Direito Económico 1º Frequeência

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Direito Económico 1º frequência

1. Noções Introdutórias de Direito


O que é o Direito?
O direito é um sistema de normas coercivas (obrigatórias) destinado a reger as relações
humanas no interior de um determinado sistema político. Estas normas só produzem
efeito no interior de uma comunidade política. Este perde a sua função quando estamos
em guerras, situações de calamidade, etc.
Estado, sociedade organizada politicamente, fixada num determinado território
e que tem características como a soberania e a independência.
O Estado é constituído por 3 elementos:
: Povo
: Território
: Poder político independente,
Características Do Direito
O direito é UNIVERSAL, ou seja, existe em todas as sociedades humanas do globo. Em
todas as comunidades encontramos normas que estabelecem o que é permitido e o que
é proibido.
O direito NÃO é UNIFORME, ou seja, as normas vão mudando ao longo do tempo.
O direito é um FENÓMENO RELACIONAL, ou seja, resulta da necessidade de
disciplinar o ser humano enquanto ser social.
O direito é um FENÓMENO NECESSÁRIO, ou seja, resulta da natureza social do
homem uma vez que a convivência em sociedade só é possível se existirem padrões de
conduta. São estas normas que previnem o conflito de interesse. “A liberdade de cada
homem termina onde começa a liberdade dos outros”
Fins do Direito
1. JUSTIÇA
A justiça é uma virtude social que pretende ordenar da melhor maneira a vida dos
homens em sociedade. Na justiça é transmitido uma ideia de:
: ordem em função dos valores comuns da sociedade;
: igualdade perante a lei;
: proporção entre factos e consequências, direitos e deveres;
: regula apenas as relações entre seres humanos e não as individuais.

2. SEGURANÇA JURÍDICA
: paz e ordem;
: Certeza jurídica (pode prever os efeitos dos seus atos) ⇒ permite adequar
comportamentos
: proteção dos cidadãos perante o Estado ⇒ impõe limites ao poder do
Estado
Direito Económico 1º frequência

Nota: Casos reais (iguais) podem não ter a mesma solução/pena. ⇒ Isto deve-se ao
facto de depender da interpretação do juiz, havendo falhas na legislação.
Tipos de Normas
1. NORMA DE DIREITO
2. NORMAS E TRATO SOCIAL OU CIVICO, criadas pela sociedade, mão
têm quaisquer tipos de sanções pelas entidades competentes, mas têm sanções
dadas pelo grupo (“sociedade”), exclusão.
3. NORMAS MORAIS, impõem a moral
4. NORMAS RELIGIOSAS, incumprimento da religião

SENTIDO DO DIREITO
direito Direito
“right” “law”
Sentido subjetivo Sentido objetivo
Ligado a uma pessoa -
Direito fundamental Regra
Ex:. vida, honra, integridade Ex:. Portguês, Esapnhol, Francês

As Normas Jurídicas, são regras coerciva que disciplinam a conduta humana, é


obrigatória, o seu respeito pode ser imposto pelo Estado.
As normas jurídicas caracterizam-se por:
1. Imperatividade
2. Violabilidade
3. Generalidade
4. Abstração
5. Coercibilidade
Fontes do direito
: traduz-se em saber de que modo o direito positivo existente numa determinada
comunidade se constitui e se manifesta.
: são os modos como o Direito se forma – como é criado ou se revela.
Tipos de Fontes
• Fontes imediatas ou criadoras
- Lei, conjunto de normas jurídicas criadas e impostas pelos órgãos estaduais
competentes para tal. LEI EM SENTIDO RESTRITO (FORMAL), refere-se
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apenas aos diplomas emanados pela Assembleia da Républica. LEI EM SENTIDO


AMPLO (MATERIAL), inclui todos os diplomas que consagrem normas jurídicas.
- Costume, ao contrário da lei não é ditada por um órgão estatal, não está
reduzida a escrito e resulta de um uso geral e prolongado de uma conduta quando
é encarada por quem as pratica como obrigatória.

• Fontes mediatas ou reveladoras


- Jurisprudência, decisões dos tribunais que decorrem da atividade prática de
aplicação da lei a casos concretos. NÃO É UMA FONTE CRIADORA DO
DIREITO PORQUE EM REGRA NÃO É VINCULATIVA
- Lei/Costume
- Doutrina, é formada pelo conjunto de opiniões que os juristas, em pareceres,
manuais, artigos, emitem sobre determinada questão. Ajuda na interpretação de
leis, na integração de lacunas. NÃO TEM CARACTER VINCULATIVO.
Nota: A lei pode sair de duas formas: em código (leis grandes) ou leis avulsas (leis
pequenas)
Quando é a ASSEMBLEIA DA RÉPUBLICA a elaborar leis diz-se que são do sentido
restrito-formal.
O GOVERNO é o principal órgão executivo, no entanto também tem poder legislativo.
Concluindo,
A jurisprudência e a doutrina continuam a ser fontes do Direito, na medida em que as
decisões dos tribunais e a doutrina podem ajudar a interpretar e a decidir os conflitos
que surjam na sua aplicação. Ambas necessitam da existência prévia de norma jurídicas
para, assim, funcionarem como fontes reveladoras do Direito positivo.

Classificação da Lei
As leis não têm todas o mesmo valor, nem são elaboradas todas por um único órgão.
Existem órgãos a quem a Comissão da Républica Portuguesa dá específicos poderes
legislativos – e outros a quem concede, no âmbito do poder executivo, poder para
emanar outro tipo de diplomas legais.
A lei e o decreto-lei estão no mesmo patamar e, portanto, valem o mesmo. Em caso
de contradição, prevalece o mais recente.
ORGÃOS LEGISLATIVOS
- Assembleia da Républica
- Governo
- Assembleias legislativas regionais
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O poder executivo executa as políticas de determinado sistema político.


- O órgão máximo executivo é o Governo.
Com este tipo de poder pode.se fazer diplomas/atos regulamentares, são criados
para pormenorizar uma lei ou decreto-lei, ou regulamentar sobre o assunto de
determinado decreto.
Nota: O Governo tem dois poderes, posto isto pode elaborar leis do tipo:
- Legislativo ⇒ decreto-lei
- Executivo ⇒ diploma regulamentar
Nomenclatura: Poder executivo central = Governo
TIPOS DE DIPLOMAS
a) Diplomas Solenes (poder legislativo)
- Constituição
- Leis e Decretos-Leis
- Decretos legislativos regionais
b) Diplomas não solenes (poder executivo)
- Regulamento ou decreto regulamentar (promulgado pelo Presidente da
República)
- Portaria
- Despacho normativo
- Resoluções

Os municípios podem ter poder executivo.


- As regras de concorrência são elaboradas por entidades reguladoras independentes
do Estado e do Governo.
HIERARQUIA DAS LEIS
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- Hierarquicamente, a lei inferior não pode contrariar as leis hierarquicamente


superiores. Estando no mesmo patamar, a lei mais recente revoga a lei anterior.
FASE DA ELABORAÇÃO DAS LEIS
1. Elaboração (Projeto/ Proposta de lei > Governo, Estado e Cidadão)
2. Discussão e aprovação (Discute-se a temática e aprova-se artigo por artigo)
3. Promulgação (controlo por parte do Presidente da Républica)
Em caso de dúvida recorre ao Tribunal Constitucional e Veta a lei (impede)
4. Publicação (Diário da Républica)
Nota:
- O Presidente da Républica é uma figura de controlo (Parlamento, Governo e atos
legislativos)
- A maioria absoluta do parlamento pode passar por cima do veto do Presidente da
República.
- A assinatura do Primeiro-Ministro denomina-se Referenda do Governo.

Vecatio Legis, período desse a publicação á entrada em vigo da lei.


Cessação/extinção das leis
Pode acontecer por 2 motivos:
= Caducar (exceção): acontece quando a lei tem um determinado período temporal
e o mesmo acaba, deixando de estar em vigor.
Ex:. Jornadas Mundiais da Juventude, Covid, Etc...
= Revogação (contradição com outra lei ou decreto)
- Expressa: quando entra em vigor outra lei que revoga uma já existente, sendo que
para ter efeito tem de ser do mesmo patamar ou superior, e estar expresso que está a
revogar a outra.
- Tática: quando entra em vigor outra lei que contradiz uma anterior, estando assim
em discordância e prevalecendo a que está num nível superior.
Nota: A lei e o decreto-lei estão no mesmo patamar, logo prevalece o mais recente.
Relação Jurídica
São relações da vida social disciplinadas pelo Direito, mediante a atribuição uma
pessoa de um ato subjetivo e a imposição a outra de um dever jurídico ou de uma
sujeição.
Direito Subjetivo
E o poder de agir ou a faculdade conferida pelo direito objetivo a uma pessoa para
agir na prossecução dos seus interesses.
Dever Jurídico
Necessidade de realizar um comportamento a que tem direito o titular ativo da relação
jurídica ou de se abster para satisfazer o direito do outro.
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ELEMENTOS DA RELAÇÃO
1) Sujeitos;
2) Objetos;
3) Fato jurídico;
4) Garantia

1) Sujeito
= Sujeito ativo, o titular do direito.
= Sujeito passivo, vinculado a um dever.
Nota: Pode-se ser sujeito ativo e passivo ao mesmo tempo.
Para se ser um sujeito temos de ter Personalidade jurídica.
- Isto adquire-se no momento do nascimento
completo e com vida. (art. 66, CC)
Quem pode ser sujeito de relações jurídicas?
Só pode ser sujeito de uma relação jurídica quem tiver personalidade jurídica e quem
tiver capacidade/aptidão para ser titular autónomo de direitos e obrigações. (São
todas as pessoas humanas com
Quem tem personalidade jurídica? *Todas as pessoas têm personalidade juridica
- Quem tem capacidade/aptidão para ser titular autónomo de direitos e obrigações.
- Todas as pessoas humanas a partir do nascimento completo e com vida, a qual
termina com a morte – art. 66 e 68.
- Pessoas coletivas – Certas organizações destinadas á prossecução de interesses
comum ou coletivos a que o direito atribui personalidade jurídica; esta só lhes é
atribuída se cumprirem os requisitos impostos na lei ou através de um ato de
reconhecimento individual feito por uma autoridade pública.
- ASSOCIAÇÕES – organização de pessoas para a prossecução de interesses
coletivos.
- FUNDAÇÕES – organização de bens para prosseguirem interesses especiais.
- SOCIEDADES – entidades compostas por um ou mais sócios, que têm património
autónomo para o exercício de uma atividade económica, com o fim de obter lucros e
reparti-los pelos sócios.
Capacidade de gozos de direitos
- É inerte á personalidade jurídica
- Refere-se á medida de direitos e deveres que uma pessoa que uma pessoa é
suscetível de ser titular
- Nas pessoas coletivas – só podem ser titulares dos seus direitos e deveres
necessários para prosseguirem os seus interesses.
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Capacidade de exercício de direitos


- Possibilidade de uma pessoa poder atuar juridicamente, exercendo atos e
comprimindo deveres, por ato próprio e exclusivo – pessoal e livremente.
Uma pessoa singular pode ter direitos ou estar vinculado a obrigações e não poder
exercer por si, pessoal e livremente:
- se não tiver capacidade de exercício de direitos – só poderá exercer os seus direitos
por intermédio ou a cooperação de terceiros.
Nota: CAPACIDADE CIVIL ≠ CAPACIDADE DELITUAL
Art. 16º C.P. (código penal) – respondem como adultos, em termos penais, a
partir de 16 anos.
Capacidade de exercício das pessoas coletivas
- a lei dota pessoas coletivas de órgãos, através dos quais a pessoa coletiva atua no
mundo do direito.
QUEM NÃO TEM CAPACIDADE DE EXERCICIO?
OS MENORES, é menor quem tiver menos de 18 anos e não seja emancipado
pelo casamento (partir dos 16 anos). Art. 122º, art. 132º, art. 133 do CC.
A incapacidade e exercício de um menor é superada através da atuação do seu
representante legal.
POR OUTRO LADO, há exceções á incapacidade dos menores (art. 127º do CC)
Em 2019, entrou em vigor uma lei que modificou o código civil português. Esta
eliminou os institutos da interdição e da inabilitação e introduziu o estatuto jurídico do
maior acompanhado.
Art.138 do CC define quem é considerado por lei de “maior acompanhado”
- Pessoa maior (mais de 18 anos), que por razões de saúde, deficiência ou pelo seu
comportamento esteja impossibilitada de exercer plena, pessoal e conscientemente os
seus direitos ou de cumprir os seus deveres e por isso beneficia de medidas de
acompanhamento previstas no CC.
(art. 147, CC) - Pode exercer direitos pessoais como casa, procriar, deslocações
para o estrangeiro, etc
- Pode celebrar negócios da vida corrente.
Nota: Este estato só é atribuído ou cessado por decisão judicial (art. 139º e 149º
do CC)
(ler slide 74 a 82)
2) Objeto mediato
Realidade sobre que a qual recaem os poderes, o direito, do sujeito ativo da relação, o
qual pode ser:
= uma coisa corpórea, tem de ter existência autónoma, capacidade para
satisfazer interesses humanos (carro, casa, janela, etc)
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= uma pesssoa ou um modo de ser da pessoa


= coisas incorpóreas (marcas), coisas que não são palpáveis.
= prestações (um comportamento do devedor)
3) Facto jurídico
É tudo aquilo que faz com que surja uma relação jurídica.
Ex:
contrato de nascimento, compra e venda, etc.
4) Garantia
Possibilidade que é conferida ao titular ativo da relação jurídica de recorrer á força
pública para obter a satisfação dos seus interesses.

2.Direito e economia
A relação entre a economia e o direito foram variando ao longo do tempo.
• NO PERIODO LIBERAL
Havia primazia da economia sobre o direito. O estado não interferia na economia,
porque o mercado tinha de funcionar de forma natural – ADAM SMITH
A economia era dirigida como que por uma “mão invisível”, ou seja, dirigia se através
da lei da oferta e da procura.
O Estado não promovia o bem-estar coletivo, os interesses da coletividade eram
realizados espontaneamente através do libre jogo da iniciativa privada e do risco dos
individuais.
O fim principal do Estado era garantir o livre funcionamento do mercado, da
concorrência e da iniciativa privada garantir a cada pessoa uma esfera de liberdade de
maneira que, dentro dela, possa, segundo as suas capacidades e talento prosseguir os
fins que desejar.
A “livre concorrência” gerava uma grande disputa entre as empresas que procuravam
apresentar produtos com mais qualidade, mas com preços mais baixos e isto gerava o
aumento do consumo e a necessidade de mais trabalhadores para se poderem manter
no mercado e por isso, o direito público e o direito de interesse geral, não competia
intervir na esfera privada da atividade económica, mas apenas removia os obstáculos á
atuação livre dos agentes económicos e isto garantiu que as Constituições liberais que
a todos os particulares estava assegurado o Direito á iniciativa privada e o Direito á
propriedade privada.
O Estados só podia exercer as atividades económicas que produzissem utilidades
coletivas, pelas quais não se poderia cobrar um preço ou aquelas pelas quais os
privados se desinteressassem.
Com o passar dos anos começou a perder-se a confiança cega no mercado como
instrumento gerador de riqueza e a compreender-se que o mercado para funcionar
adequadamente não podia ficar entregue a si próprio, necessitando de regras jurídicas
para subsistir.
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A relação entre a economia e o direito começou a inverter-se na 1º, 2º Guerra


Mundial e na Crise de 29. Os estados começaram a assumir um papel mais ativo,
passando a disciplinar e a orientar, direta ou indiretamente o exercício dessa atividade
(regulamentação da economia dos mercados)
ERA DE OURO DO CAPITALISMO – período depois da 2º Guerra Mundial onde
houve expansão económica, até aos anos 60. Aqui surge o “welfare state” que é o
bem-estar social onde o estado começou a intervir na economia apenas para criar
emprego, etc contribuindo para o bem-estar comum.
Modelo jurídico do Estado Social
= O Estado passa a assumir com frequência atividades económicas, ou seja, adota um
papel mais ativo na regulação das economias do mercado.
= O direito passa a intervir no sentido de confortar e condicionar o exercício de
vontade privada, assumindo o papel de árbitro entre os interesses económicos
privados.
= Colocação da vontade e autonomia privada ao dispor dos poderes públicos.
DIREITO ECONÓMICO – Conjunto de regras que ajudam a regular o mercado
(final sec. XX)
Com o Fracasso do Estado na crise dos combustíveis (anos 70), o Estado teve que
mudar a forma como entrevi-a na economia pública. E estados como o inglês e o
americano adotaram uma nova economia política:
• Desregulamentação dos mercados;
• Maior abertura dos mercados a setores vedados á iniciativa económica;
• Liberação as atividades;
• Aposta nas privatizações
A partir de então as alterações não se têm traduzido numa pura desregulação da
economia, ma em serem adotadas diferentes formas de regulação.
= Diminuição da intervenção direta do Estado, em vez do estado criar empresas
públicas passa a contratar esses serviços a privadas.
= Alteração da forma de intervenção indireta, quando as empresas vêm a sua
atividade ser objeto de medidas de carácter fiscalizador ou de estímulo que s\ao
provenientes de entidades semipúblicos ou mesmo privadas.
O Estado aceita que é através do mercado que se produzem e distribuem os produtos
e bens e apenas intervém para corrigir eventuais distorções e garantir o seu adequado
funcionamento.
Garantindo que este funciona segundo critérios de justiça social.
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Função e objeto do direito económico


1) FUNÇÃO
Regular a atividade económica através da criação de normas, para que a economia
funcione de uma maneira harmoniosa.
2) OBJETO
Modo de criação ou de revelação das normas jurídicas, neste caso, normas jurídicas
económicas. Pelos poderes públicos ou pelos poderes privados.

Principais características do DIREITO ECONOMICO


= Direito Recente
= Direito Fluído (com capacidade de adaptação, alteração conjunta
com a economia)
= Direito não codificado
= Privatização das suas fontes – normas de direito económico
estaduais a par de normas provenientes de entidades públicas autónomas e de
entidades privadas representativas de determinados interesses económicos
setoriais, autorregulação e negociação.
= Declínio da coercibilidade e do carácter impositivo – a favor de
formas concentradas, de normas programadas e outros tipos de imposição
(publicidade)
3. A Constituição Económica Portuguesa
Constituição económica, é o conjunto de normas e princípios constitucionais
relativos á organização e funcionamento da vida económica da sociedade. Estas
normas permitem o acesso a atividades económicas ou ao restringi-lo.
A CONSTITUIÇÃO ECONOMICA é formada por:
1) Direitos, deveres, responsabilidades e liberdades, de todos sujeitos que
desenvolvem as atividades económicas.
2) Normas relativas á organização económica e às competências
económicas dos poderes públicos, princípio da coexistência de três setores
de propriedades dos meios de produção.
CONSTITUIÇÕES LIBERAIS
= Relativa ausência de normas económicas, mas não significa que haja inexistência de
uma constituição económica porque as constituições liberais garantiam a propriedade
e a iniciativa privada.
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CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR (1919)


= Foi a primeira a introduzir uma secção dedicada a enquadrar a vida económica,
inspirando outras constituições.
A ordem constitucional da economia passou a,
Garantir o livre funcionamento do mercado e a prever também formas de hétero-
regulação necessárias ao seu equilíbrio.
Consagrar outros direitos, ex. aos trabalhadores e aos consumidores.
Enunciar poderes e faculdades que o Estado pode usar para modelar o sistema
económico.
EM PORTUGAL:
• Constituição da Républica Portuguesa (1822/1838/1911) –
obedeciam se os princípios liberais, consagrava a liberdade, segurança e
propriedade, mas de uma forma muito geral e abstrata.
• Constituição da Républica Portuguesa (1933) – Antiliberal e
antidemocrática, foi a primeira a consagrar um princípio explicito de hétero-
regulação do mercado – consagrou pela primeira vez uma ordem
constitucional económica formal.

= Afirmação de um princípio protecionista da economia nacional e primado da


função social da propriedade, dos meios económicos;
= Intervenção do Estado com carácter subsidiário e corretivo;
= Adotou um modelo corporativo de representação orgânica dos interesses,
regulamentação da economia através do entendimento entre parceiros sociais e no
seio de organismos corporativos e não através da livre concorrência.
= Acentuada limitação dos direitos dos trabalhadores.

• Constituição da Républica Portuguesa (1976) – Atribui ao Estado a


função de garantir os direitos dos trabalhadores e dos demais agentes
económicos.
As revisões constitucionais até á atualidade mudaram o sentido inicial da
Comissão Europeia no sentido de,
= Maior flexibilidade;
= Reforço da iniciativa privada (reprivatizações) e do mercado;
= Aproximação do nosso sistema aos sistemas económicos dos demais países
da comunidade.
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Revisões constitucionais:
- 1982 – Neutralização ideológica de vários preceitos, uma
maior flexibilização do sistema, atenuação da intervenção pública na
economia e maior papel da iniciativa privada.
- 1898 – Eliminou a garantia das nacionalizações e
atenuou o regime da reforma agrária, diminuiu o papel do planeamento e
suprimiu o objetivo do desenvolvimento da propriedade social.
- 1992 – Visou permitir a ratificação do Tratado da EU,
assinado em Maastrict. Alterou os poderes do Banco de Portugal, ou seja,
deixou de ter o exclusivo de emissão de moeda.
CARACTERIZAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO ECONÓMICA PORTUGUESA
ATUAL
Consagra um modelo de economia hibrido/misto, também designado de economia
social de mercado, economia mista, economia concertada, onde predominam
elementos de uma economia de mercado (posição central do setor privado) e em
equilíbrio com o interesse público e social.
1) Subordina o poder económico ao poder político
= Estado surge com importantes funções de controlo da atividade
económica através da regulação publica.
= Estado tem que assegurar a redistribuição de rendimentos e a
salvaguarda de direitos fundamentais na esfera económica enquanto limites ao poder
económico público ou privado.
= Prevê o planeamento democrático da economia e a intervenção
democrática dos trabalhadores, permite a autorregulação privada e formas mistas de
concertação social.
= Salvaguarda os direitos dos trabalhadores e dos consumidores e
promove a proteção do ambiente.
2) Garante a pluralidade de setores de atividade económica e de formas
de iniciativa e define a posição central de setor privado no processo
económico.
Os pressupostos da economia de mercado na Constituição da Républica Portuguesa
1) Propriedade privada (art. 62 CRP)
2) Iniciativa económica (art. 61 CRP)
Direito Económico 1º frequência

DIREITO DE PROPRIEDADE PRIVADA


Surge no âmbito dos direitos económicos com natureza análoga aos direitos,
liberdades e garantias (art 17 e 18).
= São diretamente aplicáveis – mesmo sem intermédio de uma lei
ordinária;
= Vinculam entidades públicas e privadas;
= Só podem ser restringidos nos casos previstos na CRP.
Componentes do direito de propriedade privada
1) Direito de aquisição ou de acesso á propriedade;
2) Direito de uso ou fruição dos bens de que se é proprietário;
3) Direito de livre transmissão da propriedade;
4) Direito a não ser privado dela
Restrições ao direito de propriedade privada
1) Aquisição ou acesso á propriedade;
Bens insuscetíveis de apropriação privada, os bens do domínio público (art.
84 CRP), mas podem ser economicamente explorados por entidades
públicas ou privadas, ou seja, em regime de concessão da exploração.
Ex:. águas territoriais, estradas, linhas férreas...
2) Uso de fruição dos bens;
Umas restrições decorrem da CRP – dever geral de uso relativo aos meios de
produção (art. 88 CRP)
Outras restrições resultam da lei, como condicionantes de ordem ambiental
ex: Reserva agrícola nacional, Reserva ecológica nacional, áreas protegidas...
3) Livre transmissão da propriedade;
= Transmissão entre vivos, direitos de preferência de inquilinos e
de proprietários confinantes.
= Transmissão mortis causa, limitada por direitos dos herdeiros
legítimos (art.2156 CC)
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4) A não ser privado da propriedade;


Limites constitucionais (art. 62/2 CRP)
= EXPROPRIAÇÃO, privação da titularidade de bens imóveis,
com caracter definitivo, a favor de entidades públicas, ou seja, justifica-se por
razões de utilidade pública e implica o pagamento de indemnização. Só deve
ocorrer quando se impossibilitar a aquisição por via negocial, exceto em caso
de urgência.
= REQUISIÇÃO, privação temporária do uso de certos bens
móveis e imóveis, por razões excecionais de interesse público urgente e
excecional. Ex. Guerras, calamidades... (mediante pagamento de
indeminização)
= NACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS (art. 83), apropriação
coletiva de meios de produção e dos solos. Transferência forçada, por ato de
autoridade pública, de uma unidade económica, da propriedade privada para
a propriedade pública (mediante indeminização)

DIREITO DE INICIATIVA PRIVADA


(art.61, 17, 18 do CRP)
Direito de exercer uma atividade económica privada através da criação de empresas e
da sua gestão.
Componentes do direito de iniciativa privada
= Liberdade de investimento ou de acesso.
= Liberdade de organização, ou seja, determina o modo como a
atividade vai ser desenvolvida.
= Liberdade negociável ou de contratação, liberdade de estabelecer
relações jurídicas e determinar o seu conteúdo.
Restrições ao direito de iniciativa privada
Resultam da Constituição da Républica Portuguesa ou da lei ordinária, atingindo o
direito em geral ou qualquer das suas componentes, mas sem afetar o núcleo essencial
do direito a parte indispensável para a satisfação básica dos interesses do seu titular.
São justificadas pela necessidade de proteção do interesse publico em geral ou dos
interesses de terceiros, nomeadamente de grupos com uma relação especifica com a
atividade da empresa (trabalhadores, credores, etc)
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1) Restrições no âmbito do investimento ou acesso á


atividade económica
a) Existem setores vedados á iniciativa privada ao abrigo do
art. 86/3 da CRP
São consagradas reservas a favor do setor publico, ou seja, á setores cuja
exploração é vedada á iniciativa privada.
Não obstante, a sua expressão possa ser entregue a entidades privadas, em
regime de coesão.
(slides 30-33)
b) Noutras situações o acesso fica condicionado á
atribuição de uma licença
Ato pelo qual um órgão da AP atribui a alguém o direito de exercer uma
atividade privada que é por lei relativamente proibida. Ex: abertura de
farmácias, atividades de segurança privada, etc.
c) Outras restrições resultam de eventuais discriminações
em função da nacionalidade quanto ao direito ao
investimento
(art. 87 CRP), a lei deve disciplinar o investimento estrangeiro com o
objetivo de o adequar ao desenvolvimento do país e defender a
independência nacional e os interesses dos trabalhadores.
2) Restrições á liberdade de organização
A lei configura os tipos que as empresas podem assumir, quando sob a forma de
sociedades comerciais. Sobre o modo como devem ser organizadas internamente.
Outras normas regulam as condições do funcionamento do estabelecimento ou a sua
localização por razões ambientais ou urbanísticas.
A lei controla ainda as concentrações.
A CRP permite que o Estado possa, a título provisório, intervir na gestão de empresas
privadas, nos termos da lei, mediante decisão judicial prévia (art 86º/2 CRP)
3) Restrições á liberdade negocial ou de contratação
Restrições inerentes ás relações contratuais da empresa com terceiros,
= Protegem-se os direitos dos trabalhadores em matéria de contratos de
trabalho e segurança no emprego;
= Consagrando a nulidade de certas cláusulas contratuais, com vista á
proteção dos consumidores;
Direito Económico 1º frequência

= Proíbem-se às empresas comportamentos restritivos de concorrência.

ARTICULAÇAO ENTRE O DIREITO DE PROPRIEDADE E DE


INICIATIVA PRIVA E OS SEUS LIMITES
Todas as restrições referidas assumem a natureza de exceções ou meros
condicionamentos ao meros com o direito pode ser exercido, mas até que ponto as
restrições aos referidos princípios devem ser constitucionalmente admissíveis?
Por exemplo, seria inadmissível uma lei que condicionasse a criação de qualquer
empresa á necessidade de uma autorização administrativa.
OS DIREITOS SOCIAIS, ECONÓMICOS E CULTURAIS COMO
LIMITES Á ATIVIDADE ECONÓMICA
Os sistemas modernos de economia de mercado têm procurado conciliar as liberdades
básicas destes sistemas com a proteção e a garantia de um conjunto de direitos
essenciais aos cidadãos, exigindo ao Estado intervenções segundo critérios de justiça
distributiva, como
= Sociais – direitos dos trabalhadores, direito á segurança social, direito
á saúde.
= Económicos – direito ao trabalho
= Culturais – direito á educação e á cultura.
Direitos reconhecidos na Constituição da Républica Portuguesa
a) Direito dos trabalhadores (art. 53-59 CRP)
São os trabalhadores por conta de outrem os principais destinatários destas normas
constitucionais.
Reconhecidos em sede Direitos, Liberdades e Garantias (art. 53-57), exemplo
direito á segurança no trabalho, associações sindicais, etc...
Direitos e deveres económicos (art 58-59) exemplo fixação de um salário mínimo.
b) Segurança no emprego (art 53 CRP)
Direito á segurança no emprego e á proibição do despedimento sem justa causa.
A Constituição da Républica Portuguesa acolhe o modelo da estabilidade do emprego
em lugar da modalidade, ou seja, estes direitos visam limitar a plena disponibilidade
sobre as relações de trabalho por parte da entidade patronal.
c) Direito do ambiente (art 66 CRP)
Limite constitucional ao libre exercício da atividade económica limitando o acesso a
uma atividade económica, a sua localização, condições de fundamento e a sua
extinção.
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Está entre os Direitos sociais e o seu objeto compreende o combate ás diversas


formas de poluição.
d) Direito á proteção de dados pessoais informatizados (art 35)
O uso crescente dos computadores e de redes de comunicação como a Internet
comporta importantíssimos riscos para a defesa da segurança da informação e da
comunicação e para a salvaguarda de direitos e liberdades dos indivíduos.
O art 35 do CRP consagra:
= O direito a aceder a dados informatizados que lhes digam respeito;
= Exigir a sua retificação e atualização pelas entidades responsáveis;
= Conhecer a Finalidade a que se destinam
= Proíbe o uso da informática para o tratamento de dados considerados
especialmente sensíveis.
= Remete para a lei ordinária a definição das condições a respeitar
quando do tratamento automatizado, transmissão e utilização de dados pessoais.
4. A CONSTITUIÇÃO ECONÓMICA EUROPEIA
Direito Económico 1º frequência

Do mercado comum á União económica e monetária


⇾ A CEE pretendeu ser algo mais do que uma união aduaneira e um mercado
comum, ou seja, criou uma unidade económica ao substituir-se, em certas áreas, às
políticas económicas dos EM (estados-membros)
⇾ Foi a partir do tratado de Maastricht que surge uma nova fase da construção
europeia, com a consolidação do mercado interno e pela emergência de políticas de
integração financeira e da coordenação de políticas orçamentais económicas dos EM.
A CONSTITUIÇÃO ECONOMICA EUROPEIA
1) Características do direito europeu
= Atipicidade: intermédio entre o direito interno e internacional
= Autonomia: fontes e instâncias de aplicação próprias
= Uniformidade: igualmente válida nos vários Estados
= Integração: vincula órgãos estaduais e todos os indivíduos e pessoas coletivas
2) Relação do Direito europeu e direito nacional
= Primazia do direito europeu
= Efeito direito
= Aplicação nacional do direito europeu
3) Fontes do direito europeu

Tratado
s
DIREITO Protocolos
ORIGINÁRIO
Condições de admissão

Regulamentos
DIREITO DireFvas
DERIVADO Decisões
Pareceres
Direito Económico 1º frequência

Os Tratados
Um tratado é um acordo vinculativo entre países, neste caso entre países da união
europeia.
Neles são consagrados os objetivos da EU, as regras que se regem as instituições
europeias, o processo de tomada de decisões e a relação entre a EU e os países que a
constituem.
AREAS DE AÇÃO E METODOS DE AÇAO DOS TRATADOS
Os tratados de revisão mantiveram a referência á instituição de um mercado interno
(método de integração económica negativa) um espaço sem fronteiras internas,
assegurando-se a liberdade de circulação de pessoas e mercadorias.
De integração económica positiva, através de regulamentação jurídica presente nos
próprios tratados diretivas e regulamentos e na definição de políticas comuns aos
Estados Membros a par de métodos de cooperação e de coordenação.
O Tratado de Maastricht acrescentou o estabelecimento de uma união monetária, cuja
moeda é o euro.
As alterações aos tratados tiveram por objetivo tornar o funcionamento da EU mais
eficaz e transparente, preparar a adesão de novos países e introduzir novas áreas de
cooperação.
TRATADOS INSTITUIDORES
⇾ CECA (1951)
⇾ CEE, CEEA (1957)
⇾ Tratado de Maastricht (1992)
⇾ Tratado de Amesterdão (1997)
⇾ Tratado de Nice (2001)
⇾ Tratado de Lisboa (2009)

Tratado de Roma (CEE)


= Assinatura: 25 de março de 1957
= Vigor: 1 de janeiro de 1958
= OBJETIVOS: instituir a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade
Europeia da Energia Atómica (Euratom)
= Principais mudanças: aprofundamento de integração europeia, a CEE aparecia
sobretudo como uma organização internacional de integração económica regional
através da cooperação económica,
Direito Económico 1º frequência

Tratado de Maastricht
= Assinatura: 7 de fevereiro de 1992
= Vigor: 1 de novembro de 1993
= Objetivos: Criação da União Europeia
Criação de uma união monetária e da moeda única – euro
Alargamento das suas competências
= Principais mudanças: Integra as três comunidades (Euraton, CECA e a CEE) e cria
áreas de cooperação política (política externa e assuntos internos, segurança e justiça)
Atribui aos cidadãos dos estados-membros o estatuto de
cidadão europeu, isso implica que os cidadãos passam a ter o direito de poder circular,
trabalhar e residir em qualquer Estado membro, direito a participar nas eleições locais
e europeias...
Cria uma união monetária europeia o euro que passa a
circular em 2002, países que não aderiram Reino Unido e Dinamarca.
OBJETIVOS DO EURO
⇾ Pôr termo aos custos cambiais e á flutuação das taxas de câmbio
⇾ Tornar o comércio transfronteiras mais fácil para as empresas e a conjuntura
económica mais estável, permitindo o crescimento da economia e oferendo mais
possibilidades da escolha aos consumidores
⇾ Incentivas as pessoas a viajar e a fazer comprar no estrangeiro
⇾ Conferir mais peso á EU, na medida em que o euro se tornou a segunda moeda
mais importante do mercado
⇾ Cria ainda novas formas de cooperação entre os governos da EU, nomeadamente
no quadro da defesa, da justiça e dos assuntos internos
⇾ Alarga as competências do parlamento – introdução do procedimento de co-
decisão.
• O tratado da EU foi criado tendo por base uma estrutura assente em “três
pilares”
Direito Económico 1º frequência

Tratado de Lisboa
= Assinatura: 13 de dezembro de 2007
= Vigor: 1 de dezembro de 2009
= Objetivos: Tornar a EU mais democrática e eficaz (mais apta a resolver problemas a
nível mundial como as alterações climáticas...
Criar a Carta dos Direitos Fundamentais da EU
Reforçar a cidadania europeia
= Principais mudanças:
⇾ A União Europeia como entidade única
⇾ A representação da EU no mundo é unificada como a criação do cargo Alto
Representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.
⇾ Reforço do papel do Parlamento Europeu
Passa a ter as mesmas competências legislativas que o Concelho
Passa a eleger o Presidente da Comissão
Passa a ser a guardiã da Carta dos Direitos Fundamentais, como do
direito de iniciativa europeia
⇾ Reforço dos direitos dos cidadãos da EU – incorporação no Tratado de uma
Carta dos Direitos Fundamentais juridicamente
⇾ Criação de um novo cargo permanente de Presidente do Concelho Europeu

Regulamentos

DireFvas
DIREITO
DERIVADO
Decisões

Recomendações

REGULAMENTOS (288º TFUE)


= Eficácia geral;
= Efeito vinculativo (primazia sobre o direito nacional anterior e posterior);
= Aplicabilidade direta desnecessidade de interposição dos órgãos nacionais com
competências normativas.
Direito Económico 1º frequência

DIREITIVAS (288/3ºTFUE, 122/8º CRP)


= Função de harmonização dos direitos nacionais
= Vinculam o Estado-Membro destinatários quanto ao resultado a alcançar, deixando,
no entanto, às instâncias nacionais a competência quanto á forma e aos meios, ou
seja, em Portugal tem de ser transposta num diploma legal e publicado em DR
= Vinculação de fins, discricionariedade de meios
= Primazia das diretivas transpostas sobre o direito interno
DECISÕES (249º TFUE)
= são obrigatórios em todos os seus elementos para os destinatários que designar.
= orientadas para problemas específicos, ex invalidação de ajuda do Estado...
RECOMENDAÇÕES (249º TFUE)
= Atos do Concelho aos Estados
= Atos da Comissão dirigidos ao Concelho ou aos Estados
= Destituídas de efeito vinculativo
= Orientações ao legislador e á administração nacionais
= Função de harmonização, coordenação e integração
PARECERES (249º, 253º TFUE)
= Conteúdo não vinculativo
= De solicitação obrigatória ou facultativa
4) As liberdades económicas fundamentais vertidas no TFUE
⇾ LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
⇾ LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS (agentes económicos)
• Liberdade de circulação de trabalhadores
• Liberdade de estabelecimento
• Liberdade de prestação de serviços
⇾ LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO DE CAPITAIS
⇾ LIBERDADE DE CONCORRÊNCIA
LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
a) Eliminação dos direitos alfandegários e dos encargos de natureza equivalente
b) Eliminação de restrições quantitativas á importação e exportação e de medidas
de efeito equivalente.
Direito Económico 1º frequência

= Abrange o comércio de mercadorias, conceito amplo de mercado “qualquer produto


apreciável em dinheiro e suscetível, enquanto tal, de ser objeto de transações
comerciais”
= O disposto é aplicável tanto aos,
Produtos originários dos Estados Membros (art.28/1)
Como aos países terceiros que se encontrem em LIVRE PRÁTICA nos estados-
membros (art. 28/2, 29)
ART 29 TFUE
Consideram-se em LIVRE PRÁTICA num Estado-Membro
= os produtos provenientes de países terceiros
= em relação aos quais se tenham cumprido as formalidades de importação
= e cobrado os direitos aduaneiros ou encargos de efeito equivalente nesse
Estado-Membro
= e que não tenham beneficiado desses direitos ou encargos
a) Eliminação das barreiras alfandegárias (art.30 TUE)
Em relação a mercadorias originárias dos Estados Membros e mercadorias colocadas
em livre prática, ex: barreiras físicas, técnicas e fiscais.
Direitos aduaneiros, imposições pecuniárias que incidem sobre os produtos importados
no memento do desalfandegamento.
Encargos de natureza equivalente, encargo pecuniário, incluindo sobre mercadorias
nacionais ou estrangeiras pelo fato de elas transporem a fronteira, mesmo que tal
encargo não seja cobrado em proveito do Estado.
b) Eliminação de restrições quantitativas e de medidas de efeito
equivalente (art 34º e 35º)
Proibição da fixação de contingentes á importação ou exportação ou medidas de
efeito equivalente.
c) Exceções ao principio da liberdade de circulação de
mercadorias (art. 36º)
Admissibilidade de restrições ou proibições á importação e exportação
Tais restrições não podem ter carácter discriminatório nem conter qualquer restrição
dissimulada ao comércio entre os Estados-Membros.
LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS
A livre circulação de pessoas é um direito fundamental dos cidadãos da União
Europeia consagrado nos Tratados, este conceito de livre circulação surgiu no acordo
de Schengen em 1985.
EM SUMA:
O espaço Schengen representa um território no qual a livre circulação das pessoas é
garantida pela eliminação das fronteiras internas, adoção de procedimentos e regras
comuns no espaço Schengen e a cooperação e a coordenação entre os serviços
policiais e as autoridades judiciais.
Direito Económico 1º frequência

PAÍSES QUE NÃO ADERIRAM TOTALEMTE AO ACORDO:


= Irlanda
= Bulgária
= Croácia
= Chipre
= Roménia
= Croácia (2023)
Países que aderiram ao espaço Schengen e não estão na União Europeia:
= Islândia Para estes países, esta participação consiste em
= Noruega serem incluídos no espaço constituídos pela ausên
= Listenstaine cia de controlo de fronteiras internas.
= Suíça
Os nacionais de países terceiros precisam:
= de visto para entrar no espaço Schengen
= documento de viajem válido ou um título de residência
= documentos que justifiquem o objetivo da viagem
= e que comprovem que dispõem de meios financeiros para o sustento durante a
mesma.
As pessoas da EU que viajem entre os Estados Schengen possuem regras comuns.
Este visto permite-lhes viajar nestes territórios durante o período máxio de 90 dias
por cada 180.
TRABALHADORES ASSALARIADOS (ART 45º)
• Todo aquele que mediante um contrato de trabalho ou de outro tipo.
• Exerce uma atividade remunerada.
• Dependente de uma entidade patronal
• Sendo indiferente que a exerça a tempo parcial e aufira quaisquer outros
rendimentos de trabalho
A livre circulação dos trabalhadores implica a abolição de toda e qualquer
discriminação em razão da nacionalidade, no que diz respeito ao emprego, á
remuneração e demais condições de trabalho.
ESTA LIBERDADE CONTÉM 4 COMPONENTES:
= Responder a ofertas de emprego
= Deslocar-se livremente
= Residir num dos estados-membros a fim de nele exercer atividade laboral
= Permanecer no território de um Estado-membro depois de nele ter exercido uma
atividade laboral
- Restrições (art. 45/3º), não é aplicável aos empregos de administração publica e
só por razões de ordem, segurança e saúde publica.
Direito Económico 1º frequência

LIBERDADE DE ESTABELICIMENTO (ART. 49º)


• Refere-se a atividades não assalariadas, trabalhadores com conta própria.
• Liberdade constituição e gestão de empresas e sociedades, extensível a
agências, filiais e sucursais.
• Impõe igualdade de tratamento entre nacionais e membros de outros Estados-
membros.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS (ART. 56 E 57º)
• O conteúdo desta liberdade surge com natureza residual.
• Abrange os serviços/atividades realizadas mediante remuneração.
• Desde que não seja regulada pelas normas relativas é livre circulação de
mercadorias, capitais ou pessoas.
A liberdade de circulação ultrapassou a esfera económica com adoção do conceito de
cidadania União. (art. 20 do TFUE), alargou-se isto a estudantes, reformados e
turistas e as pessoas que iam trabalhar para fora começaram a poder levar os seus
familiares mais próximos.
Qualquer cidadão da EU tem direito a deslocar-se a um outro Estado-membro
munido de um BI ou de um passaporte válido. (se permanecer no país durante menos
de 3 meses no caso de ser mais tem que pedir um visto)
O direito de residência por um período superior a três meses continua a estar sujeito a
certas condições:
= exercer uma atividade económica sendo trabalhador assalariado ou não assalariado.
= dispor de recursos suficientes e de um seguro de doença
= seguir uma formação enquanto estudante
= ser membro da família de um cidadão da União que integre uma das categorias
acima referidas.
LIBERDADE DE CIRCUCULAÇÃO DE CAPITAIS E DE PAGAMENTOS
(ART 63º SS)
São proibidas todas as restrições aos movimentos de capitais e pagamentos.
Supressão de barreiras ficais ou outras
Criação do espaço financeiro europeu.
LIBERDADE DE CONCORRÊNCIA
Consequência da liberdade de empresa – verdadeiro motor do sistema de economia
de mercado.
Estabelecimento de um regime que garante que a concorrência não seja falseada no
mercado interno.

Instituições e órgãos
Direito Económico 1º frequência

⇾ Parlamento europeu Comité Economico e social


Comité das Regiões
⇾ Concelho europeu
⇾ Concelho
⇾ Comissão europeia
⇾ Tribunal da justiça da união europeia
⇾ Banco central europeu
⇾ Tribunal de contas
1) Concelho
a) COMPETÊNCIAS
= Principal instituição decisória da EU, ou seja, e ele que faz a tomada de decisões.
= Exerce o poder legislativo.
= Coordena as políticas económicas dos Estados-Membros e define a política externa
e de segurança.
= Celebra acordos com outros países/organizações.
= Aprova o orçamento do Parlamento Europeu
b) COMPOSIÇAO
= Composto por um representante de cada Estado-Membro a nível ministerial.
c) FUNCIONAMENTO
O concelho reúne-se por convocação do seu presidente, por iniciativa deste, de um
dos seus membros ou da Comissão.
2) Concelho europeu
Órgão de direção política sem poderes legislativos, define as orientações e prioridades
políticas gerais a seguir na EU, define a política externa e de segurança comum e de
questões sensíveis que não possam ser resolvidas a nível inferior. (sede Bruxelas)
a) COMPOSIÇAO
= Chedes de Estado ou de Governo (presidentes e/ou os primeiros-ministros) dos
estados-membros)
= Presidente da Comissão Europeia
= Presidente permanente do Concelho Europeu
= Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança
b) COMPETÊNCIAS E FUNCIONAMENTO DO CONCELHO EUROPEU
= Reúne-se 4 vezes por ano com a realização de cimeiras onde definem as
orientações e prioridades políticas gerais da EU.
= não dispõe de competência para adotar atos jurídicos.
Direito Económico 1º frequência

Com o tratado de Lisboa, criou-se um cargo, Presidente do Concelho Europeu


nomeado por um período de dois anos e meio o que cria mais estabilidade a trabalho
da instituição.
3) Comissão europeia
Órgão executivo da EU, politicamente independente, este é responsável por aplicar as
decisões do Parlamento Europeu e do Concelho da União Europeia.
Personifica e representa os interesses próprios da união nos planos internos e
externos.
a) FUNÇÕES
= Execução das deliberações do Concelho e do Parlamento comunitárias.
= Monopólio quase total da iniciativa legislativa
= Guardiã dos Tratados
= Administra o orçamento e dos fundos comunitários
= Negoceia acordos internacionais em ordem da EU.
b) FORMAÇÃO
= Um comissário por casa Estado-Membro, mais o Presidente da Comissão.
AS INSTITUIÇOES COMUNITÁRIAS DE CONTROLO
1) Parlamento Europeu (art. 14º TFUE)
a) FORMAÇÃO
= Formados por deputados eleitos por sufrágio direto e universal de modo assegurar a
representação efetiva do povo
= Composto por 736 deputados eleitos em cada Estado.
= O número de deputados foi divido por estados-membros, mas não de uma forma
proporcional (1 na Alemanha - 828000 eleitores; 1 em Portugal – 41500
eleitores)
b) COMPETENCIAS
= Exerce controlo político da Comissão, em representação dos cidadãos europeus
= Poder de codecisão com o Concelho
OS ORGÃOS JURIDICIONAIS DE CONTROLE DA EU
⇾ Tribunal de Justiça. Assegura o cumprimento do direito
⇾ Tribunal Geral. Comunitário pelas instituições da EU e EM
⇾ Tribunal especializados
= Tribunal de Contas
= Comité Económico Social (art 301º TFUE) = Comité de Regiões (art-305º)

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