Orientações para A Realização Das Sondagens

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Orientações fundamentais para a realização de avaliação diagnóstica

da aquisição do sistema de escrita alfabética: A SONDAGEM

I. CONVERSA INICIAL
A sondagem das hipóteses de escrita se configura como um dos recursos
que o(a) professor(a) dispõe para conhecer o que seus(suas) estudantes sabem
sobre o Sistema de Escrita Alfabética (SEA). A partir dela e de sua interpretação,
o(a) professor(a) poderá propor situações de aprendizagem que colaborem para
que os estudantes avancem em seus conhecimentos em relação à escrita. Além
disso, a sondagem é o momento no qual as crianças têm a oportunidade de
refletir sobre aquilo que escrevem, particularmente, a escolha de quantas e quais
letras são utilizadas para escrever uma palavra e a relação entre as emissões
sonoras (fonemas) provenientes da palavra falada com as partes (grafemas) da
palavra escrita.

Cada uma das sondagens poderá ser organizada em um portfólio, pois


assim, tanto o(a) professor(a) da turma, quanto a equipe gestora e os PCNP e
Supervisores que podem recorrer a esse instrumento, sempre que necessário,
para a observação e a análise dos avanços de cada estudante. A sondagem
permite o acompanhamento dos avanços individuais, devendo ser realizada
sempre que necessária. No entanto, para alimentação dos dados do sistema
“Mapa Classe” é importante que os docentes cumpram o cronograma de
aplicação e de inserção dos dados da Coordenadoria Pedagógica (COPED). Nesse
sentido, os dados deverão ser inseridos pelo (a) professor (a) da turma e
validados pelo Professor Coordenador e Diretor. Já na Diretoria de Ensino, os
PCNP e Supervisores de Ensino dos Anos Iniciais são responsáveis pelo
acompanhamento dos avanços dos estudantes, por meio da utilização do
sistema.

II. A NECESSIDADE DE OBSERVAÇÃO E ANÁLISE DOS AVANÇOS DOS ESTUDANTES:


RUMO À ESCRITA ALFABÉTICA
Procedimentos Necessários para a realização da sondagem individual

a. Entregue uma folha de papel, sem pauta e um lápis ao estudante.

b. Contextualize sobre o tema da lista: objetos da sala de aula, animais,


plantas, festa de aniversário, por exemplo.

c. Converse com a criança a respeito dos possíveis elementos que


poderão compor uma lista sobre esse assunto, por exemplo, em uma
de festa de aniversário, quais alimentos / comidas e bebidas podem ter
em uma festa de aniversário, na festa dele ou de algum coleguinha que
participou, quais foram as bebidas e as comidas que tinham.

d. Dite as palavras, da maneira mais natural possível, sem forçar as sílabas


que compõem a palavra (escandir) na seguinte ordem – primeiro a
polissílaba, em seguida a trissílaba, depois a dissílaba e a monossílaba.
Finalmente, dite a frase que compõem a sondagem e tome cuidado
para não silabar e nem forçar, na fala, partes das palavras.

e. Oriente o estudante para que escreva uma palavra embaixo da outra,


pois trata-se de uma lista.

f. Caso a criança sinta a necessidade de apagar alguma das escritas,


questione-a sobre o motivo e auxilie para não apagar o que já foi
escrito, afinal muitas vezes existe relação com a reflexão que foi feita
durante a escrita.

g. Lembre-se que as listas devem ser do mesmo campo semântico


(brinquedos, frutas, animais, brincadeiras, merenda escolar etc.).
Devendo ser evitadas palavras com sílabas contíguas, como por
exemplo, BATATA.

Para exemplificar a necessidade de se elaborar um portfólio com as


sondagens, vamos analisar os avanços de dois estudantes do 1º ano do Ensino
Fundamental, Laís Pyetra (Quadro 1) e de Lucas (Quadro 2), em relação à
aquisição da escrita alfabética.
Quadro 1. Avanço observado na produção escrita da estudante Laís1

Laís, 1ª Sondagem Laís, 2ª Sondagem

Laís, 3ª Sondagem Laís, 4ª Sondagem

Analisando as sondagens de Laís, observamos que na primeira, ela se


encontrava na hipótese de escrita silábica com valor sonoro convencional, pois
atribuía uma letra para cada emissão sonora da palavra. Já na segunda
sondagem, a menina encontra-se na hipótese de escrita silábico-alfabética, pois
oscila entre a escrita silábica e a alfabética, ora usando uma letra para indicar o
fonema, ora todas as letras que o compõe. Na terceira sondagem, Laís demonstra
que já compreendeu o Sistema de Escrita Alfabética (SEA), apresentando algumas

1
Escrita da menina Laís Lipera, da Escola Estadual Antônio Joaquim de Carvalho, da Diretoria de
Ensino de Araraquara. Amostras colhidas no ano de 2018, do portfólio da professora Ana Flávia
Flores
questões ortográficas a serem consolidadas durante o processo de alfabetização.
Na última sondagem, Laís demonstra avanços significativos no que diz respeito
a ortografia, preocupando-se com a escrita correta das palavras, por exemplo,
quando utiliza o X para o XI da COXINHA, e o NH para o NHA. Vale lembrar que
ela ainda precisa refletir sobre a escrita convencional das palavras: BRIGADEIRO
e GOSTOSA.

É importante salientar a importância de fazer as marcações de leitura após


a escrita das palavras, bem como a data em que ocorreu a sondagem.

Quadro 2. Avanço observado na produção escrita do estudante Lucas2

Lucas, 1ª Sondagem Lucas, 2ª Sondagem

Lucas, 3ª Sondagem Lucas, 4ª Sondagem

2
Escrita do aluno Lucas Vieira, da Escola Estadual Antônio Joaquim de Carvalho, da Diretoria de
Ensino de Araraquara, amostras colhidas no ano de 2018, do portfólio da professora Adélia
Aparecida Dias de Jesus
Ao analisarmos a sondagem de escrita de Lucas, observamos que na
primeira, ele se encontra na hipótese de escrita pré-silábica, ou seja, não
estabelece relação entre o falado e o escrito, realizando uma leitura global
daquilo que escreve. Na segunda sondagem, Lucas apresenta uma escrita silábica
sem valor sonoro, pois estabelece relação entre partes do falado com partes do
escrito conforme indicado na marcação de leitura. A terceira sondagem, Lucas
apresenta uma escrita silábica com valor sonoro convencional, pois utiliza uma
letra que corresponde a emissão sonora de uma parte da palavra. Por fim, ao
analisarmos a última de suas escritas nos deparamos com uma escrita silábico-
alfabética, já que há momentos em que reconhece mais de um elemento que
compõe a emissão sonora (escrita alfabética) e, em outros, apenas um deles
(escrita silábica).

As sondagens possibilitam ao(à) professor(a) planejar situações que


permitam que cada estudante receba as intervenções necessárias para avançar
no processo de aquisição da escrita, atendendo cada um no seu tempo de
aprendizagem. O percurso de cada estudante precisa ser considerado. Com
certeza a intervenção do(a) professor(a) e as interações, presentes no contexto
escolar, são de extrema relevância no processo de alfabetização.
III. AS SONDAGENS E O SISTEMA “MAPA CLASSE”

A inserção dos dados na plataforma “Mapa Classe” não deve ser encarada
como uma atividade meramente burocrática de sistema, mas sim uma ferramenta
fundamental para colaborar com o trabalho do (a) professor (a) e dos outros
profissionais envolvidos na gestão da aprendizagem em nível escolar, nas
diretorias de ensino ou nos órgãos centrais da SEDUC.

Além do “Mapa Classe”, a elaboração de um portfólio destinado às


sondagens realizadas pelos estudantes é uma prática docente, que possibilita o
acompanhamento da evolução das aprendizagens em relação ao SEA e viabiliza
análises e reflexões sobre os avanços individuais de cada um.

As sondagens cujos dados deverão ser inseridos no sistema “Mapa Classe”


devem ocorrer respeitando o cronograma anual COPED/DAVED/CEIAI
apresentado abaixo.

A análise dos resultados da sondagem da turma precisa ser digitada no


Sistema “Mapa Classe”, considerando os dados referentes à cada estudante, bem
como, respeitando o cronograma de aplicação da sondagem e de digitação dos
dados no sistema. Para isso, professores e gestores deverão acessar o site do
Mapa Classe no seguinte endereço: http://mapaclasse.fde.sp.gov.br/, fazer o
login e digitar os dados da turma. Caso o(a) professor(a) não esteja cadastrado,
o PCNP, na Diretoria de Ensino, poderá realizar essa tarefa.

Para a realização da sondagem com a turma, o(a) professor(a) deverá


realizá-la de maneira individual, ditando cada uma das palavras que compõe a
lista, dando tempo para os estudantes escreverem cada uma delas. Além disso,
deve cuidar para não escandir as palavras. O ditado, portanto, deve ser da
maneira mais natural possível, sem silabar as palavras ao ditá-las. Acompanhar
o momento da escrita de cada palavra, solicitando, ao final de cada uma delas, a
leitura, pois, ela oferece pistas a respeito do que o estudante pensa sobre a
relação do que está escrevendo e o que foi ditado e na ordem em que foi ditado.

No momento em que o(a) professor(a) estiver realizando a sondagem com


um de seus estudantes, é aconselhável deixar o restante da turma envolvido com
outras atividades que não solicitem tanto sua presença (a escrita de uma cantiga,
parlenda, textos versificados em geral em duplas, entre outras atividades). Caso
seja necessário, o(a) professor(a) poderá solicitar auxílio à coordenação
pedagógica da escola para dar suporte a esse momento tão necessário para a
investigação do que as crianças sabem em relação ao SEA.

Sugestão de questões para análise dos mapas de sondagem:

a. O que os dados da sondagem revelam sobre os conhecimentos dos


estudantes?

b. Ao longo do ano, houve progressão de aprendizagem de todos os


estudantes nos diferentes anos? O que garantiu essa progressão?

c. Quais foram os fatores que impediram ou dificultaram que todos


progredissem?

d. Que ações podem ser planejadas para os estudantes que não


conseguiram atingir a base alfabética da escrita?

e. Que metas serão estabelecidas e quais os prazos de alcance estipulado


para cada uma delas?

IV. CRONOGRAMA DE APLICAÇÃO E DIGITAÇÃO DOS RESULTADOS DAS SONDAGENS

A seguir, segue o Calendário com informações sobre período de realização


e digitação dos Mapas de Sondagens do Sistema de Escrita:

Período de Período de Abertura para Prazo final de


Referência Aplicação digitação digitação no sistema

Inicial 15/02 a 26/02 22/02 12/03

1º Bimestre 05/04 a 09/04 06/04 16/04

2º Bimestre 21/06 a 25/06 22/06 08/07

3º Bimestre 27/09 a 01/10 28/09 08/10

4º Bimestre 22/11 a 29/11 23/11 10/12

Cabe ressaltar que, o ano de 2021, por se tratar de um ano atípico, devido
à pandemia da COVID 19, as aulas presenciais devem seguir as orientações do
Plano São Paulo, para o contingenciamento do coronavírus, principalmente no
que se refere ao distanciamento e ao isolamento social, pois tanto professores
quanto as equipes gestoras precisam repensar como se darão as práticas na sala
de aula.

Por fim, as equipes CEIAI e DAVED reafirmam o compromisso assumido


com o diagnóstico dos estudantes, no que se refere à escrita das crianças e à sua
aquisição da base alfabética. Além disso, desejamos um ano de grandes avanços
aos estudantes e um bom ano de trabalho a todos os professores e professoras
e equipe gestora dos Anos Iniciais das unidades escolares e das Diretorias de
Ensino.

Cordialmente

Edimilson Ribeiro, Márcia Feitosa e Soraia Statonato


DAVED
e
Equipe CEIAI
Fevereiro de 2021

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