Caio Mário - Resumo P2

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CAIO MÁRIO

Negócio Jurídico:

 Vontade + conforme o ordenamento jurídico + finalidade:


- Vontade pode ser declarada por uma atitude, por um gesto, sinais
ou palavra (escrita ou falada).

 Requisitos de validade do negócio jurídico:


-Art. 104
- Condições subjetivas – Capacidade geral para a vida civil e
ausência de impedimento ou restrição para o negócio em foco. OBS:
A incapacidade de uma das partes não pode ser invocada pela outra
em proveito próprio.
- Condições objetivas – Objeto deve ser lícito, possível (1-
juridicamente – ausência de iliceidade. 2- fisicamente possível –
objeto poder realizar-se materialmente.) e determinado ou
determinável.
- OBS: objeto ser impossível é o mesmo que não haver objeto.
 Forma:
- Meio técnico que o Direito estatui para a exteriozação da vontade.
- Forma livre – a validade da declaração de vontade só dependerá
de forma determinada quando a lei expressamente exigir isso.
 Classificação dos negócios jurídicos:
- Unilateral – necessária apenas uma declaração de vontade.
- Bilateral – dois polos.
- Onerosos ou gratuitos.
- inter vivos e causa mortis
- Principal ou acessório.
 Interpretação do Negócio Jurídico:
- Reserva mental – vale se for comunicada à outra parte, mas não
vale se for mantido para si mesmo.
- Baseada na boa-fé – Art. 113.

 Defeitos do Negócio Jurídico:


- Manifestação de vontade defeituosa.
> Vícios de consentimento – Perturbam a declaração volitiva e
influem no momento em que se exterioriza a deliberação do agente
-> influências exógenas.
> Vícios sociais – oposição entre vontade do agente e ordem legal ->
fatores endógenos.
 Erro de fato e erro de Direito:
- Quando o agente, por desconhecimento ou falso conhecimento
das circunstâncias fáticas, age de um modo que não seria sua
vontade, se conhecesse a verdadeira situação.
- Conflito entre os princípios individualista e o social – meio termo
leva em conta a vontade, mas apenas quando o erro envolve o
elemento principal.
- Pode ser quanto a – natureza do ato (doação supondo-se estar
vendendo); identidade do objeto – Quadro de um desconhecido,
sendo que tinha imaginado que era um de um famoso); Qualidades
essenciais da coisa - Ex.: estatueta de bronze sendo comprada como
se fosse de ouro; Identidade física ou material da pessoa.
- No caso em que uma consideração relativa à pessoa tenha sido
determinante e principal. Ex.: Casar com um cafajeste, sem saber
que ele era assim.
- Erro sobre os motivos da declaração de vontade . Art. 140
- Art. 144 – Convalescimento do Negócio Jurídico com erro se o
destinatário da declaração de vontade cooperar.
- Erro de Direito - Art. 139, III.

 Dolo:
- Práticas ou manobras maliciosamente levadas a efeito por uma
parte, a fim de conseguir da outra uma emissão de vontade que lhe
traga proveito, ou a terceiro.
- Art. 147 - Silêncio a respeito de fato ou qualidade que a outra haja
ignorado – sonegação da verdade. Se se comprovar que sem ela o
contrato não seria celebrado –> anulabilidade.
- Ação ou omissão
- Dolo principal – anulação do negócio jurídico.
- Dolo acidental – perdas e danos.
- Art. 148 - Se o dolo for de terceiro, o negócio jurídico somente
será anulado se algum dos contratantes ficar ciente. Caso contrário,
haverá perdas e danos apenas contra esse terceiro.
- Art. 149 - Representante de uma das partes não pode ser
considerado terceiro.
- Art. 150 - Se as duas partes agirem com dolo, não há indenização
nem anulação.
 Coação:
- Proceder com violência, forçando a declaração de vontade.
- Pode ser física ou moral/ Pode ser por meio de ação ou omissão.
- Art. 151 – Não é preciso que se dirija diretamente ao agente. Pode
se dirigir à família e aos bens também.
- Art. 153 - A ameaça deve ser séria e injusta, simples exercício
regular do direito não seria coação, nem o temor reverencial.
- Tem que ser um mal possível e não remoto – não pode ser evitável
ou um mal menor do que o resultante do negócio jurídico.
- O negócio deve ter sido determinado pela ameaça.
- Feita por terceiros – se a parte beneficiada souber – responde
solidariamente com o coator, caso não saiba (não há nulidade – art.
155) – só o coator é responsável.
 Simulação:
- Defeito do ato – vícios sociais.
- Celebrar-se um ato que tem aparência normal, mas que, na
verdade, não visa o efeito que juridicamente deveria produzir –
NULIDADE.

 Fraude contra credores:


- Vício social - desconformidade entre a declaração de vontade e a
ordem jurídica - resultado antijurídico.
- Manobra engendrada com o fito de prejudicar terceiro.
- Tanto em negócios unilaterais, como em bilaterais.
- Levar os credores a um prejuízo, em benefício próprio ou alheio.
- Má-fé ou malícia do devedor e intenção de causar prejuízo a um
terceiro.
- Devedor insolvente - ativo reduzido e passivo elevado
– Subtrair dos credores uma parte daquele ativo, ao por ex. –
liberalidade a um amigo ou parente – concede privilégio a um
credor mediante a outorga da garantia real.
- Diminuição maliciosa do patrimônio – ânimo de prejudicar –
consciência de causar dano.
- Busca-se provar que o patrimônio do devedor é ou se tornou
insuficiente para pagar seus débitos.
- Aliena bens ou remite dívidas.
- Se oneroso – verificar se além do dano de insolvência, houve o
conhecimento de tal estado pelo participante no ato – art. 159.
- Pagamento ao credor quirografário de dívida não vencida (art. 62,
CC) / Garantias que o devedor insolvente dá a algum credor (art.
163) e reduções diretas no acervo patrimonial (Ex.: renúncia à
herança) -> outros exemplos de ações que podem ser consideradas
FCC.
- Ação Pauliana ou revocatória – Deve ser proposta pelo credor
prejudicado, que já o fosse durante o negócio jurídico.
> Provar o prejuízo que o negócio fraudulente lhe tenha causado,
provar o estado de insolvência durante o ato e o consentimento do
terceiro, caso oneroso.
- SE GRATUITO – PRESUNÇÃO DE MÁ-FÉ.
- Efeito natural da anulação - repor o bem no patrimônio do
devedor ou cancelar a garantia especial concedida.
- Se o adquirente não pagou – desobriga-se. Mas pode depositar o
preço da coisa (art. 160).
- Negócios ordinários – presunção de boa-fé.

 Lesão:
- Prejuízo que uma pessoa sofre na conclusão de um ato negocial,
resultante da desproporção entre as prestações das duas partes.
- Presença de dolo presumido de aproveitamento – elemento
subjetivo.
- Uma das partes aufere um lucro exagerado, porque a outra parte
assumiu obrigação manifestamente desproporcional ao valor da
prestação oposta (art. 157, caput).
- Ocorre devido à necessidade, inexperiência ou insensatez.
- Anulável, não nula.
- Pode-se suplementar o valor ou aceitar redução do proveito
(art.157)
 Estado de perigo:
- Defeituosa declaração de vontade, quando uma pessoa declara
premida pela necessidade de salvar-se ou pessoa a ela ligada
afetuosamente, assumindo obrigação excessivamente onerosa – há
um dolo de aproveitamento. Ex.: naufrágio.
 Modalidades do negócio jurídico:
- Elementos acidentais do negócio jurídico – modificam os NJ´s,
imprimindo-lhes modalidades especiais – não integram o esquema
natural do negócio jurídico. Porém, uma vez aderente, não podem
mais se soltar.
- Condição – a vontade determina a sua projeção no mundo externo
em dependência de uma eventualidade futura e incerta.
- Termo – o agente fixa, no tempo, o tempo de início ou de cessação
dos efeitos do negócio jurídico.
- Encargo (ou modus) - institui uma imposição ao titular do direito.
 Condição:
-Art. 121
- Futuro e incerto – pode ou não ocorrer.
- Deriva da vontade das partes.
- Possível ou impossível.
- Suspensiva ou resolutiva.
- Lícitas ou ilícitas.
- Suspensiva -> Suspende o direito – art. 125 – Expectativa de direito
- não adquirido
> art. 130 – medidas destinadas à conservação.
- Resolutiva – Implica a resolução do negócio jurídico.
> Pendente a condição, vigora a declaração de vontade.
- Condição Impossível e condição proibida – Se for suspensiva, o NJ será
inválido (art. 123,I)/ Se for resolutiva, o NJ é tratado como se fosse puro e
simples (art. 124)

> Ser ilícito ou prescrever o não lícito/ Ser contraditória ou


incompreensível - condições resolutivas também são invalidadas.
- Condições potestativas puras – as que privam o NJ dos seus
efeitos.

 Termo e prazo:
-Determinação temporal dos efeitos do NJ.
- Inicial - suspensivo – a partir dele que será possível exercer o
direito.
- Final – extintivo – fim da produção de efeitos do NJ.
- Diferenças em relação às condições -> CERTEZA DO EVENTO.
Termo inicial suspende o exercício do direito, enquanto que a
condição suspensiva impede a aquisição do direito./ Termo final
põe fim aos efeitos do NJ.
- Prazo - tempo entre a declaração de vontade e o termo - exclui-se
o dia do começo e inclui-se o dia do vencimento – Se cair em
feriado, dia útil – será o subsequente (art. 132).
- O 15º dia do mês é considerado seu meado.
- Quanto a meses e anos – baseia-se nos dias correspondentes.
- Horas contam-se de minuto a minuto.
 Encargo:
- Restrição à vantagem criada para o beneficiário de um NJ gratuito
(quando não há uma contraprestação).
- É diferente de condição suspensiva – adquire-se o direito desde
logo.
- Não suspende o exercício nem a aquisição do direito – a não ser
que vire condição suspensiva (art. 136)
- Tem que ser lícito e possível. Art. 137 - caso contrário, o NJ
mantém-se puro, a não ser que o encargo tenha sido o motivo.
 Prescrição:
- Prescrição aquisitiva – torna inatacável a situação que o titular
vem exercendo continuamente.
> Usucapião - aquisição do direito real pelo decurso do tempo,
instituída em favor daquele com ânimo de dono. Relacionada a
coisas móveis ou imóveis/ Período prefixado pelo legislador.
- Prescrição extintiva – extingue a pretensão jurídica que não se
exercita por certo período – inércia do titular.
- Segurança jurídica.
- Não é permitida a renúncia prévia.
- A renúncia pode ser expressa ou tácita e não deve causar prejuízos
a terceiros – Art. 191.
- Relativamente incapazes e pessoas jurídicas – têm ação contra
seus representantes ou assistentes que tiverem permitido a
prescrição. Art. 195.
- Prescritibilidade é regra.

 Decadência:
- Perecimento do direito potestativo, em razão do seu não exercício
no prazo predeterminado.
- Faculdade condicionada ao exercício dentro do tempo certo.
- Art. 207 – caducidade não é interrompida nem deixa de começar,
qualquer que seja a causa impeditiva.
- Pode ser alegada em qualquer parte do processo.
- Não é passível de renúncia. Art. 209.
- Cabe à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, I.

 Prazos prescricionais:
- Geral – Prescrição de longo prazo – 10 anos. Art. 205
- Especiais – Art. 206
 Suspensão da prescrição:
- Paralisação no curso do prazo prescricional – lei impõe em
determinadas circunstâncias.
- Razões de ordem moral (laços de afeto) – art. 197.
- Princípio de proteção – art. 198.
- Art. 199 - Durante uma ação penal também.
 Interrupção da prescrição:
- Quando ocorre um fato hábil de destruir os efeitos do tempo já
decorrido.
- É diferente da suspensão, porque o tempo já escoado fica
inutilizado e só pode ocorrer uma vez.
- Ex.: Protesto – art. 202, II.
 Fato jurídico:
- Fato que percurte no campo do direito. O acontecimento que
impulsiona a criação da relação jurídica.
- Nem todo fato tem essa força jurígena. Ex.: vestir-se. - mesmo que
em certas circunstâncias possam ser relevantes para o Direito.
- Savigny – fato jurídico – acontecimento em virtude do qual
começam ou terminam os direitos subjetivos (ou se modificam).
- Fatos jurídicos voluntários – resultam da atuação humana – ato
jurídico lato sensu – que subdivide-se em ato jurídico lícito (que
divide-se em ato jurídico stricto sensu e negócios jurídicos) e em ato
ilícito.
 Invalidade do negócio jurídico:
- NULIDADE – É nulo o NJ quando em razão do defeito grave que o
atinge, não pode produzir os efeitos almejados. Sanção a uma
ofensa a uma predeterminação legal. Inspirado no princípio do
respeito à ordem pública.
> Quando o objeto for ilícito, impossível ou indeterminável
(condição objetiva)./ Quando praticado por pessoa absolutamente
incapaz (condição subjetiva)/Quando não for revestida a forma
prescrita ou for preterida alguma solenidade que a lei considere
essencial (condição formal).
INSANÁVEL E IMPRESCRITÍVEL. Art. 169.
- Simulação – nulidade só para a simulação absoluta, para a relativa,
não necessariamente ( art. 167).

- ANULABILIDADE – Não tem o mesmo alcance da nulidade e não


tem o mesmo fundamento. Nela não se vislumbra o interesse
público. Visa a proteção dos interesses privados. O ato é imperfeito,
mas a lei oferece aos interessados a alternativa de pleitear a
obtenção de sua ineficácia ou deixar que seus efeitos deocorram
normalmente, como se não houvesse irregularidade.
> É o caso de NJ feitos inapropriadamente por relativamente
incapazes e nos casos de erro, dolo, coação, lesão, fraude contra
credores. Art. 171
> O NJ anulável convalesce por 3 razões – decurso do tempo,
confirmação (expressa ou tácita) e autorização, quando ela for o
problema.
- Efeitos da nulidade e da anulabilidade
> Ato nulo - nulidade pronunciada mesmo ex officio.
Desconsideram-se os efeitos produzidos. Não convalesce por
confirmação, nem decurso do tempo.
> Ato anulável – Produz as suas consequências, até que seja
decretada a sua invalidade -> efeitos não retroativos. Mas pode ter
efeitos ex nunc.

 Ato ilícito:
- Procedimento contrário a um dever preexistente, violação do
ordenamento jurídico.
- Pode ser comissivo, quando orienta sua ação num determinado
sentido, que é contraveniente à lei ou omissivo (quando alguém se
abstém de atuar se deveria fazê-lo e na sua inércia transgride um
dever determinado).
- Requisitos -> Conduta, violação do ordenamento jurídico,
imputabilidade e penetração da conduta na esfera jurídica alheia.
 Responsabilidade Civil:
- Reparação do dano.
- Conduta antijurídica, dano, nexo de causalidade.
- Objetiva – Não se questiona se houve má-fé – o risco que importa.
- CC adotou a teoria da culpa, sendo a do risco usada apenas
quando vier expresso na lei.
- Responsabilidade civil do Estado – OBJETIVA.
 Abuso de direito:
- Usar o direito exclusivamente para causar dano a outrem.

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