SOROCABA

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 11

Editora

a solução para o seu concurso!

SOROCABA - SP
PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA -
SÃO PAULO

Agente de Combate
às Endemias

PROCESSO SELETIVO Nº 02/2024

CÓD: SL-015MA-24
7908433254164
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários) ........................................................................ 7
2. Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras.............................................................................................. 9
3. Pontuação................................................................................................................................................................................... 10
4. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem . .............................................................................................................. 12
5. Concordância verbal e nominal ................................................................................................................................................. 20
6. Regência verbal e nominal.......................................................................................................................................................... 21
7. Colocação pronominal................................................................................................................................................................ 24
8. Crase........................................................................................................................................................................................... 24

Matemática
1. Resolução de situações-problema, envolvendo: adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação ou radiciação com
números racionais, nas suas representações fracionária ou decimal......................................................................................... 31
2. Mínimo múltiplo comum; Máximo divisor comum.................................................................................................................... 32
3. Porcentagem............................................................................................................................................................................... 35
4. Razão e proporção...................................................................................................................................................................... 36
5. Regra de três simples ou composta............................................................................................................................................ 38
6. Equações do 1º ou do 2º graus .................................................................................................................................................. 39
7. Sistema de equações do 1º grau................................................................................................................................................. 42
8. Grandezas e medidas – quantidade, tempo, comprimento, superfície, capacidade e massa.................................................... 43
9. Relação entre grandezas – tabela ou gráfico.............................................................................................................................. 47
10. Tratamento da informação – média aritmética simples............................................................................................................. 51
11. Noções de Geometria – forma, ângulos, área, perímetro, volume, Teoremas de Pitágoras ou de Tales.................................... 52

Conhecimentos Específicos
Agente de Combate às Endemias
1. Noções básicas de dengue, chikungunya, zika e febre amarela (etiologia, vetores, prevenção e controle)............................... 61
2. Noções básicas dos aspectos biológicos e métodos de controle do Aedes aegypti.................................................................. 69
3. Manuais do Ministério da Saúde e Governo do Estado de São Paulo: Dengue – Instruções para Pessoal de Combate ao Vetor
– Manual de Normas Técnicas. FUNASA, 2001 – Itens 1. 2., 2.1, 2.3, 6, 7, 9, 10, 13, 14, Anexos III e IV ................................... 72
4. Controle de Vetores – Procedimentos de Segurança. FUNASA, 2001 – Itens 2, 3, 7.................................................................. 88
5. Normas e Orientações Técnicas para Vigilância e Controle de Aedes aegypti, SUCEN, 2008 – Item I Territorialização, subitem
1 / Item II Conceitos / Item III Atividades de Vigilância e Controle de Aedes aegypti, subitens 1, 2, 3, 4, 6. 2, 6.4, 6.6 / Item IV,
subitens 1, 3, 4 / Anexo 3............................................................................................................................................................ 88
6. Guia de Vigilância em Saúde – Volume Único. Ministério da Saúde, 2019 – Capítulo 6 Febre Amarela/Capítulo 7 Dengue,
Chikungunya e Zika..................................................................................................................................................................... 114

Editora

a solução para o seu concurso!


LÍNGUA PORTUGUESA

A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEX-
TOS (LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS)

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
“A Constituição garante o direito à educação para todos e a
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem.
inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso
deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender.
menos severas.”
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo,
(A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos
1988.
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito
(B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado
severas.
evento.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
ou não.
Interpretação de Textos
(D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os
incluídos socialmente.
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias
(E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
é decodificar o sentido de um texto por indução.
Comentário da questão:
A interpretação de textos compreende a habilidade de se
Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de
com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
texto, seja ele escrito, oral ou visual.
afirmativa correta.
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado
Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado
“deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva,
Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
podendo ser diferente entre leitores.
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Exemplo de compreensão e interpretação de textos
Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de
texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em
afirmativa correta.
um texto misto (verbal e visual):
Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar
afirmativa correta.
Especial > 2015
Português > Compreensão e interpretação de textos
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

Editora
7
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

Compreender um texto trata da análise e decodificação do que Detecção de características e pormenores que identifiquem o
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter- texto dentro de um estilo de época
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha Principais características do texto literário
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto. Há diferença do texto literário em relação ao texto referencial,
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual- sobretudo, por sua carga estética. Esse tipo de texto exerce uma
quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia linguagem ficcional, além de fazer referência à função poética da
principal. Compreender relações semânticas é uma competência linguagem.
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode- Uma constante discussão sobre a função e a estrutura do tex-
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro- to literário existe, e também sobre a dificuldade de se entenderem
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal. os enigmas, as ambiguidades, as metáforas da literatura. São esses
elementos que constituem o atrativo do texto literário: a escrita
Busca de sentidos diferenciada, o trabalho com a palavra, seu aspecto conotativo,
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo seus enigmas.
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
apreensão do conteúdo exposto. A literatura apresenta-se como o instrumento artístico de análi-
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma se de mundo e de compreensão do homem. Cada época conceituou
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já a literatura e suas funções de acordo com a realidade, o contexto
citadas ou apresentando novos conceitos. histórico e cultural e, os anseios dos indivíduos daquele momento.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder Ficcionalidade: os textos baseiam-se no real, transfigurando-o,
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas recriando-o.
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- Aspecto subjetivo: o texto apresenta o olhar pessoal do artista,
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. suas experiências e emoções.

Importância da interpretação Ênfase na função poética da linguagem: o texto literário mani-


A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se pula a palavra, revestindo-a de caráter artístico.
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos Plurissignificação: as palavras, no texto literário, assumem vá-
específicos, aprimora a escrita. rios significados.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- Principais características do texto não literário
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- Apresenta peculiaridades em relação a linguagem literária, en-
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, tre elas o emprego de uma linguagem convencional e denotativa.
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de Ela tem como função informar de maneira clara e sucinta, des-
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais considerando aspectos estilísticos próprios da linguagem literária.
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es- Os diversos textos podem ser classificados de acordo com a
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató- linguagem utilizada. A linguagem de um texto está condicionada à
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, sua funcionalidade. Quando pensamos nos diversos tipos e gêneros
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, textuais, devemos pensar também na linguagem adequada a ser
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. adotada em cada um deles. Para isso existem a linguagem literária
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- e a linguagem não literária.
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Diferente do que ocorre com os textos literários, nos quais há
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você uma preocupação com o objeto linguístico e também com o estilo,
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que os textos não literários apresentam características bem delimitadas
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. para que possam cumprir sua principal missão, que é, na maioria
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, das vezes, a de informar. Quando pensamos em informação, alguns
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. elementos devem ser elencados, como a objetividade, a transpa-
rência e o compromisso com uma linguagem não literária, afastan-
Diferença entre compreensão e interpretação do assim possíveis equívocos na interpretação de um texto.
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- Gêneros Discursivos
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
leitor tira conclusões subjetivas do texto. nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma
Editora

88
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No Denotação e conotação


romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das
dárias. palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das
palavras. Exemplos:
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente “O gato é um animal doméstico.”
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- “Meu vizinho é um gato.”
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro
encaminham-se diretamente para um desfecho. sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase, a
palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano.
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O Hiperonímia e hiponímia
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo,
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito.
curto. Exemplos:
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que – Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho.
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não Polissemia e monossemia
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra
como horas ou mesmo minutos. apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o
contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- palavras apresentam apenas um significado. Exemplos:
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, – “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida.
imagens. – A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não
tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica.
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto Sinonímia e antonímia
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem
vencer o leitor a concordar com ele. semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados
opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um expressam proximidade e contrariedade.
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido =
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas veloz.
de destaque sobre algum assunto de interesse. Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x
atrasado.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as Homonímia e paronímia
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando A homonímia diz respeito à propriedade das palavras
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de
sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas
Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li- gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas).
berdade para quem recebe a informação. A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de
forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Veja
os exemplos:
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURA- – Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo
DO DAS PALAVRAS caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer).
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar
(definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar
Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo roxo).
da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das – Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar);
palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas. boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo
chorar) .
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e
apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento
(saudação).
Editora
9
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

(D) 95.000.
RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA, ENVOLVENDO: (E) 100.000.
ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, POTEN-
CIAÇÃO OU RADICIAÇÃO COM NÚMEROS RACIONAIS, NAS Resolução:
SUAS REPRESENTAÇÕES FRACIONÁRIA OU DECIMAL Observe que os 200.000 leitores representa o todo do determi-
nado assunto que seria os leitores da revista, daí devemos encon-
trar 1/5 desses leitores.
A resolução de problemas matemáticos envolve a aplicação de Para resolver este problema, devemos encontrar 1/5 de
uma variedade de recursos, sendo que os princípios algébricos e 200.000.
aritméticos se destacam como uma parte fundamental desse pro-
cesso. Esses princípios são classificados de acordo com a complexi-
dade e a abordagem dos conteúdos. 1/5 x 200.000 = = .
A prática constante na resolução de questões desse tipo é o
que proporciona o desenvolvimento de habilidades cada vez maio- Desta forma 40.000 representa a quantidade que essa revista
res para enfrentar problemas dessa natureza. perdeu
Exemplos: Resposta: A.

01. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Analista 03. (PM/SP – Oficial Administrativo – VUNESP) Uma pessoa está
Técnico Legislativo – Designer Gráfico – VUNESP) Em um condomí- montando um quebra-cabeça que possui, no total, 512 peças. No
nio, a caixa d’água do bloco A contém 10 000 litros a mais de água
do que a caixa d’água do bloco B. Foram transferidos 2 000 litros de 1.º dia foram montados do número total de peças e, no
água da caixa d’água do bloco A para a do bloco B, ficando o bloco
2.º dia foram montados do número de peças restantes. O
A com o dobro de água armazenada em relação ao bloco B. Após a
número de peças que ainda precisam ser montadas para finalizar o
transferência, a diferença das reservas de água entre as caixas dos
quebra-cabeça é:
blocos A e B, em litros, vale
(A) 190.
(A) 4 000.
(B) 200.
(B) 4 500.
(C) 210.
(C) 5 000.
(D) 220.
(D) 5 500.
(E) 230.
(E) 6 000.
Resolução:
Resolução:
Neste exemplo temos que 512 é o total e queremos encontrar
A = B + 10000 ( I )
a parte, portanto é a mesma forma de resolução, porém temos uma
Transferidos: A – 2000 = 2.B , ou seja, A = 2.B + 2000 ( II )
situação problema onde teremos mais de um cálculo para encon-
Substituindo a equação ( II ) na equação ( I ), temos:
trar a resposta, vamos ao primeiro:
2.B + 2000 = B + 10000
2.B – B = 10000 – 2000
B = 8000 litros (no início) No 1.º dia foram montados do número total de peças
Assim, A = 8000 + 10000 = 18000 litros (no início)
Portanto, após a transferência, fica:
A’ = 18000 – 2000 = 16000 litros Logo é de 512, ou seja:
B’ = 8000 + 2000 = 10000 litros
Por fim, a diferença é de : 16000 – 10000 = 6000 litros
Resposta: E.

02. (EBSERH/ HUSM/UFSM/RS – Analista Administrativo –


AOCP) Uma revista perdeu 1/5 dos seus 200.000 leitores.
Quantos leitores essa revista perdeu?
(A) 40.000.
(B) 50.000.
(C) 75.000.
Editora
31
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Assim 160 representa a quantidade que foi montado no primei-


ro dia, daí para o segundo dia teremos 512 – 160 = 352 peças res- MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM; MÁXIMO DIVISOR COMUM

tantes, devemos agora encontrar de 352, que foi a quantidade


montada no segundo dia. MÚLTIPLOS E DIVISORES
Os conceitos de múltiplos e divisores de um número natural
podem ser estendidos para o conjunto dos números inteiros1. Ao
abordar múltiplos e divisores, estamos nos referindo a conjuntos
numéricos que satisfazem certas condições. Múltiplos são obtidos
Assim para encontrar quantas peças ainda precisam ser monta- pela multiplicação por números inteiros, enquanto divisores são
das iremos fazer 352 – 132 = 220. números pelos quais um determinado número é divisível.
Resposta: D. Esses conceitos conduzem a subconjuntos dos números
inteiros, pois os elementos dos conjuntos de múltiplos e divisores
04. (Pref. Maranguape/CE – Prof. de educação básica – Mate- pertencem ao conjunto dos números inteiros. Para compreender
mática – GR Consultoria e Assessoria) João gastou R$ 23,00, equi- o que são números primos, é fundamental ter uma compreensão
valente a terça parte de 3/5 de sua mesada. Desse modo, a metade sólida do conceito de divisores.
do valor da mesada de João é igual a:
(A) R$ 57,50; Múltiplos de um Número
(B) R$ 115,00; Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, o número
(C) R$ 172,50; a é múltiplo de b se, e somente se, existir um número inteiro k
(D) R$ 68,50. tal que a=b⋅k. Portanto, o conjunto dos múltiplos de a é obtido
multiplicando a por todos os números inteiros, e os resultados
Resolução: dessas multiplicações são os múltiplos de a.
Neste exemplo primeiro vamos chamar de x a mesada. Por exemplo, podemos listar os 12 primeiros múltiplos de 2
Como ele gastou a terça parte 1/3 de 3/5 da mesada que equi- da seguinte maneira, multiplicando o número 2 pelos 12 primeiros
vale a 23,00. Podemos escrever da seguinte maneira: números inteiros: 2⋅1,2⋅2,2⋅3,…,2⋅12
Isso resulta nos seguintes múltiplos de 2: 2,4,6,…,24
2·1=2
2·2=4
2·3=6
Logo a metade de 115 = 115/2 = 57,50 2·4=8
Resposta: A. 2 · 5 = 10
2 · 6 = 12
05. (FINEP – Assistente – CESGRANRIO) Certa praça tem 720 2 · 7 = 14
m2 de área. Nessa praça será construído um chafariz que ocupará 2 · 8 = 16
600 dm2. 2 · 9 = 18
Que fração da área da praça será ocupada pelo chafariz? 2 · 10 = 20
2 · 11 = 22
2 · 12 = 24
(A) Portanto, os múltiplos de 2 são:
M(2) = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24}

(B) Observe que listamos somente os 12 primeiros números, mas


poderíamos ter listado quantos fossem necessários, pois a lista
de múltiplos é gerada pela multiplicação do número por todos os
(C) inteiros. Assim, o conjunto dos múltiplos é infinito.
Para verificar se um número é múltiplo de outro, é necessário
encontrar um número inteiro de forma que a multiplicação entre
(D) eles resulte no primeiro número. Em outras palavras, a é múltiplo
de b se existir um número inteiro k tal que a=b⋅k. Veja os exemplos:
– O número 49 é múltiplo de 7, pois existe número inteiro que,
(E)
multiplicado por 7, resulta em 49. 49 = 7 · 7
– O número 324 é múltiplo de 3, pois existe número inteiro
Resolução:
que, multiplicado por 3, resulta em 324.
600 dm² = 6 m²
324 = 3 · 108

– O número 523 não é múltiplo de 2, pois não existe número


Resposta: B. inteiro que, multiplicado por 2, resulte em 523.
523 = 2 · ?”
1 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/multiplos-divisores.htm
Editora
32
32
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

– Múltiplos de 4 – Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 quando é


Como observamos, para identificar os múltiplos do número 4, é divisível por 3 e por 5 simultaneamente.
necessário multiplicar o 4 por números inteiros. Portanto:
4·1=4 Para listar os divisores de um número, devemos buscar os
4·2=8 números que o dividem. Veja:
4 · 3 = 12 – Liste os divisores de 2, 3 e 20.
4 · 4 = 16 D(2) = {1, 2}
4 · 5 = 20 D(3) = {1, 3}
4 · 6 = 24 D(20) = {1, 2, 4, 5, 10, 20}
4 · 7 = 28
4 · 8 = 32 Propriedade dos Múltiplos e Divisores
4 · 9 = 36 Essas propriedades estão associadas à divisão entre dois
4 · 10 = 40 inteiros. É importante notar que quando um inteiro é múltiplo de
4 · 11 = 44 outro, ele é também divisível por esse outro número.
4 · 12 = 48
Vamos considerar o algoritmo da divisão para uma melhor
... compreensão das propriedades:
N=d⋅q+r, onde q e r são números inteiros.
Portanto, os múltiplos de 4 são: Lembre-se de que:
M(4) = {4, 8, 12, 16, 20. 24, 28, 32, 36, 40, 44, 48, … } N: dividendo;
d, divisor;
Divisores de um Número q: quociente;
Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, vamos dizer que r: resto.
b é divisor de a se o número b for múltiplo de a, ou seja, a divisão
entre b e a é exata (deve deixar resto 0). – Propriedade 1: A diferença entre o dividendo e o resto (N−r)
Veja alguns exemplos: é um múltiplo do divisor, ou seja, o número d é um divisor de N−r.
– 22 é múltiplo de 2, então, 2 é divisor de 22. – Propriedade 2: A soma entre o dividendo e o resto, acrescida
– 121 não é múltiplo de 10, assim, 10 não é divisor de 121. do divisor (N−r+d), é um múltiplo de d, indicando que d é um divisor
de (N−r+d).
CRITÉRIOS DE DIVISIBILIDADE
Critérios de divisibilidade são diretrizes práticas que permitem Alguns exemplos:
determinar se um número é divisível por outro sem realizar a Ao realizar a divisão de 525 por 8, obtemos quociente q = 65 e
operação de divisão. resto r = 5.
– Divisibilidade por 2 ocorre quando um número termina em 0, Assim, temos o dividendo N = 525 e o divisor d = 8. Veja que as
2, 4, 6 ou 8, ou seja, quando é um número par. propriedades são satisfeitas, pois (525 – 5 + 8) = 528 é divisível por
– A divisibilidade por 3 ocorre quando a soma dos valores 8 e: 528 = 8 · 66
absolutos dos algarismos de um número é divisível por 3. Exemplos:
– Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4 quando seus 1) O número de divisores positivos do número 40 é:
dois últimos algarismos formam um número divisível por 4. (A) 8
– Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5 quando (B) 6
termina em 0 ou 5. (C) 4
– Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6 quando é (D) 2
divisível por 2 e por 3 simultaneamente. (E) 20
– Divisibilidade por 7: Um número é divisível por 7 quando
o dobro do seu último algarismo, subtraído do número sem esse Solução: Resposta: A.
algarismo, resulta em um número múltiplo de 7. Esse processo é Vamos decompor o número 40 em fatores primos.
repetido até verificar a divisibilidade. 40 = 23 . 51 ; pela regra temos que devemos adicionar 1 a cada
– Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8 quando seus expoente:
três últimos algarismos formam um número divisível por 8. 3 + 1 = 4 e 1 + 1 = 2 ; então pegamos os resultados e
– Divisibilidade por 9: Um número é divisível por 9 quando a multiplicamos 4.2 = 8, logo temos 8 divisores de 40.
soma dos valores absolutos de seus algarismos é divisível por 9.
– Divisibilidade por 10: Um número é divisível por 10 quando o 2) Considere um número divisível por 6, composto por 3
algarismo da unidade termina em zero. algarismos distintos e pertencentes ao conjunto A={3,4,5,6,7}.A
– Divisibilidade por 11: Um número é divisível por 11 quando a quantidade de números que podem ser formados sob tais condições
diferença entre a soma dos algarismos de posição ímpar e a soma é:
dos algarismos de posição par resulta em um número divisível por (A) 6
11, ou quando essas somas são iguais. (B) 7
– Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 quando é (C) 9
divisível por 3 e por 4 simultaneamente. (D) 8
(E) 10
Editora
33
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
Agente de Combate às Endemias

epistaxe, gengivorragia, sangramento gastrointestinal, hematúria e


NOÇÕES BÁSICAS DE DENGUE, CHIKUNGUNYA, ZIKA E FE- metrorragia) podem ocorrer. Dura cerca de 5 a 7 dias, quando há
BRE AMARELA (ETIOLOGIA, VETORES, PREVENÇÃO E CON- regressão dos sinais e sintomas, podendo persistir a fadiga. Na FHD
TROLE) e SCD, os sintomas iniciais são semelhantes aos da DC, mas no ter-
ceiro ou quarto dia o quadro se agrava com dor abdominal, sinais
de debilidade profunda, agitação ou letargia, palidez de face, pulso
DENGUE rápido e débil, hipotensão com diminuição da pressão diferencial,
Sintomas manifestações hemorrágicas espontâneas (petéquias, equimoses,
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes púrpura, sangramento do trato gastrointestinal), derrames cavitá-
aegypti. A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou cau- rios, cianose e diminuição brusca da temperatura. Um achado labo-
sar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira ma- ratorial importante é a trombocitopenia com hemoconcentração
nifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, concomitante.
que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, A principal característica fisiopatológica associada ao grau de
dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos severidade da FHD é o extravasamento do plasma, que se manifes-
olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos ta por meio de valores crescentes do hematócrito e hemoconcen-
são comuns. Na fase febril inicial da doença pode ser difícil dife- tração. Entre as manifestações hemorrágicas, a mais comumente
renciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa encontrada é a prova do laço positiva (Quadro 1). Nos casos graves
e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre de FHD, o maior número de casos de choque ocorre entre o 3º e
outros sintomas. 7º dias de doença, geralmente precedido por dores abdominais
(quadro 1). O choque é decorrente do aumento de permeabilidade
Transmissão vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória. É de
A principal forma de transmissão é pela picada dos mosqui- curta duração e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à recupe-
tos Aedes aegypti. Há registros de transmissão vertical (gestante ração rápida, após terapia anti-choque.
- bebê) e por transfusão de sangue. Existem quatro tipos diferentes
de vírus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Sinonímia - Febre de quebra ossos.
Agente etiológico - É o vírus do dengue (RNA). Arbovírus do gê-
Prevenção nero Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae, com 4 sorotipos
Uma forma de prevenção é acabar com o mosquito, mantendo conhecidos: 1, 2, 3 e 4.
o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros. Rou- Vetores hospedeiros - Os vetores são mosquitos do gênero
pas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os Aedes. Nas Américas, o vírus da dengue persiste na natureza me-
mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às pica- diante o ciclo de transmissão homem - Aedes aegypti - homem. O
das e podem ser adotadas principalmente durante surtos. Repelen- Aedes albopictus, já presente nas Américas e com ampla dispersão
tes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções na região Sudeste do Brasil, até o momento não foi associado à
do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles transmissão do vírus da dengue nas Américas. A fonte da infecção e
que dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas hospedeiro vertebrado é o homem. Foi descrito, na Ásia e na África,
e trabalhadores noturnos). um ciclo selvagem envolvendo o macaco.
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS Modo de transmissão - A transmissão se faz pela picada da fê-
mea do mosquito Aedes aegypti, no ciclo homem - Aedes aegypti
Descrição - Doença infecciosa febril aguda, que pode ser de - homem. Após um repasto de sangue infectado, o mosquito está
curso benigno ou grave, dependendo da forma como se apresen- apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação extrín-
te: infecção inaparente, dengue clássico(DC), febre hemorrágica da seca. A transmissão mecânica também é possível, quando o repas-
dengue (FHD) ou síndrome de choque da dengue (SCD). A DC, em to é interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta num
geral, se inicia abruptamente com febre alta (39° a 40°), seguida hospedeiro suscetível próximo. Não há transmissão por contato
de cefaléia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor re- direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia,
troorbitária, náuseas, vômitos, exantema, prurido cutâneo, hepa- nem por fontes de água ou alimento.
tomegalia (ocasional), dor abdominal generalizada (principalmente
em crianças). Pequenas manifestações hemorrágicas (petéquias,
Editora
61
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Período de incubação - De 3 a 15 dias, em média 5 a 6 dias. rápida de volume de líquidos perdidos e da acidose. Durante uma
administração rápida de fluidos, é particularmente importante es-
Período de transmissibilidade - O homem infecta o mosquito tar atento a sinais de insuficiência cardíaca.
durante o período de viremia, que começa um dia antes da febre e
perdura até o sexto dia de doença. Características epidemiológicas - O dengue tem sido relatado
há mais de 200 anos. Na década de 50, a febre hemorrágica da den-
Complicações - Choque decorrente do aumento da permeabili- gue - FHD foi descrita, pela primeira vez, nas Filipinas e Tailândia.
dade capilar, seguido de hemoconcentração e falência circulatória. Após a década de 60, a circulação do vírus da dengue intensificou-
-se nas Américas. A partir de 1963, houve circulação comprovada
Diagnóstico - Na DC, o diagnóstico é clínico e laboratorial nos dos sorotipos 2 e 3 em vários países. Em 1977, o sorotipo 1 foi intro-
primeiros casos e em seguida, clínico-epidemiológico. A FHD e SCD duzido nas Américas, inicialmente pela Jamaica. A partir de 1980,
necessitam de uma boa anamnese, seguida de exame clínico (vide foram notificadas epidemias em vários países, aumentando consi-
sinais de alerta no quadro 1) com prova do laço (verificar apareci- deravelmente a magnitude do problema. Cabe citar: Brasil (1982,
mento de petéquias) e confirmação laboratorial específica. 1986, 1998, 2002), Bolívia (1987), Paraguai (1988), Equador (1988),
Peru (1990) e Cuba (1977/1981). A FHD afetou Cuba em 1981 e
Diagnóstico laboratorial foi um evento de extrema importância na história da doença nas
a) Específico - Virológico: Isolamento viral; realizado a partir Américas. Essa epidemia foi causada pelo sorotipo 2, tendo sido
de amostras de sangue, derivados ou tecidos coletados nos primei- o primeiro relato de febre hemorrágica da dengue ocorrido fora
ros 5 dias após o início da febre, sendo importante para a identi- do Sudoeste Asiático e Pacífico Ocidental. O segundo surto ocorreu
ficação do sorotipo viral circulante. Detecção - de antígeno virais na Venezuela, em 1989, e, em 1990/1991, alguns casos foram no-
e/ou ácido nucléico viral mediante os seguintes métodos: Reação tificados no Brasil (Rio de Janeiro), bem como em 1994 (Fortaleza
em cadeia de polimerase (PCR); Imunofluorescência e Imunohisto- - Ceará).
química. Sorológico: Ensaio imunoenzimático para captura de anti- No Brasil há referências de epidemias em 1916, em São Pau-
corpos IgM (Mac-Elisa),na maioria dos casos requer somente uma lo, e em 1923, em Niterói, sem diagnóstico laboratorial. A primei-
amostra de soro, sendo possível realizar o diagnóstico presuntivo ra epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em
de infecção recente ou ativa. Outras técnicas também são utiliza- 1981-1982, em Boa Vista - Roraima, causada pelos sorotipos 1 e 4.
das no diagnóstico sorológico do vírus do dengue, porém requerem A partir de 1986, foram registradas epidemias em diversos estados
sorologia com amostras pareadas. Inibição de Hemaglutinação (IH); com a introdução do sorotipo 1. A introdução dos sorotipos 2 e 3
Teste de Neutralização (N); Fixação de Complemento (FC); foi detectada no estado do Rio de Janeiro em 1990 e dezembro de
2000 respectivamente. O sorotipo 3 apresentou uma rápida disper-
b) Inespecíficos - Alterações Laboratoriais: DC - leucopenia, são para 24 estados do país no período de 2001-2003. Em 2003
embora possa ocorrer leucocitose. linfocitose com atipia linfocitá- apenas os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina não apre-
ria e trombocitopenia. DH - deve-se dar particular atenção à dosa- sentavam transmissão autóctone da doença. As maiores epidemias
gem do hematócrito e hemoglobina para verificação de hemocon- detectadas até o momento ocorreram nos anos de 1998 e 2002,
centração, que indica a gravidade do caso e orienta a terapêutica com cerca de 530 mil e 800 mil casos notificados, respectivamente.
(Quadro 2). Ocorrem alterações no coagulograma (aumento do Os primeiros casos de FHD foram registrados em 1990 no estado do
tempo de protrombina, tromboplastina parcial e trombina) com di- Rio de Janeiro, após a introdução do sorotipo 2. Nesse ano foram
minuição do fibrinogênio, fator VIII e XII, antitrombina e antiplasmi- confirmados 274 casos que, de uma forma geral, não apresentaram
na, diminuição da albumina e alterações das enzimas hepáticas. A manifestações hemorrágicas graves. A faixa etária mais atingida foi
confiabilidade dos resultados dos testes laboratoriais depende dos a de maiores de 14 anos. Na segunda metade da década de 90,
cuidados durante a coleta, manuseio, acondicionamento e trans- observamos a ocorrência de casos de FHD em diversos estados do
porte das amostras. país. Nos anos de 2001 e 2002, foi detectado um aumento no total
Diagnóstico diferencial - DC: gripe, rubéola, sarampo. FHD e de casos de FHD, potencialmente refletindo a circulação simultânea
SCD - infecções virais e bacterianas, choque endotóxico, leptospi- dos sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue. A letalidade por FHD se
rose, febre amarela, hepatites infecciosas e outras febres hemor- manteve em torno de 5% no período de 2000- 2003.
rágicas. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Tratamento - DC: sintomáticos (não usar ácido acetil-salicílico).
FHD: alguns sinais de alerta (Quadro 1)precisam ser observados: Objetivo - Controlar a ocorrência da doença através do comba-
dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, hepato- te ao mosquito transmissor.
megalia dolorosa, derrames cavitários, sangramentos importantes,
hipotensão arterial (PA sistólica <=80mm Hg, em < 5 anos; PA sis- Notificação - É doença de notificação compulsória e de inves-
tólica <= 90mm Hg, em > 5 anos), diminuição da pressão diferen- tigação obrigatória, principalmente quando se trata dos primeiros
cial (PA sistólica - PA diastólica <= 20mm Hg), hipotensão postural casos de DC diagnosticados em uma área, ou quando se suspeita
(PA sistólica sentado - PA sistólica em pé com diferença maior que de FHD. Os óbitos decorrentes da doença devem ser investigados
10mm Hg), diminuição da diurese, agitação, letargia, pulso rápido e imediatamente.
fraco, extremidades frias, cianose, diminuição brusca da tempera-
tura corpórea associada à sudorese profusa, taquicardia, lipotimia Definição de caso
e aumento repentino do hematócrito. Aos primeiros sinais de cho- Suspeito - Dengue Clássico - Paciente que tenha doença febril
que, o paciente deve ser internado imediatamente para correção aguda com duração máxima de 7 dias, acompanhada de, pelo me-
nos, dois dos seguintes sintomas: cefaléia, dor retroorbital, mialgia,
Editora
62
62
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

artralgia, prostração, exantema. Além desses sintomas, o paciente -Derrames cavitários (pleural e/ou abdominal)
deve ter estado, nos últimos quinze dias, em área onde esteja ocor- -Prova do laço positiva*, petéquias, púrpura, hematomas,
rendo transmissão de dengue ou tenha a presença de Aedes aegyp- -Gengivorragia, epistaxe ou metrorragias
ti. Febre Hemorrágica do Dengue - Paciente que apresenta também -Sangramentos importantes
manifestações hemorrágicas, variando desde prova do laço positiva -Hipotensão arterial
até fenômenos mais graves, como hematêmase, melena e outros. -Hipotensão postural
A ocorrência de pacientes com manifestações hemorrágicas, acres- -Diminuição de diurese
cidas de sinais e sintomas de choque cardiovascular (pulso arterial -Agitação ou letargia
fino e rápido ou ausente, diminuição ou ausência de pressão ar- -Pulso rápido e fraco
terial, pele fria e úmida, agitação), leva à suspeita de síndrome de -Extremidades frias e cianose
choque (SCD). -Diminuição brusca de temperatura corpórea, associada à su-
Confirmado - Dengue Clássico - O caso confirmado laborato- dorese
rialmente. No curso de uma epidemia, a confirmação pode ser feita -Taquicardia intensa e lipotímia
através de critérios clínico-epidemiológicos, exceto nos primeiros -Pacientes que apresentarem um ou mais dos sinais de alerta,
casos da área, que deverão ter confirmação laboratorial. Febre He- acompanhados de evidências de Hemoconcentração (Quadro 2) e
morrágica do Dengue É o caso em que todos os critérios abaixo Plaquetopenia, devem ser reidratados e permanecer sob observa-
estão presentes: ção médica até melhora do quadro.
1. Febre ou história de febre recente de 7 dias ou menos;
2. Trombocitopenia (< 100.000/mm3); PROVA DO LAÇO
3. Tendências hemorrágicas evidenciadas por um ou mais dos
seguintes sinais: prova do laço positiva, petéquias, equimoses ou Colocar o tensiômetro no braço do paciente e insuflar o man-
púrpuras e sangramentos de mucosas, do trato gastrointestinal e guito, mantendo-o entre a Tensão Arterial Média (corresponde à
outros; média aritmética da TA sistólica e TA diastólica) durante 3 minu-
4. Extravasamento de plasma devido ao aumento de perme- tos. Verificar se aparecem petéquias abaixo do manguito. A prova
abilidade capilar, manifestado por: hematócrito apresentando um é positiva se aparecerem 20 ou mais petéquias no braço em área
aumento de 20% sobre o basal, na admissão; ou queda do hemató- correspondente a uma polpa digital (±2,3 cm3).
crito em 20%, após o tratamento; ou presença de derrame pleural,
ascite e hipoproteinemia; QUADRO 2. DIAGNÓSTICO DE HEMOCONCENTRAÇÃO.
5. Confirmação laboratorial específica. SCD: é o caso que apre-
senta todos os critérios de FHD mais evidências de choque. Valores de referência antes do paciente ser submetido a rei-
dratação:
MEDIDAS DE CONTROLE - As medidas de controle se restrin- HEMATÓCRITO: Crianças até 12 anos - Hto > 38%
gem ao vetor Aedes aegypti, uma vez que não se tem ainda vacina Mulheres - Hto > 40%
ou drogas antivirais específicas. O combate ao vetor deve desen- Homens - Hto > 45%
volver ações continuadas de inspeções domiciliares, eliminação Índice hematócrito/hemoglobina: >3,5 (indicador de hemo-
e tratamento de criadouros, priorizando atividades de educação concentração simples e prático. Obtém-se dividindo-se o valor do
em saúde e mobilização social. A finalidade das ações de rotina é hematócrito pelo da hemoglobina)
manter a infestação do vetor em níveis incompatíveis com a trans- PLAQUETOPENIA: Plaquetas < 100.000 mm3
missão da doença. Em situações de epidemias deve ocorrer a in-
tensificação das ações de controle, prioritariamente a eliminação Febre amarela
de criadouros e o tratamento focal. Além disso, deve ser utilizada A febre amarela é uma doença viral de curta duração e
a aplicação espacial de inseticida a Ultra Baixo Volume - UBV, ao gravidade variável. É caracterizada principalmente por febre alta,
mesmo tempo em que se reestrutura as ações de rotina. Em função calafrios, prostração, dor de cabeça, náuseas e vômito. Poucos dias
da complexidade que envolve a prevenção e o controle da dengue, após a infecção, a doença pode tanto evoluir para a cura quanto
o programa nacional estabeleceu dez componentes de ação, sendo para a sua forma grave com sintomas como insuficiência hepática e
eles: Vigilância epidemiológica; Combate ao vetor; Assistência aos renal, além de manifestações hemorrágicas.
pacientes; Integração com a atenção básica (PACS/PSF); Ações de Quem causa a doença: a doença é causada pelo vírus amarílico
saneamento ambiental; Ações integradas de educação em saúde, (arbovírus do gênero Flavivírus).
comunicação e mobilização; Capacitação de recursos humanos; Quem transmite a doença: o transmissor varia conforme a
Legislação de apoio ao programa e Acompanhamento e avaliação. forma da doença.
Estes componentes de ação, se convenientemente implementados, A – Febre amarela silvestre (FAS): normalmente, no Brasil a FAS
contribuirão para a estruturação de programas permanentes, inte- é transmitida apenas para macacos e quem faz essa transmissão é o
grados e intersetoriais, características essenciais para o enfrenta- mosquito Haemagogus janthinomys.
mento desse importante problema de saúde pública. B – Febre amarela urbana (FAU): no caso da FAU, a doença é
transmitida para os seres humanos e quem faz a transmissão é o
QUADRO 1. SINAIS DE ALERTA DE DENGUE HEMORRÁGICO. mosquito Aedes aegypti.

-Dor abdominal intensa e contínua


-Vômitos persistentes
-Hepatomegalia dolorosa
Editora
63
a solução para o seu concurso!

Você também pode gostar