final e estabeleça entre eles o tipo de relação que lhe parecer compatível, usando os elementos de
coesão adequados.
a) O solo do nordeste é muito seco e aparentemente árido. Quando caem as chuvas, imediatamente
brota a vegetação.

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

b) Uma seca desoladora assolou a região sul, principal celeiro do país. Vai faltar alimento e os
preços vão disparar.

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

c) O trânsito em São Paulo ficou completamente paralisado dia 15, das 14 às 18 horas. Fortíssimas
chuvas inundaram a cidade.

________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

251
Unidade 3. Acentuação
A unidade 3 que corresponde às aulas 7 e 8 tem como objetivo o ensino dos sinais de
acentuação e das marcas sonoras que representam; a utilização correta da acentuação na escrita de
palavras usuais e a percepção das diferenças entre a pronúncia e a grafia convencional das palavras.

252
Aula 7 - Acentuação gráfica

Conteúdo & Conceitos


Aprender a acentuar as palavras corretamente é fundamental até mesmo para
compreendermos sobre o que estamos falando. Observe que “secretária” e “secretaria” são palavras
escritas exatamente iguais, porém a acentuação gráfica modifica o significado da palavra. Sendo
assim, esse conteúdo se torna extremamente importante, principalmente, em situações formais como
no trabalho. Vamos aprender as regras?

1) Monossílabos tônicos: acentuam se terminarem em: a(s); e(s); o(s).

Ex.: pá - pé - pó

2) Oxítonas: acentuam se terminarem em: a(s); e(s); o(s); em; ens.

Ex.: cajá - café - cipó - recém - reféns

3) Paroxítonas: acentuam as que terminarem em:

Contrarregra – paroxítonas terminadas em: a(s); o(s); e(s); em, ens não acentuam.
Ex.:

 coco
 item / itens
 hifens
 polens

4) Proparoxítonas: Toda proparoxítona é acentuada.

Ex.: cérebro - matemática - árvore

253
5) Hiatos tônicos: é(s); ú(s), com exceção do “nh” na sílaba posterior não acentuam.

Ex.:

 açaí – a-ça-í
 saída – sa-í-da
 saúde- sa-ú-de
 faísca - fa-ís-ca
 baús – ba-ús
 rainha – ra-i-nha
 juiz- ju-iz
 juízes – ju-í-zes (acentua por estar separado do “z”)

6) Ditongos abertos: ói(s); éu(s); éi(s) acentuam na sílaba final.

Ex.: céu - véu - anéis - anzóis - pastéis

OBS.: As terminações “oi”, “eu” e “ei” não estão no fim da palavra, por isso não acentuam.

Ex.: ideia - assembleia - paranoico – joia

7) Acento diferencial

Por (preposição) X Pôr (verbo)

Ex.:

 Por favor, não faça mais isso! (preposição)


 Você pode pôr isso no lugar? (verbo)

Pode (presente do indicativo) X Pôde (pretérito perfeito do indicativo)


Ex.:

 Ela pode tudo. (Verbo poder no presente do indicativo)


 Marcele não pôde comparecer ao evento. (Verbo poder no pretérito perfeito do indicativo)

Tem/ vem (singular) X Têm/ vêm (plural)


Ex.:

 Ele tem dois reais.


 Ele vem de longe.

 Eles têm dois reais.


 Eles vêm de longe.

254
Aula 8 - Acentuação gráfica II
Conteúdo & Conceitos

Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

Atividade(s)
1. (FAETEC- ADAPTADA) No segundo verso da última estrofe, a palavra “fácil” obedece à
mesma regra de acentuação que:

(a) refém
(b) heróis
(c) lúmen
(d) sólido

2.(FAETEC) Duas palavras acentuadas graficamente pelo mesmo princípio são:

(a) vômito / indispensável.


(b) hipotético / aliás.
(c) espécie / líquido.
(d) ânsias / Índia.
(e) má / verá.

3. (Colégio Naval) Assinale a opção na qual o acento gráfico das palavras NÃO se justifica pela
mesma função.

(a) céu - herói


(b) amável – pôde
(c) vêm-têm
(d) armário-oxigênio
(e) matemática-tóxico

255
Unidade 4. Pontuação

A unidade 4 que corresponde à aula 9 tem como objetivo o ensino dos sinais de pontuação;
identificação dos sinais de pontuação e sua função no texto.

256
Aula 9 - Pontuação

Conteúdo & Conceitos

1) Vírgula ( , )

Enumerações:

Ex.: Clarice Lispector foi autora de romances, contos e ensaios.

Isolar o aposto explicativo:

Ex.: Rachel de Queiroz, a primeira mulher a entrar para a Academia de Letras, escreveu a obra “O
quinze” com dezenove anos.

Isolar vocativo:

Ex.: Yara, venha aqui!

Marcar a supressão do verbo em uma oração:

Ex.: Eu fiz faculdade de Letras; ele, de Administração.

Separar orações sindéticas:

Ex.: Correu muito, mas não chegou a tempo.

Passou no concurso, porque estudou.

OBS.: Nas orações coordenadas conclusivas a conjunção pode vir deslocada, nesse caso, é
necessário que ela esteja entre vírgulas.

Ex.: Nada diminuía, portanto, as probabilidades do perigo e a poesia da luta. (Rebelo da Silva)

 Antes de “e”, quando as orações apresentarem sujeitos diferentes ou quando o “e” se repetir:

Ex.: Fez-se o céu, e a terra, e o mar.


257
João escreveu uma carta, e José arrumou a cama.

Datas:
Rio de Janeiro, 25 de dezembro de 2050.

Adjuntos adverbiais:

Quando deslocados e obtendo até três palavras o uso da vírgula é facultativa.

Ex.: Hoje, todos irão ao cinema.

Quando o adjunto adverbial for longo, a vírgula é obrigatória.

Ex.: Na reunião de ontem, foi decidido que todos entrariam de férias.

Ponto e vírgula ( ; )

Enumeração de itens (leis, editais)

Ex.:

CAPÍTULO II

DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde
corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição
contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

Enumerar itens distintos.

Ex.:

Lista de compras

1. Arroz;

2. Farinha;

3. Sabonete;

4. Batata.

Dar à frase uma pausa e a entonação equivalente a um ponto ( . ), mas sem finalizar o período:

Ex.: A alma exterior daquele judeu eram os seus ducados;


258
perdê-los equivalia a morrer."

(Machado de Assis)

Dois pontos ( : )

Introduzir explicações:

Ex.:

"Cada criatura humana traz duas almas consigo:

uma que olha de dentro para fora,

outra que olha de fora para dentro..."

(Machado de Assis)

Introduzir fala de personagens:

Ex.: Milena disse: - Sou uma pessoa otimista.

Antes de citação:

Ex.: De acordo com o Seu Madruga: “A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena.”

Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam ou


resumem ideias anteriores.

Ex.: Anote o meu número telefônico: 4100-9643

Robson tinha um grande sonho: casar.

Interrogação ( ? )

Marca o fim de uma frase interrogativa direta:

Ex.: Você estudou hoje?

Exclamação ( ! )

Marca o fim de uma frase exclamativa. Geralmente, exprime admiração, espanto, surpresa, etc.

Ex.: Você é muito inteligente!

Emprega-se, também, após interjeições.

Ex.: Ah! Oh!

Reticências (...)
Citação:

259
Quando usadas no início da frase mostra ao leitor que o trecho não foi transcrito desde o início, por
isso o mesmo é iniciado com letra minúscula.

Ex.: (...) não existe texto incoerente em si, mas texto que pode ser incoerente em/para determinada
situação comunicativa. (...) (Ingedore Villaça – A coerência textual)

Usadas no fim, indica que o trecho em questão não coincide com o contexto da frase, ou não tem
relevância.

Ex.: A imaginação foi a companheira de toda a minha existência, viva, rápida, inquieta, alguma
vez tímida e amiga de empacar, as mais delas, capaz de engolir campanhas e campanhas,
correndo… (Dom Casmurro – Machado de Assis)

Para indicar, no corpo da frase, pequenas interrupções que mostram hesitação, dúvida, ironia,
suspense, ou seja, sensações ou sentimentos típicos da linguagem oral.

Ex.: Não sei... talvez eu não saia hoje. (dúvida)

Sua nota foi... dez !(suspense)

- Os alunos são muito comprometidos.

- Aham... Sei! (ironia)

Para indicar, no fim de uma frase gramaticalmente completa, que o sentido vai além do que ficou
dito:

Olha a vida, primeiro, longamente, enternecidamente

Como quem a quer adivinhar...

Olha a vida, rindo ou chorando, frente a frente,

Deixa, depois, o coração falar...

(RONALD DE CARVALHO)

Aspas ( “ ” )

Indicar citações diretas:

Ex.: Criança periférica, rejeitada. Teu mundo é o submundo. (Cora Coralina)

Isolar expressões populares, estrangeirismos ou neologismos:

Ex.: Eu achei a prova “suave”.

Travessão ( – )

Demarcar fala de personagens dentro de um diálogo:

Ex.: Joice perguntou: – Anderson, qual a sua matéria preferida?

Anderson afirmou: – Eu amo Língua Portuguesa!

260
Pode ser usado como as vírgulas para isolar aposto ou oração subordinada adjetiva explicativa:

Ex.: Cora Coralina – poetisa e contista – é considerada uma das mais importantes escritoras
brasileiras.

Parênteses ( )

Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vírgula
ou o travessão:

Ex.: A Primeira Geração do Modernismo (conhecida como Geração de 22) teve como característica
principal a busca pela identidade nacional.

Ponto ( . )

Nas abreviaturas:
Ex.:Sr.
V. Ex.

No final das orações independentes:

Ex.: Faz frio. Há bruma. Agosto vai em meio. (Vicente de Carvalho)

No final de cada oração ou período que, associados pelo sentido, representarem desdobramentos de
uma só ideia central — , sem mudança sensível, portanto, do teor do conjunto:

Ex.: Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o
mundo. (Paulo Freire)

 O ponto parágrafo, ao contrário, é de rigor quando, concluída uma unidade de composição,


se vai iniciar outra de teor diferente.
 O ponto chama-se final quando com ele se encerra definitivamente o trecho.

Atividade(s)

1. (FAETEC) "As câmeras frontais dos smartphones transformaram o que já era um costume em
regra: tirar foto de si mesmo."

Nessa frase, os dois pontos são usados para indicar:

(a) uma enumeração


(b) um esclarecimento
(c) uma citação
(d) um vocativo

2. (Colégio Naval) No trecho "Como bem ensinou Saussure, fundador da linguística moderna, tudo
na língua é convenção” (§3°), o emprego das vírgulas se justifica por

(a) separar uma oração coordenada assindética.


(b) solar uma expressão apositiva.
(c) separar termos com a mesma função sintática.
(d) isolar um advérbio deslocado.
(e) separar uma oração subordinada adjetiva explicativa.
261
3. (ETAM) Na frase “... e tanto ela pode dizer: “por que não se faz a costela de porco?” ou...”,
foram utilizadas as aspas em “por que não se faz a costela de porco?” com o objetivo de:

(a) marcar uma certa ironia;


(b) marcar a fala de um diálogo;
(c) destacar a frase das outras;
(d) separar uma sequência de frases

4. (Escola SESC) No trecho do 6o parágrafo: “O futuro das crianças – e dos adultos – é estar online,
24 horas por dia.”, pode-se atribuir o seguinte sentido ao emprego do travessão:

(a) Os adultos serão excluídos das redes.


(b) Os adultos são indiferentes às redes.
(c) Os adultos também estão incluídos.
(d) Os adultos não acompanharão as crianças.
(e) Os adultos são menos inteligentes que as crianças

262
Unidade 5. Trabalho com Textos

A unidade 5 que corresponde às aulas 10, 11, 12, 13, 14 e 15 tem como objetivo,
respectivamente, a compreensão de textos orais e escritos, identificar a finalidade da leitura,
antecipar as informações que podem estar no texto e ser lido a partir do título, do tema abordado, do
autor, do gênero textual; localizar informações (explícitas ou implícitas no texto): situar quem é o
autor, de que lugar (físico/social) escreve e em que época, em que situação escreve, com que
finalidade; localizar informações importantes para determinar a ideia central do texto; relacionar
informações para tirar conclusões que não estão explicitadas, com base em outras leituras,
experiências de vida, crenças, valores, projetar o sentido do texto para outras vivências e outras
realidades; relacionar informações do texto e conhecimento cotidiano; reconhecer aspectos
relativos aos tipos textuais; identificar os gêneros textuais usados no dia a dia e compreender suas
características centrais.

263
Aula 10 - Interpretação textual
Conteúdo & Conceitos
A interpretação textual possibilita o entendimento de qualquer texto, seja oral, seja escrito,
além da compreensão da ideia central dos textos. Vamos as principais dicas para aperfeiçoar essa
habilidade.

Demonstração e/ou Aplicação


Dicas de interpretação
1. Leia muito
O ato da leitura é fundamental para melhorar a interpretação de textos, conhecer novas palavras
e identificar a linguagem que cada autor adota.
Dica: você não precisa começar por leituras clássicas como as de Clarice Lispector. Comece
por textos pequenos como gibis ou notícias de jornais, por exemplo. O importante é não se
limitar em um único gênero textual.

2. Identifique qual a sua forma de leitura


Para algumas pessoas, ler em um lugar silencioso e tranquilo é a melhor maneira para entender
o texto. Porém, para outras; ler recitando a obra, dando ênfase as ideias do autor ou até mesmo
ouvindo música é uma boa forma de compreender e interpretar o texto. O jeito de ler é você
quem decide. Escolha o espaço, a sua forma de ler e se jogue no universo da leitura.

3. Marque as ideias mais importantes do texto


Nesta etapa, você pode sublinhar ou usar marca-texto, o que importa é marcar as ideias mais
relevantes para que depois você identifique com mais facilidade os trechos mais importantes.

Atividade(s)

1.(ENEM)

A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e imagéticos na constituição de seus
textos. Nessa peça publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor procura convencer o leitor a

264
(a) assumir uma atitude reflexiva diante dos fenômenos naturais.
(b) evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis.
(c) aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo.
(d) abraçar a campanha, desenvolvendo projetos sustentáveis.
(e) consumir produtos de modo responsável e ecológico.

2. (Brasil Escola)

Mafalda é criação do cartunista argentino Quino. Menina precoce serviu como porta-voz de seu
criador nos tempos da Ditadura Militar argentina.

(a) Mafalda emprega o mesmo valor semântico para o vocábulo “indicador” no primeiro e no
último quadrinho.
(b) Mafalda não sabe a importância do dedo indicador.
(c) A expressão “dedo indicador” é utilizada de maneira metafórica pelo autor da tirinha.
(d) Mafalda ainda não sabe exatamente o significado da expressão “indicador de desemprego”
(e) Apesar de ser uma criança, Mafalda já percebe as injustas relações de trabalho estabelecidas
entre patrões e operários.

3. (CESGRANRIO)
O problema ecológico
Se uma nave extraterrestre invadisse o espaço aéreo da Terra, com certeza seus tripulantes diriam
que neste planeta não habita uma civilização inteligente, tamanho é o grau de destruição dos
recursos naturais. Essas são palavras de um renomado cientista americano. Apesar dos avanços
obtidos, a humanidade ainda não descobriu os valores fundamentais da existência. O que chamamos
orgulhosamente de civilização nada mais é do que uma agressão às coisas naturais. A grosso modo,
a tal civilização significa a devastação das florestas, a poluição dos rios, o envenenamento das terras
e a deterioração da qualidade do ar. O que chamamos de progresso não passa de uma degradação
deliberada e sistemática que o homem vem promovendo há muito tempo, uma autêntica guerra
contra a natureza.
Afrânio Primo. Jornal Madhva (adaptado).

I) Segundo o texto, o cientista americano está preocupado com:


(a) a vida neste planeta.
(b) a qualidade do espaço aéreo.
(c) o que pensam os extraterrestres.
265
(d) o seu prestígio no mundo.
(e) os seres de outro planeta.

II) Para o autor, a humanidade:


(a) demonstra ser muito inteligente.
(b) ouve as palavras do cientista.
(c) age contra sua própria existência.
(d) preserva os recursos naturais.
(e) valoriza a existência sadia.

III) Da maneira como o assunto é tratado no texto, é correto afirmar que o meio ambiente está
degradado porque:
(a) a destruição é inevitável.
(a) a civilização o está destruindo.
(c) a humanidade preserva sua existência.
(d) as guerras são o principal agente da destruição.
(e) os recursos para mantê-lo não são suficientes.

IV) A afirmação: “Essas são palavras de um renomado cientista americano.” (l. 4 – 5) quer dizer
que o cientista é:
(a) inimigo.
(b) velho.
(c) estranho.
(d) famoso.
(e) desconhecido.

4. (ENEM)
A ciência do Homem-Aranha

Muitos dos superpoderes do querido Homem-Aranha de fato se assemelham às habilidades


biológicas das aranhas e são objeto de estudo para produção de novos materiais.

O “sentido-aranha” adquirido por Peter Parker funciona quase como um sexto sentido, uma
espécie de habilidade premonitória e, por isso, soa como um mero elemento ficcional. No
entanto, as aranhas realmente têm um sentido mais aguçado. Na verdade, elas têm um dos
sistemas sensoriais mais impressionantes da natureza.

Os pelos sensoriais das aranhas, que estão espalhados por todo o corpo, funcionam como uma
forma muito boa de perceber o mundo e captar informações do ambiente. Em muitas espécies,
esse tato por meio dos pelos tem papel mais importante que a própria visão, uma vez que muitas
aranhas conseguem prender e atacar suas presas na completa escuridão. E por que os pelos
humanos não são tão eficientes como órgãos sensoriais como os das aranhas? Primeiro, porque
um ser humano tem em média 60 fios de pelo em cada cm² do corpo, enquanto algumas espécies
de aranha podem chegar a ter 40 mil pelos por cm²; segundo, porque cada pelo das aranhas
possui até 3 nervos para fazer a comunicação entre a sensação percebida e o cérebro, enquanto
nós, seres humanos, temos apenas 1 nervo por pelo.

Disponível em: http://cienciahoje.org.br. Acesso em: 11 dez. 2018 (adaptado).

Como estratégia de progressão do texto, o autor simula uma interlocução com o público leitor ao
recorrer à

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(a) revelação do “sentido-aranha” adquirido pelo super-herói como um sexto sentido.
(b) caracterização do afeto do público pelo super-herói marcado pela palavra “querido”.
(c) comparação entre os poderes do super-herói e as habilidades biológicas das aranhas.
(d) pergunta retórica na introdução das causas da eficiência do sistema sensorial das aranhas.
(e) comprovação das diferenças entre a constituição física do homem e da aranha por meio de dados
numéricos.

A habilidade de interpretar textos permite que você amplie o seu domínio sobre a linguagem
escrita e falada. Portanto, sigam as nossas dicas!

267
Aula 11 - Tipologia textual
Conteúdo & Conceitos
Os tipos textuais estabelecem a estrutura dos textos, seu objetivo e finalidade. Ou seja, são
responsáveis pela forma como um texto se apresenta. Os principais tipos textuais são: narrativo,
descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo.

Demonstração e/ou Aplicação

 Texto Narrativo: a principal finalidade de um texto narrativo é contar uma história através de
uma sequência de ações reais ou imaginárias. Contos, crônicas, novelas, romances, lendas são
exemplos de textos narrativos.

A narração da história é construída à volta de elementos como:

Enredo: Trama
Foco narrativo: narrador observador (3°pessoa) / narrador personagem (1°pessoa)
Clímax: momento de tensão
Personagens: protagonista/ antagonista
Tempo verbal e aspectos linguísticos
Tempo cronológico/psicológico
Lugar: onde acontece a história

Além disso, o discurso apresentado pode ser:

- Direto: “verbo dicendi"= afirmar, falar, gritar, perguntar.


Ex.:
Fernanda disse: - Não quero mais ser sua amiga.
Jonas perguntou: - Por que ?

- Indireto: o narrador fala pelo personagem.


Ex.: Minha mãe disse que se eu não lavar a louça, não poderei sair hoje.

-Indireto livre: a fala da personagem entra na fala do narrador sem marcação.


Ex.: O despertador tocou muito cedo. Vamos lá, eu sei que consigo.

Exemplo de texto narrativo:

Minha vida de menina


Helena Morley
Quarta-feira, 28 de agosto (de 1895). Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó
chamou-me cedo, ansiada como está, coitadinha, e deu-me um vestido. Beijou-me e disse: "Sei que
você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se esquecerá de sua avozinha que lhe quer
tanto". As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu larguei dos braços dela e vim desengasgar-
me aqui no meu quarto, chorando escondida.

Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece de mim
e de meus deveres e que eu não fui o que devia ter sido para ela! Mas juro por tudo, aqui nesta hora,
que vovó melhorando eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e que me
quer tanto.

268
Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai me dizer: "Já estudou suas lições?
Então vá se deitar, mas procure antes alguma coisa para comer. Vá com Deus".

(Minha vida de menina. São Paulo: Companhia das Letras, 1942.)

 Texto Descritivo: apresenta a descrição pormenorizada de algo ou alguém, levando o leitor a


criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito. A descrição pode ser mais objetiva ou mais
subjetiva, focando apenas aspectos mais importantes ou também detalhes específicos.
- Objetiva (física)
Ex.: Márcio é um homem de 1.70 de altura, preto, olhos castanhos e cabelo cacheado.

- Subjetiva (psicológica)
Ex.: Márcio é um homem simpático, generoso, inteligente e educado.
Exemplo de texto descritivo:

Objetivo:
“O céu está bem azul, sem nenhuma nuvem. Há pássaros voando sobre o mar e pescadores
trabalhando em seus navios. Na areia, muitas pessoas tomando banho de sol – algumas lendo seus
livros, outras brincando com crianças.”

Subjetivo:
“Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de
machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que
escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. [..] As portas das latrinas não
descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas.” (O cortiço –
Aluísio Azevedo)

Atividade(s)

1. Organizem-se em grupos (com número de alunos estipulado pela professora ou professor) e


escrevam uma história com no mínimo 15 linhas e máximo de 20 linhas.

 Uma pessoa vai iniciar a narração e as outras terão que dar continuidade a história até
chegar ao desfecho.
 A história deverá ser apresentada em sala de aula para os demais colegas.
E ai, será uma narração de amor, comédia ou aquele suspense?

269
Aula 12 - Tipologia textual II
Conteúdo & Conceitos
 Texto expositivo: apresenta informações sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias
de modo objetivo.
Exemplo de texto expositivo:

Verbete de dicionário
Significado de Nostalgia (s.f). Tristeza causada pela saudade de sua terra ou de sua pátria;
melancolia. Saudade do passado, de um lugar etc. Disfunções comportamentais causadas pela
separação ou isolamento (físico) do país natal, pela ausência da família e pela vontade exacerbada
de regressar à pátria. Saudade de alguma coisa, de uma circunstância já passada ou de uma condição
que (uma pessoa) deixou de possuir. Condição melancólica causada pelo anseio de ter os sonhos
realizados. Condição daquele que é triste sem motivos explícitos. (Etm. do francês: nostalgie)

Fonte: Dicionário Online de Português (Dicio)

 Texto dissertativo: informa e esclarece o leitor através da exposição rigorosa e clara de um


determinado assunto ou tema. Tem como estrutura introdução, desenvolvimento e conclusão. Os
textos dissertativos podem ser expositivos ou argumentativos:

a) O dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou ponto de vista do autor. O texto além de


explicar, persuade o leitor. Caracteriza-se pela progressão lógica de ideais.

Ex.: carta de opinião, resenha, artigo, editorial jornalístico, redação do ENEM, etc.

Exemplo de texto dissertativo-argumentativo:


Em pleno século XXI é salutar refletir sobre a importância de preservação do meio ambiente bem
como atuar em prol de uma sociedade mais consciente e limpa.
Já ficou mais que claro que a maioria dos problemas os quais enfrentamos atualmente nas grandes
cidades, foram gerados pela ação humana.

De tal modo, podemos pensar nas grandes construções, alicerçadas na urbanização desenfreada, ou
no simples ato de jogar lixo nas ruas.

A poluição gerada e impregnada nas grandes cidades foi em grande parte fruto da urbanização
desenfreada ou da atuação de indústrias; porém, deveres não cumpridos pelos homens também
proporcionaram toda essa "sujidade". Nesse sentido, vale lembrar que pequenos atos podem
produzir grandes mudanças se realizados por todos os cidadãos.

Portanto, um conselho deveras importante: ao invés de jogar o lixo (seja um papelzinho de bala, ou
uma anotação de um telefone) nas ruas, guarde-o no bolso e atire somente quando encontrar uma
lixeira. Seja um cidadão consciente! Não Jogue lixo nas ruas!

b) O dissertativo-expositivo informa sobre um assunto e visa à apresentação de um conceito ou


ideia de forma clara, concisa e objetiva, sem expressar qualquer opinião sobre o que é exposto.
Ex.: notícias, seminários, palestras, enciclopédias, etc.

Exemplo de texto dissertativo-expositivo:

270
Os Relatórios das Organizações das Nações Unidas (ONU) sobre a gestão e
desenvolvimento dos recursos hídricos alertam para a preservação e proteção dos recursos naturais
do planeta, sobretudo da água.

Sendo assim, as estatísticas apontam para uma enorme crise mundial da falta de água a partir
de 2025, de forma que atingirá cerca de 3 bilhões de pessoas, e que pode provocar diversos
problemas sociais e de saúde pública.

Um dos maiores problemas apresentados pela ONU é a “escassez de água” que já atinge
cerca de 20 países no mundo, ou seja, 40% da população do planeta.
Os estudos completam que a água doce do planeta está em risco visto às mudanças climáticas
registradas nas últimas décadas.

 Texto injuntivo: texto injuntivo indica como realizar uma ação. Sua função é instruir, explicar,
todavia, sem a finalidade de convencer o leitor a algo por meio de argumentos.

Ex.: Receita de bolo, bula de remédio, manual de instruções e editais.

Exemplo de texto injuntivo:


Receita de bolo de chocolate
Massa:
 4 ovos
 4 colheres (sopa) de chocolate em pó
 2 colheres (sopa) de manteiga
 3 xícaras (chá) de farinha de trigo
 2 xícaras (chá) de açúcar
 2 colheres (sopa) de fermento
 1 xícara (chá) de leite

Modo de preparo:
 Em um liquidificador adicione os ovos, o chocolate em pó, a manteiga, a farinha de trigo, o
açúcar e o leite, depois bata por 5 minutos.
 Adicione o fermento e misture com uma espátula delicadamente.
 Em uma forma untada, despeje a massa e asse em forno médio (180 ºC) preaquecido por cerca
de 40 minutos. Não se esqueça de usar uma forma alta para essa receita: como leva duas
colheres de fermento, ela cresce bastante! Outra solução pode ser colocar apenas uma colher de
fermento e manter a sua receita em uma forma pequena.

Atividade(s)
1. (ENEM)
Blues da piedade
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

CAZUZA. Cazuza: o poeta não morreu. Rio de Janeiro: Universal Music, 2000 (fragmento).

Todo gênero apresenta elementos constitutivos que condicionam seu uso em sociedade. A letra de
271
canção identifica-se com o gênero ladainha, essencialmente, pela utilização da sequência textual
(a) expositiva, por discorrer sobre um dado tema.
(b) narrativa, por apresentar uma cadeia de ações.
(c) injuntiva, por chamar o interlocutor à participação.
(d) descritiva, por enumerar características de um personagem.
(e) argumentativa, por incitar o leitor a uma tomada de atitude.

2. (CESGRANRIO)

A sua vez
Você já é grandinho o suficiente para saber que brincadeira é para a vida toda

Boa parte das brincadeiras infantis são um ensaio para a vida adulta.
Criança brinca de ser mãe, pai, cozinheiro, motorista, polícia, ladrão (e isso, você sabe, não implica
nenhum tipo de propensão ao crime). E, ah, quando não há ninguém por perto, brinca de médico
também. É uma forma de viver todas as vidas possíveis antes de fazer uma escolha ou descoberta.
Talvez seja por isso que a gente pare de brincar aos poucos – como se tudo isso perdesse o sentido
quando viramos adultos de verdade. E tudo agora é para valer. Mas será que parar de brincar é, de
fato, uma decisão madura?
Atividades de recreação e lazer estimulam o imaginário e a criatividade, facilitam a
socialização e nos ajudam a combater o estresse. Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a graça,
deixa de ser brincadeira. Vira mais uma atividade produtiva a cumprir na agenda. Você só brinca de
verdade (ainda que de mentirinha) pelo prazer de brincar. E só. Como escreveu Rubem Alves, quem
brinca não quer chegar a lugar nenhum – já chegou.

Quanto à tipologia, o Texto I classifica-se como:


(a) injuntivo.
(b) narrativo.
(c) descritivo.
(d) expositivo.
(e) argumentativo.

3. (CESGRANRIO) Analise os períodos abaixo.


• “A prestação do carro está vencendo, a crise roeu suas economias e o computador travou de vez
(...).”
• “...o estresse representa um sinal de que estamos saudáveis. (...) é uma carga de ansiedade que
todos recebemos para evoluir na vida.”
• “...o cortisol, conhecido como hormônio do estresse e liberado pelo cérebro em situações de
pressão.”

Eles exemplificam, respectivamente, os seguintes tipos de textos:


(a) argumentação - argumentação - descrição.
(b) argumentação - descrição - narração.
(c) descrição - narração - argumentação.
(d) narração - descrição - descrição.
(e) narração - descrição - argumentação.

4. Duas características são representativas do modo de organização dissertativa, assinale-as:


(a) Introdução e clímax
(b) Argumentação e sensação
(c) Sequência de fatos e de aspectos
(d) Verbos de ação e objetividade
272
(e) Convencimento e descrição

5. Sobre o texto narrativo, pode-se afirmar:


(a) A estrutura textual é semelhante ao texto descritivo.
(b) A postura do autor é de argumentador.
(c) Há, exaustivamente, o uso de presente do indicativo.
(d) Não apresenta clímax em sua estrutura.
(e) O enredo é prioritário.

273
Aula 13 - Gêneros textuais
Conteúdo & Conceitos

Os gêneros textuais são textos que cumprem uma função social em uma dada situação
comunicativa. Eles não possuem uma estrutura limitada e definida, logo, eles são bastante diversos.
Vale destacar que todos eles obedecem às regras de natureza linguística e textual que se
apresentam em todos os gêneros, ou seja, os tipos textuais são aplicados na construção e
modificação dos gêneros textuais.
Por meio dessa relação, é possível estabelecer-se combinações entre tipos e gêneros
textuais. É importante ressaltar que um único gênero pode conter diversos tipos textuais, com
predominância de um ou mais. Em alguns casos, é possível encontrar gêneros com uma tipologia
específica.
Demonstração e/ou Aplicação
Segue uma lista com os principais tipos textuais e as possíveis relações entre os tipos e gêneros
textuais:

Fonte: https://www.portugues.com.br/redacao/generostextuais.html

Atividade(s)

1. (Brasil Escola) Sobre as características dos gêneros textuais, é INCORRETO afirmar que:
(a) Os gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com base
em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é produzido.
(b) Os gêneros textuais são estruturas relativamente padronizadas que variam de acordo com as
várias situações comunicativas.
(c) Os gêneros textuais são estruturas bem definidas, limitadas, e podem apresentar-se sob a forma
de cinco diferentes tipos de texto.

274
(d) Os gêneros textuais podem ser representados na linguagem verbal e não verbal, em anúncios
publicitários, charges, tirinhas e também em reportagens, notícias, e-mails, etc.
(e) Os gêneros textuais, por adequarem-se às necessidades linguísticas dos falantes de acordo com
as mudanças históricas e sociais, são incontáveis, diferentemente do que acontece com os tipos
textuais

2. (ENEM)
Filha do compositor Paulo Leminski lança disco com suas canções
“Leminskanções” dá novos arranjos a 24 composições do poeta

Frequentemente, a cantora e compositora Estrela Ruiz é questionada sobre a influência da poesia de


seu pai, Paulo Leminski, na música que ela produz. “A minha infância foi música, música, música”,
responde veementemente, lembrando que, antes de poeta, Leminski era compositor.
Estrela frisa a faceta musical do pai em Leminskanções. Duplo, o álbum soma Essa noite vai ter sol,
com 13 composições assinadas apenas por Leminski, e Se nem for terra, se transformar, que tem 11
parcerias com nomes como sua mulher, Alice Ruiz, com quem compôs uma única faixa, Itamar
Assumpção e Moraes Moreira.

BOMFIM, M. Disponível em: http://cultura.estadao.com.br. Acesso em: 22 ago. 2014 (adaptado).

Os gêneros textuais são caracterizados por meio de seus recursos expressivos e suas intenções
comunicativas. Esse texto enquadra-se no gênero
(a) biografia, por fazer referência à vida da artista.
(b) relato, por trazer o depoimento da filha do artista.
(c) notícia, por informar ao leitor sobre o lançamento do disco.
(d) resenha, por apresentar as características do disco.
(e) reportagem, por abordar peculiaridades sobre a vida da artista.

3. (ENEM)

O cartão-postal é um gênero textual geralmente usado por turistas quando estão viajando, para
enviar, aos que ficaram imagens dos lugares visitados. Entretanto, o cartão-postal apresentado é
uma peça publicitária, e reconhece-se nela a intenção de
(a) apresentar uma paisagem de um local específico, conteúdo recorrente em um cartão-postal.
(b) incentivar as pessoas de uma cidade a enviar cartões-postais umas para as outras.
(c) instituir um novo tipo de cartão-postal, o virtual, a ser comercializado em um site da internet.
(d) fazer propaganda de um ponto turístico romântico específico, atraindo a visitação por casais.
(e) comemorar a data da instituição do cartão-postal no Brasil, ainda na época do Império.

275
3. (ENEM)

Câncer 21/06 a 21/07


O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima e no seu modo de agir. O
corpo indicará onde você falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O que ficou
guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma “desintoxicação”. Seja comedida em suas
ações, já que precisará de energia para se recompor. Há preocupação com a família, e a
comunicação entre os irmãos trava. Lembre-se: palavra preciosa é palavra dita na hora certa. Isso
ajuda também na vida amorosa, que será testada. Melhor conter as expectativas e ter calma,
avaliando as próprias carências de modo maduro. Sentirá vontade de olhar além das questões
materiais – sua confiança virá da intimidade com os assuntos da alma.

Revista Cláudia. Nº 7, ano 48, jul. 2009.

O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso, sua função específica, seu
objetivo comunicativo e seu formato mais comum relacionam-se com os conhecimentos construídos
socioculturalmente. A análise dos elementos constitutivos desse texto demonstra que sua função é:

vender um produto anunciado.


(b) informar sobre astronomia.
(c) ensinar os cuidados com a saúde.
(d) expor a opinião de leitores em um jornal.
(e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.

276
Aula 14 - Jornal em sala de aula
Conteúdo & Conceitos

Nesta aula, confeccionaremos um jornal em grupo a fim de que vocês, alunos, tenham um
pouco mais de contato com o gênero jornalístico e sejam os protagonistas deste projeto. Vamos
aprender mais sobre este gênero?
Os textos jornalísticos são aqueles vinculados pelos jornais impressos, revistas, sites da
Internet, programas de notícias da televisão e rádio. A principal característica é: informar o leitor ou
telespectador de forma clara e objetiva sobre algum acontecimento.
Existem diversos tipos de textos jornalísticos, cada um com seu estilo e característica. Ex.:
notícia, reportagem, editorial e crônica.
Agora é a sua vez! Elabore junto aos seus colegas um jornal. Leia as instruções a seguir e
siga o passo a passo.

Demonstração e/ou Aplicação

Materiais necessários:
• Exemplares de jornal;
• Caneta;
• Lápis;
• Papel A4.

Atividade(s)
1° A turma será dividida em grupos e cada grupo deverá possuir um exemplar de jornal impresso;
2° Cada equipe deverá escolher um caderno do jornal que será confeccionado, os temas são: mundo,
esporte, saúde e cultura;
3° Quando todos os grupos estiverem responsáveis por um caderno, cada aluno buscará assuntos no
jornal que foi distribuído, a fim de selecionar textos e fotos que possam ser inseridos no material
queserá produzido;
4° Cada grupo deverá produzir textos para o caderno. Os textos podem ser de acordo com as
fotografias que foram escolhidas do jornal impresso, o qual foi entregue no início da aula.
5° Após a finalização da parte teórica, os grupos deverão apresentar o que foi produzido para a
turma;
6° A turma deverá entrar em consenso para escolher o nome do jornal.

277
Aula 15 - Jornal em sala de aula II

Atividade(s)
Apresentação do(s) jornal(is) da turma.

278
Unidade 6. Produção Textual

A unidade 6 que corresponde às aulas 16 a 24 tem como objetivo ensinar aos alunos a
identificar a estrutura dos textos: currículo, redação de entrevista de emprego, e-mail corporativo e
relatório; perceber a importância social desses textos e produzi-los; trabalhar a simulação de
entrevista de emprego com intuito de mostrar de forma prática como poderá ser este momento; roda
de leitura e dinâmicas a fim de praticar mais a interpretação textual e o desenvolvimento
interpessoal de cada aluno.

279
Aula 16 - Produção textual - Currículo
Conteúdo & Conceitos
O currículo profissional é um elemento de grande importância para que você conquiste a
vaga na qual irá concorrer. Todas as informações que serão colocadas nele devem ser legítimas e
bem organizadas.
O currículo é o primeiro contato que o empregador terá com você, o candidato, por isso, é
importante pensar em cada detalhe, já que isso influenciará na tomada de decisão do empregador.
Este documento permitirá mostrar seu profissionalismo e refletir sua personalidade, portanto,
capriche!
Demonstração e/ou Aplicação

Quais informações deverão ter no currículo?


1. Dados pessoais;
2. Formação acadêmica;
3. Curso de idiomas;
4. Curso de capacitação;
5. Experiência profissional.

Elaborar um bom currículo requer dedicação, atenção e, além disso, há algumas regras para seguir.
Vamos conhecê-las:
1. Siga a norma padrão da língua portuguesa;
2. Seja claro e objetivo;
3. Não minta;
4. Coloque as informações condizentes com a vaga de emprego;
5. Entregue o currículo impresso, caso você deseje entregá-lo em mãos;
6. O currículo não deve ultrapassar duas páginas;
7. Os verbos devem estar no infinitivo.

Atividade(s)

Observe o currículo fictício abaixo e, depois, preencha o seu próprio currículo de acordo
com as suas informações pessoais.

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Mariana Silva
Brasileira, Solteira, 17 anos
Rua do Soldado, número 109 – Bairro: Piedade, Rio de Janeiro
(21)00000-0000
mariana@gmail.com
Objetivo
● Atuar em atividades relacionadas ao setor administrativo.

Formação Acadêmica

● Estudante do Ensino Médio. Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec).


Conclusão em 2022.

Experiência Profissional
● Estagiária da Eletrobrás – Janeiro de 2021 a presente data.
Cursos de capacitação
● Curso Técnico em Administração. Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) – cursando.
Idiomas
● Inglês - básico

Informática
● Conhecimentos em Pacote Office.

Informações adicionais
● Dinâmica;
● Proativa;
●Facilidade em trabalhar em grupo.

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Agora, é a sua vez!
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Objetivo

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Formação Acadêmica

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Experiência Profissional

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Cursos de capacitação

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Idiomas

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Informática

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Informações adicionais

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Aula 17 - Produção textual


Conteúdo & Conceitos
Redação de entrevista de emprego

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A maioria dos recrutadores costuma aplicar testes a fim de conhecer um pouco mais da
personalidade do candidato, além das suas habilidades e competências argumentativas, por isso é
fundamental estar preparado (a) para este momento.
Dicas:
 Siga a temática;
Como em toda redação, o candidato deve seguir o tema proposto. Tangenciar o tema leva a
banca a diminuir a nota da prova, ou a fuga desta temática, a zerar a redação.
 Estruture bem a redação (introdução, desenvolvimento e conclusão);
Toda a redação deve ser estruturada a partir dos parágrafos. Sendo a introdução à
apresentação inicial do assunto juntamente com a tese. O desenvolvimento com a defesa da
tese e conclusão com fechamento das ideias de forma resumitiva ou com proposta de
intervenção. Isso dependerá da tipologia textual exigida no momento da avaliação.
 Use uma linguagem clara e objetiva;
É fundamental que a linguagem utilizada no texto, além de seguir a norma padrão, seja clara
e objetiva. Isso quer dizer que o texto precisa ter a exposição dos argumentos na ordem
direta, respeitando a sequência narrativa. Com isso, facilitando o entendimento da redação.
Outro quesito que é avaliado é a coesão e coerência textual, portanto estude bastante esse
conteúdo.
 Não utilize gírias ou abreviações;
Quando se trata de texto escrito em situações de formalidade, o uso de gírias e abreviações
deve ser dispensado.
 Revise antes de entregar.
Revisar o texto antes de entregar é essencial, pois isso evita que a redação seja entregue com
erros ortográficos ou frases incompletas, por exemplo.
Atividade(s)
 Imagine que você esteja em uma entrevista de emprego para trabalhar no setor de vendas.
 Redija uma redação de 15 a 20 linhas sobre o tema: Quem sou eu?
 Dica: a ideia é persuadir o recrutador de que você é a pessoa certa para a vaga de emprego;
 Não esqueça o título.

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Aula 18 - Simulação de entrevista de emprego
Conteúdo & Conceitos
A entrevista de emprego é uma conversa entre duas pessoas: o entrevistador e entrevistado.
O objetivo principal é extrair informações sobre o candidato e esclarecer determinados assuntos
sobre a vaga de emprego.
O que não pode fazer:

1-Decorar respostas prontas;


2- Não ser objetivo;
3-Mentir;
4-Se atrasar;
5- Descuidar da apresentação pessoal;
6- Comer durante a entrevista;
7- Mexer no celular.

Demonstração e/ou Aplicação

Dicas: É importante que você controle a ansiedade, transmita confiança e responsabilidade,


pesquise sobre a filosofia da empresa e tome cuidado com a linguagem verbal.

Atividade(s)
Agora, vamos simular uma entrevista de emprego. Seguiremos a mesma proposta da redação. Neste
momento, você será entrevistado (a) pela professora ou professor do módulo. Pense sobre as
respostas das seguintes perguntas e controle a ansiedade.
1. Você pode falar um pouco sobre você?
2. Como você ficou sabendo da vaga?
3. O que você sabe sobre a empresa?
4. Por que você quer este trabalho?
5. Por que devemos contratar você?
6. Quais são os seus pontos fortes?
7. Quais são seus pontos fracos?
8. Onde você se vê daqui a cinco anos?
9. Que tipo de ambiente de trabalho você prefere?
10. Como você lida com pressões ou situações estressantes?

Perguntas disponíveis em: https://www.vagas.com.br/profissoes/25-perguntas-da-entrevista-de-


emprego-e-suas-melhores-respostas/. Acesso em: 07/01/2021.

O momento da entrevista de emprego não é fácil para ninguém. Portanto, tente controlar o
nervosismo, pois isso ajudará a desenvolver melhor as respostas, assim como escrever uma boa
redação e participar das dinâmicas em grupo, caso ocorram. Repensem sempre nas dicas dadas até
agora e confiem em vocês!

285
Aula 19 - Produção textual - E-mail corporativo e relatório

Conteúdo & Conceitos


O e-mail corporativo é uma ferramenta de comunicação importantíssima entre empresa e
cliente. Ele é responsável por garantir profissionalismo, respeito, segurança e controle na relação
com o público-alvo e entre os funcionários da própria empresa. Assim como os demais gêneros
textuais, o e-mail corporativo tem estrutura própria e exige que seja escrito de acordo com a norma
padrão da Língua portuguesa.

Demonstração e/ou Aplicação


 Como fazer?

1. Saudação inicial (Prezado, Estimado, Caríssimo, Caro, etc.);


2. Assunto;
3. Saudação final (Atenciosamente, Cordialmente, etc.);
4. Assinatura.
Atividade(s)
Imagine que você precise enviar um e-mail para uma empresa de roupa esportiva a fim de
apadrinhar crianças carentes que querem jogar em times de futebol da comunidade local. Escreva
um e-mail fazendo essa solicitação. Não se esqueça de se identificar.

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O relatório trata de um tipo de texto cujo objetivo é o relato de um dado elemento em específico. A
principal característica deste gênero textual é a escrita em forma oral, como se definitivamente
estivesse contando algo em forma de escrita. Apresenta um compilado de informações resumidas e
desmembradas a fim de explorar com maior exatidão um tema. São textos geralmente expositivos,
com uma combinação clara do gênero narrativo e descritivo. No entanto, é importante ressaltar que
o relatório pode ainda comportar uma crítica. Caso haja argumentação válida e considerações
pessoais relevantes, este apontamento pode fazer parte de um relatório. A linguagem de um
relatório deve sempre respeitar a norma culta padrão da língua portuguesa. Sobretudo, é necessário
o zelo pela coerência e também pela coesão do texto apresentado.

 Como fazer um relatório?


1. Capa: a capa representa a estética de definição do trabalho. Contém o nome da instituição,
o nome do aluno, dos professores e, claro, o título do trabalho.

2. Índice: quando se trata de um extenso relatório, um índice sempre se faz necessário. Ele
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oferece uma melhor localização do leitor do trabalho.
3. Título: logo em seguida, uma folha destinada ao título, com uma pequena descrição do
tema deve abrir o trabalho após capa e sumário.
4. Introdução: esta seção deve conter todos os itens básicos do elemento relatado para que o
leitor tenha ciência do assunto tratado.
5. Desenvolvimento: será a maior parte do trabalho de relatório. Aqui, dados, imagens,
gráficos e parte importante da pesquisa estarão contidos.
6. Conclusão: a conclusão será referente ao fechamento do tema abordado. Nesta seção, é
possível emitir uma opinião, caso seja requisitada por quem propôs o trabalho, o que é
chamado de Considerações Finais.
7. Referências Bibliográficas: todo o material de apoio para a criação do trabalho deverá vir
nas referências bibliográficas. Livros, gráficos, dados e respectivas pesquisas quantitativas e
qualitativas necessárias para a criação.
Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/relatorio . Acesso em: 07/01/2021.

 Há vários tipos de relatórios: escolar, científico e administrativo. Agora, faremos um relatório


administrativo, assim, simulando um trabalho laboral.
Proposta: imagine que você trabalhe na empresa de viagem RM (nome fictício) e faça um
relatório em folha de papel almaço sobre as atividades do setor de atendimento. Relate como é
abordagem dos funcionários com os clientes e se os colaboradores estão atendendo a demanda
da empresa.

287
Aula 20 - Roda de leitura
Conteúdo & Conceitos
Você já ouviu falar no gênero textual crônica? Hoje, vamos aprender sobre ele e conhecer
uma dessas produções.
A crônica é um gênero textual muito presente em jornais e revistas. Em geral, os temas
abordam situações do dia a dia. Os temas são variados, mas é comum que as histórias ocorram em
ambientes urbanos, uma vez que esse gênero foi nascido na cidade. A linguagem costuma ser de
fácil entendimento com marcas do cotidiano.
Vamos à leitura de uma crônica?

Demonstração e/ou Aplicação


A cadeira do dentista
Fazia dois anos que não me sentava numa cadeira de dentista. Não que meus dentes
estivessem por todo esse tempo sem reclamar um tratamento. Cheguei a marcar várias consultas,
mas começava a suar frio folheando velhas revistas na antessala e me escafedia antes de ser
atendido. Na única ocasião em que botei o pé no gabinete do odontólogo – tem uns seis meses –,
quando ele me informou o preço do serviço, a dor transferiu-se do dente para o bolso.
- Não quero uma dentadura em ouro com incrustações em rubis e esmeraldas – esclareci –,
só preciso tratar o canal.
- É esse o preço de um tratamento de canal!
- Tem certeza? O senhor não estará confundindo o meu canal com o do Panamá?
Adiei o tratamento. Tenho pavor de dentista. O mundo avançou nos últimos 30 anos, mas a
Odontologia permanece uma atividade medieval. Para mim não faz diferença um "pau-de-arara" ou
uma cadeira de dentista: é tudo instrumento de tortura.
Desta vez, porém, não tive como escapar. Os dentes do lado esquerdo já tinham se
transformado em meros figurantes dentro da boca. Ao estourar o pré-molar do lado direito, fiquei
restrito à linha de frente para mastigar maminhas e picanhas. Experiência que poderia ter dado certo,
caso tivesse algum jeito para esquilo.
A enfermeira convocou-me na sala de espera. Acompanhei-a, após o sinal-da-cruz, e entramos
os dois no gabinete do dentista, que, como personagem principal, só aparece depois do circo armado.
- Sente-se – disse ela, apontando para a cadeira.
- Sente-se a senhora – respondi com educada reverência –, ainda sou do tempo em que os
cavalheiros ofereciam seus lugares às damas.
Minhas pernas tremiam. Ela tornou a apontar para a cadeira.
- O senhor é o paciente!
- Eu?? A senhora não quer aproveitar? Fazer uma obturaçãozinha, limpeza de tártaro? Fique à
vontade. Sou muito paciente. Posso esperar aqui no banquinho.
O dentista surgiu com aquele ar triunfal de quem jamais teve cárie. Ah! Como adoraria vê-lo
sentado na própria cadeira extraindo um siso incluso! Mal me acomodei e ele já estava curvado
sobre a cadeira, empunhando dois miseráveis ferrinhos, louco para entrar em ação. Nem uma
palavra de estímulo ou reconforto. Foi logo ordenando:
- Abra a boca.
Tentei, mas a boca não obedeceu aos meus comandos.
- Não vai doer nada!
- Todos dizem a mesma coisa – reagi. Não acredito mais em vocês!
- Abra a boca! – insistiu ele.
Abri a boca. Numa cadeira de dentista sinto-me tão frágil quanto um recruta diante do sargento
do batalhão.
Ele enfiou um monte de coisas na minha boca e tocou o dente com um gancho.
- Tá doendo?

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- Urgharghhoglihugli.
Os dentistas são tipos curiosos. Enchem a boca da gente de algodão, plástico, secadores, ferros
e depois desandam a fazer perguntas. Não sou daqueles que conseguem responder apenas movendo
a cabeça. Para mim, a dor tem nuances, gradações que vão além dos limites de um sim-não.
- A anestesia vai impedir a dor – disse ele, armado com uma seringa.
- E eu vou impedir a anestesia – respondi duro segurando firme no seu pulso.
Ele fez pressão para alcançar minha pobre gengiva. Permaneci segurando seu pulso. Ele apoiou o
joelho no meu baixo ventre. Continuei resistindo, em posição defensiva. Ele subiu em cima de mim.
Miserável! Gemi quase sem forças. Ele afastou a mão que agarrava seu pulso e desceu com a
seringa. Lembrei-me de Indiana Jones e, num gesto rápido, desviei a cabeça. A agulha penetrou a
poltrona. Peguei o esguichador de água e lancei-lhe um jato no rosto. Ele voltou com a seringa.
- Não pense que o senhor vai me anestesiar como anestesia qualquer um – disse, dando-lhe
um tapa na mão.
A seringa voou longe e escorregou pelo assoalho. Corremos os dois pra alcançá-la, caímos
no chão, embolados, esticando os braços para ver quem pegava a seringa. Tapei-lhe o rosto com
meu babador e cheguei antes. A situação se invertera: eu estava por cima.
- Agora sou eu quem dá as ordens – vociferei, rangendo os dentes.
- Abra a boca!
- Mas... não há nada de errado com meus dentes.
- A mim você não engana. Todo mundo tem problemas dentários. Por que só você iria ficar
de fora? Vamos, abra essa boca!
- Não, não, não. Por favor – implorou. Morro de medo de anestesia.
Era o que eu suspeitava. É fácil ser corajoso com a boca dos outros. Quero ver continuar
dentista é na hora de abrir a própria boca. Levantei-me, joguei a seringa para o lado e disse-lhe,
cheio de desprezo:
- Você não passa de um paciente!
Carlos Eduardo Novaes. A cadeira do dentista e outras crônicas.São Paulo: Ática, 1999.

Atividade(s)

1. Qual fato do cotidiano da vida das pessoas inspirou o autor a escrever a crônica?

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2. Releia o trecho a seguir, de “A cadeira do dentista”:

“Ele subiu em cima de mim. Miserável! Gemi quase sem forças. Ele afastou a mão que agarrava seu
pulso e desceu com a seringa. Lembrei-me de Indiana Jones e, num gesto rápido, desviei a cabeça.
A agulha penetrou a poltrona. Peguei o esguichador de água e lancei-lhe um jato no rosto. Ele
voltou com a seringa.”
Nessa passagem, aparece a referência a Indiana Jones. Por que o narrador da crônica faz alusão a
essa personagem?

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3. Qual é a tipologia textual?

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4. A expressão “... a dor transferiu-se do dente para o bolso.” foi usada para:
(a) Destacar a parte do corpo que mais doía.
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(b) Exagerar a dor de dente sentida pelo paciente.
(c) Indicar que o tratamento de dente era caro.
(d) Sugerir que a dor se espalhou pelo corpo.

5. Nesse texto, o trecho “Levantei-me, joguei a seringa para o lado e disse-lhe, cheio de
desprezo: ...” apresenta linguagem:
(a) Culta.
(b) Informal.
(c) Regional.
(d) Técnica.

6. Nesse texto, um dos trechos que apresenta humor é:


(a) “Cheguei a marcar várias consultas, mas começava a suar frio...”.
(b) “Adiei o tratamento. Tenho pavor de dentista.”.
(c) “Ele afastou a mão que agarrava seu pulso e desceu com a seringa.”.
(d) “Não, não, não. Por favor [...]. Morro de medo de anestesia”.

7. Nesse texto, no trecho “– Abra a boca!”, o ponto de exclamação reforça a ideia de:
(a) Surpresa.
(b) Irritação.
(c) Dúvida.
(d) Admiração.

8.No trecho “Corremos os dois pra alcança-la...”, o termo em destaque está substituindo a palavra:
(a) Anestesia.
(b) Mão.
(c) Seringa.
(d) Boca.

9. O texto apresenta um sentimento comum a muitas pessoas em relação à ida ao dentista. Que
sentimento seria esse?

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10. Quantos personagens aparecem no texto? Quem são eles?

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11. O texto provoca humor ou procura fazer uma reflexão sobre a ida ao dentista?

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12. “- Eu?? A senhora não quer aproveitar? Fazer uma obturaçãozinha, limpeza de tártaro?” Qual
seria o motivo que leva o paciente a estar aparentemente tão gentil com a enfermeira?
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13. Que efeito de sentido tem a expressão “a dor transferiu-se do dente para o bolso”?

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14. Que passagem, no desfecho, expressa a ironia no final da crônica?

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Disponível em: https://armazemdetexto.blogspot.com/2020/05/cronica-cadeira-do-dentista-


carlos.html. Acesso em: 06/01/2021.

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Aula 21 - Relato da Vida Cotidiana

Atividade(s)

Diante do que você aprendeu a respeito do gênero textual crônica, você deverá relatar, de
forma breve, um acontecimento simples da vida diária, observando as características estudadas.

Para isso:
 Planeje a escrita do texto;
 Pense no público alvo a ser atingido;
 Busque nos acontecimentos diários a temática a ser abordada;
 O texto deverá ter no mínimo 15 linhas, máximo 30;
 Não se esqueça do título;
 Após a elaboração do texto, a turma deverá se organizar em grupos, eleger uma crônica e
criar uma pequena apresentação teatral que deverá ser apresentada.

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Aula 22 - Relato da Vida Cotidiana II

Apresentação e debate sobre os relatos escritos na aula 21.

Use este espaço para anotar e fazer questionamentos aos colegas, após as suas apresentações.

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Aula 23 - Dinâmicas em Grupo

Atividade(s)
1° Telefone sem fio: a professora falará uma frase no ouvido de um aluno, este fala para outro, este
outro passa a frase, até chegar ao último aluno que falará em voz alta a frase que chegou até ele.
Objetivos: Atenção, comunicação e treinamento do cérebro.

2° O que tem na... (pode ser na cozinha, sala, banheiro, shopping, onde o professor (a) escolher):
em grupo, os alunos ficarão atentos ao comando do professor (a).
Este perguntará: “O que tem na cozinha com a letra C?”

Os alunos terão 2 minutos para dizer 3 coisas que encontramos na cozinha com a letra C. Não vale
dizer “cachorro”, pois cachorro não pertence à cozinha. Assim, vai-se mudando as letras do alfabeto
e os lugares até todos terem participado.

Ganha o grupo que mais acertou.

Objetivos: Aprender o vocabulário, a ortografia, a caligrafia, participação em grupo e treinar o


cérebro.

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Aula 24 - Dinâmica em Grupo II
Atividade(s)
Montagem de um jogo da memória: em grupo, os alunos darão nomes inventados por eles aos
objetos. Serão escolhidos 12 objetos.
Exemplo: Casa se chamará ascas.
Porta se chamará mirta.
Escolhidos os objetos e os nomes para cada um deles, os alunos escreverão os nomes desses objetos
em uma folha. Depois, recortarão os nomes em formato de retângulo.
É necessário escrever duas vezes cada palavra para o jogo. Assim, estará montado o jogo da
memória.

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Alunos e alunas do PTPA,
esperamos que durante os últimos meses, vocês tenham aprendido bastante com a gente e que todos
esses conteúdos tenham auxiliado também nos estudos da escola. Agora, é o momento de juntar
todo o aprendizado e a coragem para dar o primeiro passo no mundo do trabalho, que é o estágio.
Desejamos sorte e sucesso!

297
TEATRO, MÚSICA E PRODUÇÃO ARTÍSTICO-
CULTURAL

Os cursos de Artes do PTPA (Música e Teatro) visam trabalhar a socialização, a habilidade


de trabalhar em grupo, de bem comunicar, de se colocar no mundo com suas múltiplas
possibilidades e encontrar nele lugar para si. De acordo com a pedagogia de Paulo Freire, o aluno só
aprende aquilo que lhe faz sentido. Neste pensamento a equipe de professores atua aproximando-se
da compreensão de mundo dos jovens numa abordagem que se conecta com suas vivências. Ambas
as disciplinas trabalham a escuta, a presença, a coletividade, o ritmo, a comunicação e a capacidade
de lidar com situações inesperadas, habilidade treinada com atividades de improviso. A escuta
apurada os mantém atentos e presentes no momento presente. O olhar para a presença traz a atenção
para o próprio corpo, observando como ocupam os espaços, e o que comunicam mesmo quando não
dizem nada em palavras. O senso de coletividade os prepara para o trabalho em equipe visando o
bem do grupo e o bem estar em comunidade. A noção de ritmo é útil não apenas para atividades
musicais. A habilidade se colocar sincronizando corpo e escuta pode se refletir na capacidade de
agir de acordo com o que a situação pede e no desenvolvimento da sensibilidade de perceber o
mundo à sua volta sabendo dançar e acompanhar toda a sucessão de acontecimentos que é a
sinfonia da existência.

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Unidade 1. Teatro
O módulo de Teatro tem como objetivo utilizar as técnicas e conceitos da Arte da Cena para
que o aluno possa ampliar seus horizontes de possibilidades na comunicação dentro de convívios
plurais, que podem percorrer desde seu núcleo familiar, mas focando nas relações no ambiente de
trabalho, fomentando as formas de se expressar e estimulando a percepção de si como protagonista
de sua própria vida.

299
Aula 1 - História do Teatro

Conteúdo & Conceitos

A comunicação é um dos maiores desafios encontrados nos dias atuais. Seja no ambiente de
trabalho ou entre nossos familiares e amigos, muitas vezes tentamos transmitir uma mensagem, por
meio da fala, da escrita, de gestos, expressões, entre outros mecanismos, mas nem sempre
conseguimos, verdadeiramente, ser compreendidos.
Diante disso, para que tenhamos a oportunidade, não só de passarmos a mensagem que
queremos, com mais eficiência, como também de compreendermos o que o outro quer nos dizer em
sua essência, é fundamental sabermos um pouco mais sobre os elementos que envolvem a
comunicação, bem como o seu processo de forma geral.

História do teatro
A história do teatro teve início na Grécia Antiga, em torno do século VI a.C.
Nessa época, eram realizados rituais em louvor ao deus mitológico Dionísio, divindade relacionada
à fertilidade, vinho e diversão. (Alguma semelhança com o carnaval não é mera coincidência)
Assim, o teatro surge nesse contexto e em consequência dessas festas.

O teatro na pré-história
Apesar de ser um consenso que o teatro ocidental teve origem na Grécia Antiga, é importante frisar
que essa manifestação já era presente na humanidade desde tempos remotos, mesmo que de forma
rudimentar.
Na pré-história, os seres humanos possuíam maneiras distintas de comunicação, e a imitação era
uma delas.
Muito provavelmente, os homens das cavernas desenvolveram gestos que se assemelhavam aos
animais. Além disso, encenavam caçadas para contar aos seus pares como as situações ocorreram.
Assim como a dança, a música e o desenho, a linguagem teatral também teve sua importância na
época pré-histórica.

O teatro na Grécia Antiga


As celebrações ao Deus Dionísio duravam vários dias e ocorriam na época da colheita, como forma
de agradecimento pelo alimento e pelo vinho.
A participação dos cidadãos era intensa e havia uma espécie de procissão, que levava o nome de
"ditirambo". Depois surgiu o "coro", um conjunto de pessoas que cantava e dançava homenageando
Dionísio.
Até que aparece Téspis, uma figura de grande importância para o surgimento do teatro ocidental.
Segundo consta, esse homem participava de um desses rituais quando, em dado momento, resolveu
vestir uma máscara e dizer que ele era o próprio deus Dionísio, iniciando assim um diálogo com o
"coro".
A ousadia de tal atitude fez com que Téspis fosse reconhecido como o "criador do teatro" e primeiro
ator e produtor teatral.
Mais tarde, essa linguagem artística foi evoluindo e influenciou fortemente o teatro romano e outras
culturas.
Do ponto de vista arquitetônico, a estrutura dos primeiros teatros era parecida. As apresentações
eram feitas ao ar livre, em construções de formato semicirculares.
Havia um espaço para as representações, chamado de orquestra. O lugar para acomodar o público
era a arquibancada, construída em encostas montanhosas, o que facilitava a acústica.
Já o palco era o local onde os atores se preparavam para a apresentação e guardavam os figurinos e
objetos cenográficos.

300
Teatro de Epidauro, datado do séc IV a.C., na Grécia. Ele acomodava cerca de 14 mil pessoas.

O teatro na Roma Antiga


O teatro romano teve enorme influência do teatro grego, assim como outras manifestações culturais
desse povo. A cultura etrusca também foi um fator relevante para o desenvolvimento da arte teatral
romana.
Entretanto, os romanos trouxeram algumas modificações nessa linguagem. A mais significativa
delas é no que se refere à estrutura arquitetônica, que antes era feita em encostas de morros pelos
gregos e depois passou a incorporar arcos e abóbodas pelos romanos.
Os temas e objetivos do teatro romano também se modificaram um pouco, com a valorização de
mais entretenimento (como lutas de gladiadores e animais) e menos assuntos religiosos.
O teatro Medieval
Depois que o Império Romano declinou, teve início a Idade Média, que compreende os séculos V
ao XV.
Na época medieval, durante muitos anos, a linguagem teatral foi banida na Europa. Isso porque era
considerada pela Igreja Católica como uma atividade pecaminosa, ressurgindo apenas no século XII.
Assim, a finalidade do teatro medieval era a divulgação dos preceitos religiosos e histórias bíblicas,
sendo encenado por membros do clero.

Demonstração e/ou Aplicação

A comunicação é uma ferramenta que promove sinergia para alcançar os resultados almejados e,
quando bem trabalhada, auxilia na integração entre os colaboradores. Mas o processo somente é
bem sucedido quando o destinatário recebe, compreende e interpreta a mensagem.
Tanto no teatro, quanto no ambiente de trabalho e na vida uma comunicação fluida e segura é
necessária.

Atividade(s)

1- Apresentação do professor aos alunos, dos alunos ao professor e a turma.

2- Provocação para os alunos falarem sobre seus interesses, sonhos e desejos.

301
4- Jogo “Madame diz”: (Modo presencial)

Guiar os alunos a fazerem coisas tipo andar, pular, correr, parar, gritar, deitar, assim por diante, mas
de uma forma que os levem a entender que eles só podem obedecer aos comandos apenas quando é
dito “Madame diz”.

5- Comandos de palhaçaria: (Modo presencial)

Corta em cima “alehop” (todos abaixam), Corta embaixo “alehop” (todos pulam), Facada “alehop”
(todos recuam), A (bacaxi) com as mãos na cabeça, Póporopopo (popó) fazendo a galinha, O que
nós somos? (Idiotas).

6- Contando de 1 a 20: (Modo presencial)

Andando pelo ambiente os alunos irão fazer uma contagem de 1 até 20 sem que 2 ou mais alunos
falem o mesmo número, se isso acontecer a contagem volta a zero, até que todos mantenham uma
escuta aberta e consigam juntos chegar a 20.

7- Dinâmica Rodada de Entrevistas: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

Será necessário ter uma cadeira, de preferência giratória, para que entrevistado possa sentar-se e os
demais possam fazer um círculo ao seu redor. O tempo deve ser de um a dois minutos para cada um.
Os participantes, por sua vez, devem ser incentivados a fazer perguntas sobre: os hobbies do colega,
seus desejos profissionais, áreas que quer atuar, porque escolheu essa profissão, lugar que gostaria
de trabalhar, experiências na área e as atividades que realiza em seu dia a dia, por exemplo.
Assim que todos tiverem sido entrevistados, a turma deve ser convidada a falar sobre a experiência
e a compartilhar o que aprendeu com a entrevista coletiva. O objetivo final é que todos possam se
conhecer melhor e quebrar a barreira da falta de conhecimento sobre quem o outro é, o que faz e o
que quer fazer.
(Adaptar para um jogo da verdade que pode ser com cadeiras ou garrafa)

Modo presencial: A professora escreve o nome dos alunos em papeis e sorteia quem será
entrevistado pela turma, com o entrevistado a postos, a professora sorteia quem irá fazer as
perguntas, um por vez.

8- Caixa de fósforo: (Modo presencial)

A pessoa que vai se apresentar pega um fósforo da caixa e o acende.


Enquanto durar a chama, ela deve falar de suas características e do que acha de mais relevante em
sua personalidade.
Se o fósforo apagar no meio da fala, o colaborador deve ser interrompido e retomar sua
apresentação somente ao final da primeira rodada.
A dinâmica é boa para avaliar se você é sucinto ao falar de si mesmo e se lida bem com a pressão de
ter que terminar um raciocínio, sendo que a qualquer momento pode ser interrompido.

9- Andando juntos: (Modo presencial)

Em duplas em um mesmo passo, andar com toque (joelho com joelho, cabeça com cabeça, ombro
com ombro, barriga com barriga, testa com testa, nariz com nariz). Juntar as duplas em quartetos,
depois juntar todos fazendo uma espécie de coro e corifeu.

6- Jogo “E então...”: (Modo presencial ou modo)


302
Jogo de improviso onde quem decide a história é a plateia. Os jogadores começam a improvisar o
jogo a partir de instruções da plateia, então a partir de cada acontecimento há uma pausa e se
pergunta a plateia que rumo deve levar com a frase “e então?”.

8- Jogo “Sim e...”: (Modo presencial ou modo remoto)

Jogo de improviso onde uma pessoa fala algo, a outra concorda e acrescenta algo.
Ex: Hoje está um dia lindo.
Sim e podemos ir para praia.
Sim e vamos nos bronzear.
Sim e vou colocar meu biquíni.

303
Aula 2 - Linguagem verbal e não-verbal e suas principais diferenças

Conteúdo & Conceitos

Existem dois tipos principais de linguagem: a verbal e a não-verbal. O primeiro diz respeito
à linguagem verbalizada, ou seja, aquela que se expressa através da fala ou da escrita, como é o
caso deste artigo, por exemplo, enquanto o segundo se dá por meio da utilização e signos visuais,
como as placas de trânsito, as cores do semáforo, entre outros elementos, que têm o objetivo de
transmitir uma mensagem, porém, sem utilizar, para isso a verbalização propriamente dita.
Além disso, quando falamos em linguagem não-verbal, estamos falando também da imagem
que uma pessoa passa, através de seus gestos, olhares, atitudes, comportamentos, entre alguns
outros elementos, que transmitem uma mensagem àqueles que estão ao seu redor, seja de forma
consciente ou inconscientemente.
Para ficar ainda mais claro para você, veja o quadro abaixo com alguns exemplos dos dois
tipos de linguagem utilizados no processo de comunicação:

Linguagem verbal Linguagem não-verbal


Cartas Imagens
Jornais Figuras
Conversas Desenhos
E-mails Pinturas
Mensagens instantâneas
Símbolos
em aplicativos
Comentários nas redes sociais Fotos e vídeos nas redes sociais
Telefonemas Dança
Bilhetes Tom de voz
Filmes Mímica
Músicas Postura Corporal
Livros Gestos
Sites da internet Expressão facial e corporal

Demonstração e/ou Aplicação

A linguagem verbal ideal no ambiente de trabalho


Esse tipo de comunicação só será bem-sucedida se houver a propagação do que é idealizado, sem
ferir os direitos das pessoas que estão ouvindo, mesmo que elas não concordem com o que foi dito.
Você já parou para refletir se a sua mensagem foi entendida errada porque você se expressou mal?
Como foi falado acima, esse é o momento do autoconhecimento.
O cuidado com as palavras é uma das características mais importantes entre palestrantes, líderes,
gestores e profissionais, pois muitas das desavenças existentes ocorrem por falta de comunicação
limpa, respeitosa e direcionada ao que é importante.
No ambiente de trabalho, a linguagem verbal está presente nas entrevistas, nos diálogo entre pares e
superiores, nas reuniões, nos treinamentos e formações, nas orientações de atividades, na definição
de objetivos e metas, nas palestras, nos comunicados internos, por e-mail e muito mais.

Exemplos de linguagem verbal que podem ser vistos como positivos no ambiente profissional:
 Usar uma linguagem simples;
 Evitar gírias e palavrões;
304
 Transmitir orientações e discursos claros e objetivos;
 Abrir espaço para que todos deem sua opinião;
 Comunicar-se de forma transparente, para que não haja espaço para dúvidas ou fofocas;
 Conversar com os colegas com animação;
 Buscar se comunicar com todos de maneira gentil e educada;
 Emitir opiniões e dar sugestões em momentos oportunos e de forma respeitosa, sem impor
nada a ninguém.
Todas estas, entre muitas outras, são formas de utilizar a linguagem verbal de maneira assertiva, ou
seja, buscando transmitir a mensagem com clareza e transparência, para que haja a fácil
compreensão de todos, com gentileza e respeito, para que ninguém se sinta tolhida e tenha o direito
de se comunicar da mesma maneira.
Agora veja aqueles que são considerados negativos:
 Palavras básicas de educação;
 Usar palavras de baixo calão;
 Usar linguajar muito rebuscado para qualquer situação;
 Falar mal dos outros pelas costas;
 Discursos e orientações muito longas;
 Falta de objetividade;
 Difamar a cultura da empresa;
 Falta de clareza;
 Espalhar mentiras e fofocas;
 Sempre trazer pensamentos negativos;
 Falar com impulsividade;
 Falar muito de si em momento inoportunos.

Atividade(s)

1- Jogo Contação de Histórias em coletivo: (Modo presencial ou modo remoto)

O professor começa a contar uma história com início simples, como “era uma vez, em um reino
distante…”, ou pede para os alunos escolherem um tema e assim inicia a contação. A tarefa dos
alunos será continuar a história, cada um por vez. A turma pode decidir um limite de palavras ou de
tempo para cada um contar o seu trecho da história. Essa atividade faz com que a construção da
narrativa seja feita coletivamente, desenvolvendo a , a imaginação, a habilidade de improvisar e o
uso da linguagem verbal.

2- Jogo Contação de Historias em duplas: (Modo presencial ou modo remoto)

Diferente do jogo anterior, neste jogo duplas de alunos irão ter que criar as histórias em duplas com
a turma também podendo decidis um limite de palavras ou tempo para cada dupla.

3- Jogo da modificação: (Modo presencial ou modo remoto)

versão remota: Um aluno por vez irá desligar sua câmera por um tempo determinado pelo professor,
durante este tempo o aluno irá ter que modificar 4 coisas em si e no ambiente, quando retornar a
ligar a câmera a turma terá que adivinhar o que foi modificado.

Versão presencial: Os alunos irão sentar em duplas um na frente do outro, no comando do professor
devem virar de costas e modificar 4 coisas em si em um tempo determinado pelo professor, durante
esse tempo o aluno irá ter que modificar 4 coisas em si então virarem uns para os outros e adivinhar
quais foram as mudanças.
305
Versão alternativa: Um aluno por vez irá sair da sala, neste tempo modifica-se uma coisa em 4
alunos que estiverem em sala, quando o aluno que saiu retornar deverá descobrir em quem houve
modificação e o que é.

306
4- Jogo do troca em situação de entrevista de emprego: (Modo presencial ou modo remoto)

3 alunos jogam, o primeiro será o entrevistador, o segundo o entrevistado e o terceiro será o troca.
Enquanto o entrevistador e o entrevistado improvisam uma entrevista de emprego, o troca irá em
alguns momentos dizer “troca”, para que a pessoa que está com a fala a mude entre fala ideal e fala
incorreta.

5- Jogo da rima em situação de entrevista de emprego: (Modo presencial ou modo remoto)

Duplas de alunos improvisam uma cena onde um será o entrevistador e o outro o entrevistado, se
utilizando do artifício da rima para criar o diálogo.
Versão alternativa: Em situação de convívio no emprego.

6- Jogo “Coelho na toca”: (Modo presencial)

São marcados vários círculos no chão com giz ou fita crepe, os alunos irão percorrer a sala enquanto
toca uma música. Quando a música parar, todos eles precisam encontrar uma marcação para ficar
dentro. No decorrer do jogo essas marcações são retiradas gradativamente para que os espaços
sejam diminuídos e assim irem saindo os participantes até que sobrem somente 1 ou dois.
Eles podem se organizar para que fiquem uns no colo dos outros, para que eles possam ter ajuda
entre si.
Obs.: Reflexão sobre como é importante a colaboração para que demore mais para que todos saiam,
os estimule a cooperarem.

7- Transformando a massa: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

Uma massa imaginaria é manipulada criando diversos objetos que o resto do grupo precisa
adivinhar, então a massa é passada para a próxima pessoa que tem que fazer o mesmo.

Modo remoto: A diferença no modo remoto é que “a massa” precisa sempre passar de forma clara
para a câmera.

8- Jogo “Carrossel ou rocambole”: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

Falar uma palavra e pedir para a pessoa do lado falar uma palavra que a que você falou a faz
lembrar com a frase “tal coisa me lembra tal coisa”, assim por diante, em um determinado momento
volta com “eu falei tal coisa por que você falou tal coisa”.
Ex: porta me lembra janela, janela me lembra casa, casa me lembra telhado, telhado me lembra gato,
gato me lembra pelo, pelo me lembra casaco.
Volta- Eu falei casaco por que você falou pelo, eu falei pelo por que você falou gato...

Modo remoto: É de extrema necessidade que previamente seja definida a sequência em que os
alunos irão participar e se assegurar que eles saibam a vez de cada um.

9- Jogo “Concentração”: (Modo presencial)

Em uma roda numerar cada aluno com um número em ordem, começa um ritmo que bate nas pernas,
palmas e dois estalos. Cada um precisa falar seu número e o de outra pessoa ritmado pelos estalos.
Quem errar sai, quem chamar o número de quem já saiu, também sai.

10- Jogo “O que está além”: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

307
Duplas irão improvisar uma cena curta em que falem sobre algo que não está naquele ambiente,
sem falar o que é em especifico, mas dando certas dicas para que a turma consiga, mesmo sem que
eles falem, saber do que se trata.

Modo remoto: Neste modo a dupla decide no privado do chat qual será este algo além.

308
Aula 3 - Linguagem Teatral

Conteúdo & Conceitos

Linguagem teatral é aquela utilizada nos textos teatrais (ou dramáticos), os quais são escritos
para serem representados. Os gêneros teatrais mais conhecidos são a comédia, a tragédia e a
tragicomédia.
A dramaturgia é o nome utilizado para as representações teatrais e os dramaturgos são
aqueles que escrevem os textos para serem encenados por atores.
Os textos teatrais são geralmente divididos em atos e cenas, apresentam diálogos e ausência
de narrador.

Demonstração e/ou Aplicação

Elementos da Linguagem Teatral


Em cada encenação teatral podemos considerar alguns elementos essenciais, a saber:

 Tempo: é classificado de três maneiras segundo a função que exercem: tempo real, em que
decorre a narrativa; tempo dramático, tempo em que acontecem os fatos da narrativa; e
tempo da escrita, ou seja, quando a obra foi produzida. Nesse sentido, a obra teatral pode ter
sido escrita no século XX (tempo da escrita), mas abordar fatos do século XVII (tempo
dramático).

 Espaço: corresponde ao local ou locais em que decorrem os fatos. Nesse caso, podemos
considerar o espaço real (cênico) e o espaço psicológico. Assim, o real seria o espaço físico
que se desenvolvem os fatos, por exemplo, uma igreja, uma casa noturna, uma praça. Já o
espaço psicológico refere-se aos pensamentos dos personagens que envolvem a trama.

 Personagens: são as pessoas que envolvem a história, podendo ser protagonistas (principais)
ou coadjuvantes (secundárias). Além disso, há os figurantes, que possuem um papel terciário,
ou seja, somente aparecem para preencher uma lacuna no espaço, por exemplo, as pessoas
que estão sentadas num restaurante, porém não participam da encenação.

 Plateia: quando ocorrem as dramatizações teatrais há sempre uma plateia, ou seja, o público
que assiste à peça. Observe que os interlocutores são um dos elementos fundamentais da
linguagem teatral.

 Cenário: o cenário corresponde ao conjunto de elementos que transformam o espaço que


acontecerá a representação, por exemplo, a cozinha de uma casa, a rua, a igreja. As pessoas
especialistas em cenografia, são os cenógrafos.

 Figurino: são as vestimentas utilizadas pelas personagens em determinadas cenas. Os


figurinistas são especialistas em compor os figurinos dos artistas envolvidos. Por isso, os
figuristas estudam a história da trama, os quais possuem muitos conhecimentos históricos e
culturais. Isso porque eles precisam conhecer os elementos da moda no tempo da peça, por
exemplo, numa peça em que o tempo dramático é o século XIX.

 Iluminação: como parte do cenário, tem-se a iluminação cênica. É um elemento essencial


realizados pelos produtores (iluminadores) responsáveis por projetaram as luzes nos espaços
e nas personagens, além de criarem efeitos de luz, desde contrastes de luz e sombra.

309
 Sonoplastia: além da iluminação, as encenações teatrais envolvem a sonoplastia, ou seja, o
uso de sons, seja uma música, um ruído, as falas, dentre outros. O sonorizador é a pessoa
responsável pela sonoplastia cênica.
Atividade(s)

1- Jogo do “Quem, onde e o que”: (Modo presencial ou modo remoto)

Jogo teatral onde os alunos determinam “quem” é o personagem, “onde” ele está e “o que” está
acontecendo e improvisam cenas.
Versão alternativa: Em situação de convívio de trabalho definindo quem o personagem é na empresa,
que empresa é essa e o que está acontecendo na cena.

2- Jogo Situação Problemática: (Modo presencial ou modo remoto)

Um aluno de cada vez cria uma história onde se encontra um dilema, um problema, então a turma
irá opinar em como resolver esse problema.
Versão alternativa1: Situação de convívio no trabalho.
Versão alternativa2: Incluir linguagem não verbal dentro da situação.

1- Transforme a Cena: (Modo presencial)

O professor solicita para a plateia uma letra do alfabeto (exemplo V). O professor pede que um dos
jogadores transforme o corpo na letra sugeria pela plateia. O exercício será inspirado pela postura
corporal.

Um propõe e o outro embarca e como resposta o outro também embarca e começa uma cena. Em
determinado momento (15”), o coordenador grita:“Congela”Os dois congelam, um sai e entra outro
que vai começar uma nova improvisação inspirado na postura que o outro congelou. Quando esse
que entrou começa a falar e/ou fazer a cena, o que está descongelado, descongela e embarca na
proposta do outro até que seja dito o próximo congela, onde o que já estava sai e entra outro. Todos
fazem com duas pessoas. Vale lembrar que o primeiro que sai faz com o último para que este faça
com duas pessoas também.

2- Fazendo compras: (Modo presencial)

Todos estão sentados em círculos e a professora, em pé, diz: Fui fazer compras com... (e diz o nome
de várias pessoas do grupo).
De repente, acrescenta: Não tenho mais dinheiro.
Quem teve o nome citado deve trocar de lugar rapidamente e a professora se senta entre eles.
Alguém ficará sem lugar, em pé. Este será o próximo a fazer compras e assim continua.
Se alguém não perceber que seu nome foi citado e por isso não se levantar, será o que vai fazer
compras.

3- Confidências: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

Cada participante recebe um lápis e um papel e deve revelar, por escrito, alguma confidência.
Quando todos já tiverem colocado na folha o seu segredo, os papéis são reunidos e embaralhados.
Depois, de forma aleatória, eles são distribuídos e cada pessoa vai ler em voz alta algo da
intimidade do colega.
O propósito é criar uma debate descontraído sobre o tema e, assim como o exemplo da dinâmica de
ajuda mútua, encontrar uma solução em conjunto para a questão discutida.
310
(Objetivo de discutirmos que todos passamos por questões, problemas e somos iguais em essência.
Forma de o aluno não se sentir excluído em sociedade e se sentir mais à vontade em falar em
público)

Modo remoto: Neste modo a professora pede aos alunos para enviarem para ela no privado, esta irá
de forma aleatória ler todos sem revelar quem é e sempre levantando a reflexão sobre o assunto.

4- 1, 2, 1, 2, 3: (Modo presencial ou modo remoto)

Uma pessoa fala 1, outra fala 2, ambas precisam já ter uma palavra em mente, então elas se olham e
contam até 3 e falam cada um a sua palavra, a partir daí as palavras que serão faladas precisam ter
relação entre si, até que duas pessoas falem a mesma palavra.
Objetivo: Alinhar os pensamentos a partir da escuta através de associação.

5- Dinâmica da amnésia: (Modo presencial)

Essa dinâmica auxilia a quebrar o gelo em um grupo que ainda não se conhece. É simples e não
exige muitos materiais. Ainda, para aplicá-la você vai precisar apenas de canetas e etiquetas.
Confira:
 Distribua as canetas e as etiquetas entre os participantes;
 Peça para que cada um escreva o nome de uma pessoa famosa na etiqueta sem mostrar aos
demais participantes;
 Faça duplas ou trios. O importante é criar pequenos grupos para a dinâmica ser mais
organizada.
 Se a dinâmica for dividida em duplas, peça para o participante colar sua etiquete na testa do
colega, sem que este veja o que está escrito. Agora, cada pessoa passa a representar a pessoa
famosa escrita na etiqueta, como se houvesse se esquecido de quem é;
 Chegou a hora de cada um adivinhar quem está fazendo o papel;
 As pessoas devem fazer perguntas para tentar adivinhar quem são. Mas atenção, as respostas
só podem ser sim ou não.
Depois da rodada, com toda a certeza os participantes estarão mais entrosados e à vontade.

6- Encontre 10 coisas em comum: (Modo presencial)

Faça grupos de 4-5 pessoas aleatoriamente. Proponha a cada grupo que encontrem dez coisas que
eles têm em comum com cada uma das pessoas da equipe, com uma condição: não pode ter nada a
ver com trabalho, anatomia ou vestuário, pois todos nós temos braços, nos vestimos ou usamos
sapatos.
Diga a cada grupo que uma pessoa deve fazer anotações e estar preparado para ler a lista depois que
terminar. Nesta parte, geralmente há muitas risadas e até algum debate.

7- Andar pelo ambiente com comandos de coisas a fazer: (Modo presencial)

1: dar um pulinho
2: girar 360°
3: agachar
4: encostar na parede
5: deitar no chão
6: cantar uma música para alguém com muito entusiasmo

311
Aula 4 - Comunicação Não-Violenta

Conteúdo & Conceitos

A Comunicação Não-Violenta é uma abordagem da comunicação, que compreende as


habilidades de falar e ouvir, que leva os indivíduos a se entregarem de coração, possibilitando a
conexão com si mesmos e com os outros, permitindo assim que a compaixão se desenvolva.
Para que a Comunicação Não-Violenta (chamada também de comunicação empática) ocorra,
é preciso os praticantes se concentrem em quatro componentes, que devem ser expressados de
forma clara:

1. Observação
Em primeiro lugar, é necessário observar o que realmente está acontecendo em determinada
situação. O psicólogo sugere questionar se a mensagem que está sendo recebida, seja por meio de
fala ou de ações, tem algo a acrescentar de forma positiva. O segredo é fazer essa observação sem
criar um juízo de valor, apenas compreender o que se gosta e o que não no que está acontecendo e
no que o outro faz.
2. Sentimento
Depois, é preciso entender qual sentimento a situação desperta depois da observação. É importante
nomear o que se sente, por exemplo, mágoa, medo, felicidade, raiva, entre outros. O psicólogo
ainda afirma que é importante se permitir ser vulnerável para resolver conflitos e saber a diferença
entre o que se sente e o que se pensa ou interpreta.
3. Necessidades
A partir da compreensão de qual sentimento foi despertado, é preciso reconhecer quais necessidades
estão ligadas a ele. Quando alguém expressa suas necessidades, há uma possibilidade maior de que
elas sejam atendidas e que a consciência desses três componentes vem de uma análise pessoal clara
e honesta.
4. Pedido
Por meio de uma solicitação específica, ligada a ações concretas, é possível deixar claro o que se
quer da outra pessoa. O especialista recomenda usar uma linguagem positiva, em forma de
afirmação, para fazer o pedido. Evite frases abstratas, vagas ou ambíguas.

Exemplo de Comunicação Não-Violenta:


Joana, quando você grita comigo no ambiente de trabalho (observação), eu me sinto diminuído e
irritado (sentimento) porque preciso sentir que sou respeitado e que meus colegas querem me ajudar
a me desenvolver (necessidades). Você poderia me chamar para conversar em particular quando se
sentir irritada comigo? (pedido).

Qual a diferença entre ouvir e escutar?


O significado de ouvir remete ao sentido da audição, é aquilo que o ouvido capta. Já o verbo escutar
corresponde ao ato de ouvir com atenção.
Ou seja, escutar é entender o que está sendo captado pela audição, mas além disso, compreender e
processar a informação internamente.
Portanto, a diferença entre ouvir e escutar é o que acontece após o indivíduo receber o som. Ele
está ouvindo quando há pouca interação, e escutando quando está prestando atenção ao que é
emitido.
A popular expressão "entrou por um ouvido e saiu pelo outro" ilustra o ato de ouvir, quando a
informação parece não ser capturada pelo receptor do som.
Já a expressão "fala que eu te escuto", popularizada pelo programa religioso de mesmo nome,
mostra o sentido de escutar, em que um tem o poder da fala e o outro dá atenção ao que é dito como
forma de alívio da angústia pela palavra.
312
Exemplo: Sabrina frequentava as conferências e apenas ouvia o que os palestrantes tinham a dizer,
sem escutar nada.

Demonstração e/ou Aplicação

Aprendendo a escutar
Quando estamos falando com outra pessoa, ambos temos a dificuldade de escutar, passando, em
muitas ocasiões, a apenas ouvir enquanto elaboramos o que vamos dizer assim que o outro terminar,
ao invés de prestar atenção ao que estão nos dizendo. Dessa forma, o diálogo fica bloqueado por
pausas verbais, já que, se todos querem falar ao mesmo tempo e as razões de ambos não são
escutadas, não há diálogo; há apenas monólogos se sobrepondo.
Saber escutar é uma atitude difícil, já que exige o domínio de si mesmo e implica atenção,
compreensão e esforço para captar a mensagem do outro. Significa dirigir nossa atenção ao outro,
entrando em seu âmbito de interesse e seu ponto de referência.
O diálogo exige uma atitude silenciosa, na qual se escuta atentamente. O escritor e orador J.
Krishnamurti afirmava que “Escutar é um ato de silêncio”. Enquanto não calarmos nosso diálogo
interno e prestarmos atenção ao nosso interlocutor, não aprenderemos a escutar. Somente a atitude
de escutar atentamente faz com que a resposta que daremos ao nosso interlocutor crie força. Se não
abrirmos nossos ouvidos para escutar completamente, será difícil poder dizer ao outro algo que seja
válido.

Falar é uma necessidade, escutar é uma arte.


Johann Goethe

Empatia é fruto de consciência e sabedoria.


Ditado Popular

Saber escutar é um processo fundamental para que ocorra uma comunicação eficiente.

Atividade(s)

1- Transforme a Cena: (Modo presencial ou modo remoto)

O professor solicita para a plateia uma letra do alfabeto (exemplo V). O professor pede que um dos
jogadores transforme o corpo na letra sugeria pela plateia. O exercício será inspirado pela postura
corporal.

Um propõe e o outro embarca e como resposta o outro também embarca e começa uma cena. Em
determinado momento (15”), o coordenador grita:“Congela”Os dois congelam, um sai e entra outro
que vai começar uma nova improvisação inspirado na postura que o outro congelou. Quando esse
que entrou começa a falar e/ou fazer a cena, o que está descongelado, descongela e embarca na
proposta do outro até que seja dito o próximo congela, onde o que já estava sai e entra outro. Todos
fazem com duas pessoas. Vale lembrar que o primeiro que sai faz com o último para que este faça
com duas pessoas também.

2- Confidências: (Modo presencial ou modo remoto)

Cada participante recebe um lápis e um papel e deve revelar, por escrito, alguma confidência.
Quando todos já tiverem colocado na folha o seu segredo, os papéis são reunidos e embaralhados.
Depois, de forma aleatória, eles são distribuídos e cada pessoa vai ler em voz alta algo da
intimidade do colega.
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O propósito é criar uma debate descontraído sobre o tema e, assim como o exemplo da dinâmica de
ajuda mútua, encontrar uma solução em conjunto para a questão discutida.
(Objetivo de discutirmos que todos passamos por questões, problemas e somos iguais em essência.
Forma de o aluno não se sentir excluído em sociedade e se sentir mais à vontade em falar em
público)

3- 1, 2, 1, 2, 3: (Modo presencial)

Uma pessoa fala 1, outra fala 2, ambas precisam já ter uma palavra em mente, então elas se olham e
contam até 3 e falam cada um a sua palavra, a partir daí as palavras que serão faladas precisam ter
relação entre si, até que duas pessoas falem a mesma palavra.
Objetivo: Alinhar os pensamentos a partir da escuta através de associação.

4- Encontre 10 coisas em comum: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

Essa dinâmica é rápida, fácil e divertida. É muito útil porque é muito curta e também provoca boas
risadas, quando os participantes descobrem que têm em comum coisas realmente inesperadas.

Instruções
Faça grupos de 4-5 pessoas aleatoriamente. Proponha a cada grupo que encontrem dez coisas que
eles têm em comum com cada uma das pessoas da equipe, com uma condição: não pode ter nada a
ver com trabalho, anatomia ou vestuário, pois todos nós temos braços, nos vestimos ou usamos
sapatos.
Diga a cada grupo que uma pessoa deve fazer anotações e estar preparado para ler a lista depois que
terminar. Nesta parte, geralmente há muitas risadas e até algum debate.

Modo remoto: Neste modo cada aluno irá se apresentar por vez, enquanto os outros alunos em suas
casas estarão anotando todas as semelhanças

5- Andar pelo ambiente com comandos de coisas a fazer: (Modo presencial)

1: dar um pulinho
2: girar 360°
3: agachar
4: encostar na parede
5: deitar no chão
6: cantar uma música para alguém com muito entusiasmo

6- Contando de 1 a 20: (Modo presencial ou modo remoto)

Andando pelo ambiente os alunos irão fazer uma contagem de 1 até 20 sem que 2 ou mais alunos
falem o mesmo número, se isso acontecer a contagem volta a zero, até que todos mantenham uma
escuta aberta e consigam juntos chegar a 20, já no modo remoto não há caminhada pela sala e sim
cada um de sua casa responderá.

7- Caixa de fósforo: (Modo presencial)

A pessoa que vai se apresentar pega um fósforo da caixa e o acende.


Enquanto durar a chama, ela deve falar de suas características e do que acha de mais relevante em
sua personalidade.
Se o fósforo apagar no meio da fala, o colaborador deve ser interrompido e retomar sua
apresentação somente ao final da primeira rodada.
314
A dinâmica é boa para avaliar se você é sucinto ao falar de si mesmo e se lida bem com a pressão de
ter que terminar um raciocínio, sendo que a qualquer momento pode ser interrompido.

8- Andando juntos: (Modo presencial)

Em duplas em um mesmo passo, andar com toque (joelho com joelho, cabeça com cabeça, ombro
com ombro, barriga com barriga, testa com testa, nariz com nariz). Juntar as duplas em quartetos,
depois juntar todos fazendo uma espécie de coro e corifeu.

9 - Conversa sobre como colocar a comunicação não violenta em prática, situações que eles
identificam que a comunicação é violenta e como podemos mudar nossa forma de nos comunicar.

315
Aula 5 - Teatro de Animação
Conteúdo & Conceitos

O que é Teatro de Animação?: É uma forma de fazer teatro na qual simula-se vida em
objetos por meio da atuação. Animar é, portanto, “dar alma” às coisas que não possuem vida própria.
Chamamos “Teatro de Animação” a forma mais ampla que abarca as principais modalidades: Teatro
de Sombras, Teatro de Objetos, Teatro de Bonecos e Teatro de Máscaras. Além destas, podemos
encontrar outros modos particulares de animação (como a animação de partes do próprio corpo do
ator/atriz ou a produção de cenas miniaturizadas) e também a mistura de diferentes modalidades no
mesmo espetáculo.
É um teatro onde o foco de atenção é dirigido para um objeto inanimado e não para o ser
vivo/ator. Inanimado é tudo aquilo que convive com o homem, mas é destituído de volição e de
movimento racional. Ao receber energia do ator, através de movimentos, cria-se na matéria a ilusão
de vida, e, aparentemente, passa-se a ter a impressão de ter ela adquirido vontade própria, raciocínio.

Demonstração e/ou Aplicação

No teatro de animação existem algumas modalidades, como: Teatro de Bonecos, teatro lambe-
lambe, teatro de máscaras e o teatro de sombras.

Atividade(s)

1- Jogo Homenagem a Magritte: (continuação do jogo da primeira aula, mas com adição de
personalidade e protagonismo nos objetos)

Este jogo de Augusto Boal ajuda aos alunos começarem a criar um acordo de convenção dentro das
situações fictícias que encenam. Em “Homenagem a Magritte – esta garrafa não é uma garrafa”.
Boal se inspirou em uma das obras mais famosas do pintor belga René Magritte, na qual vemos um
cachimbo pintado sobre a frase “Isto não é um cachimbo”. Assim como na pintura, onde existe uma
convenção social em aceitar a imagem como o que está representado, Magritte quebrou isso quando
em uma pintura de um cachimbo escreve uma frase dizendo que aquilo não é um cachimbo,
querendo passar a mensagem de que é na verdade uma representação de um cachimbo.
O jogo consiste em cada aluno pegar um objeto e ressignificar seu uso criando assim uma
convenção nova entre eles e estimulando a criação de possibilidades através das formas.

2- Contação de Histórias com objetos: (Modo presencial ou modo remoto)

Neste jogo os alunos irão contar histórias utilizando os objetos, podendo usar vários deles como
alimento criativo.

3- Criação de historias com objetos como protagonistas: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

Desta vez os alunos irão contar histórias da perspectiva dos objetos, os colocando com o
protagonismo da cena.

Modo remoto:
Escolha objetos que tem na sua casa. Pode ser vasilhas plásticas, brinquedos, ou qualquer outro
objeto que possa dar vida para os seus personagens.
Crie personagens com esses objetos e dê nome para eles.
Crie uma história e dê um título para ela.
Escreva em um papel o título da sua história e os nomes dos personagens.
316
4- Criação de Fantoche: (Modo presencial ou modo remoto)

Fantoche feito com meia e outros elementos para criar características e personalidade.
Materiais: Meia, bolinhas, lã, tecidos ou qualquer coisa que o aluno imaginar para complementar
seu personagem conforme imagens de referência.

5- Jogo do gato e rato: (Modo presencial)

1. As crianças formam um círculo de mãos dadas;


2. Dois alunos que representam o gato e o rato permanecem dentro do círculo;
3. O gato, de olhos vendados, e o rato, com um chocalho na mão;
4. O rato faz soar o chocalho e foge do gato que, atraído pelo som, persegue o rato até o alcançar;
5. Quando o rato for apanhado pelo gato, ambos escolhem os seus substitutos.

6- Contando uma história só com o corpo: (Modo presencial)

Grupos contando uma história gestual com temas definidos.


Ex: Corrida de obstáculos, tarde na praia, pulo de paraquedas, pedido de casamento, fazendo as
compras do mês, ganhando um filhotinho.

7- Poses montando cena: (Modo presencial)

Entra um de cada vez falando o que é e entrando na posição, por exemplo, um entra e fala que é um
banco e se posiciona como um, outro diz que é a televisão e se posiciona como tal, assim por diante.
Versão alternativa: O professor predefine qual será a cena.

8- Dublagem de batalha: (Modo presencial)

Dois jogadores de corpo e duas pessoas fazendo o som e uma trilha sonora de uma batalha com as
armas que os jogadores escolheram. Quem estiver fazendo os sons tem que se manter neutro o
tempo todo, os jogadores não podem fazer som e todos precisam estar ligados na proposta.

9- Andar pelo espaço em níveis de 1 ao 7: (Modo presencial e modo remoto na obs.)

Andar dentro destas máscaras de comando em níveis que vão do 1 ao 7.


1: Bêbado
2: Relaxando de férias na praia
3: Normal
4: Em um museu vendo as obras
5: Desconfiança de uma bomba dentro desse museu, mas nada certo
6: Desconfiança confirmada com segurança, mas os outros não sabem
7: Confirmado e todos estão fugindo

Modo remoto: Nesto modo o jogo é feito individualmente e o professor pede ao aluno que se afaste
da câmera para que todos possam o ver de corpo inteiro e andando pelo ambiente.

10- História com cenário humano: (Modo presencial)

Uma das pessoas conta sobre o que é a cena, então os outros participantes se posicionam como o
cenário e o aluno que contou entra na cena e interage de acordo com a história com esses objetos de
cena.

317
11- Sendo coisas: (Modo presencial e modo remoto na obs.)

Fila de 4 pessoas de costas onde com o comando da professora elas viram com características,
qualidades e atributos de coisas em conjunto ou individual.
Ex: Moto Harley Davindson, bigode do Hittler, closet da Paris Hilton, sapatinho de cristal da
Cinderela, chiclete mascado colado embaixo da carteira, sunga de um lutador de sumô.

Modo remoto: Nesto modo o jogo é feito individualmente e o professor pede ao aluno que se afaste
da câmera para que todos possam o ver de corpo inteiro.

12- Montando sanduíche: (Modo presencial e remoto na obs.)

Montar um sanduíche no ritmo da música e depois fora do ritmo.

Modo remoto: Cada aluno irá fazer individualmente de acordo com a orientação do professor.

13- Interagindo com objeto: (Modo presencial)

-Duas pessoas interagindo com um objeto, cada um movendo de cada vez.


-Duas pessoas interagindo com um objeto, mas dessa vez ou fala, ou se move por cada vez.
-Quatro pessoas interagindo com um objeto, um de cada vez fazendo um som ou um movimento
por vez.

14- Jogo “Árvore de palavras”: (Modo presencial)

A professora deve desenhar uma grande árvore em uma cartolina e colar a figura em alguma parede
da sala.
Feito isso, o coordenador deve entregar aos demais participantes papéis que representam sementes.
Junto com cada uma dessas folhas, uma caneta também vai ser distribuída para que cada um possa
escrever o que deseja plantar para o futuro
Em posse dos objetos recebidos, cada membro da equipe deve refletir em silêncio e decidir o que
vai colocar em seu papel, sempre com base nos seus planos e metas futuras.
O interessante dessa dinâmica é enfatizar o poder de incentivar as ações e crenças positivas para
tornar aquilo que é almejado em uma realidade logo ali na frente.
Não adianta você querer resultados bons se nada fez para que eles fossem alcançados.
Depois de escrever nas sementes, cada colega deve ler ao grande público sobre os seus planos.
Quando todos já tiverem compartilhados seus objetivos e anseios, deve ser realizado um brainstorm
em que os membros vão expor tudo o que aprenderam com a atividade.

15- Jogo “Oráculo”: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

O oraculo é um ser que sabe tudo, não há nenhuma resposta que ele não saiba dar, mas há um
porém, ele tem três cabeças que falam uma palavra por vez cada cabeça, formando assim a resposta.
Coloca-se 3 alunos de braços dados. A turma faz perguntas e o oráculo responde.

Modo remoto: Diminuir a quantidade de alunos como oráculo para 2 e se certificar de que eles estão
atentos.

16- Jogo “Não deixe a bola cair”: (Modo presencial)

Separar a turma em trios, cada trio irá tentar não deixar cair no chão os balões que serão
acrescentados aos poucos.
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Anotar o máximo de balões que ficaram no ar e em quanto tempo cada trio conseguiu permanecer
sem deixar os balões tocarem no chão.

17- Jogo do “Gromelô”: (Modo presencial ou modo remoto)

Um traduz e o outro dá uma palestra.


Obs.: No caso do modo remoto é bom frisar que a situação imaginaria pode ser em uma conferência
online.

319
Aula 6 - Protagonismo na vida

Conteúdo & Conceitos

Hoje, muito se fala sobre a necessidade de nos envolvermos com projetos e trabalhos que
façam sentido, que é preciso sair da zona de conforto para alcançarmos nossos sonhos e sermos os
protagonistas das nossas próprias vidas. Protagonismo é um valor do “Novo Mundo”, em que a
tecnologia avança a passos largos, colocando cada vez mais as máquinas para desempenhar funções
mecânicas, nos deixando mais livres para ocuparmos nosso papel enquanto humanos.
Estamos habituados a relacionar a palavra protagonismo ao universo do teatro, TV ou
cinema. Mas além de significar aquele que mais aparece ou o que mais tempo fica em cena, também
significa “aquele que combate na linha de frente”. O prefixo da palavra confirma o sentido; proto
quer dizer o que vem antes. Um exemplo é “protótipo”, que significa primeiro tipo, dando a
entender que é algo que vem antes da versão oficial. Outra palavra é “protoplaneta”, que significa
matéria cósmica que pode vir a formar um planeta.
Quando falamos de vida, assumir o protagonismo não é uma escolha. É uma grande
pegadinha não perceber que essa é a única opção que nos cabe. Sempre fomos, somos e seremos os
protagonistas das nossas próprias vidas, ninguém pode transferir ao outro essa responsabilidade. A
grande chave está na diferença entre os que compreendem e assumem esse papel e os que não. Não
assumir nos coloca automaticamente em desvantagem, pois baixamos nosso grau de atenção e isso
diminui nossa capacidade de reação diante dos fatos da vida. Cada ação que tomamos, cada
posicionamento, gera um reflexo no mundo, pelo qual somos absolutamente responsáveis, é isso
que constrói nosso caminho e quem somos.

Demonstração e/ou Aplicação

Quando tratamos de protagonismo usando como pano de fundo o “combate”, fica fácil perceber o
nível de atenção e cuidado que precisamos ter com todas as nossas ações no dia a dia.
Se pensarmos que a nossa vida depende disso, aumentaremos o senso de responsabilidade pela
própria vida, fortalecendo nossa autonomia e criando melhores estratégias para atender às nossas
necessidades. Assim, vivemos mais despertos sobre a realidade e deixamos de lado a ilusão de que
somos meros coadjuvantes.
Qual combatente tem mais chances de sobreviver? Não é aquele que tem seus olhos sempre bem
abertos? Aquele que conhece o território onde está, possui planos de ataque e defesa, se previne e
avança para conquistar seus objetivos?
Uma vez que não há opção entre ser protagonista ou não, bacana entendermos bem que tipo de
protagonista queremos ser e tomar cuidado para não focar em querer ser apenas o que mais aparece

Atividade(s)

1- Jogo “Uma Vida, um Filme”: (Modo presencial e remoto na obs.)

Forme uma roda, faça a seguinte pergunta “Se sua vida tivesse um filme, qual seria o nome desse
filme?”, de um pouco de tempo para que todos pensem e reflitam, as respostas vão ser incríveis e
bem proveitosas.
(Nome + sinopse. Levar Sinopses de filmes conhecidos. Dinâmica de ajuda os alunos a perceberem
que são o protagonista de suas próprias vidas, e que o filme que eles estão vivendo é sobre eles)

Modo remoto: Neste modo, um aluno por vez através da transmissão ao vivo irá criar a sinopse de
sua vida.

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2- Jogo “Lembrança Doce”: (Modo presencial e modo remoto em obs.)

No início da aula de uma bala para cada membro que chegar, então quando chegar a hora da
dinâmica peça para que as pessoas sentem em círculo, começando por você, conte alguma coisa
muito boa, uma lembrança doce de sua vida, então após contar abra a bala e coma. Assim é feito
sucessivamente…

Modo remoto: Nesta versão, o professor irá apenas pedir que cada um deles conte uma lembrança
doce de suas vidas.

3- Juntos Somos mais Fortes: (Modo presencial)

Peça para 2 participantes do Grupo sentar no chão de costas um para o outro, entrelace os braços de
ambos e fale para eles levantarem juntos um apoiando sobre o outro.
Obs.: Faça uma reflexão sobre como cada um deles foi protagonista nesta ação, pois se não
houvesse protagonismo dos dois lados, nenhum deles iria conseguir levantar.

4- Jogo “Como você mudaria o mundo?”. (Modo presencial ou modo remoto)

Faça a seguinte pergunta e abra um espaço para reflexão e discussão sobre … “O que você mudaria
no mundo com 100 milhões de reais?” você também pode trazer uma pergunta mais forte, “o que
você faria se ganha-se 100 milhões de reais?”.

5- Jogo “Pique pega com nomes”: (Modo presencial)

Uma pessoa começa indo atrás de outra, essa antes de ser pega tem que falar o nome de alguém para
não ser pego, então estará com esse alguém que deverá pegar a pessoa com quem estava
anteriormente, assim por diante.

6- Jogo “Coro e corifeu”: (Modo presencial e modo remoto na obs.)

Uma certa quantidade de jogadores, 6 por exemplo, se posicionam em formato de asa, o que está na
frente vai conduzir todos os outros com interpretações da música que irá tocar, durante as
movimentações dá-se a troca de corifeu, sempre mudando os sentimentos.
Modo remoto: Neste modo, peça ao aluno corifeu para que se atenha apenas a movimentos curtos e
com as mãos que apareçam na câmera.

Obs.: Reflexão sobre como quando estamos no comando, quando somos o protagonista no grupo,
quando estamos na liderança, precisamos também pensar nos coadjuvantes, que precisam ser bem
guiados.

7- Jogo da “Aula de dança”: (Modo presencial)

O aluno que se voluntariar deve performar uma aula de dança de acordo com comandos
determinados, como nos exemplos:
Macarena em 6 velocidades.
Professor de ginástica japonês com golpes de karatê, inglês com gosto duvidoso, espanhola com
passos de dança flamenca.
Instrutor de dança zumbi.

8- Apresentação através de desenhos: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

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-.Distribuídos os materiais da dinâmica, o animador explica o exercício: Cada qual terá que
responder, através de desenhos, à seguinte pergunta:
Quem sou eu?
Dispõem de 15 minutos para preparar a resposta.
-Os participantes desenham sua resposta
- A apresentação dos desenhos é feita em plenário ou nas respectivas equipes. O grupo procura
interpretar as resposta. Feita essa interpretação, os interessados, por sua vez, comentam a própria
resposta.
Obs.: Reflexão do que foi aprendido com esse exercício e como devemos também aprender a
prestar atenção em nós mesmos e na mensagem que passamos sobre nós.

Modo remoto: Peça na aula anterior que eles já deixem preparado o desenho para próxima aula para
que a aula fique dinâmica e não se perda tempo.

9- Jogo do neutro: (Modo presencial)

Duas pessoas sentam uma do lado da outra e só olham para a plateia e se olham em estado neutro,
somente isso.

10- Jogo “O que você está fazendo?”: (Modo presencial e modo remoto na obs.)

Escolhe-se 2 letras, uma pessoa entra na roda e começa a fazer um gesto/ mimica, então uma
segunda entra e pergunta “o que você está fazendo”, essa responde usando as duas letras como
inicias daquilo que estaria supostamente fazendo, daí a pessoa a perguntar começa a fazer a mimica
do que foi falado, entra uma outra pessoa e pergunta “o que você está fazendo”, daí essa terá que
responder outra coisa usando as mesmas letras como inicias.

Modo remoto: Neste modo a professora irá pedir que os gestos sejam mais contidos na tela e que os
demais alunos exercitem a escuta para não bagunçar.

322
Aula 7 - Ação Física – Constantin Stanislavski

Conteúdo & Conceitos

Na maturidade, o mestre russo defendia a importância do Método da Ação Física. Para se


compreender o método, tem-se primeiro de entender a ação física. Ela baseia-se numa premissa de
toda a emoção flui independente da vontade – a menos que o ator possa sobre ela exercer total
controle, assim como tem-se sobre o corpo. Dominando-se a ambos, a vontade passa a controlar
emoções como os movimentos somáticos. Para tanto, são feitos exercícios em que a memória
emocional é evocada, algo que Stanislavski desenvolveu como ferramenta de ensaio ou técnica de
pesquisa. Ao final, há apenas o corpo, sob total controle. A interação entre ator e diretor passam,
portanto, pelo desenvolvimento da melhor forma de desempenho, que se procura obter durante os
ensaios.
Stanislavski e a ação psicofísica
Stanislavski começou a desenvolver suas técnicas no começo do século XX e, no princípio,
ele enfatizava os aspectos interiores para o treinamento do ator. Por exemplo, os vários modos de
contato com o artista são inconscientes. Mas, por volta de 1917, ele começou a olhar cada vez mais
para a ação propositada, onde a ação é intencional e não intuitiva, naquilo que denominou de ação
psicofísica (uma ação tem seu propósito e ela é quem conduz ao sentimento). Um de seus alunos
notou a mudança e anotou numa de suas conferências: Considerando que a ação tinha sido ensinada
previamente como a expressão de um “estado emocional” previamente estabelecido, é agora a ação
quem predomina e é a chave para determinar o psicológico. Em lugar de ver as emoções
conduzindo a ação, Stanislavski passou a acreditar que era o contrário que ocorria: a ação
propositadamente representada para chegar aos objetivos do personagem era o caminho mais direto
para as emoções.
Método – Constantin Stanislavski – Cia.
Um personagem está sentado numa mesa de jantar. Repentinamente, o personagem levanta-
se depressa e joga um prato à parede, e esta ação provoca mais raiva no personagem – ele antes
estava tentando ficar furioso. O personagem faz um movimento irado e lança mais um prato – sua
raiva estará maior.

O personagem ‘A’ dá um abraço no personagem ‘B’. O personagem ‘A’ então agora se


sentirá mais íntimo do outro personagem, sensação que foi provocada pela ação abraço.

Se você já observou um jogador de futebol antes da partida vai compreender como a ação
provoca a emoção: ele se agita, grita, faz exercícios como que preparando-se emocionalmente para
o jogo. O atleta na verdade agiu antes para preparar a emoção, ou seja, ele demonstra um claro
exemplo do significado da ação psicofísica.

Frases de Constantin Stanislavski


“Para aqueles que não são capazes de crer, existem os ritos; para aqueles que não são capazes de
inspirar respeito por si mesmos, existe a etiqueta; para aqueles que não se sabem vestir, existe a
moda; para aqueles que não sabem criar, existem as convenções e os clichés. É por isso que os
burocratas amam os cerimoniais; os padres, os ritos; os pequeno-burgueses, as conveniências
sociais; os galanteadores, a moda; e os atores, as convenções teatrais, os estereótipos e um inteiro
ritual de ações cênicas.”
“A maior sabedoria é admitir a falta da mesma.”
“Não há pequenos papeis, só há pequenos atores”
“O que realmente significa, escrever sobre o que é passado e já foi feito? O sistema vive em mim
mas não tem contorno ou forma. O sistema é criado no ato de escrevê-lo. Esta é a causa de porque
que eu tenho que ficar trocando o que eu tinha antes escrito. ”

323
Demonstração e/ou Aplicação

Fé Cênica
O artista russo Constantin Stanislavski cunhou o termo FÉ CÊNICA no teatro, que significa “a
capacidade do ator de acreditar tanto na ficção que chega ao ponto de convencer a plateia de que
aquele universo ficcional é uma realidade para a personagem, com gestos e movimentos que torna
verossímil a sua interpretação”.
Eu teria várias histórias para contar para vocês, mas hoje falarei sobre o Arthur (nome fictício, para
preservar a identidade desse, que é um caso real).
Conheci o Arthur na empresa que trabalhamos juntos. Já tinha ouvido falar do Arthur, mas ainda
não tinha tido a oportunidade de conhecê-lo. Até que um dia, essa chance apareceu e ele me contou
um pouco sobre a sua história: sofreu abandono paterno desde a gravidez, viveu sempre com
dificuldades financeiras com a mãe, comprou um carro usado com o valor dos tickets que a empresa
fornecia e levava marmita todos os dias (comia na mesa de trabalho). Tinha começado como
estagiário e logo depois foi contratado. Era um cargo operacional, não ganhava muito, mas curtia o
que fazia. Tinha um brilho diferente no olhar, uma vontade de fazer mais, de ter mais significado.
Mas ele não me disse, eu que percebi. Na época, ele nem percebia que sentia tudo isso. Eu sim.
A partir daí passei a acompanhar o Arthur. Perguntava para a sua liderança e seus colegas como ele
era e escutava o que ele também passou a me contar sobre o seu dia a dia. Era uma época em que
ele ia se formar na faculdade e eu resolvi ajudá-lo a elaborar o seu TCC. Com isso, apresentei-o a
algumas pessoas que não o conheciam na empresa e comecei a incentivá-lo a se desafiar.
Um dia, surgiu uma vaga para o mesmo cargo, mas em outro setor e com atividades bem distintas às
que ele fazia. Exigia um perfil mais voltado para relacionamento, exposição e, eu não contei antes,
mas Arthur era tímido. Era uma timidez misturada com uma insegurança proveniente de uma
relativa baixa autoestima, o que lhe gerava pouca confiança em si. Foi aí que eu falei da vaga e
disse que ele era perfeito para aquele papel! Meio desconfiado, ele não entendia como seria possível
se encaixar naquele perfil e eu só dizia “eu vejo coisas que você não vê. Vai!”.
Arthur passou no processo seletivo e, informalmente, passei a ser uma espécie de mentora da sua
caminhada. Toda vez que ele achava que tinha alguma dificuldade ou obstáculo, eu incentivava que
ele seguisse em frente e fizesse mais do que o esperado. Um processo que precisava ser revisto,
virava uma ideia inovadora e, consequentemente, um projeto. E assim Arthur ia seguindo traçando
os seus passos, sendo desafiado, sendo reconhecido e acreditando mais em si. Diversas vezes ele me
disse: “Você acredita mais em mim do que eu mesmo”. E eu respondia que sim, mas que isso um
dia seria diferente.
Um dia eu saí da empresa. Durante um tempo seguimos aquela mentoria à distância e Arthur passou
a enxergar o que há muito tempo eu via. Sem mais delongas, um pouco depois Arthur foi
promovido e hoje é um dos principais protagonistas do setor em que atua.
Lá atrás eu tive fé cênica no Arthur. Para que no futuro ele mesmo tivesse. O que fez com que a sua
liderança, seus colegas e a empresa também tivessem, o que lhe proporcionou reconhecimento.
Tenho certeza que hoje Arthur entende o seu valor. Hoje ele percebe que é especial, acredita no seu
potencial e inspira quem está ao seu redor. E não só o seu valor no trabalho, mas naquele às vezes
difícil contexto familiar, na sua roda de amigos e nas suas escolhas e decisões.
A gente precisa ter mais fé cênica nas pessoas, nos projetos, nas ideias, nos sonhos. A gente precisa
ter mais capacidade de acreditar tanto em algo ou em alguém até fazer virar uma história de verdade.
A gente precisa valorizar mais os pontos fortes, torná-los ainda mais positivos e massivos a ponto
de gerar um propósito transformador.
A gente precisa acordar todos os dias com vontade de fazer a diferença. A gente precisa viver com
entusiasmo de causar impactos, de gerar mudanças. A gente deve crer que é possível. A gente pode
tornar a vida e nosso papel nessa sociedade mais significativos. A gente precisa ter mais fé cênica.
Nos Arthurs. Em nós. Nos outros. Nesse país.
Paulinha Morel - Hacker Fourge

324
Atividade(s)

1- Batalha de palavras: (Modo presencial ou modo remoto em obs.)

Andar pelo ambiente nomeando as coisas com nomes que não são delas, depois colocar todo mundo
em círculo e pedir para que dois alunos se posicionem no meio e comecem uma batalha de palavras
aleatórias, que não podem começar com a mesma inicial, nem ter relação entre si.
Ex: céu e azul, não começam com a mesma inicial, mas tem relação entre si, pois o céu é azul.

Modo remoto: Neste modo os alunos podem andar pelo ambiente onde estão em suas casas, então a
professora estipula duplas para começar.

2- Jogo “Tudo com a mesma letra”: (Modo presencial ou modo remoto)

Objetivos: Aquecer o raciocínio. Estimular a criatividade. É uma dinâmica que exercita o nível de
agilidade mental, para grupos pequenos ou até trinta pessoas.
Como Fazer:
1. Todos em círculo, o facilitador pede um voluntário, que fica em pé e que irá responder às
perguntas com palavras que comecem com a letra que ele pedir.
Ex: João com a letra R.
- Seu nome: Ricardo
- Profissão: Radialista
- Cidade onde nasceu: Rio
- Onde vai morar: Ribeirão
- Nome de três irmãos: Rafael, Rebeca, Rodolfo...
2. Qualquer hesitação na resposta, erro, procura-se outro voluntário, até onde for interessante
continuar a brincadeira.

3- Jogo do “Alfabeto): (Modo presencial ou modo remoto)

Duplas ou trios de alunos jogando, onde a turma estipula uma letra, inicia uma improvisação de
cena, que pode ser em relação a vida em trabalho, com a letra que foi estipulada pela turma o
jogador que começar inicia sua frase, a partir daí os próximos só podem iniciar as frases respeitando
a ordem do alfabeto até dar uma volta completa ou até quando a professora guiar.

4- Exercício de criatividade “situação problemática: (Modo presencial ou modo remoto)

Que tal pedir para o grupo desenvolver alguma ideia criativa? Separe o grupo em equipes de 4 ou 5
pessoas. Depois, peça para que cada grupo crie uma situação problemática onde é necessário
encontrar uma solução, daí peça que eles escrevam em um papel. Depois de ter os papeis prontos os
troque entre os grupos para eles solucionarem em conjunto em suas equipes.
Então, ofereça de 20 a 30 minutos para o grupo trabalhar e criar essa solução e ensaiar uma
dramatização da situação.
Durante esse tempo, circule pela sala e observe os participantes, ajude nos dilemas éticos e
necessidades de direção. Depois é hora de eles apresentarem a solução através de uma atuação. Esse
momento é muito importante e deve ser feito para todos. Ainda, para aproveitar ao máximo a
atividade, estimule que sejam feitas perguntas depois de cada apresentação.
Assim sendo, essa dinâmica permite que seja avaliado a maneira a qual as pessoas trabalham em
grupo. Igualmente, é possível identificar perfis de liderança. Ainda, auxilia a analisar a forma como
cada um trabalha na resolução de problemas e sob pressão.
Modo remoto: Neste modo um aluno por vez cria a situação problemática e o resto da turma ajuda a
solucionar, então este aluno encena esta solução.
325
Aula 8 - Teatro do Oprimido
Conteúdo & Conceitos

Criado pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal nos anos 1970, o Teatro do Oprimido é um
método e modelo cênico pedagógico que tem como objetivo a conscientização social.
De acordo com o próprio Boal, o Teatro do Oprimido pretende transformar o espectador,
com o recurso da quarta parede, em sujeito atuante, transformador da ação dramática que lhe é
apresentada, de forma que esse, passe a protagonizar e transformar a mesma.
Hoje, o Teatro do Oprimido é mundialmente conhecido e se tornou referência em todas as
escolas de artes dramáticas.
Augusto Boal
Diretor e autor teatral, Augusto Pinto Boal nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1950.
Ingressou na Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos da América (EUA), onde formou-se
em dramaturgia e engenharia química. Retornou ao Brasil em 1956, fixando residência em São
Paulo.
Iniciou a carreira de diretor no Teatro de Arena.
Foi perseguido pela ditadura militar, tendo se exilado na Argentina em 1971 e em Portugal,
em 1976. Sua técnica de representação teatral denominada "Teatro do Oprimido" é estudada e
utilizada em mais de 50 países. Voltou do exílio em 1986 e produziu diversos espetáculos. Em 1993,
foi eleito vereador do Rio de Janeiro pela legenda do Partido dos Trabalhadores (PT), exercendo o
mandato até 1997.
Em 1997 recebeu da Associação Norte-Americana para o Teatro em Higher Education (Athe)
o prêmio especial por sua contribuição ao teatro profissional. Na mesma época, participou da
montagem de Hamlet com o grupo inglês Royal Shakespeare Company. Retornou aos palcos em
1999 com a peça Carmem, por ele denominada de "sambópera".
É autor de vários livros, entre os quais Teatro do Oprimido, publicado em 25 idiomas,
Exercícios para Ator e Não Ator e Ainda Bem Que Eu Nasci, este autobiográfico. Em 2000 lançou
sua autobiografia Hamlet e o Filho do Padeiro. Em 2001, realizou um projeto cênico em prisões de
São Paulo com atores do Teatro do Oprimido, e recebeu o título de doutor honoris causa pela Queen
Mary University of London.

Demonstração e/ou Aplicação

Augusto Boal foi um dos dramaturgos que mais contribuiu para a criação de um teatro
genuinamente brasileiro e latino americano. Desde os primórdios de sua carreira, no
teatro de Arena, até o Teatro do Oprimido, técnica que o tornou mundialmente
conhecido, passando pelas Sambóperas, sua preocupação foi a de criar uma linguagem
que pudesse traduzir a realidade do seu país, uma maneira brasileira de falar, sentir e
pensar. Essa preocupação imprime ao seu trabalho uma dimensão política e social,
concebendo o teatro como instrumento de transformação alicerçada na temática e na
linguagem. Todos os passos percorridos por Boal foram marcadas pelo seu espírito
investigativo e sua preocupação política: o teatro como resposta às questões sociais; o
teatro como meio de analisar conflitos e apresentar alternativas. É autor de diversas
obras literárias publicadas em vários idiomas e recebeu, durante sua vida profissional,
um arsenal extraordinário de prêmios e honrarias. Tendo em vista a multiplicidade e a
diversidade das contribuições dadas por Boal à cultura brasileira, bem como o caráter
revolucionário de suas ações, julgamos que o contato com a sua obra sempre servirá
de estímulo para o aprofundamento das linhas de pesquisa por ele elaboradas ou
sugeridas.

Atividade(s)
326
1- Preencha o Espaço: (Modo presencial)

Os participantes andam pela sala sem se tocarem. Incentive os participantes a preencher o espaço
vazio na sala. Eles devem continuar andando para não deixar espaços vazios significativos na sala.
Uma vez que alguém preenche um espaço, essa pessoa continua se movendo para outro espaço
vazio.
Enquanto eles andam, dê as seguintes instruções com intervalos de tempo adequados:
“Congelar.”
” Balance todo o seu corpo.”
“Ande novamente.”
“Estenda sua consciência para uma outra pessoa na sala. Tente andar como eles.
“Ande novamente em seu estilo natural.”
“Pare”.
Explique que a partir de agora, qualquer pessoa na sala pode congelar a qualquer momento. No
entanto, assim que alguém vê uma pessoa congelar, ela também deve congelar. Não deve haver
pistas vocais aqui.
Explique que uma vez que todos tenham congelado, qualquer um pode começar a andar novamente,
o que deve indicar todo o grupo para começar a se mover novamente. Continue tentando parar e
começar como um grupo cerca de cinco vezes.
Agora, chame as seguintes situações com um atraso de 5 a 6 segundos entre cada chamada:
“Você é feito de geleia”
“Sua perna esquerda é menor que a perna direita”
“Você é realmente velho”
“Você está carregando um balde cheio de água em sua cabeça e não pode derramar nem uma gota!”
“Você tem cinco anos de idade”
“Você é um átomo”
“Você acabou de desenvolver uma cãibra no seu joelho direito.
“Pare”
“Agite todo o seu corpo mais uma vez”
Variações
Em vez de dizer “Pare”, diga um número e os participantes têm que formar grupos desse número.
Isso funciona como uma ótima atividade de agrupamento.
Diga partes do corpo. Por exemplo, “6 pulsos, 2 narizes”. Agora os participantes têm que formar
grupos de uma maneira que 6 pulsos e 2 narizes dentro desse grupo estão tocando.

2- Jogo “A Máquina”: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

Um participante vai ao centro e imagina ser parte de uma grande máquina complexa. Ele faz um
movimento repetitivo e cria o som que o acompanha. Todo mundo assiste.
Outro participante entra e se conecta ao primeiro, de uma maneira que mostra uma conexão entre as
duas partes da máquina que estão retratando.
Em seguida, outro participante se junta a eles e a máquina fica maior até que todos estejam tocando
e vocalizando um som com seu movimento.
Os participantes podem participar de qualquer parte da máquina que sintam.
Vá até o primeiro participante e peça para ele aumentar seu ritmo.
Isso deve acelerar a máquina.
Depois de alguns momentos, peça-lhe para diminuir a velocidade e as ondulações passarem por
toda a máquina.
Peça a ele para desacelerar mais e mais até que ele pare.

327
Variação
Use temas para essas máquinas. Faça uma máquina de amor, uma máquina de ódio ou qualquer
palavra com a qual os participantes gostariam de brincar e mostrar.

Modo remoto: Neste modo a professora deve pedir para os alunos continuarem fazendo sons, mas
os movimentos não dependem mais dos movimentos dos outros alunos.

3- Jogo “O Círculo de Nós Humanos”: (Modo presencial)

Para obter mais complexidade dentro da prática é melhor que seja feito com no mínimo 8 e no
máximo 12.
Peça aos participantes para que formem um círculo.
Todo mundo deve levantar a mão direita e agarrar a mão de alguém que está na sua frente. É
importante que as pessoas não deem as mãos para alguém que está ao lado(direita ou esquerda). Se
este detalhe não for levado em consideração o exercício não funcionará.
Agora eles devem levantar a mão esquerda e fazer a mesma coisa.
O objetivo do jogo é fazer com que o nó seja desfeito e o círculo volte ao normal.
Obs.: Às vezes o nó pode ser realmente impossível de ser desfeito, mas é raro. Os participantes
devem insistir o máximo possível e só devem desistir se estiverem realmente cansados e não veem a
solução.
Referências

4- Contando uma história em um minuto: (Modo presencial ou modo remoto)

Em um minuto (que deve ser sinalizado), os alunos improvisam uma história que precisa ser
finalizada.
Após improvisar essa história, peça que os alunos falem sobre a história e então façam outra vez
continuando a improvisar e arrumando pequenos erros.
Desta vez os alunos contam a mesma história, só que em 30 segundos.
Agora em 10 segundos.

5- Linha de sentimentos: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

Ficam 4 jogadores, um dá um passo à frente e propõe um sentimento, um movimento e uma ação,


então depois disso os outros 3 vão a frente fazendo o mesmo que o primeiro, isso consecutivamente
até que todos tenham feito.
Modo remoto: Neste modo a professora irá pedir que cada aluno faça um de cada vez.

6- Jogo Homenagem a Magritte: (Modo presencial ou modo remoto)

Este jogo de Augusto Boal ajuda aos alunos começarem a criar um acordo de convenção dentro das
situações fictícias que encenam. Em “Homenagem a Magritte – esta garrafa não é uma garrafa”.
Boal se inspirou em uma das obras mais famosas do pintor belga René Magritte, na qual vemos um
cachimbo pintado sobre a frase “Isto não é um cachimbo”. Assim como na pintura, onde existe uma
convenção social em aceitar a imagem como o que está representado, Magritte quebrou isso quando
em uma pintura de um cachimbo escreve uma frase dizendo que aquilo não é um cachimbo,
querendo passar a mensagem de que é na verdade uma representação de um cachimbo.
O jogo consiste em cada aluno pegar um objeto e ressignificar seu uso criando assim uma
convenção nova entre eles e estimulando a criação de possibilidades através das formas.

328
Aula 9 - O Jogo - Viola Spolin

Conteúdo & Conceitos

Viola Spolin nasceu dia 07 de novembro de 1906 em Chigago e faleceu dia 22 de novembro
de 1994 em Los Angeles. Teve apenas um filho Paul Sills que seguiu seus passos profissionais.
Sua primeira formação foi para ser assistente social, trabalhou junto aos imigrantes de
Chicago na Neva Boyd's Group Work School (Escola de Formação de Trabalho de Grupo de Neva
Boyd), entre 1924-1927 e nesse tempo, o trabalho inovador realizado por Boyd nas áreas de
liderança, recreação e trabalho social, a partir da estrutura tradicional dos jogos, influenciaram
fortemente Spolin.
Spolin é autora de inúmeros textos para improvisação, e sua primeira obra foi o livro
improvisação para o teatro, que foi traduzido por Ingrid Koudel e Eduardo Amos publicado pela
editora Perspectiva, e assim como este, todos os seus livros estão publicados no Brasil por essa
mesma editora.
Entre 1939 e 1941, Spolin trabalhou como diretora dramática para a seção de Chicago do
projeto do trabalho de administração progressiva recreativa, e a partir daí, sentiu necessidade em
criar um método que atendesse com mais facilidade aquele trabalho e que pudesse cruzar as
barreiras étnicas e culturais na sua aplicação.
Em 1946 Spolin fundou a Companhia dos Jovens Atores em Hollywood, onde crianças a
partir de seis anos foram treinadas pelo seu método jogos teatrais, que ainda estava em
desenvolvimento. Essa companhia fechou em 1955, pois Spolin voltou para Chicago para dirigir o
Clube Teatral de Dramaturgos, passando a conduzir também ensaios de jogos com o Teatro da
Bussola, que foi a primeira companhia de teatro improvisacional. O Teatro de Bussola se torna uma
das principais companhias de teatro da América do Norte.
Em um pequeno teatro próximo a Universidade de Chicago, no verão de 1955, surge uma
nova forma de comédia chamada teatro improvisacional.
Em 1960 e 1965 Spolin trabalhou com seu filho, o também diretor de teatro Paul Sills, ainda
em Chicago. Em 1963, publicou seu primeiro livro, Improvisação para o Teatro, que se tornou
referencia para educares e professores de interpretação. Ainda em Chicago, no ano de 1965, ela
funda juntamente com seu filho Sills, o Jogo Teatral, onde a plateia interage diretamente com os
jogos, eliminado a barreira que existia entre atores e espectadores, esse trabalho não durou muito
tempo, após alguns meses esse teatro foi fechado.
Em Los Angeles, nos anos de 1970 e 1971, Spolin foi consultora para a Companhia teatro
História de Paul Sills. Ajudou também a preparação da série de televisão Friends ond Lovers. E em
1979 ela ganhou o titulo de Doutora Honoris Causa, pela Universidade de Michigam. Em 1975
publicou O Fichário de Viola Spolin, em 1976 ela fundou o Centro de Jogos Teatrais, em
Hollywood, onde atuou até 1990 como diretora artística.

Demonstração e/ou Aplicação

O Jogo:
Segundo Viola Spolin, o ator aprende por sua própria experiência e através da espontaneidade, onde
o ator escolhe intuitivamente as melhores soluções para resolver qualquer problema cênico,
aprendendo assim por meio de sua própria experiência e experimentação.
Sendo assim a espontaneidade é a condição essencial para a aquisição da técnica no teatro, portanto,
Spolin defende o Jogo, que é o processo natural para criar o ambiente propicio para induzir essa
mesma espontaneidade.

O objetivo no qual o jogador deve constantemente concentrar e para o qual toda a ação deve ser
dirigida provoca espontaneidade. Nessa espontaneidade, a liberdade pessoal é liberada, e a pessoa
329
como um todo é física, intelectual e intuitivamente despertada. Isto estimulação suficiente para que
o aluno transcenda a si mesmo – ele é libertado para penetrar no ambiente, explorar, aventurar e
enfrentar sem medo todos os perigos. A energia liberada para resolver o problema, sendo
restringida pelas regras do jogo e estabelecida pela decisão grupal, cria uma explosão – ou
espontaneidade – e, como é comum nas explosões, tudo é destruído, rearranjado, desbloqueado.
(Spolin, 1998, p.5)

Sendo assim, Spolin ressalta a importância da técnica, desde que ela venha seguida através de um
conjunto de espontaneidade, pois dessa forma o ator vai saber se expressar de forma natural fazendo
um bom uso da técnica.

Atividade(s)

1- Jogo “O que você está fazendo”?: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

Um aluno jogador se voluntaria e entra na roda, a turma define duas letras do alfabeto, então outra
aluno entra na roda e pergunta a ele “o que você está fazendo” esse aluno deve falar o que ele está
fazendo usando essas duas letras como as iniciais. Ex: P e T “Pintando telhado”, ou “Torcendo
pregos”. Então ele sai e entra outro aluno para perguntar ao que ficou o que ele está fazendo, assim
por diante até que alguém erre e mudamos as letras.

Modo remoto: No modo remoto não haverá roda e sim cada um em suas casa.

2- Jogo da plateia: ( Modo presencial)

Dois jogadores ficam de frente para a plateia, cada um deve fazer coisas que cativem ao grupo
imitar essas pessoas, já a plateia ira ficar na frente da pessoa que está fazendo a coisa mais
interessante, de acordo com o que eles gostam.

3- Ilustrando contos: (Modo presencial)

Os grupos de 4 pessoas escolhem contos para ilustrar em 7 fotos, ou seja 7 imagens.


Trabalhar fluindo as transições dessas imagens e depois acrescentando detalhes ao conto
Ex: Chapeuzinho vermelho, O patinho feio, Os três porquinhos...

4- Jogo “A feira”: (Modo presencial)

4 raias são marcadas onde as pessoas ficam fazendo coisas em troca de serem chamadas pelo
próprio nome. O objetivo é estar sempre ouvindo seu próprio nome.
Primeira rodada, vale tudo. Segunda rodada, não pode emitir sons. Terceira rodada, tem que ficar de
costas. Quarta rodada, bem pequeno, sutil.

5- Jogo “1, 2, 3, 4, 5, 6,7”: (Modo presencial)

Em roda todos fazem uma contagem até 7 podendo ser mandado para a direita ou para a esquerda
sendo sinalizado por um tapa no ombro. Para mandar para direita bate no ombro esquerdo e parada
mandar para a esquerda bate no ombro direito. Quando chegar no 7 a pessoa deve sinalizar o lado
que a contagem deve recomeçar, isso com os braços em forma de yin e yang onde para mandar para
direita o braço esquerdo deve estar por cima da cabeça apontando para o lado esquerdo e para
mandar para a esquerda o braço direito deve se posicionar abaixo da cabeça apontando para o lado
desejado. Quem erra sai.

330
6- Fotos de palhaços: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

Três pessoas se posicionam em frente a 3 cadeiras, os três se olham, e sem combinar um senta
primeiro e depois os outros dois sentam em seguida, a partir daí a turma toda irá começar um ritmo
pausado de palmas que serão marcações para posições do tipo “foto” para os três palhaços. Só se
pode movimentar na palma e então uma história será contada.

Modo remoto: Neste modo são escolhidos os 3 alunos e a partir de suas casas e pela transmissão
irão criando as poses. Terão delays pela conexão de internet, mas a ideia é estimular a entrega.

7- Pique pega de emoções: (Modo presencial)

Conforma decidido para-se com emoções em duplas, trios e quartetos.


Ex: Raiva, amor, medo, nojo, maravilhamento.

8- Palmas: (Modo presencial)

Palmas para o lado ritmadas. Duas palmas uma atrás da outra e assim por diante.
Palma para o lado acrescentando um a cada rodada (a cada rodada completa de palmas alguém a
mais bate junto com a primeira, até que todos batam juntos)

9- Guiando com números: (Modo presencial)

1: Falar o próprio nome


2: Bater palma
3: Dar um tiro de amor em alguém
4: Abaixar

10- Samurai: (Modo presencial)

Em roda um aluno começa jogando uma espada para outro, esse pega a espada, é cortado pelos dois
lados pelos jogadores que estão ao lado dele e joga a espada para outra pessoa.
Joga: Yah
Recebe: Hoooll
Corta: Há-yah

11- Jogo Ouvindo o ambiente: (Modo presencial ou modo remoto)

 Encontre um ambiente confortável para se sentar;


 Feche completamente os olhos. Você pode fazer isso de várias formas.
 De olhos fechados, preste atenção nos sons que estão perto de você. Repare em cada
barulhinho (faça isso por 30 segundos);
 Em seguida, procure ouvir todos os sons que estão fora do ambiente que você está. Tente ouvir
o máximo de sons possível (faça isso por mais 30 segundos).
 Agora abra os olhos e pense com calma:
1- Quais sons vocês ouviram?
2- Havia sons parecidos?
3- Vocês conseguem identificar o quê ou quem produziu os sons que ouviram?
4- Um de vocês ouviu algum som que o outro não ouviu?
 Para finalizar, peguem lápis, papel e façam uma lista com todos os sons que conseguiram ouvir,
separando-os por:
 sons de pessoas;
331
 sons de animais;
 sons de objetos;
 sons da natureza:
Procurem não deixar nenhum som de fora!
 Conversa sobre os sons e como ao nosso redor está sempre acontecendo várias coisas.

332
Aula 10 - Jogos Teatrais

Conteúdo & Conceitos

Jogos Teatrais
É o termo utilizado em português para designar qualquer estrutura de jogo que possa ser
utilizado no teatro, seja dramático (a partir de textos de teatro), cenas, esboços ou improvisações, ou
também na forma de jogos lúdicos ou brincadeiras.
Em uma forma mais específica, Jogos Teatrais são a designação dos jogos improvisacionais
desenvolvidos para fins de preparação de atores profissionais ou na utilização do teatro para
iniciantes ou mesmo nas atividades escolares.

Demonstração e/ou Aplicação

Aula para finalização, para que os alunos possam experimentar jogos novos e repetirem antigos,
além de uma reflexão sobre o curso e como cada um mudou desde o início.

Atividade(s)

1- Expressão Vocal: (Modo presencial e modo remoto)


Este exercício se faz também em aulas de canto, é ótimo para o ‘desenrolar’ da língua.
Repetir rápida e lentamente, alto e baixo, frases como:
 O tamborineiro tamborilava em seu tamborim.
 O doce falou pro doce que o doce mais doce é o doce da batata doce.
 O vestidinho de bolinha da lucinha era bonitinho e sem preço.
 Em um pote há uma aranha e uma rã, nem a rã arranha a aranha, nem a aranha arranha a rã.

2- Jogo da “Estatua”: (Modo presencial)

Conhecimento da técnica do estático, muito utilizado nas dramatizações.


Os participantes estarão andando pelo salão, ao seu sinal, ele paralisarão com expressão facial e
corporal sentimentos como alegria, tristeza, medo, pavor, ira, orgulho, cinismo, desanimo, desprezo,
etc, estes sentimentos ao seu sinal, você irá falar. Pode se fazer em dois grupos, para que um grupo
olhe e observa a expressão do outro, e você analisa junto o que faltou, o que melhorou,etc.

3- Jogo do “Espelho”: (Modo presencial)

Adquirir o engrossamento do grupo nas cenas.


Cada componente do grupo escolherá um parceiro, onde um será o espelho e o outro o comando. O
espelho deverá repetir os gestos e movimentos do comando como: pentear-se, pular, expressar
caretas, abaixar, etc. simultaneamente. Depois o espelho passará a ser comando e o comando
espelho.

4- Relaxamento: (Modo presencial e modo remoto)

Todos estarão sentados confortavelmente, em absoluto silencio, numa sala pouco iluminada e com
um som ambiente, serão seguidos os movimentos indicados pelo líder.
Todos deverão sentir os dedos e as plantas dos pés, relaxando-se ao máximo. Respirar profunda e
suavemente.
Afrouxar os músculos das pernas e joelhos.
Fazer o mesmo com o abdome, imaginando ainda que uma grande suavidade envolve os órgãos

333
digestivos.
O mesmo com o tórax, os ombros, e a nuca mais demoradamente.
Amolecer os braços as palmas das mãos e os dedos.
Relaxar o couro cabeludo, e tirar do rosto qualquer ruga de preocupação
Imaginar um lugar lindo e tranquilo, como um amanhecer no campo.
Pedir a todos que bocejem e se espreguicem lentamente como gatos.

5- Jogo dos “Estados”: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

Faça o grupo imaginar as diferenças no modo de andar, falar e agir e suas fisionomias, entre
jovens,bebes, bêbados, animais, idosos...depois o grupo de pé na sala vai expressar livremente estes
modos conforme você fala a mudança: O Velho, O bebê, o cego, o pássaro, o gato, o lenhador, o
músico pianista, o violinista, o cantor, o pintor, a lavadeira, a mamãe, o papai,etc..

Modo remoto: Neste modo cada um estará em sua casa interagindo pelo vídeo e a professora deve
prestar atenção nas transmissões de vídeo.

6- Relaxamento com indução a imaginação: (Modo presencial e modo remoto)

Colocar uma música de natureza, deixar que deitem no chão se quiserem, falar bem baixinho para
eles fecharem os olhos, sentir que estão caminhando num bosque lindo, escutando todos os sons da
natureza, respirar fundo e tentar sentir o cheiro de verde da natureza, imaginar-se tirando uma fruta
que mais gosta de uma árvore ,morder e tentar sentir seu sabor, imaginar-se neste bosque deitado na
grama limpa, perceber o que vê além da copa das árvores, além de montanhas lá longe, além do
fundo do lago ou rio....
Depois pedir pra fazerem um desenho rico em detalhes sobre o que viu,sentiu,ouviu....

7- Seguindo os comandos: (Modo presencial)

Caminhar, livremente, e ao ouvir o nome de um animal, imitá-lo. Primeiramente só com


movimentos corporais e depois introduzindo o som característico.
Caminhar, livremente, e quando a música parar, fazer a estátua do animal falado pelo professor.
Imitar o andar de um animal no ritmo de palmas ou batidas de um tambor.

8- Montando a cena: (Modo presencial)

Um grupo de 5 ou 6 alunos monta uma cena (festa de aniversário, partida de futebol, etc). Pode-se
usar ou não objetos. Após a cena pronta, todos ficam imóveis. O restante do grupo observa e tenta
descobrir do que se trata. Pode-se fazer este jogo com notícias de jornal.

9- O Pássaro ferido: (Modo presencial)

O professor passa uma bola de jornal dizendo tratar-se de um pássaro ferido. O “pássaro” irá de
mão em mão, cada um deve recebê-lo com cuidado, atentando para o peso da ave, que deve ser
imaginado pelo aluno e para sentimentos como pena, carinho, atenção.

10- Caminhando como coisa: (Modo presencial)

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Caminhar como se fosse um balão cheio. De repente sopra um vento e o balão fica preso na copa de
uma árvore (usar paredes e móveis da sala). O balão tenta sair e não consegue. O tempo passa e o
balão vai murchando, até esvaziar por completo, caindo no chão.

11- Caminhando em solos diversos: (Modo presencial)

Caminhar sobre diferentes tipos de solo (escorregadio, quente, gelado, pedregoso, com poças, com
obstáculos, etc).

12- Anúncios classificados: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

1. Cada participante pega uma folha em branco e nela escreve um anúncio classificado sobre ele
mesmo, se oferecendo para um serviço, curso ou outra coisa.
2. A folha não pode conter nome.
3. Os classificados são afixados na parede e os participantes devem ler os anúncios e durante 20
minutos tentar descobrir quem são as pessoas anunciadas.
4. Em seguida o coordenador deve perguntar:
a) quem se reconheceu através dos anúncios classificados
b) quantas pessoas pensavam se conhecer e descobriram que não se conheciam direito.
c) como cada um se sentiu ao ver seu anúncio sendo lido pelos outros.
d) o que falta para que o grupo se conheça melhor.

Modo remoto: O professor deve pedir que todos os alunos enviem a ele por mensagem cada um dos
anúncios, então o professor reposta no chat sem identificar os autores.

13- Fila de personalidades: (Modo presencial ou modo remoto na obs.)

4 pessoas em fila onde cada uma irá representar uma personalidade determinada pelo professor,
tendo variações de níveis de 1 a 10, sempre começando pelo 3 e interagindo com o espaço e as
pessoas.
Ex: Gênio, idiota, sofisticado, tímido, sedutor, raivoso, desconfiado, snobe.
Agora na fila cada um escolhe sua personalidade com a professora nivelando a intensidade de 1 a
10, depois aleatoriamente troca-se as personalidades.

Modo remoto: O professor deve pedir para cada aluno individualmente entrar nos estados e níveis.

14- Andar pelo ambiente: ( Modo presencial)

Rápido, devagar, normal e câmera lenta. Explorar planos. Estipular níveis de velocidade de andar,
como por exemplo -2, -1, 0, 1 e 2.

15 – Tabuleiro: (Modo presencial)

Estimular para que os alunos mantenham uma escuta mútua dentro do tabuleiro fazendo o equilíbrio
do mesmo.
Variações: Todos andam ao mesmo tempo, todos param, todos andam com sinalização, todos param
com sinalização, anda um de cada vez, andam todos e um fica parado, um começa andar e
gradativamente outros vão andando um a um e depois neste mesmo esquema para.

16- Andando e reduzindo o espaço: (Modo presencial)

Andar pelo espaço diminuindo o mesmo entre si, até que se junte ao máximo, mas sem parar de
335
mover, até que há um sinal para que todos se afastem em direções opostas.

17- Equilíbrio do espaço com 2 pessoas e mais: (Modo presencial)

Equilibrar o espaço usando 2 pessoas sem dar um título, dando foco, mas com um propósito de
contar uma história pela imagem. Depois entram mais pessoas acrescentando nessa imagem mais
narrativa.

18- Jogo da estatua: (Modo presencial)

Todos ficam de costas, a professora determina uma personalidade ou coisa, então com o comando
todos viram para frente já nessa estatua, a professora escolhe alguém para sair e essa pessoa então
irá escolher a próxima coisa e personalidade, até que saiam todos e sobre um vencedor.

336
Unidade 2. Música

No módulo de música os alunos terão a oportunidade de conhecer a fundo a história da


música brasileira. Na parte prática o aluno é estimulado a trabalhar sua percepção musical e
capacidade de concentração, como também a criação de instrumentos recicláveis.

337
Aula 11 - O que é Música?

Conteúdo & Conceitos

O que é música?
É uma arte expressada por meio da junção organizada e sucessiva de sons, os quais se combinam
em melodia, harmonia e ritmo.

Os Elementos da Música

Melodia
É a sucessão de notas musicais que estabelece um sentido musical. De forma prática, alguns
exemplos de melodia são: a parte cantada de uma música, um solo de saxofone ou flauta, ou até
mesmo o canto de alguns pássaros, entre outros. Na melodia, cada nota musical é reproduzida por
vez. Ou seja, duas notas ou mais não são reproduzidas ao mesmo tempo. Considerando isto,
podemos classificar como instrumentos melódicos aqueles nos quais tipicamente uma nota é tocada
de cada vez. Exemplos: voz, saxofone, clarinete, flauta, trompete, violino, etc.
A seguir, alguns instrumentos melódicos:

Através da melodia, podemos reconhecer uma música por meio de um simples assobio ou humming.
Quanto mais simples, mais fácil será a memorização da melodia. Exemplos: Parabéns para Você,
Asa Branca, vinhetas de TV e hinos.

Harmonia
Quando duas ou mais notas são reproduzidas simultaneamente, formam um acorde. O conjunto de
acordes tocados durante uma música serve de base para a melodia da mesma. Esta base é chamada
de harmonia. Por exemplo, uma pessoa cantando e tocando violão, está fazendo a harmonia da
música com os acordes no violão, e a melodia com sua voz.
Enquanto em instrumentos melódicos as notas normalmente soam uma de cada vez, em
instrumentos harmônicos é mais comum que várias notas sejam tocadas ao mesmo tempo.
A seguir, alguns exemplos de instrumentos harmônicos:

338
Ritmo
O ritmo é que vai ditar o tempo musical e estilo de música. Através da duração de cada nota, é
possível dar ritmo para a música. A acentuação se destaca neste elemento. Ela faz marcação regular
entre sucessão de sons fortes e fracos, dividido em porções de valor chamadas compassos.
O Andamento é a velocidade no qual o ritmo é tocado.

Demonstração e/ou Aplicação

Ouça a seguir melodias conhecidas sendo interpretadas por instrumentos melódicos substituindo a
voz principal do(a) cantor(a):
Dona de Mim - IZA interpretada na flauta doce:
https://drive.google.com/file/d/1oTmIHadI2wFLTPEtj-v9XXSp8TT8DDtV/view?usp=sharing
Pirata e Tesouro - Ferrugem interpretada no saxofone: https://drive.google.com/file/d/1g-
8BhGAvzzHfRxjWPuHDAUdw5kAc1UiD/view?usp=sharing
O que é o que é - Gonzaguinha interpretada no violino:
https://drive.google.com/file/d/1NhBOYWEjNliTBo9LgZB6lycxq3DnEQC8/view?usp=sharing
Despacito - Luis Fonsi interpretada na clarineta:
https://drive.google.com/file/d/1EkCi8Six8ZZPY4_njTPqn2zGMYok3awD/view?usp=sharing
Havana - Camila Cabello interpretada no trompete:
https://drive.google.com/file/d/1FPX_A8onps2TLigh1DNO0w18FmWiS-9I/view?usp=sharing

Nos exemplos abaixo é possível diferenciar a melodia da harmonia:


Piano (harmonia) acompanhado voz (melodia): https://youtu.be/ILKjxCfdVd4
Violão (harmonia) acompanhado voz (melodia): https://youtu.be/6Ir9AtNasaY
Coral acapella harmonizando a melodia principal: https://youtu.be/0FxGRuUN9No
Harmonia / Ritmo / Melodia: https://youtu.be/SGF0-SJVqBg

Atividade(s)
I) Responda as perguntas a seguir:
a) Quais são os 3 principais elementos da música?
b) Qual a principal diferença entre instrumentos melódicos e harmônicos?
339
II) Classifique os instrumentos abaixo como Melódicos ou Harmônicos:
a) Vibrafone
b) Flauta transversal
c) Saxofone
d) Piano
e) Clarinete
f) Sanfona
g) Harpa
h) Baixo elétrico
i) Teclado

III) Conforme citado nesta aula, através da melodia podemos reconhecer uma música por meio de
um simples assobio. Grave um áudio assobiando ou fazendo humming de uma música relativamente
conhecida. Na próxima aula, o áudio será reproduzido para a turma e verificaremos se a canção
escolhida será reconhecida pelos demais colegas.

Aula 12 - Escalas Musicais

Conteúdo & Conceitos

Escalas musicais são sequências ordenadas de notas. Por exemplo: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si,
dó. Essas sequências são previamente definidas de acordo com o tipo de escala, e cada escala possui
uma sonoridade.
Para essa aula precisaremos baixar um teclado virtual, caso você não possua celular, peça ajuda ao
seu professor.

Demonstração & Aplicação

a) Escala Maior (Na tonalidade de Dó):


Essa escala é uma das mais utilizadas na música ocidental.
Ouça: https://youtu.be/H0ZNEJIdYWU

b) Escala Menor Natural (Na tonalidade de Dó):


Para muitos músicos a sonoridade soa mais triste em relação e a escala maior.

340
Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=sgQ38-EaM5E

mib láb sib

c) Escala Menor Harmônica (Na tonalidade de Dó):


Sua sonoridade remete a música árabe
Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=sgQ38-EaM5E

mib láb

341
d) Escala Menor Melódica (Na tonalidade de Dó):
Muito usada no Jazz e na Música Latina
Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=DnMIKR7OYPI

mib

Atividade(s)

I) Utilize o link do Piano virtual e toque as seguintes escalas:


https://www.musicca.com/pt/piano

a) Maior c) Menor Harmônica


b) Menor d) Menor Melódica

II) Responda às seguintes perguntas:


a) Qual escala tem a sonoridade árabe?

b) Qual escala é usada no jazz?

c) Qual é a diferença entre a escala menor natural e a escala menor harmônica?

342
Aula 13 - Elementos do Som

Conteúdo & Conceitos

Elementos do som

Intensidade - Sua unidade de medida é o decibel (dB) .Quanto mais decibéis, maior a sensação de
volume.

Decibelímetro - equipamento usado para medir nível sonoro:

Frequência
Enquanto a intensidade do som é medida por decibéis e está relacionada ao volume do som, a
frequência é medida por hertz (Hz) e trata de quão grave ou agudo um som pode ser. Quanto maior
a frequência, mais agudo é o som e, quanto menor a frequência, mais grave. Além de agudo e grave,
há ainda uma classificação intermediária: o som médio.

Classificação dos sons quanto à frequência:

Demonstração e/ou Aplicação

Intensidade - É através dela que conseguimos distinguir o quanto um ambiente pode ser saudável ou
perigoso para o sistema auditivo.

Intensidade dos ruídos em nosso dia-a-dia:

343
O nível sonoro pode influenciar o estado de espírito e, no caso de ser muito elevado, pode até
mesmo provocar lesões auditivas permanentes. Veja a imagem a seguir:

Frequência
Quando dizemos que um instrumento musical de corda está afinado, significa que cada corda está
emitindo sons na frequência adequada correspondente a cada nota musical. Tomando o violão como
exemplo, seguem abaixo uma imagem e uma tabela indicando a frequência que cada corda deve
soar quando tocada solta, na afinação normalmente utilizada:

Fonte: https://andersonreiss.com.br/

Apesar de ser necessária muita prática, há musicistas que conseguem afinar seus instrumentos sem
o auxílio de equipamentos, porém a maioria das pessoas utiliza um afinador digital para verificar se
as cordas estão emitindo sons nas frequências adequadas.

Afinador digital:

Atividade(s)
Baixe o aplicativo pelo link abaixo e verifique a intensidade dos sons. Meça o nível de decibéis
em diferentes pontos da sua casa/curso. Caso não possua celular, utilize o do professor ou reveze
com algum colega.
https://play.google.com/store/apps/details?id=kr.sira.sound&hl=pt_BR&gl=US

Local - Nível Sonoro


_________ ___________

344
Local - Nível Sonoro
_________ ___________

Local - Nível Sonoro


_________ ___________

345
Aula 14 - Espectro Sonoro
Conteúdo & Conceitos

Espectro Sonoro
São as faixas de frequência em que existem ondas sonoras audíveis ou não para um certo grupo.
Veja abaixo uma imagem, a qual ilustra e destaca o Espectro Sonoro dos seres humanos:

Imagem do livro "FQ8 - Sustentabilidade na Terra - Edições ASA".

Sons Audíveis
São aqueles que o ser humano tem capacidade de ouvir. Analisando a figura anterior, pode-se
concluir que o ser humano é capaz de captar apenas vibrações com frequências entre 20 Hz e
20.000 Hz.
Os sons de 20 Hz são os mais graves que os nossos ouvidos captam, enquanto os de 20.000 Hz
são os mais agudos que os nossos ouvidos são capazes de captar.

Infra-Sons
São todos os sons com frequência inferior a 20 Hz. Estes sons são muito graves e não são
captados pelo ouvido humano, embora possam ser captados por outros animais ou equipamentos.

Ultra-Sons
São todos os sons muito agudos, com frequência superior a 20.000 Hz. São muito úteis na
medicina, onde são utilizados para a realização de ecografias (exames de ultrassom). Também
são utilizados com sucesso na pesca para identificar cardumes de peixes.

Sons Captados por Diferentes Animais


Além dos humanos, existem muitos outros animais que conseguem captar sons que nós não
conseguimos. Alguns destes animais têm um espectro sonoro, ou seja, uma sensibilidade
auditiva maior ou menor do que a do ser humano.
Na imagem seguinte, é apresentada uma comparação entre os sons captados e emitidos por
diferentes animais:

346
Ao analisar a imagem acima, é possível notar que existem animais que conseguem captar sons
em intervalos de frequências diferentes dos captados pelo ser humano. Por exemplo, o Golfinho
capta sons entre os 150 Hz e os 150.000 Hz. Sendo assim, é possível perceber que há sons graves
que conseguimos captar e o golfinho, não. Em contrapartida, este animal é capaz de captar sons
agudos que não são percebidos por nós.

Demonstração e/ou Aplicação

Infra-sons
Os infra-sons são de grande utilidade na previsão de um abalo sísmico (tremor de terra;
terremoto) pois são captados pelos sismógrafos, equipamentos usados para alertar e prever a
ocorrência de um terremoto ou erupção vulcânica. Durante estes fenômenos naturais, ocorre a
produção de infra-sons.

Sismógrafo usado para detectar terremotos:

347
Ultrassons
Durante um exame de ultrassom, a parte do ecógrafo em contato com a barriga da mulher
grávida emite ultrassons, cujas ondas penetram a pele e refletem no feto. Cada onda que vai de
encontro ao feto, volta em forma de eco e é registrada pelo equipamento, sendo assim formada a
imagem do feto.
Ecógrafo sendo utilizado durante ecografia:

O aparelho que emite ultrassons para identificar cardumes no mar chama-se sonar e segue o
mesmo princípio do ecógrafo. Além de ser muito útil para a pesca, o uso de sonares é
extremamente importante para a segurança de tripulações, pois é capaz de mapear a
profundidade do mar e identificar objetos sob a água, como icebergs. A utilização de sonares
para localizar objetos no fundo do mar foi motivada pelo desastre do navio Titanic, em 1912.
Os ultra-sons são utilizados nos sonares de barcos de pesca:

Sons Captados por Diferentes Animais


Ao contrário do que muitos pensam, a maioria dos morcegos enxergam bem. Contudo, muitas
espécies utilizam principalmente o sistema de ecolocalização para se orientarem. A ecolocalização
é a emissão de ultrassons, que ao se chocarem contra alguma superfície, retornam para a origem em
forma de eco. Com isso, eles podem saber, por exemplo, se há uma árvore por perto, a que distância
esta se encontra, e seu tamanho.

Atividade(s)
I) Utilizando fones de ouvido ouça o áudio do link e responda as perguntas abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=HkzVxwghiik

a) A partir de qual frequência mostrada no vídeo você começou a escutar o som?


b) A partir de qual frequência mostrada no vídeo você parou de escutar o som?

348
II) Responda as perguntas abaixo:
a) O que são infra-sons?
b) O que são ultrassons?
c) Quais equipamentos emitem ou captam estes tipos de sons e quais são suas utilidades?

349
Aula 15 - A História do Funk

Conteúdo & Conceitos

Funk Americano (Funk & Soul)


O Funk é um gênero musical que se originou em comunidades afro-americanas em meados
da década de 1960, quando os músicos criaram uma nova forma de música rítmica e dançante
através da mistura de soul, jazz e rhythm and blues.
James Brown é considerado o pai do Funk. Suas danças e performances explosivas eram sua
marca registrada.

A História do Funk no Brasil


Ao final de 1970 desembarcava no Brasil o “Funk”. Apesar do nome (ainda utilizado nos
dias de hoje) o estilo que estava chegando por aqui era bem diferente do que conhecemos hoje. Aos
poucos o funk foi ganhando “temperos” brasileiros e caindo no gosto de todas as festas do país.
Mas não para por aí. O funk representa a voz de muitos que não eram e que ainda não são
ouvidos. É diversão, mas também gera polêmica. Vamos conhecer a linha do tempo desse tão
popular estilo:

O funk passou por diversas transformações com o passar das décadas, entretanto desde
sempre arrastou as multidões.
1970

350
Inicialmente, os primeiros bailes eram chamados de bailes da pesada, o mesmo ocorria na
zona sul do Rio de Janeiro. Nesse primeiro momento era predominante o Funk/Soul americano.
Logo, surgiram os primeiros artistas de música Funk/Soul brasileira, como: Tim maia e
Banda Black Rio & Gerson King Combo.
1980
Com o surgimento do Miami Bass, o funk carioca começa a se desenhar. Surgem os
primeiros DJs e, ainda no fim da década, as primeiras versões/paródias com letra em português.
Fernando Luís Mattos da Matta, conhecido como DJ Marlboro, foi o principal responsável
por fazer o gênero se tornar o que é hoje. Foi ele quem introduziu a bateria eletrônica no gênero
musical, recurso esse que perdura até os dias atuais.
No final da década de 1980, o DJ lança seu primeiro disco, intitulado “Funk Brasil”:

1990
Os bailes começam a se popularizar e o funk ganha voz nas áreas periféricas. Surgem as
primeiras produções feitas aqui e, consequentemente, os primeiros MCs.
As letras retratavam o cotidiano das comunidades e pediam por paz, como podemos ouvir
em "Rap da felicidade" e "Rap do Silva", músicas que marcaram essa década.
Ritmicamente, o funk começa a ganhar elementos afro-brasileiros, e o ritmo maculelê é
sampleado nas baterias eletrônicas.
2000
A Equipe "Furacão 2000" foi responsável por permitir que o funk circulasse por todos os
cantos, numa época na qual acesso à internet era coisa para poucos.
Logo, o funk cai na grande mídia, as letras já não são mais voltadas apenas para questões
das comunidades, falando também sobre empoderamento, sexualidade e ostentação. Ainda nessa
década, as mulheres ganham espaço no estilo.

2010
Com o funk já consolidado e sendo uma febre entre os jovens, surgem diversos subgêneros
como: Bregafunk, Funk ostentação, PopFunk, 150bpm e proibidões.
Como sempre, o funk no Brasil continua misturando novos ritmos e fazendo parcerias com diversos
estilos, e cada vez mais sua produção têm saído do Rio de Janeiro e de São Paulo para se espalhar
por todos os cantos. (Camila Fernandes)

Funk carioca tem semelhança com o maculelê. (Caetano Veloso)

Demonstração e/ou Aplicação

Ouça a seguir algumas músicas que marcaram a história do funk:

1960
351
James Brown - I Feel Good: https://drive.google.com/file/d/13e7HlnOgXmkYl-
2galIw9_Cv4wIqkUE6/view?usp=sharing
1970
Exemplo de música que era tocada nos “Bailes da Pesada”:
https://drive.google.com/file/d/1NuWLGqubbgjEqkE1hjT_svRC047-CvdG/view?usp=sharing
Tim Maia - Sossego: https://drive.google.com/file/d/1JTqnX4q4QcKXY_H-X4ZGb-
F4DawwQBDL/view?usp=sharing
Gerson King Combo - Mandamentos Black: https://drive.google.com/file/d/13T7-
MzfQRtwB6mzizhsnwnQF4lFQGxTr/view?usp=sharing
1980
Música estilo Miami Bass: https://drive.google.com/file/d/1H-
EuJZWqJ9lLvJaiPUVQ0AQM24UOQGeF/view?usp=sharing
DJ Malboro MC Batata - Entre Nessa Onda: https://drive.google.com/file/d/1pMoOX-
Yj4kn63WdZn4wdOU-DVcWRRZw3/view?usp=sharing
1990
Mc Bob Rum - Rap do Silva:
https://drive.google.com/file/d/1qRz8WvVY3TJNZLBmA1z8qlOH5HXjb_el/view?usp=sharing
2000
Tati Quebra Barraco - Boladona (feat. DJ Marlboro):
https://drive.google.com/file/d/1M8D2I9ryygr2T1xOJtrPm5tTHa54vLpn/view?usp=sharing
Bonde do Tigrão:
https://drive.google.com/file/d/1GleXJrnqRBcwk0tzK3c9CYmomaJg1pFR/view?usp=sharing

2010
Funk Ostentação: MC Guimê part. Emicida - País do Futebol:
https://drive.google.com/file/d/1HQHeqFxznWTOssXqSpF46R1TjQxtqn1u/view?usp=sharing
Valesca popozuda - Beijinho no Ombro:
https://drive.google.com/file/d/1sTvl6HPVQlpx2A9YIg4JUi4oaPqjVAEe/view?usp=sharing
Brega Funk: Dadá Boladão e Tati Zaqui ft. OIK - Surtada:
https://drive.google.com/file/d/1EluvWaHKoMYlom4FcbodA-qBWniAHHHQ/view?usp=sharing

Atividade(s)

Responda as perguntas abaixo:


a) Em qual gênero musical o funk carioca teve origem?

b) Como se chamavam os primeiros bailes funk, realizados na Zona Sul do Rio de Janeiro, na
década de 1970?

c) Qual o nome do DJ que ficou famoso por tocar funk nos bailes cariocas já na década de 1980?

d) Qual a diferença de conteúdo entre as letras de funk dos anos 1990 comparadas às letras atuais?

e) Quando as MCs mulheres começaram a ganhar espaço no funk carioca?

f) Quais subgêneros do funk surgiram ao longo do tempo no Brasil? Com qual você mais se
identifica e por quê?

352
Aula 16 - A História da Música Popular Brasileira (Parte 1)

Conteúdo & Conceitos

Introdução
Em 1500, ano de descobrimento do Brasil, já havia música indígena por aqui. Os portugueses
estavam trazendo a “música europeia”, e os escravizados, música Africana. Nosso povo, nossa
cultura e, claro, nossa música é fruto dessa miscigenação, ou seja, desta mistura. Podemos dizer,
então, que a música brasileira se originou da mistura das músicas indígena, europeia e africana.
Cada grupo influenciou nossa música com seus instrumentos, danças e ritmos. Com o passar do
tempo, esses estilos foram se misturando e se desenvolvendo. Nasce, assim, a música popular
brasileira.

Música Nativa (Indígenas)


Antes da chegada dos portugueses, a música existente em nossas terras era a música dos nativos
indígenas. Com chocalhos, flautas e bastões de percussão os índios utilizavam a música em rituais
e festividades.
A voz e o canto são dominantes na música indígena, mas existem algumas peças instrumentais
usadas como apoio em danças e rituais.

Música Europeia (Jesuítas)


No século XV com a chegada dos portugueses ao Brasil os jesuítas eram os responsáveis por
catequizar os índios. Utilizavam para tal a música sacra renascentista cantada em latim.

Música africana (Angolanos e Congoleses)


A música africana é muito antiga e diversificada. Assim como vimos na música indígena, a música
entre esses povos era principalmente ligada à religião, ou seja, eram utilizadas em rituais religiosos
ou como forma de comunicação, para ensinar os costumes e a cultura às novas gerações.
Os africanos criaram vários instrumentos musicais, principalmente da família da percussão, e
também utilizavam muito o canto. Alguns exemplos de instrumentos de origem africana são:
atabaque, berimbau, reco-reco, agogô, afoxé, kalimba, djembé e vários outros.
Kit de instrumentos usados na música Africana

Início da popularização e solidificação da música no Brasil


A partir do século 16 o lundu começa a tomar as ruas do Rio de Janeiro e Bahia. De origem
Angolana e Congolesa, esse estilo era acompanhado por danças sensuais chamadas "Umbigadas".
No século 17 chega na Bahia a " Moda portuguesa", que também se espalhou para outras
localidades como Rio de Janeiro e São Paulo, sempre atrelada as camadas mais populares, junto as
quais terminou incorporando o lundu, praticado pelos negros da colônia, que seria responsável pelo
surgimento da modinha brasileira.
353
Chegada de João VI
A chegada de Dom João VI ao Brasil provocou também uma mudança cultural na sociedade do Rio
de Janeiro. No que se refere à música no período joanino, é de se salientar a introdução da música
erudita em uma cidade acostumada com a sonoridade produzida pelas classes populares. Além disso,
D. João também era grande entusiasta da música popular.
Antes da chegada da Corte portuguesa, a prática de execução musical era tida com uma atividade
subalterna, ligada aos ofícios manuais, não sendo praticada pela elite. Com o estímulo de D. João
VI, a situação foi se alterando.

Choro
Com a chegada da corte portuguesa vieram instrumentos de origem europeia como o piano,
clarinete, violão, saxofone, bandolim e cavaquinho. Logo os músicos praticantes da modinha e
Lundu adaptaram sua música a esses instrumentos. Surgindo Assim o Choro ou “Chorinho”.
Esse estilo ficou consolidado no século 18 e logo apareceram grandes nomes como Joaquim
Callado Jr., Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha.

Demonstração e/ou Aplicação

Música indígena

Clique na imagem para ouvir.

Lundu (origem africana): sensual e dançante. Trazida por escravizados angolanos. Percussão muito
semelhante à do samba.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=TQmfIEi5-C4

Modinha (origem portuguesa): gênero mais tranquilo e romântico. Resultado do gênero português
Moda misturado às culturas indígenas e africanas. Esta mistura cultural trouxe o uso de ritmos mais
complexos.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=M849Q0lBr38

Choro (origem Brasileira): final do século XIX. Músicas chorosas e sentimentais. A princípio, os
músicos utilizavam somente instrumentos de sopro:

Pixinguinha - Virtuoso Saxofonista e um dos precursores do choro.


Carinhoso -https://www.youtube.com/watch?v=GTaHooASWGo
Naquele tempo https://www.youtube.com/watch?v=AwryEdYhYGg

354
Chiquinha Gonzaga - Primeira Compositora / Pianista de choro.
Corta Jaca https://www.youtube.com/watch?v=FbjxquKXEJo
Lua Branca https://www.youtube.com/watch?v=m_vaRKqCDYM

Atividade(s)

Responda as perguntas abaixo:


a) Qual é a origem do Lundu ?

b) Qual é a origem da Modinha?

c) Qual instrumento tocava Pixinguinha ?

d) Quem foi a primeira compositora de Choro ?

e) Entre Lundu e Modinha, qual dos dois possui mais elementos percussivos?

f) Dom João VI gostava de música?

355
Aula 17 - História da Música Popular Brasileira (Parte 2)

Conteúdo & Conceitos

Samba - Déc. de 20
O Samba foi criado no Brasil e sua origem são os batuques trazidos pelos negros
escravizados, misturados aos ritmos europeus. Possui elementos do Lundu, Polca e Choro.
Musicalmente, apresenta estrutura mais simples que o Choro, porém a presença da batucada
é mais forte. As letras trazem irreverência e questões sociais. Sua dança traz traços do Lundu &
Semba.
Inicialmente, as festas de danças dos negros escravizados na Bahia eram chamadas de
"samba". Os estudiosos apontam o Recôncavo Baiano como o berço do samba, especialmente o
costume de dançar, cantar e tocar instrumentos em roda. Logo esse estilo foi se popularizando e
chegou ao Rio de Janeiro.

Bossa nova - Déc. de 50


Movimento musical criado no Rio de Janeiro, tem como origem o Samba e o Jazz Norte
Americano. Do samba, herda melodias simples e divisão binária; do Jazz, as harmonias complexas
e andamento lento. As letras eram leves com poesias que quase sempre falavam de amor e cotidiano
dos jovens da época.

Música popular brasileira Déc. de 60


Logo após o movimento da Bossa Nova, surge o movimento de "Música Popular Brasileira”
encabeçado por artistas dispostos a resgatar as influências folclóricas e regionais na música
brasileira. O movimento ficou conhecido por grande oposição ao regime militar (instaurado nessa
década).

Novos rumos da Música Brasileira


A partir da década de 70, a MPB começa a receber elementos do Rock e suas vertentes.
Surgem movimentos como a Tropicália e Jovem Guarda. Cada vez mais estilos e ritmos vão sendo
abrangidos pela música brasileira. Hoje em dia, o termo MPB é muito amplo.

Demonstração e/ou Aplicação

Samba
1916 - Primeiro samba Gravado no Brasil “Pelo Telefone”
https://www.youtube.com/watch?v=woLpDB4jjDU

1930 - Na Pavuna (uma das primeiras gravações onde nota-se a presença da percussão)
https://www.youtube.com/watch?v=t1J7UYyFAl8

1932 - Primeira Linha - Heitor dos prazeres


https://www.youtube.com/watch?v=56Gfl9KoEno

Bossa Nova
1959 - Maria Ninguém - Carlos Lyra (interpretação João Gilberto)
https://www.youtube.com/watch?v=H9i60MF48UM

1959 - Chega de Saudades - João Gilberto


https://www.youtube.com/watch?v=G-G8-M10BZ4

356
1964 - Garota de Ipanema - Tom Jobim
https://www.youtube.com/watch?v=WuenyQ4NCQE

1967- Bossa Só - Johnny Alf


https://www.youtube.com/watch?v=He6kRYC9BEg

MPB
1967 - Travessia - Milton Nascimento
https://www.youtube.com/watch?v=gjn0xsKIUiM

1968 - Tropicália - Caetano Veloso


https://www.youtube.com/watch?v=gr3-zwecT9Y

1968- Pra dizer que não falei das flores - Geraldo Vandré
https://www.youtube.com/watch?v=1KskJDDW93k

1976- Como Nossos Pais - Elis Regina


https://www.youtube.com/watch?v=gdgj1kYqiFI

1982 - Drão - Gilberto Gil


https://www.youtube.com/watch?v=UM0dWDzAm3k

1976 - Djavan - A Voz, O Violão, A Música de Djavan


https://www.youtube.com/watch?v=QBc7lHK0uzk

1994 - Malandragem - Cássia Eller


https://www.youtube.com/watch?v=bFRBQjBuQmo

Atividade(s)

Responda as perguntas abaixo:


a) Em qual estado do Brasil o samba surgiu?

b) Em qual estado do Brasil surgiu a Bossa Nova?

c) Qual é o nome do primeiro samba gravado?

d) Qual era o objetivo inicial do movimento MPB?

e) Qual acontecimento político influenciou a música na década de 60?

f) Após ouvir os exemplos mostrados nesta aula, escreva com suas palavras as diferenças entre
Samba e Bossa Nova.

357
Aula 18 - Ritmo e Figuras Rítmicas

Conteúdo & Conceitos

Figuras musicais (ou figuras rítmicas) são símbolos utilizados para representar o ritmo de
uma música. A partir delas podemos escrever o ritmo em uma partitura. Desta forma, qualquer
musicista que saiba ler partituras, poderá executar uma música, mesmo sem nunca tê-la escutado
antes.
Como podemos ver na tabela abaixo, cada figura de som tem um nome, um denominador
(código) e uma figura de pausa correspondente.

As partituras são escritas seguindo fórmulas de compasso. Antes de vermos como funciona a
fórmula, é importante sabermos o que é um compasso: é uma forma de dividir os sons e pausas de
uma composição musical, com base em seu ritmo e andamento. O início e o fim dos compassos de
uma música são marcados por barras, conforme mostra a imagem a seguir:

A fórmula de compasso mais popular é 4/4 (lê-se: quatro por quatro), e utilizaremos esta
para explicar a fórmula:

358
No exemplo acima cada compasso contém quatro tempos, ou seja, quatro beats, os quais
estão indicados na cor laranja. Na fórmula do compasso, esta informação vem indicada no número
de cima (numerador). Já o número de baixo (denominador), indica o código correspondente à figura
que preenche apenas 1 tempo dentro do compasso.
Conforme informado na primeira tabela desta aula, a figura que corresponde ao
denominador/código 4 é a semínima ( ). No primeiro compasso, podemos ver que há exatamente
quatro semínimas preenchendo cada um dos quatro tempos do compasso.
Já no segundo compasso, há apenas três notas, e você pode estar se perguntando: E o quarto
tempo? Ele não está preenchido? Sim, ele está. Todos os tempos de um compasso devem ser
preenchidos. Mesmo que o compositor queira silêncio naquele momento, ele deve usar as figuras de
pausa para preencher estes “vazios”. Mas no segundo compasso não há nenhuma pausa porque a
figura que começa no terceiro tempo dura até o final do quarto tempo. Esta figura é uma mínima
( ), e ela dura o dobro de tempo da semínima. Logo, ela está ocupando o mesmo espaço que duas
semínimas ocupariam.
Veja abaixo a proporção de duração entre as figuras:

Uma composição tem seus compassos preenchidos com variadas figuras de som e de pausa.
Os compassos são diferentes entre si, mas todos respeitam a fórmula de compasso, contendo a
mesma quantidade de tempos em cada um deles. Veja abaixo como os compassos têm aparência
diferente entre si:

Demonstração e/ou Aplicação

A música “Rolling in the Deep” da cantora Adele é um ótimo exemplo de música em 4/4. É
possível perceber as semínimas em cada tempo marcando o ritmo da música:
https://youtu.be/rYEDA3JcQqw?t=2
A partir de 0:23 repare na bateria executando este ritmo:

359
Já no sucesso “We Will Rock You” da banda Queen, podemos notar a bateria executando colcheias
e semínimas, fazendo o “tum-tum tá”: https://www.youtube.com/watch?v=-tJYN-eG1zk

Representação rítmica do trecho

360
Figuras rítmicas e fonemas

Atividade(s)

Escreva quatro compassos para cada fórmula abaixo. Utilize tanto figuras de som, quanto de pausa.
Na próxima aula, a turma vai executar alguns ritmos criados nesta atividade.
a) 4/4

b) 3/4

c) 2/2

361
Aula 19 - Música e Reciclagem

Conteúdo & Conceito

De tudo se faz música, com tudo se faz música! Nessa aula iremos aprender a dar nova vida
a objetos quase sempre descartados e geralmente encontrados na nossa casa.
Tamborim, chocalhos, copos e até canos PVC. Todos serão nossos aliados no aprendizado
da música.

Demonstração e/ou Aplicação

Ganzá/chocalho com pote de iogurte e arroz

Coloque grãos de arroz em um dos potes e junte ao outro utilizando fita adesiva.
Os movimentos longos dão a sensação de ataque e, os curtos, de marcação.
Ouça o som do ganzá:
https://www.youtube.com/watch?v=khXCLlf09MA
No samba ele faz o mesmo ritmo do pandeiro https://www.youtube.com/watch?v=_WjpYxwz2fI
Ritmo com copos

Fazer música com copos pode ser muito divertido! Para isso seguiremos os passos juntos:

Passo 1 Para começar pegue um copo de plástico resistente e coloque em cima de uma mesa.
Passo 2 bata palmas duas vezes.
Passo 3 Bata 3 vezes na mesa "123"
Passo 4 Bata palmas 1 vez
Passo 5 Levante o copo.

362
Passo 6 Com a mão direita pegue o copo pelo seu lado esquerdo e bata a boca do copo na mão
esquerda.
Passo 7 Ainda com a mão direita bata o copo com o fundo na mesa.
Passo 8 Bata o fundo do copo na mão esquerda
Passo 9 Bata a mão direita na mesa
Passo 10 Segure o copo com a mão esquerda e bata contra a mesa.

Vídeos demonstrativos:
Execução: https://youtu.be/p_lM8kM5Iz0
Tutorial: https://www.youtube.com/watch?v=Y5kYLOb6i5I

Posicionamento dos copos

Canos PVC (para aula presencial)


Com a ajuda do professor iremos cortar os canos pvc seguindo o diagrama abaixo. Perceba que cada
cano emitirá uma nota diferente.

Então, se partirmos de um pedaço de cano de 1 metro, teremos as seguintes medidas:

Cano 1 Dó 1 m
Cano 2 Ré 88 cm
Cano 3 Mi 80cm
Cano 4 Fá 75cm
Cano 5 Sol 66cm
Cano 6 Lá 60cm
Cano 7 Si 53cm
Cano 8 Dó 50c
Quanto menor o cano, mais agudo será o som e, quanto mais longo, mais grave.

363
Cada cano deve ser identificado com uma cor referente a sua nota.

Dó Vermelho Ré Laranja Mi Amarelo Fá Limão Sol Verde Lá Azul


Si Rosa Dó (mais agudo) Vermelho

Atividade(s)

I) Faça um vídeo/apresentação em sala utilizando o ganzá para marcar o andamento de uma música
proposta em sala.

II) Faça um vídeo/apresentação em sala executando o exercício com os copos.

III) Pesquise e escreva sobre a origem do Ganzá.

364
Aula 20 - Cover, Versão traduzida, Remix e Sample

Conteúdo & Conceitos

Cover
É uma regravação de uma canção já gravada anteriormente. Muitos músicos fazem covers como
forma de homenagear quem gravou a canção pela primeira vez. Existem covers bastante parecidos
com a versão original, porém há também casos quando o artista faz várias alterações nos elementos
da música original, atribuindo bastante originalidade ao cover.

Versão traduzida
As versões traduzidas normalmente ocorrem quando uma música faz muito sucesso não só em seu
país de origem, como também em outros lugares pelo mundo. Desta forma, um artista local regrava
a canção, mantendo as principais características da melodia, harmonia e ritmo. Para que a versão
traduzida “encaixe” principalmente na melodia e ritmo originais, é comum que a letra sofra
adaptações no momento da tradução.

Remix
Também conhecido em português como remixagem, o remix é uma música gravada anteriormente,
a qual sofre modificações realizadas em um programa de edição de áudio. Estas modificações são,
na maioria das vezes, feitas por um DJ, e normalmente se caracterizam pela aceleração do
andamento (velocidade) da música, além da adição de beats e efeitos, criando uma versão
geralmente mais animada.

Sample
É quando amostras de sons já existentes são adicionadas à gravação de uma nova música. Estas
amostras de sons podem ser trechos de músicas já existentes, um instrumento ou um beat separado,
ou até mesmo sons do dia-a-dia.
No meio musical, o verbo “samplear” significa utilizar estas amostras de sons já existentes para
ajudar a compor uma nova música. Assim como o cover, samples também podem ser utilizados
como forma de homenagear o artista que gravou a música original.

Demonstração e/ou Aplicação

Ouça a seguir exemplos de Covers, Versões traduzidas, Remixes e Samples:

Covers:
Original: Anitta - Bang: https://www.youtube.com/watch?v=UGov-KH7hkM
Tiago Iorc: https://www.youtube.com/watch?v=yhKfED602xk&t=120s

Original: Nina Simone - I put a spell on you: https://www.youtube.com/watch?v=ua2k52n_Bvw


IZA: https://www.youtube.com/watch?v=GzmS4p3jXvs

Original: Novos Baianos: https://www.youtube.com/watch?v=mlm_SIw2YnI


Xênia França: https://www.youtube.com/watch?v=Sxq73ogSF3s

Versões traduzidas
Original: The Blower's daughter: https://www.youtube.com/watch?v=YkEZaOrzwbA
Versão em português: Seu Jorge - É isso aí: https://www.youtube.com/watch?v=3rn2N0ZbLEQ

365
Original: Lenny Kravitz - It Ain't Over Til It's Over:
https://www.youtube.com/watch?v=TmENMZFUU_0
Versão em português: SPC - A Minha Fantasia: https://www.youtube.com/watch?v=YS932kPSXo4

Original: Garota de Ipanema - Tom Jobim: https://www.youtube.com/watch?v=KJzBxJ8ExRk


Versão em inglês: Amy Winehouse: https://www.youtube.com/watch?v=C6NAcH-wQDo

Remixes
Original: Omi - Cheerleader (0:31): https://www.youtube.com/watch?v=I_NVUZNsh2E
Remix: Felix Jaehn (0:48): https://www.youtube.com/watch?v=jGflUbPQfW8

Original: Lana Del Rey - Summertime Sadness: https://www.youtube.com/watch?v=TdrL3QxjyVw


Remix: Cedric Gervais: https://www.youtube.com/watch?v=akhmS1D2Ce4

Samples:
Original: Lady Zu - Junto a Mim (lançada em 1988) (momento do sample: 1:00):
https://www.youtube.com/watch?v=1pWaoksdMsk
Sampleada em: Filipe Ret: Libertários não morrem (momento do sample: início):
https://www.youtube.com/watch?v=bYkxMW0uWGE

Original: Vanessa da Mata - Amado (momento do sample: início):


https://www.youtube.com/watch?v=D4aKeQ9yM1s
Sampleada em: Filipe Ret ft. Mãolee - Desenho + Numa margem distante (momento do sample: no
início): https://www.youtube.com/watch?v=OiDQsAiGPoE

Original: Claudia - Deixa eu dizer (momento do sample: 0:12)


https://www.youtube.com/watch?v=dsRynn4S1dM
Sampleada em: D2 - Desabafo (momento do sample: 1:30)
https://www.youtube.com/watch?v=Cz2iz6MEtLM

Original: Pon De Floor (feat. Vybz Kartel): https://www.youtube.com/watch?v=fAA4DkeqvWA


Sampleada na músicas:
Beyoncé - Run the world (Girls): https://www.youtube.com/watch?v=N8t078YDojM
Naldo - Exagerado: https://www.youtube.com/watch?v=QBrxnBbuRuI

Original: Nina Simone - I put a spell on you (momento do sample: 0:17) :


https://www.youtube.com/watch?v=ua2k52n_Bvw
Sampleada em: Cone crew - Chama os Mulekes (momento do sample: início):
https://www.youtube.com/watch?v=VCY24XeoQXk

Original: Luiz Bonfá - Seville (sample: ao longo da música):


https://www.youtube.com/watch?v=MSDl8w3wR2E
Sampleada em: Gotye - Somebody that I used to know (sample: ao longo da música):
https://www.youtube.com/watch?v=8UVNT4wvIGY

Atividade(s)

Responda as perguntas abaixo:


a) Quais são as semelhanças e diferenças entre cover, remix, versão traduzida e sample? Utilize
suas próprias palavras.

366
b) Pesquise na internet e salve links de pelo menos dois covers que não sejam tão parecidos com a
música original.

c) Faça uma nova pesquisa e busque músicas brasileiras sampleadas por artistas internacionais. Cite
o nome e o artista da música original (de onde o sample foi retirado). Além disso, cite também a
música internacional na qual o sample foi utilizado.

367
Unidade 3. Produção Artístico-Cultural

O módulo de Produção Artístico Cultural visa apresentar aos alunos as diversas


possibilidades e formas de trabalho dentro do ramo da cultura, ampliando assim as possibilidades de
futuro profissional, além de estimular o interesse em uma área necessária para o desenvolvimento
de uma sociedade mais saudável.

368
Aula 21 - Produção cultural

Conteúdo & Conceitos

É uma função que está presente em quase tudo que faz nossa vida melhor: teatro, cinema,
música, literatura, exposições, dança… a lista é longa! Mas, afinal, quem é que faz a produção
cultural? Ou melhor, o que é a produção cultural?
Assim como vários outros profissionais da chamada indústria criativa, produtores culturais
são agentes do background – da coxia, do segundo plano, do back-end… a nomenclatura muda, mas
a ideia é a mesma: eles que fazem a máquina girar!
O show não pode parar! E nós vamos mostrar agora como os produtores culturais fazem
para isso não acontecer. Quer saber como?
Confira o post e conheça mais dessa área que une arte, planilhas, gestão e muita cultura!

O que é a produção cultural?


Quando nós vamos a uma boa atração cultural, em geral sequer pensamos em como aquilo
foi posto de pé. Por mais megalomaníaca que seja a estrutura, é comum nem passar pela nossa
cabeça quanto trabalho foi necessário para aquilo. Às vezes notamos a imensidão – mas não
conseguimos pensar na produção, em como foi feito.
Se isso acontece, é sinal de que foi feito muito trabalho! E esse trabalho é a produção
cultural. É comum dizermos que uma atração cultural assim teve “muita produção” ou que foi “bem
produzido”. Essas expressões já dão a deixa para entender a função dos produtores culturais.
Em resumo, a produção é o serviço que provém os meios para algo acontecer e organiza sua
realização. Ela levanta todas as necessidades, tanto materiais, como de serviços; depois organiza as
etapas para conseguir suprir essas necessidades, pensando em várias maneiras possíveis.
Por exemplo, pense em um show; o que se precisa para que ele aconteça bem? Músicos,
instrumentos, equipamentos de som e de iluminação, técnicos, palco, segurança, energia,
alimentação, transporte de pessoas e materiais, divulgação e venda de ingressos… a lista segue, até
contabilidade e pagamento de impostos – produtores culturais pensam nisso tudo!
Como a lista é muito extensa, vamos organizar melhor isso – quais os serviços que um
produtor cultural oferece? Siga a leitura para saber!

Demonstração e/ou Aplicação

A função de um produtor cultural:


Atualmente, cada vez mais se expande a função dos produtores culturais. Isso porque o cenário
cultural tem demandado uma flexibilidade dos seus profissionais – que muitas vezes acabam
acumulando várias e várias função. Pela sua atuação em várias frentes, é comum que a produção
cultural absorva várias dessas funções.
A gestão cultural é bastante afim à atuação da produção. Assim como há a administração de
empresas, há a gestão cultural – a área em que se pensa na ação cultural de um artista ou coletivo. É
comum que se discuta aqui a sustentabilidade financeira, a inovação das criações, o crescimento da
imagem pública, entre outras coisas.
O marketing cultural também é uma área que encontramos com frequência. Em geral associada aos
setores de marketing das empresas, ela está fortemente vinculada à Lei Rouanet e às políticas de
patrocínio. Mas é algo além disso: o marketing cultural atua unindo o conteúdo (a arte, o show) com
seu consumidor (os clientes de uma empresa, os fãs do artista) e viabilizando sua execução.
A produção cultural é um serviço de muitas frentes por isso: todos esses aspectos são necessários
para sentirmos completude em um projeto cultural. Seja através da sua aprovação e financiamento
por uma lei de incentivo, da sua divulgação ou sua execução – para tudo isso é necessário produção.

369
Atividade(s)

1- O presente (Modo presencial)

a. Formar um círculo, bem amplo, o mais espaçado possível, com cadeiras.


b. Sugerir que todos guardem o seu material, tudo o que estiver sobre as cadeiras ou no colo, não
esquecer de colocar os nomes nas suas pastas ou apostilas, porque "isso aqui vai virar uma grande
confusão".
c. Solicitar um voluntário e orientar que ele fique no centro do grupo, em pé.
d. Retirar do círculo a cadeira que ele (o voluntário) estava sentado.
e. Proceder o início do exercício dizendo que "sempre ficará alguém sobrando, uma vez que foi
retirada uma cadeira".
f."Quem ficar no centro, deverá dizer - sem demora, agilmente -, bem alto (todos devem ouvir) o
seguinte": "- Eu trouxe um presente para uma pessoa que...
Exemplos de opções:
... estiver de óculos."
... tem olhos."
... estiver de jeans."
... tem mãos, ou boca, olhos, cabelos ou brincos" e, assim, sucessivamente, usando toda a
criatividade.
g. "Todas as pessoas que se enquadrarem no que for dito, devem trocar de lugar, rapidamente,
inclusive a que estiver no centro; sobrará sempre alguém, que deverá continuar a brincadeira".
h. "As pessoas que sobrarem no centro, a partir de duas vezes, pagarão uma prenda especial, ao
final, a critério do grupo"

2- Figuras de revista (Modo presencial)

É uma dinâmica interessante para mostrar como uma situação pode ter mais de uma interpretação.
Em um ambiente organizacional isso é fundamental, pois é possível se colocar no lugar do outro e,
a partir de um viés diferente, encontrar soluções até então imperceptíveis.
A atividade consiste em espalhar recortes de jornais e revistas pelo espaço e pedir para que as
pessoas escolhem qual figura elas mais se identificam e o porquê.
Mais de um participante pode pegar a mesma gravura e apresentar um motivo diferente por sua
opção.
(No caso eles podem montar um wonderwall com desejos, gostos e depois cada grupo criar uma
história baseada no wonderwall e encenarem)

3- Ritmo com palmas em duplas (Modo presencial ou Modo remoto)

Formam-se duplas onde cada um faz um ritmo diferente de palmas encaixando com sua dupla.
Depois além do ritmo, faz um movimento complementar.

Modo remoto: Neste modo as duplas irão fazer os sons com a boca cada um de uma vez tentando
sincronizar no áudio do vídeo.

4- Auto avaliação do grupo: (Modo presencial ou Modo remoto)

 Cada integrante escreve em um papel o que considera ser o ponto mais forte e a maior
dificuldade de trabalhar com aquela equipe. Reforce aos participantes que a dinâmica será toda
feita de forma anônima;
 Os papéis são recolhidos pelo mediador e redistribuídos de forma aleatória entre os
370
participantes;
 Cada integrante fica com um papel de um colega e o lê em voz alta;
 Depois a equipe deve discutir sobre ideias. Assim, o objetivo é manter os pontos positivos e
solucionar os negativos.
Certamente, vale lembrar que essa dinâmica de grupo precisa ser acompanhada por um mediador.

Modo remoto: Neste modo os alunos irão mandar as avaliações pelo chat e a professora irá ler e
debater com eles.

5- Roda de Conversa: (Modo presencial ou Modo remoto)

Duas rodas, uma dentro da outra, mais ou menos ou exatamente o mesmo número de pessoas, com
música uma roda para a direita e outra para a esquerda, dançando conforme a música, quando a
música parar formam duplas um defronte ao outro (uma pessoa da roda de dentro e outra de fora)
conversam. Volta a música, voltam a rodar e assim por diante, cinco paradas é um bom número.
Modo remoto: O professor irá sortear duplas que irão conversar durante um tempo determinado
entre a turma e o professor, então cada dupla irá conversar enquanto os outros alunos esperam sua
vez.

3- Repórter trilogia: (Modo presencial ou Modo remoto)

Objetivo: Trabalhar o Onde, o O quê, o Quem da cena e o foco da cena e Escuta de Cena
Três atores representam um personagem
-A cena se passa num jornal de televisão, onde é dividida em estúdio jornalístico(de onde o redator
chefe, apresentador, âncora fala) e local da notícia( de onde o repórter de campo fala.
-A plateia escolherá o tema da notícia
-Haverá 4 atores em cena. Um deles interpretará o âncora e os outros três interpretarão a mesma
pessoa, o repórter de campo. Ou seja, esse personagem terá 3 cabeças mas com apenas 1 voz, como
se fosse apenas 1 pessoa falando.
-Para que o efeito de uma pessoa só falando aconteça, os 3 atores terão que falar simultaneamente,
“adivinhando” e entendendo o que os outros estão prestes a falar. Como os irmãos gêmeos que
vemos nos filmes que sempre falam a mesma coisa juntos, na mesma hora.
Exemplo: o tema da notícia proposto é “cemitério” O âncora começará falando algo como
“interrompemos a programação para relatar o caso de um roubo de túmulo em um cemitério de São
Paulo. Vamos agora para o local do crime com nosso repórter Dilson Ramos”. Daí, através de
percepções e boa atenção no que as outras cabeças vão falar, os atores que interpretam Dilson
acabam formulando a frase “Bom dia. Na verdade o que foi roubado foram tumbas e não túmulos”.
E assim segue-se a cena

Obs.: Este mesmo jogo pode ser feito dentro de um contexto de convívio no trabalho ou em
recrutamento.

Modo remoto: Os alunos devem ser instruídos a gravarem a sequencia de fala e que seus microfones
e câmeras estejam ligados.

4- Assassino e detetive: (Modo presencial)

Todos na roda fecham os olhos e o professor corre na periferia e encosta no ombro de uma ou mais
pessoas sinalizando o assassino, então ele dá o comando e todos abrem os olhos. O assassino tem
que piscar para quem ele quiser matar, então a pessoa morre de uma forma melodramática. Todas as
pessoas na roda são detetives em potencial.
- Rodada com vários assassinos
371
- Rodada onde a força do pensamento é a forma de matar, não a piscada
- Andar pelo ambiente com assassino e detetive
- Rodada onde todos são o assassino

372
Aula 22 - Arte e Mundo do Trabalho

Conteúdo & Conceitos

Trabalhar com Arte


Ser criativo é uma característica desejável em diversas profissões. Quem possui esta
qualidade pode se destacar dos demais por enxergar algo que a maioria das pessoas não vê, criar
novas soluções para antigos problemas, transmitir ideias de uma forma inusitada, traduzir e
provocar emoções a partir de uma obra, etc.
É possível exercitar a criatividade em diversos ambientes profissionais, mesmo que
timidamente. Ela pode se manifestar através de uma maneira nova de expor os produtos à venda, de
uma atividade pedagógica criada pelo professor ou mesmo de uma forma inovadora de apresentar
os relatórios de custo de uma empresa.

Demonstração e/ou Aplicação

Algumas áreas de atuação dentro das profissões das Artes:

Artes Visuais
O curso de Artes Visuais te prepara para trabalhar com diversas formas de expressão artística,
trazendo um panorama amplo de saberes nessa área.
Com a formação em bacharelado, você pode atuar em ramos como: artes plásticas, ilustração,
desenho, fotografia, curadoria de museus, design, gestão cultural, cenografia e museologia.
Se optar pelo curso de licenciatura, o foco do conhecimento será educacional, e você estará apto a
dar aulas de artes em escolas e instituições culturais.
Possíveis áreas do conhecimento que você irá estudar:
Arte digital, cultura popular, desenho, pintura, gravura, escultura, fotografia, filosofia da arte,
história da arte, semiótica e fundamentos da educação (licenciatura).

Arquitetura e Urbanismo
Se escolher cursar Arquitetura e Urbanismo, você será capacitado a criar e intervir em ambientes
através da produção, organização e construção de projetos arquitetônicos.
Para isso, são levadas em conta as necessidades sociais, a funcionalidade e o bem-estar das pessoas.
Você sairá apto a trabalhar também com design de interiores, que organiza os espaços internos.
O campo de atuação do profissional que se forma arquiteto abrange instituições públicas ou
privadas, na área de pesquisa ou de educação. Além disso, existe a possibilidade de ser autônomo.
É importante dizer que nesse curso serão cobrados também conhecimentos de exatas.
Possíveis áreas do conhecimento que você irá estudar:
Desenho - artístico e técnico; gestão de projetos, história da arquitetura, gestão ambiental,
urbanismo e infraestrutura, projeto e instalações de prédios, teoria das estruturas, planejamento
urbano, artes plásticas, cálculo e mecânica.

Moda
O curso de moda oferece ao estudante conhecimentos e habilidades para que se expresse através da
produção de vestimentas e acessórios.
Nessa formação, você sairá capacitado para entender sobre as diferentes texturas dos tecidos,
combinação de cores e materiais, modelagens e a melhor forma de impactar o público.
Pode-se trabalhar em empresas, no comércio ou de maneira autônoma.
Possíveis áreas do conhecimento que você irá estudar:

373
História e teoria do design, história da arte, história da moda, estudos da cor, modelagem e moulage,
estudos de estampas, tecnologia têxtil, moda e comunicação, planejamento e criação de coleções e
marketing e fotografia de moda.

Fotografia
Se optar pelo curso de fotografia, você desenvolverá habilidades no manuseio de equipamentos
fotográficos, além de ser orientado sobre as linguagens expressivas na produção de imagens
fotográficas, como: enquadramento, luz, cor, textura, composição, foco, etc.
Além disso, aprenderá sobre tratamentos e edições de imagens.
O profissional que se forma em fotografia poderá trabalhar em estúdios de terceiros, empresas,
jornais, revistas e também como autônomo, realizando coberturas de eventos sociais, como
casamentos e aniversários.
Possíveis áreas do conhecimento que você irá estudar:
Fotografia autoral, fotografia de moda, fotografia para cinema e vídeo, fotografia de publicidade
(still), fotojornalismo, fotografia de gastronomia, fotografia em estúdio, história da arte e da
fotografia, processos digitais e tratamentos da imagem.

Artes Cênicas
No curso de artes cênicas, o estudante desenvolverá o seu lado criativo através da interpretação.
Poderá ainda atuar na montagem, direção e produção de espetáculos de teatro, cinema e TV, além da
dublagem.
A área oferece também as opções bacharelado, com enfoque mais no desenvolvimento das
habilidades citadas acima; e licenciatura, que te prepara para lecionar na educação básica,
instituições educacionais e até mesmo no ramo da saúde.
Possíveis áreas do conhecimento que você irá estudar:
Antropologia, atuação para cinema, atuação para teatro, expressão vocal e corporal, cenografia,
dramaturgia, figurino, história do teatro e do cinema, iluminação, práticas de direção cênica,
sonoplastia e dublagem.

Design
No curso de Design, você desenvolverá habilidades a fim de criar peças visuais, sempre
considerando a função, estética, forma e estrutura.
Há dois tipos de curso que poderá optar, o Design de Produtos e o Gráfico.
No de produtos, o foco é na elaboração de peças de nas áreas: industrial, de automóveis, joias,
móveis e demais objetos da vida cotidiana.
Já o design gráfico, tem destaque na realização de trabalhos visuais bidimensionais como, por
exemplo, estampas e logos. Nessa vertente, poderão ser desenvolvidos projetos para jornais, revistas
e outros profissionais.
Possíveis áreas do conhecimento que você irá estudar:
Desenho artístico e vetorial, composição e projeto gráfico, computação gráfica, comunicação
editorial, elaboração de embalagens, estética, fotografia, história da arte, teoria das cores, ilustração,
tipografia, teorias e técnicas de comunicação e publicação para web.

Dança
Se você gosta de se expressar por meio do corpo, poderá optar por um curso de dança. Nele, a
formação é para trabalhar como dançarino, professor de dança ou coreógrafo, isto é, criando os
movimentos em espetáculos.
Para ter o título de bailarino profissional, será necessário adquirir um atestado expedido pelos
sindicatos da categoria.
Esse curso também oferece as opções bacharelado e licenciatura, sendo que o bacharel terá
formação voltada para a direção/montagem de espetáculos e composição de grupos de dança.

374
O estudante que se formar como licenciado, terá o conhecimento mais direcionado para o ensino e
gerenciamento de ambientes educacionais.
Se você quiser ser um crítico e pesquisador de dança, a melhor opção é o um curso de Teoria da
Dança.
Possíveis áreas do conhecimento que você irá estudar:
Comportamento motor, dança clássica, dança contemporânea, dramaturgia da dança, elementos
musicais, elementos visuais e sonoros em espetáculos, ensino da dança, estudos coreográficos,
estudos do movimento, história da arte, história da dança, preparação do corpo, montagem cênica,
técnicas de dança: análise, expressão, percepção, processos de criação em dança e teoria da dança.

Música
Se você tem talento musical, pode optar pela graduação em música.
Nesse curso será oferecida formação profissional para que você desenvolva habilidades na leitura e
composição de partituras, interpretação e composição de obras populares e eruditas, e também
direção de orquestras.
O curso bacharelado possui enfoque para a atuação em concertos e espetáculos, esse profissional
também poderá trabalhar em agências de publicidade e propaganda na criação de jingles e trilhas
sonoras.
Já o curso de licenciatura forma professores de música, que podem atuar em instituições
educacionais públicas ou privadas, organizações não governamentais e escolas de música.
Possíveis áreas do conhecimento que você irá estudar:
História da música, linguagem musical, canto, música e tecnologia, estruturação musical, trilhas
sonoras, arranjo, prática instrumental, harmonia, ritmo, instrumentação e orquestração e
interpretação e criação musical.

Atividade(s)

1- Conclua a Frase: (Modo presencial ou modo remoto)

Esse Quebra Gelo é bastante popular. Cada pessoa do Grupo apresenta seu nome e completa a
seguinte frase: “Eu sou assim e não quero mais ser por que... Eu sou assim e quero ser de tal jeito
por que... Eu sou assim e quero continuar a ser por que...”. Isso vai fazer com que todos se
conheçam melhor e saibam dos desejos, arrependimentos e orgulhos de cada um.

2- Observação de comportamento dos processos: (Modo presencial e modo remoto na obs.)

Observar uma bexiga enchendo e esvaziando, depois ser com o corpo a bola que enche e esvazia.
Observar o torrão de açúcar caindo e dissolvendo na água, depois ser com o corpo esse torrão que
se desmancha.
Estimular que eles escolham processos que tenham início, meio e fim, o grupo todo faz
simultaneamente, cada um o processo que escolheu, podendo trazer a mente outros que não foram
propostos. Dar um tempo para que eles treinem e depois deixar que cada um mostre seu processo.

Modo remoto: Neste modo a professora mostra pequenos processos com objetos e pede para que os
alunos jogadores os reproduzam de forma macro, se utilizando por exemplo das mãos.

3- Jogo do “Mosquito”: (Modo presencial)

Em uma roda um por um precisa matar o mosquito que está em cima da cabeça do outro, então uma
pessoa abaixa e os dois que estão dos seus lados matam o mosquito ao mesmo tempo, então essa
pessoa levanta e vai matar o mosquito que está em cima da cabeça do seu colega da direita e assim
por diante.
375
Promove um dinamismo de pensamento.

4- Jogo “Briga de Galo”: (Modo presencial)

Objetivos: Ótima brincadeira para estimular competição no grupo. Não pode deixar de ter uma boa
torcida.
Material: Papel, caneta, alfinete de bebê ou durex, fita ou barbante.
Como Fazer:
1. Pedir dois voluntários. Colocar nas costas de um deles um papel com a expressão "Galo 1" e nas
costas do outro "Galo 2", ou outros termos, sem que eles saibam o que está escrito.
2. Ambos deverão descobrir o que está escrito nas costas do outro, sem utilizarem as mãos, que
deverão estar cruzadas para trás.
3. É interessante e divertido perceber que os movimentos dos dois lembram, realmente, uma briga
de galo.
Vence quem descobrir a palavra nas costas do outro primeiro.

376
Aula 23 - Planejamento de Eventos

Conteúdo & Conceitos


Todo evento artístico-cultural, por menor que seja, precisa primeiramente de planejamento e
organização para que possa acontecer com sucesso. Para auxiliar no processo de planejamento,
existem alguns recursos que podem auxiliar os produtores de eventos, como o Cronograma de
Planejamento, que é uma ferramenta de planejamento e controle de atividades, a qual organiza as
tarefas a serem realizadas dentro de um período de tempo para alcançar um objetivo final.
Dependendo do tamanho do evento, o cronograma pode ser programado com atividades de
meses, ou até anos de antecedência do evento.
Ao elaborar um cronograma, há algumas palavras bastante utilizadas no meio da produção
artístico-cultural, como: “conceitualização”, “prospectar”, “orçamento”, “promoção”, “follow-up” e
etc. Confira abaixo o significado destes termos:
Conceitualização: é a definição do conceito, ou seja, da ideia do evento; definição do que se trata o
evento.
Prospectar: procurar; mapear.
Orçamento: avaliação e cálculo aproximado do que vai ser gasto.
Promoção: conjunto de ações que anunciam, divulgam e dão destaque ao evento.
Follow-up: acompanhamento; monitoramento.
Além destas palavras, existem muitas outras que também são utilizadas na pré-produção, produção
e pós-produção de eventos. Confira no link um dicionário específico de termos relacionados à
produção artístico-cultural: https://drive.google.com/file/d/1-
iHSphDI_YGxnNWP0BhhpKC1M7rGPnly/view?usp=sharing

Demonstração e/ou Aplicação


Veja abaixo um exemplo de cronograma de planejamento para um evento de pequeno porte:

377
Atividade(s)

I) Escolha um lugar público perto de onde você mora para ser o local de um evento artístico-
cultural. Tire um print de tela do local no Google Maps na versão satélite, quando a imagem real
é utilizada. Defina o posicionamento de palco, camarim, banheiros, área de venda de bebidas e
comidas, etc. Justifique o posicionamento escolhido para cada item.

II) Pense em um evento artístico-cultural e elabore um cronograma com planejamento de ações


que devem ser feitas a partir de dois meses de antecedência do evento.

378
Aula 24 - Lei de incentivo à Cultura

Conteúdo & Conceitos

A Lei de incentivo a cultura, foi criada em 1991 e recebeu o nome de "Lei Rouanet" em
homenagem ao responsável por sua criação, o então ministro da cultura, Sérgio Paulo Rouanet.Essa
lei define uma política de incentivos fiscais, em que cidadãos e empresas podem reverter parte do
imposto de renda em para ações e projetos culturais.

Demonstração e/ou Aplicação

Ao se tornar um apoiador cultural por meio da Lei Rouanet, você poderá receber um abatimento de
100% do valor incentivado, até o limite de 6% do Imposto de Renda devido pela Pessoa
Física( cidadãos) e de 4% pela Pessoa Jurídica(empresas).
Por exemplo: se uma empresa deve R$ 100 mil anuais de impostos, ela poderá reverter até 4 mil em
patrocínio de projetos culturais. Considerando o mesmo valor de imposto devido anual, no caso de
uma pessoa física, esse valor seria de até R$ 6 mil.
Desde 1993, estima-se que, com a ajuda da Lei, tenham sido injetados R$50 bilhões nesse meio,
com mais de 27 mil projetos.

Etapas para inscrever um projeto na Lei Rouanet:


Inscrição
O artista/produtor deverá inscrever seu projeto no Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura
(Salic). O projeto deverá ser entregue em um documento com toda a planilha orçamentária e
explicação do projeto e seu benefício cultural.
Avaliação
Caso a inscrição cumpra os pré-requisitos ela será aceita e o projeto analisado, para avaliar se o
mesmo faz jus ao financiamento. A decisão final é tomada pela Comissão Nacional de Incentivo à
Cultura.
Captação de recursos
Depois do projeto aprovado, cabe ao produtor cultural buscar empresas e pessoas interessadas em
patrocinar o projeto.
Execução
Após o Produtor conseguir captar os recursos financeiros necessários junto aos apoiadores é aberto
um prazo de até 1 ano para que o projeto seja executado. Lembrando que o público deverá ser
beneficiado com descontos em ingressos e eventos gratuitos.
Prestação de contas
Agora é a parte onde é informado para o governo como esse dinheiro foi gasto ao decorrer do
projeto. Planilhas e notas fiscais são utilizadas nessa parte, é imprescindível provar que todos os
recursos foram utilizados no projeto.

Exemplos de eventos que utilizam a lei


Shows Musicais, exposições de artes, atividades culturais ao ar livre, peças teatrais.

379
Atividade(s)

Responda as perguntas abaixo:


a) Qual é o objetivo da Lei Rouanet?

b) Quem pode investir em um projeto?

c) Quem aprova um projeto?

d) Pesquise e cite um exemplo de evento que utilizou a Lei Rouanet.

380
Partindo deste conteúdo de Artes como um todo (composto por Teatro, Música e Produção
Artístico-Cultural), alunos e alunas estão preparados para trabalhar em equipe exercendo a escuta e
comunicação efetiva, consciência e percepção de si e do todo no local e suas equipes de trabalho.
Ao final do curso, além de terem recebido as devidas ferramentas para estarem aptos a trabalharem
nos mais variados segmentos, os jovens também são apresentados a novas ocupações relacionadas
direta e indiretamente às artes no atual mundo do trabalho.

381
TÉCNICA, TECNOLOGIA E MÍDIAS SOCIAIS

No módulo “Técnica, Tecnologia e Mídias Sociais”, vamos trabalhar os impactos e


importância das mídias sociais na Sociedade e no Mercado de Trabalho. Para isso, você precisa
entender alguns conceitos fundamentais, como o que é Técnica e Tecnologia, além de conhecer um
pouco da história do desenvolvimento tecnológico no mundo, até os dias de hoje. O objetivo é
compreender como a tecnologia e as mídias sociais fazem parte da sua vida e desenvolver boas
práticas de uso das redes sociais.

Bom estudo!

382
Unidade 1. Introdução ao Tema

Nesta unidade vamos conhecer conceitos fundamentais para o módulo. Para começar esse
curso, é preciso saber o que é técnica, como se define tecnologia e o que significa o termo “mídias
sociais”.
Entendendo o que são mídias, podemos discutir os tipos de mídia existentes para, enfim,
saber como tudo isso faz parte da sua vida e do mercado de trabalho.

383
Aula 1 - Introdução aos conceitos essenciais ao curso - Técnica e Tecnologia

Conteúdo & Conceitos

1- O que é Técnica?

A técnica sempre foi algo indispensável à manutenção e evolução humana, ela sempre
acompanhou a vida do homem. Para que qualquer grupo humano sobreviva, é indispensável certo
grau de desenvolvimento da técnica. Cada vez mais temos nossa sobrevivência condicionada ao
desenvolvimento dos meios técnicos.

Não fosse a técnica, jamais teríamos conseguido produzir fogo e nem mantê-lo.

A palavra Técnica refere-se à prática.


Técnica é o conjunto de métodos, normas ou procedimentos ligados a uma atividade,
ciência, arte ou profissão; é o meio pelo qual se produz algo.
É o ato de fazer e/ou construir algo.

ANOTE:
Técnica é criar um manejo, um conhecimento que possa gerar inventos com intuito de
facilitar um determinado trabalho. Com as relações sociais de experiências ocorre a
evolução das técnicas, que seria um acúmulo de conhecimento acerca das formas de trabalho.

2- O que é Tecnologia?

Tecnologia é a evolução da técnica. Refere-se ao aperfeiçoamento da prática. É o estudo das


técnicas, ferramentas, máquinas, processos e métodos relativos a uma ciência, atividade, arte ou
profissão. É o estudo dos meios de produção, sempre com vistas a aprimorá-los.

No dicionário:
1. Tratado das artes em geral. 2. Conjunto dos processos especiais relativos a uma determinada
arte ou indústria. 3. Linguagem peculiar a um ramo determinado do conhecimento, teórico ou
prático. 4. Aplicação dos conhecimentos científicos à produção em geral. (Houaiss)

ANOTE:
Tecnologia pode ser definida como um conjunto de instrumentos, métodos e técnicas que
visam à resolução de problemas. É a aplicação prática do conhecimento científico, a
aplicação de inventos para aperfeiçoar a técnica.

Atividade(s)

1) Marque a alternativa que NÃO apresenta uma característica das tecnologias:

a) Tecnologia é um produto da ciência que visa a solução dos problemas dos homens.
b) As grandes guerras mundiais impulsionaram o desenvolvimento de tecnologias voltadas
para a destruição em massa.
c) Em nenhum momento da história, a “roda” foi considerada uma tecnologia.
d) O Smartphone é uma tecnologia criada apenas no século XXI.

384
Aula 2 - Introdução aos conceitos essenciais ao curso - Mídias Sociais

Conteúdo & Conceitos

3- O que são Mídias Sociais?

Para entender o que são Mídias Sociais, precisamos desdobrar em alguns conceitos.

O que são Mídias?

A palavra mídia refere-se a qualquer instrumento ou meio de comunicação.

Podemos dividir os meios de comunicação em dois tipos principais. São eles:

→ Meio de comunicação individual


Ferramenta que possibilita o contato interpessoal e a disseminação de informações entre
uma pessoa e outra, ou entre grupos restritos.
Exemplos: carta, telefone e internet (plataformas de mensagens instantâneas/bate-papo).

→ Meio de comunicação social ou em massa


Ferramenta que possibilita comunicar a um número grande de pessoas, ou seja, transmitir
informações em massa.
Exemplos: televisão, rádio, internet (veículos de informação).

Note que alguns desses meios de comunicação citados acima são considerados mídias
tradicionais, ou seja, permitem pouca ou nenhuma interação, por isso podem ser caracterizados
como uma via de mão única. Nesses meios, você tem poucas possibilidades de participar ou dar sua
opinião a respeito.

A partir daí, podemos falar do nosso tema central:

Mídias Sociais
São meios de comunicação que possibilitam que você também se comunique, ou seja, são
uma via de mão dupla. Essas mídias permitem a criação e o compartilhamento de conteúdo, muitos
dos quais gerados pelos próprios usuários.

ANOTE:
As Mídias Sociais constituem meios de comunicação, ou canais de relacionamento, nos
quais existem diferentes possibilidades de interação e participação entre os usuários.

Atividade(s)

Defina, com suas palavras, para que servem os meios de comunicação no dia a dia. Cite exemplos.

385
Unidade 2. Técnicas e Tecnologias

Agora que já sabemos o que são Técnica e Tecnologia, é hora de aprender um pouco sobre
como esses conhecimentos levaram a sociedade a se tornar o que é hoje. Nesta unidade, vamos
passar pela história das Revoluções Industriais e saber como a telecomunicação revolucionou o
mundo e influencia tudo que fazemos hoje.

386
Aula 3 - Revoluções Industriais e seus impactos na sociedade I

Conteúdo & Conceitos

Para entender o desenvolvimento da tecnologia que nos permite utilizar hoje as Mídias
Sociais, precisamos relembrar alguns fatos históricos. As Revoluções Industriais marcam mudanças
em todos os âmbitos da sociedade e são guiadas, principalmente, pelo desenvolvimento tecnológico
ao longo da História.

Primeira Revolução Industrial

A Revolução Industrial foi um processo de grandes transformações econômicas e sociais, que


começou na Inglaterra no século XVIII.
Chamamos de Revolução Industrial o processo que levou à substituição das ferramentas pelas
máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico (ou artesanal)
pelo sistema fabril.
“A Revolução Industrial é marcada por vários fatores, um deles é a transformação da técnica para
tecnologia.”

Do Artesanato à Manufatura

Durante a Idade Média, o modo de produção predominante era o Artesanato:


• As tarefas eram feitas pela mesma pessoa;
• O artesão era dono da matéria-prima e das ferramentas;
• Os artesãos conheciam todas as fases da produção;
• A oficina ficava em sua própria casa.
As Grandes Navegações proporcionaram o aumento da venda de produtos europeus nos
outros continentes. Além disso, a população nas cidades cresceu consideravelmente. Com
isso, surgiu a Manufatura:
• Comerciantes começaram a reunir trabalhadores em grandes oficinas e oferecer matéria-
prima e remuneração;
• A oficina e as ferramentas pertenciam ao detentor dos meios de produção, o dono da
oficina;
• Surge a divisão do trabalho: cada um é responsável por uma etapa do processo.
• Todos os equipamentos são manuais, ou seja, devem ser manejados pelos trabalhadores
para funcionar.

A Maquinofatura

É com a invenção e utilização das máquinas nas primeiras fábricas que se iniciaram as
mudanças que caracterizam a Revolução Industrial: cada máquina substitui várias ferramentas e
realiza o trabalho de diversas pessoas.
Mas as fábricas, mesmo equipadas de máquinas, precisam de trabalhadores para “auxiliá-
las” na produção das mercadorias.
Assim surge o trabalhador assalariado, ou seja, as pessoas que foram trabalhar nas fábricas
em troca de um salário.
O desenvolvimento tecnológico permitiu o aperfeiçoamento das técnicas de produção.
Assim, surgiu a Maquinofatura:
• As máquinas substituem várias ferramentas.
• As máquinas realizam o trabalho de várias pessoas, mas ainda demandam de trabalhadores
para comandar suas funções e realizar processos de produção.

387
• As pessoas passaram a trabalhar nas fábricas com um patrão em troca de salário.
• As oficinas dão lugar, então, às fábricas, ou indústrias

O desenvolvimento das máquinas:


• As primeiras máquinas foram as de fazer tecidos de algodão.
• Os tecidos ingleses eram muito procurados em vários países.
• O algodão era barato e vinha do Brasil, EUA e do Oriente Médio.
• Os capitalistas premiavam quem inventasse máquinas de fiar e tecer.
• As máquinas eram feitas de madeira.

Demonstração e/ou Aplicação


Máquina de tear

Fonte: Wikipedia13

Depois surgem as máquinas a vapor que exigem material mais resistente.


• Existe a necessidade de aperfeiçoar a metalurgia.
• As máquinas passam a ser feitas de ferro e utilizavam a energia a vapor.

13
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tear
388
Máquina à vapor

Fonte: Grupo Escolar14

Atividade(s)

Liste as características de cada modo de produção.


Leve em conta questões como o local, tecnologias utilizadas e a divisão do trabalho.

PRODUÇÃO ARTESANAL MANUFATURA INDÚSTRIA

14
Disponível em: https://www.grupoescolar.com/pesquisa/principio-da-maquina-a-vapor.html
389
Aula 4 - Revoluções Industriais e seus impactos na sociedade II

Conteúdo & Conceitos

Segunda Revolução Industrial

Na metade do século XIX, entre 1850 e 1870, a Revolução Industrial se dá em outros países,
como Alemanha, França, Estados Unidos e Japão, com algumas diferenças da primeira fase, devido
às características sociais e econômicas da época.
• As fontes de energia se transformam: além do carvão, são utilizadas fontes de energia
como petróleo e a eletricidade, que resultam no aumento da produtividade. As máquinas
passam a ser feitas de aço.
• Os meios de transporte evoluem para que mercadorias e pessoas se desloquem com mais
velocidade.
• Surgimento de novos modos de produção industrial, como fordismo e taylorismo.

► Taylorismo:
Tinha como objetivo principal dinamizar o trabalho na indústria. O criador desse sistema
produtivo foi Frederick Taylor, que acreditava na especialização de tarefas, ou seja, o trabalhador
desenvolvia uma única atividade. Por exemplo, quem colocava os faróis nos automóveis faria
apenas isso o dia todo, sem conhecer os procedimentos das outras etapas da produção. O tempo
gasto para a realização de tarefas era monitorado e àqueles que tivessem um grande rendimento em
seu trabalho eram premiados.

► Fordismo:
Essa modalidade de produção foi elaborada a partir do Taylorismo, por Henry Ford, em sua
própria indústria de automóvel, a Ford. O Fordismo é baseado na especialização da função e na
instalação de esteiras sem fim na linha de montagem. À medida que o produto se deslocava na
esteira, o trabalhador desenvolvia sua função. Os objetivos eram diminuir o tempo gasto no trabalho,
aumentar a produtividade e diminuir o custo de produção. e, principalmente, realizar a produção em
massa para o consumo ocorrer no mesmo passo.

Linha de Montagem - Cena do filme "Tempos Modernos" de Chaplin

390
Fonte: Mural Cultural15

Atividade(s)

Na Segunda Revolução Industrial, surgiram novos modos de produção, nos quais se baseava o
funcionamento das fábricas. Quais eram? Explique, resumidamente, cada um deles.

15
Disponível em: http://muralcultural2.blogspot.com/2017/03/o-homem-maquina-de-tempos-modernos.html
391
Aula 5 - Revolução Digital e seus impactos na sociedade

Conteúdo & Conceitos

Terceira Revolução Industrial

A Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Técnico-Científica-


Informacional, teve início em meados do século XX e representa um período de avanço tecnológico
que uniu ciência e indústria. O aprimoramento e os novos avanços no campo tecnológico passaram
a abranger o campo da ciência, integrando-o ao sistema produtivo.
O marco principal para esta revolução é o desenvolvimento da eletrônica, que permitiu o
surgimento da informática e a automação das indústrias. Essa fase da Revolução Industrial ainda é
vivida nos dias atuais, bem como seus resultados. Muitos bens produzidos e inventados nesse
período são largamente utilizados pela sociedade, especialmente os eletrônicos.

 Indústrias que desenvolveram alta tecnologia começaram a se sobressair em relação às


indústrias que se destacavam nas fases anteriores da Revolução Industrial, como a metalurgia,
siderurgia e a indústria de automóveis. Assumem posição de destaque, nesse momento,
tecnologias como a robótica, genética, informática, telecomunicações e eletrônica.

 Máquinas mais eficientes, instrumentos mais precisos e a introdução de robôs alteraram o modo
de organização da indústria.

 Valorização da mão de obra qualificada. A mão de obra especializada perde a importância


diante das máquinas. O trabalhador passa a intervir como um “supervisor” dos processos
automatizados.

Mudanças nas relações sociais:

Além do desenvolvimento alcançado no setor industrial, aliado ao desenvolvimento do


campo científico, a Terceira Revolução Industrial mudou também as relações sociais e as relações
entre o homem e o meio. As novas tecnologias desenvolvidas, nessa fase, possibilitaram que as
informações fossem transmitidas cada vez mais rápido e estimularam a interação entre as pessoas
do mundo todo. O tempo e distância reduziram, ao passo que o acesso ao conhecimento aumentou.
As pessoas passaram a estar conectadas de maneira instantânea.
Esse rompimento de barreiras físicas e temporais que conectou culturas, tradições, línguas e
histórias, ficou conhecido como globalização.
Sobre isso, precisamos saber:

 A alta tecnologia possibilitou a criação de novos computadores e softwares associados ao


desenvolvimento da internet. Surgiram computadores pessoais cada vez menores e mais
eficientes. Surgiram também os microchips e diversos outros produtos eletrônicos;
 O uso da energia atômica proporcionou a criação do foguete de longo alcance e o lançamento
dos satélites.
 Os telefones foram aprimorados, criando-se a telefonia móvel.
 O campo da medicina também sofreu modificação. Fala-se agora em biotecnologia. A genética
transformou o mundo. Foram desenvolvidos novos medicamentos, novas formas de prevenção
de doenças e novos tratamentos.
 A Terceira Revolução Industrial também foi responsável pelo aumento de multinacionais. As
indústrias dispersaram-se pelo mundo, instalando-se em países periféricos em virtude das
vantagens econômicas oferecidas.

392
 As transformações no processo produtivo e nas formas de consumo demandam o uso cada vez
mais intenso dos recursos naturais, e a obsolescência programada gera produtos cada vez mais
descartáveis.

Atividade(s)

O que é a obsolescência programada? Explique com exemplos do seu dia a dia.

393
Aula 6 - As Telecomunicações e o advento da Internet I

Conteúdo & Conceitos

Telecomunicação

A telecomunicação é uma técnica baseada na transmissão de uma mensagem de um ponto a


outro, geralmente sendo uma via bidirecional, ou seja, transmite mensagem de A para B, assim
como de B para A. Constitui uma parte da área de engenharia elétrica e visa criar uma comunicação
a distância entre humanos.
O setor de telecomunicações é composto por vários ramos entre eles a telefonia, o rádio
(radio transmissão), televisão e a transmissão de dados por computadores. Por muito tempo, ele teve
como principal foco a telefonia fixa. Atualmente com o avanço tecnológico e inovações, há um
deslocamento do foco para telefonia e internet móvel.

Os Meios de Comunicação

São as ferramentas utilizadas para transferência de informações de forma individual ou em


massa e que permitem a comunicação entre indivíduos. Tais ferramentas sofreram diversas
mudanças de forma a acompanhar a evolução humana e das demandas sociais, encurtando a
distância e o tempo entre o envio e recebimento das informações.
A primeira forma de comunicação não oral são as pinturas rupestres datadas de 15000 a.C.,
na África, além dos hieróglifos egípcios.
Com o surgimento da escrita, utiliza-se a carta como meio de comunicação. Contudo com o advento
da telefonia, ela acaba perdendo espaço.
Outro advento da utilização de ondas eletromagnéticas é a radiotransmissão. Esta forma de
comunicação foi amplamente utilizada no início do século XX.
Em 1947 há o surgimento do telefone celular e a partir de 56 diversas empresas passaram a
criar e desenvolver aparelhos. No ano de 2007 há o lançamento do primeiro smartphone sem um
teclado físico.
Atualmente os principais meios de comunicação são celular, computadores e internet.

Atividade(s)

5) Marque a alternativa que apresenta uma forma de telecomunicação analógica:


a) Correio eletrônico
b) Fóruns de internet
c) Telefone tradicional
d) Facebook

394
Aula 7 - As Telecomunicações e o advento da Internet II

Conteúdo & Conceitos

A telecomunicação no Brasil e a internet

O Brasil é um país de dimensões continentais, o que torna as telecomunicações


fundamentais. Entre os anos de 1972 e 1998 o setor de telecomunicações era controlado pela
empresa estatal Telebrás. Contudo, com o desenvolvimento tecnológico há pressão para que o
monopólio seja quebrado. Isso ocorreu no ano de 1998. No ano de 1995 é aprovada a emenda
constitucional 8, que permite a privatização de serviços públicos e introduz o regime de competição.
Com isso, em 1997, criou-se a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), responsável
pela regulação do setor.
O surgimento da internet modifica as formas até então usadas para se comunicar. Com o
aprimoramento tecnológico e aumento da velocidade de navegação também ocorre uma
popularização do comércio virtual, criando ferramentas para atender demandas como transporte e
entregas. Essas e outras inovações oriundas do desenvolvimento da internet acabam por modificar
as relações de trabalho e até mesmo o trabalho em si.

Demonstração e/ou Aplicação

Evolução dos meios de comunicação após a escrita:


● Primeira metade do século XIX – telégrafo elétrico, envia mensagens com letras e números.
● 1860 – Surgimento do rádio
● Por volta da década de 1860 – surge o primeiro telefone criado por Meucci, chamado
“telégrafo falante”.
● 1947 – Surgimento do telefone celular
● 1986 – Surgimento da Internet
● 1989 – Surgimento da world wide web (www)
● 1992 – Disseminação do fax, unia voz, mensagem e texto.
● 1992 - Invenção do cartão telefônico.
● 1995 – Chegada da internet discada no Brasil.
● 1995 - Emenda Constitucional 8- acaba com a exclusividade na exploração de serviços
públicos para estatais.
● 1997 - Lei Geral de Telecomunicações (9472/1997), dispõe sobre organização dos serviços
de telecomunicações e cria a ANATEL.
● 2000- Surge a banda larga no Brasil.
● 2010 - Chegada do GSM; redes sociais; smartphones, sensores de movimento, impressoras
3D e realidade virtual (RV).
● Atualidade - Comércio eletrônico, relacionamentos virtuais. Velocidades e efetividade
maiores

395
Atividade(s)

Escolha uma empresa de telecomunicação que você conheça. Faça uma comparação de como é o
cotidiano com esse serviço e como seria se ele não existisse:

Empresa: Com esse serviço, é possível: Sem esse serviço, seria desse jeito:

Na sua vida pessoal

Na sua comunidade

No mundo

396
Aula 8 - Os impactos da tecnologia no Mercado de Trabalho atual

Conteúdo & Conceitos


Um dos impactos do desenvolvimento tecnológico e da globalização foi uma mudança nos
paradigmas do mercado de trabalho, como visto nas unidades anteriores. Especula-se que diversas
funções, em especial em escritórios, estariam sob risco de extinção e tais profissionais seriam
substituídos por robôs ou softwares.
Hoje se fala da Internet das coisas, onde itens do dia a dia estão conectados, coletando
informações e realizando ações que facilitam o nosso cotidiano.

ANOTE:
Internet das Coisas (Internet of Things) é a tecnologia que conecta dispositivos físicos a
internet através de sensores inteligentes, permite monitoramento e a análise avançada de
máquinas que são capazes de enviar dados em tempo real.

A integração de comércios entre países, potencializada pela internet, é um exemplo de uma


diminuição nas barreiras anteriormente existentes. O U.S. Bureau of Labor Statistics, órgão norte-
americano de estatísticas de emprego, projeta um crescimento em algumas ocupações, dentre elas as
relacionadas as áreas de saúde e tecnologia. Em contrapartida, a Universidade de Oxford
desenvolveu um estudo onde metade das ocupações que foram estudadas corriam risco de serem
extintas.
No Brasil, especialistas apontam que os profissionais devem ter uma maior disposição a
realizar mudanças nas suas carreiras, uma vez que algumas profissões perderam importância e/ou
deixaram de ser necessárias. A expectativa é que parte da próxima geração trabalhe em cargos ainda
não criados, administrando sistemas automatizados ou operando máquinas que ainda serão
inventadas.
Ainda que se espere mudanças mais significativas para a próxima geração, já se observa
algumas mudanças profundas no mercado de trabalho. Um exemplo é a sala de aula. Em 2018, já se
tinha escolas utilizando tablets e lousas digitais, que permitem levar para dentro da aula conteúdos
digitais sem que demande outros aparelhos além da própria lousa. Contudo, há uma defasagem
tanto na formação dos docentes, quanto no que tange à estrutura. Sendo esse segundo um dos
fatores mais importantes na não difusão ampla da tecnologia.
Na área de comércio, observou-se um aumento nas vendas online. Ocorrendo um
crescimento no número de portais de venda, como a Amazon, que ele tem sua própria loja e serve
de hospedagem e intermediário para pequenos comércios. Assim, ao buscar um produto no site, o
consumidor encontra diversas opções de vendedores. Outro modelo de site usado é o Mercado Livre,
onde o site faz a conexão entre consumidor e vendedor. Ambos os modelos se mostram seguros
para transação para todos os envolvidos.
Aplicativos de entrega, como Ifood e Rappi, e de transporte, como Uber e 99, também
apresentaram crescimento considerável. Assim como em relação aos gigantes do comércio online,
como a Amazon, existe um grande debate a respeito da ética trabalhista nesses novos negócios, uma
vez que entregadores e motoristas não possuem vínculos trabalhistas nem com a plataforma, nem
com os comércios e acabam cumprindo longas jornadas em troca de valores muito baixos. Este
modelo de trabalho tem sido replicado em diversas áreas de trabalho.

397
Atividade(s)

Escolha uma profissão atual. Descreva como um avanço tecnológico específico, já existente, facilita
o trabalho de quem atua nessa profissão:

Exemplo: Professora - Datashow e notebook - Em vez de precisar escrever tudo no quadro a cada
aula, ou imprimir o que precisa projetar, é possível projetar imagens diretamente do computador.

398
Aula 9 - Revisão das Unidades I e II

Atividade(s)

Vamos relembrar o que aprendemos até aqui!

Responda, individualmente, as questões abaixo:

1 ) Preencha os parênteses a seguir com as alternativas correspondentes:

( a ) Pintura e Ciências Biológicas


( b ) Mídias Sociais
( c ) Primeira Revolução Industrial
( d ) Revolução Digital
( e ) Fogo e internet
( f ) Facilitação da própria rotina e aceleração dos processos em diversas áreas
( g ) Internet

( ) Razão pela qual o homem inventou a tecnologia.


( ) Exemplos de técnica enquanto “prática” relacionada a uma atividade, ciência,
arte ou profissão.
( ) Exemplos de tecnologia e do “aperfeiçoamento da prática”, ou seja, do estudo de métodos,
ferramentas e processos de uma atividade.
( ) Ferramenta tecnológica moderna que possibilita pesquisas no mundo virtual, aulas à distância e
diversas plataformas de relações sociais.
( ) Fase da evolução tecnológica em que vivemos.
( ) Período de surgimento das primeiras máquinas, da divisão de classes sociais e da união e forte
reação dos trabalhadores às péssimas condições de trabalho a que eram submetidos.
( ) Plataformas de comunicação que permitem conexão e interação entre usuários.

2) Com relação ao tema da Revolução Industrial Inglesa, atribua V (Verdadeiro)ou F (Falso) às


afirmativas a seguir.

( ) A substituição do tear manual pelo mecânico no processo fabril propiciou aos trabalhadores, em
suas relações sociais de produção, maior tempo livre para o lazer.
( ) O aumento da produtividade pela mecanização industrial ampliou a prosperidade econômica da
população, diminuindo as diferenças sociais entre ricos e pobres.
( ) A produção industrial, durante o século XIX, libertou as crianças trabalhadoras dos riscos de
morte oriundos das atividades de trabalho artesanal.
( ) Os cercamentos das terras comunais privaram os camponeses do livre acesso às suas condições de
autossobrevivência.

Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.

a) V, V, F, V.
b) V, F, F, F.
c) F, F, F, V.
d) F, F, V, V.
e) F, V, V, F.

399
3) A Segunda Revolução Industrial proporcionou diversos avanços nos campos científico e
tecnológico que trouxeram impactos significativos na sociedade. Dentro do processo revolucionário
referente a este período, podemos destacar:

( ) A passagem do trabalho autoral do artesão para o trabalho em pequenas oficinas criadas por
negociantes marítimos, que contratavam artesãos para a produção de manufaturados;
( ) a massificação de produtos desenvolvidos ou aprimorados a partir de tecnologias militares
desenvolvidas durante a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, tendo como maior exemplo o
rádio e a televisão;
( ) o investimento cada vez maior de empresários industriais em pesquisas tecnológicas que
desenvolveram a comunicação e os transportes, tendo como exemplos a criação do telefone e o
surgimento e expansão das ferrovias;
( ) a troca de informações e mensagens de forma praticamente instantânea que permitem interação
do público em tempo real, moldando comportamentos e opiniões sobre determinados assuntos que
acontecem ou aconteceram dentro e fora do país.

4) A Revolução Industrial favoreceu:


a)Pioneirismo Inglês
b) Absolutismo
c) Capitalismo
d) Iluminismo

5) Com a consolidação do capitalismo, formaram-se dois novos grupos sociais. Quais são estes
grupos?
a) Burguesia industrial e operariado
b) Pobres e ricos
c) Burgueses e fazendeiros
d) Burguesia e pobreza

6)Qual das opções a seguir NÃO está relacionada à tendência do impacto da tecnologia no mercado
de trabalho?

( ) É de extrema importância a capacitação adequada das pessoas para as novas demandas do


mercado.
( ) É indiferente se atualizar quanto às novas tecnologias. Não ter um mínimo conhecimento de
Informática, por exemplo, não atrapalha uma carreira profissional.
( ) É interessante que o Estado avalie a aplicação de conhecimentos nas escolas que serão
essenciais para o futuro, como programação e robótica.
( ) O homem não voltará mais a produzir ou a consumir da maneira como fez antes e isso tem
reflexo direto no mundo e nas pessoas

400
Unidade 3. Mídias Sociais e Digitais

Você com certeza lembra o que são as Mídias Sociais! Agora, vamos entender por que
falamos em Mídias Sociais Digitais, ou Redes Sociais Digitais. Essa é a unidade em que você vai
ver o impacto das diferentes mídias no nosso cotidiano, como o mercado de trabalho se modifica
com as transformações dessas tecnologias e por que devemos saber diferenciar e utilizar cada tipo
de ferramenta midiática.

401
Aula 10 - As Mídias Tradicionais e Digitais I

Conteúdo & Conceitos


Mídia é o veículo, espaço ou canal onde uma mensagem é transmitida.

Mídias Tradicionais x Mídias Digitais

Fonte: Google Imagens16

Mídias tradicionais
As chamadas mídias tradicionais são representadas principalmente pela mídia analógica,
que são objetos e veículos de comunicação que dependem, geralmente, de uma base material para
armazenar a informação.
Esses meios de comunicação funcionam como uma via de mão única, nos quais o público-
alvo é exposto às mensagens dos anunciantes de maneira direta. A inda que tenham evoluído
bastante, as mídias tradicionais conservam seu caráter informativo, com pouca ou nenhuma
interação entre o emissor e o receptor da mensagem.

As mídias tradicionais ainda podem ser encontradas em alguns momentos do nosso dia a dia,
tais como:
a) Impressos – revistas, jornais, livros etc.
b) Transmissão – televisão, rádio etc.
c) Mala direta - catálogos, cartas, cartões postais etc.
d) Telefone – telemarketing, SMS, etc.
e) Out of home – outdoors, flyers, empenas, cartazes, busdoor, etc.
f) Conteúdos fonográficos e audiovisuais - Discos de vinil, fita cassete, etc.

16
Disponível em: https://www.google.com/imghp
402
Aula 11: As Mídias Tradicionais e Digitais II

Conteúdo & Conceitos

Mídias Digitais:

Nas mídias digitais, o suporte físico para as informações praticamente desaparece. Os dados
são convertidos em sequências numéricas ou de dígitos - por isso uso do termo digital. Em geral, o
termo refere-se a qualquer mídia que utiliza, como meio, um computador ou outro dispositivo
eletrônico. Dessa forma, as informações são transmitidas, ou compartilhadas, de forma muito mais
dinâmica.
Dizer que uma mídia é digital significa que ela está, completamente ou de alguma forma,
relacionada a elementos tecnológicos, de variadas plataformas, como jogos online, aplicativos de
música, banners eletrônicos ou anúncios pagos.

ANOTE:
Toda comunicação feita por meio da internet é uma mídia digital.

A criação de conteúdo para sites ou redes sociais também faz parte do processo de criação
nas mídias digitais. No mercado de trabalho, as ações em mídias digitais estreitam o relacionamento
com usuários e criam vínculos entre empresa e cliente.

As mídias digitais não são simplesmente um meio oposto às mídias tradicionais. Elas
também funcionam de forma integrada. Por exemplo, quando um anúncio é publicado em uma
revista ou jornal, é difundido em uma mídia tradicional. No momento em que uma versão do
mesmo anúncio é postado em um site ou rede social, torna-se mídia digital. Ou seja, um mesmo
conteúdo pode ser divulgado em mídias diferentes — o meio de comunicação escolhido definirá se
ele será digital ou tradicional.

Mídias Digitais no dia a dia:


Um aplicativo meteorológico de smartphone, um jogo em um console de videogame ou
computador e até mesmo um dispositivo de imagem por ultrassonografia em um hospital, são todos
produtos de mídia digital.
Em nosso cotidiano, podemos encontrar exemplo de produtos de mídia digital como:
• e-Commerces
• Jogos – console, online e celular
• Sites e aplicativos móveis
• Ferramentas de e-mail
• Vídeos de animação
• Mídias sociais
• Vídeos
• Realidade aumentada
• Realidade virtual
• Visualização de dados
• Serviços baseados em localização
• Histórias interativas

No marketing, as mídias digitais têm um papel fundamental. Em quase toda campanha


publicitária ou institucionais, são utilizados recursos como:
a) Otimização para mecanismo de busca (SEO- Search Engine Optimization)

403
b) Publicidade pay-per-click
c) Mídias sociais
d) E-mail marketing

O uso dessas ferramentas no mercado de trabalho proporciona diversas vantagens, entre elas:
• Alto alcance de público, já que cada vez mais pessoas acessam a internet.
• Possibilidade de segmentação do público, permitindo um direcionamento mais
preciso em suas campanhas de marketing.
• Flexibilidade na elaboração de estratégias — inclusive, por meio de anúncios
interativos, que dialoguem com o público-alvo ou os consumidores.
• Adequação da verba ao orçamento disponível.
• Controle e monitoramento diário das campanhas.
• Grande variedade de plataformas, maneiras e ferramentas para anunciar.

Principais categorias de mídias digitais na publicidade:

Fonte: Link Experts17

A “mídia ganha” também é conhecida como mídia orgânica.

Atividade(s)

Reflita sobre as estratégias de publicidade em mídias tradicionais e digitais e responda: o que sai
mais barato, anunciar em uma mídia tradicional ou digital? Justifique sua resposta!

17
https://www.linksexperts.com.br/blog/tipos-de-midias-digitais/
404
Aula 12: Segmentação de Mídias Sociais I

Conteúdo & Conceitos

É um conceito do marketing. A segmentação identifica grupos menores e que partilham de


mais afinidades, categorizando-os de forma a facilitar que se conheça objetivos, desejos e
necessidades de cada subgrupo, permitindo um direcionamento de comunicação e canais de
distribuição aos consumidores. Facilitando identificação de pontos fracos e fortes, permite que se
explore melhor as oportunidades identificadas, que se desenvolva uma abordagem mais acertada e
crie uma conexão direta, que reduz tempo de diálogo. Essas informações identificam o maior grupo
consumidor e permite que se aloque melhor de recursos e esforços nos melhores segmentos,
aumentando os ganhos.

Segmentação em mídias tradicionais

A segmentação na televisão é facilmente percebida quando analisamos os valores cobrados


para anúncios na TV Globo. Um anúncio de trinta segundos possui um valor menor quanto cedo for
exibido. Quanto mais próximo ao horário nobre, mais caro, tendo seu maior valor durante o horário
nobre, que possui maior audiência.

Abordagens para segmentação

Diferentes necessidades e contextos demandam diferentes abordagens para segmentar um


público. Pode-se utilizar as seguintes abordagens:

 Cara a cara (One-to-one): voltada para interesse e preferências do grupo;

 Concentrado/nicho: foca em fatia do grupo, exclusividade.

 de Massa: busca alcançar a todos, pouco recomendado por conta da exposição.

 Segmentada: considera alguns fatores determinados segundo a análise a ser feita.

Tipos de segmentação:

i. Demográfica – segmentação básica, não detalha como o grupo está sendo analisado. Considera
idade, gênero, poder aquisitivo, localidade, estado civil, nacionalidade, entre outros;

ii. Socioeconômica – delineia melhor o público a ser atingido. Traz dados complementares à
demográfica. Permite que se desenvolvam abordagens em relação aos perfis identificados.
Dados como escolaridade, profissão, renda, classe social, posse de bens;

iii. Geográfica – compreende as características de uma população de uma determinada localidade.


Permite desenvolvimento de negócios em relação as necessidades do local delimitado;

iv. Psicográfica – identifica características como personalidade e estilo de vida através de uma
análise mais profunda, traz características subjetivas;

v. Comportamental – permite que se ofereça um produto ou serviço de forma mais adequada e


personalizada ao consumidor. Aqui se identifica a forma que o indivíduo utiliza as redes.
Podendo ser: esporádicos; lurkers – lêem, consomem e assistem o conteúdo, sem comentar ou
produzir conteúdo próprio; socializadores- não necessariamente produzem conteúdo original,
mas compartilham e conversam com seus contatos; debatedores – próximo dos blogueiros,
405
ativistas, apresenta suas opiniões e pontos de vistas; e ativos – produzem conteúdo com
frequência nas redes.

Público-alvo x Persona

Esse conjunto de dados estabelece um público-alvo e personas.

Entende-se por público-alvo o segmente que possui maior probabilidade de consumir um


produto ou responder positivamente a uma ação/campanha.

Persona é o conjunto de características que personificam um grupo, baseado nos resultados


das análises de segmentação realizadas.

Demonstração e/ou Aplicação

Como fazer uma boa segmentação?

A escolha correta da segmentação e interpretação cautelosa dos dados obtidos favorecem a


fidelização de clientes e construção de imagem da marca. Podem ser decisivas no sucesso ou não de
um negócio.

As redes sociais acabam sendo ferramentas para compreender de quais segmentos o seu
público é composto, aproximar a marca dele, fazendo com que se tenha, mesmo que aparentemente
uma relação mais amistosa com o público.

Para isso deve-se:

o ter objetivos claros e definidos;

o entender quais recursos necessários;

o coletar dados;

o escolher método;

o analisar e estudar os dados;

o definir as personas

o acompanhar quaisquer mudanças que possam surgir.

Atividade(s)

As principais categorias de segmentação de mercado incluem a segmentação:


(Escolha a alternativa e explique os tipos de segmentação que você selecionou)

a) Demográfica, a comportamental, a geográfica e a psicográfica;


b) Por gênero, raça e cor;
c) Social, a política e a comportamental.

406
Aula 13 - Segmentação de Mídias Sociais II

Demonstração e/ou Aplicação


Você aprendeu o que é segmentação de mídias sociais e como encontrar e segmentar o público-alvo.

Agora, vamos colocar em prática.

Crie uma empresa, uma marca, ou um evento fictício.


Em seguida, elabore um perfil ou página em uma rede social e faça a segmentação de público para
essa divulgação. Para isso, responda:

a) De que será esse perfil ou página?


b) Qual a rede social escolhida?
c) O público a ser atingido num local específico? Qual?
d) Que tipo(s) de segmentação pode(m) ser feito(s) para essa divulgação? Justifique sua
escolha na segmentação de público.

Atividade(s)

Use o espaço na página para desenhar como seria esse perfil e responder às questões acima.

Ao final da aula, apresente sua criação e as escolhas feitas para a turma!

407
Unidade 4. Redes Sociais

Chegamos ao tema principal do curso. Você já conhece essas redes e com certeza usa
bastante. Agora, vamos aprofundar seu conhecimento sobre as Mídias Sociais e Redes Sociais,
quais são as principais funções de cada uma e qual rede social se deve usar em cada ocasião.
Vamos falar do uso das Redes Sociais no mercado de trabalho, mas também dos benefícios e
dos riscos dessas ferramentas no seu dia a dia.
Ao final dessa unidade, é hora de mostrar que aprendeu e fazer seu próprio manual de como
agir online!

408
Aula 14: As Redes Sociais I

Conteúdo & Conceitos

Redes sociais são plataformas facilitadoras das conexões sociais, cuja principal função é
conectar pessoas no mundo virtual. Existem diversas redes com diferentes perfis de público e
objetivos. As classificações mais comuns são: rede social de relacionamento (exemplos: Facebook,
Twitter), de entretenimento (exemplo: Youtube, Pinterest), profissional (LinkedIn, Bayt) e de nicho
(DevanianArt, Filmow).
Muitas marcas usam seus perfis nas redes para buscar e fidelizar clientes, muitas usam os
chamados influenciadores – pessoas que não são celebridades, mas que possuem um número de
seguidores relevante para o seu segmento e que têm um bom engajamento - e celebridades.

ANOTE:
Engajamento é um indicador, índice, que reflete quanto o público daquele perfil está sendo
impactado por ele. Engloba comentários, cliques, compartilhamentos, menções, quantidade de
vezes que foi salvo aquele conteúdo, em resumo, todas as formas que o público interagiu com o
conteúdo. Quanto maior o engajamento num posto, maior o alcance dele. Um exemplo, o conteúdo
publicado é entregue a base de seguidores do criador, caso tenha um engajamento acima da média,
o conteúdo é entregue para seguidores desengajado. Para aumentar o alcance fora da base de
seguidores indica-se o uso de hashtags.
.
Demonstração e/ou Aplicação

Principais redes sociais:

Facebook:

● Maior rede social, cerca de 2 bilhões de usuários. Uma das maiores formas de geração de
oportunidades e aquisição de clientes para empresas. Presença em massa das marcas na rede,
apesar de grande concorrência, volume de procura é imenso.
● Passa por processo de saturação – presença incessante de marcas e/ou excesso de postagens
por usuários. Deixar a rede ou oportunidade de inovar na forma de entregar o conteúdo?
● Ferramentas de vendas dentro da plataforma. A rede não apenas expõe a marca, serve como
loja virtual.
● Por conta da quantidade de usuários, difícil definir segmentação de público.

Logotipo do Facebook.

Fonte: Google Imagens18

18
Disponível em: https://www.google.com/imghp
409
Instagram:

● Maior rede social com foco em conteúdo visual, cerca de 800 mil usurários. Maior
crescimento dos últimos anos.
● Permite expor produtos no feed, enquanto no Stories há um contato mais próximo com
seguidor. Auxilia no tráfego do site da marca. Plataforma com constantes atualizações e
consequente novidades seja na forma de anunciar, seja de postar Stories.
● Ferramenta visual, permite mostrar sua empresa e produtos. Pelo foco na fotografia, vale a
pena investir em captação e edição de imagens.

Logotipo do Instagram.

Fonte: Google Imagens19


LinkedIn:

● Maior rede social profissional. Cerca de 500 mil usuários. Possibilita conexões profissionais.
● Permite candidatos encontrar melhores vagas de emprego e a empresas encontrarem os
melhores candidatos.
● Permite centralizar tomadores de decisões. É negociar e até mesmo efetuar compras e
vendas.
● Voltada para conteúdos que despertem interesse em fazer parte da empresa.

Logotipo LinkedIn.

Fonte: Google Imagens20

Youtube :

● Plataforma de compartilhamento de vídeos, permite compartilhamento em massa. Cerca de


1,3 bilhões de usuários.
● Potencial do conteúdo audiovisual. 5 bilhões de vídeos assistidos na plataforma diariamente.
● Possibilidade de monetizar vídeos.
● As marcas devem focar em investir em anúncios, parcerias com influenciadores e produção
de conteúdo.

19
Disponível em: https://www.google.com/imghp
20
Disponível em: https://www.google.com/imghp
410
Logotipo do Youtube.

Fonte: Google Imagens21

21
Disponível em: https://www.google.com/imghp
411
Aula 15: As Redes Sociais II

Demonstração e/ou Aplicação

Twitter:

● Permite o compartilhamento da rotina cotidiana e opiniões. Acaba sendo palco de debates


político-sociais, relevantes como espaço de expressão. Cerca de 330 milhões de usuários.
● Permite que a marca se posicione, mostrando mais sua identidade e seus valores. Pode usar a
oportunidade a seu favor.
Logotipo do Twitter.

Fonte: Google Imagens22

Facebook Messenger:

● Atualmente funciona da independente do Facebook. Em dispositivos móveis, só é possível


mandar mensagens instantâneas tendo o Messenger instalado. Cerca de 1,3 bilhões de
usuários.
● Fornece recursos para que os consumidores encontrem marcas. Possibilita contato mais
próximo e funciona como SAC.
● Conta com chatbots, ferramentas que permitem marcas engajarem com seu público.

Logotipo do Facebook Messenger.

Fonte: Google Imagens23

WhatsApp:

● Maior plataforma do mundo para troca de mensagens instantâneas. Mais de 1,5 bilhões de
usuários ativos. Maneira mais fácil de se comunicar com pessoas.
● Praticamente onipresente no nosso cotidiano, uma maneira fácil de comunicação entre
usuário e marca.

22
Disponível em: https://www.google.com/imghp
23
Disponível em: https://www.google.com/imghp
412
● Chegada do WhatsApp Business a plataforma começa a galgar níveis mais profissionais.
Permite pagamentos pelo aplicativo.

Logotipo do WhatsApp.

Fonte: Google Imagens24

Pinterest:

● Plataforma de busca, funciona tanto como busca de imagem como permitindo o usuário criar
suas pastas e crie interações. Cerca de 175 milhões de usuários ativos.
● Usada todos os dias por milhares de usuários. Você pode ser encontrado fazendo uma boa
estratégia de SEO.

ANOTE:
Search Engine Optimization – escreva descrições interessantes e com palavras-chave
relevantes para marca.

● Interessante produzir conteúdo, mas também salvar (“pinar”) outros conteúdos relevantes de
diferentes empresas e aumentar sua presença lá.
Logotipo da Pinterest.

Fonte: Google Imagens25

TikTok
● Baseada no compartilhamento de vídeos curtos, sejam originais, montagens ou colagens.
● Atualmente tem como principal público os jovens.
● Permite a interação e criação de vídeos em colagem com publicações de terceiros.
● É a plataforma de vídeo curto líder na Ásia e nos Estados Unidos. Foi o segundo aplicativo
gratuito mais baixado no mundo na Apple Store em 2019, perdendo apenas para o Whatsapp.
● O TikTok foi instalado em dispositivos mais de 1,9 bilhão de vezes em todo o mundo. Ele
passou o número de 1 bilhão em fevereiro de 2019.

24
Disponível em: https://www.google.com/imghp
25
Disponível em: https://www.google.com/imghp
413
● Ganhou muita adesão durante a pandemia da Covid-19, inclusive no Brasil. Grande parte
das celebridades com popularidade entre os jovens está presente no app.

Logotipo do TikTok.

Fonte: Google Imagens26

Como escolher e usar as redes sociais:

1. Estude cada rede social;


2. Conheça sua identidade para definir seu público;
3. Analise sua concorrência;
4. Pense na logística: não adianta você ter um canal no Youtube se você não tem como manter
uma frequência de postagens ou os recursos necessários para produzir vídeos com qualidade.
“Faça o que você pode com o que você tem e onde você está.”

26
Disponível em: https://www.google.com/imghp
414
Aula 16 - Discussão sobre as Redes Sociais

Atividade(s)

Vamos falar um pouco sobre o uso das redes sociais pela turma no dia a dia!

Use o espaço abaixo para responder as seguintes questões, que deverão ser debatidas com toda a
turma:

a) Quais redes sociais você usa? b) Quanto tempo você acha que gasta por dia em todas as redes
sociais? c) Você usa a rede social exclusivamente para lazer? d) Quais são suas preocupações com a
segurança digital? e) Na sua opinião, qual é a importância das redes sociais? f) Se você tivesse que
explicar para um total leigo sobre o que é uma rede social, o que você diria?

415
Aula 17 - Aplicações da Redes sociais no Mercado de Trabalho

Conteúdo & Conceitos

As empresas vêm utilizando as redes sociais dos candidatos como um dos processos de
seleção. Assim é possível ter informações sobre as experiências dos candidatos, que combinados
com dados complementares auxiliam a evitar futuros equívocos na escolha de um perfil.

Mas o que as empresas buscam no perfil do candidato?

⇒ Opiniões sobre empresas, chefes e companheiros de trabalhos anteriores;


⇒ Críticas a trabalhos anteriores e/ou conteúdos negativos que buscam prejudicar a imagem da
antiga empresa;
⇒ Recrutadores geralmente observam as seções “Sobre”, onde você se descreve e verificar se
há coerência com a maneira que você se apresentou no currículo. E o álbum de fotos,
avaliando as imagens e descrições, buscando avaliar se você se apresenta de uma forma
profissional.
⇒ Recrutadores buscam verificar o perfil do candidato nas diferentes redes desde modo de uso,
se usa apenas para brigar com outros usuários, por exemplo, passando por comportamento
fora da empresa e opiniões, interesses, hobbies.

E como agir então?

É importante lembrar que nas redes sociais se trata de você, pessoal e profissional.
◊ Atente a forma que você se comunica e as palavras que usa. Elas podem expressar como
você se relaciona.
◊ Busque seguir perfis que se alinhem com que você de fato pensa e acredita.
◊ Ao compartilhar notícias, verifique a fonte.
◊ Quando compartilhando textos, iates, ideias que não são suas, dê os créditos.
◊ Lembre-se de evitar publicar informações que possa colocar você ou terceiros em risco, ou
que seja extremamente intima.

416
Demonstração e/ou Aplicação

Como usar suas redes sociais para se promover profissionalmente?

Fonte: Material de aula27

27
Material produzido pela professora Raisa Capela.
417
Aula 18 - Aplicações das Redes Sociais no Mercado de Trabalho II

Conteúdo & Conceitos


LinkedIn: a Rede Social Profissional

Embora todas as redes sociais possam ser utilizadas de forma profissional, existe uma que
foi criada especificamente com esse objetivo. O LinkedIn pode não ser muito popular entre os mais
jovens, mas para os já inseridos no mercado de trabalho, vem abrindo muitas portas e fomentando
importantes conexões. Vamos conhecer um pouco mais essa rede?

Regras:
Como qualquer outra rede social, o LinkedIn tem suas regras de utilização. Por se tratar de
uma ferramenta específica para a vida profissional, é importante que elas sejam respeitadas
rigorosamente. Conheça algumas das regras dessa rede:

o Idade mínima 16 anos.


o Sua conta e senha são pessoais e não devem ser compartilhadas.
o Contas falsas não são permitidas. Todas as informações publicadas devem ser
verdadeiras. Portanto, o usuário se compromete a nos fornecer somente informações
e conteúdos que tenha direito de nos fornecer e a garantir que seu perfil no LinkedIn
será verídico.
o É proibido criar um perfil de usuário para alguém que não seja o próprio usuário
(uma pessoa física), ou utilizar ou tentar utilizar a conta de outra pessoa.
o Não se deve divulgar informações que necessitam de autorização para publicação,
tais como informações confidenciais ou de terceiros (inclusive de seu empregador).
o Não é permitida a cópia ou distribuição de materiais com direitos de propriedade
intelectual de terceiros ou do LinkedIn, incluindo direitos autorais, patentes, marcas,
segredos industriais ou outros direitos protegidos.

Seu cartão de apresentação - O cartão de apresentação é a primeira coisa que se visualiza no seu
perfil. Deve conter informações que descrevem seu atual status profissional e pessoal.

Exemplo de cartão de apresentação no LinkedIn.

418
Fonte: Google Imagens28
⎯ Foto do perfil- deve ser uma foto de sua pessoa ou rosto. Não pode conter logotipos de
empresa, paisagens, animais, palavras ou frases.

Dicas
- Evite fazer "spam" em suas conexões com atualizações constantes que não sejam úteis ou
relevantes.
- Escolha suas conexões cuidadosamente. Elas poderão ver quem está na sua rede e usarão isso
como uma aprovação implícita dessa pessoa.
- Mantenha informações em seu perfil profissional. Use outras redes sociais para hobbies,
atualizações familiares, discussões políticas e outros usos pessoais.

Atenção, estudantes:
O que escrever no campo experiência se eu nunca trabalhei?
Vivências no grêmio estudantil da sua escola, projetos voluntários, participação em
empreendimentos familiares, estas informações podem ser consideradas “experiência”.
PTPA e estágio posterior são ótimos exemplos!

O perfil do LinkedIn não deve ser visto como uma cópia do CV, e sim como um portfólio da vida
profissional.

Fotos de um perfil no LinkedIn.

a b

Fonte: LinkedIn29

28
Disponível em: https://www.google.com/imghp
29
Disponível em: https://www.linkedin.com/in/atilaiamarino/
419
Aula 19 - Impactos positivos e negativos do uso das Redes Sociais I

Conteúdo & Conceitos


As redes sociais estão presentes na rotina das pessoas mais do que nunca. Se por um lado, há
muitos fatores positivos nessa utilização, como a troca rápida de informações, atualização em tempo
real aos acontecimentos em todos os setores (acadêmicos, empresariais e comerciais), reencontro de
antigos conhecidos, por outro há questões negativas como questões na comunicação com ambiente
externo, mau desempenho profissional e falta de socialização, é comum perceber pessoas em
momentos de lazer manuseando celulares e pouco interagindo com as outras pessoas.
Imagem da publicação do Ministério da Justiça no Facebook

Fonte: Site do senado federal30

O que é, afinal, discurso de ódio?

É caracterizado por atos de comunicação que discriminam e inferiorizam pessoas baseado


em características suas, como sexo, etnia, orientação sexual e nacionalidade. Esse ato de
comunicação demanda discriminação e ser comunicado a terceiros.

30
Disponível em: http://senadofederal.tumblr.com/post/107305524777/o-que-%C3%A9-afinal-discurso-de-
%C3%B3dio
420
Formas contemporâneas de racismo e intolerância nas redes sociais:

 Identificou-se que a grande maioria das vítimas de racismo no Facebook são mulheres negras
de classe média, entre 20 a 35 anos e com ensino superior;
 O agressor, na maioria dos casos, é homem em seus vinte e poucos anos e usa palavras de baixo
calão para insultar pessoas negras;
 Publicações racistas são desencadeadas por discordâncias em posts, respostas a postagens que
evidenciam feitos ou honrarias, exposição de liderança ou individuo bem sucedido,
enaltecimento das raízes ou cultura e rejeitar propostas de relacionamentos afetivos.

Comportamentos nas redes:

Comumente postamos fotos, dados pessoais como local de estudo/trabalho, telefones sem
nos preocupar com o público que pode ter acesso a essas informações. É importante que se repense
sobre as razões e necessidade de postarmos tais informações e para quem estamos postando.
Além de nos preocupar com a exposição, devemos pensar no tipo de conteúdo que estamos
publicando e consumindo. Existem leis que categorizam como crime certas publicações e seus
autores devem responder pelo que divulgam. O Safenet é um site onde é possível realizar denúncias
quanto a conteúdos ofensivos.
Também devemos nos atentar para o cyberbullying. É chamado cyberbullying o ato de
constranger e/ou humilhar uma pessoa através do uso da internet e dispositivos tecnológicos.

421
Aula 20 - Impactos positivos e negativos do uso das Redes Sociais II

Conteúdo & Conceitos

Boatos e Fake News

● O que é um boato?
O boato é uma notícia de fonte desconhecida, podendo ser infundada, divulgada. Se
verificada como verdadeira, diz-se que o boato foi confirmado. Quando a veracidade não é
confirmada, a notícia é considerada falsa, o que chamamos hoje de Fake News.

● O que são as fakes news?


geralmente associado a notícias que tentam se passar por reportagens jornalísticas
verdadeiras e que possuem conteúdo falso, impreciso ou distorcido

● A internet ampliou o alcance e dimensão dos boatos e se mostrou um terreno fértil


para disseminação deles. Isso porque:
✔ é um ambiente fácil de emitir opiniões;
✔ com excesso de informações – o que dificulta/impossibilita verificar todas e
pelo o impulso de se compartilhar algo que um conhecido, confiando na
veracidade da informação.

● Por vezes utilizam-se “bots”, programas que automatizam tarefas, para enviar
mensagens (posts em redes sociais, comentários em posts, e-mails...) com
informações falsas.

● Das consequências dos boatos nas redes podemos listar: muita desinformação,
reforça crenças erradas, distraem de assuntos importantes e podem influenciar
negativamente opiniões. Além disso, pessoas e empresas podem ter a reputação
manchada e ficar vinculada a conteúdos caluniosos.

● Como identificar as Fake News?

Muitas vezes é difícil identificar se a notícia compartilhada é verdadeira ou falsa, mas


atentando a algumas características, podemos desconfiar e, nesse caso, não repassar essas
informações.

✔ Em geral, possuem chamadas bombásticas.


✔ Falam em consequências trágicas, ou prometem lucros exorbitantes.
✔ Solicitam que seja compartilhado entre muitas pessoas.
✔ Costumam omitir datas de publicação e a fonte da informação.
✔ Na dúvida, consulte sites especializados como Boatos.org e E-farsas. Já existem
hoje algumas agências especializadas em “fact-checking”, muitas vezes ligadas a
veículos oficiais de comunicação, que conferem a veracidade de notícias
publicadas ou boatos de grande popularidade.

Algumas redes possuem ferramentas para o usuário informar quando há alguma página ou
perfil disseminando uma notícia falsa, por exemplo o Facebook, o Instagram e o Twitter. Estes
últimos, quando verificado que se trata de uma notícia ou informação falsa, ocultam o conteúdo e
deixam um informe sobre a retirada do conteúdo e sua razão.

422
Demonstração e/ou Aplicação
Cartilha desenvolvida pela CNJ ensinando a não cair em fake news

Fonte: Conselho Nacional de Justiça (CNJ)31

Imagem que aparece quando o Instagram verifica que um conteúdo possui informação falsa

Fonte: Estadão32

31
Disponível em https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/painel-de-checagem-de-fake-news/campanhas/
32
Disponível em https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,instagram-apaga-fake-news-compartilhada-por-
bolsonaro-sobre-coronavirus-no-ceara,70003299954
423
Aviso que aparece quando o Twitter verifica que um conteúdo possui informação falsa

Fonte: Poder 36033

33
Disponível em https://www.poder360.com.br/coronavirus/tweet-do-ministerio-da-saude-sobre-covid-19-e-marcado-
como-enganoso/
424
Aula 21 - Impactos positivos e negativos do uso das Redes Sociais III

Conteúdo & Conceitos

Pontos positivos das redes sociais:

Já falamos sobre alguns dos impactos negativos e riscos que podemos correr pelo mau uso
das redes sociais. Mas essas ferramentas também têm grande poder de gerar boas ações e resultados
favoráveis a quem acessa.
Agora, vamos falar sobre alguns desses impactos positivos:

 Conexão:
As redes sociais aumentam e facilitam a conexão entre pessoas. Elas
permitem manter e construir relacionamentos sociais.
Um dos maiores pontos positivos das redes sociais é que nunca foi tão fácil
fazer amigos, especialmente pela facilidade de encontrar pessoas com
interesses em comum.
Podemos acompanhar a rotina de familiares e amigos distantes, e até mesmo
reencontrar amigos com quem perdemos o contato. As redes sociais
encurtam a distância entre as pessoas.

 Poder de mobilização:
As redes sociais são um excelente canal de amplificação da nossa voz diante
da sociedade e da capacidade de auto-organização.
Através delas, podemos criar e disseminar campanhas de arrecadação de
donativos, organizar protestos e manifestações, ou criar e compartilhar
campanhas de ajuda (agasalho, sangue, etc).
São um importante instrumento para sensibilizar a sociedade, com uma
facilidade cada vez maior de inserção de pautas.

 Fortalecimento do acesso à cultura:


Por meio das redes sociais, é possível ampliar o acesso dos usuários a
produtos culturais como filmes e músicas, através do compartilhamento, ou
da visibilidade que se dá a essas atrações.
Esses canais são também um local privilegiado de divulgação de eventos,
como shows e peças de teatro.
Outra função importante nesse sentido é a possibilidade de construção de
comunidades virtuais, que permite a mobilização de grupos sociais em torno
de uma vinculação cultural, como regional ou étnica, por exemplo.

 Acesso facilitado a informações especializadas:


A possibilidade de compartilhar informações em tempo real tornou mais
fácil encontrar, publicar e replicar a produção de conhecimentos científicos,
inclusive através de plataformas colaborativas destinadas a este fim. São
verdadeiras redes sociais acadêmicas.

 Comunicação fácil e rápida dentro de empresas:

425
Empregadores e funcionários podem se comunicar em tempo real. Muitas
empresas têm, inclusive, seus próprios aplicativos e redes internas, para
interação entre setores.

 Vitrine profissional:
As redes sociais funcionam, em muitos casos, como portfólio das suas
habilidades e competências.

 Networking:
Ficou muito mais fácil fazer contatos profissionais, trocar informações e
experiências, conhecer profissionais em outros cargos e se aprofundar no
mundo da própria profissão.

 Fonte de lucro e motor econômico:


As redes sociais têm um papel importante no crescimento de e-commerces,
mudando a forma de consumo. Isso possibilitou ainda o crescimento de
pequenos negócios. Esses canais investem, cada vez mais, em criar funções
que facilitam a venda de produtos e serviços.

Atividade(s)

1) As redes sociais possuem múltiplas características e funções. Escolha abaixo a opção que melhor
as descreve:

a) Espaços virtuais criados para construir relações profissionais;


b) Espaços virtuais que possibilitam a interação com diversas pessoas, seja de interesse pessoal
ou profissional.
c) Espaços virtuais voltados exclusivamente para divulgação de produtos.

2) Considerando o conceito de engajamento nas redes sociais, é correto afirmar que:

a) O engajamento só é alcançado se fizermos anúncios;


b) O engajamento é composto por todas as interações que os usuários fazem na nossa
postagem
c) O engajamento se resume aos comentários que as pessoas fazem nas nossas fotos.

426
Aula 22 - Revisão das Unidades III e IV

Atividade(s)

Vamos relembrar o que aprendemos até aqui!

Responda, individualmente, as questões abaixo:

1) O Twitter é um dos microblogs mais utilizados no mundo inteiro. Quantas caracteres são
permitidas em cada tweet?
a) 140
b) 280
c) 1024
d) 2048

2) “Impulsionar uma Publicação” é uma opção no Facebook para:


a) Promover, de forma gratuita, uma publicação feita para alcançar mais pessoas.
b) Promover, por meio de pagamento, uma publicação feita para alcançar mais pessoas.
c) Aumentar o limite de caracteres para as publicações.
d) Aumentar o limite de dados para armazenar arquivos.

3) As redes sociais são plataformas que surgiram para aproximar as pessoas e, consequentemente,
favoreceram o crescimento da troca de informações entre alunos e professores. Marque a alterna
abaixo que apresenta DUAS redes sociais: a) Freefire e Instagram. b) Orkut e Facebook. c) Twitter
e Gmail. d) Youtube e Google.

4) São características da rede social Facebook, exceto:


a) Armazenar dados.
b) Troca de e-mails.
c) Formação de grupos de interesse.
d) Formação de páginas comerciais e de lazer.

5) Qual das redes sociais abaixo tem suas características voltadas para divulgação de currículos
digitais?
a) LinkedIn.
b) Facebook.
c) Twitter.
d) Instagram.

6) Marque a alternativa correta sobre as propagandas nas Mídias Sociais Digitais:


a) São sempre aleatórias.
b) São baseadas exclusivamente pelos interesses do usuário da rede social.
c) São orientadas pelos interesses, localização, histórico de acesso, buscas realizadas, entre outras
informações fornecidas pelo usuário.
d) São baseadas apenas pela condição social do usuário.

7) Em qual rede social abaixo não é possível criar perfis comerciais e/ou para empresas?
a) Facebook.
b) Twitter.
c) Instagram.
d) Nenhuma das alternativas acima.

427
Aula 23 - Cartilha das Redes Sociais

Atividade(s)

Você conheceu as redes sociais e aprendeu seus impactos nas diferentes áreas da vida. Hora
de colocar em prática.

Em grupo, discuta e desenvolva uma cartilha focada nos principais cuidados e riscos a ser
evitados nas redes sociais.

Crie uma introdução, explicando o que são redes sociais e porque é necessário aprender a
utilizá-las de forma correta. Em seguida, dê o máximo de dicas e exemplos que conseguir.

Use folhas de papel separadas para fazer esse material, com ilustrações e letra legível!

428
Aula 24: Apresentação da Cartilha das Redes Sociais

Atividade(s)

Chegou a hora de ver o que aprendemos neste curso!

Reúna-se com seu grupo e apresente a cartilha feita na aula anterior para toda a turma.

Anote nesta página as dicas que aprendeu com os colegas e os pontos de que mais gostou:

429
Este foi o módulo Técnica, Tecnologia e Mídias Sociais. Chegamos ao fim do curso e é hora de
você aplicar todo esse conhecimento da melhor forma, seja no novo estágio, ou em seus projetos
futuros.
Quem estudou com atenção e fez as atividades propostas, pode se considerar capacitado a
compreender o impacto que a tecnologia e as mídias sociais têm em sua vida. Você agora vai
entender cada vez melhor as funções e o funcionamento das ferramentas tecnológicas e perceber
como elas se aplicam ao dia a dia no seu trabalho.
O mais importante agora é ficar sempre ligado nas dicas de segurança e não se expor de forma que
prejudique sua carreira.
Boa sorte!

430

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