2 - Noções de Direito Eleitoral

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TSE + TRES - CONCURSO

UNIFICADO
Direito Eleitoral
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Bárbara Guerra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

DIOGO SURDI

Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo


em concursos públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se
destacam: Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário
do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (2012) e Técnico
Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
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Diogo Surdi

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1. Análise da banca CESPE (Cebraspe). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1. Análise Estatística e Qualitativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Direito Eleitoral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1. Organização da Justiça Eleitoral – Composição e Competências. . . . . . . . . . . . . . 8
2. Lei dos Partidos Políticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3. Lei das Eleições. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4. Alistamento Eleitoral – Regras Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
5. Alistamento Eleitoral – Resolução TSE 23.659-2021. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
6. Súmulas Relacionadas com o Conteúdo Programático. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

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APRESENTAÇÃO
De acordo com o “Princípio de Pareto”, também conhecido como “Técnica do 80/20”,
80% das situações podem ser resolvidas com a utilização de 20% do conhecimento.
O Princípio de Pareto é amplamente utilizado em várias áreas do conhecimento humano,
uma vez que apresenta uma tendência para a resolução dos problemas e otimiza os
resultados.

Você já pensou em como isso pode ser importante caso a aplicação seja possível, tam-
bém, no universo dos concursos públicos?

E justamente pensando nisso é que esta aula foi desenvolvida. Aqui, o nosso claro
objetivo é o de apresentar, com base em dados e estudos anteriores, os pontos que,
historicamente, são mais exigidos pelas bancas organizadoras em relação a determinados
conteúdos do edital.
Isso não quer dizer que você não precise estudar todos os pontos do edital. Nos dias
atuais, em que a concorrência está cada vez mais acirrada, um estudo completo é mais do
que essencial para garantir uma boa preparação.
No entanto, é inegável que as bancas, ao longo dos anos, tendem a se repetir. E isso ocorre
por um motivo bastante simples: no processo de elaboração das questões, a instituição
responsável pela organização do concurso contrata professores ou autores qualificados
na respectiva área ou matéria envolvida. E como cada pessoa tende a seguir, ainda que
inconscientemente, autores ou pontos específicos da matéria, o que acaba ocorrendo,
como iremos retratar, é uma quantidade desproporcional de questões em relação aos
pontos exigidos em determinada disciplina.
Dito de outra forma, raramente vemos uma prova onde as questões foram elaboradas
seguindo todos os pontos do edital de forma simétrica. O que é constantemente visto,
em sentido contrário, é alguns assuntos sendo exigidos de maneira bem mais constante
do que os demais.
Sendo assim, ao identificarmos quais são estes assuntos, iremos dar um “salto de
qualidade e eficiência” na preparação. Para isso, faremos uso do “Princípio de Pareto”,
verificando quais são os assuntos mais exigidos e otimizando em diversos aspectos a sua
preparação.

1. ANÁLISE DA BANCA CESPE (CEBRASPE)


Com base no último edital do concurso do TSE, o seguinte conteúdo programático foi
exigido, na disciplina de Direito Eleitoral, para o cargo de Técnico Judiciário.

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• 1. Lei n. 4.737/1965 e suas alterações (Código Eleitoral).


− 1.1. Introdução.
− 1.2. Órgãos da justiça eleitoral.
− 1.2.1. Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
− 1.2.2. Tribunais regionais eleitorais.
− 1.2.3. Juízes eleitorais e juntas eleitorais: composição, competências e atribuições.
− 1.3. Alistamento eleitoral: qualificação e inscrição, cancelamento e exclusão.
• 2. Lei n. 9.504/1997 e suas alterações.
− 2.1. Disposições gerais.
− 2.2. Coligações.
− 2.3. Convenções para escolha de candidatos.
− 2.4. Registro de candidatos.
− 2.5. Sistema eletrônico de votação e totalização dos votos.
• 3. Lei n. 9.096/1995 e suas alterações.
− 3.1. Disposições preliminares.
− 3.2. Filiação partidária.
• 4. Resolução do TSE n. 21.538/2003.
− 4.1. Alistamento eleitoral.
− 4.2. Transferência de domicílio eleitoral.
− 4.3. Segunda via da inscrição.
− 4.4. Restabelecimento de inscrição cancelada por equívoco.
− 4.5. Formulário de atualização da situação do eleitor.
− 4.6. Título eleitoral.
− 4.7. Acesso às informações constantes do cadastro.
− 4.8. Restrição de direitos políticos.
− 4.9. Revisão do eleitorado.
− 4.10. Justificação do não comparecimento à eleição (com a alteração do Acórdão
do TSE n. 649/2005).

1.1. ANÁLISE ESTATÍSTICA E QUALITATIVA


Para uma correta abordagem estatística acerca das questões anteriores, é necessário
que alguns filtros sejam utilizados com a finalidade de chegarmos o mais próximo possível
das questões que tendem a ser exigidas no dia da prova.
Em relação à disciplina de Direito Eleitoral, algumas peculiaridades devem ser
consideradas, sendo elas:
a) a cada eleição, inúmeras são as alterações realizadas na legislação eleitoral, de
forma que o filtro de questões deve excluir aquelas que se encontram desatualizadas.

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b) por ser uma disciplina mais específica, não contamos com uma quantidade
significativa de questões anteriores do CESPE. Logo, a análise deve levar em conta, para
termos uma amostragem significativa, as questões pertinentes ao conteúdo programático
de todas as organizadoras.
Filtrando as questões anteriores de Direito Eleitoral (anos de 2020 a 2024), chegamos,
em relação aos tópicos exigidos no conteúdo programático, nos seguintes dados:
Quantidade de Percentual
Assunto
Questões Aproximado
Lei dos Partidos Políticos 35 40,0%
Lei das Eleições 31 36,0%
Organização da Justiça Eleitoral 12 14,0%
Alistamento Eleitoral (Regras Gerais) 5 6,5%
Alistamento Eleitoral – Resolução 23.659/2021 3 3,5%
Total 86 100,0%

Estabelecendo uma ordem de prioridade entre os assuntos exigidos, ficaríamos com o


seguinte quadro demonstrativo:
Ordem de Prioridade do Edital
Vermelha: Alta Azul: Média Verde: Baixa
1 Lei n. 4.737/1965 e suas alterações (Código Eleitoral). 1.1 Introdução. 1.2 Órgãos da justiça
eleitoral. 1.2.1 Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 1.2.2 Tribunais regionais eleitorais. 1.2.3 Juízes
eleitorais e juntas eleitorais: composição, competências e atribuições.
1.3 Alistamento eleitoral: qualificação e inscrição, cancelamento e exclusão.
2 Lei n. 9.504/1997 e suas alterações. 2.1 Disposições gerais. 2.2 Coligações. 2.3 Convenções
para escolha de candidatos. 2.4 Registro de candidatos. 2.5 Sistema eletrônico de votação e
totalização dos votos.
3 Lei n. 9.096/1995 e suas alterações. 3.1 Disposições preliminares. 3.2 Filiação partidária.
4 Resolução do TSE n. 21.538/2003. 4.1 Alistamento eleitoral. 4.2 Transferência de domicílio
eleitoral. 4.3 Segunda via da inscrição. 4.4 Restabelecimento de inscrição cancelada por
equívoco. 4.5 Formulário de atualização da situação do eleitor. 4.6 Título eleitoral. 4.7 Acesso
às informações constantes do cadastro. 4.8 Restrição de direitos políticos. 4.9 Revisão do
eleitorado. 4.10 Justificação do não comparecimento à eleição (com a alteração do Acórdão do
TSE n. 649/2005).

Com base nos números apresentados, podemos observar que alguns pontos do conteúdo
programático de Direito Eleitoral tendem a ser exigidos com maior intensidade.
Neste sentido, dois tópicos do edital são responsáveis, nas últimas questões, por mais
da metade das questões elaboradas sobre a matéria, sendo eles:
a) Lei dos Partidos Políticos
b) Lei das Eleições

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Todos os pontos do edital estão minuciosamente estudados no curso de Direito Eleitoral


destinado ao concurso do TSE. Aqui, conforme mencionado no início da aula, a ideia é verificar
e memorizar, por meio da aplicação do “Princípio de Pareto”, os assuntos historicamente
mais exigidos pela banca organizadora, algo que otimizará em diversos aspectos a sua
preparação.
Sendo assim, iremos, em um primeiro momento, ter contato com um resumo dos
principais pontos estudados, oportunidade em que faremos uso, além de um resumo
detalhado da matéria, de quadros sinóticos, gráficos e tabelas. Após, resolveremos
questões anteriores destinadas a sedimentar o processo de revisão.

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DIREITO ELEITORAL

1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL – COMPOSIÇÃO E


COMPETÊNCIAS
Todos os Poderes da República desempenham funções típicas e atípicas, sendo que a
função típica do Poder Judiciário é a de julgar.
Em nosso ordenamento jurídico, é adotado o sistema de unicidade jurisdicional, de
forma que todas as causas podem ser levadas à análise do Poder Judiciário.
A Justiça Eleitoral faz parte do Poder Judiciário da União, sendo considerada uma
justiça especializada. Por integrar o Poder Judiciário, a Justiça Eleitoral desempenha
tanto atividades típicas ( julgar) quanto atípicas.
No que se refere à Justiça Eleitoral, que integra o Poder Judiciário, é possível identificar o
exercício de quatro diferentes funções, sendo elas a jurisdicional, a consultiva, a normativa
e a administrativa.
Permite que os órgãos da Justiça Eleitoral decidam, com caráter de
Função Jurisdicional definitividade, os conflitos relacionados com o Direito Eleitoral.
Seu exercício depende de provocação de uma das partes interessadas.
Trata-se da possibilidade do TSE e dos TREs realizarem consulta, em
Função Consultiva
tese, acerca de assuntos relacionados com o processo eleitoral.
Materializada na expedição de Resoluções do TSE, que possuem a
finalidade de detalhar e regulamentar as questões eleitorais.
Apenas podem ser objeto da função normativa as matérias
Função Normativa
especificamente autorizadas por meio de lei.
Não pode ser objeto da função normativa a matéria relativa à organização
dos partidos políticos.
São todos os atos editados pelos servidores públicos e relacionados
com a preparação do processo eleitoral.
Função Administrativa A função administrativa é uma exceção à função típica do Poder
Judiciário, podendo ser exercida de ofício, isto é, sem a necessidade
de prévia provocação.

É possível identificar a presença de quatro importantes características que distinguem


a Justiça Eleitoral dos demais ramos do Poder Judiciário, sendo elas:
a) Necessidade de lei complementar para disciplinar a organização e competência
b) Inexistência de magistratura específica
c) Periodicidade dos mandatos
d) Relativização das garantias constitucionais

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Sedimentando as características da Justiça Eleitoral, chegamos às seguintes informações:


A Constituição Federal exige lei complementar para a disciplina dos
assuntos relacionados com a composição e competências da Justiça
Necessidade de lei
Eleitoral.
complementar para
O Código Eleitoral, por estabelecer normas relacionadas com estas
disciplinar a organização e
matérias, foi recepcionado, no que se refere à composição e à competência,
competência
com status de lei complementar. Na demais parte, o Código Eleitoral
continua sendo lei ordinária.
A Justiça Eleitoral não conta com um quadro próprio de magistrados. Logo,
Inexistência de
a composição dos órgãos eleitorais é feita com base em membros oriundos
magistratura específica
de outros órgãos públicos, de advogados e até mesmo de cidadãos.
Os membros dos órgãos da Justiça Eleitoral desempenham suas atribuições
Periodicidade dos mandatos
por um período determinado de tempo. Trata-se da “regra dos biênios”.
Todos os magistrados possuem as garantias da vitaliciedade, na
inamovibilidade e da irredutibilidade de subsídios.
No caso da Justiça Eleitoral, que não conta com um quadro próprio de
Relativização das garantias magistrados, as garantias são atendidas no órgão de origem.
constitucionais Mesmo os Juízes de Direito que não contem, ainda, com a vitaliciedade,
podem exercer as funções de Juiz Eleitoral.
Os advogados possuem a garantia da vitaliciedade durante o período do
respectivo mandato (regra dos biênios).

São órgãos da Justiça Eleitoral:


I – o Tribunal Superior Eleitoral;
II – os Tribunais Regionais Eleitorais;
III – os Juízes Eleitorais;
IV – as Juntas Eleitorais.
A relação de órgão apresentada trata-se uma lista taxativa! Assim, toda e qualquer
questão que mencione que fazem parte da Justiça Eleitoral, por exemplo, o Ministério Público
Eleitoral ou os Procuradores e Corregedores Eleitorais deve ser assinalada como errada.
No âmbito da estrutura da Justiça Eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral ocupa o ápice
da pirâmide, sendo, em regra, o órgão com capacidade para resolver, em última análise, os
conflitos que surgirem no âmbito da Justiça Eleitoral.

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Os membros dos tribunais eleitorais são oriundos de diversos outros órgãos ou carreiras.
No caso do TSE, a composição abrange membros do STF, do STJ e advogados.

Com relação aos advogados, que devem reunir os requisitos de notável saber jurídico
e idoneidade moral, o STF forma uma lista tríplice, que será encaminhada para nomeação,
por parte do Presidente da República, de um dos nomes.

De acordo com as regras da Constituição Federal, o Presidente e o Vice do TSE serão


escolhidos dentre os membros oriundos do STF. Já o Corregedor Geral será escolhido dentre
um dos membros oriundos do STJ.

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Como regra geral, as decisões dos Tribunais Eleitorais não podem ser objeto de recurso.
Das decisões dos TREs em que o recurso é possível, a decisão será de competência do
Tribunal Superior Eleitoral.
Das decisões do TSE em que o recurso é possível, a decisão será de competência do
Supremo Tribunal Federal.
Em sua composição, o TRE será formado, de forma semelhante ao que ocorre com o
TSE, por membros oriundos de outras carreiras. No entanto, como estamos diante de um
órgão de segunda instância, os membros serão originários de carreiras de outros órgãos
desta mesma instância.

Com relação à nomeação dos advogados, a escolha ocorrerá, assim como ocorre com o
TSE, por meio de lista tríplice. No âmbito dos TREs, no entanto, a lista tríplice é organizada
pelo Tribunal de Justiça, que a encaminha ao respectivo TRE. Posteriormente, o TRE
encaminha a lista ao TSE, que, por sua vez, a remete ao Presidente da República. De posse
da lista, o Presidente escolhe e nomeia um dos respetivos membros para cada vaga.

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O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os


desembargadores. A escolha do Corregedor Regional caberá ao regimento interno de cada um
dos Tribunais Regionais Eleitorais. Costumeiramente, o cargo é exercido, cumulativamente,
pelo Vice Presidente do tribunal.

A Zona Eleitoral corresponde a um limite de jurisdição onde um Juiz Eleitoral exerce


suas atribuições. Já as Seções Eleitorais são as divisões existentes dentro de cada Zona.
Em cada Seção Eleitoral será instalada uma Urna Eleitoral com a finalidade de realizar a
votação dos eleitores. Cabe a jurisdição de cada uma das zonas eleitorais a um juiz de
direito em efetivo exercício.
Nas comarcas da Justiça Comum que contatem com apenas uma Vara Judicial, o Juiz
titular da Vara será o responsável por desempenhar as atividades de Juiz Eleitoral. Neste
caso, o desempenho das funções ocorre por prazo indeterminado, uma vez que há, na
região, apenas um magistrado. Ocorrendo, por exemplo, a remoção do juiz do seu cargo
de origem (da Comarca do Tribunal de Justiça), o Juiz que assumir a comarca acumulará,
juntamente com as funções da Justiça Comum, as atribuições de Juiz Eleitoral.
Nas comarcas da Justiça Comum que disponham de mais de um Juiz de Direito, será
realizado um rodízio para o desempenho das funções de Juiz Eleitoral. Aqui, será observada
a “regra dos biênios”, sendo que, em regra, cada um dos magistrados exercerá as atividades
eleitorais pelo prazo máximo de 2 anos.
A Justiça Eleitoral, ao contrário das demais “Justiças”, apresenta dois órgãos com
competência de primeira instância, sendo eles os Juízes Eleitorais e as Juntas Eleitorais.
Assim, temos, no primeiro grau, um órgão simples (Juiz Eleitoral) e um órgão colegiado
(Juntas Eleitorais).

O Presidente da Junta Eleitoral sempre será um Juiz de Direito. Embora não haja
obrigatoriedade do Juiz em questão ser aquele que exerce atribuições da respectiva Zona
Eleitoral, tal procedimento se mostra conveniente e é o habitualmente adotado.

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Além do Juiz Eleitoral, a Junta será composta por 2 ou 4 cidadãos de notória idoneidade.
Aqui, devemos observar que não há a possibilidade da Junta contar com, por exemplo,
3 cidadãos. A composição, conforme mencionado, é de 2 ou 4 cidadãos.
Os membros das Juntas serão nomeados 60 dias antes das eleições. No prazo de 10
dias antes da nomeação, o nome das pessoas indicadas para fazerem parte das Juntas será
publicado na imprensa oficial, podendo qualquer partido, no prazo de 3 dias, impugnar as
indicações. Basicamente, o processo de escolha e nomeação dos membros se desenvolve
da seguinte forma:
a) Inicialmente, compete ao Juiz Eleitoral escolher os membros que irão compor as
Juntas Eleitorais;
b) No prazo de 10 dias antes da nomeação, os nomes são divulgados na imprensa
oficial, a partir do qual qualquer partido político, no prazo de 3 dias, poderá impugnar
as indicações.
c) Resolvidas as eventuais impugnações, os membros das Juntas serão nomeados no prazo
de 60 dias antes das eleições. Aqui, merece ser destacado que a nomeação será realizada
pelo Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, após a aprovação do respectivo TRE.
O Código Eleitoral relaciona uma lista de pessoas que não podem ser nomeados como
membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares, sendo eles:
a) os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive,
e bem assim o cônjuge;
b) os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e cujos
nomes tenham sido oficialmente publicados;
c) as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de
cargos de confiança do Executivo;
d) os que pertencerem ao serviço eleitoral.
O prazo para que as Juntas Eleitorais apurem as eleições realizadas nas zonas eleitorais
de sua jurisdição é de 10 dias. Atualmente, com o sistema eletrônico de votação, este prazo
é tranquilamente atendido. Na época do sistema manual de votação, com o uso de cédulas,
era bastante comum que a apuração levasse vários dias após as eleições.

2. LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS


O Partido Político é pessoa jurídica de direito privado. E uma vez que o mesmo é regido
por tal ramo do direito, nada mais natural do que vigorar regras que assegurem a liberdade
de atuação da agremiação.
Assim, o partido político pode ser conceituado como uma associação em que os seus
fundadores e associados buscam o compartilhamento de ideias em comum. Todo partido,
por isso mesmo, possui uma ideologia a ser defendida, a qual será exposta à população na
tentativa de eleição de filiados da agremiação como representantes populares.

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Como decorrência desta liberdade de atuação é que a norma apresenta, por exemplo,
a previsão de que é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.
De igual forma, é assegurada ao partido político autonomia para definir sua estrutura
interna, organização e funcionamento.

Obs.: O partido político possui autonomia para definir o prazo de duração dos mandatos
dos membros dos seus órgãos partidários, sejam eles permanentes ou provisórios.
O prazo de vigência dos órgãos provisórios dos partidos políticos poderá ser de até
8 anos.
Terminado o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção
automática do órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica (CNPJ). A regra geral é que o diretório provisório seja transformado
em definitivo. Logo, caso isso não ocorra dentro do prazo máximo de vigência, não
há que se falar, apenas pelo decurso do prazo de 8 anos, em extinção do diretório
provisório e cancelamento do CNPJ.

Apenas poderá ser registrado no TSE o estatuto do partido que tenha caráter nacional,
assim considerado aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores
não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento)
dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados
os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um
mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles.
Observem que são três as regras a serem observadas para que um partido político tenha
caráter nacional, sendo elas:
a) apoiamento mínimo de 0,5% dos votos válidos dados na última eleição para a
Câmara de Deputados;
b) o apoiamento deverá estar distribuído por pelo menos 1/3 dos Estados da Federação;
c) em cada Estado, deverá haver o apoiamento mínimo de 1/10 do eleitorado que
tenha votado.
Uma vez comprovado o caráter nacional, o estatuto do partido político poderá ser
registrado no TSE e, com isso, fazer jus a uma série de direitos, dentre os quais se destaca
a possibilidade de participar do processo eleitoral, o recebimento de recursos do Fundo
Partidário e o acesso gratuito ao rádio e televisão. Da mesma forma, o registro do estatuto
do partido assegura a exclusividade de sua denominação, sigla e símbolos, vedada a
utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.

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Natureza Jurídica Pessoa Jurídica de Direito Privado.


Princípio da Os Partidos são livres para definir sua organização interna e a forma
Liberdade como funcionarão.
Princípio da
Os filiados possuem os mesmos direitos e deveres.
Igualdade
Todo Partido Político apenas poderá ter caráter nacional, de forma que
Caráter Nacional é vedada a existência de partidos de caráter exclusivamente estadual ou
municipal.
O partido não poderá:
a) subordinar-se a entidades ou governos estrangeiros.
Vedações
b) adotar uniforme para seus membros;
c) ministrar instrução militar ou paramilitar;
O prazo de vigência poderá ser de até 8 anos;
Terminado o prazo de vigência, ficam vedados a extinção automática do
Órgãos Provisórios
órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ).

As fases de constituição de um Partido Político podem ser divididas em três:

1º – Aquisição da Personalidade Jurídica: A aquisição da personalidade jurídica do


Partido (considerando que o mesmo é Pessoa Jurídica de Direito Privado) é feita mediante
o registro do mesmo no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, tal como ocorre
com as demais empresas e associações privadas. O requerimento indicará o nome e função
dos dirigentes provisórios e o endereço da sede do partido no território nacional.

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2º – Apoiamento Mínimo: Com a aquisição da Personalidade Jurídica, o Partido Político


deve proceder ao apoiamento mínimo necessário para o registro do seu Estatuto. A prova
do apoiamento mínimo de eleitores é feita por meio de suas assinaturas, com menção
ao número do respectivo título eleitoral, em listas organizadas para cada Zona, sendo a
veracidade das respectivas assinaturas e o número dos títulos atestados pelo Escrivão
Eleitoral, que, ao receber cada uma das listas, dá recibo imediato do seu recebimento e,
no prazo de 15 dias, lavra o seu atestado.
3º – Registro do Estatuto no TSE: Com a personalidade jurídica e o apoiamento mínimo
necessário, é chegado o momento do partido político proceder ao registro do seu Estatuto
no Tribunal Superior Eleitoral.
Vejamos os documentos necessários para a aquisição da personalidade jurídica e para
o registro do estatuto no TSE:
Registro do Estatuto do Partido
Aquisição da Personalidade Jurídica
Político no TSE
a) Cópia autêntica da ata da reunião de fundação do a) Exemplar autenticado do inteiro teor
partido; do programa e do estatuto partidários,
b) Exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inscritos no Registro Civil;
inteiro teor, o programa e o estatuto; b) Certidão do registro civil da pessoa
c) Relação de todos os fundadores com o nome jurídica;
completo, naturalidade, número do título eleitoral c) Certidões dos cartórios eleitorais
com a Zona, Seção, Município e Estado, profissão e que comprovem ter o partido obtido o
endereço da residência; apoiamento mínimo de eleitores;

Os Partidos Políticos também poderão registrar delegados nas três esferas da Justiça
Eleitoral, ou seja, TSE, TREs e Juízos Eleitorais.
Dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em federação, a qual, após sua
constituição e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como se
fosse uma única agremiação partidária. No processo de criação, a federação partidária
deverá observar uma série de regras, sendo elas:
a) a federação somente poderá ser integrada por partidos com registro definitivo
no Tribunal Superior Eleitoral;
b) os partidos reunidos em federação deverão permanecer a ela filiados por, no
mínimo, 4 anos. Em caso de descumprimento do prazo mínimo estabelecido, o partido
ficará vedado de ingressar em federação e de celebrar coligação nas 2 eleições seguintes
e, até completar o prazo mínimo remanescente, de utilizar o fundo partidário.
c) a federação poderá ser constituída até a data final do período de realização das
convenções partidárias.
d) a federação terá abrangência nacional e seu registro será encaminhado ao Tribunal
Superior Eleitoral.

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Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos.
Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o atendimento das
regras estatutárias do partido. Deferida a filiação do eleitor, será entregue comprovante
ao interessado, no modelo adotado pelo partido.
Deferido internamente o pedido de filiação, o partido político, por seus órgãos de
direção municipais, regionais ou nacional, deverá inserir os dados do filiado no sistema
eletrônico da Justiça Eleitoral, que automaticamente enviará aos juízes eleitorais, para
arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de
candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará:
a) a data de filiação;
b) o número dos títulos eleitorais;
c) o número das seções em que estão inscritos;
É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária
superiores aos previstos nesta lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos. Contudo, os
prazos de filiação partidária fixados no estatuto do partido, com vistas a candidatura a
cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.
Para desligar-se do partido político, deverá o filiado, mediante comunicação escrita ao
órgão de direção municipal e ao respectivo Juiz Eleitoral da Zona em que estiver escrito,
requerer o seu desligamento. Decorridos 2 dias da data da entrega da comunicação, o
vínculo com o Partido Político considera-se extinto para todos os efeitos.

O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:


I – morte;
II – perda dos direitos políticos;
III – expulsão;
IV – outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido
no prazo de quarenta e oito horas da decisão.
V – filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva
Zona Eleitoral.

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A regra geral é a impossibilidade do detentor de mandato eletivo se desfiliar do


partido para o qual foi eleito. Caso isso ocorra, acarretará a perda do mandato do respectivo
agente político. Em caráter de exceção, as situações elencadas pela norma são aquelas que
não são consideradas como ensejadoras de perda do mandato eletivo.
Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores
Regra Geral
que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato
1) anuência do partido
2) situações de justa causa definidas em lei, sendo elas:
a) mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
Exceções b) grave discriminação política pessoal;
c) mudança de partido efetuada durante o período de 30 dias que antecede o prazo de
filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término
do mandato vigente.

A Lei dos Partidos Políticos estabelece que é vedado ao partido receber, direta ou
indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou
estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
• Entidade ou governo estrangeiros;
• Entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações do
Fundo Partidário e as provenientes do Fundo Especial de Financiamento de Campanha;
• Entidade de classe ou sindical;
• Pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração,
ou cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido político;
O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil
do exercício findo até o dia 30 de junho do ano seguinte. A título de exemplo, o balanço
contábil do exercício de 2019 deverá ser encaminhado à Justiça Eleitoral até o dia 30 de
junho de 2020.
O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos
órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes
Eleitorais. Uma vez recebidos os balanços, a Justiça Eleitoral determina, imediatamente,
a publicação dos balanços na imprensa oficial, e, onde ela não exista, procede à afixação
dos mesmos no Cartório Eleitoral.

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A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o


impeça de participar do pleito eleitoral.
As decisões da Justiça Eleitoral nos processos de prestação de contas não ensejam,
ainda que desaprovadas as contas, a inscrição dos dirigentes partidários no Cadastro
Informativo dos Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin).

Quem examina a prestação de contas dos partidos políticos é a Justiça Eleitoral, e não
os Tribunais de Contas. Em caso de necessidade, os órgãos da Justiça Eleitoral poderão
solicitar o auxílio de servidores das Cortes de Contas.
A propaganda partidária deve ser gratuita, devendo ser transmitida no rádio e na
televisão entre as 19h30 e as 22h30, seja em âmbito nacional ou regional. A iniciativa e a
responsabilidade acerca da realização da propaganda é dos respectivos órgãos de direção
partidária.

Um ponto importante é que as inserções a serem feitas na programação das emissoras


serão determinadas:
a) pelo Tribunal Superior Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção nacional
de partido político;
b) pelo Tribunal Regional Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção estadual
de partido político.
Como forma de separar as inserções realizadas nas esferas nacional e estadual, o texto
legal determina que as inserções serão veiculadas da seguinte forma: a) as nacionais: nas
terças-feiras, quintas-feiras e sábados; b) as estaduais: nas segundas-feiras, quartas-
feiras e sextas-feiras.

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Em cada rede, somente serão autorizadas até 10 inserções de 30 segundos por dia. As
mencionadas inserções deverão ser veiculadas pelas emissoras de rádio e de televisão no
horário estabelecido, sendo divididas proporcionalmente dentro dos intervalos comerciais
no decorrer das 3 horas de veiculação, da seguinte forma:
a) na primeira hora de veiculação, no máximo 3 inserções;
b) na segunda hora de veiculação, no máximo 3 inserções;
c) na terceira hora de veiculação, no máximo 4 inserções.
O partido político com estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral poderá divulgar
propaganda partidária gratuita mediante transmissão no rádio e na televisão, por meio exclusivo de
inserções
Conteúdo permitido Conteúdo vedado
a) a participação de pessoas não filiadas ao partido
a) difundir os programas partidários; responsável pelo programa;
b) transmitir mensagens aos filiados sobre b) a divulgação de propaganda de candidatos a cargos
a execução do programa partidário, os eletivos e a defesa de interesses pessoais ou de outros
eventos com este relacionados e as atividades partidos, bem como toda forma de propaganda eleitoral;
congressuais do partido; c) a utilização de imagens ou de cenas incorretas ou
c) divulgar a posição do partido em relação a incompletas, de efeitos ou de quaisquer outros recursos
temas políticos e ações da sociedade civil; que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação;
d) incentivar a filiação partidária e esclarecer d) a utilização de matérias que possam ser comprovadas
o papel dos partidos na democracia brasileira; como falsas (fake news);
e) promover e difundir a participação política e) a prática de atos que resultem em qualquer tipo de
das mulheres, dos jovens e dos negros. preconceito racial, de gênero ou de local de origem;
f) a prática de atos que incitem a violência.

Atendidos os requisitos constitucionais, os partidos políticos terão assegurado o direito


de acesso gratuito ao rádio e à televisão, na proporção de sua bancada eleita em cada
eleição geral, nos seguintes termos:
a) partido que tenha eleito acima de 20 Deputados Federais: terá assegurado o direito
à utilização do tempo total de 20 minutos por semestre para inserções de 30 segundos nas
redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais;
b) partido que tenha eleito entre 10 e 20 Deputados Federais: terá assegurado o direito
à utilização do tempo total de 10 minutos por semestre para inserções de 30 segundos nas
redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais;
c) partido que tenha eleito até 9 Deputados Federais: terá assegurado o direito à
utilização do tempo total de 5 minutos por semestre para inserções de 30 segundos nas
redes nacionais, e de igual tempo nas redes estaduais.
Do tempo total disponível para o partido político, no mínimo 30% deverão ser destinados
à promoção e à difusão da participação política das mulheres.
É assegurado ao partido político com estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral
o direito à utilização gratuita de escolas públicas ou Casas Legislativas para a realização
de suas reuniões ou convenções, responsabilizando-se pelos danos porventura causados
com a realização do evento.

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3. LEI DAS ELEIÇÕES


O sistema majoritário é aquele utilizado para a eleição dos Chefes do Poder Executivo
(Prefeitos, Governadores, Presidente e respectivos vices) e para os cargos de Senador.
No caso de Governadores e Presidente, sempre poderemos ter segundo turno, sendo
que tal possibilidade ocorre quando nenhum dos candidatos alcançar a maioria absoluta
(mais que 50%) dos votos válidos. No caso dos cargos de Senador, em sentido oposto, a
eleição sempre será concluída em um único turno de votação. Logo, exige-se a obtenção
da maioria simples dos votos.
Para a eleição dos Prefeitos, temos que fazer uma distinção:
a) Nos municípios com menos de 200 mil eleitores, a eleição resolve-se com apenas um
turno de votação, sendo que aquele que obtiver mais votos é eleito para o cargo em disputa.
b) Nos municípios com mais de 200 mil eleitores, por outro lado, as regras a serem
adotadas são as mesmas das eleições para Governador e Presidente, ou seja, caso nenhum
dos candidatos alcançar a maioria absoluta dos votos válidos, teremos segundo turno,
concorrendo os dois candidatos de maior votação.
Eleições majoritárias absolutas Eleições majoritárias simples
Presidente Senadores
Governadores Prefeitos em municípios com menos de 200 mil eleitores
Prefeitos em municípios com mais de
200 mil eleitores

O sistema proporcional adota uma sistemática completamente diferente daquela


adotada nas eleições majoritárias, de forma que nem sempre o candidato de maior votação
será o eleito para o cargo em disputa.
Tal sistema tem por objetivo fazer com que os pequenos partidos políticos consigam
eleger seus candidatos, em plena consonância com o fundamento constitucional do
pluralismo político.
Os cargos escolhidos por meio do sistema proporcional são os seguintes: Vereador,
Deputado Estadual ou Distrital e Deputado Federal.
Será considerado eleito o candidato a Presidente ou a Governador que obtiver a maioria
absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, será realizada
nova eleição no último domingo de outubro, concorrendo os dois candidatos mais votados,
e considerando-se eleito o que obtiver a maioria dos votos válidos.
Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento
legal de candidato, será convocado, dentre os remanescentes, o de maior votação.
Se remanescer em segundo lugar mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-
se-á o mais idoso.

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Poderá participar das eleições o partido que, até 6 meses antes do pleito, tenha
registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, conforme o disposto em lei, e
tenha, até a data da convenção, órgão de direção constituído na circunscrição, de acordo
com o respectivo estatuto.
Prazo Medida a ser adotada
Até 6 meses antes da eleição Registro do estatuto partidário junto ao TSE
Ter órgão de direção constituído na circunscrição
Até a data da convenção partidária
eleitoral

As coligações partidárias apenas podem ser celebradas para as eleições majoritárias,


não sendo admitidas nas eleições proporcionais.
A coligação funcionará como um só partido durante o período de realização das eleições,
sendo a ela atribuídas todas as obrigações e prerrogativas de partido político no trato com
a Justiça Eleitoral.

A coligação será representada perante a Justiça Eleitoral de duas diferentes formas: pelo
representante da coligação ou por delegados indicados pelos partidos que a compõem.
No caso dos delegados, devemos memorizar que poderão ser nomeados, a depender do
órgão da Justiça Eleitoral, um número diferente de membros, a saber:
• 3 delegados perante o Juízo Eleitoral;
• 4 delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral;
• 5 delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral.

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A responsabilidade pelo pagamento de multas decorrentes de propaganda eleitoral é


solidária entre os candidatos e os respectivos partidos, não alcançando outros partidos
mesmo quando integrantes de uma mesma coligação.
As convenções são o momento em que cada partido se reúne com a finalidade de escolher
quais dos seus filiados serão escolhidos para disputar as eleições.
As convenções, considerando que os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito
privado, são estabelecidas internamente, no regimento de cada partido, com o único dever
de observar as normas estipuladas pela Lei das Eleições. Logo, não pode o Poder Público
interferir na forma como cada partido escolhe os seus representantes. O que pode ser
feito, apenas, é a invalidação do processo quando não respeitadas as disposições legais.
A depender da esfera federativa em que a eleição será realizada, teremos três níveis
de convenções: municipal, estadual e nacional.
Convenções Municipais Prefeito, Vice e Vereadores
Convenções Estaduais Deputados, Senadores, Governador e Vice
Convenções Federais Presidente e Vice

Caso os órgãos partidários de nível municipal ou estadual se opuserem às regras


estabelecidas pelo órgão nacional, este poderá anular as deliberações dos órgãos inferiores,
com a obrigatoriedade de comunicar tais providências, à Justiça Eleitoral, no prazo de
30 dias após a data limite para registro dos candidatos.
Caso, como resultado da anulação do órgão superior, haja a necessidade de escolha de
novo candidatos, o pedido deverá ser feito nos 10 dias seguintes à deliberação.

A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ser
feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições,
lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada
em 24 horas em qualquer meio de comunicação.

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Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até


as 19 horas do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva


circunscrição pelo prazo de 6 meses e estar com a filiação deferida pelo partido no
mesmo prazo.

Cada partido poderá registrar candidatos para as respectivas Casas Legislativas no


total de 100% + 1 dos lugares a serem preenchidos.
Do número de vagas resultante das regras previstas, cada partido ou coligação preencherá
o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo.

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Na hipótese do partido ou da coligação não requerer o registro de seus candidatos, estes


poderão fazê-lo perante a Justiça Eleitoral, devendo observar, para isso, o prazo máximo
de 48 horas seguintes à publicação da lista dos candidatos pela Justiça Eleitoral.

Em caso de homonímia (nomes com a mesma pronúncia ou com a mesma escrita), a


Justiça Eleitoral adotará as seguintes providências com o objetivo de solucionar o conflito:
a) havendo dúvida, poderá exigir do candidato prova de que é conhecido por dada
opção de nome indicada no pedido de registro;
b) ao candidato que, na data máxima prevista para o registro, esteja exercendo mandato
eletivo ou o tenha exercido nos últimos quatro anos, ou que nesse mesmo prazo se tenha
candidatado com um dos nomes que indicou, será deferido o seu uso no registro, ficando
outros candidatos impedidos de fazer propaganda com esse mesmo nome;
c) ao candidato que, pela sua vida política, social ou profissional, seja identificado por
um dado nome que tenha indicado, será deferido o registro com esse nome, observado,
contudo, se não há outro candidato que já exerça ou tenha exercido, nos últimos 4 anos,
mandato eletivo com o mesmo nome;
d) tratando-se de candidatos cuja homonímia não se resolva pelas regras elencadas, a
Justiça Eleitoral deverá notificá-los para que, em 2 dias, cheguem a um acordo sobre os
respectivos nomes a serem usados. Não havendo acordo, a Justiça Eleitoral registrará
cada candidato com o nome e sobrenome constantes do pedido de registro, observada
a ordem de preferência ali definida.
A regra é a possibilidade de substituição, de forma que os partidos e coligações podem
perfeitamente substituir os candidatos. Tal substituição, no entanto, deverá ser registrada
no prazo de 10 dias da ocorrência do fato gerador que deu ensejo à substituição, e desde
que tal pedido seja feito com antecedência mínima de 20 dias da data da realização
das eleições.
Exceção a esta regra são as hipóteses de falecimento de candidatos já registrados,
situação em que a substituição poderá ocorrer a qualquer tempo (e não com a antecedência
mínima de 20 dias das eleições).

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Nas eleições majoritárias, caso o candidato seja de coligação, a substituição deverá ser
realizada por decisão da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos partidos
coligados, podendo o substituto ser filiado a qualquer partido dela integrante, desde que,
para isso, o partido ao qual pertencia o substituído renuncie ao direito de preferência.
A depender do cargo em disputa, os candidatos serão identificados numericamente de
diferentes formas. A identificação é importante, haja vista que é por meio destes números
que o eleitor, fazendo uso da urna eletrônica, vota em determinado candidato.
Candidatos Identificação Numérica
Chefes do Poder Executivo Número do partido ao qual estiverem filiados. Total de 2
(Presidente, Governador e Prefeito) Dígitos.
Número do partido acrescido de um algarismo à direita. Total
Senadores
de 3 Dígitos.
Número do partido acrescido de 2 algarismos à direita. Total
Deputados Federais
de 4 Dígitos.
Número do partido acrescido de 3 algarismos à direita. Total
Deputados Estaduais ou Distritais
de 5 Dígitos.
Vereadores Numeração disciplinada por Resolução do TSE

Com a adoção das urnas eletrônicas como forma de realizar as eleições, a votação em
papel (realizada por meio de cédulas) foi substituída pelo sistema eletrônico de votação.
O objetivo, com a modificação, foi conferir maior segurança para o voto do eleitor e maior
celeridade no processo de apuração dos votos.
A votação por meio eletrônico poderá ocorrer tanto no candidato quanto na respectiva
legenda partidária, que nada mais é do que o número do partido ao qual o candidato pertence.
Além de votar no candidato ou na legenda partidária, poderá o eleitor votar em branco
(quando não quiser escolher nenhum representante para o cargo em disputa) ou anular
o voto (quando o eleitor digitar na urna eletrônica um número em que não seja possível
identificar nem o candidato e nem o respectivo partido político).

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Para fins de prova, devemos saber que tanto os votos em branco quanto os votos nulos
não são considerados votos válidos, não interferindo, consequentemente, no resultado
das eleições.

No caso das eleições gerais, a ordem de votação será a seguinte: 1º) Deputado Federal,
2º) Deputado Estadual ou Distrital; 3º) Senador; 4º) Governador e Vice-Governador de
Estado ou do Distrito Federal; 5º) Presidente e Vice-Presidente da República;
Nas eleições municipais, por sua vez, a ordem será a seguinte: 1º) Vereador; 2º)
Prefeito e Vice;

4. ALISTAMENTO ELEITORAL – REGRAS GERAIS


Para a realização do alistamento é necessário tanto a qualificação quanto a inscrição
do eleitor.
A qualificação pode ser entendida como a observância de todos os requisitos previstos
em lei, de forma que apenas estará qualificado o particular que reunir tais requisitos. Já a
inscrição é a fase posterior, sendo o ato em espécie de incluir o particular como cidadão,
titular de direitos políticos e detentor da capacidade eleitoral ativa (direito de votar).

O domicílio poderá ser deferido em razão de vínculos políticos, sociais ou comunitários,


afetivos, patrimoniais ou de negócios.

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Entende o tribunal que é possível o deferimento do alistamento do eleitor que apresente


como domicílio o local em que, ao concorrer como candidato, obteve a maior parte dos
votos nas últimas eleições.
É exigido, para fins de elegibilidade, o domicílio eleitoral na circunscrição. Neste sentido,
o domicílio do Prefeito, do Vice Prefeito e dos Vereadores é o respectivo Município. Para
os Governadores e respectivos vices, bem como para os Deputados Federais, Deputados
Estaduais e Senadores, qualquer município localizado dentro do respectivo Estado. Para
o Presidente e Vice Presidente, por fim, o domicílio será qualquer um dos municípios da
Federação.
A prova de qualquer um dos domicílios será feita mediante a apresentação do respectivo
título de eleitor.

Como regra geral, o eleitor ficará vinculado permanentemente à seção eleitoral indicada
no seu título, a menos que requeira a transferência ou se, antes do período de suspensão
do alistamento, comprovar que mudou de residência dentro do mesmo município, de
um distrito para outro ou para lugar muito distante da seção em que se acha inscrito.
No período de 150 dias antes da eleição, nenhum requerimento de alistamento eleitoral
ou de transferência será recebido pela Justiça Eleitoral.
A partir do dia seguinte à conclusão dos trabalhos de apuração em âmbito nacional,
novos pedidos de alistamento e de transferência voltarão a ser aceitos.
De acordo com as regras do Código Eleitoral, não são todos os cegos que podem se
alistar como eleitores, mas sim apenas aqueles que dominarem o sistema braile. Logo,
aqueles que não souberem fazer uso de tal sistema (que não estiverem alfabetizados)
estarão impedidos de realizar o alistamento.
Em caso de perda ou extravio do título, o eleitor deverá requerer a segunda via ao juiz
do seu domicílio eleitoral, medida esta que pode ser tomada até 10 dias antes da eleição.
No caso de inutilização ou dilaceração, o pedido deverá ser feito com a primeira via do

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título eleitoral. No caso de perda ou extravio, o eleitor não conta com a primeira via do
título. Assim, deverá o Juiz Eleitoral publicar na imprensa, no prazo de 5 dias, a notícia
do extravio ou da perda e o requerimento de segunda via do eleitor. Neste momento, os
interessados poderão oferecer impugnações ao deferimento da segunda via, desde que,
para isso, observem o prazo de 5 dias da publicação do Juiz.
A transferência será realizada sempre que o eleitor desejar alterar seu domicílio e for
encontrado em seu nome número de inscrição em qualquer município ou zona, unidade da
Federação ou país, em conjunto ou não com eventual retificação de dados.
Desta forma, são os seguintes os requisitos a serem observados para que a transferência
eleitoral seja possível:
a) Recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio até o 151º dia anterior
à eleição;
b) Transcurso de, pelo menos, 1 ano do alistamento ou da última transferência;
c) Residência mínima de 3 meses no novo domicílio, declarada, sob as penas da lei,
pelo próprio eleitor;
d) Prova de quitação com a Justiça Eleitoral.
Especificamente com relação aos servidores públicos que tiverem sido removidos
ou transferidos, bem como aos membros de suas famílias, os requisitos de residência
mínima de 3 meses no novo domicílio e de 1 ano do alistamento originário ou da última
transferência não precisam ser atendidos. Neste caso, entende o legislador que, pelo
fato do servidor ter sido removido e continuar a prestar um serviço público, não poderia
ele ser penalizado com requisitos que não poderiam ser atendidos justamente em razão
da remoção.
Requisitos a serem observados pelos servidores
Requisitos a serem observados para a
públicos removidos ou transferidos, bem como
realização da transferência
pelos respectivos familiares
a) recebimento do pedido no cartório eleitoral
do novo domicílio até o 151º dia anterior a
realização da eleição;
a) recebimento do pedido no cartório eleitoral do
b) transcurso de, pelo menos, 1 ano do
novo domicílio até o 151º dia anterior a realização
alistamento ou da última transferência;
da eleição;
c) residência mínima de 3 meses no novo
d) prova de quitação com a Justiça Eleitoral
domicílio, declarada, sob as penas da lei, pelo
próprio eleitor;
d) prova de quitação com a Justiça Eleitoral.

Com o cancelamento, caso o pedido não seja objeto de recurso ou de reativação, teremos,
após um lapso de tempo, a exclusão da inscrição da base de dados do TSE.

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Desta forma, chegamos à conclusão de que, ao passo que o cancelamento é um


procedimento provisório (fazendo com que a inscrição fique inativa e possa, inclusive,
ser reativada), a exclusão é um procedimento definitivo, ou seja, sem possibilidade de
modificação.

O cancelamento da inscrição do eleitor, nas situações anteriormente elencadas, poderá


ser promovido por:
a) Juiz Eleitor, de ofício (mediante sua iniciativa);
b) requerimento de delegado de partido político;
c) requerimento de qualquer eleitor;

Considerando que o cancelamento é uma medida temporária, uma vez cessada a


causa do cancelamento, poderá o interessado requerer novamente a sua qualificação
e inscrição.

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5. ALISTAMENTO ELEITORAL – RESOLUÇÃO TSE 23.659-2021


Podemos resumir as situações de alistamento por meio do gráfico a seguir:
a) Estrangeiros
Alistamento Proibido
b) Conscritos durante o serviço militar obrigatório
a) Analfabetos
Alistamento Facultativo b) Pessoas com idade entre 16 e 18 anos
c) Pessoas com idade superior a 70 anos
Alistamento Obrigatório a) Pessoas com mais de 18 anos

É possível observar que quatro são as diferentes diretrizes que devem ser observadas,
pela autoridade competente, na gestão do cadastro eleitoral e na prestação de serviços
eleitorais que lhe são correlatos, sendo elas:
a) modernização e desburocratização da gestão do cadastro eleitoral e dos serviços
que lhe forem correlatos;
b) conformidade do tratamento dos dados aos princípios e regras previstos na Lei
Geral de Proteção dos Dados – LGPD;
c) preservação e facilitação do exercício da cidadania por pessoas ainda não alcançadas
pela inclusão digital;
d) expansão e especialização dos serviços eleitorais com vistas ao adequado atendimento
a pessoas com deficiência e grupos socialmente vulneráveis e minorizados.
A cidadã e o cidadão poderão solicitar, perante qualquer juízo eleitoral, a emissão de
certidão circunstanciada relativa a informações constantes do seu histórico que não
estejam compreendidas nos modelos gerados automaticamente pelo sistema. Contudo,
eventual incorreção dos dados contidos na certidão somente poderá ser sanada perante o
cartório do domicílio do eleitor ou da eleitora.
Em caso de incorreção dos dados contidos
Requisição de certidões
na certidão
Poderá ser realizada no juízo de qualquer zona
eleitoral, ainda que diversa daquela em que a Somente poderá ser sanada perante o cartório
pessoa se encontra inscrita eleitora, ou obtidas do domicílio do eleitor ou da eleitora
na página da Justiça Eleitoral

A execução dos serviços de processamento eletrônico de dados, na Justiça Eleitoral, será


realizada, em cada circunscrição, por administração direta do tribunal regional eleitoral
respectivo, sob a orientação e supervisão do Tribunal Superior Eleitoral e na conformidade
de suas instruções. Já o cadastro eleitoral e as informações resultantes de sua atualização
serão administrados e utilizados, exclusivamente, pela Justiça Eleitoral.

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A obrigatoriedade e a facultatividade do alistamento eleitoral e do exercício do voto são


determinadas pelas regras constitucionais, não se aplicando eventuais disposições legais
em contrário. Para garantir este direito, a Justiça Eleitoral empreenderá meios destinados a
assegurar o alistamento e o exercício dos direitos políticos por pessoas com deficiência,
por pessoas que se encontram em prisão provisória e por adolescentes sob custódia
em unidade de internação.

É direito fundamental da pessoa indígena ter considerados, na prestação de serviços eleitorais,


sua organização social, seus costumes e suas línguas, crenças e tradições. A previsão, contudo,
não exclui a aplicação, às pessoas indígenas, das normas constitucionais, legais e regulamentares
que impõem obrigações eleitorais e delimitam o exercício dos direitos políticos.
No tratamento de dados das pessoas indígenas, não serão feitas distinções entre
“integradas” e “não integradas”, “aldeadas” e “não aldeadas”, ou qualquer outra que não
seja autoatribuída pelos próprios grupos étnico-raciais.
A pessoa indígena ficará dispensada da comprovação do domicílio eleitoral quando
o atendimento prestado pela Justiça Eleitoral ocorrer dentro dos limites das terras
em que habita ou quando for notória a vinculação de sua comunidade a esse território.
Indígena ficará dispensado da comprovação do domicílio eleitoral
Quando o atendimento prestado pela Justiça Eleitoral Quando for notória a vinculação de sua
ocorrer dentro dos limites das terras em que habita comunidade a esse território

É direito fundamental da pessoa com deficiência a implementação de medidas destinadas


a promover seu alistamento e o exercício de seus direitos políticos em igualdade de condições
com as demais pessoas.

Obs.: O direito conferido às pessoas com deficiência abrange inclusive aquelas que forem
declaradas relativamente incapaz para a prática de atos da vida civil, que estiverem
excepcionalmente sob curatela ou, ainda, que tiverem optado pela tomada de
decisão apoiada.
É assegurado à pessoa com deficiência os seguintes direitos:
a) escolher, no ato de alistamento, transferência ou revisão, local de votação que
permita sua vinculação a seção eleitoral com acessibilidade, dentro da zona eleitoral;
b) indicar, no prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para cada pleito, local de votação,
diverso daquele em que está sua seção de origem, no qual prefere exercer o voto, desde
que dentro dos limites da circunscrição do pleito;

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c) ser auxiliada, no ato de votar, por pessoa de sua escolha, ainda que não o tenha
requerido antecipadamente ao juízo eleitoral.
É direito fundamental da pessoa transgênera, preservados os dados do registro civil,
fazer constar do Cadastro Eleitoral seu nome social e sua identidade de gênero.
Neste ponto da matéria, é importante conhecermos as definições trazidas pela norma
acerca do nome social e da identidade de gênero.
Nome Social Identidade de Gênero
Considera-se identidade de gênero a atitude individual que diz
Considera-se nome social a
respeito à forma como cada pessoa se percebe e se relaciona
designação pela qual a pessoa
com as representações sociais de masculinidade e feminilidade e
transgênera se identifica e é
como isso se traduz em sua prática social, sem guardar necessária
socialmente reconhecida.
relação com o sexo biológico atribuído no nascimento.

Como regra geral, a Justiça Eleitoral não divulgará o nome civil da pessoa quando for
ela identificada por nome social constante do Cadastro Eleitoral. As exceções, quando a
divulgação será possível, são as seguintes situações:
a) as hipóteses em que for legalmente exigido o compartilhamento do dado;
b) para atendimento de solicitação formulada pelo(a) titular dos dados.
A pessoa brasileira nata ou naturalizada, residente no exterior, que tenha requerido
alistamento ou transferência para zona eleitoral do exterior até 150 dias antes do pleito,
poderá votar nas eleições para presidente e vice-presidente da República.

De acordo com a norma objeto de estudo, quatro são as operações que serão efetivadas
no cadastro eleitoral, sendo elas o alistamento, a transferência, a revisão e a segunda via.

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Para fins de fixação do domicílio eleitoral no alistamento e na transferência, deverá


ser comprovada a existência de vínculo residencial, afetivo, familiar, profissional, comunitário
ou de outra natureza que justifique a escolha do município. A fixação do domicílio eleitoral,
inclusive para fins de candidatura, retroagirá à data em que requerida a operação de
alistamento ou transferência que tenha sido devidamente concluída, independentemente
da data em que seja processado o lote do RAE ou venham a ser consideradas satisfeitas
eventuais diligências.
Na revisão e na segunda via, a data de fixação do domicílio eleitoral não será alterada.
A situação da inscrição eleitoral define sua disponibilidade para o exercício do voto e
para a realização das operações do Cadastro Eleitoral, e será uma das seguintes:
Quando a inscrição não estiver envolvida em duplicidade ou pluralidade e
Regular estiver disponível para o exercício do voto e habilitada para a transferência,
a revisão e a segunda via.
Quando, em razão de conscrição ou de suspensão de direitos políticos, a
Suspensa inscrição estiver temporariamente indisponível para o exercício do voto,
mas habilitada para a transferência, a revisão e a segunda via.
Quando a pessoa houver incorrido em uma das causas de cancelamento
previstas na legislação eleitoral, ficando a inscrição indisponível para o
Cancelada
exercício do voto e somente habilitada para a transferência ou a revisão
nos casos expressamente previstos.
Quando estiver agrupada em decorrência de semelhança de dados biométricos
ou biográficos identificada em batimento, e até a decisão da autoridade
judiciária, não puder ser objeto de transferência e revisão, figurando como:
Coincidente a) não liberada, se a inscrição coincidente não estiver disponível para o
exercício do voto; e
b) liberada, se a inscrição coincidente estiver disponível para o exercício
do voto;
Quando estiver agrupada em decorrência de batimento, em razão de dados
biométricos coletados na operação não coincidirem com os já existentes
Incoincidente
no cadastro e, até decisão da autoridade judiciária, não puder ser objeto
de transferência e revisão e figurar, necessariamente, como não liberada.
Quando a inserção da inscrição no Cadastro Eleitoral for inviabilizada em
Inexistente decorrência de decisão de autoridade judiciária ou de atualização automática
pelo sistema após o batimento, ficando indisponível para todos os fins.

É vedada a transferência e a revisão de inscrição envolvida em coincidência ou cancelada


em decorrência de perda de direitos políticos ou por decisão de autoridade judiciária.
Dentro dos 150 dias anteriores à data da eleição, não serão recebidos requerimentos
de alistamento, transferência ou revisão. O recebimento dos requerimentos será retomado
em todas as unidades de atendimento da Justiça Eleitoral, em âmbito nacional, após o
processamento dos dados de eleição, com observância à data-limite fixada na resolução
que trata do cronograma do Cadastro Eleitoral.

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O alistamento será realizado quando a pessoa requerer inscrição e:


a) em seu nome não for identificada inscrição em nenhuma zona eleitoral do país
ou no exterior; ou
b) a única inscrição localizada em seu nome estiver cancelada por determinação de
autoridade judiciária.
A atribuição do número de inscrição à pessoa alistanda será feita de forma automática
pelo sistema. Logo, o número de inscrição será composto por até 12 algarismos, assim
discriminados:
a) os 8 primeiros algarismos serão sequenciados, desprezando-se, na emissão, os zeros
à esquerda;
b) os 2 algarismos seguintes serão representativos da unidade da Federação de origem
da inscrição;
c) os 2 últimos algarismos constituirão dígitos verificadores, determinados com base
no “Módulo 11”, sendo o primeiro calculado sobre o número sequencial e o último sobre o
código da unidade da Federação seguido do primeiro dígito verificador.
Incorrerá em multa a ser imposta pelo juízo eleitoral e cobrada no ato do alistamento
a pessoa brasileira:
a) nata, nascida em território nacional, que não se alistar até os 19 anos;
b) nata, nascida em território nacional ou nascida no exterior, filha de brasileiro ou
brasileira registrada em repartição diplomática brasileira, que não se alistar até os 19 anos;
c) naturalizada, maior de 18 anos, que não se alistar até um ano depois de adquirida
a nacionalidade brasileira.
No entanto, a multa não será aplicada nas seguintes situações:
a) quando a pessoa brasileira nata requerer sua inscrição eleitoral até o 151º dia
anterior à eleição subsequente à data em que completar 19 anos, ou até a data em que
se completar um ano de sua opção pela nacionalidade brasileira, a depender da situação;
b) quando a pessoa se alfabetizar após a idade de 18 anos;
c) quando a pessoa declarar, perante qualquer juízo eleitoral, sob as penas da lei,
seu estado de pobreza.
A transferência apenas será admitida se forem satisfeitas as seguintes exigências:
a) apresentação do requerimento perante a unidade de atendimento da Justiça Eleitoral
do novo domicílio no prazo de até 151 dias antes das eleições;
b) transcurso de, pelo menos, 1 ano do alistamento ou da última transferência;
c) tempo mínimo de 3 meses de vínculo com o município, dentre aqueles aptos a
configurar o domicílio eleitoral, pelo tempo mínimo de 3 meses, declarado, sob as penas
da lei, pela própria pessoa;

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d) regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de atendimento


a convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.
Mas atenção! Os requisitos do transcurso de, pelo menos, 1 ano do alistamento ou da
última transferência, bem como do tempo mínimo de 3 meses de vínculo com o município,
dentre aqueles aptos a configurar o domicílio eleitoral, pelo tempo mínimo de 3 meses,
declarado, sob as penas da lei, pela própria pessoa, não são exigidos das seguintes pessoas:
a) servidora ou servidor público civil e militar ou de membro de sua família, por motivo
de remoção, transferência ou posse;
b) indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, trabalhadoras e trabalhadores
rurais safristas e pessoas que tenham sido forçadas, em razão de tragédia ambiental, a
mudar sua residência.
Requisitos para a realização da transferência eleitoral
Apresentação do requerimento perante a unidade de
Requisito que deve ser atendido por todas as
atendimento da Justiça Eleitoral do novo domicílio
pessoas
no prazo de até 151 dias antes das eleições;
Transcurso de, pelo menos, 1 ano do alistamento ou Não são exigidos das seguintes pessoas:
da última transferência; a) servidora ou servidor público civil e militar ou de
membro de sua família, por motivo de remoção,
Tempo mínimo de 3 meses de vínculo com o município, transferência ou posse;
dentre aqueles aptos a configurar o domicílio eleitoral, b) indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência,
pelo tempo mínimo de 3 meses, declarado, sob as trabalhadoras e trabalhadores rurais safristas e
penas da lei, pela própria pessoa; pessoas que tenham sido forçadas, em razão de
tragédia ambiental, a mudar sua residência.
Regular cumprimento das obrigações de
Requisito que deve ser atendido por todas as
comparecimento às urnas e de atendimento a
pessoas
convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.

A revisão será realizada quando a pessoa necessitar de uma das seguintes providências:
a) alterar o local de votação no mesmo município, ainda que não haja mudança de
zona eleitoral;
b) retificar os dados pessoais, cujas hipóteses serão especificadas em Provimento da
Corregedoria-Geral Eleitoral;
c) nas hipóteses em que for permitida a reutilização do número de inscrição, regularizar
a situação de inscrição cancelada.
A segunda via poderá ser requerida pelo eleitor, ao juízo de seu domicílio eleitoral, no
caso de perda, extravio, inutilização ou dilaceração do título eleitoral. Para isso, o eleitor
deverá possuir inscrição regular ou suspensa.
Segunda Via
Situações Ensejadoras Perda, extravio, inutilização ou dilaceração do título eleitoral
Requisitos A pessoa deve possuir inscrição regular ou suspensa
Local da Requisição Juízo do domicílio eleitoral

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Os pedidos de alistamento, revisão, transferência e segunda via, inclusive no caso de


pessoa residente no exterior, serão formalizados perante a Justiça Eleitoral por meio do
Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE), disponibilizado pelo Tribunal Superior
Eleitoral em modelo a ser preenchido e processado eletronicamente.
Atendidos os requisitos legais, o preenchimento do RAE será feito:
a) diretamente por atendente da Justiça Eleitoral, no momento do atendimento à pessoa;
b) em caráter prévio, pela própria pessoa, mediante utilização de serviço disponibilizado
no sítio do Tribunal Superior Eleitoral na internet para essa finalidade (“Título Net” ou
sistema que venha a substituí-lo). No entanto, se a existência de restrições cadastrais ao
requerimento da operação impedir a utilização do serviço, a pessoa deverá comparecer à
unidade de atendimento da Justiça Eleitoral para regularização.
O deferimento ou o indeferimento do alistamento ou da transferência poderão ser
objeto de recurso.
Deferimento do Alistamento ou da Indeferimento do Alistamento ou da
Transferência Transferência
Poderá ser objeto de recurso, no prazo de 5 dias, pelas
Qualquer partido político e o Ministério seguintes pessoas:
Público Eleitoral poderão interpor recurso a) o eleitor ou a eleitora, contando-se o prazo
contra o deferimento do alistamento ou da respectivo a partir da data em que for realizada a
transferência, no prazo de 10 dias, contados notificação;
da disponibilização da listagem b) o Ministério Público Eleitoral, fluindo o prazo
respectivo da disponibilização da listagem.

A pessoa alistanda ou eleitora menor de 18 anos tem capacidade para estar em juízo,
como recorrente ou recorrida, nos feitos que versem sobre sua inscrição eleitoral, sendo-
lhe facultada a assistência por seu/sua representante legal.
Enquanto o processo tramitar nas instâncias ordinárias, não será exigida do eleitor ou
da eleitora representação por advogado, devendo as intimações, inclusive no âmbito do
tribunal regional, ser realizadas de forma pessoal, preferencialmente por meio eletrônico.
No caso das Zonas, os partidos políticos poderão manter até 3 delegados. No TRE, por
sua vez, o número de delegados que poderão ser mantidos é de 4.

O Tribunal Superior Eleitoral realizará batimentos de dados biográficos e biométricos,


em âmbito nacional, com os seguintes objetivos:
a) identificar situações que exijam averiguação;

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b) expurgar inconformidades e outras irregularidades de inscrições eleitorais.


As inconformidades consistem em uma das seguintes situações, que demandarão
tratamento:
Quando houver indício de que uma única pessoa possui duas inscrições
eleitorais, em decorrência de uma inscrição indevida, seja por equívoco
Duplicidade
no atendimento ou pela tentativa maliciosa de obtenção de uma segunda
inscrição eleitoral.
Quando houver indício que uma única pessoa possui três ou mais inscrições
eleitorais, em decorrência de inscrições indevidas, seja por equívoco
Pluralidade
no atendimento ou pela tentativa maliciosa de obtenção de múltiplas
inscrições eleitorais.
Quando, na realização de transferência ou revisão eleitoral, forem
coletados dados biométricos que não coincidam com os já constantes
Incoincidências do cadastro para a inscrição eleitoral transferida ou revisada, indicando
um possível equívoco de atendimento ou a utilização indevida de dados
da pessoa por outrem.

As operações de alistamento, transferência e revisão somente serão incluídas no


cadastro ou efetivadas após submetidas a batimento de dados biográficos. Contudo, a
inclusão ou efetivação da operação não impede a adoção de medidas posteriores destinadas
a identificar inconsistências.
Identificada situação em que a mesma pessoa possua duas ou mais inscrições eleitorais
liberadas ou regulares, agrupadas ou não pelo batimento de dados biográficos, o cancelamento
recairá, preferencialmente, na seguinte ordem:
1º) na inscrição mais recente, efetuada contrariamente às instruções em vigor;
2º) na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral do eleitor ou da eleitora;
3º) na inscrição que não foi utilizada para o exercício do voto pela última vez;
4º) na mais antiga.

Obs.: Serão canceladas todas as inscrições, lançando-se o ASE respectivo, se não for
possível:
a) identificar a titularidade das inscrições;
b) afastar a incoincidência verificada no batimento de dados biométricos e determinar
com precisão qual inscrição deve ser mantida.

A correição de eleitorado poderá ser determinada, observada a conveniência e a


disponibilidade de recursos, pela Corregedoria Geral ou pela Corregedoria Regional, a
depender da situação ensejadora.

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Correição do Eleitorado
Iniciativa da Corregedoria Geral Iniciativa da Corregedoria Regional
a) quando o total de transferências ocorridas
no ano em curso seja 10% superior ao do ano
anterior;
b) quando o eleitorado for superior ao dobro
a) Quando houver indícios consistentes ou
da população entre dez e quinze anos, somada
denúncia fundamentada de fraude ou outras
à de idade superior a setenta anos do território
irregularidades no alistamento em zona ou
daquele município; e
município.
c) quando o eleitorado for superior a 65% e
menor ou igual a 80% da população projetada
para aquele ano pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).

A revisão do eleitorado pode ser conceituada como o procedimento destinado a sanar


ou impedir fraudes no cadastro de eleitores. Pode ocorrer de ofício (iniciativa da Justiça
Eleitoral) ou ser provocada por denúncia fundamentada de fraude.

Obs.: Não será realizada revisão de eleitorado:


a) em ano eleitoral, salvo se iniciado o procedimento revisional no ano anterior ou
se, verificada situação excepcional, o Tribunal Superior Eleitoral autorizar que a ele
se dê início; e
b) que abranja apenas parcialmente o território do município, ainda que seja
este dividido em mais de uma zona eleitoral.

O prazo do procedimento revisional será previsto no ato que determinar sua


Prazo mínimo
realização e será, no mínimo, de 30 dias.
Data limite para A conclusão dos procedimentos revisionais será fixada em data que não
conclusão ultrapasse 31 de março do ano de realização das eleições.
Prazo limite para O juiz ou a juíza eleitoral dará início ao procedimento revisional no prazo máximo
início da revisão de 30 dias, contado da determinação da revisão pelo tribunal competente.
Em qualquer modalidade de revisão de eleitorado, o juízo eleitoral poderá
requerer à presidência do tribunal regional eleitoral a prorrogação do prazo,
em ofício fundamentado, observada a antecedência mínima de 5 dias em
relação à data de conclusão dos trabalhos.
Prorrogação
Se, em decorrência da prorrogação do prazo, a conclusão dos trabalhos recair
em data posterior a 31 de março do ano eleitoral, a revisão de eleitorado não
poderá ser homologada antes que, findo o processamento dos arquivos de
urna, sejam retomadas as operações do Cadastro Eleitoral.

Incorrerá em multa, a ser arbitrada pelo juiz ou pela juíza eleitoral e cobrada na forma
prevista na legislação eleitoral, o eleitor ou a eleitora que deixar de votar e, a depender
da situação, não se justificar, tiver o processamento de seu pedido de justificativa
rejeitado pelo sistema ou, ainda, tiver seu pedido de justificativa indeferido pelo juiz
ou pela juíza da zona a que pertence sua inscrição eleitoral.

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Prazos para a justificação para o eleitor que deixar de votar


Regra Geral 60 dias, contados do dia da eleição
Eleitor que se encontrar no exterior na
30 dias, contados do seu retorno ao país
data do pleito

A fixação da multa observará a variação entre o mínimo de 3% e o máximo de 10%


do valor utilizado como base de cálculo, podendo ser decuplicado em razão da situação
econômica do eleitor ou da eleitora.
Também é importante mencionar que a pessoa que deixar de se apresentar aos trabalhos
eleitorais para os quais foi convocada e não se justificar perante o juízo eleitoral nos 30
dias seguintes ao pleito incorrerá em multa.
Pessoa que deixar de se apresentar aos trabalhos eleitorais para os quais foi convocada
Deve ser realizada perante o juízo eleitoral no prazo de 30 dias, contado
Justificativa
do pleito.
Aplicação de multa, que observará a variação entre o mínimo de 10%
Em caso de não
e o máximo de 50% do valor utilizado como base de cálculo, podendo
justificativa
ser decuplicada em razão da situação econômica do eleitor ou eleitora.
O valor final está a) quando a mesa receptora deixar de funcionar por sua culpa;
sujeito a duplicação b) quando a pessoa abandonar os trabalhos no decurso da votação sem
nas seguintes justa causa, hipótese na qual o prazo aplicável para a apresentação de
situações justificativa será de 3 dias após a ocorrência.

Será cancelada a inscrição do eleitor ou da eleitora que se abstiver de votar em três


eleições consecutivas, salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado
o pagamento de multa.
O cancelamento da inscrição do eleitor ou da eleitora não será aplicado nas seguintes situações:
a) quando o exercício do voto for facultativo;
b) quando, em razão de deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o
exercício do voto, o comando específico tiver sido lançado no sistema da Justiça Eleitoral;
c) quando, em razão da suspensão de direitos políticos, o exercício do voto esteja impedido.

6. SÚMULAS RELACIONADAS COM O CONTEÚDO


PROGRAMÁTICO
Como forma de garantir uma preparação completa, elenco a seguir as Súmulas do TSE
relacionadas com o conteúdo programático do presente edital.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula do TSE n. 10: No processo de registro de candidatos, quando a sentença for
entregue em cartório antes de três dias contados da conclusão ao juiz, o prazo para o recurso
ordinário, salvo intimação pessoal anterior, só se conta do termo final daquele tríduo.

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Súmula do TSE n. 11: No processo de registro de candidatos, o partido que não o


impugnou não tem legitimidade para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se
cuidar de matéria constitucional.
Súmula do TSE n. 15: O exercício de mandato eletivo não é circunstância capaz, por
si só, de comprovar a condição de alfabetizado do candidato.
Súmula do TSE n. 18: Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o
juiz eleitoral para, de ofício, instaurar procedimento com a finalidade de impor multa
pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo com a Lei n. 9.504/97.
Súmula do TSE n. 34: Não compete ao Tribunal Superior Eleitoral processar e julgar
mandado de segurança contra ato de membro de Tribunal Regional Eleitoral.
Súmula do TSE n. 35: Não é cabível reclamação para arguir o descumprimento de
resposta a consulta ou de ato normativo do Tribunal Superior Eleitoral.
Súmula do TSE n. 37: Compete originariamente ao Tribunal Superior Eleitoral processar
e julgar recurso contra expedição de diploma envolvendo eleições federais ou estaduais.
Súmula do TSE n. 38: Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, há
litisconsórcio passivo necessário entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária.
Súmula do TSE n. 39: Não há formação de litisconsórcio necessário em processos de
registro de candidatura.
Súmula do TSE n. 40: O partido político não é litisconsorte passivo necessário em
ações que visem à cassação de diploma.
Súmula do TSE n. 42: A decisão que julga não prestadas as contas de campanha impede
o candidato de obter a certidão de quitação eleitoral durante o curso do mandato ao
qual concorreu, persistindo esses efeitos, após esse período, até a efetiva apresentação
das contas.
Súmula do TSE n. 45: Nos processos de registro de candidatura, o Juiz Eleitoral pode
conhecer de ofício da existência de causas de inelegibilidade ou da ausência de condição
de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e a ampla defesa.
Súmula do TSE n. 48: A retirada da propaganda irregular, quando realizada em bem
particular, não é capaz de elidir a multa prevista no art. 37, § 1º, da Lei n. 9.504/97.
Súmula do TSE n. 51: O processo de registro de candidatura não é o meio adequado
para se afastarem os eventuais vícios apurados no processo de prestação de contas
de campanha ou partidárias.
Súmula do TSE n. 52: Em registro de candidatura, não cabe examinar o acerto ou
desacerto da decisão que examinou, em processo específico, a filiação partidária do
eleitor.
Súmula do TSE n. 53: O filiado a partido político, ainda que não seja candidato, possui
legitimidade e interesse para impugnar pedido de registro de coligação partidária da
qual é integrante, em razão de eventuais irregularidades havidas em convenção.

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Súmula do TSE n. 57: A apresentação das contas de campanha é suficiente para a


obtenção da quitação eleitoral, nos termos da nova redação conferida ao art. 11, §
7º, da Lei n. 9.504/97, pela Lei n. 12.034/2009.
Súmula do TSE n. 58: Não compete à Justiça Eleitoral, em processo de registro de
candidatura, verificar a prescrição da pretensão punitiva ou executória do candidato
e declarar a extinção da pena imposta pela Justiça Comum.
Súmula do TSE n. 67: A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se
aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário.

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QUESTÕES DE CONCURSO

001. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-PE)/2017/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


Quanto aos tribunais regionais eleitorais (TREs), assinale a opção correta.
a) Os TREs não têm competência para responder às consultas em tese sobre matéria eleitoral
feitas por partido político.
b) Compete aos TREs requisitar diretamente força federal, se isso for necessário ao
cumprimento de suas decisões.
c) As decisões dos TREs sobre ações que importem cassação de registro, anulação geral de
eleições ou perda de diplomas somente serão tomadas com a presença de todos os seus
membros.
d) As atribuições do corregedor-regional serão fixadas pelo TRE perante o qual servir e,
supletivamente, pelo TSE.
e) Os TREs deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença de dois
terços de seus membros.

002. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO (TRE-BA)/2017/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


Determinado tribunal regional eleitoral foi provocado a se manifestar, em ação correspondente,
a respeito de cassação de registro de candidato em determinada região de sua competência.
Presentes todos os seus membros, o tribunal, em decisão aprovada por unanimidade, se
pronunciou pelo deferimento do pleito de cassação.
Nessa situação hipotética, a validade da decisão está relacionada
a) à homologação pelo TSE.
b) à presença de todos os membros do tribunal.
c) à inaplicabilidade do efeito suspensivo dos recursos.
d) à avocação de competência.
e) à unanimidade da decisão.

003. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-TO)/2017/ADMINISTRATIVA) De acordo com o Código


Eleitoral, são órgãos integrantes da justiça eleitoral
a) os juízes eleitorais e os delegados partidários.
b) as juntas eleitorais e os delegados partidários.
c) o TSE e os delegados partidários.
d) o TSE e os tribunais regionais federais.
e) os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.

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004. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-BA)/2017/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


No transcorrer do processo eleitoral, será designado, para cada zona eleitoral, um juiz de
direito em efetivo exercício e cumprimento de suas competências. A legislação pertinente
determina que, entre outras atribuições, compete a esses magistrados
a) designar os locais das seções eleitorais até trinta dias antes das eleições.
b) ordenar o registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais, além de comunicar tal
fato, por ofício, à zona eleitoral de cada candidato.
c) fornecer, aos que não votarem por motivo justificado, certificado de ciência e da guia
de recolhimento de multa no patamar mínimo legal.
d) receber a lista dos membros das mesas receptoras indicados pelo respectivo TRE, assim
como nomeá-los definitivamente pelo menos cinco dias antes da eleição.
e) cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do TSE e do respectivo TRE.

005. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA (PC PE)/2016) No que se refere às competências originária


e privativa para processar e julgar ações junto aos tribunais eleitorais e à competência dos
juízes eleitorais e das juntas eleitorais, assinale a opção correta.
a) Compete aos juízes eleitorais a expedição do diploma de candidatos eleitos para ocupar
cargos municipais.
b) Caberá ao presidente do tribunal regional eleitoral, em razão de sua competência privativa,
encaminhar à assembleia legislativa estadual proposição de aumento do número de seus
juízes eleitorais.
c) A competência originária para processar e julgar ação de cancelamento do registro de
candidatos a cargos eletivos será do TSE.
d) Em se tratando de disputa de competência para o julgamento de crime eleitoral praticado
na divisa de dois municípios, o conflito de jurisdição será processado e julgado originariamente
pelo TSE.
e) As competências das juntas eleitorais incluem a nomeação, em audiência pública, nos
respectivos prazos legais, dos membros das mesas receptoras.

006. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-GO)/2015/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


Acerca do alistamento eleitoral e da organização da justiça eleitoral, julgue o próximo item.
O Tribunal Superior Eleitoral compõe-se de, no mínimo, sete membros, entre os quais estão
dois representantes do Ministério Público Federal.

007. (FGV/PROC LEG (CM SP)/CM SP/2024) João, professor de Direito Eleitoral, questionou
Joana, sua aluna, em relação às características essenciais da coligação partidária e aos
efeitos do seu surgimento em relação aos partidos políticos que a integram.

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Em resposta, Joana afirmou que


I. podem ser constituídas para as eleições majoritárias ou proporcionais.
II. devem ter estatuto próprio; e
III. os partidos políticos que integram a coligação não respondem solidariamente pelo
pagamento das multas eleitorais decorrentes de propaganda eleitoral, aplicadas aos
candidatos da coligação.
Ao analisar as afirmações de Joana, o professor concluiu corretamente que
a) todas as observações estão corretas.
b) apenas a observação II está correta.
c) apenas a observação III está correta.
d) apenas as observações I e II estão corretas.
e) apenas as observações I e III estão corretas.

008. (FGV/AJ (TJ AP)/TJ AP/JUDICIÁRIA/EXECUÇÃO DE MANDADOS/2024) João e Pedro,


presidentes, respectivamente, dos diretórios nacionais dos Partidos Políticos Alfa e Beta,
iniciaram negociações em relação à possível celebração de uma coligação para a disputa
das eleições.
Ao final de suas reflexões, concluíram corretamente, sem prejuízo da celebração da coligação
para a disputa de outros cargos, que essa espécie de aliança era possível para a disputa:
a) do cargo de senador, não havendo necessidade de vinculação com candidaturas em
âmbito estadual ou distrital;
b) do cargo de presidente da República, o que exigiria a sua reprodução para a disputa dos
cargos de governador;
c) dos cargos de deputado federal, não havendo vinculação com as candidaturas de deputado
estadual e distrital;
d) de cargos de âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, sendo obrigatório que se
reproduza entre todos os cargos em disputa no respectivo nível federativo;
e) de cargos apenas do Poder Executivo, não havendo necessidade de vinculação com
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal.

009. (FGV/NAC UNI OAB/OAB/2023) Os partidos políticos Alfa, Beta e Gama decidiram
celebrar uma coligação para a eleição municipal majoritária que se avizinhava. Apesar do
apoio recebido da maior parte dos correligionários dessas agremiações, alguns tinham
dúvidas em relação aos efeitos dessa iniciativa quanto à autonomia de cada partido político
durante o processo eleitoral, mais especificamente, se poderiam atuar isoladamente ou se
apenas a coligação poderia fazê-lo.

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De acordo com a narrativa e a sistemática estabelecida na Lei n. 9.504/97, assinale a


afirmativa correta.
a) Alfa, Beta e Gama somente podem atuar isoladamente no processo eleitoral para questionar
a validade da própria coligação, isto no período delimitado em lei.
b) Em qualquer fase do processo eleitoral, somente a coligação pode atuar, mas isto não
afeta a autonomia de Alfa, Beta e Gama, que devem referendar cada ato praticado.
c) Alfa, Beta e Gama podem atuar isoladamente em todas as fases do processo eleitoral,
sempre que os seus interesses colidirem com os da coligação.
d) As prerrogativas e obrigações da coligação são distintas daquelas afetas a Alfa, Beta e
Gama, de modo que cada qual atua em sua própria esfera de atribuições.

010. (CEBRASPE-CESPE)/PJ (MPE-PA)/MPE-PA/2023) De acordo com a Lei n. 9.504/1997, o


limite de registro de candidatos por partido político para as assembleias legislativas é de até
a) cem por cento do número de vagas a preencher mais um, reservando-se o mínimo de
trinta por cento e o máximo de setenta por cento desse percentual para candidaturas de
cada sexo.
b) cinquenta por cento do número de vagas a preencher mais um, reservando-se o mínimo
de quarenta por cento e o máximo de sessenta por cento desse percentual para candidaturas
de cada sexo.
c) cinquenta por cento do número de vagas a preencher, reservando-se cinquenta por cento
desse percentual para as candidaturas de cada sexo.
d) setenta e cinco por cento do número de vagas a preencher, reservando-se cinquenta por
cento desse percentual para as candidaturas de cada sexo.
e) setenta e cinco por cento do número de vagas a preencher mais um, reservando-se o
mínimo de quarenta por cento e o máximo de sessenta por cento desse percentual para
candidaturas de cada sexo.

011. (CEBRASPE-CESPE)/PJ (MPE-SC)/MPE-SC/2023) Considerando as disposições legais e


doutrinárias acerca do alistamento eleitoral, julgue o seguinte item.
Para concorrer às eleições, o candidato deve possuir domicílio eleitoral na circunscrição
respectiva por prazo superior ao exigido para a filiação partidária.

012. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-PE)/2017/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


Quanto a registros de candidatos, assinale a opção correta.
a) As causas de inelegibilidade são aferidas no momento do pedido de registro da candidatura,
sendo vedada a alteração da decisão por alterações fáticas ou jurídicas supervenientes.
b) É vedado ao partido substituir candidato que for considerado inelegível após o termo
final do prazo do registro.

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c) Para solicitar à justiça eleitoral o registro de seus candidatos, os partidos políticos terão
até as dezenove horas do dia trinta de agosto do ano em que se realizarem as eleições.
d) Entre outros documentos, o pedido de registro de candidato à justiça eleitoral deve ser
instruído com declaração de bens assinada pelo candidato.
e) Apenas partidos políticos podem solicitar registro de candidatos.

013. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO (TRE-BA)/2017/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


No caso de candidato falecer no terceiro mês que antecede o pleito eleitoral, a substituição
do registro de sua candidatura deve ser requerida em até
a) dez dias antes do pleito.
b) vinte dias antes do pleito.
c) trinta dias antes do pleito.
d) vinte dias após seu falecimento.
e) dez dias após seu falecimento.

014. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO (TRE-ES)/2011/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


Julgue o item subsecutivo, acerca da Lei n. 9.504/1997 (norma geral das eleições) e respectivas
alterações.
Caso as convenções para a escolha de candidatos não indiquem o número máximo de
candidatos previstos em lei, há possibilidade de preenchimento das vagas remanescentes
pelos órgãos de direção dos partidos respectivos após o prazo legal de registro geral de
candidaturas.

015. (CEBRASPE-CESPE)/PJ (MPE-TO)/MPE-TO/2022) Em 2021, foi incluído o instituto da


federação partidária na Lei dos Partidos Políticos e na Lei das Eleições, o que possibilita a
atuação conjunta das legendas. A esse respeito, assinale a opção correta.
a) O registro da federação partidária deve se dar no tribunal regional eleitoral de cada
estado e do Distrito Federal.
b) A federação partidária poderá ser integrada por partidos com registro definitivo no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e por partidos com pedido de registro protocolados no
tribunal.
c) Os partidos integrantes da federação partidária deverão permanecer a ela filiados por,
no mínimo, dois anos.
d) A federação partidária terá abrangência estadual e do Distrito Federal, podendo ter
abrangência nacional mediante aprovação pela maioria absoluta dos votos em convenção
nacional de cada um dos partidos políticos integrantes.
e) Aplicam-se à federação partidária todas as normas que regem o funcionamento
parlamentar e a fidelidade partidária.

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016. (CEBRASPE-CESPE)/PJ (MPE-TO)/MPE-TO/2022) Conforme a Emenda Constitucional


n. 111/2021, para fins de distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo
partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), nas eleições realizadas
de 2022 a 2030, serão computados em dobro os votos dados a
a) candidatos negros para o Senado Federal.
b) candidatos indígenas para cargos no Poder Executivo.
c) candidatas mulheres para a Câmara dos Deputados.
d) candidatos deficientes para o Senado Federal ou para a Câmara dos Deputados.
e) candidatas LGBTQIA+ para o Senado Federal ou para a Câmara dos Deputados.

017. (CEBRASPE-CESPE/ANA LEG (ALECE)/ALECE/DIREITO/2021) No que concerne à criação


e organização de partidos políticos, assinale a opção correta.
a) A lei não impõe restrições à criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.
b) Exaurido o prazo máximo de oito anos de vigência de um órgão provisório do partido
político, ocorre a extinção automática desse órgão e o cancelamento de sua inscrição no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
c) O estatuto do partido deve prever regras relativas à transparência das informações
partidárias e à responsabilização de seus dirigentes em casos de infração de regra estatutária.
d) É vedado ao partido adotar uniforme para seus membros.
e) Para manter seu registro no Tribunal Superior Eleitoral, o partido político deve comprovar,
a cada dois anos, seu caráter nacional, por meio de número de filiados equivalente ao de
assinaturas exigidas para seu registro inicial.

018. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA (PC GO)/2017) Em cada uma das próximas opções, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada conforme a
Lei n. 9.096/1995. Assinale a opção que apresenta a assertiva correta.
a) Um grupo de eleitores encaminhou pedido de registro do estatuto do partido político
Y (PY) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nessa situação, o TSE somente poderá deferir
o registro depois de publicadas as normas que regerão o PY, devido ao fato de os partidos
políticos serem pessoas jurídicas de direito público sujeitas ao princípio da publicidade.
b) O partido político W (PW) estabeleceu em seu estatuto que somente poderiam concorrer
a cargos eletivos os candidatos que tivessem mais de dois anos de filiação partidária.
Nessa situação, os filiados do PW deverão cumprir o estabelecido na referida determinação
estatutária, uma vez que é facultado aos partidos estabelecer prazos de filiação superiores
aos previstos em lei.
c) O partido político Z (PZ) requereu o registro do seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), tendo juntado ao pedido documentos comprobatórios de apoiamento de eleitores,
todos filiados a partidos políticos e com representantes das diversas unidades da Federação,
inclusive do DF. Nessa situação, o TSE deverá deferir o pedido de registro do estatuto do
PZ em caráter nacional.

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d) Um deputado federal pretende desfiliar-se do partido político A, em razão da criação


do partido político B, ao qual ele pretende filiar-se. Nessa situação, é possível a troca de
partido sem perda do cargo parlamentar, pois a criação de um novo partido político é justa
causa para desfiliação partidária.
e) Um eleitor, já filiado ao partido político X, filiou-se também a outro partido. Tal situação
caracteriza dupla filiação, e ambas as filiações serão consideradas nulas para todos os
efeitos legais.

019. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-PE)/2017/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


Com relação a partidos políticos, assinale a opção correta.
a) O partido político é pessoa jurídica de direto público destinada a assegurar a autenticidade
do sistema representativo e a defesa dos direitos fundamentais.
b) Em ano de eleição, é facultado ao partido político alterar, em seu estatuto, os prazos de
filiação partidária.
c) Apenas o eleitor em pleno gozo de seus direitos políticos pode filiar-se a partido.
d) Para desligar-se do partido, o filiado tem de fazer comunicação escrita ao órgão de
direção regional desse partido e ao tribunal regional eleitoral.
e) Com o registro do estatuto do partido no registro civil das pessoas jurídicas fica-lhe
assegurada a exclusividade de uso dos seguintes elementos identificatórios: denominação,
sigla, símbolos e uniforme.

020. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-TO)/2017//ADMINISTRATIVA) Os partidos políticos


a) são pessoas jurídicas de direito privado.
b) dependem de autorização do Congresso Nacional para estruturar seu funcionamento.
c) podem ministrar instrução militar ou paramilitar.
d) adquirem personalidade jurídica com o registro do estatuto social no TSE.
e) devem submeter sua estrutura interna para aprovação do TSE.

021. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-TO)/2017/ADMINISTRATIVA) Determinado partido


político regularmente constituído, com representatividade em município, instituiu uma
fundação regida pela lei civil para fomentar pesquisas relacionadas à educação política. A
presidência dessa fundação é escolhida e exercida por um de seus filiados.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Caso deseje desfiliar-se do partido, o presidente deverá, primeiramente, desligar-se da
fundação.
b) O processo eleitoral para a escolha do presidente da fundação depende de aprovação
pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
c) O referido partido político tem caráter nacional.

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d) Anualmente, a fundação deve enviar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a relação de


todos os seus filiados e não filiados.
e) Pode ser eleito presidente da fundação indivíduo que estiver com seus direitos políticos
suspensos.

022. (CEBRASPE-CESPE)/PJ (MPE-SE)/MPE-SE/2022) De acordo com a Constituição Federal,


as pessoas analfabetas têm direito
a) ao alistamento eleitoral, ao voto e à elegibilidade a cargo político-eletivo.
b) apenas ao alistamento eleitoral e ao voto.
c) apenas ao alistamento eleitoral.
d) apenas à elegibilidade a cargo político-eletivo.
e) apenas ao voto.

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GABARITO

1. c
2. b
3. e
4. e
5. d
6. e
7. c
8. a
9. a
10. a
11. e
12. d
13. e
14. c
15. e
16. c
17. d
18. b
19. c
20. a
21. c
22. b

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GABARITO COMENTADO

001. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-PE)/2017/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


Quanto aos tribunais regionais eleitorais (TREs), assinale a opção correta.
a) Os TREs não têm competência para responder às consultas em tese sobre matéria eleitoral
feitas por partido político.
b) Compete aos TREs requisitar diretamente força federal, se isso for necessário ao
cumprimento de suas decisões.
c) As decisões dos TREs sobre ações que importem cassação de registro, anulação geral de
eleições ou perda de diplomas somente serão tomadas com a presença de todos os seus
membros.
d) As atribuições do corregedor-regional serão fixadas pelo TRE perante o qual servir e,
supletivamente, pelo TSE.
e) Os TREs deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença de dois
terços de seus membros.

a) Errada. A Função Consultiva é uma das principais peculiaridades da Justiça Eleitoral, não
estando presente em nenhuma outra Justiça Especializada. Por meio dela, é possível que
os legitimados possam consultar os Tribunais Eleitorais (TSE e TREs) acerca de assuntos
pertinentes ao processo eleitoral.
Nos termos do Código Eleitoral, tal função está expressa na lista de competências de cada
um dos Tribunais:
Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior:

XII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade
com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político. (art. 23, XII)

Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:

VIII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade
pública ou partido político. (art. 30, VIII)

b) Errada. Os TREs não possuem competência para requisitar, diretamente, o auxílio de


força federal. Para que isso ocorra, deve haver a solicitação dos TREs ao TSE.

Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:


XII – requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões solicitar ao Tribunal Superior
a requisição de força federal;

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c) Certa. Nas situações elencadas pela alternativa, o TRE apenas poderá decidir se todos os
membros do órgão estiverem presentes, conforme previsão do Código Eleitoral.
Art. 28, § 4º As decisões dos Tribunais Regionais sobre quaisquer ações que importem cassação
de registro, anulação geral de eleições ou perda de diplomas somente poderão ser tomadas com
a presença de todos os seus membros.

d) Errada. As atribuições do Corregedor Regional serão fixadas pelo TSE, e não pelos TREs.
Compete aos TREs fixar tais competências, apenas, em caráter supletivo ou complementar.
Art. 26, § 1º As atribuições do Corregedor Regional serão fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral
e, em caráter supletivo ou complementar, pelo Tribunal Regional Eleitoral perante o qual servir.

e) Errada. A deliberação dos Tribunais Regionais Eleitorais ocorre por maioria de votos, em
sessão pública, com a presença da maioria de seus membros (e não de dois terços, conforme
mencionado pela alternativa).
Art. 28. Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença
da maioria de seus membros.

Letra c.

002. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO (TRE-BA)/2017/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


Determinado tribunal regional eleitoral foi provocado a se manifestar, em ação correspondente,
a respeito de cassação de registro de candidato em determinada região de sua competência.
Presentes todos os seus membros, o tribunal, em decisão aprovada por unanimidade, se
pronunciou pelo deferimento do pleito de cassação.
Nessa situação hipotética, a validade da decisão está relacionada
a) à homologação pelo TSE.
b) à presença de todos os membros do tribunal.
c) à inaplicabilidade do efeito suspensivo dos recursos.
d) à avocação de competência.
e) à unanimidade da decisão.

No caso apresentado, estamos diante de uma decisão proferida pelo TRE e relacionada com
a cassação do registro de candidatura.
Nos termos do Código Eleitoral, esta é uma das matérias que, para a validade, exige, quando da
decisão, a presença de todos os membros componentes do respectivo Tribunal Regional Eleitoral.
Art. 28. Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença
da maioria de seus membros.
§ 4º As decisões dos Tribunais Regionais sobre quaisquer ações que importem cassação de
registro, anulação geral de eleições ou perda de diplomas somente poderão ser tomadas com a
presença de todos os seus membros.

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Assim, fica claro que a alternativa correta é a Letra B. Vejamos o erro das demais:
Letra A: Não há necessidade de homologação, por parte do TSE, para que a decisão do TRE
produza efeitos jurídicos.
Letra C: Os efeitos dos recursos eleitorais não estão relacionados com a matéria em questão.
Letra D: No caso, estamos diante de uma competência estabelecida pelo Código Eleitoral
para os TREs, não havendo avocação ou delegação.
Letra E: Não há necessidade de unanimidade dos votos. O que se exige é que todos os
membros estejam presentes para votar.
Letra b.

003. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-TO)/2017/ADMINISTRATIVA) De acordo com o Código


Eleitoral, são órgãos integrantes da justiça eleitoral
a) os juízes eleitorais e os delegados partidários.
b) as juntas eleitorais e os delegados partidários.
c) o TSE e os delegados partidários.
d) o TSE e os tribunais regionais federais.
e) os juízes eleitorais e as juntas eleitorais.

Façamos uso do Código Eleitoral, haja vista que o enunciado da questão expressamente
prevê a resolução da questão de acordo com esta norma.

Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral:


I – O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da República e jurisdição em todo o País;
II – um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e, mediante proposta
do Tribunal Superior, na Capital de Território;
III – juntas eleitorais;
IV – juízes eleitorais.

Como e observa, apenas a Letra E elenca, de forma correta, órgãos que fazem parte da
Justiça Eleitoral.
Letra e.

004. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-BA)/2017/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


No transcorrer do processo eleitoral, será designado, para cada zona eleitoral, um juiz de
direito em efetivo exercício e cumprimento de suas competências. A legislação pertinente
determina que, entre outras atribuições, compete a esses magistrados
a) designar os locais das seções eleitorais até trinta dias antes das eleições.

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b) ordenar o registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais, além de comunicar tal
fato, por ofício, à zona eleitoral de cada candidato.
c) fornecer, aos que não votarem por motivo justificado, certificado de ciência e da guia
de recolhimento de multa no patamar mínimo legal.
d) receber a lista dos membros das mesas receptoras indicados pelo respectivo TRE, assim
como nomeá-los definitivamente pelo menos cinco dias antes da eleição.
e) cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do TSE e do respectivo TRE.

a) Errada. A designação dos locais de votação será feita com a antecedência mínima de 60
dias, e não 30 dias, conforme informado.
Art. 35. Compete aos juízes:
XIII – designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições os locais das seções;

b) Errada. A comunicação do registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais deverá
ser feita ao TRE, e não à zona eleitoral de cada candidato.
Art. 35. Compete aos juízes:
XII – ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos municiais e
comunicá-los ao Tribunal Regional;

c) Errada. Em caso de não votação por motivo justificado, devem os Juízes Eleitorais
fornecer aos respectivos eleitores um certificado que os isente das sanções legais, e não,
como informado, a guia de recolhimento da multa eleitoral.
Art. 35. Compete aos juízes:
XVIII -fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por dispensados
do alistamento, um certificado que os isente das sanções legais;

d) Errada. A nomeação dos membros das mesas receptoras será feita pelo Juiz Eleitoral com
a antecedência mínima de 60 dias antes da realização das eleições, e não, como informado,
no prazo de 5 dias antes do pleito.
Art. 35. Compete aos juízes:
XIV – nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com pelo
menos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros das mesas receptoras;

e) Certa. Como não poderia deixar de ser, devem os Juízes Eleitorais, no desempenho de
suas atribuições, cumprir e fazer cumprir todas as determinações e decisões proferidas
pelo TRE e pelo TSE.
Art. 35. Compete aos juízes:
I – cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal Superior e do Regional;

Letra e.

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005. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA (PC PE)/2016) No que se refere às competências originária


e privativa para processar e julgar ações junto aos tribunais eleitorais e à competência dos
juízes eleitorais e das juntas eleitorais, assinale a opção correta.
a) Compete aos juízes eleitorais a expedição do diploma de candidatos eleitos para ocupar
cargos municipais.
b) Caberá ao presidente do tribunal regional eleitoral, em razão de sua competência privativa,
encaminhar à assembleia legislativa estadual proposição de aumento do número de seus
juízes eleitorais.
c) A competência originária para processar e julgar ação de cancelamento do registro de
candidatos a cargos eletivos será do TSE.
d) Em se tratando de disputa de competência para o julgamento de crime eleitoral praticado
na divisa de dois municípios, o conflito de jurisdição será processado e julgado originariamente
pelo TSE.
e) As competências das juntas eleitorais incluem a nomeação, em audiência pública, nos
respectivos prazos legais, dos membros das mesas receptoras.

a) Errada. A expedição dos diplomas para os eleitos a cargos municipais deve ser feita pelas
Juntas Eleitorais (e não pelos Juízes Eleitorais), nos termos do art. 40, IV, do Código Eleitoral:

Art. 40. Compete à Junta Eleitoral;


IV – expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.

b) Errada. Os TREs são órgãos federais, motivo pelo qual não faz nenhum sentido a competência
mencionada pela alternativa. Em sentido oposto, cabe ao TSE (órgão máximo da Justiça
Eleitoral) propor o aumento do número de membros dos tribunais eleitorais. Assim é a
expressão do Código Eleitoral:

Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior:


VI – propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juízes de qualquer Tribunal Eleitoral,
indicando a forma desse aumento;

c) Errada. A competência para processar e julgar a ação de cancelamento de registro de


candidatos a cargos eletivos depende da esfera em que o cargo está sendo disputado,
podendo ser resumida da seguinte forma:
TSE – Cancelamento de registro de candidatos aos cargos de Presidente e de Vice Presidente
da República.
• TRE – Cancelamento de registro de candidatos aos cargos de Governador, Vice
Governador, membro do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas;
• Juízes Eleitorais – Cancelamento de registro de candidatos aos cargos municipais.

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d) Certa. Alternativa muito mal elaborada pela banca organizadora, uma vez que não
menciona se o conflito está ocorrendo entre dois municípios de um mesmo estado da
federação ou de estados diferentes.
Caso o conflito ocorra entre dois ou mais municípios de um mesmo estado, a competência
será do respectivo Tribunal Regional Eleitoral.
Caso o conflito ocorra entre dois ou mais municípios de estados diferentes, a competência
será do Tribunal Superior Eleitoral. Assim é a expressão do Código Eleitoral:
Art. 22. Compete ao Tribunal Superior:
I – Processar e julgar originariamente:
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juízes eleitorais de Estados diferentes;
Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais:
I – processar e julgar originariamente:
b) os conflitos de jurisdição entre juízes eleitorais do respectivo Estado;

Ainda assim, a banca considerou a alternativa como correta. O mais correto seria a anulação
da questão.
e) Errada. De acordo com o Código Eleitoral, a nomeação dos membros das mesas receptoras
é competência dos Juízes Eleitorais, e não das respectivas Juntas:
Art. 35. Compete aos juízes:
XIV – nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com pelo
menos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros das mesas receptoras;

Letra d.

006. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-GO)/2015/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


Acerca do alistamento eleitoral e da organização da justiça eleitoral, julgue o próximo item.
O Tribunal Superior Eleitoral compõe-se de, no mínimo, sete membros, entre os quais estão
dois representantes do Ministério Público Federal.

A composição do TSE, que é o órgão máximo em matéria eleitoral, encontra previsão no


art. 119 da Constituição Federal, de seguinte teor:
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

Conforme se observa, não há participação do Ministério Público na composição do TSE.


Errado.

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007. (FGV/PROC LEG (CM SP)/CM SP/2024) João, professor de Direito Eleitoral, questionou
Joana, sua aluna, em relação às características essenciais da coligação partidária e aos
efeitos do seu surgimento em relação aos partidos políticos que a integram.
Em resposta, Joana afirmou que
I. podem ser constituídas para as eleições majoritárias ou proporcionais.
II. devem ter estatuto próprio; e
III. os partidos políticos que integram a coligação não respondem solidariamente pelo
pagamento das multas eleitorais decorrentes de propaganda eleitoral, aplicadas aos
candidatos da coligação.
Ao analisar as afirmações de Joana, o professor concluiu corretamente que
a) todas as observações estão corretas.
b) apenas a observação II está correta.
c) apenas a observação III está correta.
d) apenas as observações I e II estão corretas.
e) apenas as observações I e III estão corretas.

I – Errado. Atualmente, a celebração de coligações apenas é possível para as eleições


majoritárias, e não para as eleições proporcionais.

Art. 6º É facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar coligações
para eleição majoritária.

II – Errado. As coligações não devem ter estatuto próprio, uma vez que apenas são realizadas
em caráter temporário. Ainda que dois ou mais partidos façam parte da coligação, continuarão
as agremiações a serem regidas, cada uma delas, pelo seu estatuto.
III – Certo. Estabelece o § 5º do art. 6º que “A responsabilidade pelo pagamento de multas
decorrentes de propaganda eleitoral é solidária entre os candidatos e os respectivos partidos,
não alcançando outros partidos mesmo quando integrantes de uma mesma coligação”.
Assim, o âmbito de uma coligação, eventual multa aplicada ao candidato será solidária,
apenas, com o partido do qual o candidato faça parte, e não em relação aos demais partidos
da coligação.
Letra c.

008. (FGV/AJ (TJ AP)/TJ AP/JUDICIÁRIA/EXECUÇÃO DE MANDADOS/2024) João e Pedro,


presidentes, respectivamente, dos diretórios nacionais dos Partidos Políticos Alfa e Beta,
iniciaram negociações em relação à possível celebração de uma coligação para a disputa
das eleições.

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Ao final de suas reflexões, concluíram corretamente, sem prejuízo da celebração da coligação


para a disputa de outros cargos, que essa espécie de aliança era possível para a disputa:
a) do cargo de senador, não havendo necessidade de vinculação com candidaturas em
âmbito estadual ou distrital;
b) do cargo de presidente da República, o que exigiria a sua reprodução para a disputa dos
cargos de governador;
c) dos cargos de deputado federal, não havendo vinculação com as candidaturas de deputado
estadual e distrital;
d) de cargos de âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, sendo obrigatório que se
reproduza entre todos os cargos em disputa no respectivo nível federativo;
e) de cargos apenas do Poder Executivo, não havendo necessidade de vinculação com
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal.

Atualmente, as coligações eleitorais apenas podem ser realizadas em relação às eleições


majoritárias, que compreende os seguintes cargos eletivos: Presidente, Governador, Prefeito
e Senador.
Além disso, vigora em nossa ordenamento jurídico a regra de que não há vinculação entre
as candidaturas de âmbito nacional, estadual e municipal. Logo, se os partidos A e B se
coligarem para as eleições presidenciais, não há necessidade destes mesmos partidos
realizarem a coligação, também, para as eleições estaduais e municipais.
a) Certa. O cargo de Senador é escolhido mediante eleições majoritárias. Logo, a coligação
é possível, sem qualquer tipo de vinculação com as candidaturas de âmbito estadual ou
distrital.
b) Errada. A coligação para o cargo de Presidente é possível, mas não há vinculação com as
demais esferas (Estados e Municípios).
c) Errada. O cargo de Deputado Federal é eleito mediante eleições proporcionais, sendo
vedada, desta forma, a celebração de coligações.
d) Errada. Conforme já afirmado, não há qualquer tipo de vinculação entre as candidaturas
das diferentes esferas.
e) Errada. O cargo de Senador pertence ao Poder Legislativo. Por ser eleito mediante eleições
majoritárias, tal cargo pode ser objeto, também, de coligação.
Letra a.

009. (FGV/NAC UNI OAB/OAB/2023) Os partidos políticos Alfa, Beta e Gama decidiram
celebrar uma coligação para a eleição municipal majoritária que se avizinhava. Apesar do
apoio recebido da maior parte dos correligionários dessas agremiações, alguns tinham

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dúvidas em relação aos efeitos dessa iniciativa quanto à autonomia de cada partido político
durante o processo eleitoral, mais especificamente, se poderiam atuar isoladamente ou se
apenas a coligação poderia fazê-lo.
De acordo com a narrativa e a sistemática estabelecida na Lei n. 9.504/97, assinale a
afirmativa correta.
a) Alfa, Beta e Gama somente podem atuar isoladamente no processo eleitoral para questionar
a validade da própria coligação, isto no período delimitado em lei.
b) Em qualquer fase do processo eleitoral, somente a coligação pode atuar, mas isto não
afeta a autonomia de Alfa, Beta e Gama, que devem referendar cada ato praticado.
c) Alfa, Beta e Gama podem atuar isoladamente em todas as fases do processo eleitoral,
sempre que os seus interesses colidirem com os da coligação.
d) As prerrogativas e obrigações da coligação são distintas daquelas afetas a Alfa, Beta e
Gama, de modo que cada qual atua em sua própria esfera de atribuições.

a) Certa. Estabelece o § 4º do art. 6º que

O partido político coligado somente possui legitimidade para atuar de forma isolada no processo
eleitoral quando questionar a validade da própria coligação, durante o período compreendido
entre a data da convenção e o termo final do prazo para a impugnação do registro de candidatos.

b) Errada. Os partidos não devem referendar cada ato praticado pela coligação. Na prática, é
escolhido um representante da coligação, que terá atribuições equivalentes às de presidente
de partido político, no trato dos interesses e na representação da coligação, no que se refere
ao processo eleitoral.
c) Errada. Conforme já afirmado, o partido político coligado somente possui legitimidade
para atuar de forma isolada no processo eleitoral quando questionar a validade da própria
coligação, e, ainda assim, durante o período compreendido entre a data da convenção e o
termo final do prazo para a impugnação do registro de candidatos.
d) Errada. O § 1º do art. 6º estabelece que

A coligação terá denominação própria, que poderá ser a junção de todas as siglas dos partidos que
a integram, sendo a ela atribuídas as prerrogativas e obrigações de partido político no que
se refere ao processo eleitoral, e devendo funcionar como um só partido no relacionamento
com a Justiça Eleitoral e no trato dos interesses interpartidários.

Letra a.

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010. (CEBRASPE-CESPE)/PJ (MPE-PA)/MPE-PA/2023) De acordo com a Lei n. 9.504/1997, o


limite de registro de candidatos por partido político para as assembleias legislativas é de até
a) cem por cento do número de vagas a preencher mais um, reservando-se o mínimo de
trinta por cento e o máximo de setenta por cento desse percentual para candidaturas de
cada sexo.
b) cinquenta por cento do número de vagas a preencher mais um, reservando-se o mínimo
de quarenta por cento e o máximo de sessenta por cento desse percentual para candidaturas
de cada sexo.
c) cinquenta por cento do número de vagas a preencher, reservando-se cinquenta por cento
desse percentual para as candidaturas de cada sexo.
d) setenta e cinco por cento do número de vagas a preencher, reservando-se cinquenta por
cento desse percentual para as candidaturas de cada sexo.
e) setenta e cinco por cento do número de vagas a preencher mais um, reservando-se o
mínimo de quarenta por cento e o máximo de sessenta por cento desse percentual para
candidaturas de cada sexo.

Devemos responder a questão com base nas disposições do art. 10 da Lei das Eleições, de
seguinte redação:

Art. 10. Cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara
Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 100% (cem
por cento) do número de lugares a preencher mais 1 (um).
§ 3º Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação
preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para
candidaturas de cada sexo.

Neste sentido, o limite de registro de candidatos por partido político para as assembleias
legislativas é de até cem por cento do número de vagas a preencher mais um, reservando-
se o mínimo de trinta por cento e o máximo de setenta por cento desse percentual para
candidaturas de cada sexo.
Letra a.

011. (CEBRASPE-CESPE)/PJ (MPE-SC)/MPE-SC/2023) Considerando as disposições legais e


doutrinárias acerca do alistamento eleitoral, julgue o seguinte item.
Para concorrer às eleições, o candidato deve possuir domicílio eleitoral na circunscrição
respectiva por prazo superior ao exigido para a filiação partidária.

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O que o art. 9º da Lei das Eleições estabelece é que “Para concorrer às eleições, o candidato
deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e
estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo”.
Errado.

012. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-PE)/2017/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


Quanto a registros de candidatos, assinale a opção correta.
a) As causas de inelegibilidade são aferidas no momento do pedido de registro da candidatura,
sendo vedada a alteração da decisão por alterações fáticas ou jurídicas supervenientes.
b) É vedado ao partido substituir candidato que for considerado inelegível após o termo
final do prazo do registro.
c) Para solicitar à justiça eleitoral o registro de seus candidatos, os partidos políticos terão
até as dezenove horas do dia trinta de agosto do ano em que se realizarem as eleições.
d) Entre outros documentos, o pedido de registro de candidato à justiça eleitoral deve ser
instruído com declaração de bens assinada pelo candidato.
e) Apenas partidos políticos podem solicitar registro de candidatos.

a) Errada. Como afirmado, as causas de inelegibilidade são aferidas no momento do pedido


de registro da candidatura. Em caráter de exceção, temos, ao contrário do que afirmado
pela alternativa, as alterações fáticas ou jurídicas que sejam posteriores ao momento que
em houve o registro. Caso ocorram, tais alterações afastam a eventual inelegibilidade,
possibilitando que os candidatos concorram ao cargo eletivo pretendido.

Art. 11, § 10. As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas
no momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações,
fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade.

b) Errada. Importante questão se refere à possibilidade de substituição dos candidatos, de


forma que devemos conhecer as disposições do art. 13 da Lei das Eleições:

Art. 13. É facultado ao partido ou coligação substituir candidato que for considerado inelegível,
renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro ou, ainda, tiver seu registro indeferido
ou cancelado.

Inicialmente, temos que saber que a regra é a possibilidade de substituição, de forma que
os partidos e coligações podem perfeitamente substituir os candidatos. Tal substituição,
no entanto, deverá ser registrada no prazo de 10 dias da ocorrência do fato gerador que
deu ensejo à substituição, e desde que tal pedido seja feito com antecedência mínima de
20 dias da data da realização das eleições.

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c) Errada. O prazo máximo para que os partidos e as coligações solicitem o registro dos
seus candidatos é até as dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem
as eleições.

Art. 11. Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até
as dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

d) Certa. A declaração de bens assinada pelo próprio candidato é um dos documentos


necessários para que o registro dos candidatos seja protocolado junto à Justiça Eleitoral.

Art. 11, § 1º O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes documentos:
IV – declaração de bens, assinada pelo candidato;

e) Errada. Não apenas os partidos políticos e as coligações são legitimados para solicitar
o registro dos candidatos, mas sim também, de acordo com a lei, os próprios candidatos.

Art. 11, § 4º, Na hipótese de o partido ou coligação não requerer o registro de seus candidatos,
estes poderão fazê-lo perante a Justiça Eleitoral, observado o prazo máximo de quarenta e oito
horas seguintes à publicação da lista dos candidatos pela Justiça Eleitoral.

Letra d.

013. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO (TRE-BA)/2017/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


No caso de candidato falecer no terceiro mês que antecede o pleito eleitoral, a substituição
do registro de sua candidatura deve ser requerida em até
a) dez dias antes do pleito.
b) vinte dias antes do pleito.
c) trinta dias antes do pleito.
d) vinte dias após seu falecimento.
e) dez dias após seu falecimento.

Na situação apresentada, como estamos diante de um candidato que faleceu, o requerimento


deve ser feito no prazo de 10 dias da ocorrência (Erro da Letra D), não havendo limite com
relação à data da anterioridade do pleito (Erro das Letras A, B e C).

Art. 13. É facultado ao partido ou coligação substituir candidato que for considerado inelegível,
renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro ou, ainda, tiver seu registro indeferido
ou cancelado.
§ 1º A escolha do substituto far-se-á na forma estabelecida no estatuto do partido a que
pertencer o substituído, e o registro deverá ser requerido até 10 (dez) dias contados do fato
ou da notificação do partido da decisão judicial que deu origem à substituição.

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§ 2º Nas eleições majoritárias, se o candidato for de coligação, a substituição deverá fazer-se por
decisão da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos partidos coligados, podendo o
substituto ser filiado a qualquer partido dela integrante, desde que o partido ao qual pertencia
o substituído renuncie ao direito de preferência.
§ 3º Tanto nas eleições majoritárias como nas proporcionais, a substituição só se efetivará se o
novo pedido for apresentado até 20 (vinte) dias antes do pleito, exceto em caso de falecimento
de candidato, quando a substituição poderá ser efetivada após esse prazo.

Letra e.

014. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO (TRE-ES)/2011/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


Julgue o item subsecutivo, acerca da Lei n. 9.504/1997 (norma geral das eleições) e respectivas
alterações.
Caso as convenções para a escolha de candidatos não indiquem o número máximo de
candidatos previstos em lei, há possibilidade de preenchimento das vagas remanescentes
pelos órgãos de direção dos partidos respectivos após o prazo legal de registro geral de
candidaturas.

Inicialmente, precisamos saber que o prazo para a realização das convenções partidárias é de
20 de julho a 5 de agosto do ano eleitoral. Neste sentido é a expressão da Lei n. 9.504/1997:

Art. 8º A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ser
feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições, lavrando-
se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral, publicada em vinte e quatro
horas em qualquer meio de comunicação.

Uma vez escolhidos, os candidatos serão registrados na Justiça Eleitoral até as 19 horas do
dia 15 de agosto do ano em que forem realizadas as eleições. Contudo, caso as convenções
não indiquem o número máximo de candidatos a que teriam direito, os órgãos de direção
dos partidos poderão preencher as vagas não preenchidas com a antecedência mínima de
30 dias antes do pleito.

Art. 10, § 5º, No caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número
máximo de candidatos previsto no caput, os órgãos de direção dos partidos respectivos poderão
preencher as vagas remanescentes até trinta dias antes do pleito.

Logo, é perfeitamente possível que as vagas não indicadas na convenção sejam preenchidas
após a data limite para o registro de candidatos (15 de agosto). Em tal situação, deve-se
observar a antecedência mínima de 30 dias das eleições.
Certo.

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015. (CEBRASPE-CESPE)/PJ (MPE-TO)/MPE-TO/2022) Em 2021, foi incluído o instituto da


federação partidária na Lei dos Partidos Políticos e na Lei das Eleições, o que possibilita a
atuação conjunta das legendas. A esse respeito, assinale a opção correta.
a) O registro da federação partidária deve se dar no tribunal regional eleitoral de cada
estado e do Distrito Federal.
b) A federação partidária poderá ser integrada por partidos com registro definitivo no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e por partidos com pedido de registro protocolados no
tribunal.
c) Os partidos integrantes da federação partidária deverão permanecer a ela filiados por,
no mínimo, dois anos.
d) A federação partidária terá abrangência estadual e do Distrito Federal, podendo ter
abrangência nacional mediante aprovação pela maioria absoluta dos votos em convenção
nacional de cada um dos partidos políticos integrantes.
e) Aplicam-se à federação partidária todas as normas que regem o funcionamento
parlamentar e a fidelidade partidária.

a) Errada. O registro da federação partidária deve ocorrer perante o Tribunal Superior


Eleitoral.

Art. 11-A. Dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em federação, a qual, após sua
constituição e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como se fosse
uma única agremiação partidária.

b) Errada. Apenas os partidos políticos com registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) é que poderão participar da federação partidária.

Art. 11-A, § 3º A criação de federação obedecerá às seguintes regras:


I – a federação somente poderá ser integrada por partidos com registro definitivo no Tribunal
Superior Eleitoral;

c) Errada. O prazo mínimo de permanência na federação partidária é de 4 anos.

Art. 11-A, § 3º A criação de federação obedecerá às seguintes regras:


II – os partidos reunidos em federação deverão permanecer a ela filiados por, no mínimo, 4
(quatro) anos;

d) Errada. Diferente do que afirmado, a federação partidária terá abrangência nacional, e


não estadual.

Art. 11-A, § 3º A criação de federação obedecerá às seguintes regras:


IV – a federação terá abrangência nacional e seu registro será encaminhado ao Tribunal Superior
Eleitoral.

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e) Certa. Estabelece o § 1º do art. 11-A que “Aplicam-se à federação de partidos todas as


normas que regem o funcionamento parlamentar e a fidelidade partidária”.
Letra e.

016. (CEBRASPE-CESPE)/PJ (MPE-TO)/MPE-TO/2022) Conforme a Emenda Constitucional


n. 111/2021, para fins de distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo
partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), nas eleições realizadas
de 2022 a 2030, serão computados em dobro os votos dados a
a) candidatos negros para o Senado Federal.
b) candidatos indígenas para cargos no Poder Executivo.
c) candidatas mulheres para a Câmara dos Deputados.
d) candidatos deficientes para o Senado Federal ou para a Câmara dos Deputados.
e) candidatas LGBTQIA+ para o Senado Federal ou para a Câmara dos Deputados.

Questão bastante específica e que exige o conhecimento de artigo estabelecido na Emenda


Constitucional 111/2021.
De acordo com o art. 2º da mencionada emenda constitucional, temos a previsão de que

Para fins de distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo partidário e do Fundo
Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), os votos dados a candidatas mulheres ou a
candidatos negros para a Câmara dos Deputados nas eleições realizadas de 2022 a 2030
serão contados em dobro.

Letra c.

017. (CEBRASPE-CESPE/ANA LEG (ALECE)/ALECE/DIREITO/2021) No que concerne à criação


e organização de partidos políticos, assinale a opção correta.
a) A lei não impõe restrições à criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.
b) Exaurido o prazo máximo de oito anos de vigência de um órgão provisório do partido
político, ocorre a extinção automática desse órgão e o cancelamento de sua inscrição no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
c) O estatuto do partido deve prever regras relativas à transparência das informações
partidárias e à responsabilização de seus dirigentes em casos de infração de regra estatutária.
d) É vedado ao partido adotar uniforme para seus membros.
e) Para manter seu registro no Tribunal Superior Eleitoral, o partido político deve comprovar,
a cada dois anos, seu caráter nacional, por meio de número de filiados equivalente ao de
assinaturas exigidas para seu registro inicial.

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a) Errada. A lei estabelece uma série de regras para que a criação, fusão, incorporação e
extinção dos partidos políticos possa ser realizada.
b) Errada. O § 4º do art. 3º estabelece que “Exaurido o prazo de vigência de um órgão
partidário, ficam vedados a extinção automática do órgão e o cancelamento de sua inscrição
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)”.
c) Errada. Não há previsão, na Lei n. 9.096/1995, de que o estatuto da agremiação partidária
deve conter informações relacionadas com a transparência das informações partidárias
e com a responsabilização de seus dirigentes em casos de infração de regra estatutária.

Art. 15. O Estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:
I – nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede no território nacional;
II – filiação e desligamento de seus membros;
III – direitos e deveres dos filiados;
IV – modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e identificação,
composição e competências dos órgãos partidários nos níveis municipal, estadual e nacional,
duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros;
V – fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das
penalidades, assegurado amplo direito de defesa;
VI – condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;
VII – finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar as
quantias que os seus candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os limites
das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido, além daquelas
previstas nesta lei;
VIII – critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal,
estadual e nacional que compõem o partido;
IX – procedimento de reforma do programa e do estatuto.
X – prevenção, repressão e combate à violência política contra a mulher.

d) Certa. De acordo com o art. 6º, temos a previsão de que “É vedado ao partido político
ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da mesma natureza e
adotar uniforme para seus membros”.
e) Errada. A comprovação do caráter nacional ocorre apenas no momento do registro do
partido político.

Art. 7º, § 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,
considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de
eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por
cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados
os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo
de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles.

Letra d.

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018. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA (PC GO)/2017) Em cada uma das próximas opções, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada conforme a
Lei n. 9.096/1995. Assinale a opção que apresenta a assertiva correta.
a) Um grupo de eleitores encaminhou pedido de registro do estatuto do partido político
Y (PY) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nessa situação, o TSE somente poderá deferir
o registro depois de publicadas as normas que regerão o PY, devido ao fato de os partidos
políticos serem pessoas jurídicas de direito público sujeitas ao princípio da publicidade.
b) O partido político W (PW) estabeleceu em seu estatuto que somente poderiam concorrer
a cargos eletivos os candidatos que tivessem mais de dois anos de filiação partidária.
Nessa situação, os filiados do PW deverão cumprir o estabelecido na referida determinação
estatutária, uma vez que é facultado aos partidos estabelecer prazos de filiação superiores
aos previstos em lei.
c) O partido político Z (PZ) requereu o registro do seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), tendo juntado ao pedido documentos comprobatórios de apoiamento de eleitores,
todos filiados a partidos políticos e com representantes das diversas unidades da Federação,
inclusive do DF. Nessa situação, o TSE deverá deferir o pedido de registro do estatuto do
PZ em caráter nacional.
d) Um deputado federal pretende desfiliar-se do partido político A, em razão da criação
do partido político B, ao qual ele pretende filiar-se. Nessa situação, é possível a troca de
partido sem perda do cargo parlamentar, pois a criação de um novo partido político é justa
causa para desfiliação partidária.
e) Um eleitor, já filiado ao partido político X, filiou-se também a outro partido. Tal situação
caracteriza dupla filiação, e ambas as filiações serão consideradas nulas para todos os
efeitos legais.

a) Errada. Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, e não de direito
público.

Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse
do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos
fundamentais definidos na Constituição Federal.

b) Certa. Com a Reforma Eleitoral, o prazo de filiação partidária deixou de ser de 1 ano
antes das eleições e passou para 6 meses. Nada impede, contudo, que o partido político
estabeleça, em seu estatuto, prazo de filiação partidária superior ao de 6 meses. O que não
pode ser feito, de acordo com a Lei n. 9.096/1995, é a alteração do prazo mínimo de filiação
partidária em anos eleitorais, medida que, se possível, poderia prejudicar a candidatura
de diversos filiados.

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Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária
superiores aos previstos nesta lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas a
candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.

c) Errada. O apoiamento mínimo deve ser comprovado, apenas, dentre eleitores não filiados
a outros partidos políticos.

Art. 7º, § 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,
considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de
eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por
cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados
os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo
de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles.

d) Errada. A criação de uma nova agremiação partidária deixou de ser considerada justa
causa para fins de desfiliação partidária. Logo, após a entrada em vigor da Reforma Eleitoral,
aquele que se desfiliar de um partido político em virtude da criação de uma nova agremiação
perderá o mandato eletivo.

Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do
partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as seguintes
hipóteses:
I – mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II – grave discriminação política pessoal; e
III – mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de
filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente.

e) Errada. O Parágrafo Único do art. 22 estabelece que “Havendo coexistência de filiações


partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento
das demais”.
Letra b.

019. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-PE)/2017/“SEM ESPECIALIDADE”/ADMINISTRATIVA)


Com relação a partidos políticos, assinale a opção correta.
a) O partido político é pessoa jurídica de direto público destinada a assegurar a autenticidade
do sistema representativo e a defesa dos direitos fundamentais.
b) Em ano de eleição, é facultado ao partido político alterar, em seu estatuto, os prazos de
filiação partidária.

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c) Apenas o eleitor em pleno gozo de seus direitos políticos pode filiar-se a partido.
d) Para desligar-se do partido, o filiado tem de fazer comunicação escrita ao órgão de
direção regional desse partido e ao tribunal regional eleitoral.
e) Com o registro do estatuto do partido no registro civil das pessoas jurídicas fica-lhe
assegurada a exclusividade de uso dos seguintes elementos identificatórios: denominação,
sigla, símbolos e uniforme.

a) Errada. O partido político trata-se de pessoa jurídica de direito privado, e não, ao contrário
do que informado pela alternativa, pessoa jurídica de direito público.

Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse
do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos
fundamentais definidos na Constituição Federal.

b) Errada. O partido político é livre para alterar, em seu estatuto, o prazo de filiação partidária
com vista à candidatura a cargos eletivos. Salienta-se que tal alteração não poderá ser feita
em ano eleitoral, uma vez que implicaria na impossibilidade de diversos filiados concorrerem
aos cargos eletivos da próxima eleição.

Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária
superiores aos previstos nesta lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas a
candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.

c) Certa. O direito de filiação é assegurado a todos os cidadãos. No entanto, para que estes
possam se filiar e, como consequência, exercer a capacidade eleitoral passiva (capacidade de
eleger-se), dois requisitos, de acordo com a Lei dos Partidos Políticos, devem ser satisfeitos,
sendo eles:
a) Estar em gozo com seus Direitos Políticos;
b) Atender às regras estatutárias do respectivo Partido Político.

Art. 16. Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos.

d) Errada. Para desligar-se do Partido Político, deverá o filiado, mediante comunicação escrita
ao Órgão de Direção Municipal e ao respectivo Juiz Eleitoral da Zona em que estiver escrito
(e não ao TRE), requerer o seu desligamento. Decorridos dois dias da data da entrega da
comunicação, o vínculo com o Partido Político considera-se extinto para todos os efeitos.
e) Errada. Com o registro do estatuto no TSE (e não no Cartório de Registro Civil das Pessoas
Jurídicas), o partido político passa a ter exclusividade de sua denominação, sigla e símbolos.
Tal exclusividade não abrange a possibilidade de utilização de uniformes, algo que é vedado
às agremiações partidárias.

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Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu
estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a
exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos,
de variações que venham a induzir a erro ou confusão.
Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de
organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

Letra c.

020. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-TO)/2017//ADMINISTRATIVA) Os partidos políticos


a) são pessoas jurídicas de direito privado.
b) dependem de autorização do Congresso Nacional para estruturar seu funcionamento.
c) podem ministrar instrução militar ou paramilitar.
d) adquirem personalidade jurídica com o registro do estatuto social no TSE.
e) devem submeter sua estrutura interna para aprovação do TSE.

a) Certa. Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, conforme previsão
da Lei n. 9.096:
Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse
do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos
fundamentais definidos na Constituição Federal.

b) Errada. Não há, ao contrário do que informado, necessidade de autorização por parte
do Congresso Nacional. Em sentido diverso, os partidos políticos gozam de liberdade para
definir como irão se estruturar e funcionar.
Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna, organização
e funcionamento.

c) Errada. Trata-se de uma das vedações estabelecidas na Lei n. 9.096/1995 para os partidos
políticos.
Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de
organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

d) Errada. Apenas após adquirir personalidade jurídica é que o partido irá promover o seu
registro no TSE.
Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu
estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.

e) Errada. A estruturação interna do partido é livre, sem necessidade de aprovação do TSE.


Letra a.

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021. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO (TRE-TO)/2017/ADMINISTRATIVA) Determinado partido


político regularmente constituído, com representatividade em município, instituiu uma
fundação regida pela lei civil para fomentar pesquisas relacionadas à educação política. A
presidência dessa fundação é escolhida e exercida por um de seus filiados.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Caso deseje desfiliar-se do partido, o presidente deverá, primeiramente, desligar-se da
fundação.
b) O processo eleitoral para a escolha do presidente da fundação depende de aprovação
pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
c) O referido partido político tem caráter nacional.
d) Anualmente, a fundação deve enviar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a relação de
todos os seus filiados e não filiados.
e) Pode ser eleito presidente da fundação indivíduo que estiver com seus direitos políticos
suspensos.

No caso apresentado, a instituição de uma fundação é medida interna do Partido Político,


que deve, para isso, observar as exigências previstas na legislação civil.
a) Errada. De acordo com o enunciado da questão, o Presidente da fundação será um dos
filiados da agremiação partidária. No entanto, não há necessidade de desligamento do
partido caso haja o interesse do particular em deixar a presidência da fundação. O que deve
ser observado, apenas, é que, para exercer a função de presidente, há a necessidade de
filiação. As demais regras relacionadas com a fundação (mandato, situações de exclusão)
serão estabelecidas internamente pela agremiação partidária.
b) Errada. Não há necessidade de aprovação, tendo em vista que a instituição da fundação,
como já mencionado, é um ato interno do partido, não estando relacionado com o processo
eleitoral.
c) Certa. Observe que o enunciado afirma que estamos diante de ”partido político
regularmente constituído”. Logo, para que o partido esteja nesta situação, deve ele possuir,
necessariamente, caráter nacional, conforme previsão da Constituição Federal.

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I – caráter nacional;

d) Errada. Não há esta obrigatoriedade, pois a fundação é decorrente de um ato interno da


agremiação partidária. Os órgãos eleitorais (como o TSE) exercem atribuições relacionadas
com o processo eleitoral.

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e) Errada. Considerando que o enunciado afirma que ”a presidência dessa fundação é


escolhida e exercida por um de seus filiados”, apenas as pessoas que estejam em dia com
os direitos políticos é que podem exercer o cargo. Neste sentido, por exemplo, é o texto do
art. 16 da Lei n. 9.096/1995:

Art. 16. Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos.

Letra c.

022. (CEBRASPE-CESPE)/PJ (MPE-SE)/MPE-SE/2022) De acordo com a Constituição Federal,


as pessoas analfabetas têm direito
a) ao alistamento eleitoral, ao voto e à elegibilidade a cargo político-eletivo.
b) apenas ao alistamento eleitoral e ao voto.
c) apenas ao alistamento eleitoral.
d) apenas à elegibilidade a cargo político-eletivo.
e) apenas ao voto.

As pessoas analfabetas têm direito, em nosso ordenamento jurídico, à capacidade eleitoral


ativa, ou seja, ao direito de votar. Em sentido oposto, tais pessoas não contam com a
capacidade eleitoral passiva, não podendo ser votadas nas eleições.

Art. 14, § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:


II – facultativos para:
a) os analfabetos;
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

Letra b.

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