Captura de Ecrã 2024-06-27 À(s) 12.55.20
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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
1.0. Introdução
1.1. Electrónica digital
1.2.Conceitos lógicos
1.3. Sistema
1.3.1. Sistemas Digitais
1.4. Lógica
1.4.1. Proposição
1.4.2. Composição de Proposições
1.4.3. Lógica e computadores
1.5. Tipos de Dados e Representação de Dados
1.6. Notação Posicional
1.7. Sistemas de numeração e código binário
1.8. Códigos:
1.4. Sistema
Um sistema pode ser definido como sendo um conjunto de elementos que são Inter-
ligados de alguma maneira para compor um todo e assim realizar funcionalidade
específica. Por exemplo, um aparelho de som é composto de vários componentes, tais
como: compartimento para discos e fitas, amplificador, auto-falantes, etc. Todos são
interconectados por cabos eléctricos.
Um sistema também possui uma função bem definida, na qual pode ser identificada a
partir das funcionalidades de seus componentes.
Qualquer projeto pode ser realizado seguindo estes passos usando diferentes níveis de
abstração. Em um nível de abstração apenas determinados detalhes são
representados.
1.6. Lógica
Lógica do grego clássico ukn logos, que significa palavra, pensamento, ideias,
argumento, relato, razão lógica ou princípio lógico, considerada uma ciência formal que
é o estudo formal sistemático dos princípios da inferência válida e do pensamento
correcto.
A logica é o instrumento do pensar. Podemos então dizer que, a lógica trata dos
argumentos, isto é, das conclusões que chegamos através da apresentação de
1.6.1. Proposição
Segundo Quine, toda proposição é uma frase mas nem toda frase é uma proposição;
uma frase é uma proposição apenas quando admite um dos dois valores lógicos: Falso
(F) ou Verdadeiro (V). Exemplos:
Note que, para compor proposições usou-se os símbolos não (negação), e (conjunção),
ou (disjunção), => (implicação) e, finalmente, <=> (equivalência).São os chamados
conectivos lógicos. Note, também, que usou-se um símbolo para representar uma
proposição: C representa a proposição Maria tem 18 anos. Assim, não(B) representa
Maria não é menor, uma vez que B representa Maria é menor.
Lei do Meio
Excluido Uma proposição é falsa (F) ou verdadeira (V): não há meio termo.
Lei da
Contradição Uma proposição não pode ser, simultaneamente, V e F.
Lei da O valor lógico (V ou F) de uma proposição composta é unicamente
Funcionalidade determinada pelos valores lógicos de suas proposições constituintes.
Tabela - Verdade
Negação
A ~(A), ou -A, ou /A, ou ainda, A'
F V
V F
Conjunção Disjunção Implicação Equivalência
A B
A . B, ou AB A + B A => B A <=> B
F F F F V V
F V F V V F
V F F V F F
V V V V V V
A negação, como o próprio nome diz, nega a proposição que tem como
argumento. Tem como símbolo o acento "~" ,~A,ou, algumas vezes, uma barra
sobre a variavel lógica, Ã, ou o sinal "-", -A, ou o símbolo "/", /A, ou ainda, o sinal
"'", A'. Lembre-se que o símbolo nada mais é que uma simples representação da
negação. O que é relevante é que o significado do símbolo seja explicitamente
declarado. Aqui, os símbolos mais usados para a negação são o sinal "'", e barra
Todos os dados são representados em formato binário porque o uso deste formato
facilita o projeto de circuitos eletrônicos que exibem duas condições possíveis, as quais
são convenientemente interpretadas como os valores 0 e 1 de um dígito binário (bit).
Note que, no número anterior, o peso de cada posição é 10i, onde i corresponde à
posição do dígito, contada a partir da direita, e sendo i=0 para o dígito mais à direita.
Em geral, qualquer número decimal D, no formato d1 d0 d-1 d-2 tem como valor:
Num sistema posicional genérico, a base pode ser qualquer valor inteiro r, e um dígito
numa posição i assume peso ri. Logo, podemos escrever o formato genérico de um
número em tal sistema como sendo:
dm-1 dm-2 … d1 d0.d-1 d-2 … d-n; onde há m dígitos à esquerda do ponto e n dígitos à
direita do ponto. Note que, se não houver ponto, assume-se que este está à direita do
dígito mais à direita. O valor deste número é o somatório dos produtos de cada dígito
pela correspondente potência da base:
Cada sistema tem uma base, que se define como o número de símbolos distintos
usados para representar as quantidades. O sistema que utilizamos no dia-a-dia é o
sistema decimal, cuja base é o número 10 em virtude de se empregarem dez símbolos
(10 números ou algarismos) na sua representação.
Neste sistema, um número pode decompor-se em potência de 10.
Para distinguir a base em que uma quantidade está representada, à direita desta
coloca-se um índice que indica sua base.
Exemplos:
1987 100=1
101=10
102=100
103=1000
1987,65=1x103+9x102+8x101+7x100+6x10-1+5x10-2
1987,65 10-2=0,01
10-1=0,1
b) Sistema binário:
É o sistema mais utilizado em sistemas digitais, porque se baseia nos dois únicos
estados possíveis: verdadeiro ou falso; aberto ou fechado; conduz ou não conduz.
Utilize somente dois algarismos ou dígitos: 0 e 1 tendo por base do sistema o nº 2.
Os dígitos nos números binários são vulgarmente designados por bits, abreviatura de
binary digit (dígitos binários). O agrupamento de oito bits designa-se por byte.
Exemplos:
1001012= 1x25+0x24+0x23+1x22+0x21+1x20
100101 20=1
21=2
22=4
23=8
24=16
25=32
1001012= 1x25+0x24+0x23+1x22+0x21+1x20+1x2-1+1x2-2
100101,11
2-2=0,25
2-1=0,5
20=1
21=2
c) Sistema octal:
O sistema octal é designado por octal porque utiliza oito algarismos ou dígitos:
0,1,2,3,4,5,6 e 7, sendo a sua base o 8.
Exemplos:
12348=1x83+2x82+3x81+4x80
1234 peso
80=1
81=8
82=64
83=512
34,56=3x81+4x80+5x8-1+6x8-2
34,56 peso
8-2=0,015625
8-1=0,125
80=1
81=8
d) Sistema hexadecimal:
O sistema é designado hexadecimal porque utilize dezasseis algarismos ou digitos:
0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,A,B,C,D,E e F, sendo a sua base 16.
Exemplo:
- Para um número inteiro:
2716= 2x161+7x160
Em relação ao peso:
27 peso
160=1
161=16
- Para um número fraccionário:
27,5616= 2x161+7x160+5x16-1+6x16-2
Em relação ao seu peso:
27,56 peso
16-2=0,00392625
16-1=0,0625
160=1
161=16
4710=1011112
65210=28C16
Exercicios:
1.9. Códigos:
O código BDC (Binary Coded Decimal) utiliza a representação binária de cada digito de
um número decimal.
Decimal BCD
0 0000
1 0001
2 0010
3 0011
4 0100
5 0101
6 0110
7 0111
8 1000
9 1001
Como pudemos verificar na tabela acima, cada dÍgito decimal correspondem quarto
bits em BCD, sendo inválidos os restantes códigos binários até 1111, valor máximo
usando os quarto dígitos.
3 8 5
0011 1000 0101
38510= 001110000101BCD
385,910= 001110000101,1001BCD
1. Adição em BCD:
Neste caso, a soma dos dois números não ultrapassou o valor nove(9), nem gerou o bit
de transporte.
6 0110
+8 + 1000
=14 = 1110(digito nao BCD)
Como verificamos, o resultado é maior do que nove, por isso somamos seis em
binário ao valor anterior.
1110
0110
9 1001
+ 8 +1000
=17 =1 0001(digito não BCD)
3. Código Excesso 3:
Este código é obtido a partir do código BCD, adicionando a cada digito três em binário.
Decimal Excesso 3
0 0011
1 0100
2 0101
3 0110
4 0111
5 1000
6 1001
7 1010
8 1011
9 1100
Exemplo: converter os números decimais 2310 e 23,1910para Excesso 3
a) 2 3 b) 1 9
0101 0110 0100 1100
2310=01010110excesso 323,1910=01010110, 01001100excesso 3
Em 1854, George Boole introduziu o formalismo que até hoje se usa para o tratamento
sistemático da lógica, que é a chamada Álgebra Booleana. Em 1938, C. E. Shannon
aplicou esta álgebra para mostrar que as propriedades de circuitos elétricos de
chaveamento podem ser representadas por uma álgebra Booleana com dois valores.
Diferentemente da álgebra ordinária dos reais, onde as variáveis podem assumir
valores no intervalo ( ; ), as variáveis Booleanas só podem assumir um número
finito de valores. Em particular, na álgebra Booleana de dois valores, cada variável
pode assumir um dentre dois valores possíveis, os quais podem ser denotados por
[F,V] (falso ou verdadeiro),[H,L] (high and low) ou ainda [0,1].
Na álgebra Booleana, existem três operações ou funções básicas. São elas, operação
OU, operação E e complementação. Todas as funções Booleanas podem ser
representadas em termos destas operações básicas.
Uma definição para a operação OU, que também é denominada adição lógica, é:“A
operação OU resulta 1 se pelo menos uma das variáveis de entrada vale 1”.
Como uma variável Booleana ou vale 1 ou vale 0, e como o resultado de uma operação
qualquer pode ser encarado como (ou atribuído a) uma variável Booleana, basta que
definamos quando a operação vale 1. Automaticamente, a operação resultará 0 nos
demais casos. Assim, pode-se dizer que a operação OU resulta 0 somente quando
todas as variáveis de entrada valem 0.
Note que a operação OU só pode ser definida se houver, pelo menos, duas variáveis
envolvidas. Ou seja, não é possível realizar a operação sobre somente uma variável.
Devido a isso, o operador “+” (OU) é dito binário.
A B A+B
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
A B C A+B+C
0 0 0 0
0 0 1 1
01 0 1
0 1 1 1
1 0 0 1
Pela definição dada, pode-se deduzir que o resultado da operação E será 1 se, e
somente se, todas as entradas valerem 1.
Assim como a operação OU, a operação E só pode ser definida entre, pelo menos
duas variáveis. Ou seja, o operador “.” (E) também é binário.
Para mostrar o comportamento da equação A.B (lê-se A e B), escreve-se uma tabela
verdade, como segue:
A B A.B
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1
A B C A.B.C
0 0 0 0
0 0 1 0
0 1 0 0
0 1 1 0
1 0 0 0
1 0 1 0
1 1 0 0
1 1 1 1
A A
0 1
1 0
Dada a equação que descreve uma função Booleana qualquer, deseja-se saber
detalhadamente como esta função se comporta para qualquer combinação das
variáveis de entrada. O comportamento de uma função é descrito pela sua tabela
verdade e este problema é conhecido como avaliação da função ou da expressão que
descreve a função considerada. Em suma, deseja-se achar a tabela verdade para a
função Booleana.
Repare os passos descritos na tabela verdade que segue. Nela, os parêntesis em torno
do produto B. C indicam somente que o termo já foi avaliado e que no passo referente a
esta coluna, tomaram-se apenas os valores previamente encontrados.
EXERCICIOS:
a) F= A + (B + C.B) + A + C
b) F= (A+B) + (A.B) + A
c) F= A+A+B(A+C)+B+D
2.4. Portas Lógicas
Já vimos que uma função Booleana pode ser representada por uma equação ou
detalhada pela sua tabela verdade. Mas uma função Booleana também pode ser
representada de forma gráfica, onde cada operador está associado a um símbolo
específico, permitindo o imediato reconhecimento visual. Tais símbolos são conhecidos
por portas lógicas.
2.4.1. Porta OU
O símbolo da porta OU pode ser visto na figura 2.1. Tal como na porta E, as entradas
são colocadas à esquerda e a saída, à direita. Deve haver no mínimo duas entradas,
mas há somente uma saída. O funcionamento da porta E segue a definição da
operação E, dada acima.
A A+B
B
2.4.2. Porta E
A A.B
B
Dada uma equação Booleana qualquer, é possível desenhar-se o circuito lógico que a
implementa. O circuito lógico é composto das portas lógicas relacionadas às operações
que são realizadas sobre as variáveis de entrada. Os resultados das operações são
conduzidos porfios, os quais, no desenho, são representados por linhas simples.
Da complementação:(9) A =A
Comutatividade:
(10) A+B=B+A
(11) A.B=B.A
Associatividade:
A B C... = A . B + C …(2.2)
Qualquer função Booleana pode ser descrita por meio de soma de produtos ou por
meio de produto de somas. Como as funções Booleanas só podem assumir um dentre
dois valores (0ou 1), basta usar-se um dos dois métodos para se encontrar uma
equação para uma função.
A B C Mintermo
0 0 0 A. B .C
0 0 1 A . B .C
0 1 0 A .B. C
0 1 1
A .B.C
1 0 0 A. B . C
1 0 1 A. B .C
1 1 0 A.B. C
1 1 1 A.B.C
ABC F
0 00 0
001 0
A fim de simplificar a notação, o símbolo da operação E pode ser omitido. Desta forma,
a equação anterior pode ser reescrita de maneira mais concisa:
F= A B C + A BC + A B C + AB C (2.6)
A B C Maxtermo
0 0 0 A+B+C
0 0 1 A+B+ C
0 1 0
A+ B +C
0 1 1 A+ B + C
ABC F
0 00 0
001 0
010 1
011 1
100 0
101 1
110 1
111 0
Foi escolhida a mesma função do exemplo anterior, para que se possa estabelecer
comparações entre os dois métodos de derivação. Os valores das variáveis de entrada
(A,B,C)para os quais F=0 são (0,0,0), (0,0,1), (1,0,0) e (1,1,1). Os maxtermos
associados a essas condições (ou seja, os maxtermos 0), são A+B+C, A+B+ C , A
A B C Mintermo Maxtermo
0 0 0 m0 M0
0 0 1 m1 M1
0 1 0 m2 M2
0 1 1 m3 M3
1 0 0 m4 M4
1 0 1 m5 M5
1 1 0 m6 M6
1 1 1 m7 M7
Apesar da praticidade das representações canônicas, elas são pouco úteis para a
implementação de circuitos digitais. O número de elementos (portas lógicas e
conexões) de um circuito lógico depende diretamente do número de operações
Booleanas (inversão, E e OU) contidas na expressão associada. Desta forma, é normal
que se deseje reduzir o número de operações contidas numa função, de modo a poder-
se implementá-la com circuitos lógicos mais simples, e portanto, de menor custo. A
redução do número de operações é obtida mediante a eliminação de literais da
expressão, aplicando-se as propriedades da álgebra Booleana descritas na seção 2.4.
Um literal é uma variável negada ou uma variável não negada. O processo de redução
de literais (ou de redução de operações, equivalentemente) é denominado
simplificação.
+ A B C + AB C (2.14)
-se:
F = A B + A B C + AB C (2.15)
Estendendo esta propriedade, pode-se dizer que o OU entre duas ou mais funções
Booleanas iguais equivale à própria função Booleana em questão. Desta forma, pode-
se expandir o mintermo A B C para
A B C = A B C + A B C (2.16)
F = A B C + A BC + A B C + AB C + A B C (2.17).
Então, a propriedade (3) garante que as expressões 2.12 e 2.17 são equivalentes,
embora o mintermo ABC apareça duplicado. E pelo fato de aparecer duas vezes, pode-
se usar uma cópia de ABC para simplificar com ABC e outra para simplificar com ABC.
Os passos da simplificação são os mesmos já descritos: pela propriedade (14), segue:
F = A B( C +C)+A B C+(A+ A )B C (2.18)
Repare que o mintermo ABC não pôde ser agrupado com nenhum outro mintermo.
Note também que foram feitas todas as simplificações possíveis, uma vez que foram
agrupados e simplificados todos os pares de mintermos que se diferenciam de somente
uma variável. Logo, a expressão 2.20 representa a máxima simplificação possível sob
a forma de soma de produtos. E por esse motivo, ela é dita equação mínima em soma
de produtos da função F. Quanto a expressão 2.15, diz-se ser uma equação em soma
de produtos simplificada (porém, não-mínima). Logo, toda equação mínima é
simplificada, porém, nem toda equação que foi simplificada é necessariamente mínima.
Embora a equação mínima em soma de produtos apresente menor número de
operações Booleanas que a representação na forma canônica, as vezes pode ser
possível reduzir-se ainda mais o número de operações, fatorando-se literais. Por
exemplo, na expressão2.20 pode-se fatorar o primeiro e o terceiro mintermos como
segue:
F =B( A + C ) +A B C(2.21)
A expressão 2.21, obtida pela fatoração de 2.20, não é nem do tipo soma de produtos,
nem produto de somas, pois há um termo que não é nem produto, nem soma. Diz-se
que a expressão está na forma fatorada. No caso de 2.21, a fatoração não resultou
em redução do número de operações.
Repare que em todas as interseções de fios em que há conexão física, deve haver
umponto (suficientemente grande), como se fora uma “solda”. Logo, quando não há o
referido ponto na interseção de fios, significa que tais fios estão “eletricamente
isolados”.
O circuito pode ainda ser desenhado utilizando-se uma notação simplificada para os
inversores das entradas. Ao invés de se desenhar um inversor para cada variável que
aparece negada na equação, coloca-se um círculo junto a cada entrada de cada porta
na qual há uma variável negada. A aplicação desse procedimento para o circuito
resulta no seguinte desenho: Um circuito lógico para soma de produtos - outra possível
representação.
Pelo fato de apresentarem apenas dois níveis de portas (dois níveis lógicos), circuitos
para equações representadas nas formas padrão, canônicas ou simplificadas, são ditos
circuitos em dois níveis (ou lógica a dois níveis).
Dada a equação canônica de uma função qualquer, o circuito para uma equação
simplificada a partir da canônica possui menos portas e/ou portas de menor
complexidade. (A complexidade relativa de uma porta pode ser medida pelo número de
entradas que ela apresenta). A figura 2.8 mostra o circuito lógico para a equação 2.20,
que é a forma mínima para a função da equação 2.12. Note que este circuito é de
menor complexidade que o circuito da figura 2.6. A complexidade relativa de um
circuito lógico pode ser calculada somando-se o número de entradas das portas. Nos
circuitos das figuras 2.6 e 2.7 há 4 portas de 3 entradas e1 porta de 4 entradas. Então,
a complexidade relativa será 4x3+1x4=16.