Cartilha Farmacia Hospitalar Versao Web

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GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR

EXPEDIENTE
Publicação do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo - 2024

DIRETORIA COMISSÃO TÉCNICA REVISÃO ORTOGRÁFICA


Marcelo Polacow Bisson Carlos Nascimento
Gustavo Alves Andrade dos Santos
Presidente
Fabricio Dos Santos Cirino,
Luciana Canetto Fernandes Marisa Yurico Itonaga,
Vice-presidente DIAGRAMAÇÃO
Renata Cristina Zanetti Della Betta
Eduarda Gonçalves Moreira
Adriano Falvo
Secretário-geral
Danyelle Cristine Marini
Diretora-tesoureira

C766c Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Perma-
nente. Grupo Técnico de Trabalho de Farmácia Hospitalar.
Farmácia Hospitalar. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. – São Paulo: CRF-SP, 2024.
62 p.; 20 cm. - -
ISBN 978-85-9533-051-1

1. Instalações de Saúde. 2. Farmácia. 3. Farmacêuticos. 4. Serviços de Saúde. 5. Assistência Farmacêutica. I.


Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. II. Grupo Técnico de Trabalho de Farmácia Clínica.
III. Título.
CDD-615

GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


COLABORADORES DAS EDIÇÕES ANTERIORES
Alessandra Ferreira dos Santos Laura Terumi Ueda Hernandes Melero
Ana Paula Giorgenon Lucia Helena da Silva Santos
Ana Paula Pereira de Meneses Luiz Otavio Cabral Westin
Aparecida Marta R. dos Santos Pereira Márcia Rodriguez Vásquez Pauferro
Beatriz Rodrigues Pellegrina Soares Marta Rodrigues de Sousa Bassitt
Bruno Henrique Theodoro de Souza Monick Junho do Amaral Evangelista
Carlos Eduardo Morales Nathália Christino Diniz Silva
Christine Grutzmann Faustino Noerci Batistela Junior
Danielle Bachiega Lessa Priscilla Brunelli Pujatti
Eva Martins Pereira Rosana Mayumi Abe
Frank Ferreira Pinto Rita de Cassia Pereira
Gabriela Pacheco de Oliveira Soraia Cardoso Silva
Gustavo Alves Andrade dos Santos Stella Benedetti
José Ferreira Marcos Suzana Zaba Walczak
João Gabriel Rocha Assumpção Vanessa Boeira Farigo Mourad
Katia Suzi Silveira

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PALAVRA DA DIRETORIA
A elaboração deste material representa a concretização de um projeto idealizado pela
Diretoria do CRF-SP, com o intuito de oferecer informações sobre as várias áreas de atua-
ção do farmacêutico, em linguagem acessível e com diagramação moderna.

As Cartilhas são desenvolvidas por profissionais que atuam nas respectivas áreas abran-
gidas pelos Grupos Técnicos de Trabalho (GTT) do Conselho Regional de Farmácia do
Estado de São Paulo (CRF-SP).
Nessas Cartilhas são apresentadas:
• As áreas de atuação;
• O papel e as atribuições dos profissionais farmacêuticos que nelas atuam;
• As atividades que podem ser desenvolvidas;
• As Boas Práticas;
• O histórico da respectiva Comissão Assessora.

Cada exemplar traz relações das principais normas que regulamentam o segmento
abordado e de sites úteis para o exercício profissional. Se as Cartilhas forem colocadas
juntas, podemos dizer que temos um roteiro geral e detalhado de praticamente todo o
âmbito farmacêutico.

Por conta disso, tais publicações são ferramentas de orientação indispensável para
toda a categoria farmacêutica, tanto para aqueles que estão iniciando sua vida profissional,
como para quem decide mudar de área.

Aqui lhes apresentamos a segunda edição da Cartilha da área de Farmácia Hospitalar.


Boa leitura!

6 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


APRESENTAÇÃO
A Cartilha de Farmácia Hospitalar, organizada pelo Grupo Técnico de Tra-
balho de Farmácia Hospitalar do CRF-SP, busca, por meio deste documento,
orientar os farmacêuticos a respeito das principais atividades desenvolvidas pelo
profissional farmacêutico em hospitais e serviços de saúde.

O objetivo da Cartilha de Farmácia Hospitalar é o de informar, elucidar e


promover conhecimento para os profissionais farmacêuticos atuantes no seg-
mento hospitalar, ou mesmo aqueles que almejam iniciar neste importante cam-
po de atuação.

A versão inicial da Cartilha de Farmácia Hospitalar ocorreu em 2006, como


iniciativa da Comissão Assessora de Farmácia Hospitalar do CRF-SP, atualmente
Grupo Técnico de Trabalho de Farmácia Hospitalar. Trata-se de um projeto am-
parado e apoiado pelo CRF-SP e que contou, desde o início, com a obstinação e
comprometimento dos membros deste grupo técnico. Na sequência ocorreram
algumas revisões, sendo a última em 2023. Esta nova versão traz importantes
atualizações, necessárias para o profissional farmacêutico atuante no segmento
hospitalar e de serviços de saúde.

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8 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR
SUMÁRIO

1. Introdução..................................................................................................... 10
2. Histórico....................................................................................................... 11
3. Grupo Técnico de Trabalho de Farmácia Hospitalar ��������������������������������������� 14
4. A Farmácia Hospitalar................................................................................... 16
5. O Profissional (Perfil e Atribuições) ������������������������������������������������������������� 20
5.1. Atividades Logísticas e de distribuição ���������������������������������������������� 22
5.2. Atividades de Manipulação/Produção ����������������������������������������������� 25
5.3. Atividades Focadas no Paciente �������������������������������������������������������� 30
5.4. Garantia de Qualidade ���������������������������������������������������������������������� 34
5.5. Atividades Intersetoriais �������������������������������������������������������������������� 35
6. Qualidade e Certificações ���������������������������������������������������������������������������� 41
7. Legislação - Farmácia Hospitalar ������������������������������������������������������������������ 46
7.1. Leis..................................................................................................... 46
7.2. Portarias............................................................................................. 46
7.3. Resoluções......................................................................................... 47
8. Sugestões de leitura...................................................................................... 53
Referências bibliográficas.................................................................................. 56

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1. INTRODUÇÃO
A atividade farmacêutica em um serviço de farmácia hospitalar requer co-
nhecimentos que compreendem vasta gama de conceitos, além de habilidades
adquiridas por meio de experiências vividas na rotina de um serviço de saúde.
O medicamento deixa de ser a figura central na prestação do cuidado, sendo
substituído pela segurança do paciente. Todas as atividades desenvolvidas pela
farmácia hospitalar, desde a infraestrutura (técnica e operacional), modelos de
gestão, serviços clínicos e logísticos, dentre outros, buscam oferecer a melhor
prestação do serviço, assegurando justamente a segurança do paciente.

Aliás, dentre os maiores avanços registrados na evolução das Ciências Farma-


cêuticas, em geral, está justamente a transição de um modelo de cuidado focado
no medicamento para o cuidado centrado no paciente, como por exemplo, não
chamar o paciente pelo número do seu leito, mas pelo seu nome, respeitando
todas as características que lhe pertencem.

Nos últimos anos, a farmácia hospitalar evoluiu de forma significativa, despon-


tando como uma das áreas mais promissoras para os farmacêuticos. Acredita-se
que este avanço tenha sido fortalecido pelos marcos regulatórios favoráveis à
atuação do farmacêutico em serviços hospitalares e de saúde, bem como pelas
normas de acreditação e qualidade, que ganharam adesão absoluta dentre estes
serviços, as quais priorizam serviços farmacêuticos-hospitalares de excelência.

Nas próximas páginas, será apresentado um breve panorama da atuação do


farmacêutico hospitalar, descrevendo as principais atividades que podem ser de-
senvolvidas nessa área. O grau de complexidade de suas atribuições dependerá
não só das exigências da instituição, como também do interesse e competência
demonstrados pelo profissional, que deverá estar atento às possibilidades de
contribuir com a equipe de saúde, corresponsabilizando-se pela recuperação da
saúde e melhora da qualidade de vida dos pacientes atendidos.

10 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


2. HISTÓRICO

A profissão farmacêutica pode ser considerada uma das mais antigas e fasci-
nantes, tendo como princípio fundamental a melhoria da qualidade de vida da
população. O farmacêutico deve nortear-se pela ética ao se apresentar como
essencial para a sociedade, pois é a garantia do fornecimento de toda informa-
ção voltada ao uso dos medicamentos.

Na Idade Média, a medicina e a farmácia desenvolviam-se de forma paralela


sob a responsabilidade de religiosos dos conventos, nas boticas e nos hortos de
plantas medicinais.

No século XIX, a botica denominou-se farmácia e assumiu grande importân-


cia nos hospitais. Além da guarda e da dispensação, o farmacêutico hospitalar
era responsável pela manipulação de praticamente todos os medicamentos en-
tão disponíveis.

A partir de 1920, com a expansão da indústria farmacêutica, ocorreu uma


descaracterização das funções do farmacêutico e as farmácias hospitalares con-
verteram-se num canal de distribuição de medicamentos produzidos pelas in-
dústrias.

Nos Estados Unidos, o período entre 1920 e 1940 foi marcado por um iní-
cio de reorganização em que ocorreu principalmente o estabelecimento de pa-
drões para a prática farmacêutica.

Neste contexto surgiu nos EUA a farmácia clínica, ramo da farmácia hospi-
talar que tem como meta principal o uso racional dos medicamentos. O farma-
cêutico, além de suas atribuições relacionadas aos medicamentos, passa a ter
atividades clínicas voltadas para o paciente (ANTUNES, 2008).

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Em 1950, no Brasil, os serviços de farmácia hospitalar representados pelas
Santas Casas de Misericórdia e hospitais-escola passaram a se desenvolver e a
se modernizar. O farmacêutico Dr. José Sylvio Cimino, diretor do Serviço de
Farmácia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo, destacou-se muito nesta fase, sendo, inclusive, autor da primeira
publicação a respeito da farmácia hospitalar no país, já em 1973, intitulada “Ini-
ciação à Farmácia Hospitalar”. Somente em 1979 foi criado o primeiro serviço
de farmácia clínica brasileiro, no Hospital das Clínicas do Rio Grande do Norte,
hoje Hospital Universitário Onofre Lopes (DANTAS, 2011).

Além disso, vale destacar que a assistência farmacêutica é parte integrante


do direito à saúde, assegurado pela Constituição Federal (1988) e reafirmado
pela Lei Orgânica de Saúde (Lei nº 8.080/1990) e pela Política Nacional de As-
sistência Farmacêutica (Resolução CNS nº 338/2004). Em relação aos hospitais
públicos, em 2002, a Portaria nº GM/MS 1.017/2002, publicada pelo Ministério
da Saúde, torna explícita a obrigatoriedade da presença de farmacêutico res-
ponsável técnico inscrito no CRF para o funcionamento das farmácias hospitala-
res e/ou dispensário de medicamentos integrantes do Sistema Único de Saúde.

Para além das exigências legais, é preciso considerar também o perfil do


farmacêutico, profissional da saúde altamente capacitado para desafios que o
aguardam na área hospitalar. O medicamento possui inquestionável valor tera-
pêutico no contexto da saúde, além de significativo impacto no orçamento das
instituições, sejam elas públicas ou privadas. Diante das estatísticas de saúde,
também não podem ser ignorados os prejuízos que o uso irracional de medi-
camentos pode proporcionar (prejuízos não só de ordem financeira, mas, so-
bretudo, o ônus acarretado para a qualidade de vida dos pacientes). Em suma,
o farmacêutico vem conquistando cada vez mais espaço no contexto hospitalar.

Em dezembro de 2010, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº


4283/2010, estabeleceu o marco regulatório da Farmácia Hospitalar no Brasil.

12 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


Nesta oportunidade foram definidas as diretrizes para a organização, fortale-
cimento, aprimoramento das ações e serviços de farmácia no âmbito dos hos-
pitais. Esta publicação trouxe maior credibilidade para atuação do profissional
farmacêutico, evidenciando seu papel junto aos serviços de saúde.

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3. GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA
HOSPITALAR

O Grupo Técnico de Trabalho de Farmácia Hospitalar do CRF-SP iniciou


seus trabalhos em 20 de maio de 1998 e reúne, entre seus membros, desde
iniciantes na categoria hospitalar até profissionais de expressão no segmen-
to.

O Grupo Técnico de Trabalho de Farmácia Hospitalar tem como princi-


pal objetivo assessorar a diretoria do CRF-SP em assuntos que exijam co-
nhecimentos específicos, pela discussão dos temas propostos e emissão de
pareceres. Além disso, funciona como espaço para que os farmacêuticos
que atuam na área possam expor e debater questões de interesse comum e
trocar informações, bem como propor ações e políticas ao CRF-SP, visando
à valorização e capacitação do farmacêutico hospitalar.

A participação nas reuniões é aberta aos farmacêuticos e graduandos em


farmácia, mediante confirmação prévia de presença junto ao Departamento
de Apoio Técnico e Educação Permanente. Uma vez que o farmacêutico
manifeste interesse em inscrever-se como integrante do grupo, seu nome
deve ser aprovado e homologado em reunião plenária do CRF-SP.

Coordenador, vice-coordenador e membros do Grupo Técnico de Tra-


balho de Farmácia Hospitalar participam dos trabalhos de forma voluntária
e não remunerada.

As reuniões do Grupo Técnico de Trabalho de Farmácia Hospitalar são


realizadas na forma presencial e híbrida, possibilitando maior adesão por
parte dos farmacêuticos.

14 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


O Grupo Técnico de Trabalho de Farmácia Hospitalar tem desenvolvido
atividades em conjunto com o Departamento de Fiscalização do CRF-SP, vi-
sando capacitar os fiscais para efetuar inspeção técnica adequada nas farmá-
cias hospitalares e proporcionar orientação aos profissionais da área. Além
disso, o grupo tem elaborado e encaminhado propostas para normatização
da área de Farmácia Hospitalar junto aos órgãos competentes.

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4. A FARMÁCIA HOSPITALAR
De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), farmácia hospitalar
e outros serviços de saúde definem-se como “unidade clínica, administrativa
e econômica, dirigida por farmacêutico, ligada hierarquicamente à direção
do hospital ou serviço de saúde e integrada funcionalmente com as demais
unidades administrativas e de assistência ao paciente”.

Neste contexto, a farmácia hospitalar deve desenvolver atividades clíni-


cas e relacionadas à gestão. A farmácia é um setor do hospital que demanda
elevados valores orçamentários e, por isso, o farmacêutico hospitalar deve
assumir atividades gerenciais para contribuir com a eficiência administrativa
e, consequentemente, com a redução dos custos.

Por outro lado, a farmácia hospitalar também tem o objetivo de contri-


buir no processo de cuidado à saúde, por meio da prestação de assistência
ao paciente com qualidade, que vise ao uso seguro e racional de medicamen-
tos, conforme preconiza a Política Nacional de Medicamentos, regulamenta-
da pela Portaria nº 3.916/1998, do Ministério da Saúde.

As atividades desenvolvidas pela farmácia hospitalar podem ser observa-


das sob o ponto de vista da organização sistêmica da Assistência Farmacêu-
tica. Segundo a Resolução nº 338/2004, do Conselho Nacional de Saúde,
Assistência Farmacêutica é:

(...) um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e


recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo
o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso
e ao seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o
desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos,
bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição,

16 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços,
acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva
da obtenção de resultados concretos e da melhoria da
qualidade de vida da população.

A Assistência Farmacêutica, no contexto hospitalar, engloba atividades


relacionadas à logística, manipulação, controle de qualidade, atenção farma-
cêutica e farmácia clínica, conforme representado na Figura 1. Além disso,
existem atividades intersetoriais, que requerem interação com outros seto-
res do hospital.

FIGURA 1 - Esquema de Assistência Farmacêutica no Âmbito Hospitalar

Assistência Farmacêutica

Farmácia Hospitalar

Logística Manipulação
Farmacêutica

Garantia de
Qualidade

Atenção Farmácia
Farmacêutica Clínica

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A fim de estabelecer alguns parâmetros para as atividades hospitalares, a Socie-
dade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH) publicou o material “Os Padrões
Mínimos Para A Farmácia Hospitalar e Serviços De Saúde”.

Um dos itens abordados são os recursos humanos na farmácia hospitalar. De


acordo com este documento, a unidade de farmácia hospitalar, para proporcionar
o desenvolvimento de processos seguros e sem sobrecarga ocupacional, deve
contar com farmacêuticos e colaboradores em número adequado para a realiza-
ção das suas atividades. O número mínimo de farmacêuticos recomendado de-
penderá das atividades desenvolvidas, da complexidade do cuidado e do grau de
informatização e mecanização da unidade.

Os farmacêuticos hospitalares deverão buscar continuamente melhorias nas


condições técnicas e de trabalho, de forma a alcançar, além dos parâmetros re-
comendados como “padrões mínimos”, processos mais refinados e um ambiente
mais seguro para o paciente.

Em 2017, a Portaria nº 4283/2010 foi revogada e recepcionada pela Portaria de


Consolidação nº 2 do Ministério da Saúde, nessa foram estabelecidas as diretrizes
e estratégias, objetivando organizar, fortalecer e aprimorar as ações da assistência
farmacêutica em hospitais, tendo como eixos estruturantes, a segurança e a pro-
moção do uso racional de medicamentos e de outras tecnologias em saúde.

Essa Portaria define os principais objetivos da gestão hospitalar e suas


atribuições:

Š Garantir o abastecimento, dispensação, acesso, controle, rastreabilidade e


uso racional de medicamentos;
Š Assegurar e monitorar a utilização de medicamento;
Š Otimizar a relação entre custo, benefício e risco das tecnologias e proces-
sos assistenciais;

18 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


Š Desenvolver ações de assistência farmacêutica, articuladas e sincronizadas
com as diretrizes institucionais;
Š Participar ativamente do aperfeiçoamento contínuo das práticas da equipe
multidisciplinar.

Além disso, a farmácia hospitalar deve buscar estratégias eficientes para se-
gurança de seus pacientes/clientes e colaboradores, e horário de funcionamento
atendendo a Lei Federal nº 13.021/2014.

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5. O PROFISSIONAL (PERFIL E ATRIBUIÇÕES)
Em 1997, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um documento
denominado The role of the pharmacist in the health care system (“O papel do
farmacêutico no sistema de atenção à saúde”) em que se destacaram sete qualida-
des que o farmacêutico deve apresentar:

1. Prestador de serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde;


2. Capaz de tomar decisões;
3. Comunicador;
4. Líder;
5. Gestor;
6. Atualizado permanentemente e
7. Educador.

O farmacêutico que deseja atuar em instituições hospitalares e de saúde deve


possuir conhecimentos básicos de administração, habilidade para coordenação e
liderança, habilidades clínicas e uso das ferramentas da qualidade.

Estes pré-requisitos podem se estender a outras instituições de serviços de


saúde, como atendimento pré-hospitalar, postos de saúde, ambulatórios, centros
de diagnóstico e/ou medicina nuclear, equipes de visita domiciliar (home care) e
congêneres.

O farmacêutico hospitalar é o profissional responsável pela orientação de pa-


cientes internados e ambulatoriais, visando sempre à eficácia terapêutica, racio-
nalização dos custos e uso racional dos medicamentos, promovendo o ensino e a
pesquisa, além de propiciar um vasto campo de aprimoramento profissional. Tam-
bém atua na gestão dos estoques e logística farmacêutica, tendo o medicamento
como insumo mais importante. Representa a Farmácia nas mais variadas comis-
sões hospitalares, sendo uma referência em tudo o que cerca o medicamento.

20 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


As atribuições do farmacêutico hospitalar no Brasil foram definidas pela Reso-
lução CFF nº 568/2012, que regulamenta o exercício profissional nos serviços de
atendimento pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em outros serviços de saúde,
de natureza pública ou privada no Brasil, sendo atualizada pela Resolução CFF nº
730/2022, cujo qual regulamenta o exercício profissional nas farmácias das unida-
des de saúde em quaisquer níveis de atenção, seja, primária, secundária e terciária,
e em outros serviços de saúde de natureza pública ou privada.

As principais atribuições do farmacêutico foram agrupadas em cinco grandes


áreas (Figura 2):

1. Atividades logísticas e de distribuição;


2. Atividades de manipulação/produção;
3. Atividades focadas no paciente;
4. Garantia de qualidade;
5. Atividades intersetoriais.

Figura 2 – Atividades do Farmacêutico Hospitalar

Atividades
Logísticas e de
Distribuição

Atividades de
Garantia de Manipulação/
Qualidade Farmacêutico Produção
Hospitalar

Atividades Atividades
Intersetoriais Focadas no
Paciente

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5.1. ATIVIDADES LOGÍSTICAS E DE DISTRIBUIÇÃO
A gestão dos materiais, medicamentos, produtos para a saúde e demais itens
estocáveis, compreende um ciclo contínuo de operações correlatas e interde-
pendentes.

As ações no âmbito da logística compreendem:

Š Previsão (quanto comprar e para quanto tempo);


Š Compra (cotação, pedido e entrega);
Š Análise do estoque e da flutuação;
Š Fluxo de distribuição interno;
Š Armazenamento;
Š Controle do estoque (inventário).

Abaixo são listadas todas as atividades que compreendem um ramo da farmá-


cia hospitalar que chamamos de logística.

I - Dispensação
A dispensação é a principal atividade logística da farmácia hospitalar, sendo
definida como o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais me-
dicamentos a um paciente, geralmente como resposta à apresentação de uma
receita elaborada por um profissional autorizado (BRASIL, 2001). A dispensação
deve ser realizada nas quantidades e especificações solicitadas, de forma segura
e no prazo requerido, promovendo o uso adequado e correto de medicamen-
tos e produtos para a saúde.

Os procedimentos devem ser realizados em fluxos organizacionais racionais,


buscando minimizar a ocorrência de erros. Desta forma, quanto maior a eficiên-
cia e a eficácia do sistema de distribuição de medicamentos, maiores as chances
de sucesso dos tratamentos e profilaxias.

22 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


Os principais sistemas de dispensação de medicamentos são (BRASIL, 1994):

Š Dose coletiva: A farmácia repassa os medicamentos em suas embala-


gens originais mediante requisição, que é feita em nome da unidade soli-
citante. Nesse sistema, quem mais executa as atividades de dispensação
farmacêutica é o pessoal de enfermagem, que acaba gastando grande
parte do seu tempo nesta atividade, em detrimento das atividades de
cuidado com o paciente. Destaca-se, ainda, a rápida disponibilidade de
medicamentos na unidade assistencial, mínima taxa de devolução à far-
mácia, baixa necessidade de recursos humanos e reduzido investimento
inicial, além de mínima espera na execução das prescrições. Por ou-
tro lado, ocorre um alto custo de estocagem, obsolescência, devido a
problemas com o controle de estoque, aumento da incidência de erros
e contaminações, maior facilidade para “desvios”, indisponibilidade do
acompanhamento farmacoterapêutico.

Š Dose individualizada: Os medicamentos são fornecidos em nome do


paciente, em doses individualizadas. Este tipo de sistema possibilita uma
maior integração do farmacêutico com a equipe de saúde, um controle
mais efetivo sobre os medicamentos, redução do tempo do pessoal da
enfermagem com atividades relacionadas a medicamentos, possibilidade
de redução de erros de medicação e diminuição dos subestoques. Com
relação às desvantagens, o sistema leva a um aumento das necessidades
de recursos humanos e estruturais da farmácia hospitalar, além de um
incremento das atividades da farmácia, com consequente necessidade
de plantão.

Š Dose unitária: Os medicamentos são dispensados prontos para a ad-


ministração em embalagens unitárias, organizados de acordo com o ho-
rário de administração e identificados para cada paciente. Este sistema

23
leva a um aumento das necessidades de recursos humanos e estruturais
da farmácia hospitalar, incremento das atividades da farmácia e incor-
poração de novas tecnologias. Os estoques das unidades assistenciais
são mínimos, há uma otimização das devoluções à farmácia, equipe de
enfermagem disponível para cuidados ao paciente, maior integração do
farmacêutico com a equipe multidisciplinar, aprimorando a qualidade
assistencial.

O melhor sistema de dispensação dependerá das necessidades do hospital,


bem como dos recursos disponíveis. Vale destacar que, na prática, muitos hos-
pitais adotam sistemas mistos de dispensação. Ou seja, dependendo da situação,
pode ser mais vantajoso adotar um ou outro sistema. Por exemplo: soluções pa-
renterais de grande volume podem ser fornecidas pelo sistema coletivo por uma
questão logística (facilidade de transporte e armazenamento), enquanto os medi-
camentos orais são fornecidos em dose unitária (prontos para uso) e os medica-
mentos injetáveis são entregues em dose individualizada, pela inexistência de uma
sala limpa que garanta condições assépticas de fracionamento das doses.

II - Gestão Farmacêutica dos Gases Medicinais


Segundo a Resolução CFF nº 470/2008, o farmacêutico deve garantir a segu-
rança e a eficácia dos gases e misturas de uso terapêutico e para fins diagnósticos,
prezando pelo transporte, armazenamento e uso dos gases, inclusive orientando
cuidadores e pacientes sobre o uso dos mesmos.

III - Farmacoeconomia
Análise e comparação de custos e consequências das terapias medicamentosas
aos pacientes, sistemas de saúde e sociedade, com o objetivo de identificar produ-
tos e serviços farmacêuticos cujas características possam conciliar as necessidades
terapêuticas com as possibilidades de custeio. Propõe o trabalho integrado nas
áreas clínica e administrativa.

24 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


5.2. ATIVIDADES DE MANIPULAÇÃO/PRODUÇÃO
A farmácia hospitalar pode abranger atividades de manipulação de medica-
mentos injetáveis estéreis conforme decisão estratégica de cada instituição,
necessitando para isso, políticas, protocolos e procedimentos que regulam os
processos com maior segurança e qualidade (SBFHR, 2017).

A manipulação de fórmulas magistrais e/ou oficinais tem por objetivo pro-


porcionar a individualização do tratamento da população atendida, possibi-
litando o fracionamento e a diluição dos medicamentos pré-fabricados pela
indústria farmacêutica, provendo a distribuição e o uso racional dos mesmos.

Para que a qualidade dos medicamentos permaneça a mesma, são exigidas


medidas de segurança do seu manuseio, que são fornecidas pelas boas práti-
cas de manipulação, conforme preconiza a RDC nº 67/2007. Tais requisitos
mínimos englobam tanto as instalações, equipamentos e recursos humanos
adequados, como também toda a jornada da cadeia medicamentosa, que vai
desde a escolha da matéria-prima, armazenamento, conservação, dispensa-
ção, transporte e orientação farmacêutica (BRASIL, 2007).

I - Manipulação de antineoplásicos, antibióticos, hormônios, produtos


estéreis e fracionamento
Algumas diretrizes de boas práticas são específicas, como a manipulação
de medicamentos antineoplásicos, que seguem a RDC nº 220/2004 e RDC
nº 67/2007, contemplando todas as etapas acima mencionadas, além do
descarte adequado dos resíduos tóxicos gerados, conforme preconiza a
RDC nº 222/2018.

Pensando no conceito de viabilizar essa manipulação em uma área lim-


pa, de acordo com a ABNT NBR ISO 14.644, a concentração de partículas
no ar deve ser controlada e com construção e utilização feitas de maneira
a minimizar a introdução, geração e retenção de partículas e na qual outros

25
parâmetros relevantes, como temperatura, umidade e pressão, são moni-
torados conforme necessário.

Neste caso, as salas de manipulação e higienização devem ser classificadas


como áreas limpas, de acordo com a ABNT NBR ISO 14.644 e RDC nº 67/2007,
com controle de concentração e tamanho de partículas, manutenção de ar in-
dependente e uso adequado de equipamentos de proteção individual e coletivo,
conforme descrita pela Portaria nº 485/2005 – Norma Regulamentadora nº 32
e RDC nº 220/2004.

Em 2014, a Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (SOBRA-


FO) lançou o I Consenso Brasileiro para as Boas Práticas de Preparo da Terapia
Antineoplásica, abordando as atribuições e exigências para a prática operacional
e assistencial da farmácia oncológica, embasadas pelas resoluções vigentes, e
que são fundamentais para desenvolver metodologias que minimizem riscos de
segurança e qualidade (SOBRAFO,2014).

As diretrizes de infraestrutura para a elaboração, planejamento e construção


das salas de manipulação e de demais projetos de áreas físicas da saúde são cita-
das pela RDC nº 50/2002 (KRIPPNER, 2010).

Caso a atividade de manipulação inclua outros medicamentos, a RDC nº


67/2007, fornece a diretriz necessária, onde dispõe sobre as boas práticas de ma-
nipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácias,
fixando requisitos mínimos para o exercício da atividade desde suas instalações,
equipamentos, recursos humanos, aquisição e controle de qualidade de maté-
ria-prima, armazenamento, avaliação farmacêutica de prescrição, manipulação,
fracionamento, conservação, transporte, dispensação das preparações, além da
atenção farmacêutica aos usuários ou seus responsáveis, visando à garantia de sua
qualidade, segurança, efetividade e promoção do seu uso seguro e racional. Esta
resolução se divide em 6 grupos, conforme descrito no quadro a seguir.

26 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


QUADRO 1 - Grupos de atividades desenvolvidas pela Farmácia

GRUPOS ATIVIDADES/NATUREZA DOS DISPOSIÇÕES A


INSUMOS MANIPULADOS SEREM ATENDIDAS

Manipulação de medicamentos
GRUPO a partir de insumos/matérias Regulamento
I primas, inclusive de origem Técnico e Anexo I
vegetal.

GRUPO Manipulação de substâncias de baixo Regulamento Técnico


II índice terapêutico e Anexos I e II

Manipulação de antibióticos,
GRUPO hormônios, citostáticos e Regulamento Técnico
III substâncias sujeitas a controle e Anexos I e III
especial.

GRUPO Manipulação de Regulamento Técnico e


IV produtos estéreis Anexos I e IV

GRUPO Manipulação de medicamentos Regulamento Técnico e


V homeopáticos Anexos I (quando aplicável) e V

GRUPO Manipulação de doses unitárias Regulamento Técnico, Anexos


VI e unitarização de dose de I (no que couber), Anexo IV
medicamentos em serviços de saúde (quando couber) e Anexo VI

Fonte: Brasil (2007)

27
Dentro do cenário de manipulação, contamos com mais duas grandes
oportunidades de atuação do farmacêutico, a radiofarmácia e a nutrição
parenteral, além da avaliação técnica da prescrição, uma etapa essencial,
que se antecede ao do preparo.

II - Manipulação de radiofármacos
A radiofarmácia é o ramo da ciência farmacêutica que se ocupa da pesquisa
e desenvolvimento, produção e manipulação, controle de qualidade, garantia
da qualidade e demais aspectos relacionados aos radiofármacos utilizados em
medicina nuclear.

Visando a proteção da saúde dos pacientes, dos profissionais envolvidos e do


público em geral, os serviços de medicina nuclear devem atender aos requisitos
e parâmetros de instalação e funcionamento estabelecidos pela RDC Anvisa nº
38/2008.

As Resoluções CFF nº 486/2008 e nº 656/2018 dispõem sobre as atribuições


do farmacêutico na área de radiofarmácia. O farmacêutico é responsável pela
aquisição e controle de insumos, preparação e fracionamento de doses, marca-
ção com radioisótopos de gerador ou precursores, marcação de células sanguí-
neas e controle de qualidade em ambiente hospitalar.

As áreas onde são manipulados os materiais radioativos devem ser projetadas


levando-se em consideração os aspectos relacionados à radioproteção, condi-
ções de limpeza e esterilidade.

Atualmente, os requisitos mínimos para a manipulação de radiofármacos es-


tão estabelecidos pela RDC nº 738/2022, que dispõe sobre o registro, notifica-
ção, importação e controle de qualidade de radiofármacos.

28 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


III - Manipulação de nutrição parenteral
A sua manipulação exige condições controladas, principalmente pela ne-
cessidade de esterilidade, apirogenicidade e ausência de partículas. Para
isso, devem ser observados os aspectos destacados pela Portaria MS/SVS
nº 272/1998, que determina o regulamento técnico para a terapia de nu-
trição parenteral.

O farmacêutico é o responsável pela avaliação da prescrição, manipu-


lação, controle de qualidade, conservação e transporte da nutrição paren-
teral.

Avaliação farmacêutica da prescrição médica


Antes de iniciar qualquer atividade de manipulação e dispensação, é ne-
cessário frisar a importância da análise farmacêutica da prescrição médica,
que tem por objetivo evitar erros relacionados a medicamentos, oferecer
segurança ao paciente e sucesso para a terapia proposta, conforme atribui
a Portaria MS nº 4.283/2010.

O ato de se analisar a prescrição de medicamentos pelo farmacêutico


é exigido pela Resolução CFF nº 357/2001, cujas intervenções necessárias
para ajustes, interrupções, substituições, adições e outros fatores ineren-
tes a pareceres multiprofissionais são aspectos emitidos pela Resolução
CFF nº 585/2013.

Os registros das análises, detecção de problemas e intervenções reali-


zadas pelo farmacêutico devem constar no prontuário do paciente, assim
como o monitoramento, as notificações de eventos adversos e as transi-
ções de cuidado.

29
5.3. ATIVIDADES FOCADAS NO PACIENTE
Dentre as atividades focadas no paciente temos:

I - Farmácia Clínica
Segundo o Comitê de Farmácia Clínica da Associação Americana de
Farmacêuticos Hospitalares (OMS, 1994), esta área pode ser definida como:

A ciência da saúde cuja responsabilidade é assegurar,


mediante aplicação de conhecimentos e funções, que o uso
do medicamento seja seguro e apropriado, necessitando,
portanto, de educação especializada e interpretação de
dados, motivação pelo paciente e interação multiprofissional.

II - Atenção Farmacêutica
Segundo o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica (BRASIL, 2002), a
Atenção Farmacêutica pode ser definida da seguinte forma:

É um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no


contexto da Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes,
valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos
e corresponsabilidades na prevenção de doenças, promoção
e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de
saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário,
visando a uma farmacoterapia racional e à obtenção de
resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria
da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver
as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas
especificidades biopsicossociais, sob a ótica da integralidade
das ações de saúde.

As atividades de Atenção Farmacêutica incluem (OPAS, 2002):

30 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


Š Educação em saúde (incluindo promoção do uso racional de medicamentos);
Š Orientação farmacêutica;
Š Dispensação;
Š Atendimento Farmacêutico;
Š Acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico;
Š Registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos resultados.

III - Assistência Domiciliar (Home Care)


O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) é responsável pelo gerenciamento e
operacionalização da assistência domiciliar, devendo elaborar um plano de atenção
domiciliar que contemple prescrição da assistência clínico-terapêutica e psicossocial
para o paciente, além de requisitos de infraestrutura do domicílio, necessidade de
recursos humanos, materiais, medicamentos, equipamentos e atendimento de reta-
guarda. O SAD deve atender ao regulamento técnico de funcionamento estabeleci-
do pela RDC nº 11/2006.

As atribuições do farmacêutico na assistência domiciliar são regulamentadas pela


Resolução nº 386/2002 do CFF. Neste serviço, o farmacêutico presta orientações
quanto ao uso, indicações, interações (medicamentosas e alimentares), efeitos cola-
terais, medicamentos via sondas (enterais e nasoenterais), guarda, administração e
descarte de medicamentos para a equipe multidisciplinar, para o paciente e seus fa-
miliares. Além disso, o farmacêutico gerencia o armazenamento de forma a garantir
que o medicamento e os produtos para a saúde cheguem ao domicílio do paciente
de forma segura e com qualidade.

IV - Telefarmácia
Entende-se a Telefarmácia como o exercício da Farmácia Clínica mediado
por tecnologia da informação e de comunicação, de forma remota, em tempo
real, para fins de promoção, proteção, monitoramento, recuperação da saúde,
prevenção de doenças e de outros problemas de saúde, bem como para a reso-

31
lução de problemas da farmacoterapia, para o uso racional de medicamentos e
de outras tecnologias em saúde.

Como diretriz, a Resolução CFF nº 727/2022 estabelece esta regulamenta-


ção necessária para a Telefarmácia e pode ser executada nas seguintes moda-
lidades de atendimento: I) Teleconsulta farmacêutica; II) Teleinterconsulta; III)
Telemonitoramento ou televigilância; IV) Teleconsultoria.

As vantagens da telefarmácia incluem a relação custo-benefício, acesso ao


serviço de acompanhamento farmacêutico sem a necessidade de deslocamento
e a possibilidade de atingir pessoas em localidades remotas e em condições de
saúde que dificultam a mobilidade, melhorando a qualidade dos serviços farma-
cêuticos e diminuindo os problemas relacionados aos medicamentos (GOSSE-
NHEIMER, 2020).

V - Erros de Medicação
O erro de medicação é qualquer erro em qualquer dos processos do sistema
de utilização de medicamentos. Pode assumir dimensões clinicamente significa-
tivas e impor custos relevantes ao sistema de saúde.

Podem ser classificados em:

Š Erros de prescrição: erro de decisão ou de redação, não intencional, que


pode reduzir a probabilidade de o tratamento ser efetivo ou aumentar o
risco de lesão no paciente;
Š Erros de dispensação: englobam os erros de conteúdo (medicamento
errado); concentração; forma farmacêutica errada; rotulagem (erros de
grafia ou tamanho de letras que impedem a leitura correta) e documenta-
ção (ausência ou registro incorreto da dispensação de medicamentos sem
data ou assinatura do prescritor, entre outros);
Š Erros de administração: qualquer desvio no preparo e administração de

32 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


medicamentos mediante prescrição médica, não observância das reco-
mendações, protocolos institucionais ou das instruções técnicas do fabri-
cante do produto.

A maior parte dos danos são falhas evitáveis e oriundas da maneira como o
cuidado é organizado e coordenado. Uma cultura organizacional que evita focar
e enfatizar a culpa quando os erros são cometidos, torna-se um ambiente mais
propício para gerar cuidados mais seguros (OPAS/OMS, 2021).

Para evitar os erros de medicação, há medidas preventivas, como: adesão


dos profissionais a políticas e procedimentos que visem a segurança, participa-
ção do paciente em seu tratamento, uso de tecnologias e ambientes que mini-
mizem a possibilidade de erro, acesso à informação e suporte administrativo
que assegure adequado contingente de profissionais, viabilizando um número
apropriado de atendimentos por profissional (BRASIL, 2005).

5.4. GARANTIA DE QUALIDADE


A garantia da qualidade tem por princípio registrar detalhadamente os resul-
tados de processos para assegurar a execução de uma atividade ao término de
sua realização, pois o que não é registrado não poderá ser comprovado.

Porém, em serviços de saúde hospitalares, em que a atividade é um serviço


prestado ao paciente no centro do cuidado, o controle estatístico de processo,
diferente de outras áreas em que a atuação farmacêutica gera um produto, nor-
malmente não é usado na garantia tradicional de qualidade de atendimento aos
pacientes internados, embora esta ferramenta de gestão da qualidade permita
uma rápida detecção de déficits de desempenho. Os resultados do controle
estatístico do processo flutuam fortemente segundo as características do pro-
cesso avaliado, como o volume hospitalar e as propriedades de cada indicador
de desempenho monitorado (HUBIG; LACK; MANSMANN, 2020).

33
Essa variabilidade na garantia da qualidade é aceitável, pois constitui o pri-
meiro passo para ajudar as instituições com baixo desempenho a enfrentar seus
desafios e identificar oportunidades de melhoria em cinco domínios que carac-
terizam organizações de saúde com dificuldades na gestão de seus processos,
como:

Š Uma cultura de qualidade organizacional deficiente, com falta de apropria-


ção pelas lideranças, tornando-as desconectadas, com atividades não-cola-
borativas e extremamente hierárquica;
Š Uma infraestrutura inadequada em pessoas, tecnologia da informação e
recursos limitados que dificultam a promoção de melhoria de qualidade;
Š A falta de uma missão coesa, levando a um direcionamento frágil da estra-
tégia organizacional, com objetivos mal definidos e metas intangíveis ou
inatingíveis;
Š Os choques sistêmicos caracterizados pela rotatividade de liderança e
inconsistência na implantação de tecnologias com prejuízo às operações
diárias;
Š As relações externas disfuncionais com parceiros, sem compartilhamento
dos objetivos estratégicos com outros hospitais ou partes interessadas.

Sendo o profissional farmacêutico versátil em suas áreas de atuação, aponta-


-se que a ineficiência geral da farmácia hospitalar é grandemente influenciada
pela ineficiência do atendimento ao paciente, sugerindo que as melhorias sis-
temáticas na eficiência do atendimento ao paciente devem ser uma prioridade
maior do que a eficiência das farmácias para aumentar ainda mais o nível geral
de eficiência. (SEE, K. F.; HAMZAH, N. M.; YU, M. M., 2021) Portanto, para
promovermos a garantia da qualidade é crucial o envolvimento do farmacêutico
na equipe multidisciplinar, disseminando as práticas clínicas, de tal forma que a
gestão envolva o melhor desempenho logístico operacional associado ao melhor
desempenho do cuidado ao usuário do serviço.

34 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


5.5. ATIVIDADES INTERSETORIAIS
O ambiente hospitalar é extremamente complexo, demandando ações mul-
tiprofissionais para atingir seu objetivo maior, que é melhorar a saúde dos pa-
cientes atendidos. Nesse sentido, destacamos as principais atividades em que o
farmacêutico pode oferecer sua contribuição:

I - Programas de Capacitação de Ensino


Deve possuir programa de capacitação e educação permanente para os co-
laboradores. O ensino ocorre pela realização de estágios curriculares, palestras
e cursos para equipe multidisciplinar, pacientes e público externo, entre outras
atividades. Além das atividades educativas voltadas aos colaboradores internos,
o farmacêutico também poderá participar de processos de educação continuada
envolvendo outros departamentos do hospital.

II - Farmacovigilância
A Farmacovigilância é a ciência das atividades relativas à detecção, avaliação,
compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer outros possíveis
problemas relacionados a medicamentos. Para execução das ações de farma-
covigilância, faz-se necessária a coleta de informações junto aos profissionais
diretamente envolvidos com o medicamento no ambiente hospitalar.

III - Tecnovigilância
Trata-se do acompanhamento do uso de produtos para saúde e equipamen-
tos médico-hospitalares quanto a sua eficácia, adequação, uso e segurança.

IV - Hemovigilância
A Hemovigilância está inserida nas áreas estratégicas de atuação da Anvisa e
do Ministério da Saúde, pois envolve risco sanitário com a ocorrência potencial
de incidentes transfusionais. A Portaria MS/GM nº 721/1989 estabelece normas
técnicas em hemoterapia para a realização da coleta, processamento e transfu-
são de sangue, componentes e hemoderivados.

35
V - Centro de Informações de Medicamentos (CIM)
Tem como função essencial a seleção e sistematização de informações atuali-
zadas sobre medicamentos, de maneira a responder a demandas dos membros
da equipe de saúde e da comunidade, visando promover o uso racional.

O farmacêutico atuante no CIM pode receber uma consulta ou solicitação


particular e fornecer as informações sobre medicamentos frente à avaliação do
caso clínico. As informações também podem ser transmitidas de maneira ativa,
pela qual o farmacêutico identifica necessidades e elabora métodos para forne-
cê-las, como, por exemplo, por meio de estudos de utilização de medicamen-
tos, subsídios à CFT, redação de boletins informativos e guias farmacoterapêuti-
cos. Somado a isso, o CIM pode realizar trabalhos de educação e atualização do
corpo de funcionários e programas de Farmacovigilância.

VI - Participação nas Comissões Hospitalares


a) Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT)
Cabe à CFT selecionar os medicamentos que melhor atendam às necessida-
des terapêuticas dos pacientes que utilizam aquele hospital. As atribuições desta
comissão incluem:

Š Participar na elaboração da política de medicamentos da instituição, in-


cluindo seleção e dispensação de medicamentos;
Š Estipular critérios para obtenção de medicamentos que não constem na padroni-
zação;
Š Participar na elaboração de protocolos de tratamento elaborados por
diferentes serviços clínicos;
Š Investigar a utilização de medicamentos na instituição;
Š Avaliar interações de medicamentos dos pontos de vista farmacodinâmico
e farmacocinético;
Š Avaliar incompatibilidades físico-químicas entre os componentes utilizados;
Š Participar ativamente da educação permanente dirigida à equipe de saúde

36 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


e assessorar todas as atividades relacionadas à promoção do uso racional.

b) Comissão de Licitação e Parecer Técnico


Nos órgãos públicos, as compras de materiais e medicamentos devem obede-
cer à Lei Federal nº 8.666/1993. Nos processos licitatórios, o farmacêutico hos-
pitalar pode:

Š Elaborar editais de compras e especificação técnica;


Š Participar de licitações e aquisições por meio de avaliação técnica;
Š Colaborar de forma decisiva na qualificação de fornecedores.

Os farmacêuticos que atuam como servidores públicos federais, estaduais ou mu-


nicipais, envolvidos de alguma forma com a utilização de dinheiro público, devem
conhecer profundamente esta Lei, pois o descumprimento pode acarretar pena de
detenção e multa.

c) Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)


Em 1998, foi publicada a Portaria GM/MS nº 2.616, pela qual o farmacêu-
tico é considerado parte fundamental na prevenção e controle das infecções
hospitalares.É obrigatória a participação de um profissional de nível superior
representante do serviço de farmácia do hospital na CCIH, normatizada por
esta Portaria.

As principais atribuições desta comissão são:


Š Participar da elaboração do guia de utilização de antimicrobianos e do
manual de germicidas;
Š Observar os indicadores de controle de infecção e sensibilidade dos anti-
microbianos, consumo e taxa de letalidade;
Š Monitorar as prescrições de antimicrobianos;
Š Verificar a ocorrência de resistência microbiana e estabelecer rotina de
dispensação de antimicrobianos;

37
Š Monitorar as prescrições de antimicrobianos;
Š Auxiliar no controle de custos;
Š Elaborar relatórios de consumo.

d) Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos


A Resolução CNS nº 466/2012 não determina quais profissionais devem
compor o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Entretanto a participação do
farmacêutico nesses Comitês contribui sobremaneira para a avaliação dos pro-
jetos de pesquisa, principalmente quando estes envolvem a utilização de novos
medicamentos.

e) Comissão de Terapia Nutricional


Suas competências principais são:
Š Participar da elaboração de materiais educativos sobre nutrição parenteral;
Š Observar os indicadores de controle;
Š Monitorar as prescrições;
Š Verificar a ocorrência de queixas técnicas;
Š Auxiliar no controle de custos e elaborar relatórios de consumo.

f) Comissão de Terapia Antineoplásica


Esta Comissão deve envolver médicos, enfermeiros e farmacêuticos liga-
dos ao tratamento de pacientes com câncer. Nesse contexto, compete ao
farmacêutico:

Š Atuar no suporte e farmacoterapia;


Š Participar do processo de qualificação de fornecedores;
Š Garantir a qualidade das preparações.

g) Comissão de Avaliação de Tecnologias


Compete a esta Comissão monitorar e acompanhar o desenvolvimento tec-
nológico dos produtos para saúde, equipamentos e medicamentos.

38 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


h) Comissão de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
Seu objetivo é zelar pelo adequado gerenciamento dos resíduos resultantes
das atividades técnicas desenvolvidas nos serviços de atendimento pré-hospita-
lares, na farmácia hospitalar e em outros serviços da saúde, atendendo às nor-
mas sanitárias e de saúde ocupacional.

i) Comissão de Educação Permanente


Suas atribuições incluem:
Š Exercer atividades de ensino, por meio de programas educacionais e de
formação, contribuindo para o desenvolvimento de recursos humanos;
Š Promover ações de educação para o uso racional de medicamentos, pro-
dutos para saúde e domissanitários, aos membros da equipe de saúde;
Š Oferecer informações educativas aos profissionais da saúde do hospital;
Š Articular parcerias interinstitucionais, acadêmicas e comunitárias.

j) Comissão de Gerenciamento de Riscos Hospitalares


Tem como objetivo desenvolver ações de gerenciamento de riscos hospita-
lares, como detecção de reações adversas a medicamentos; queixas técnicas;
problemas com produtos para saúde, domissanitários, kits diagnósticos e equi-
pamentos.

VII - Gerenciamento de Resíduos


O principal objetivo é minimizar a produção de resíduos e proporcio-
nar seu encaminhamento seguro, visando à proteção dos trabalhadores e
à preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.
Segundo a Resolução RDC Anvisa nº 222/2018, o gerenciamento de resídu-
os deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, dos
recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no
manejo dos resíduos. O hospital deve elaborar um Plano de Gerenciamento
de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), com base nas características dos
resíduos gerados e na classificação dos mesmos, estabelecendo as diretrizes

39
de manejo dos resíduos. Além disso, o PGRSS deve ser compatível com as
normas locais relativas à coleta, transporte e disposição final dos resíduos
gerados nos serviços de saúde, estabelecidas pelos órgãos locais responsá-
veis por tais etapas.

VII - Serviço de Esterilização Hospitalar


A partir de 25 de março de 2022, a Resolução 723 do CFF passa a regu-
lamentar as atividades do farmacêutico no processamento de produtos para
saúde. Embora sua prática já fosse permitida muito antes, ainda que não de
forma tão clara. Trata-se de um novo campo de atuação, com amplas condi-
ções para a atuação do farmacêutico.

40 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


6. QUALIDADE E CERTIFICAÇÕES
Armand Vallin Feigenbaum é considerado um dos gurus, denominado o pai
da Qualidade Total, com atuação em importantes órgãos ligados à qualidade, nos
quais destaca-se por ter sido presidente da Academia Internacional de Qualidade
(IAQ) e da Sociedade Americana de Qualidade (ASQ), da qual recebeu título de
Membro Honorário, maior honraria da instituição.

Para ele, a qualidade de um produto pode ser definida como as caracterís-


ticas integradas do produto ou serviço em termos de marketing, engenharia,
produção e manutenção, em função das quais o produto ou serviço satisfaz as
expectativas do usuário. Considera-se, portanto, que mesmo que os requisitos
devam ser estabelecidos, o mais relevante é que o serviço atenda o contexto ao
qual está inserido.

É possível que algum dos leitores deste material não concorde com a definição
acima citada, mas é exatamente este o motivo pelo qual é tão difícil discutir sobre
a qualidade, pois apesar de ser perceptível, defini-la é complexo. Para desenvol-
ver a qualidade, deve-se dispor de ferramentas que atendam suas necessidades,
além do engajamento de todos após a compreensão da definição que melhor
reproduza a circunstância envolvida. Estrategicamente, os conceitos de gestão da
qualidade já provaram ser uma alternativa viável e recomendável para o desen-
volvimento e crescimento organizacional, a redução de desperdícios, o aumento
da satisfação dos colaboradores, uma maior estabilidade dos processos e, conse-
quentemente, o aumento de competitividade. (Oliveira, O. J. ,2020)

Apesar do Brasil ainda não ter a qualidade dos serviços hospitalares como
uma política pública, os resultados até então atingidos pelas poucas instituições
com um sistema de gestão da qualidade maduro permitem considerar que é
possível implementar um modelo de mensuração de cuidados em saúde baseado
em valor. Vislumbrar mais qualidade e segurança ao paciente, com o uso racional

41
dos recursos disponíveis, trazendo sinergia entre as áreas assistenciais, adminis-
trativas e financeiras, permite gerar informações úteis para a gestão da saúde
(Kinukawa, A. S., 2019).

Com um conceito múltiplo, a Qualidade torna-se um desafio ainda maior


quando há a necessidade de mensurar estes resultados obtidos, por este motivo,
ferramentas de gestão da qualidade são empregadas no auxílio do gerenciamento
e gestão dos serviços hospitalares. Uma boa seleção de indicadores de gestão,
com uma análise crítica robusta e planos de ação claros, objetivos e assertivos é
considerado didático para melhor compreensão e ação dos agentes internos a
fim de trabalhar pontos de melhoria na gestão (Pereira, R. R., Pacheco, I. B. G.,
de São Pedro Filho, F. ,2021).

Entretanto, tudo isso só será possível se a qualidade for um pilar estratégico


nas organizações de saúde, fazendo com que os hospitais compreendam seus pa-
peis dentro de uma rede integrada da saúde, possibilitando que os planejamentos
estratégicos possam ter seus objetivos alcançados durante sua vigência. Diante
disso, o grande impacto que a gestão da qualidade pode trazer aos hospitais, são
os chamados seis pilares da qualidade, definidos pelo Institute of Medicine (IOM):

Š Acesso - otimização da gestão de agenda, com redução do tempo de es-


pera e de atrasos, potencialmente danosos tanto para quem recebe como
para quem presta o cuidado;
Š Segurança do paciente – um evento é a constatação de que as barreiras ao
risco identificado não são eficientes, gerando lesões e danos nos pacientes
decorrentes do cuidado que deveria ajudá-los;
Š Efetividade – cuidado baseado no conhecimento científico para todos que
dele possam se beneficiar, contando com o reconhecimento da capacidade
instalada e a produção do cuidado, de tal forma que evite a subutilização e
sobreutilização;
Š Eficiência – promoção do cuidado sem desperdício, incluindo o uso racional

42 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


de recursos, como o parque tecnológico, materiais, medicamentos, tempo,
pessoas, energia, financeiro, entre outros;
Š Cuidado centrado no paciente – cuidado respeitoso e responsivo às prefe-
rências, necessidades e valores individuais dos pacientes, assegurando que
seus valores orientem todas as decisões clínicas, porém compartilhando a
responsabilidade do cuidado para o desfecho clínico;
Š Equidade – definir que não há variação na qualidade do cuidado em
decorrência de características pessoais, como gênero, etnia, localização
geográfica e condição socioeconômica.

Atualmente, no Brasil, quatro metodologias destacam-se como processos de


auditoria de terceira parte para a certificação da qualidade das organizações de
saúde em âmbito hospitalar:

ŠONA – a Organização Nacional de Acreditação tem por missão aprimo-


rar a gestão, qualidade e segurança da assistência no Setor Saúde, por meio
do Sistema Brasileiro de Acreditação. Além de referência nacional, os pa-
drões ONA são reconhecidos no exterior devido a validação de seu manual
pela International Society for Quality in Health Care (ISQua), atuando ao
lado de instituições que promovem a qualidade da saúde em países como
Estados Unidos, Reino Unido, França e Canadá.
ŠJCI – a Joint Commission International é originária dos Estados Unidos da
América e tem por missão melhorar a segurança e a qualidade dos cuida-
dos na comunidade internacional por meio do fornecimento de educação,
publicações, consulta e serviços de avaliação e acreditação.
ŠQmentum – esta é uma metodologia nascida no Canadá, cujo qual em-
prega padrões de avaliação da Health Standards Organization (HSO) em
que se aplicam os princípios orientadores de parceria com pacientes na
coprodução do cuidado, apoiando prestadores de serviços de saúde na
implementação e demonstração de práticas eficazes de cuidado centrado
nas pessoas e engajamento.

43
ŠISO – a ISO 7101 é o primeiro padrão de consenso internacional para
gestão da qualidade em saúde, definindo requisitos para uma abordagem
sistemática de sistemas de saúde sustentáveis e de alta qualidade, pois as
organizações de saúde em todo o mundo têm enfrentado ameaças como a
diminuição dos recursos financeiros, a escassez de mão-de-obra, o aumen-
to do número de pessoas que necessitam de cuidados em resultado do
envelhecimento da população, o aumento das taxas de doenças crônicas, a
falta de dados para tomar decisões com ausência de uma governança clara
do sistema de saúde.

A acreditação é um processo de auditoria de terceira parte, realizada por


equipe especializada, vinculada a uma instituição acreditadora, cujo qual empre-
garão padrões aprovados pelo órgão regulatório da metodologia selecionada
para verificação da conformidade que definirá o nível de maturidade do Sis-
tema de Gestão da Qualidade. Durante a avaliação, busca-se compreender o
contexto em que a organização de saúde está inserida, assim como trazer uma
visão sistêmica para a gestão do serviço, compreendendo que a governança tem
influência direta nas diferentes atividades operacionais, sempre envolvidas por
uma cultura organizacional. Muito mais do que a dicotomia da conformidade
nos padrões, o resultado de uma avaliação bem realizada tem como finalidade
evidenciar as oportunidades de melhoria para o desenvolvimento da qualidade
assistencial nos serviços de saúde.

Vale frisar que, independentemente das metodologias, o suporte sempre


será dado pelo Sistema de Gestão da Qualidade, um conjunto de ações ins-
titucionais para a execução de uma estrutura de gerenciamento de qualidade
que capacitará os impactos adversos evitáveis a serem limitados ou eliminados,
desenvolvendo a segurança do paciente e a prática segura dos profissionais de
saúde. (GUPTA; PANDEY; NAAGAR, 2023)

44 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


Como o hospital funciona com a atuação dos seus microssistemas, sua ges-
tão incorpora a Teoria da Complexidade, cujo qual exige o emprego de equipes
interdisciplinares de especialistas na análise de fenômenos que funcionam sem
um controle centralizado, e que são capazes de evoluir para atender às de-
mandas do ambiente ou competir com outros sistemas adaptativos complexos.
(MIGON; GRIGOLI; SILVA, 2022)

Neste cenário, o profissional farmacêutico deve estar empoderado para sua


atuação como gestor e profissional do conhecimento na gestão de riscos legais,
jurídicos, financeiros, operacionais e de imagem. Saber mais sobre os riscos que
envolvem sua atividade, estimula inclusive estar em contato com outros seto-
res ou profissionais, antes não reconhecidos como parceiros, para que nego-
ciem seus acordos, conforme a teoria da coordenação relacional, com a ges-
tão da interdependência de tarefas e das pessoas que as executam. (FALATAH;
CONWAY, 2019)

45
7. LEGISLAÇÃO - FARMÁCIA HOSPITALAR
7.1. LEIS
Lei nº 5.991/1973 – Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas,
medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências;

Lei nº 8.080/1990 – Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e


recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços corres-
pondentes e dá outras providências;

Lei nº 8.666/1993 – Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Fede-


ral, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá
outras providências;

Lei nº 13.021/2014 – Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades


farmacêuticas.

7.2. PORTARIAS
Portaria GM/MS nº 721/1989 – Aprova Normas Técnicas em Hemoterapia para
a Coleta, Processamento e Transfusão de Sangue, Componentes e Derivados;

Portaria GM/MS nº 2.616/1998 – Expede, na forma dos anexos I, II, III, IV e V,


diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares;

Portaria GM/MS nº 1.017/2002 – Estabelece que as Farmácias Hospitalares e/


ou dispensários de medicamentos existentes nos hospitais integrantes do Sis-
tema Único de Saúde deverão funcionar obrigatoriamente, sob a Responsabili-
dade Técnica de Profissional Farmacêutico devidamente inscrito no respectivo
Conselho Regional de Farmácia;

Portaria GM/MS nº 2.048/2002 – Aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas

46 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


Estaduais de Urgência e Emergência;

Portaria GM/MS nº 2.095/2013 – Aprova os protocolos básicos de segurança


do paciente;

Portaria SVS/MS nº 272/1998 – Aprova o Regulamento Técnico para fixar os


requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Parenteral;

Portaria SVS/MS nº 344/1998 – Aprova o Regulamento técnico sobre substân-


cias e medicamentos sujeitos a controle especial;

Portaria MS/MTE nº 485/2005 – Aprova a Norma Regulamentadora (NR) nº


32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde);

Portaria de Consolidação MS/GM nº 02/2017 – Consolidação das normas sobre


as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde;

Portaria de Consolidação MS/GM nº 05/2017 – Consolidação das normas sobre


as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde;

7.3. RESOLUÇÕES
RDC Anvisa nº 48/2000 - Aprova o roteiro de inspeção do programa de con-
trole de infecção hospitalar;

RDC Anvisa nº 50/2002 – Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planeja-


mento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabeleci-
mentos assistenciais de saúde;

RDC Anvisa nº 45/2003 – Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práti-


cas de Utilização das Soluções Parenterais (SP) em Serviços de Saúde;

47
RDC Anvisa nº 220/2004 – Aprova o Regulamento Técnico de funcionamento
dos Serviços de Terapia Antineoplásica;

RDC Anvisa nº 11/2006 – Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Funciona-


mento de Serviços que prestam Atenção Domiciliar;

RDC Anvisa nº 80/2006 – Dispõe sobre o fracionamento de medicamentos em


farmácias e drogarias;

RDC Anvisa nº 67/2007 – Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Pre-


parações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias;

RDC Anvisa nº 38/2008 – Dispõe sobre a instalação e o funcionamento de Ser-


vi- ços de Medicina Nuclear “in vivo”;

RDC Anvisa nº 09/2009 – Altera o anexo IV da Resolução RDC nº 45, de março


de 2003, que dispõe sobre o regulamento técnico de Boas Práticas de Utiliza-
ção de Soluções Parenterais em Serviço de Saúde;

RDC Anvisa nº 21/2009 – Altera o item 2.7, do Anexo III, da Resolução RDC nº
67, de 8 de outubro de 2007;

RDC Anvisa nº 44/2009 – Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o


controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de
produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e
dá outras providências;

RDC Anvisa nº 60/2009 – Dispõe sobre a produção, dispensação e controle de


amostras grátis de medicamentos e dá outras providências;

RDC Anvisa nº 7/2010 – Dispõe sobre os requisitos mínimos para funciona-

48 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


mento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências;

RDC Anvisa nº 11/2011 – Dispõe sobre o controle da substância Talidomida e


de medicamento que a contenha;

RDC Anvisa nº 36/2013 – Institui ações para a segurança do paciente em ser-


viços de saúde e dá outras providências;

RDC Anvisa nº 38/2013 – Aprova o regulamento para os programas de acesso


expandido, uso compassivo e fornecimento de medicamento pós-estudo;

RDC Anvisa nº 222/2018 – Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento


dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências;

RDC Anvisa nº 471/2021 – Dispõe sobre os critérios para a prescrição, dispen-


sação, controle, embalagem e rotulagem de medicamentos à base de substân-
cias classificadas como antimicrobianos de uso sob prescrição, isoladas ou em
associação, listadas em Instrução Normativa específica;

Resolução Conama nº 358/2005 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição


final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências;

Resolução CFF nº 292/1996 – Ratifica competência legal para o exercício da


atividade de Nutrição Parenteral e Enteral, pelo Farmacêutico;

Resolução CFF nº 386/2002 – Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no


âmbito da assistência domiciliar em equipes multidisciplinares;

Resolução CFF nº 449/2006 – Dispõe sobre as atribuições do Farmacêutico na


Comissão de Farmácia e Terapêutica;

49
Resolução CFF nº 470/2008 – Regula as atividades do farmacêutico em gases e
misturas de uso terapêutico e para fins de diagnóstico;

Resolução CFF nº 486/2008 – Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico na


área de radiofarmácia e dá outras providências;

Resolução CFF nº 500/2009 – Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no


âmbito dos Serviços de Diálise, de natureza pública ou privada;

Resolução CFF nº 509/2009 – Regula a atuação do farmacêutico em centros de


pesquisa clínica, organizações representativas de pesquisa clínica, Indústria ou
outras instituições que realizem pesquisa clínica;

Resolução CFF nº 549/2011 - Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no


exercício da gestão de produtos para a saúde, e dá outras providências;

Resolução CFF nº 555/2011 - Regulamenta o registro, a guarda e o manuseio


de informações resultantes da prática da assistência farmacêutica nos serviços
de saúde;

Resolução CFF nº 565/2012 – Dá nova redação aos artigos 1º, 2º e 3º da Reso-


lu-ção CFF nº 288, de 21 de março de 1996. Dispõe sobre a competência legal
do farmacêutico nos serviços de oncologia;

Resolução CFF nº 585/2013 – Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêu-


tico e dá outras providências;

Resolução CFF nº 586/2013 – Regula a prescrição farmacêutica e dá outras


providências;

Resolução CFF nº 617/2015 – Dispõe as atribuições e competências do far-

50 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


macêutico nos Hemocentros Nacional e Regionais bem como em serviços de
hemoterapia e/ou bancos de sangue;

Resolução CFF nº 619/2015 – Dá nova redação aos artigos 1º e 2º da Resolu-


ção CFF nº 449 de 24 de outubro de 2006, que dispõe sobre as atribuições do
Farmacêutico na Comissão de Farmácia e Terapêutica;

Resolução CFF nº 640/2017 – Dá nova redação ao artigo 1º da Resolução/ CFF


nº 623/16, estabelecendo titulação mínima para a atuação do farmacêutico em
oncologia;

Resolução CFF nº 656/2018 – Dá nova redação aos artigos 1º, 2º e 3º da Reso-


lução/CFF nº 486/08, estabelecendo critérios para a atuação do farmacêutico
em radiofarmácia;

Resolução CFF nº 666/2018 – Dá nova redação ao inciso I do artigo 2º da Reso-


lução nº 624/16 do Conselho Federal de Farmácia;

Resolução CFF nº 671/2019 – Regulamenta a atuação do farmacêutico na pres-


tação de serviços e assessoramento técnico relacionados à informação sobre
medicamentos e outros produtos para a saúde no Serviço de Informação sobre
Medicamentos (CIM) e Núcleo de Apoio e/ou Assessoramento Técnico (NAT);

Resolução CFF nº 675/2019 – Regulamenta as atribuições do farmacêutico clí-


nico em unidades de terapia intensiva, e dá outras providências;

Resolução CFF nº 720/2022 – Dispõe sobre o registro, nos Conselhos Regionais


de Farmácia, de clínicas e de consultórios farmacêuticos, e dá outras provi-
dências;

Resolução CFF nº 723/2022 – Regulamenta as atividades do farmacêutico no

51
processamento de produtos para saúde;

Resolução CFF nº 729/2022 – Dispõe sobre Assistência Farmacêutica em aten-


dimento móvel pré-hospitalar e de urgências ou emergências;

Resolução MS/CNS nº 338/2004 – Aprova a Política Nacional de Assistência


Farmacêutica;

Resolução MS/CNS nº 466/2012 – Aprova as diretrizes e normas regulamenta-


doras de pesquisas envolvendo seres humanos.

52 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


8. SUGESTÕES DE LEITURA
ANSEL, H. C.; PRINCE, S. J. Manual de cálculos farmacêuticos. Porto Alegre:
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conhecimentos habilidades e atitudes. Barueri: Manole, 2013;

CAVALLINI, M. E.; BISSON, M. P. Farmácia Hospitalar: Um enfoque em siste-


mas de saúde. 2. ed. São Paulo: Manole, 2010;

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hospitalar: aplicação prática de um modelo de gestão para qualidade. São Paulo:
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Hospitalar: do Planejamento à Realização. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2010;

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hospitalar. São Paulo: Érica, 2014;

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plásicos. 2. Ed. São Paulo, Rio de Janeiro: Artmed, 2020;

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SANTOS, G. A. A. Gestão de Farmácia Hospitalar. 6. ed. São Paulo: Senac, 2016;

SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS EM ONCOLOGIA; AGÊN-


CIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Guia para notificação de rea-
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS EM ONCOLOGIA. I Con-


senso Brasileiro para Boas Práticas de Preparo da Terapia Antineoplásica. São
Paulo: Segmento Farma, 2014;

SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS EM ONCOLOGIA. Trans-

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Paulo: Segmento Farma, 2018;

SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMÁCIA HOSPITALAR. Guia de boas práticas


em farmácia hospitalar e serviços de saúde. 1. ed. São Paulo: Vide o Verso, 2009;

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Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_medi-
camentos.pdf. Acesso em: 04 jul. 2023.

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Essenciais e Outros Medicamentos. A importância da Farmacovigilância:
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60 GRUPO TÉCNICO DE TRABALHO DE FARMÁCIA HOSPITALAR


TELEFONES
www.crfsp.org.br

SEDE
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61
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