CONTESTAÇÃO

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AO JUÍZO DA 3ª VARA CÍVEL DE CARAZINHO/RS.

Processo n. XXXXX

FABIANO ALVES, já devidamente qualificado nos autos do processo em


epígrafe, representado por sua procuradora signatária, vem, mui respeitosamente
perante Vossa Excelência, apresentar defesa na forma de:

CONTESTAÇÃO, com fulcro no art. 335 e seguintes do CPC, que lhe move:

MAURICIO MIKESKI, igualmente qualificado nos autos do processo em


epígrafe, pelos fatos e fundamentos de direito que a seguir passa a expor:

1. PRELIMINARMENTE
1.1 DA IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DA JUSTIÇA GRATUITA
No que tange a peça inicial, o Requerente não comprova que atualmente se
encontra em situação de pobreza.
Atualmente, a simples afirmação de miserabilidade jurídica não basta para o
deferimento da Justiça Gratuita. Isto é, não basta a simples declaração para o
requerente ser considerado impossibilitado de sustento próprio.
Não pode ser desvirtuada a natureza do benefício da Justiça Gratuita, visto que
destinada a pessoas sem possibilidade de sustento próprio e de sua família, não
sendo este o caso da demandante.
A afirmação de insuficiência de recursos feita por pessoa física goza de presunção
relativa de veracidade (art. 99, § 3º, do CPC).
Todavia, o Código de Processo Civil permite que se solicite, à parte, que comprove
o preenchimento dos requisitos do pedido de gratuidade da Justiça (art. 99, § 2º, do
CPC).
Logo, não restaram comprovados os requisitos previstos na Constituição Federal,
art. 98 do CPC e Lei de nº 1.060/50, devendo a parte demandante arcar com todos os
custos no processo.
Desse modo, em sede preliminar, requer-se o indeferimento do pedido da Justiça
Gratuita, condenando o Requerente ao pagamento das custas processuais.

1.2 DA INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL


A parte requerente busca uma indenização por danos materiais e morais
decorrentes de um acidente de trânsito.
Dessa forma, conforme preceitua o art. 46, do CPC, o local competente para
ajuizamento de ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis,
é do domicílio do réu.
Assim, de forma preliminar, requer o reconhecimento da incompetência territorial,
sendo os autos remetidos ao Juízo da Comarca de Soledade.

2. DO DANO MATERIAL
A parte requerente postula pelo pagamento de indenização por danos materiais
sob a alegação de ter sofrido prejuízo material decorrente da colisão dos veículos
entre as partes.
Ao contrário do alegado pelo requerente, a única verdade é de que o mesmo teve
culpa ao colidir no veículo do requerente.
Não bastasse a inexistência de culpa e de nexo de causalidade em relação aos
alegados danos materiais, não há provas nos autos de sua existência.
No tocante à existência de danos materiais, é do conhecimento que estes são
fixados com base em critérios objetivos, limitando-se aos danos de ordem patrimonial
efetivamente sofridos pelo requerente, devidamente comprovados nos autos, eis que
têm caráter meramente de ressarcimento, não existindo a reparação de danos
materiais hipotéticos ou não comprovados, conforme disposição literal do caput do art.
944 do CC.
O requerente, não comprova qualquer despesa ou dano material que tenha sofrido
em relação aos fatos narrados na exordial, somente alegando que sofreu danos pela
colisão dos veículos, porém sem juntar aos autos qualquer orçamento ou nota fiscal
das supostas despesas.
Ou seja, o Requerente não comprova de forma objetiva a existência de danos
materiais sofridos em decorrência dos fatos, conclui-se, assim, que incabível a
condenação do Requerido ao ressarcimento dos alegados danos, eis que não
comprovada a existência de qualquer prejuízo ou despesa decorrente dos fatos
narrados.
Ademais, conforme o art. 373, I do CPC, cabe ao autor a comprovação de suas
alegações, não exercendo este ônus, preclusa está esta faculdade, acarretando na
improcedência do pedido.
Dessa forma, requer a improcedência da condenação em danos materiais.
Subsidiariamente, caso entenda o Juízo pela condenação, requer seja fixada em
valor razoável, no máximo de R$10.000,00.

3. DO DANO MORAL
Por sua vez, a alegação de ocorrência de dano moral do Autor não merece
prosperar, pois não foi demonstrado o efetivo dano sofrido. Trata-se, ao contrário, de
mero aborrecimento, não havendo que se falar em dano moral.
Por esse motivo, o argumento de dano moral não merece acolhimento.
Subsidiariamente, em caso de condenação, requer seja fixado o valor razoável
referente aos danos morais alegados, em no máximo R$2.000,00.

4. DOS PEDIDOS
Assim, diante do exposto, requer:
a) o recebimento da presente contestação em todos os seus pedidos, concedendo
o benefício da Gratuidade de Justiça, pelo fato de o requerido não possuir condições
de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios;
b) o acatamento das preliminares aventadas, para revogar o benefício da AJG
concedida, bem como para declinar a competência para o Juízo da Comarca de
Soledade;
c) seja julgada improcedente a ação
d) protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.

Nestes termos, pede deferimento.

Carazinho, 22 de maio de 2024.

Caroline Albuquerque
OAB/RS

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