FILOFILO

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Índice

Introdução......................................................................................
1. Filosofia politica..........................................................................
2. Política... ....................................................................................
2.1.Filosofia política e política…………………………………………………...
2.1.2.Ciência politica.......................................................................
2.1.3.Filosofia política e sua relação com a política……………………….
2.1.4.Ética política ..........................................................................
2.1.5.Estado/Noção.........................................................................
2.1.6.Participação política dos cidadãos………………………………………
2.1.7.Direitos humanos e justiça social……………...............................
2.1.8.Justiça social…………………………………………………………….……..
2.1.9.Estado de direito e as suas funções.........................................
2.1.10.Funções do Estado...............................................................
2.1.11.Filosofia política na idade média………………………………………

Introdução
A filosofia politica é um ramo da filosofia que se dedica a refletir e analisar questões
relacionadas ao poder, à justiça, à liberdade, à igualdade e à organização da sociedade. Ela
busca compreender as origens e fundamentos do poder político, as diferentes formas de
governo, os direitos e deveres dos cidadãos, além de debater sobre o ideal de sociedade justa
e democrática. Através da filosofia politica, podemos questionar e compreender as bases
éticas e morais que orientam as decisões políticas e o funcionamento das instituições.

1.Filosofia política
A filosofia política pode ser definida como campo de reflexão filosófica sobre os problemas
relacionados com a origem do Estado, a sua organização, a sua forma ideal, a sua função e o
seu fim específico, a relação entre o Estado e o indivíduo, entre o Estado e os partidos
políticos.

2.Política
O conceito politico tem origem na palavra grega polis, que significa. Por isso,
etimologicamente política significa arte de administrar (governar) a cidade. Durante séculos,
o termo política foi usado para designar principalmente as obras dedicadas ao estudo das
coisas que se referem ao Estado (res publicam - República).

2.1.Filosofia política e política


A Filosofia e a Política estabelecem uma relação análoga a da Ética e da Moral. Tal como a
Ética é a reflexão sobre a Moral e a Moral é a prática, a Filosofia é a reflexão e
fundamentação dos actos politicos. Cabe à Filosofia fundamentar e esclarecer os conceitos
usados em política tais como justiça, bem comum, Estado, tolerância, sociedade e até o
próprio conceito de politica.
A Politica, enquanto necessidade humana, tem uma finalidade: discernir os fins sociais
considerados prioritários para a sociedade.
O conceito de política está estritamente ligado ao poder, entendido como conjunto de meios
que permitem obter vantagens sobre alguém. Segundo Norberto Bobbio, existem três formas
de poder: poder económico, poder ideológico e poder politico.
O poder econômico - baseia-se na posse de bens e influencia o comportamento daqueles que
não os têm.
O poder ideológico é exercido por meio da influência dos detentores do poder
sobre os demais, determinando seus comportamentos, como líderes religiosos.

O poder político além de ser exercido por persuasão, também recorre à coerção e à força,
sendo exclusivo em relação aos demais grupos sociais.

A política, como necessidade humana, tem como finalidade discernir os fins sociais
considerados prioritários para a sociedade, que podem variar conforme as circunstâncias do
momento. Se um país estiver sendo invadido, a prioridade será a defesa da pátria; em tempos
de paz, o bem-estar dos cidadãos será prioritário. Dessa forma, a política não possui um fim
fixo, mas é condicionada pelas circunstâncias e pelas necessidades da sociedade em
determinado momento.

2.1.2Ciência política
A política é uma área de investigação e tem uma própria disciplina que a investiga - a ciência
política. A ciência politica consiste nos estudos que se realizam sobre a análise politica.
Bobbio entende-a como tentativas que vêm sendo feitas com maior ou menor sucesso, mas
tendo em vista uma gradual acumulação de resultados e promoção do estudo da política como
ciência empírica rigorosamente compreendida». E o estudo cientifico do facto politico, isto é,
corisiste no estudo de todo o facto social relacionado com o acesso, a titularidade, o exercício
e o controlo do poder politico.

«Porque obedecem eles? Porque obedecemos nós? Porque obedecem vocês?- Étienne de La
Boétie colocou estas questões em 1548, no seu Discurso sobre a servidão voluntária.

2.1.3. Filosofia política e a sua relação com a politica


A Filosofia política aborda questões relacionadas à origem, organização, forma ideal, função
e fim específico do Estado, bem como a natureza da ação política e suas relações com a
moral, o indivíduo, a Igreja e os partidos políticos. Ela se alimenta das práticas políticas e
busca compreender e esclarecer conceitos como justiça, bem comum, tolerância, sociedade e
o próprio conceito de politica.Os filósofos políticos analisam criticamente a sociedade,
identificam aspectos positivos e negativos e apontam soluções filosóficas para os
problemasidentificados.

No entanto, em algumas sociedades, os filósofos não são bem-vindos pelos governantes, pois
são vistos como perturbadores da ordem estabelecida.
Giovanni Sartori destaca que a Filosofia não é um pensamento para aplicar, mas sim uma
reflexão sobre a política. Em resumo, a relação entre a Filosofia política e a política.
2.1.4 Ética política
loga à ética e da moral, sendo que a primeira é uma reflexão sobre a segunda.

O problema abordado é a possibilidade de conciliar ética e prática política. Questiona-se se a


política age de acordo com as normas morais, comummente aceitando-se que os políticos
podem comportar-se à margem da moral. Norberto Bobbio destaca que o debate sobre as
relações entre moral e política faz sentido se concordarmos que existe uma moral e
aceitarmos alguns preceitos que a caracterizam.
Quando se fala de moral em política, refere-se à moral social, não à moral individual. O
debate levanta questões relacionadas aos deveres para com os outros, segundo a ética
tradicional que distingue entre deveres para com os outros. E consigo mesmo.

2.1.5.Estado/noção
Dado que a politica implica poder e este é exercido muma determinada sociedade ou Estado,
com toda a sua complexidade, pois compreende também os conceitos de governo, é
imperlosa a análise deste e dos conceitos de sociedade e de Estado jå referidos.

Sociedade
Estado dos homens ou dos animais que vivem sob a acção de leis comuns, reunião de pessoas
unidas pela mesma origem e pelas mesmas leis.

Estado

O Estado é um organismo politico-administrativo que ocupa um território específico, com um


governo próprio e reconhecimento internacional como pessoa jurídica de direito público. É
comparado a um pai ou mãe que cuida dos seus "filhos", a população, os quais devem
obediência ao Estado. Ele é composto pela população, território, poder soberano e
reconhecimento internacional, sendo este poder a autonomia e direito exclusivo que o Estado
tem sobre si mesmo, exercido por seus representantes.

Governo
Acção de dirigir um Estado; é o conjunto de pessoas que detêm cargos oficiais e exercem
autori dade em nome do Estado e que the foi conferida pelo povo, no caso comum da
democracia

Governante é qualquer funcionário público que assume cargos de direcção, que dirige uma
instituição pública. Os governantes são (ou deveriam ser) os servidores do povo. A palavra
«ministros, por exemplo, provém do latim minister e significa escravos

Nação
A nação é a comunidade natural de pessoas que compartilham origem, costumes e lingua,
conscientes desses fatos. Esta definição engloba elementos essenciais para a constituição da
nacionalidade: tradição e cultura comuns, origem e consciência do grupo humano. A maioria
dos Estados modernos se constituiu em nações, à medida que os povos se uniram e
adquiriram sentimentos de pertencimento a uma mesma nação, como é o caso da França,
Itália e Moçambique. Estes Estados são formados por diversos povos e culturas que hoje
compõem uma mesma nação.

Constituição
A Constituição é a estrutura de uma comunidade política organizada, que regula o
relacionamento de todos os elementos pertencentes a um mesmo Estado. Ela é o conjunto de
leis básicas que derivam da designação de um poder soberano e dos Órgãos que o exercem.

A Constituição traça os princípios ideológicos da organização interna do Estado e a mudança


dela implica a mudança do tipo de Estado. A Constituição de 1990, por exemplo, converteu a
Estado moçambicano em um Estado democrático, abrindo possibilidade de participação
política através do voto, liberdade de reunião e associação, e formação de partidos políticos,
entre outras alterações.

2.1.6. Participação política dos cidadãos


A participação dos cidadãos na política é considerada essencial para o funcionamento da
sociedade. Ela envolve atos e atitudes que buscam influenciar as decisões dos detentores do
poder, assim como a escolha desses detentores. A vida social é fortemente condicionada pela
política, e os cidadãos têm a obrigação de participar ativamente, seja por meio do direito de
voto, contribuindo com ideias em debates públicos ou exercendo o direito de expressar
opiniões sobre questões que afetam a sociedade.
No contexto de Moçambique, a participação dos cidadãos na governação local é regulada
pela Lei n. 8/2003 de 19 de Maio, a Lei dos Órgãos Locais do Estado (LOLE). Além disso, a
formação e participação cívica através de partidos políticos também são formas importantes
de participação política.
A existência da política está relacionada às diferenças entre os seres humanos e aos conflitos
sociais que surgem dessas diferenças. Em resumo, a política é o instrumento para solucionar
problemas humanos em diversas esferas da vida Social.

Em regimes democráticos, os partidos políticos chegam ao poder por meio de eleições, onde
o povo escolhe o programa do partido que acredita resolver melhor os problemas sociais. O
partido eleito tem o poder de implementar seu programa de governo, legitimado pelo voto
popular. No país em questão, há um guia que regula a participação e consulta comunitária na
planificação distrital, com o objetivo de fornecer orientações metodológicas para a
organização e funcionamento dos conselhos consultivos locais, dotar os participantes com
conceitos e ferramentas para harmonizar metodologias e procedimentos,além de sugerir um
padrão mínimo para a estruturação da participação da sociedade civil na planificação distrital
e sua representação nos conselhos consultivos.

2.1.7.Direitos humanos e justiça social

Os direitos humanos são o conjunto de princípios essenciais para uma existência humana
digna, que apelam ao reconhecimento mútuo entre os seres humanos. Eles consistem em
regras de relacionamento entre indivíduos, visando um tratamento digno e respeitoso, com
direitos inalienáveis, como o direito à vida e à integridade física e psicológica. A Declaração
Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela ONU em 10 de dezembro de 1948,
delineando os direitos humanos básicos. Embora não tenha obrigatoriedade legal, serviu de
base para tratados da ONU com força legal, como o Tratado Internacional dos Direitos Civis
e Políticos e o Tratado Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. A
Assembleia-Geral proclama a Declaração Universal dos Direitos Humanos como um ideal
comum a ser alcançado por todos, visando promover o respeito por esses direitos e liberdades
de forma universal e efetiva.

2.1.8.Justiça social
A justiça social está relacionada à criação de condições adequadas para a existência humana,
sendo intimamente ligada aos direitos humanos. Segundo John Rawls, a justiça é a primeira
virtude das instituições sociais, e a liberdade individual deve ser preservada em benefício de
outras pessoas. A justiça social busca equidade na estrutura fundamental da sociedade,
incluindo a Constituição e as principais estruturas econômicas, garantindo a distribuição justa
dos benefícios da cooperação social.

2.1.9. Estado de direito e as suas funções


No Estado de Direito, todos os membros da sociedade estão sujeitos à mesma lei, que
prevalece sobre todos os indivíduos. Isso envolve respeito à hierarquia das normas, separação
de poderes e garantia dos direitos fundamentais. A divisão de poderes é uma das garantias do
Estado de Direito, permitindo a existência de legisladores, executores e juristas para
assegurar a conformidade com a lei.
Em resumo, no Estado de Direito, ninguém está acima da lei; esta rege todos os indivíduos.

2.1.10.Funções do Estado
A relação entre o Estado e seus cidadãos é semelhante à dos pais com seus filhos, onde o
Estado tem o dever de cuidar dos cidadãos, assim como estes têm obrigações para com o
Estado, como na relação entre pais e filhos. O Estado desempenha funções jurídicas (criação
do direito e função executiva) e não juridicas (função política e técnica), sendo suas
principais funções: segurança, justiça e bem-estar.

2.1.11.Filosofia política na idade média


Santo Agostinho
A doutrina politica de Santo Agostinho encontra-se na obra A Cidade de Deus. Para ele, o
mundo divide-se em duas cidades: a Cidade de Deus e a Cidade terrena. A Igreja é a
encarnação da cidade de Deus, apesar de isto não se aplicar a todos os seus membros, nem a
todos os seus ministros sagrados, O Estado é a encarnação da cidade terrena, uma
necessidade imposta ao Homem pelo pecado original. Na sua presente condição, o Homem
precisa do Estado para obrigar os membros da comunidade ao cumprimento da lei.
Santo Agostinho acredita que o Homem é mais divino do que o Estado, porque o Homem tem
um fim natural que transcende o fim do estado terrestre. Para este padre, a Igreja é superior
ao Estado.
Santo Agostinho defende a existência da autoridade política, para que se mantenha a paz, a
justiça, a ordem e a segurança. A autoridade política é entendida como uma dádiva divina aos
seres humanos. Por isso, os cidadãos. Devem obedecer aos govern-antes e não é da sua
competência (dos homens) distinguir entre governantes bons e maus, ou formas de governo
justas ou injustas. A obra Cidade de Deus é considerada o primeiro tratado da Filosofia da
História e da teologia da História.

São Tomás de Aquino


A obra de regime principium (Do Governo dos Príncipes) espelha o pensamento politico de
São Tomás de Aquino. Versa sobre a origem e a natureza do Estado, as várias formas de
governo e as relações entre o Estado e a Igreja.
Quanto à origem do Estado, Tomás de Aquino recusa-se a aceitar a concepção augustiniana,
segundo a qual a origem do Estado se deve ao pecado original, e concorda com Aristóteles:
este nasce da natureza social do Homem e não das limitações do individuo.

O Estado é uma sociedade, uma sociedade perfeita. É uma sociedade porque consiste na
reunião de muitos indivíduos que pretendem fazer alguma coisa em comum. É a sociedade
perfeita porque tem um fim próprio: o bem comum e os meios suficientes para o realizar.O
Estado tem os meios suficientes para proporcionar um modo de vida que permita a todos os
cidadãos ter aquilo que necessitam para viver como homens, no que se refere as formas de
governo, Tomás de Aquino não é original, conquanto retoma a divisão aristotélica e considera
como governo ideal a monarquia absoluta. Porém, na prática, considera a monarquia
constitucional a melhor forma de governo.
Quanto à relação entre o Estado e a Igreja, Tomás de Aquino diz que sendo o Estado uma
sociedade perfeita, goza de perfeita autonomia; mas sendo a meta da Igreja o bem
sobrenatural, este é superior ao do Estado, que é simplesmente o bem comum neste mundo. A
Igreja é uma sociedade mais perfeita, devendo, por isso, o Estado subordinar-se a cla, em
tudo o que concerne ao fim sobrenatural do homem.
Conclusão

A filosofia política é um campo de estudo fundamental para a compreensão das questões


relacionadas ao poder, à justiça, à liberdade e à organização da sociedade. Ao longo de nossa
conversa, exploramos a importância de refletir sobre as bases éticas e morais que orientam as
decisões políticas, bem como a necessidade de compreender as diferentes correntes de
pensamento e teorias. Políticas para analisar criticamente a realidade social.
Através da filosofia politica, somos desafiados a questionar as estruturas de poder vigentes, a
pensar em formas mais justas e inclusivas de organização social e a promover mudanças em
direção a uma sociedade mais equitativa. Além disso, a filosofia política nos convida a
participar ativamente da vida política, incentivando-nos a contribuir para propostas de
mudança e para a construção de um mundo mais solidário.
Ao compreendermos as diferentes teorias políticas e correntes de pensamento, adquirimos
ferramentas essenciais para analisar criticamente os sistemas políticos existentes e para
propor transformações em prol do bem comum. Dessa forma, a filosofia politica não apenas
nos oferece um entendimento mais profundo das questões políticas, mas também nos capacita
a agir como agentes de mudança em busca de uma sociedade mais justa, igualitária e
democrática.
Bibliografia

A Nova Parceria para o Desenvolvimento da África – NEPAD, Maputo, 2002.


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BIRIATE, Manuel e GEQUE Eduardo, Pré-Universitário – Filosofia 12, Ed. Longman
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Filosofia 12° ano
11

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