Portaria DGP 30-2010

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Portaria DGP – 30, de 17-6-2010

Disciplina o porte e a aptidão para o


uso de arma de fogo por policiais civis
O Delegado Geral de Polícia,

Considerando que a Lei 10.826/2003, em seu art. 6º, inc. II, prevê o porte de
arma aos policiais civis;
Considerando que a Lei Complementar 675/1992, em seu art. 17, assegura que
a carteira funcional confere o direito ao porte de arma;
Considerando que no trabalho policial pode ser necessário o emprego de força
e armas de fogo, respeitados, dentre outros, os princípios da proporcionalidade e
razoabilidade;
Considerando o disposto no § 1º inc.II do art. 6º da Lei 10.826/2003 Estatuto
do Desarmamento, e nos arts. 34 e 35 do Decreto 5.123/2004, que impõem à Polícia
Civil, por meio de normas internas, a regulamentação do uso das armas de fogo, ainda
que fora do serviço, por seus servidores;
Considerando que o aludido edito igualmente estabelece a necessidade de
disciplinar, em regramento interno, o porte de arma de fogo por policiais civis fora da
respectiva unidade federativa, quer durante as funções institucionais, quer em trânsito,
bem como o porte de arma fora do serviço, quando se tratar de locais onde haja
eventos com aglomeração de pessoas;
Considerando, por fim, a necessidade de propiciar aos policiais civis
permanente aprimoramento para o uso desses equipamentos, dotando-os das
melhores técnicas para que as ações resultem na realização do interesse público,
resolve:

CAPÍTULO I
DO PORTE DE ARMA DE FOGO
Art. 1º. O policial civil, em razão da natureza de suas funções institucionais, fica
autorizado a utilizar, no efetivo exercício da atividade policial ou fora do horário de
trabalho, arma de fogo de sua propriedade ou pertencente à Polícia Civil, em qualquer
local público ou privado, mesmo havendo aglomeração de pessoas, em evento de
qualquer natureza, no âmbito do Estado de São Paulo.
§ 1º para o exercício dessa prerrogativa o policial deverá trazer sempre consigo
carteira de identificação funcional e observar o disposto nesta Portaria, respondendo
nas esferas penal, civil e disciplinar, por eventuais excessos.
§ 2º o policial civil, em face de sua condição funcional, poderá portar arma de
fogo particular de qualquer calibre, na efetiva equivalência de sua habilitação técnica,
nos termos do preconizado pela Portaria DGP-12, de 20/08/2008.
§ 3º a posse de armas de fogo institucionais não brasonadas igualmente deverá
ser acompanhada do documento correspondente ao registro.
Art. 2º – O policial civil, no exercício da função, deverá portar armas de fogo de
forma dissimulada, especialmente nos locais onde haja aglomeração de pessoas, salvo
quando em operação policial, trajando vestimenta ou distintivo que o identifique.
Art. 3º – O policial civil não está obrigado a entregar sua arma ou respectiva
munição como condição para ingresso em recinto público ou privado.
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no “caput” as hipóteses que se seguem:
I – submissão à prisão;
II – durante audiência judicial, a critério da autoridade judiciária competente;
III – determinação, ainda que verbal, de seu superior hierárquico;
IV – determinação da autoridade corregedora, sempre que tal medida afigurar-
se necessária.
Art. 4º – Poderá o policial civil, no exercício de suas funções institucionais ou
em trânsito, portar arma de fogo fora do Estado de São Paulo, desde que
expressamente autorizado e com prazo determinado.
Parágrafo único. Compete ao delegado de polícia imediatamente superior ao servidor
policial autorizar o porte a que alude o caput, encaminhando correlata comunicação à
direção departamental a que estiver vinculado.
Art. 5º – O policial civil aposentado que desejar portar arma de fogo de sua
propriedade deverá portar carteira com a indicação dessa condição e, a cada três anos,
submeter-se aos testes de aptidão psicológica a que se refere à Lei 10.826/2003 e o
Decreto 5.123/2004, nos termos preconizados pela Portaria DGP – 34, de 17/12/2008.
§ 1º. Quando em trânsito, fora da circunscrição territorial do Estado, poderá o
policial aposentado portar sua arma de fogo, desde expressamente autorizado, por
prazo determinado, pelo dirigente da Divisão de Produtos Controlados do
departamento de Identificação e Registros Diversos da Polícia Civil – DIRD.
Art. 6º – Ficam mantidos, no que couber, os dispositivos da Portaria DGP
10/2007, que disciplina a suspensão do porte de arma de policial civil quando em
licença motivada por problemas de saúde.

CAPÍTULO II
DA APTIDÃO PARA o USO DE ARMA DE FOGO
Art. 7º – A capacitação do policial civil para o uso de armas de fogo será por
meio de curso, com prova prática, disciplinado pelo Delegado de Polícia Diretor da
Academia de Polícia, com a seguinte estruturação:
I- habilitação operacional (Op);
II- habilitação tática (Tat);
III- habilitação para emprego estratégico (Estrat).
§ 1º – o nível de habilitação operacional (Op) capacita o servidor para o uso
das seguintes armas de fogo:
a) Op I : revólver;
b) Op II: revólver e espingarda;
c) Op III: revólver, espingarda e pistola.
§ 2º – o nível de habilitação tática (Tat), que exige antecedente habilitação
operacional Op III, capacita o servidor para o uso das seguintes armas de fogo:
a) Tat I : carabina e submetralhadora;
b) Tat II: carabina, submetralhadora, fuzil e similar.
§ 3º – o nível de habilitação para emprego estratégico (Estrat), que exige
antecedente habilitação tática Tat II, capacita o servidor para o uso de fuzil e similar,
quando empregados em função de tiro de comprometimento.
Art. 8º – A Academia de Polícia ministrará cursos de treinamento em
armamento e tiro nos níveis a que se refere o art. 7º, com vistas ao contínuo
aperfeiçoamento e aferição psicofísica pertinente à habilitação do policial para o fiel
desempenho das atividades inerentes ao seu cargo.
§ 1º – para a manutenção dos níveis de habilitação Op II e Op III, o policial
submeter-se-á a treinamento na Academia de Polícia, facultativamente a qualquer
tempo, conforme disponibilidade de recursos, e obrigatoriamente a cada cinco anos.
§ 2º – para a manutenção dos níveis de habilitação Tat I e Tat II, o policial
submeter-se-á a treinamento na Academia de Polícia, facultativamente a qualquer
tempo, conforme disponibilidade de recursos, e obrigatoriamente a curso de
treinamento a cada três anos, com avaliação prática.
§ 3º – para a manutenção do nível de habilitação Estrat, o policial submeter-se-
á a treinamento na Academia de Polícia, facultativamente a qualquer tempo, conforme
disponibilidade de recursos, e obrigatoriamente a curso anual de treinamento, com
avaliação prática.
Art. 9º – Constatada falha no manuseio ou na utilização de arma de fogo que
cause lesão ou perigo de dano em razão de imperícia, incumbe ao delegado de polícia
superior imediato do policial ou ao responsável pela apuração administrativa a
notificação do fato à Academia de Polícia. O policial será submetido a novo curso, no
nível de habilitação ao qual estava capacitado e correspondente ao tipo de arma com a
qual foi imperito, com vistas à superação da deficiência técnica.

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 10 – Os policiais que realizaram o curso de formação técnico-profissional a
partir do mês de agosto de 2004 são considerados habilitados como Op III, tendo em
vista a ampliação do conteúdo programático e consequente aprimoramento na
formação.
Art. 11 – As habilitações obtidas através de cursos previstos pelas Portarias
DGP 10/1994, 11/1999 e 3/2008, conferem ao policial habilitação Op III.
Art. 12 – A habilitação obtida através do curso previsto pela Portaria DGP
14/2002 confere ao policial habilitação Tat I.
Art. 13 – A habilitação obtida através do curso previsto pela Portaria DGP
49/2006 confere ao policial habilitação Tat II.
Art. 14 – Os cursos ministrados por outras instituições reconhecidas, no Brasil
ou exterior, para os fins previstos no caput do art. 5º, poderão ser aceitos pelo Diretor
da Academia de Polícia, depois de verificada a compatibilidade dos conteúdos.
Art. 15 – As armas a que se refere o art. 35A do Decreto 5.123/2004, deverão
atender o disposto nesta Portaria.
Art. 16 – As normas previstas nesta Portaria poderão ser complementadas pelos
Delegados de Polícia Diretores do Departamento de Administração e Planejamento da
Polícia Civil – DAP, Departamento de Identificação e Registros Diversos – DIRD,
Academia de Polícia “Dr.Coriolano Nogueira Cobra” – Acadepol, no âmbito de suas
respectivas atribuições.
Art. 17 – A presente portaria entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições que lhe forem contrárias, em especial as Portarias DGP
10/1994, 11/1999, 14/2002, 49/2006 e 03/2008.

Portaria DGP-35, de 27-10-2015

Altera dispositivo da Portaria DGP-30, de


17-06- 2010, sobre porte e aptidão para
uso de arma de fogo por Policiais Civis
O Delegado Geral de Polícia,
Considerando o disposto no § 1º, inciso II do art. 6º da Lei 10.826/2003 e nos artigos 34 e
35 do Decreto 5.123/2004, que impõe à Polícia Civil, por meio de normas internas, a regulamentação
do uso das armas de fogo por seus servidores, ainda que fora do serviço, determina:
Art. 1º - Os §§ 2º e 3º do artigo 8º da Portaria DGP 30, de 17-06-2010 passam a vigorar
com as seguintes redações:
“Artigo 8º - ..........................................................
§ 2º - para a manutenção dos níveis de habilitação Tat I e Tat II, o Policial Civil submeter-
se-á a treinamento na Academia de Polícia, conforme disponibilidade de recursos, facultativamente a
qualquer tempo ou por indicação da Diretoria do Departamento no qual estiver classificado.
§3º - para a manutenção do nível de habilitação Estrat, o policial submeter-se-á a
treinamento na Academia de Polícia, facultativamente a qualquer tempo, conforme disponibilidade
de recursos ou por indicação da Diretoria do Departamento no qual estiver classificado” (NR).
Art. 2º - Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

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