DIFAL

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14/03/2024, 15:56 Tax Prático

DIFAL - CONSUMIDOR FINAL NÃO CONTRIBUINTE - CONVÊNIO 93/15 (Até 2021)


1. Introdução

2. Conceito

3. Aspectos Gerais

4. DIFAL nas empresas do Simples Nacional

5. Aplicabilidade do DIFAL

6. Base de Cálculo

7. Rotina de Cálculo

8. Cronograma do DIFAL

9. Responsabilidade do Pagamento do DIFAL

10. Momento e Forma de Recolhimento do DIFAL

11. Operação com isenção ou redução de base de cálculo

12. Demonstração Prática do DIFAL não contribuinte

13. Devolução dos produtos

14. Nota Fiscal e Conhecimento de Transporte

15. Não Aplicabilidade

16. Local de entrega diferente do indicado no documento fiscal

17. Turbulências Legais

18. Escrituração na EFD

19. Perguntas Frequentes

20. Fundamentação Legal

1. Introdução
Neste artigo trataremos sobre o Diferencial de alíquotas nas operações interestaduais com consumidor final não contribuinte do
ICMS, conforme previsto na Emenda Constitucional nº 87/2015 e no Convênio ICMS 93/2015. Serão abordados os aspectos práticos,
bem como a rotina de cálculo, forma de recolhimento etc.

Fique Ligado!
Em razão de não ter sido sancionada, até 31.12.2021, a Lei Complementar decorrente do PLP n° 32, fica suspensa a cobrança do DIFAL
nas operações interestaduais para consumidor final não contribuinte do ICMS.
Em 05.01.2022, foi publicada a Lei Complementar n° 190/2022 que regulamenta a cobrança do Diferencial de alíquota.

2. Conceito
Antes de adentrar a fundo sobre o tema é necessário entender o conceito de:

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Contribuinte é qualquer pessoa física ou jurídica que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial,
operações de circulação de mercadorias ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação,
ainda que as operações e prestações se iniciem no exterior.
Por exemplo: Indústria, Comércio, Transportadora de cargas interestadual
Não Contribuinte é qualquer pessoa física ou jurídica que não se enquadra como contribuinte do ICMS. Ou seja, adquire para o seu
próprio ou para uso na prestação de serviço sujeito ao ISS.
Por exemplo: Construtora, Prestador de Serviço sujeito ao ISS, Pessoa Física que não realiza operações com habitualidade.

3. Aspectos Gerais
DIFAL = Diferencial de Alíquotas consumidor final não contribuinte do ICMS
Emenda Constitucional nº 87/2015– Altera os incisos VII e VIII, do § 2º do art. 155, da Constituição Federal e inclui o art. 99 no ADCT,
autorizando que “nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto,
localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto
correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual” (a partir de 2016).
Convênio ICMS 93/2015 – trata das operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final não contribuinte do
ICMS, localizado em outra unidade federada.
Nota: Liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5464, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o DIFAL das
empresas Optantes do Simples Nacional de que trata a LC 123/06.

4. DIFAL nas empresas do Simples Nacional


O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o DIFAL das empresas Optantes do Simples Nacional de que trata a LC 123/06, por meio
da Liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5464.
Recentemente, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a cobrança do Diferencial de Alíquota do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (Difal/ICMS), introduzida pela Emenda Constitucional (EC) 87/2015, sem a edição de lei
complementar para disciplinar esse mecanismo de compensação. A matéria foi discutida no julgamento conjunto do Recurso
Extraordinário (RE) 1287019, com repercussão geral (Tema 1093), e da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5469. Ao final do
julgamento, os ministros decidiram que a decisão produzirá efeitos apenas a partir de 2022, dando oportunidade ao Congresso
Nacional para que edite lei complementar sobre a questão.
Os ministros aprovaram, por nove votos a dois, a modulação de efeitos para que a decisão, nos dois processos, produza efeitos a
partir de 2022, exercício financeiro seguinte à data do julgamento, ou seja, as cláusulas continuam em vigência até dezembro de 2021,
exceto em relação à cláusula 9ª, em que o efeito retroage a fevereiro de 2016, quando foi deferida, em medida cautelar na ADI 5464,
sua suspensão.
Desta forma, não há DIFAL quando o remetente for do Simples Nacional.

5. Aplicabilidade do DIFAL

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a) Operação OU Prestação de Serviço de transporte interestadual.


b)Bens do ativo imobilizado e uso ou consumo e serviços de transporte FOB (frete a pagar pelo destinatário).
c) Aquisição por consumidor final não contribuinte do ICMS.
d) Quem recolhe é o vendedor/remetente ou a transportadora em frete a pagar.

Fique Ligado!
> Sendo o remetente do Simples Nacional, não precisa recolher o DIFAL, tendo em vista a suspensão da exigência, conforme (ADI)
5464, do Supremo Tribunal Federal.

6. Base de Cálculo
A Base de Cálculo do ICMS, em regra, é o valor da operação ou da prestação.
6.1 A base de cálculo do imposto é única e corresponde ao valor da operação ou da prestação; o contribuinte deverá emitir
documento fiscal indicando, no campo próprio, a alíquota interestadual cabível, ou seja, 4, 7 ou 12%. No Ceará vide art. 26 do Decreto
nº 33.327/2019
6.2 No cálculo do imposto devido à unidade federada de destino, o remetente deve calcular, separadamente, o imposto
correspondente ao diferencial de alíquotas, por meio da aplicação, sobre a respectiva base de cálculo, sem considerar o adicional do
FECOP (Fundo Estadual de Combate à Pobreza), bem como o próprio adicional do FECOP de até 2%, no caso do Ceará, conforme
previsto na Lei Complementar nº37/03 e 152/15.
6.3 A Base de Cálculo do FECOP (Fundo Estadual de Combate à Pobreza) será o mesmo valor da Base de Cálculo utilizada para o
DIFAL, considerando a legislação da unidade federada de destino.

7. Rotina de Cálculo
O ICMS devido à unidade federada de destino deverá ser calculado com a aplicação das seguintes fórmulas: “ICMS origem = BC x ALQ
inter” e “ICMS destino = [BC x ALQ intra] - ICMS origem”, onde:
a) BC = base de cálculo do imposto;
b) ALQ inter = alíquota interestadual aplicável à operação ou prestação pela unidade federada de origem;
c) ALQ intra = alíquota interna aplicável à operação ou prestação pela unidade federada de destino;
Exemplo:
Comércio Varejista do Estado do Ceará, regime normal de recolhimento, realiza vendas para consumidor final no Estado de São Paulo.
Nessa situação qual será o valor devido de Difal não contribuinte?
Valor da mercadoria: R$ 850,00
ICMS interestadual: 12%
Alíquota Interna do Estado de Destino: 18%

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ICMS origem = BC x ALQ inter


ICMS origem = R$ 850,00 x 12%
ICMS origem = R$ 102,00
ICMS destino = [BC x ALQ intra] - ICMS origem
ICMS destino = [R$ 850,00 x 18%] – R$ 102,00
ICMS destino = R$ 51,00

8. Cronograma do DIFAL
VIGÊNCIA Diferencial de Alíquotas Na UF de origem Para UF de destino
Ano de 2016 Apurado 60% do apurado 40% do apurado
Ano de 2017 Apurado 40% do apurado 60% do apurado
Ano de 2018 Apurado 20% do apurado 80% do apurado
Ano de 2019 Apurado — 100% do apurado

9. Responsabilidade do Pagamento do DIFAL


9.1 Será do remetente nas operações com mercadorias quando o destinatário for não contribuinte do ICMS. Vide Convênio ICMS
93/15, Cláusula Segunda, I, “c”. Sendo irrelevante o remetente ser ou não contribuinte.
9.2 Será da empresa de Transporte de Cargas nas prestações de serviços de transporte na modalidade FOB (a pagar) quando o
destinatário for não contribuinte do ICMS. Vide Convênio ICMS 93/15, Cláusula Segunda, II, “c”, § 3º.
> Considera-se unidade federada de destino do serviço de transporte aquela onde tenha fim a prestação.
>Não se aplica quando o transporte for efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem (cláusula CIF - Cost, Insurance and
Freight).
> A partir de 02 de janeiro de 19, o não recolhimento do DIFAL sobre o frete implicará retenção da mercadoria. Neste sentido, trata
o Comunicado da SEFAZ, de 27/12/18(click aqui).
Notas:
a) Quando a responsabilidade for do remetente considerar as regras da EC 87/2015, na forma do Convênio ICMS 93/2015. Quando da
emissão dos respectivos documentos fiscais observar as Notas Técnicas nº 2015/003 (NF-e) e 2015/003 (CT-e), bem como a Legislação
específica do Estado de destino. Aplicando-se nas operações e prestações interestaduais com destinatário não contribuinte do ICMS, e
o valor correspondente ao DIFAL deverá ser recolhido pelo remetente.
b)Nas aquisições interestaduais de bens do ativo imobilizado e uso/consumo realizadas por contribuintes do ICMS o Diferencial de
Alíquotas será exigido do destinatário e continuará sendo recolhido normalmente, não se aplicando as regras do DIFAL tratadas no
Convênio ICMS 93/15, no Ceará será calculado na forma dos arts. 25, XI, b, § 3º c/c 589, do Dec. 24.569/97, recolhido na conta gráfica
(lançado diretamente na coluna “Outros Débitos”) quando o adquirente for Regime de Recolhimento Normal, ou no primeiro Posto
Fiscal de entrada para os demais regimes de recolhimento.
c) Aplica-se com outros estabelecimentos fora do Simples Nacional, como o Regime Outros, Produtor Rural, Regime Especial. E no
caso de saída do Ceará para outros estados, esses remetentes deverão recolher o DIFAL em favor do estado de destino.

10. Momento e Forma de Recolhimento do DIFAL


10.1 Responsabilidade for do remetente – na saída de mercadoria/bem para consumidor final não contribuinte do ICMS em
operação interestadual:
10.1.1 Em favor da Unidade Federada de destino:
a) O recolhimento do ICMS DIFAL deverá ser feito pelo remetente da mercadoria/bem ou pelo prestador de serviço FOB por meio de
GNRE – Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais, devendo mencionar o número do respectivo documento fiscal e
acompanhar o trânsito do bem ou a prestação do serviço. Não estando recolhido por GNRE ou quando o remetente não estiver
cadastrado como substituto tributário no Estado de destino, será exigido o valor correspondente no momento da entrada no Estado
onde estiver localizado o destinatário.

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b) Deverá ser uma GNRE para cada NF-e ou CT-e, inclusive o valor correspondente ao FECOP, eis o chamado recolhimento por
operação ou prestação, podendo o recolhimento ocorrer por apuração (mensalmente e recolhido até o 15º dia do mês subsequente,
quando cadastrado no Estado de destino). Portal da GNRE Online (click aqui).

tabela com os códigos


c) Códigos para recolhimento do DIFAL via GNRE
10010-2 – ICMS Consumidor Final não Contribuinte Outra UF por Operação (esse deve ser utilizado quando recolher por cada NF-e ou
CT-e.)
10011-0 – ICMS Consumidor Final não Contribuinte Outra UF por Apuração (esse deve ser utilizado quando recolher por período
mensal, em que o vencimento é até o 15º do mês subsequente).
10012-9 – ICMS Fundo Estadual de Combate à Pobreza por Operação (esse deve ser utilizado quando recolher por cada NF-e).
10013-7 – ICMS Fundo Estadual de Combate à Pobreza por Apuração (esse deve ser utilizado quando recolher por período mensal, em
que o vencimento é até o 15º do mês subsequente).

Observações em relação à GNRE: (acho que deveria um tópico a parte)

>> Em função de problemas técnicos, é possível que inicialmente no sistema da GNRE online, esses novos códigos ainda apresentem
algum problema, assim ocorrendo, checar junto ao Estado de destino a forma de recolhimento, que poderá ser via Documento de
Arrecadação Estadual. Caso o Estado de destino esteja silente a esse respeito, nada obsta que recolha via GNRE utilizando um outro
código possível e desde que indique que a origem é a EC 87/15 ou Convênio ICMS 93/15, ou então que a cobrança ocorra no momento
da entrada no Estado de destino.
>> Os estados de São Paulo e Espírito Santo não geram GNRE no Portal GNRE Online. Neste caso, utilizar o portal eletrônico de cada
Estado.
>> No Ceará, conforme disposto no art. 3º da Lei 13.814/2006, fica dispensado o crédito tributário inferior a R$ 1,00.
d)O Estado de destino poderá conceder ao contribuinte localizado na unidade federada de origem (remetente) inscrição no Cadastro
de Contribuintes do ICMS, gerando uma espécie de conta corrente; sendo o montante apurado mensalmente e recolhido ao Estado
de destino até o 15º dia do mês subsequente, via GNRE nos códigos 10011-0 (ICMS) e 10013-7 (FECOP). Mesmo não havendo o
recolhimento prévio por operação, o respectivo valor apurado a título de DIFAL deve estar indicado no arquivo XML da NF-e ou CT-e,
em campo próprio, e levado para “Dados Adicionais” do DANFE ou DACTE, e assim sendo cada NF-e ou CT-e deve indicar o número da
inscrição estadual no Estado de destino.
O valor do DIFAL devido ao Estado de destino deve estar indicado nos “Dados Adicionais” da NF-e.
e)O recolhimento poderá ocorrer ainda por Documento Arrecadação próprio do Estado de destino quando não estiver recolhido nas
formas indicadas, no momento da entrada do Estado. Neste caso, o Sujeito Passivo como responsável tributário continuará sendo o
remetente, ou seja, o Documento de Arrecadação deve ser em nome do remetente.

f) Convênio ICMS 09/16, alterando o Convênio 152/15, que altera o Convênio ICMS 93/15, efeitos a partir de 22/02/16:
O contribuinte remetente, que na data de 31/12/2015, encontrava-se inscrito na unidade federada de origem, poderia, em relação aos
fatos geradores ocorrido no período de 1º/01 a 30/04/2016, independentemente de ser inscrito na unidade federada de destino,
recolher o referido imposto à unidade federada de destino até o 15º dia do mês subsequente à saída do bem ou ao início da
prestação de serviço (Convênio ICMS 09/2016).
Essa informação implica em dizer que os remetentes inscritos na SEFAZ de seu Estado até 31/12/15, quando das operações e
prestações realizadas até 30/04/16 não precisariam de inscrição estadual no Estado de destino, e assim sendo, não obrigados a
recolher o ICMS DIFAL por cada operação ou prestação (cada NF-e ou CT-e), mas fazer por apuração mensal, recolhendo, via GNRE,
até o 15º dia do mês subsequente.
Entretanto, as disposições deste convênio 09/16 não se aplicam aos Estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Ceará, Espírito Santo,
Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e
Tocantins, ou seja, tendo esses Estados como destinos, recolher o DIFAL, via GNRE, por cada operação ou prestação. Especificamente
tendo o Ceará como destino deveria o remetente recolher por operação/prestação ou estando inscrito no Ceará para recolher até o
15º dia do mês subsequente.
10.1.2 Recolhimento em favor da Unidade Federada de origem (até 31.18.18):
(percentual, cf. cronograma: 2016=60%, 2017=40%, 2018=20% e a partir de 2019 zera).
a) Empresas com escrituração fiscal regular, cadastradas no Regime de Recolhimento Normal (apuração mensal) deverá levar a

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débito, no campo próprio do livro Registro de Apuração do ICMS, o valor correspondente ao DIFAL, para fins de apuração na Conta
Gráfica do ICMS. Nesse sentido devem proceder os contribuintes do Ceará quando das saídas interestaduais para consumidor final
não contribuinte do ICMS e aplicar o DIFAL, na forma do art. 25-A, do Dec. 24.569/97, incluído pelo Dec. 31.861/15.
No Ceará, a Instrução Normativa 04/2016 estabelece os procedimentos de registro na Escrituração Fiscal Digital (EFD), das
operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final não contribuinte do ICMS, localizado em outra unidade da
Federação e dá outras providências.
b) Empresas sem escrituração fiscal regular:
>>Optantes do Simples Nacional – tendo em vista a Liminar na ADI 5464 do STF suspendendo o DIFAL das empresas do Simples
Nacional, não tem recolhimento do DIFAL desde 17/02/16.
>>Demais Regimes de Recolhimento (Regime Outros, Produtor Rural, Especial) – será devido o DIFAL normalmente. Durante o período
de repartição(até 2018), o valor devido ao Ceará deverá ser recolhido em DAE Avulso no código 1090; para o Estado de destino o
recolhimento será via GNRE.

2 Quando a responsabilidade for do destinatário – o recolhimento deverá ocorrer na forma como dispuser a legislação do Estado
de destino, não tendo relação com o DIFAL de que trata o Convênio ICMS 93/15. No caso do Estado do Ceará, nas entradas
interestaduais em que o destinatário seja um contribuinte do ICMS, o Diferencial de Alíquota continuará sendo conforme art. 589, do
Dec. 24.569/97, para os obrigados a manter escrituração fiscal (regime de recolhimento normal) deverão recolher no prazo de
recolhimento do imposto fixado na legislação, lançado na coluna “Outros Débitos” do Livro de Apuração do ICMS; enquanto os não
obrigados à escrituração fiscal e apuração do ICMS, deverão recolher no momento da passagem do bem no primeiro posto fiscal de
entrada neste Estado, e assim sendo o Documento de Arrecadação será em nome do destinatário.

Notas:
>> A sistemática do recolhimento do DIFAL de que trata o Convênio ICMS 93/2015 (EC 87/2015), aplica-se apenas quando a
responsabilidade pelo recolhimento for do remetente, em função de operação ou prestação interestadual para consumidor final não
contribuinte do ICMS. Vide Cláusulas Primeira, Quarta e Quinta, do Convênio ICMS 93/2015.
>> Com operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final não contribuinte localizado em outro Estado, o
imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual, será partilhado entre os Estados de origem e de
destino, a partir de janeiro de 2016 até 2018, conforme art. 99 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, incluído pela EC
87/2015, onde foi estabelecido cronograma, sendo que o inicio de vigência, inicialmente pra 2015, ficou na verdade a partir de 01 de
janeiro de 2016. E no ano de 2019, o DIFAL será integralmente para o Estado de destino.
>> Em relação às operações que tenham como destino o Estado do Ceará, considerar como não contribuinte do ICMS: pessoa física e
a pessoa jurídica sem inscrição estadual ou ainda que tenha, seja do Regime de Recolhimento “Outros” (excetuados os casos com
tratamento específico).
>> Os estabelecimentos cadastrados no Regime de Recolhimento “Outros”, em regra, são considerados não contribuinte do ICMS,
inclusive as construtoras (cadastradas no regime de recolhimento “Outros”) e canteiro de obras de empresas de outros Estados (sem
inscrição estadual).

11. Operação com isenção ou redução de base de cálculo


11.1 Isenção ou redução de base de cálculo no estado de origem:
a) Os benefícios fiscais da redução da base de cálculo ou de isenção do ICMS, autorizados por meio de convênios ICMS com base na
LC 24/75, implementados nas respectivas unidades federadas de origem ou de destino serão considerados no cálculo do valor do
ICMS devido.(Cláusula primeira, Convênio ICMS 153/15).
b) No cálculo do valor do ICMS correspondente à diferença entre as alíquotas interestadual e interna será considerado o benefício
fiscal de redução da base de cálculo de ICMS ou de isenção de ICMS concedido na operação ou prestação interna, sem prejuízo da
aplicação da alíquota interna prevista na legislação da unidade federada de destino. Nesse sentido, trata a Cláusula primeira, § 1º.
Convênio ICMS 153/15);
11.2 Isenção ou redução de base de cálculo no destino:
a) Para efeito de não aplicabilidade do DIFAL observar-se-á a tributação no destino. E para ser considerada a não aplicabilidade do
DIFAL, a isenção ou redução de base de cálculo no destino, deve ser com base em Convênio ou Protocolo firmado no CONFAZ.
b) "É devido à unidade federada de destino o ICMS correspondente à diferença entre a alíquota interna da unidade federada de
destino e a alíquota interestadual estabelecida pelo Senado Federal para a respectiva operação ou prestação, ainda que a unidade
federada de origem tenha concedido redução da base de cálculo do imposto ou isenção na operação interestadual"(Cláusula primeira,
§ 2º, Convênio ICMS 153/15)

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12. Demonstração Prática do DIFAL não contribuinte


12.1 Operação para não contribuinte consumidor final, produtos com alíquotas interna de 18%.
a) Empresa, de São Paulo, faz venda de uma televisão de 32 polegadas para consumidor final no Ceará, não contribuinte do ICMS, no
valor de R$ 1.000,00.
b)Prestação do serviço de transporte no valor de R$ 110,00, a pagar no destino. Frete realizado pela Transalma Log EPP, de São Paulo,
optante do Simples Nacional. Tendo em vista a medida Liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5464, do Supremo
Tribunal Federal (STF), está suspenso o DIFAL de empresas Optantes pelo Simples Nacional de que trata a LC 123/06.
c)Em vez de aplicar a alíquota interna para o respectivo produto, com a entrada em vigência da EC 87/15, o vendedor irá destacar
alíquota interestadual, que no caso será de 7% (oriunda do Sul e Sudeste). E a empresa de transporte sendo do Simples Nacional não
tem DIFAL, conforme suspensão na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5464, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Cálculos do ICMS DIFAL pelo valor do bem = 1.000,00
ICMS origem = BC x ALQ interestadual = 1.000,00 x 7% = 70,00
ICMS destino = [BC x ALQ interna no destino] – ICMS origem
[1.000,00 x 17%] – 70,00 = 170,00 – 70 = 100,00
> DIFAL sobre o produto = 100,00
DIFAL pelo valor da prestação do serviço de transporte = 110,00
(Quem deve recolher é a empresa de transporte de cargas)
Obs.: empresa de transporte sendo do Simples Nacional não tem DIFAL, conforme Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5464, do
Supremo Tribunal Federal (STF).

12.2 Operação para não contribuinte consumidor final de produtos com alíquotas interna de 25%, sujeito ao FECOP, como é o
caso no Estado do Ceará (em 2016).
a) O fornecedor é empresa regime normal de recolhimento.
b) Trata-se de produto de origem estrangeira, valor dos produtos é R$ 1000,00 e tem mais IPI de R$150,00; total da NF será R$
1.150,00.
c) Origem é o Estado de Pernambuco.
Cálculos do ICMS DIFAL pelo valor do bem = 1.150,00
ICMS origem = BC x ALQ interestadual = 1.150,00 x 4% = 46,00
ICMS destino = [BC x ALQ interna no destino] – ICMS origem
[1.150,00 x 25%] – 46,00 = 287,50 – 46,00 = 241,50
a) DIFAL sobre o valor do bem = 241,50
b) FECOP DIFAL = 2% X 1.150,00 = 23,00
(produto sujeito ao FECOP com alíquota de 25%)
12.3 Operação e Prestação do Ceará para Outros Estados (em 2016).
12.3.1 Saída do Ceará para outros Estados, considerando alíquota interna no Estado de destino no percentual de 18%. R$ 1.000,00 em
calças jeans; frete a pagar de R$ 200,0 de Transportadora regime de recolhimento normal.
a) Calcas jeans – valor de R$ 1.000,00
ICMS origem = BC x ALQ inter = 1000,00 x 12% = 120,00
ICMS destino = [BC x ALQ intra] – ICMS origem
[1000,00 x 18%] – 120,00 = 180,00 – 120,00 = 60,00
> DIFAL das calças jeans = 60,00
Partilha do DIFAL das calças jeans (em 2016):
a) 60,00 x 40% = 24,00 – enviar para o Estado de destino via GNRE;
b) 60,00 x 60% = 360,00 – fica para o Estado do Ceará (sendo produção própria, em tese, também deve ser recolhido, mas é preciso
acompanhar deliberação da SEFAZ; sendo comércio do Regime de Recolhimento Normal deverá levar a débito, no campo próprio do
livro Registro de Apuração do ICMS, para apuração da Conta Gráfica e caso seja do Simples Nacional observar os procedimentos
locais.
b) Frete a pagar de R$ 200,00
ICMS origem=BC x ALQ inter = 200,00 x 12% = 24,00
ICMS destino = [BC x ALQ intra] – ICMS origem
[200,00 x 18%] – 24,00 = 36,00 – 24,00 = 12,00
> DIFAL frete das calças jeans = 12,00

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Partilha do DIFAL frete (em 2016):


a) 10,00 x 40% = 4,00– enviar para o Estado de destino, recolhido via GNRE;
b) 10,00 x 60% = 6,00 – fica para o Estado do Ceará, sendo Regime de Recolhimento Normal (apuração mensal) levar a débito, no
campo próprio do livro Registro de Apuração do ICMS, o imposto devido a este Estado, para fins de apuração da Conta Gráfica do
ICMS; sendo do Simples Nacional ou Normal (crédito presumido) em relação aos 60% também será devido ao Estado de origem,
devendo ser recolhido conforme deliberação do Fisco de origem.

12.3.2. Saída do Ceará para outros Estados, produtos de informática – valor de R$ 2.000,00; frete CIF de 200,00. Considerando alíquota
interna no destino = 18%.
ICMS origem = BC x ALQ inter = 2000,00 x 12% = R$ 240,00
ICMS destino = [BC x ALQ intra] – ICMS origem
[2000,00 x 18%] – 240,00 = 360,00 – 240,00 = R$120,00
> DIFAL informática = 120,00
12.3.3 Saída do Ceará para São Paulo de tecido importado da China – valor de R$ 10.000,00; frete CIF de 200,00.
a) Tecidos – valor de R$ 10.000,00; Alíquota interna em SP = 18%
ICMS origem = BC x ALQ inter = 10.000,00 x 4% = 400,00
ICMS destino = [BC x ALQ intra] – ICMS origem
[10.000,00 x 18%] – 400,00 = 1800,00 – 400,00 = 1.400,00
> DIFAL do tecido = 1.400,00

13. Devolução dos produtos


13.1 Para contribuintes cadastrados na SEFAZ/CE:
> Nas operações de devolução de mercadorias, o contribuinte deverá lançar o crédito referente ao ICMS Diferencial de Alíquota (ICMS
DIFAL) no Registro E111, utilizando o Código de Ajuste constante no item 31 – Outros Créditos – do Anexo Único da Instrução
Normativa 04/2016, quando o contribuinte for estabelecido neste Estado, ou o constante no item 77 – Outros Créditos – Anexo Único
da Instrução Normativa 04/2016, quando o contribuinte for de outra unidade da Federação com inscrição como substituto tributário
ou responsável pelo ICMS destino.
> Nesse sentido trata o a Instrução Normativa 04/2016(click aqui), art. 2º.

> A questão que se apresenta é que essa regra do art. 2º, da IN 04/2016 só vale em relação ao percentual devido ao Estado do Ceará.
13.2 Para contribuintes cadastrados no Estado de destino(saídas do Ceará do para outros Estados):
a) Quem recolhe por operação(por cada NF): Poderá ser pleiteada a restituição do DIFAL diretamente no Estado de destino dos
produtos nos casos de recolhimento por operação(por cada NF).
b) Quem recolher por apuração(pelo mês todo): Estando inscrito no cadastro da SEFAZ do Estado de destino, observar os
procedimentos tratados no respectivo Estado, a exemplo do Ceará que traz os procedimentos na IN 04/2016.

14. Nota Fiscal e Conhecimento de Transporte


Sobre o DANFE:
Não há alteração no leiaute do DANFE, mas as empresas remetentes devem informar, no campo de “Informações Complementares”,
os valores descritos no grupo de tributação do ICMS para a UF de destino. Sendo o valor correspondente no campo próprio do
arquivo XML da NF-e.
Sobre o DACTE:
Não haverá alteração no leiaute do DACTE, mas as empresas emitentes devem informar, no campo de informações adicionais, os
valores recolhidos através de GNRE e descritos no campo vICMSUFFim, visando à conferência nas unidades de fiscalização de
mercadorias em trânsito das UFs de término da prestação do serviço de transporte.
As informações sobre o DIFAL aparecem apenas no arquivo XML da NF-e e CT-e, mas o valor correspondente ao DIFAL devido à
Unidade Federada de destino deverá constar nos “Dados Adicionais” do documento fiscal correspondente aos campos:
vFCPUFDest (Valor do ICMS relativo ao FECOP da UF de destino) e
vICMSUFDest (Valor do ICMS Interestadual para a UF de destino).

15. Não Aplicabilidade

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a) Remetente dos bens ou o prestador do serviço de transporte sendo empresa do Simples Nacional nos termos da LC 123/06
(suspenso pelo STF, ADI 5464). Isso aplica-se, inclusive, ao Microempreendedor Individual (MEI);
b) Produtos isentos ou não tributados no destino, quando originários de convênio ou protocolo;
c) Quando o transporte for efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem (cláusula CIF - Cost, Insurance and Freight).
d) Remessa com posterior retorno e outros casos específicos.

16. Local de entrega diferente do indicado no documento fiscal


16.1 Canteiro de obras - Entrega em local diverso indicado no documento fiscal:
Bens poderão ser entregues diretamente pelo fornecedor, no canteiro de obra da adquirente, desde que conste no documento fiscal
emitido, além dos requisitos exigidos, no campo “Informações Complementares” a indicação do local da entrega, não se aplicando,
nessa hipótese, o disposto no art. 728 do Dec. 24.569/97 (item 1 da Nota Explicativa 01/20016). Neste sentido, não há uma norma
específica tratando dessa situação, em relação a cobrança do DIFAL.
16.2 Entrega em local diferente do indicado na Nota Fiscal:
a) Essa situação ocorre em operação interna ou interestadual. Por exemplo, contribuinte do Ceará vende para Estabelecimento em
Pernambuco, mas com entrega no Ceará ou em outro Estado diferente de Pernambuco.
>>Nessa situação, apresenta-se um grande problema quando nas operações interestaduais com não contribuinte do ICMS; apesar da
operação ser juridicamente interestadual, efetivamente trata-se de uma operação interna, e nesse caso não deveria ter DIFAL e
destacar-se-ia o ICMS como operação interna, quando fosse o caso, e para tal, informando em Dados Adicionais que o local de
entrega é no Ceará, e que não teria a selagem da NF. Porém, é uma situação particularizada, sem uma orientação concreta. Com o
DIFAL, tem-se realmente um problema, pois é possível que, a partir do arquivo eletrônico da NF-e, o Estado de destino possa vir a
exigir o respectivo montante que lhe é devido, não obstante, a tendência é ser devido ao Estado onde vai ficar fisicamente a
mercadoria, mas é uma possibilidade, remota, mas possível, apesar de pouco provável. Por enquanto temos esse problema, se o
DIFAL seria devido ao Estado do destino jurídico (indicado na NF) ou o Estado aonde vai fisicamente a mercadoria.
>> Infelizmente, não há uma norma específica tratando dessa situação.

17. Turbulências Legais


Aplica-se às Construtoras como destinatárias?
Aplica-se, inclusive, quando os adquirentes do Estado do Ceará forem construtoras (cadastradas no regime de recolhimento “Outros”)
e canteiro de obras de empresas de outros Estados (sem inscrição estadual).
Aplica-se aos estabelecimentos gráficos como destinatários?
R. Quando cadastrados no Regime de Recolhimento “Outros”, sim.
Aplica-se às funerárias (contribuintes do ISS)?
R. Quando cadastradas no Regime de Recolhimento “Outros”, sim.
Aplica-se ao produtor rural?
R. A princípio não, pois é tratado como se contribuinte fosse, mas nesse ponto é importante checar junto ao Estado de destino.
Aplica-se com produto Substituição Tributária? E vai gerar ressarcimento ao vendedor?
Aplica-se normalmente com produto Substituição Tributária, seja decorrente de Convênio ou Protocolo ou somente no âmbito
interno.
Quanto ao ressarcimento, com produto de Convênio ou Protocolo, a princípio, é devido sim.
Desta maneira, o ressarcimento ou restituição poderá ser solicitado junto ao Estado onde originou a saída da mercadoria; sendo
Substituição Tributária no âmbito interno é preciso checar a norma que trata da matéria, como no caso do Ceará, a ST pela CNAE (Lei
14.237/08) onde expressamente veda o ressarcimento; já para a ST pelo produto (calçados, tecidos, mármores e granitos etc.), é
possível desde que não tenha proibição expressa.
O próprio Convênio ICMS 93/15 em seu enunciado traz a informação: “Vide Convênios. ICMS 81/93, 92/15 e 155/15”. Tais convênios
tratam exatamente das normas gerais da Substituição Tributária, dentre as quais o ressarcimento e a restituição.
Aplica-se às empresas do Simples Nacional?
R. Às empresas do Simples Nacional aplica-se normalmente, tanto com os 40% como os 60%.
Estando suspensa a cobrança do DIFAL das empresas do SN em função da Liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5464,
do Supremo Tribunal Federal (STF), datada de 17/02/16.
Aplica-se às prestações de serviços de transporte de passageiros?
R. Não se aplica às prestações de serviços de transporte de passageiros.

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Aplica-se às operações presenciais e não presenciais?


R. É fato que a EC 87/15 nascera a partir das discussões das vendas pela internet, ou seja, não presenciais, daí o chamado “e-
commerce”.
Inicialmente surgiu o Protocolo ICMS 21/2011 onde tratava do ICMS na operação interestadual em que o consumidor final adquirisse
mercadoria ou bem de forma não presencial por meio de internet, telemarketing ou showroom.
O Protocolo ICMS 21/2011 gerou muitas demandas judiciais, sendo inclusive julgado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal
(ADI 4.628/2011, 21/02/14). A discussão chegou no Legislativo federal com a PEC 197/2012.
A PEC 197/2012, de onde originou a EC 87/2015, traz a expressão “de forma não presencial”, sendo que tal expressão não foi
incorporada pela EC 87/2015 e nem pelo próprio Convênio ICMS 93/2015, daí a polêmica.
Apesar dos constantes registros da mídia e de boa parte de quem escreve a respeito desse tema, tratando o DIFAL apenas em relação
ao comércio eletrônico (não presencial), ENTRETANTO, aplica-se tanto na forma presencial como não presencial, salvo se
expressamente for deliberado de maneira restritiva para apenas a forma não presencial.
Como fica a apuração do valor do DIFAL com produtos com isenção ou redução de base de cálculo?
R. Será considerado o benefício fiscal de redução da base de cálculo ou de isenção de ICMS concedido na operação ou prestação
interna, sem prejuízo da aplicação da alíquota interna prevista na legislação da unidade federada de destino, desde que os benefícios
fiscais tenham sido autorizados por meio de convênios ICMS com base na LC 24/75, celebrados até a data de vigência do Convênio
ICMS 153/15 (DOE 15/12/15) e implementados nas respectivas unidades federadas de origem ou de destino. Assim, no caso do Ceará,
a redução na base de cálculo com produtos constantes da Cesta Básica (art. 41, incisos I e II, da Lei 12.670/96) não tem qualquer efeito
enquanto as reduções para os produtos do Convênio ICMS 52/91, quando do cálculo do ICMS DIFAL devem ser devidamente
consideradas.
Em operação triangular, onde o estabelecimento A(SP) vende para o B (CE, destino jurídico) e solicita a entrega em C (MA,
local do destino físico).
Em regra, o ICMS sobre o DIFAL deveria ser assegurado ao estado onde fosse consumida a mercadoria ou bem, ou seja, destino físico.
Entretanto, essa questão está mal resolvida, e assim, há entendimento de que o DIFAL caberia ao estado do destino jurídico da
mercadoria. Por conseguinte, na prática, em operação triangular, tem estado do destino jurídico que não exige, mas tem outros que
exigem. Os Estados do Norte e Nordeste, em geral, exigem, tanto pelo destino físico como pelo jurídico. Desta maneira, tem
circunstâncias sem resposta pronta, podendo ser recolhido o DIFAL para dois estados distintos.
Fins de Mercancias, quando constatado que as mercadorias ou bens sejam a negociar, ou seja, terão fins de mercancia, é possível
que não seja exigido o DIFAL da EC 87/15, OU o “ICMS sobre Margem de Lucro”. No caso do Ceará, na entrada de mercadoria a
negociar (sem destinatário certo), trazida por ambulante ou não contribuinte com fins de mercancia, será exigido o ICMS conforme o
produto, ou seja, como substituição tributária ou como a negociar, conforme disposto no art. 38, do Dec. 24.569/97.
Aplica-se também com produtos sujeitos ao ICMS Substituição Tributária (ST), seja decorrente de Convênio ou Protocolo ou
somente no âmbito interno.
a) Por ser o destinatário não contribuinte do ICMS não há o que se falar em ST propriamente dita, pois a ST só acontece entre
contribuinte do ICMS.
b) Mesmo no caso de Substituição Tributária, nas operações de saída do Ceará deverá ser destacado o ICMS com alíquota de 12%. E
assim sendo quando da EFD-Escrituração Fiscal Digital (SPED ICMS) o valor correspondente ao ICMS destacado poderá ser estornado.
c) Com produtos tributados já tributados por Substituição Tributária, tem a questão relacionada ao ressarcimento de ICMS em
decorrência da saída interestadual. Para os produtos ST pela CNAE tem-se vedação expressa do ressarcimento; para ST pelo produto
apenas no âmbito interno deverá ser checado a norma para o caso concreto; e para ST decorrente de Convênio ou Protocolo acredita-
se que será devido o ressarcimento, tendo em vista os Convênio ICMS 81/93, 92/15 e 155/15.
Aplica-se normalmente com as empresas que tem crédito presumido de ICMS, no caso do Ceará, a exemplo das empresas de
transporte de cargas, pinto de um dia, ovos férteis etc. Nas saídas interestaduais a questão reside se os 60% serão ou não absorvidos
no montante do Crédito Presumido. A princípio estaria absorvido sim.
Aplica-se nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final não contribuinte do ICMS, localizado
em outra Unidade da Federação.
>Inclusive, operações em bonificação, doação ou brinde, e ainda em consignação, considerando que a mercadoria ou bem seja
tributada. Não se aplicando com mercadorias ou bens que devam retornar no prazo estipulado, a exemplo de demonstração,
exposição.
Consumidor final não contribuinte do ICMS = pessoa física ou pessoa jurídica (sem inscrição estadual ou cadastrada no
Regime de Recolhimento “Outros”); em relação ao regime de recolhimento Outros, alguns estabelecimentos poderão ser tratados
como se contribuintes fossem, por exemplo, quando das CNAEs indicadas no art. 594-A, do Dec. 24.569/97.
Fique Ligado!
> Aplica-se mesmo que o remetente seja também não contribuinte do ICMS, pessoa física ou pessoa jurídica. Neste caso, quando da
emissão da Nota Fiscal Avulsa será exigido o recolhimento do DIFAL.

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Vigência no Estado do Ceará, considerando o disposto no Dec. 31.861/15 (DOE em 30/12/2015), seria no primeiro dia subsequente
ao transcurso do prazo de 90 (noventa) dias após da publicação da Lei nº 15.863/15 (DOE em 13/10/2015), ou seja, 12/01/2016,
entretanto a SEFAZ/CE começou a exigir desde 01/01/2016.

18. Escrituração na EFD


18.1 contribuintes estabelecidos neste Estado:
a) com relação ao ICMS Diferencial de Alíquotas (DIFAL):
1. deverão escriturar as informações complementares dos documentos fiscais quando das operações e prestações interestaduais
destinadas a consumidor final não contribuinte nos Registros C101 e D101, conforme o caso;
2. os valores informados nos Campos 03 (VL_ICMS_UF_DEST) e 04 (VL_ICMS_UF_REM) dos Registros C101 e D101 deverão ser
totalizados no Campo 04(VL_TOT_DEBITOS_DIFAL) do Registro E310 do respectivo Registro E300 da UF de destino e UF do remetente
respectivamente;
3. quando, no Registro E300, a UF remetente for o Ceará, o valor informado no Campo 04 (VL_TOT_DEBITOS_DIFAL) do Registro E310
deverá ser lançado como estorno de débito no Campo 09 (VL_OUT_CRED_DIFAL) do mesmo Registro, e lançado como Ajuste de
Débitos no Campo 04 (VL_TOT_AJ_DEBITOS) do Registro E110;
4. os Códigos de Ajuste a serem informados nos Registros E111 e E311 deverão ser os dos itens 12 e 78 da Tabela 5.1.1 – Tabela de
Ajuste da Apuração e Dedução, Anexo Único desta Instrução Normativa, respectivamente;
5. informar, no Campo 03 (VR_OR) do Registro E116, o valor do Campo 13 (VL_ICMS_RECOLHER) do Registro E110 e, no Campo 05
(COD_REC) do Registro E116, o Código de Receita 1015 - ICMS Normal;
b) com relação ao Fundo de Combate a Pobreza (FECOP – DIFAL):
1. o somatório do valor do Fecop - DIFAL destacado no documento fiscal nas operações de saída deverá ser informado no Campo 15
(DEP ESP) do Registro E110, débito extra-apuração;
2. o valor lançado no Campo 15 (DEP ESP) do Registro E110, deverá ser informado no Campo 04 (VL_AJ_APUR) do Registro E111,
utilizando o Código de Ajuste do FECOP – DIFAL constante no item 45 do Anexo Único desta Instrução Normativa;
3. informar, no Campo 03 (VR_OR) do Registro E116, o valor do Campo 04 (VL_AJ_APUR) do Registro E111, referente ao valor do Código
de Ajuste do Fecop – DIFAL, e, no Campo 05 (COD_REC), o Código de Receita 2020 – Fecop - DIFAL EC 87/2015;
18.2 contribuintes de outra unidade da Federação com inscrição como substituto tributário ou responsável pelo ICMS
destino:
a) com relação ao ICMS diferencial de alíquota – DIFAL:
1. deverão escriturar as informações complementares dos documentos fiscais quando das operações e prestações interestaduais
destinadas a consumidor final não contribuinte nos Registros C101 e D101, conforme o caso;
2. o somatório dos valores informados nos Campos 03 (VL_ICMS_UF_DEST) dos Registros C101 e D101 deverá constar no Campo 04
(VL_TOT_DEBITOS_DIFAL) e ser apurado no Campo 12 (VL_RECOL), ambos do Registro E310 do respectivo Registro E300 da Unidade da
Federação de destino Ceará;
3. informar, no Campo 03 (VR_OR) do Registro E316, o valor do Campo 12 (VL_RECOL) do Registro E310, e, no Campo 05 (COD_REC) do
Registro E316, o Código de Receita 10011 – 0 – ICMS Consumidor Final Não Contribuinte Outra UF por Operação, informado na GNRE;
b) Com relação ao Fundo de Combate a Pobreza (Fecop – DIFAL):
1. o somatório dos valores informados nos Campos 02 (VL_FCP_UF_DEST) dos Registros C101 e D101 deverão ser informados no
Campo 06 (VL_TOT_DEB_FCP), no Campo 09 (VL_OUT_CRED_DIFAL) e no Campo 14 (DEB_ESP_DIFAL), todos do Registro E310;

19. Perguntas Frequentes


1. Um contribuinte, optante pelo simples nacional, revende mercadoria para consumidor final fora do Estado. Nessa situação
é devido o recolhimento do DIFAL?
Não, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o DIFAL das empresas optantes pelo Nacional de que trata a LC 123/06, por meio
da Liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5464)
2. Distribuidora de bebidas está vendendo para Pessoa Física no Estado do Piaui. O produto está sujeito a substituição
tributária. Diante disso, devo recolher o ICMS ST ou DIFAL?

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DIFAL, nas operações com Pessoa Física não tem ICMS ST. Diante disso, o remetente deverá recolher o DIFAL, conforme prevê o
Convênio ICMS 93/2015.
3. Um produtor rural, estabelecido no Ceará, emitindo uma NF-e de venda de Frango Vivo para pessoa física na Bahia, deve
recolher o DIFAL?
Sim, deve recolher o DIFAL, exceto se o produto for isento de ICMS no Estado da Bahia e o benefício seja decorrente de Convênio
ICMS.
4. Empresa do simples nacional, não contribuinte do ICMS, compra um Ativo Imobilizado proveniente de outro estado, a
responsabilidade do recolhimento do DIFAL é do destinatário ou do remetente?
A responsabilidade do recolhimento é do remetente, conforme convênio nº 93/2015

20. Fundamentação Legal


Constituição Federal/88, art. 155, II, § 2º, VII e VII c/c EC nº 87/15.
Convênio ICMS 93/2015 e suas atualizações - trata dos procedimentos a serem observados nas operações e prestações que destinem
bens e serviços a consumidor final não contribuinte do ICMS, localizado em outra unidade federada.
Convênio ICMS 153/2015 – trata dos caos de isenção e redução de base de cálculo.
Nota Técnica 2015/003 – para NF-e;
Nota Técnica 2015/003 e 2015/004 – para CT-e
Ceará – Lei nº 15.863/2015;
Ceará – Decreto nº 31.861/15 (alterando Dec. 24.569/97)
Ceará – IN 42/2015 (cadastramentos dos contribuintes dos outros Estados)
Ceará – IN 04/2016 – Estabelece os procedimentos de registro na Escrituração Fiscal Digital (EFD), das operações e prestações que
destinem bens e serviços a consumidor final não contribuinte do ICMS, localizado em outra unidade da Federação e dá outras
providências.
Leis de outros Estados:
Acre – LC n° 304/15
Amapá – Lei nº 1948/15
Bahia – Lei nº 13.373/15
Distrito Federal – Lei nº 5.546/15
Mato Grosso – Lei nº 10.337/15
Mato Grosso do Sul – Lei nº 4.743/15
Paraíba – Lei nº 10.507/15
Paraná – Lei nº 18.573/15
Pernambuco – Lei nº 15.605/15
Piauí – Lei nº 6.713/15
Rio de Janeiro – Lei nº 7.071/15
São Paulo – Lei nº 15.856/15
Sergipe – Lei nº 8.041/15

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