2018 LarissaCanedoRamosMoura TCC

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB

FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FE

LARISSA CANEDO RAMOS MOURA

ENSINO BILÍNGUE: MOTIVAÇÕES, MÉTODOS


E PRÁTICAS VIVENCIADAS NO
COLÉGIO INTERNACIONAL EVEREST.

BRASÍLIA – DF
2018
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB
FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FE

LARISSA CANEDO RAMOS MOURA

ENSINO BILÍNGUE: MOTIVAÇÕES, MÉTODOS


E PRÁTICAS VIVENCIADAS NO
COLÉGIO INTERNACIONAL EVEREST.

Trabalho Final de Curso apresentado à Banca


Examinadora da Faculdade de Educação da Universidade de
Brasília, sob a orientação da professora Doutora Paula Maria
Cobucci Ribeiro Dias, como Requisito parcial para a obtenção
do título de Licenciado em Pedagogia.

Orientadora: Professora Drª Paula Maria Cobucci Ribeiro Dias

BRASÍLIA – DF
2018
Moura, Larissa Canedo Ramos.
Ensino Bilíngue: motivações, métodos e práticas
vivenciadas no Colégio Internacional Everest/ Larissa Canedo Ramos –
Brasília, 2018.

Monografia – Universidade de Brasília, Faculdade de


Educação, 2018.
Orientadora: Doutora Paula Maria Cobucci Ribeiro Dias

1. Ensino Bilíngue 2. Alfabetização 3. Leitura e


UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB
FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FE

LARISSA CANEDO RAMOS MOURA

ENSINO BILÍNGUE: MOTIVAÇÕES, MÉTODOS


E PRÁTICAS VIVENCIADAS NO
COLÉGIO INTERNACIONAL EVEREST.

Trabalho Final de Curso apresentado à Banca


Examinadora da Faculdade de Educação da Universidade de
Brasília, sob a orientação da professora Doutora Paula Maria
Cobucci Ribeiro Dias, como Requisito parcial e insubstituível
para a obtenção do título de Licenciado em Pedagogia.

Comissão Examinadora

Profª Drª Paula Maria Cobucci Ribeiro Dias


Orientadora

Prof Dr Kleber Aparecido da Silva UnB/LIP

Prof Dr Bráulio Tarcísico Pôrto de Matos UnB/TEF

Profª Drª Tayana Tormena Oliveira UnB/LIP


Suplente
Dedico este trabalho à minha
família, em especial ao meu marido, ao meu
filho e aos meus pais, que estiveram presentes
em momentos decisivos durante minha
trajetória na Universidade de Brasília e me
incentivaram a realizar o sonho de concluir o
curso de Pedagogia.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por eu acreditar que tudo o que tenho hoje foi
obra d’Ele em minha vida. Agradeço também à minha querida mãe Maria, por estar em meu
lado durante minha trajetória acadêmica e em todos os momentos da minha vida.

Agradeço também a meus pais, Enio e Maria Isabel, que desde minha infância
não mediram esforços para me possibilitar acesso à educação de qualidade e por estarem
sempre dispostos a colaborar com meus estudos e com todos os meus objetivos. Agradeço por
serem exemplos para mim desde pequena e por sonharem comigo a conquista do meu
diploma em Pedagogia.

Agradeço ao meu marido, Victor, que esteve ao meu lado em tantos momentos
desafiadores durante meu período de graduação e por acreditar sempre em mim e me motivar
quando nem eu mesma acreditava no meu potencial. Agradeço por ele ser um modelo para
mim de dedicação ao seu trabalho e à nossa família, por não medir esforços para me ajudar
em todos os momentos que precisei, principalmente na reta final para a conclusão do curso.

Agradeço ao meu filho, João Lucas, minha maior motivação para concluir o
curso de pedagogia e meu maior presente que me foi confiado por Deus. Por ele eu me senti
ainda mais motivada a concluir o curso, para que ele possa viver comigo a vitória que é a
conquista de um diploma de nível superior e para que ele saiba que nunca devemos desistir de
nossos sonhos!

Agradeço a toda a minha família, que é repleta de exemplos de superação, de


vitórias e de conquistas por meio de uma vida dedicada ao trabalho e aos estudos. Agradeço
de forma especial ao meu padrinho, Wildemir Demartini, que nos deixou este ano, por sempre
ser um modelo para mim de que, independentemente de todos os desafios que possam existir,
todos somos capazes de realizar nossos sonhos, com integridade e honestidade, e que
certamente deixou ensinamentos que me servirão de exemplo para o meu futuro profissional e
de tantas outras pessoas.
Agradeço a todos os professores que passaram pela minha história e que
deixaram lembranças memoráveis. Desde o maternal até a graduação tive a oportunidade de
conhecer exímios mestres que colaboraram com a minha decisão de me tornar Pedagoga.

Agradeço de forma especial à minha orientadora, Professora Paula, que me


permitiu participar de um projeto de alfabetização com crianças no Varjão em 2017,
experiência que mudou meus conceitos em relação à educação e ampliou meus horizontes e
por meio da qual me aproximei do seu trabalho. Agradeço por tantos momentos de
aprendizado que tive oportunidade de ter com a professora, que, além de seus ensinamentos
pedagógicos, é uma pessoa encantadora e dedicada ao ensino e que esteve sempre torcendo e
rezando por mim. Por toda a atenção para me ajudar com meu Trabalho de Conclusão de
Curso, sem medir esforços para me encontrar, entrar em contato comigo, me atender e auxiliar
de forma tão atenciosa sempre que precisei.

Agradeço também ao Colégio Internacional Everest, por me dar uma


oportunidade única ainda no meu início no curso de pedagogia. Por meio da minha atuação na
escola, eu me apaixonei cada vez mais pelo universo da educação infantil e pelo processo de
Ensino Bilíngue e de alfabetização. Agradeço a todas as professoras que foram colegas de
classe e que me ajudaram no meu processo de formação e de aprendizado em sala de aula, à
coordenadora, que sempre esteve atenta ao meu desenvolvimento na escola, sempre me
apoiou e me ajudou em meu curso de graduação e a todos os funcionários da escola, que
tornavam o ambiente de fato acolhedor e agradável, propício ao aprendizado.

Agradeço a todos os meus amigos que sempre me motivaram e colocaram


esperança em mim, muitos que estiveram comigo antes mesmo do meu ingresso na
Universidade e acompanharam de perto toda a minha trajetória e que certamente se alegrarão
comigo pela conclusão desta etapa de formação.

Agradeço também a tantas outras pessoas, familiares, colegas e amigos


especiais em minha vida, que tiveram grande importância em minha história e que, apesar de
ser inviável citar, todos estarão sempre em minhas lembranças com carinho e gratidão.
“Não esqueças que antes de
ensinar é preciso fazer. - "Coepit facere et
docere", diz de Jesus Cristo a Sagrada
Escritura: começou a fazer e a ensinar. –
Primeiro, fazer para que tu e eu aprendamos. ”
(Josemaría Escrivá de Balaguer)
RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo geral apresentar a realidade do ensino


bilíngue em um Colégio Internacional localizado em Brasília. Por meio da pesquisa realizada
na escola, é possível identificar a motivação cada vez maior de famílias brasileiras por
escolherem escolas bilíngues, possibilitando que seus filhos tenham acesso a uma segunda
língua ainda na Educação Infantil. Outro objetivo específico do trabalho é tratar da forma de
Ensino Bilíngue por Imersão, adotada pelo Colégio Internacional Everest, que é o espaço
onde a autora teve a oportunidade de observar e participar do processo de ensino. Também
será tratada neste trabalho a estruturação das práticas utilizadas pelo Colégio para o ensino da
Língua Inglesa, assim como a rotina dos alunos, os espaços que eles frequentam e como todo
o ambiente colabora para o processo de alfabetização, que acontecerá a partir do Kinder 5, em
português e inglês. O trabalho retrata a experiência vivenciada pela autora e demonstra como
a prática em sala de aula desde os semestres iniciais no Curso de Pedagogia pode colaborar
para o processo de formação de professores conhecendo de perto os desafios e possibilidades
da atuação em sala de aula.

Palavras Chave: Ensino Bilíngue; Educação Infantil; Processo de


alfabetização.
ABSTRACT

The present work has the general objective to demonstrate the reality of
Bilingual Education in an International College located in Brasilia. Through the research
elaborated at the school, it is possible to identify the increasing motivation of Brazilian
families for choosing bilingual schools, allowing their children to have access to a second
language in Early Childhood Education. Another specific objective of the work is to deal with
the system of Bilingual Teaching by Immersion, adopted by Everest International College,
which is the space where the author had the opportunity to observe and participate in the
teaching process. Will also be discussed in this work the structuring of practices used by the
College for the teaching of the English, as well as the routine of the students, the spaces they
attend and how the whole environment contributes to the literacy process, which will happen
from Kinder 5, in Portuguese and English. This work shows the experience of the author and
demonstrates how the practice in the classroom since the beginning of the Pedagogy Course,
can contribute to the teacher experience process, knowing up close the challenges and
possibilities in the classroom experience.

Key-words: Bilingual Education; Early Childhood Education; Literacy


process.
SUMÁRIO

PARTE I - MEMORIAL EDUCATIVO .............................................................................. 13


PARTE II - MONOGRAFIA ............................................................................................... 19
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 19
CAPÍTULO 1 - EDUCAÇÃO BILÍNGUE ........................................................................... 20
1.1 Contextualização sobre educação bilíngue ...................................................................... 20
1.2 Variações nos programas de Ensino Bilíngue ................................................................. 22
1.2.1 Escolas Internacionais ................................................................................................. 22
1.2.2 Ensino Bilíngue por Imersão ....................................................................................... 22
1.3 Modelos de Educação Bilíngue ...................................................................................... 23
1.4 Eficiência do Ensino Bilíngue ........................................................................................ 25
CAPÍTULO 2 - O COLÉGIO INTERNACIONAL EVEREST ............................................ 27
2.1 Estruturação do Colégio ................................................................................................. 27
2.1.1 Estrutura física ............................................................................................................ 27
2.1.2. Extra classes .............................................................................................................. 28
2.1.3 Carga horária ............................................................................................................... 29
2.1.4 Formação dos professores............................................................................................ 30
2.1.5 Rotina ......................................................................................................................... 30
2.1.6 Internacional Center For Integral Formation (ICIF) ................................................... 31
2.1.7 Formação católica e programa de virtudes ................................................................... 32
CAPÍTULO 3 - ALFABETIZAÇÃO BILÍNGUE NO COLÉGIO INTERNACIONAL
EVEREST ........................................................................................................................... 36
3.1 Início do processo de pré-alfabetização .......................................................................... 36
3.2 A sala de aula como ambiente alfabetizador ................................................................... 37
3.3 O papel da auxiliar de classe .......................................................................................... 40
3.4 Atividades diárias desenvolvidas em sala de aula ........................................................... 41
3.5 “Circle Time” ................................................................................................................ 41
3.6 Atividades nos “Scenarios” ........................................................................................... 43
3.7 Atividades de estímulo para produção escrita desenvolvidas em sala de aula .................. 44
CAPÍTULO 4. PLANEJAMENTO MENSAL E OBSERVAÇÃO DE AULAS ................... 46
4.1 Relatoria ........................................................................................................................ 46
4.2 Reflexão - Período de observação – 03/08 ao dia 31/08/2017 ......................................... 46
4.2.1 Primeira semana: 03/08 a 07/08/2017 .......................................................................... 46
4.2.2 Segunda semana: 10/08 a 14/08/2017 .......................................................................... 47
4.2.3 Terceira semana: 17/08 a 21/08/2017 .......................................................................... 48
4.2.4 Quarta semana: 24/08 a 28/08/2017 ............................................................................. 49
4.3 Considerações finais sobre o planejamento e as observações .......................................... 49
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 51
PARTE III - PERSPECTIVAS PROFISSIONAIS ............................................................... 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 53
ANEXO 1 ............................................................................................................................ 55
13

PARTE I - MEMORIAL EDUCATIVO

Meu nome é Larissa Canedo Ramos Moura. Nasci em Brasília em 23/03/1995,


e sempre morei com meu pai e minha mãe até a chegada do meu irmão mais novo em
15/04/1997. Um pouco antes do nascimento do meu irmão, minha mãe decidiu que eu iria
iniciar meus estudos com 1 ano e 10 meses, podendo assim concluir meu processo de
adaptação na escola antes do nascimento de meu irmão.
Minha mãe diz que já imaginava que eu me adaptaria tranquilamente a esse
novo ambiente, pois com minha pouca idade ela já identificava uma certa independência e
muita comunicabilidade. Sempre falei muito e adorava conhecer novos lugares. Sendo assim,
iniciei minha vida escolar em janeiro de 2016, na escola Candanguinho, localizada na Asa
Sul, próximo à minha casa e ao trabalho da minha mãe.
Minha mãe sempre conta que, desde o primeiro dia, me despedi e fui logo
brincar com a minha professora e amigos, ela sentia que eu estava muito feliz por estar na
escola. E assim permaneci nessa mesma escola até o ano de 2000, quando me mudei para
outro bairro e, por isso, mudei-me também para outra unidade da Escola Candanguinho, no
Sudoeste. Nessa escola tive a oportunidade de vivenciar o meu processo de alfabetização,
gostaria de ter lembranças mais sólidas, porém tenho lembranças muito vagas sobre esse
período de minha vida, guardando apenas um carinho pela minha professora e a lembrança de
alguns cadernos de caligrafia que eu amava preencher até o fim e ter a letra cada vez mais
“redondinha e bonita”.
No ano de 2002, meus pais, motivados por alguns primos que tiveram boas
experiências na Escola Paroquial Santo Antônio, me matricularam nesta escola. Eu me
recordo de que, no início, não gostei muito da mudança, não conhecia ninguém na escola e me
sentia bastante insegura. Eu me lembro também de que não me familiarizava com a professora
e que a proposta pedagógica da escola era muito diferente da minha antiga escola e por isso
levei aproximadamente um ano para me adaptar.
Já no ano seguinte, 3a série do Ensino Fundamental, tive uma das professoras
de que mais me recordo durante essa etapa do Fundamental, chamada Daniella. Eu me
encantei desde o primeiro dia de aula, ela era carinhosa e atenciosa, ensinava sempre por meio
de jogos e atividades lúdicas e eu me sentia extremamente contente e motivada. Não me
esqueço, especialmente, de um determinado dia no qual deveríamos aprender sobre frações,
ela levou um bolo e foi pedindo para que os alunos o repartissem e resolvessem as situações
problema elaboradas por ela. Essa foi uma professora que, sem sombra de dúvidas, marcou
14

minha trajetória escolar e influenciou positivamente minha decisão, alguns anos depois, pelo
curso de Pedagogia. Acredito que exemplos são a chave para a construção das escolhas de
cada pessoa, podem influenciar positivamente ou negativamente, e tais exemplos formaram a
pessoa que hoje sou.
Permaneci na Escola Paroquial Santo Antônio até a 8 a série, pois era uma
escola direcionada apenas à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental. A expectativa era
muito grande para o ingresso no Ensino Médio, sabia que, dali em diante, eu deveria começar
a pensar no meu futuro, em decisões mais sérias, que impactariam diretamente no meu futuro.
No ano de 2010, iniciei meus estudos no Maristão, uma Escola que, na época,
era reconhecida pelo elevado número de aprovações na UnB, que sempre foi o objetivo dos
meus pais para mim e para o meu irmão. A escola era totalmente diferente de tudo o que eu já
havia vivenciado, lá eu tinha mais liberdade para tomar minhas próprias decisões. Minha
antiga escola era extremamente familiar e minha mãe sempre esteve presente e em contato
com as professoras e coordenadoras. Já no Maristão, não existia tanta proximidade com os
pais e meus pais também me deixaram mais livre, uma vez que eu estava no Ensino Médio.
Passei então a me dedicar a estudar para o PAS (Programa de Avaliação
Seriada da UnB), mesmo sem saber qual curso eu iria eleger para a minha formação. Comecei
a me aprofundar nas matérias com que tinha mais afinidade, que eram Literatura, Gramática,
Inglês e Matemática. Sempre obtinha bons resultados e minha nota na primeira etapa do PAS
foi muito boa, entretanto seria melhor se eu tivesse me dedicado um pouco mais às outras
matérias, mesmo não sendo as de minha preferência.
No segundo ano do Ensino Médio, eu estava focada em me dedicar também às
outras disciplinas, para superar minhas dificuldades e aumentar minha nota no final do ano.
Entretanto passei por vários problemas familiares durante o ano, tivemos problemas pessoais
e financeiros e, se não fosse pela ajuda de familiares, eu não teria concluído esse segundo ano
na mesma escola. Lembro-me de que esses problemas afetaram de certa forma minha
dedicação aos estudos e tiraram um pouco meu foco e, no fim do ano, minha nota no PAS
caiu 5 pontos em relação ao ano anterior, aumentando ainda mais minha ansiedade para o
terceiro e último ano, que determinaria o rumo da minha vida acadêmica.
No final desse 2o ano do Ensino Médio, eu percebi que seria muito difícil
continuar estudando na mesma escola e me candidatei para uma prova de bolsa no Colégio
Ciman, alguns amigos que estudavam nessa escola me falaram sobre esse concurso de bolsas
e eu resolvi realizar a prova.
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No final do ano, recebemos o resultado e eu consegui uma bolsa de 40% e por


isso resolvemos que o ideal seria realizar o 3o ano do Ensino Médio no Colégio Ciman.
Nesse ano, eu decidi que faria também um estágio remunerado e comecei a
fazer algumas provas realizadas pelo CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) para
conseguir uma vaga de estágio. E, em março, iniciei meu estágio na Procuradoria do DF. Essa
experiência nova foi muito importante para mim, saí da minha zona de conforto e agora, além
da dedicação aos estudos, precisava também trabalhar para ter meu próprio dinheiro e, apesar
de ter amadurecido muito nesse período, não consegui me dedicar muito à escola e passei a ter
notas medianas e a me dedicar menos ao vestibular.
Ao final do ano de 2012, eu realizei as provas do PAS e do Vestibular da UnB
e, assim como acredito ser um problema para a maioria dos estudantes que estão prestes a
concluir o ensino médio, muitas eram as minhas dúvidas acerca do curso que deveria escolher
para cursar durante a graduação.
Como sempre tive mais facilidade para as matérias de humanas, principalmente
Língua Portuguesa, Inglês, Espanhol e História, eu pensava em cursar algo voltado para essas
disciplinas. Entretanto, sempre gostei de matemática e também tinha interesse por esse
assunto e comecei a pensar em cursos que também unissem esses assuntos que me agradavam.
Sendo assim estava pensando em alguns cursos, Relações Internacionais,
Arquitetura ou Inglês (licenciatura). Também me chamava muita atenção o curso de
medicina, mas, como sempre foi um curso extremamente concorrido e não havia obtido notas
excepcionais nos primeiros anos do PAS, acabei excluindo essa possibilidade.
Para a realização do vestibular de Arquitetura, era necessária uma prova de
certificação de Habilidade Específica, e decidi que utilizaria essa prova como meu critério de
escolha, caso eu passasse na prova, eu me candidataria para o curso de Arquitetura.
Eu passei para a prova de Habilidade Específica e, mesmo sem ter certeza, eu
me inscrevi para o PAS e o vestibular no curso de Arquitetura e Urbanismo. Após receber o
resultado, constatei que não tive nota suficiente para ser aprovada e decidi que iniciaria um
curso pré-vestibular para realizar o vestibular para o segundo semestre de 2013.
Com a decepção de não ter ingressado na UnB, voltei a questionar minha
decisão pelo curso de Arquitetura e iniciei, em janeiro de 2013, o cursinho pré-vestibular. Em
fevereiro, surgiu a possibilidade de ingressar por meio do ENEM (Exame Nacional do Ensino
Médio) na UnB, mas os cursos disponíveis eram poucos, e nenhum deles estavam entre as
minhas opções iniciais. A permanência no curso pré-vestibular já estava sendo uma situação
16

difícil, uma vez que eu parei de trabalhar para me dedicar somente aos estudos e não estava
mais ajudando com as despesas em casa.
Sendo assim, a possibilidade de ingressar na Universidade, iniciar meu estudos
e poder trabalhar ou estagiar para poder contribuir com as despesas me pareceu a melhor
opção. Dentre os cursos ofertados, estava o curso de Pedagogia diurno ou noturno. Como eu
tinha muito interesse pela área de Línguas e, por isso pensava em dar aulas de Inglês ou
Português, a Pedagogia me parecia uma boa opção, pois eu saberia como ensinar da melhor
forma possível e, optando pelo curso noturno, eu poderia também trabalhar durante o dia.
Decidi, assim, me inscrever para o curso de Pedagogia noturno e, após alguns
dias, recebi o resultado de que havia sido aprovada, fiquei muito feliz, era uma realização
imensa poder ingressar numa Universidade como a UnB e, mesmo cercada de incertezas, eu
me sentia feliz por essa conquista e muito motivada a conhecer mais sobre o curso de
Pedagogia e descobrir se essa era de fato a minha vocação.
Sendo assim, em março de 2013, comecei o curso de Pedagogia noturno na
UnB. Durante o dia, comecei a trabalhar em uma loja e, no período da noite, eu estava na
faculdade.
Desde o primeiro semestre, eu me interessei muito pelo curso e cada vez me
sentia mais motivada, mas continuava pensando se aquele era o curso ideal para mim. No
segundo semestre, tive a oportunidade de deixar meu emprego na loja e estagiar em uma
escola, numa turma de pré-alfabetização, a Maple Bear. Logo na primeira semana, comecei a
perceber o quanto eu era feliz por poder ensinar, auxiliando a professora regente na turma de
educação infantil e unir meu interesse e conhecimentos pelo Inglês ao ensino.
Foram meses muito importantes para a minha formação como pedagoga, pois
foi meu primeiro contato com a sala de aula, e acredito que isso era o que faltava na
Universidade, as aulas eram somente teóricas, sem nenhuma experiência prática, o que julgo
ser de extrema importância para um curso de licenciatura, afinal, como preparar um professor
sem inseri-lo num contexto de prática educacional.
No ano seguinte, no meu 3º semestre no curso, fui aprovada em um processo
seletivo na Escola Internacional Everest e passei a trabalhar nessa escola. Foi um momento de
grande alegria para mim, pois é uma excelente escola reconhecida no Brasil e no mundo
inteiro e, além de ser uma ótima escola bilíngue, é uma escola Católica, que preza pela
formação integral dos estudantes, tanto acadêmica quanto social e espiritual.
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Nessa escola, eu tive mais oportunidade de realizar cursos e preparações para


trabalhar em sala de aula, tinha mais autonomia e iniciei em uma turma de alfabetização em
português e inglês, pela qual me encantei, pois era incrível ver o processo de alfabetização dos
alunos em ambas as línguas.
Continuei meus estudos unindo sempre o tempo dedicado à Universidade e ao
Trabalho e acredito que quanto mais eu tinha contato com os alunos em sala de aula mais eu
me encontrava em minha vocação como professora, mesmo tendo ainda interesse por outras
áreas e motivação para realizar outras graduações posteriormente, a Pedagogia era algo muito
prazeroso e gratificante para mim.
No ano de 2016, fiquei grávida e não foi algo planejado, como tive alguns
problemas de saúde no início e durante a gravidez, eu me afastei pelo período de um ano da
Universidade, mas continuei trabalhando na escola até o nascimento do meu filho, João
Lucas. Após o nascimento dele, vivemos um período de muita alegria e estava ansiosa pela
retomada dos estudos, pois queria também, por ele, poder realizar o sonho de me tornar
professora e poder ser um exemplo, mostrando a ele que o estudo é primordial para nossa
vida.
No ano de 2017, retomei os estudos na UnB e, após o período de licença
maternidade, voltei ao trabalho, entretanto foi um momento muito conturbado com muitas
mudanças e dificuldades. O João Lucas não se adaptou à creche e eu tentei levá-lo comigo
para as aulas, alguns professores eram extremamente atenciosos e compreensivos e outros não
permitiram que eu estivesse com ele nas aulas e, por esse e vários outros empecilhos pessoais,
acabei ficando mais um semestre afastada da Universidade.
No segundo semestre de 2017, decidi, com muito pesar, me desligar da Escola
Everest, apesar de gostar muito do meu trabalho, do ambiente e dos colegas de trabalho.
Percebi que precisava de um período para me dedicar inteiramente aos estudos e aos
primeiros meses de vida do João Lucas para poder finalmente concluir meu curso de
Pedagogia,
Acredito que tenha sido a melhor decisão no momento, pois consegui
equilibrar melhor as minhas atividades de casa, com o meu filho e com a faculdade e, mesmo
sem estar trabalhando, foi desafiador retomar a rotina de cursar muitas disciplinas depois de
várias mudanças em minha vida e estando um ano e meio afastado da Universidade.
Nesse segundo semestre, tive a oportunidade de participar de um projeto
desenvolvido pela professora Paula Cobucci na escola do Varjão. Eu me senti motivada a
18

participar do projeto desde o primeiro momento em que a ouvi falar sobre ele em uma
disciplina de Processo de Alfabetização que cursei nesse semestre com ela.
Eu sentia muita falta de estar em sala de aula, após 4 anos trabalhando em
ambiente escolar, essa era a primeira vez que estive afastada e também seria uma realidade
nova para mim, uma vez que todo o meu contato com a educação havia sido em turmas de
educação infantil em escolas privadas.
Essa experiência na Escola do Varjão, sem sombra de dúvidas, foi muito
importante para mim, principalmente na questão acadêmica, pois foi um aprendizado intenso,
auxiliando crianças de 9 anos no seu processo de alfabetização. Mas também me senti
extremamente grata pela oportunidade de conhecer um ambiente escolar totalmente diferente
do que já conhecia até então, conhecendo de perto a realidade do corpo pedagógico e dos
alunos da Educação Pública, com seus desafios, dificuldades e recursos escassos. Pude
conhecer crianças que são verdadeiros exemplos para mim, que mesmo enfrentando muitas
dificuldades permanecem na escola e, mesmo que alguns professores não vejam isso, para
mim, eles se dedicam dentro de suas realidades da melhor forma possível.
Após essa experiência, iniciei o ano de 2018 como provável formanda e, nesse
começo do desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso, pude perceber como tudo o
que vivi nestes 5 anos dentro da Universidade de Brasília fazem de mim a pessoa que sou hoje
e a futura professora que, com a graça de Deus, serei. Tive a oportunidade de me descobrir
dentro do curso de Pedagogia, vivenciei práticas pedagógicas diferentes, em diferentes
contextos e locais do DF, tive excelentes professores, que me deram todo o conhecimento
teórico para iniciar esta jornada como professora e, por isso, eu me sinto de fato realizada e
preparada para concluir este ciclo e iniciar uma nova etapa em minha vida.
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PARTE II - MONOGRAFIA
INTRODUÇÃO

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo principal apresentar a


forma com que se desenvolve o processo de ensino em uma escola bilíngue em Brasília. A
partir desse objetivo geral, foram propostos os objetivos específicos apresentados a seguir.
Identificar em qual idade se iniciam os estímulos para o processo de
alfabetização na escola pesquisada. Observar quais são os estímulos e de que forma eles são
introduzidos no contexto da Educação Infantil. Verificar em que etapa da alfabetização o
aluno se encontrará ao concluir a Educação Infantil (segundo a teoria da psicogênese da
língua escrita, de Emília Ferreiro).
Esta pesquisa se justifica porque, nos últimos anos, o número de escolas
bilíngues no Brasil e também na cidade de Brasília, tem aumentado consideravelmente, e essa
pesquisa tem o objetivo de investigar o motivo desse crescimento. Também buscamos trazer
ao leitor uma contextualização sobre o que é o Ensino Bilíngue e quais seus benefícios sociais
e cognitivos para os estudantes.
Quanto à natureza da pesquisa, trata-se de uma pesquisa original, com o
objetivo de descrever as características de determinada população e fenômenos e identificar
possíveis relações entre as variáveis, no nosso caso, em relação ao ensino bilíngue em uma
escola em Brasília. Quanto ao procedimento, trata-se de pesquisa participante, pois há
participação, envolvimento e identificação da pesquisadora com as pessoas investigadas.
A pesquisadora relatará sua experiência como auxiliar de professora em uma
Escola Bilíngue Internacional situada em Brasília, em sala de Kinder 4 com alunos de
aproximadamente 4 anos de idade, que corresponde à Educação Infantil. Além da observação
de aulas será apresentado relato da atuação como Auxiliar de Professora em sala de aula,
executando as tarefas requisitadas pela professora regente e colaborando com o processo de
ensino e aprendizagem em sala de aula.
Esse processo de imersão diário no ambiente investigado por esta pesquisa
permitirá à pesquisadora perceber quais são as metodologias utilizadas para o processo de
Ensino Bilíngue, quais são as estratégias adotadas pela professora e pela Instituição, além de
analisar os espaços educativos e a forma com que eles colaboram para o processo de Ensino e
para a aquisição da segunda língua.
20

CAPÍTULO 1 - EDUCAÇÃO BILÍNGUE

1.1 Contextualização sobre educação bilíngue

Há muitos anos, é comum, por parte das famílias, a procura pelo ensino de uma
segunda língua. Mesmo antes da mundialização e das grandes mudanças que vêm
transformando nossa sociedade, ser falante de uma língua estrangeira era visto como um
grande mérito e algo que poderia ser um fator decisivo para o sucesso profissional de um
jovem estudante.
Com o passar dos anos, esse desejo pela aquisição de um segundo idioma foi se
disseminando por todo o mundo e também no nosso país e, nas últimas décadas, tornou-se
uma disciplina praticamente obrigatória no currículo da maioria das escolas brasileiras
(FORTES, 2013, p.1). Essas escolas, públicas ou privadas em sua maioria, optam pelo ensino
da língua Inglesa e em segundo plano a Língua Espanhola. Conforme a demanda pelo Ensino
do Inglês foi aumentando, foram surgindo diversos métodos e práticas pedagógicas
diferenciadas para o ensino da segunda língua.
A educação bilíngue é uma das opções existentes para o processo de aquisição
de uma língua estrangeira e pode-se dizer que seu principal objetivo é possibilitar ao aluno
não só um contato momentâneo durante algumas horas com a segunda língua, mas sim
maximizar as oportunidades de contato do aluno com esse novo idioma.
A proposta de uma escola bilíngue é que o aluno não aprenda uma língua como
o Inglês por exemplo como uma disciplina qualquer, mas sim que essa língua faça parte do
próprio currículo. Que seja ministrada aos alunos de igual importância com sua própria língua
materna e que principalmente possibilite aos alunos um contato prematuro e ainda na primeira
infância, dessa forma o aluno terá maiores possibilidades de aprendizagem, desde a primeira
infância.
Apesar de os dados em relação ao número de escolas bilíngues em nosso
território serem de difícil acesso, pesquisas apontam que vem aumentando o número de
escolas bilíngues no Brasil, e a procura, por parte das famílias brasileiras, por esse tipo de
ensino, pode ser explicada por alguns fatores. Podemos verificar esse aumento por meio de
dados divulgados pelo Jornal Estadão, em 2007. Segundo o Jornal, em 2007 estavam
presentes no Brasil 145 escolas bilíngues e, em 2009, já eram encontradas 180 instituições
bilíngues no país. (Estadão, 22/01/2010)
21

Com a globalização e os constantes avanços tecnológicos, o inglês tem se


tornado uma língua necessária para uma melhor colocação no mercado de trabalho e também
muito utilizado no cotidiano, e por isso as famílias procuram inserir cada vez mais cedo as
crianças num ambiente de língua inglesa, para que a aquisição da segunda língua se torne algo
natural e rápido (Revista Veras, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 110).
As escolas bilíngues, diferentemente das escolas internacionais, possuem, em
maioria, alunos brasileiros, com o português como primeira língua. Essa procura de alunos
brasileiros por escolas bilíngues pode estar associada também à mentalidade brasileira da
aquisição da língua inglesa como um bem de consumo importante, possibilitando ascensão
econômica e status social. (FORTES, 2013, p.2)
O ensino de línguas nos anos iniciais de vida possibilita uma aprendizagem
satisfatória se comparada com o ensino da língua na fase adulta, uma vez que, na infância, as
crianças são dotadas de um diferencial biológico que maximiza o seu potencial de
aprendizagem.
Pesquisas mostram que o processo de aquisição da língua funciona em relação
inversa ao desenvolvimento biológico do homem, quanto mais envelhecemos, mais se torna
difícil o processo de aquisição de uma segunda língua (FORTES, 2013, p.4). Por isso, uma
pessoa está mais apta a se tornar proficiente na língua na fase da infância, e isso torna ainda
mais autêntica a procura de escolas bilíngues desde a primeira infância por parte dos pais
brasileiros.
Por esses motivos, podemos dizer que o Ensino Bilíngue consiste no ensino de
dois idiomas inseridos na grade curricular do aluno e tendo igual importância no processo de
aprendizagem, não sendo apenas mais um item dentre os objetivos de estudo, mas sendo
utilizado para ensinar as matérias do currículo. Esse tipo de ensino permite ao aluno possuir
alto nível de proficiência em ambas as línguas, materna e segunda língua.
Para continuar o estudo em relação ao Ensino de línguas, iremos definir a
utilização a partir de agora da nomenclatura L¹ para denominar a Língua Materna e L² para a
Língua Estrangeira e, assim, se poderemos compreender melhor o assunto que continuará em
discussão.
O conceito de educação bilíngue no Brasil ainda não é totalmente definido e
pode ser conceituado de muitas formas. À educação bilíngue, além do ensino concomitante de
duas línguas como Inglês-Português, podem estar associados também o Ensino de Libras para
alunos Surdos ou a Educação Indígena. Neste trabalho, o objeto de estudo está focado no
processo de alfabetização de alunos em um contexto bilíngue de Português-Inglês e, por isso,
22

estaremos, portanto, restritos a essa área do Ensino Bilíngue (Revista Veras, São Paulo, v. 7,
n. 1, 2017, p. 114).

1.2 Variações nos programas de Ensino Bilíngue

1.2.1 Escolas Internacionais

Há aproximadamente 30 anos, não era comum encontrar escolas bilíngues no


território brasileiro. Entretanto já existiam algumas Escolas Internacionais que, em sua
maioria, se situavam nas metrópoles e capitais do país. O público dessas escolas era, em sua
maioria, estrangeiros que se mudavam para o Brasil e que optavam pelo ensino regular na
Língua Inglesa. Por esse motivo, o currículo era ministrado em grande parte em Inglês e o
Português poderia estar presente como uma disciplina dentre as demais.
As escolas internacionais ainda existem no Brasil nessas escolas, normalmente
estudavam crianças que moram no Brasil acompanhadas de pais estrangeiros, embaixadores,
empresários, políticos, entre outros, e, muitas vezes, a permanência no Brasil é algo
temporário. Nessas escolas, normalmente se encontram crianças de diferentes nacionalidades
e com contextos culturais distintos, sendo assim a possibilidade de ter contato com diferentes
culturas é algo extremamente comum e interessante nas Escolas Internacionais.
Outro fator relevante é o alto custo desse tipo de escola, normalmente os
estudantes de Escolas Internacionais eram alunos com alto poder aquisitivo e os custos para
permanência numa Escola desse tipo eram muito elevados, restringindo o acesso a esse tipo
de Ensino a uma pequena parcela da população.
Normalmente, as Escolas Internacionais trazem, além da língua, costumes e
hábitos culturais Norte-Americanos, como calendário e, consequentemente, datas
comemorativas diferenciadas, com férias em períodos distintos das escolas regulares
brasileiras e alguns feriados não celebrados em nosso país, como o “Thanksgiving”,
comemorado nos Estados Unidos.

1.2.2 Ensino Bilíngue por Imersão

Diante do cenário mundial em que cresce cada vez mais a procura pelo Ensino
da Língua Inglesa, muitos empresários e professores vislumbram um novo método de Ensino
23

que poderia ser implementado no Brasil para suprir a necessidade de um modo diferente de se
ensinar inglês.
Sendo assim, surgiram Escolas Bilíngues nas quais era proposto um programa
de Imersão na língua inglesa. Nesse caso, uma minoria ou até mesmo nenhum aluno seria
falante da Segunda Língua, L², que, neste trabalho, seria o Inglês e a maioria dos estudantes
teriam como língua materna o Português.
Sendo assim, o ensino bilíngue teria uma prioridade inicialmente pelo ensino
da segunda língua e seria mais enfático com relação a ela. Esse programa de Ensino bilíngue
se justifica pelo maior contato que um aluno tem com sua língua materna, e por isso
introduzindo-o quase que totalmente num contexto da Língua Estrangeira seria uma estratégia
para que ele tivesse um contato maior com a segunda língua para posteriormente voltar a
receber instrução em ambos os idiomas. Esse tipo de método de imersão na Língua Inglesa
pode ser subdividido em três tipos. (MEGALE)
O primeiro modelo é denominado Imersão Inicial Total contexto os alunos
seriam inseridos totalmente no ensino da Segunda Língua L², todas as aulas sendo ministradas
nesse novo idioma e esse processo iria ocorrer durante todos os anos iniciais na escola,
educação infantil e até os primeiros anos do ensino fundamental. Apenas após a alfabetização
do aluno nesse segundo idioma a língua materna seria introduzida pouco a pouco no currículo
dividindo por igual a carga horária e o espaço dentro do currículo escolar.
O segundo modelo de ensino bilíngue é denominado Imersão Inicial Parcial, e
a única diferença entre ele e o primeiro método mencionado é que nele a instrução se dá de
forma igual entre L¹ e L², e a forma como acontece a divisão do currículo se altera de acordo
com o direcionamento de cada programa de Ensino Bilíngue.
Existe também a Imersão Tardia na qual os alunos chegam ao Ensino Médio
sendo ensinados apenas em sua Língua Materna L¹ e começa a ser inserido no currículo o
ensino da Segunda Língua L² gradualmente até alcançar o percentual de 40% do currículo
nesse segundo idioma L².

1.3 Modelos de Educação Bilíngue

Mas o que seria afinal a educação bilíngue? A educação bilíngue seria um


método de ensino que instrui os alunos numa língua que não é sua língua materna, ou aquela
que eles utilizam no meio familiar. Existem vários modelos diferentes e tipos de educação
bilíngue variando de acordo com o objetivo do ensino dessa língua adicional, as
24

especificidades dos alunos envolvidos no processo de ensino, a carga horária de ensino de


cada idioma, as estratégias de ensino e entre outras características que justificam a existência
de diferentes tipos de educação bilíngue. ( MELLO, Heloisa A. B.)
Em relação ao objetivo do Ensino da segunda língua, podemos dizer que
modelo de Ensino Bilíngue deve ter um propósito na medida em que é ofertado para a
população, atendendo a um ou mais objetivos pelos quais as famílias optam por inserir os
filhos no contexto da Educação Bilíngue. Se o objetivo do programa bilíngue é atender a
alunos que já estão nos anos finais do Ensino primário, ele será desenvolvido de uma forma, e
se esse programa abrange os anos iniciais na educação infantil o objetivo já diverge e portanto
serão modelos de ensino diferentes.
A carga horária também é outro fator relevante no Ensino Bilíngue. Algumas
escolas bilíngues optam por aulas somente em um turno do dia e outras já preferem atender
em um período integral. É possível para uma escola aderir a um programa no qual os alunos
tenham apenas um período de aulas na escola e que seja suficiente para atender a toda a carga
curricular exigida, nesse período por exemplo os alunos podem ter o horário dividido por
disciplinas nas quais algumas estarão sendo ministradas em português e outras em inglês.
Outra opção, no caso do período integral, é dividir o dia em duas partes onde no período
matutino será destinado ao Ensino da L¹ e o período vespertino ao Ensino da L².
Essa diferenciação entre a carga horária pode estar relacionada também com a
demanda dos pais, onde muitos podem optar por um período integral pela necessidade de se
trabalhar durante todo o dia e nesse caso os estudantes estarão recebendo instrução durante
um período mais longo tendo a oportunidade de ter contato por mais tempo com o segundo
idioma. E no caso dos pais que optam pelo meio período, esses podem preferir que as crianças
estejam apenas em um turno no ambiente escolar para estarem livres para realizarem ouras
atividades fora do espaço escolar podendo ser acadêmicas ou esportivas entre outras.
As especificidades dos alunos envolvidos no processo de ensino são outro
fator relevante entre os tipos de ensino bilíngue. Algumas instituições valorizam a questão da
individualidade e de uma atenção diferenciada para cada tipo de aluno. Nesse tipo de
instituição os programas podem estar atendendo a demandas pessoais como uma preferência
por disciplinas exatas, humanas, artes e etc.. Podem também estar mais atentas a algum déficit
de aprendizagem do aluno propondo atividades diferenciadas e um acompanhamento mais
próximo. Sendo assim, os programas de Ensino Bilíngue podem se diferenciar de acordo com
as necessidades e a realidade dos alunos envolvidos no processo.
25

Outro fator decisivo para a determinação de um modelo de Ensino Bilíngue são


as estratégias de ensino que serão adotadas. Essas estratégias podem estar relacionadas com
métodos de Ensino presentes nas escolas. Com relação ao ensino da segunda língua um ponto
importante é a questão do método de alfabetização que será utilizado pela instituição.
Algumas escolas são mais liberais, deixando os professores livres para utilizarem experiências
prévias, métodos próprios ou se utilizarem de métodos já existentes, mas de forma livre. Outra
já podem estar focadas em um determinado método e trabalharem de forma mais engessada,
de repente para manter um padrão de qualidade e objetivos já alcançados anteriormente,
sendo assim as estratégias adotadas pelas diferentes escolas Bilíngues no Brasil e mundo afora
são outro fator relevante para diferenciar os modelos de Ensino Bilíngue existentes.

1.4 Eficiência do Ensino Bilíngue

Como o Ensino Bilíngue no Brasil é relativamente novo vem que crescendo e


se expandindo nas últimas décadas, muitos têm dúvidas sobre a eficácia desse método e vários
questionamentos surgem a partir desse tipo de Ensino.
A pergunta clássica que assombra a todos que estão inseridos no contexto do
Ensino Bilíngue é: “A criança não vai confundir as duas línguas? ” Para responder a
questionamentos como esse há vários estudos e experiências que comprovam que a criança é
capaz de aprender concomitantemente e caminhar entre os dois idiomas com excelência, sem
nenhum prejuízo educacional, muito pelo contrário, o Ensino traz muitos benefícios ao
educando bilíngue.
Ellen Bialystok é uma neurocientista cognitiva que focou seus estudos no
processo de aquisição de uma segunda língua principalmente na infância e sobre como esse
processo afeta a mente humana. Ellen afirma que o bilinguismo é capaz de modificar o
funcionamento cerebral e que indivíduos bilíngues tem vantagens em relação a indivíduos
monolíngues, como uma capacidade maior para realizar várias tarefas ao mesmo tempo e até
mesmo retardar os sintomas causados por doenças como o Alzheimer.
O bilinguismo funciona como um exercício para o cérebro, por meio da
aprendizagem de duas línguas o indivíduo está em constante processo de troca entre as
línguas para sua socialização e comunicação e por isso o cérebro se torna mais maleável para
executar outras funções, sendo assim em lares onde os pais tem nacionalidades diferentes o
bilinguismo deve ser estimulado tanto para conectar os filhos a história e cultura por meio da
26

língua materna dos pais quanto pela oportunidade de aprimorar sua mente. (BIALYSTOK,
CARIK, GREEN, GOLLAN, (2009), p. 4)
O bilinguismo possibilita uma capacidade de abstrair as distrações em
situações onde é necessária muita concentração e uma atenção mais seletiva para um
determinado assunto, mesmo que não seja um assunto relacionado a língua em si mesmo em
atividades não verbais os bilíngues tem um desempenho superior.
Esse tipo de característica, que é um benefício para os indivíduos bilíngues, é
explicada pela utilização do Sistema de Controle Executivo, esse sistema é responsável por
controlar e selecionar a língua que será utilizada em cada momento pelo falante. Em outros
testes realizados com crianças esse sistema que no caso da língua determina qual dos idiomas
em competição será selecionado se mostrou ativo mesmo não estando diretamente relacionado
com o bilinguismo, como por exemplo pela demonstração de facilidade das crianças bilíngues
por realizarem atividades que continham situações de conflito em que uma única resposta
estava certa.
De acordo com Bialystok (2008, p. 5)

If bilingual language production requires the constant


involvement of the executive control system to manage attention to the target
language, then it is possible that this experience enhances that system
making it more robust for other functions. Thus, in contrast to the negative
effects of bilingualism found for vocabulary size and rapid lexical retrieval,
bilingualism should have an advantageous effect on the function of
executive control. The primary processes in the executive system are
inhibition, shifting of mental sets (task switching or cognitive exibility), and
updating information in working memory (Miyake et al., 2000).1

Diversos estudos comprovam que o bilinguismo está diretamente relacionado


com as funções cognitivas, uma vez que podem ser aprimoradas pelo constante exercício de
troca entre os dois sistemas de linguagem que estão em contínua competição na mente do
indivíduo bilíngue.

1
Se a produção de linguagem bilíngue exigir dedicação constante do Sistema de Controle Executivo para
administrar a atenção para a língua em foco, então é possível que essa experiência aprimore esse sistema
tornando-o mais preparado para outras funções. Entretanto, em contraste com os efeitos negativos do
bilinguismo, que se encontram na quantidade de vocabulário e uma rápida recuperação lexical, o bilinguismo
deve ter um vantajoso efeito no funcionamento do controle executivo. Os processos básicos do sistema executivo
são a inibição, deslocamentos de processos mentais (mudanças de tarefas ou flexibilidade executiva) e
atualização de informações no processamento da memória. Tradução da autora desta pesquisa. (Miyake et al.,
2000).
27

CAPÍTULO 2 - O COLÉGIO INTERNACIONAL EVEREST

2.1 Estruturação do Colégio

2.1.1 Estrutura física

O Colégio Internacional Everest faz parte de uma rede de escolas presente em


diversos países no mundo denominada Semper Altius. Em Brasília a fundação da escola se
deu no ano de 2013 em decorrência de uma demanda de algumas famílias brasilienses que
procuravam uma escola pertencente à rede Semper Altius na cidade. Por ser uma escola
confessional essas famílias procuraram a Arquidiocese de Brasília, e em um trabalho conjunto
com as duas unidades já existentes em nosso país situadas no Rio de Janeiro e em Curitiba a
escola iniciou suas atividades em março de 2013.
A escola está situada em uma região nobre do Distrito Federal, no Lago Sul e
conta atualmente com 3 prédios, 6 quadras poliesportivas, 4 playgrounds, 1 capela, 1 sala de
psicomotricidade, 2 salas de professores, 1 biblioteca, 1 sala de recursos multimídia, 2 salas
de ballet, 1 sala de artes marciais e outros espaços destinados a atividades pedagógicas.
A escola conta com a um refeitório onde todos os alunos fazem as refeições,
tanto os lanches quanto o almoço para aqueles que estão em período integral na escola. Está
presente na escola uma empresa terceirizada que é uma opção para a alimentação as crianças,
ou os alunos podem trazer o lanche de casa para a escola de acordo com a opção de cada
família. As professoras procuram incentivar sempre os alunos a optarem por alimentos
saudáveis e variados além de respeitarem o espaço do refeitório e terem bons modos ao
comer, além de ensinar os alunos ao jogar fora o próprio lixo e colocar os pratos e talheres
para serem lavados. São realizadas campanhas entre as professoras e os nutricionistas da
empresa de alimentação para incentivar os alunos a conhecerem novas frutas e optarem por
bons alimentos.
No início da implementação da escola em Brasília eram atendidos apenas
alunos da educação infantil e do primeiro ano do Ensino Fundamental, porém o planejamento
é que a cada ano tivesse início uma nova etapa de ensino para acompanhar o desenvolvimento
dessa turma de primeiro ano. Sendo assim atualmente são atendidos na escola alunos da
Educação Infantil com idades entre 1 ano e 6 meses e 5 anos, e alunos do primeiro ao sexto
ano do Ensino Fundamental entre 6 e 12 anos.
28

2.1.2. Extra classes

Fazem parte da grade curricular algumas atividades denominadas extra


classes2, que, na Educação Infantil, são aulas de música, psicomotricidade.
As aulas de música são ministradas por uma professora de música sempre na
língua inglesa. As aulas são lúdicas e muito atrativas para os alunos, sempre seguem uma
rotina, mas com uma grande variedade de atividades e informações para os alunos. São
trabalhas músicas na língua inglesa para intensificar o ensino bilíngue, além de conceitos
como a musicalidade e o ritmo. As professoras dispõem de instrumentos próprios para
utilização nas aulas e também de instrumentos musicais adaptados para crianças. Durante o
ano as atividades de música estão relacionadas com os demais conteúdos e projetos
desenvolvidos em sala de aula com a professora regente e algumas atrações são promovidas
pelas professoras de música como a vinda de músicos profissionais que tocam diferentes tipos
e instrumentos para aproximarem as crianças do universo musical.
Imagem 01. Alunos durante a aula de música conhecendo um novo
instrumento, o trompete, com um músico convidado pela professora de música.

Fonte: Arquivo pessoal.

2
Apesar da denominação utilizada pelo colégio ser extra classes, essas atividades compõem o
currículo e não são consideradas atividades extra curriculares.
29

As professoras de música também são responsáveis por participarem no


planejamento e participação dos alunos em algumas datas festivas. No dia das mães sempre
são preparadas apresentações musicais onde os alunos cantam em inglês e dançam para
homenagear as mães. No mês de junho a Escola promove uma festa junina que é aberta a toda
comunidade escolar e também nessa comemoração as professoras de música em um trabalho
conjunto com as professoras regentes preparam uma coreografia para a apresentação dos
alunos na festa junina. O último evento onde existe a participação dos professores de música é
o Auto de Natal, evento realizado normalmente na última semana do ano para comemorar e
relembrar a todos sobre o nascimento de Jesus, data que tem grande importância para a
religião católica.
Outra aula extracurricular oferecida pela escola é a aula de psicomotricidade.
Essa modalidade é ministrada por um professor de Educação Física que tenha especialização
na área de Educação Infantil, ou experiência com alunos nessa faixa etária. O objetivo das
aulas de psicomotricidade e estimular o desenvolvimento dos sistemas de coordenação motora
grossa e fina, além de outras habilidades motoras como a agilidade o equilíbrio a força entre
outros.
Além disso as aulas de psicomotricidade são sempre compostas por jogos e
atividades de interação entre os alunos, estimulando o respeito mútuo, o espírito de
competição e outras habilidades para a interação social. Esse espaço dentro da grade
curricular é muito elogiado pelos alunos, desde os menores com 1 ano essa aula é sempre um
momento de alegria e descontração, onde por meio de jogos e brinquedos pedagógicos os
alunos se desenvolvem em vários aspectos.

2.1.3 Carga horária

A carga horária no Colégio Internacional Everest se diferencia entre os anos


iniciais da educação infantil e os anos finais e todo o Ensino Fundamental. Entre o Infantil 1 e
o Infantil 4 a carga horária é de 4 horas diárias com 1 hora total de tolerância na entrada e na
saída.
A partir do Infantil 5 e durante todo o Ensino Fundamental a carga horária
passa a ser de 8 horas diárias. A carga horária dobra a partir do Infantil 5 uma vez que a partir
dessa etapa, se inicia o processo de alfabetização. Os alunos são instruídos 50% do tempo em
Inglês e 50% do tempo em português, sendo assim em um período do dia eles tem aulas com
uma professora de português e no outro período por uma professora de inglês.
30

A partir dessa etapa os alunos passam a almoçar na escola, portanto mesmo


sendo um período extenso para alunos de 5 anos existem espaços para almoço e intervalos
para recreação além das atividades extracurriculares durante o dia.

2.1.4 Formação dos professores

Aos professores da Educação Infantil é exigida a graduação no curso de


Pedagogia ou formação nos cursos de Letras ou Psicologia com Pós-graduação em Educação
Infantil. Além da formação acadêmica é exigido um alto nível de conhecimento e proficiência
na Língua Inglesa, somente os professores do Infantil 1 não precisam ser fluentes em Inglês
pelo fato já mencionado anteriormente, nessa etapa as aulas são 100% em português.
Em relação ao Ensino Fundamental a formação de professores é ainda mais
criteriosa do que em uma escola de Ensino Fundamental não Bilíngue, já que, além do curso
de graduação na área de atuação específica do professor, em alguns casos, é exigida também a
fluência na Língua Inglesa. Isso ocorre pelo fato de que já no primeiro ano começam a ser
ministradas aulas mais específicas como História, Geografia, Matemática e Ciências.
A partir do 1º ano do Ensino Fundamental, os alunos têm o dia dividido em
dois turnos, matutino e vespertino, e, em um período, eles têm as aulas em Português com um
professor e, no outro, em Inglês, com outro professor. O professor de português é responsável
pelas seguintes disciplinas: Língua Portuguesa, na qual os alunos aprendem sobre
interpretação de texto e regras gramaticais; e as disciplinas de História e Geografia, que serão
ministradas em português. O professor de inglês é responsável, portanto, pela própria Língua
Inglesa e pelas disciplinas de matemática e ciências biológicas e naturais.

2.1.5 Rotina

A rotina da turma conta com diversas atividades dentro e fora da sala de aula.
O dia se inicia com a acolhida de 13h30 às 14h onde são organizados 3 diferentes centros de
interesse onde os alunos podem escolher onde preferem ficar e realizar as atividades propostas
nos 30 minutos iniciais.
Às 14h é realizado o circle time, onde a professora inicia fazendo uma oração,
canta com os alunos, fala sobre cada um dos alunos lembrando-se dos que estão presentes ou
não, fala sobre os dias da semana, do mês e do ano além de conversar sobre o clima do dia e
31

os sentimentos dos alunos. Ainda nessa parte inicial a professora fala sobre a rotina do dia e
as atividades que serão desenvolvidas com as crianças.
Das 14h30 as 15h30 as atividades pedagógicas que são sempre realizadas em
cenários de aprendizagem. Os cenários são de matemática, linguagem, ciências e artes são 4
mesas grandes onde os alunos se sentam e realizam em grupos as atividades propostas para
cada área de conhecimento. Os alunos realizam tarefas individuais ou em grupo que
normalmente estão ligadas a jogos pedagógicos, atividades impressas em folhas, livros ou
produções artísticas. A formação desses grupos permite a criação de situações de cooperação,
colaboração, partilha, liderança e entre outras características que devem ser estimuladas nessa
fase da infância e promovem o desenvolvimento dos alunos.
Às 15h30 os alunos lancham, a escola conta com próprio Buffet que
disponibiliza as mesmas refeições para os alunos diariamente, sempre o cardápio contem
frutas, carboidrato e um suco.
Ás 16h os alunos têm alguma aula extra de música ou psicomotricidade. As
aulas são ministradas também na língua inglesa e promovem por meio de uma segunda língua
oportunidades de desenvolvimento artístico e psicomotor dos alunos.
Às 17h os alunos têm uma hora para brincarem no parquinho ou na quadra de
esportes. Esse tempo é de extrema importância pois cria possibilidades de interação entre os
alunos por meio de brincadeiras, resolução de conflitos, diálogo e desenvolvimento de
relações interpessoais entre as próprias crianças e também entre aluno professor. Nesse
momento os alunos têm liberdade maior do que nas atividades propostas no início do dia que
na maioria das vezes está mais associada à aquisição de conteúdo. Às 18h as crianças vão
embora.

2.1.6 Internacional Center For Integral Formation (ICIF)

Já foi mencionado anteriormente nesse trabalho que o Colégio Internacional


Everest faz parte de uma rede mundial de escolas espalhadas pelo mundo, e para manter o
padrão de qualidade e zelar pelo principio da formação integral dos alunos, existe um órgão
denominado ICIF, Internacional Center For Integral Formation.
O ICIF é uma organização católica internacional que desenvolve e mantém
modelos pedagógicos de excelência, fiéis aos princípios do humanismo cristão, com
processos voltados para a teoria, a inovação prática e as necessidades da sociedade.
32

Conforme dados retirados do site da escola, o ICIF no Brasil é responsável por


pesquisas, implantação e avaliação curricular dos Colégios Everest no Brasil. Sua função,
portanto, é desenvolver projetos para o desenvolvimento e implementação de modelos
educacionais de sucesso, embasados em princípios cristãos da Igreja Católica e no carisma da
caridade do Movimento Regnum Christi. Esse órgão já esta a décadas sendo uma referencia
para o desenvolvimento e operação de escolas.
Esse órgão serve como um auxílio para que todas as escolas da Rede Sempre
Altius sigam um padrão tanto em relação à qualidade do ensino quanto à parte estrutural e
física dos colégios. Para que esse controle de qualidade seja efetivo, alguns membros do ICIF
são enviados durante o ano letivo para visitarem o Colégio Everest, e nessas visitas eles
participam das atividades em sala com as professoras observando-as e dando feedback em
relação à organização da sala de aula, à forma com que elas desenvolvem as atividades e ao
comportamento dos alunos frente ao que foi proposto em aula pela professora. Além disso,
desenvolvem com as professoras palestras e formações pedagógicas.

2.1.7 Formação católica e programa de virtudes

O colégio Internacional Everest é denominado uma escola católica


confessional, pois ele é uma escola vinculada à Igreja Católica e ao movimento Regnum
Christi3. Além de práticas como a missa diária para participação dos pais e orações diárias
com os alunos a escola, adota o ensino de Formação Católica e um programa de virtudes para
todos os alunos.
As aulas de formação católica e de virtudes são ministradas até o Kinder 4
pela professora regente de cada nível, e para o ensino a professora conta com um manual
fornecido pela rede de ensino com um cronograma de assuntos que devem ser tratados e a
forma com que o professor deve abordar cada tema, além de algumas atividades práticas que
devem ser feitas acerca do tema. Essas atividades práticas são realizadas em um caderno de
atividades de formação católica e de virtudes onde os alunos realizam atividades de colorir,

3
De acordo com a Wikipédia, “o Regnum Christi é um movimento de apostolado ao serviço
dos homens e da Igreja que compartilha o carisma da congregação dos Legionários de Cristo. Atualmente, conta
com 65.000 membros, jovens e adultos, diáconos e sacerdotes, em mais de 30 países”.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Regnum_Christi. Pesquisa em 3 jul. 2018.
33

circular, assinalar, desenhar. Até essa etapa de ensino os alunos vistam a capela semanalmente
e realizam orações espontâneas e conduzidas pelas professoras.
A partir do Kinder 5 e durante todo o Ensino Fundamental as aulas de
Formação Católica e o programa de Virtudes são de responsabilidade de uma professora
específica dessa matéria, com formação específica em estudos sobre a Igreja Católica. Além
dos conhecimentos apresentados pelo livro ela iniciará a formação catequética dos alunos, que
irão se preparar para receber nos anos seguintes os sacramentos da 1ª Eucaristia e do Crisma.
Além dessa preparação por meio das aulas os alunos a partir do Kinder 5 contam com uma
missa mensal celebrada pelo Capelão da Escola onde os pais podem estar presentes nesse
momento de oração celebrado em conjunto pela escola e pela família.
As aulas de formação católica têm início ainda na Educação Infantil, para que
as crianças possam conhecer a história da bíblia e os conhecimentos deixados por Jesus
Cristo. As aulas sempre têm início com alguma história que é contada pela professora para
que as crianças possam associar contos infantis com os princípios da Igreja Católica e trazer
para sua realidade algumas práticas que são louváveis desde a infância como o respeito ao
próximo, o amor, a humildade e muitos outros exemplos deixados por Cristo.
Imagem 02. Alunos do Kinder 01 levando flores para Nossa Senhora durante a
aula de formação católica.

Fonte: Arquivo pessoal.


34

Além das histórias as professoras se utilizam também de jogos e das atividades


do livro de formação católica. Os jogos podem variar de acordo com o planejamento mensal
pensado pelas professoras e podem ser desde jogos de memória até mesmo atividades mais
ativas como caça ao tesouro. As atividades do livro sempre têm alguma relação com a
cont4xtualixação que é feita pela professora no início da aula e são atividade de colorir,
circular, ligar itens relacionados entre outras.
Além das atividades em sala, é comum que ao menos uma vez na semana a
professora leve os alunos até a capela para terem um momento de oração e contato com Deus,
sempre são encorajados pelas professoras nessas visitas a fazerem orações espontâneas e
agradecerem ou dedicarem um pedido especial a Deus.

Imagem 03. Alunos do Ensino Fundamental durante aula de formação católica,


aprendendo sobre os momentos da missa.

Fonte: Arquivo pessoal.

Já no Ensino Fundamental as aulas de formação católica passam a ter um


conteúdo pré-determinado com o objetivo de preparar os alunos para receberem o sacramento
da Primeira Eucaristia. A professora de Formação Católica procura passar esses ensinamentos
sempre de forma lúdica para que os alunos possam receber esses ensinamentos sempre de
forma agradável e que não seja apenas uma disciplinas curricular, mas que possa colaborar
35

para torná-los pessoas íntegras e excelentes exemplos de boa conduta e cuidado com o
próximo.
A partir da etapa do Ensino Fundamental os alunos também realizam provas de
Formação Católica, as provas são elaboradas sempre pela professora dessa disciplina e
pensadas de acordo com os conhecimentos que foram divididos durante as aulas e estudados
pelos alunos.
36

CAPÍTULO 3 - ALFABETIZAÇÃO BILÍNGUE NO COLÉGIO INTERNACIONAL


EVEREST

3.1 Início do processo de pré-alfabetização

Durante o período em que trabalhei como auxiliar de professora no Colégio


Internacional Everest, tive contato direto com o processo de alfabetização dos alunos, que é
iniciado por meio de estímulos para que a alfabetização seja algo natural e dividido de forma
homogênea dentro do currículo.
O colégio tem uma proposta de ensino bilíngue que é chamada de Programa de
Imersão Total, onde a proposta é que o currículo dos 2 aos 4 anos seja praticamente 100% na
Língua Inglesa e somente a partir do Infantil 5 passe a ser 50% Inglês e 50% Português. Essa
divisão parte da teoria de que o aluno já tem muito mais contato com a Língua Materna nessa
fase dos 2 aos 4 anos nos espaços não escolares, no convívio familiar e por isso essa Imersão
na Língua Inglesa num primeiro momento seria necessária para um processo mais efetivo no
Ensino da Segunda Língua.
Como no cenário nacional e também no contexto do DF vem surgindo um
grande número de novas escolas bilíngues, acredito que este relato de experiência pode trazer
à tona diversas questões sobre a educação bilíngue na nossa região. Minha intenção é
demonstrar os diversos motivos pelos quais as famílias buscam esse ensino da segunda língua
desde a primeira infância e quais os impactos da educação bilíngue na vida escolar do aluno e
principalmente na fase da alfabetização.
Acredito que o tempo que estive presente nesse ambiente escolar possibilitou
que eu pudesse conhecer a fundo o processo de alfabetização em duas línguas e os impactos
que esse tipo de ensino provocam no processo de aprendizagem e por isso esse trabalho pode
auxiliar outros colegas que se interessam ou que estão diretamente envolvidos em Instituições
Bilíngues.
Este trabalho terá enfoque no período da pré-alfabetização, na etapa do Kinder
4 quando os alunos não estão ainda no processo formal de alfabetização, mas já são
estimulados por meio de estimulação visual pelo ambiente alfabetizador da sala de aula, de
atividades lúdicas e atividades escritas.
37

3.2 A sala de aula como ambiente alfabetizador

Segundo Emília Ferreiro e Ana Teberosky, “é bem difícil imaginar que uma
criança de 4 ou 5 anos, que cresce num ambiente urbano no qual vai reencontrar
necessariamente textos escritos em qualquer lugar, não faça nenhuma ideia a respeito da
natureza desse objeto cultural até ter 6 anos e uma professora à sua frente. ” (FERREIRO &
TEBEROSKY, 1999, P. 29).
Na etapa do Kinder 4, as crianças se encontram exatamente nessa faixa etária
elucidada pelas escritoras acima citadas, encontram-se numa fase de sua vida em que os
questionamentos são rotineiros em sua vida. Estão, em sua maioria, munidos do poder da
língua já que se comunicam bem com essa idade e estão a todo tempo questionando tudo
como, o porquê devem ir para escola, o porquê devem acordar cedo, o porquê devem comer
alimentos saudáveis, e sendo assim estaríamos os subestimando ao pensar que o processo de
aprendizagem da língua escrita teria início apenas no momento que a professora iniciasse o
conhecido “processo de alfabetização”.
A aquisição da língua escrita se inicia desde o início da primeira infância, pois
em ambientes letrados a criança estará de forma indireta em constante contato com a língua
escrita por meio de aparelhos de tv, aparelhos celulares, livros infantis, placas de trânsito e de
sinalização e tantos outros estímulos visuais presentes em nossa sociedade.
Mesmo sem ter maturidade para ler tais imagens, as crianças estão em
constante processo de criação de hipóteses para representação dessas imagens e do seu
significado e muitas vezes sem compreenderem a língua escrita memorizam a imagem e
aprendem o significado daquela palavra.
Diante disso, podemos deduzir que um ambiente propício para a alfabetização
seria um espaço repleto de estímulos visuais da língua escrita, para que as crianças possam ter
amplo acesso a esses códigos e se sintam interessados e confortáveis com esse ambiente
letrado, se utilizando de objetos presentes em seu cotidiano e que sejam de fácil identificação
para eles para iniciar esse processo de aquisição da língua.
Todas as escolas que fazem parte da Rede Semper Altius incluindo o Colégio
Internacional Everest devem ser um padrão no que diz respeito ao aspecto visual das salas de
aulas. As salas são divididas entre 4 ambientes de aprendizagem, Math (matemática), Science
(Ciências), Art (artes) e Language (linguagem), e esses ambientes devem conter além da
palavra referente a cada um deles imagens e cores que façam referência a esse tema para que
38

mesmo uma pessoa que não conheça a proposta da organização de sala de aula possa
identificar a divisão entre os espaços dentro do espaço da sala.
Todas as salas possuem diversos murais com palavras em inglês e textos para
um contato mais próximo com a linguagem por meio dos alunos.

Imagem 04. Mural “Word Wall” na sala do Kinder 4. O “Word Wall” é um


recurso utilizado pelas professoras, em uma tradução literal para o português poderíamos
dizer que é a “parede de palavras”. Esse recurso é um mural com todas as letras do alfabeto e
toda vez que a professora trabalha uma nova palavra em inglês com os alunos, um aluno
escreve a palavra em um papel e cola na parede, no final de cada mês o mural fica vazio e
começam a colocar novas palavras no mês seguinte.

Fonte: Arquivo pessoal.


39

Imagem 05. Mural com os meses do ano e os aniversariantes de cada mês, na


sala do Kinder 4.

Fonte: Arquivo pessoal


Imagem 06. Mural “How do you feel today?”, utilizado para que as crianças
reconheçam o estado em que se encontram no dia por meio da associação de texto e imagem.

Fonte: Arquivo pessoal.


40

Imagem 07. Mural de ciências com o tema trabalhado sobre plantação de


milho. Atividades de pintura e colagem realizada pelos alunos exposta no mural.

Fonte: Arquivo pessoal.


Outra proposta adotada pelo colégio é a identificação de todos os objetos
presentes em sala de aula, e como nessa etapa os alunos recebem as instruções do professor na
maior parte do tempo na língua inglesa os objetos são identificados com seus respectivos
nomes em inglês. A maioria dos objetos em sala de aula devem conter os nomes escritos,
tanto os móveis, quanto os brinquedos, sendo assim, nas cadeiras existem etiquetas com a
palavra “chair”, na prateleira dedicada as bonecas existe uma etiqueta com a palavra “doll”,
no quadro branco utilizado pela professora existe uma etiqueta com o nome “ white board”.

3.3 O papel da auxiliar de classe

No Colégio em todas as turmas existe pelo menos uma auxiliar de classe, sua
função é auxiliar em todas as atividades que acontecem dentro da sala de aula sempre
atendendo às atividades propostas pela professora regente. Entre suas principais atribuições
estão auxiliar nos trabalhos pedagógicos desenvolvidos em sala de aula, ajudar a manter a
disciplina entre os alunos durante todo o período de aulas, acompanha-los durante as refeições
oferecendo alimentos e os incentivando a ter uma alimentação saudável.
41

Conforme já foi citado previamente nesse trabalho na parte em que foi tratada a
rotina dos alunos, a única parte do dia em que a auxiliar de classe fica só na sala de aula sem a
presença da professora regente é nos trinta minutos iniciais e finais da aula, e nesse período a
auxiliar fica monitorando os alunos enquanto eles realizam atividades livres como pintura,
recorte e colagem, leitura, jogos pedagógicos e entre outras atividades estabelecidas pela
professora durante o planejamento.
A auxiliar de classe, participa também de todas as formações pedagógicas que
são oferecidas mensalmente pela escola, como workshops, palestra ou mini cursos que
acontecem sempre durante o ano letivo. Além dessas atividades formativas as auxiliares de
classe estão sempre em prontidão para ajudar na elaboração do planejamento mensal e nas
atividades a serem desenvolvidas com os estudantes, uma vez que elas estão sempre próximas
aos alunos e atentas a seus interesses.

3.4 Atividades diárias desenvolvidas em sala de aula

No Kinder 4, os alunos estão em um período do desenvolvimento em que as


atividades lúdicas se fazem extremamente necessárias durante o processo de aprendizagem, já
que não conseguem se dedicar a um período muito longo de atenção e por meio de
brincadeiras, músicas, danças e jogos conseguem assimilar conhecimento de uma forma mais
prazerosa.

Uma das estratégias utilizadas em todas as etapas da educação infantil no


Colégio Internacional Everest é o Circle Time, um momento incluído na rotina diária dos
alunos, que dá início às atividades do dia. O Circle Time acontece todos os dias no início da
aula, na sala num espaço dedicado a esse momento. Nesse espaço os alunos ficam sentados no
chão junto com a professora e conforme foi comentado anteriormente nesse trabalho seguem
uma rotina que tem início com a oração e uma sequencia de atividades que são repetidas
diariamente.

3.5 “Circle Time”

No espaço dedicado ao “Circle Time” a professora conta com o apoio de


alguns elementos visuais que são de grande relevância para o processo de alfabetização. Na
42

parede que fica mais próxima à professora e de fácil visibilidade para todos os estudantes são
colados alguns cartazes que são utilizados pelos alunos durante esse momento da aula.
Imagem 08. Foto do “Circle Time”, espaço dedicado ao primeiro momento da
aula todos os dias.

Fonte: Arquivo pessoal.

Como o momento do Circle Time tem início com o momento da oração, a


oração que foi escolhida para ser feita com os alunos está sempre impressa e colada na parede
próxima ao local e a professora sempre lê a oração, e que de forma implícita pode levar os
alunos a associarem as palavras que são proferidas pela professora com o texto escrito.
Após a oração são cantadas algumas músicas relacionadas à gratidão a Deus
pelo novo dia que se inicia, ao clima, ao seu humor ou cumprimentando os demais colegas,
essas músicas são sempre renovadas durante o ano para se tornarem interessantes e agregarem
mais conhecimento aos alunos. Por meio das canções os aluno se se expressam nesse
momento sempre na Língua Inglesa e por meio da dança.
Após esse momento a professora fará a chamada. Para a chamada existe na
parede um cartaz onde está escrita alguma referência a presença ou não do aluno, nesse caso
as frases eram duas perguntas: “Who is here today?”, quem está aqui hoje e “Who is not here
today” , quem não está aqui hoje. Além disso a professora conta com cartões com os nomes
43

de todos os alunos da sala por escrito um a um, ela mostra cada cartão para que todos alunos
possam ver e pergunta a quem pertence cada nome, quando os alunos identificam quem é o
aluno em questão e ela pergunta se o aluno está presente em sala e caso a resposta seja
positiva a professora se direciona ao aluno e pergunta como ele está sentindo hoje e cola o
nome do aluno no cartaz que corresponde a sua presença na aula ou não. A professora realiza
essa atividade com todos os alunos da sala e no final realiza algumas perguntas para estimular
a participação dos estudantes como, contar quantos alunos estão e quantos não estão
presentes, se há mais alunos ausentes ou presentes, pergunta também qual a hipótese dos
alunos presentes sobre o motivo da falta dos alunos ausentes entre outras indagações.
Após a chamada a professora conversa com os alunos sobre o clima no dia,
para essa atividade existe um cartaz denominado “Weather Chart” que sempre tem o nome
escrito em letras grandes para a visualização dos alunos e abaixo um espaço para a definição
do clima no dia. A professora pergunta aos alunos portanto como está o clima e mostra as
possíveis opções em alguns cartões compostos de imagens e as palavras relativas as imagens,
por exemplo para um dia ensolarado existe o cartão “Sunny”, e abaixo da palavra existe a
imagem de um dia ensolarado e assim sucessivamente. Sempre relacionando a parte escrita
com imagens e facilitando o acesso das crianças que ainda não são alfabetizadas, mas também
dando oportunidade para que eles tenham contato com a escrita em si.
Esses são alguns dos recursos utilizados diariamente pelas professoras para que
de forma lúdica e interativa, por meio de perguntas que tem relação com o dia a dia dos
estudantes e de sua própria identidade eles possam receber estímulos que culminarão no
processo de alfabetização.

3.6 Atividades nos “Scenarios”4

Além dessas atividades iniciais outra estratégia adotada pela escola no Kinder
4 é a utilização dos “Scenarios” ou centros de interesse. Em cada sala existem 4 grandes
mesas onde os alunos realizam todas as atividades, as turmas têm no máximo 25 alunos e
contam com a presença de 01 professora titular e 01 professora auxiliar. Sendo assim quando
divididos cada mesa contará com 5 a 6 estudantes numa turma com lotação máxima.
Para dividir os estudantes, são utilizados crachás para separá-los por grupos,
essa separação é feita de forma aleatória e normalmente no final do Circle Time a professora

4
Os “Scenarios” podem ser chamados também de centros de interesse, em português.
44

entrega aos estudantes os crachás. A professora entrega 4 tipos diferentes de crachás que
normalmente são identificados por símbolos como: estrela, coração, quadrado e círculo por
exemplo. Cada mesa tem um número diferente, sendo assim numa tabela a professora indicará
aos alunos em qual mesa cada grupo de alunos com o crachá que possui deverá se sentar.
Em cada mesa, serão realizadas diferentes atividades, dessa forma os alunos
realizam sempre 4 diferentes atividades durante o período dedicado aos centros de interesse e
após um tempo determinado pela professora, eles deverão se levantar e mudar para a mesa
seguinte para realizarem outra atividade diferente da 1ª e assim sucessivamente até passarem
pelas 4 mesas.
Normalmente as professoras dividem esses centros de interesse com atividades
diferenciadas em cada um deles, muitas vezes são atividades destinadas a prática da
coordenação motora, atividades escritas nos livros didáticos utilizados por essa etapa,
brincadeiras com jogos educativos entre outras. Sendo assim de forma interativa e sempre
colocando os alunos em movimento essas diversas atividades são realizadas em sala de aula.

3.7 Atividades de estímulo para produção escrita desenvolvidas em sala de aula

Além das atividades diárias que são realizadas pelos alunos constantemente em
sala de aula, algumas atividades escritas também fazem parte do dia a dia dos estudantes no
Colégio Internacional Everest. Todas as escolas da Rede Semper Altius no Brasil utilizam
livros didáticos com atividades para os alunos, que são compostas pelo reconhecimento das
letras do alfabeto, contagem, recorte e colagem de imagens, identificação de padrão e entre
outras atividades que compõem os livros adotados pela escola.
Além dos livros as professoras utilizam constantemente Worksheets que são
folhas impressas com atividades para os alunos desenvolvidas mensalmente pelas professoras
de acordo com cada tema do planejamento. Nessas atividades que são escritas, os alunos são
estimulados a escrever seus nomes no cabeçalho da folha desde o início do ano, a professora
sempre entrega cartões com os nomes dos alunos para que eles possam ir aos poucos
aprendendo a escrever o próprio nome na folha e posteriormente também possam escrever os
outros dados como a data e o nome do professor.
Após o cabeçalho os alunos devem realizar a atividade conforme as instruções
dadas pela professora, essas atividades são criadas de forma personalizada pelas professoras
todo mês, sempre pensando nas características dos alunos da turma, e se utilizando de
elementos que possam auxiliar no processo de aquisição do conhecimento, alguns exemplos
45

são atividades de ligar, de contagem, de circular letras, de produção artística por meio de
desenhos e entre outras.
Além dos livros didáticos mencionados, os alunos também contam com um
livro denominado Basic Movements. Nesse livro, o objetivo é que, por meio de treinos sob
linhas pontilhadas, os alunos sejam capazes de desenvolver alguns movimentos de
coordenação motora e se preparem para o início do processo de escrita, esses livros são
utilizados desde o Kinder 2 até o Kinder 5. Apesar de não ser uma atividade de escrita, o
treino desses movimentos serve para auxiliar no processo de desenvolvimento da coordenação
motora para que os alunos se preparem para começar a escrever, principalmente com letra
cursiva.
Outra atividade adotada pela escola a partir do Kinder 4 é a utilização dos
cadernos de caligrafia, os cadernos são utilizados inicialmente para tentativas de escrita de
letras do alfabeto e posteriormente conforme o avanço do ano letivo os alunos começam a
escrever pequenas palavras trabalhadas em sala de aula, cada aluno utiliza o caderno para
escrever seu nome e o nome de seus colegas. Durante o primeiro semestre do Kinder 4 os
alunos escrevem sempre por meio da utilização de letra de forma e após o segundo semestre
os alunos são estimulados a escreverem também por meio da letra cursiva, que a professora
vai inserindo pouco a pouco na sala de aula de forma geral, substituindo os cartazes e todo
material escrito que fica a vista dos estudantes que até então eram escritos com letra de forma
por materiais com letra cursiva.
As professoras enviam uma vez por semana, sempre no mesmo dia deveres de
casa, chamados de Homeworks em inglês que são realizados com os pais em casa, dessa
forma os pais conseguem saber qual o conteúdo que está sendo trabalho com seus filhos em
sala de aula e também auxilia-los em eventuais desafios que possam surgir no processo de
ensino. É muito válido no processo ensino, e principalmente durante a alfabetização, a
participação dos pais pois os alunos se sentem extremamente motivados a compartilhar com
os pais aquilo que aprendem em sala de aula e contarem com seu apoio para solucionar
dúvidas e aprenderem com os pais. Os laços afetivos presentes na relação entre pais e filhos
são muito relevantes para o processo de ensino e acredito que por perceberem grandes
avanços na participação ativa dos pais no processo de aprendizagem a escola tenha adotado o
sistema de envio de dever de casa semanal para realização com a família.
46

CAPÍTULO 4. PLANEJAMENTO MENSAL E OBSERVAÇÃO DE AULAS

4.1 Relatoria

Tive a oportunidade de participar do desenvolvimento do planejamento do mês


de agosto de 2015, na turma de Kinder 4, juntamente com as professoras regentes: Camila
Araújo, Debora Pietrani e Geisa Sulczinski. Foi uma experiência extremamente rica, e pude
participar ativamente do desenvolvimento das atividades propostas, e escolher grande parte
das atividades de artes.
O resultado final do planejamento, que é conhecido no colégio como
“Planning Scheme”, que foi desenvolvido com a participação da autora para o mês de agosto,
está em anexo.

4.2 Reflexão - Período de observação – 03/08 ao dia 31/08/2017

4.2.1 Primeira semana: 03/08 a 07/08/2017

A semana foi bem agitada e um pouco atípica, devido às atividades da semana


cultural,5 as crianças estavam bem inquietas e apresentavam dificuldade para se concentrar
nas atividades. A semana foi dedicada a uma revisão dos assuntos previamente estudados e as
crianças realmente pareciam se lembrar e realizaram as atividades com facilidade. Era incrível
como alguns vocabulários referentes aos temas “Jungle”, “Weather” e “Seasons” já eram
utilizados com muita naturalidade.
Pude perceber uma atenção especial e direcionada da professora para com os
alunos que apresentaram alguma dificuldade específica, e eles pareceram não terem mais
dificuldade após a ajuda da professora. Uma das tarefas que julguei mais desafiadora para a
idade das crianças foi o reconhecimento (leitura) de palavras com três letras, chamadas na
língua inglesa de “CVC” (consoante vogal consoante). Muitas vezes os alunos acabam

5
A Semana Cultural, é um projeto realizado anualmente na escola e que inclui todas as turmas
da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. As professoras desenvolvem o projeto a partir de um tema, no
ano do trabalho o tema era países por exemplo. Portanto, os alunos têm várias saídas de sala para visitar os
trabalhos desenvolvidos por outros alunos da escola em diversos espaços.
47

mostrando dificuldade de diferenciar as palavras e talvez por ansiedade acabam tentando


adivinhar e não reconhecer de fato a palavra.
Apenas uma aluna apresentou dificuldade em praticamente todas as atividades
durante a semana, tive conhecimento de que a aluna ingressou na escola apenas no segundo
semestre, justificando assim essa diferença. As outras crianças já pareciamm reconhecer todas
as letras do alfabeto na língua inglesa e os números. Porém a professora sempre tentou ajudá-
la e acredito que ela vá conseguir superar essas dificuldades.

4.2.2 Segunda semana: 10/08 a 14/08/2017

Nessa segunda semana, pude perceber que algumas crianças estão tendo um
pouco de dificuldade de interação, são muito tímidas e, nos momentos de roda inicial,
normalmente não falam e não se posicionam. Das atividades rotineiras propostas na roda, eles
apresentam dificuldade apenas para reconhecer os dias da semana em inglês.
Com relação aos números, a maioria reconhece, porém a escrita de alguns
números específicos como o 2 e o 8 são um pouco mais difíceis para as crianças. Alguns
alunos parecem não ter se decidido completamente sobre escreverem com a mão direita ou
esquerda e, quando são realizadas atividades de escrita, sendo elas de colorir ou desenhar, eles
ainda alternam entre as mãos.
Alguns dos alunos ainda seguram o lápis com pouca força e sem firmeza e
muitas vezes a escrita acaba sendo um pouco trêmula e acabam errando. Apesar da pouca
idade, alguns já estão escrevendo com letras menores e apresentam traçado firme das letras.
Ficou muito claro também que o trabalho de fonética ajuda muito no processo
de leitura e é um bom estímulo. A professora trouxe uma nova palavra para ser trabalhada a
cada dia e, sobre cada palavra, existia uma música que ela cantava para demonstrar qual o
som proferido pela letra inicial dessa palavra. Acredito que, quanto mais for estimulada a
questão fonética, mais naturalmente ocorrerá o processo de letramento, uma vez que esse tipo
de estímulo, principalmente com músicas é bem atrativo para as crianças, que aprendem
brincando e de forma gradual.
48

4.2.3 Terceira semana: 17/08 a 21/08/2017

Nessa semana, foi trabalhado o projeto “What are shadows and reflections” (O
que são sombras e reflexos?). Os alunos se mostraram muito interessados no tema, porém
estavam sempre falando que era muito difícil fazer essas associações.
Pude perceber que uma das alunas estava extremamente sensível desde a
última semana, ela tem chorado desde o momento que chega à escola e, diante de qualquer
situação, ela volta a chorar, principalmente quando algo lhe é negado, o que acaba
atrapalhando também o andamento da aula. A professora solicitou a presença da psicóloga da
escola e ela começou a fazer observações dessa aluna em sala de aula, para poder avaliar e
propor alguma solução para essa situação recorrente.
Outra situação que pude observar foi a interação de dois meninos da turma, a
professora sempre tenta mantê-los separados, porém, sempre que eles encontram alguma
oportunidade, acabam sendo bem indisciplinados e algumas vezes há brincadeiras agressivas
que os machucam e a outros colegas. Isso atrapalha também no desenvolvimento das
atividades, já que, sempre que estão juntos, ambos acabam não realizando as atividades da
melhor forma.
Nessa semana, ocorreu também uma reunião individual com os Pais para falar
sobre o desenvolvimento dos alunos até então e orientar as famílias. Muitos pais relataram a
preocupação com o próximo ano no qual os alunos serão pré-alfabetizados e uma pergunta
recorrente foi em relação à aprendizagem da letra cursiva. Os pais também relatavam que,
quando realizavam atividades como dever de casa, os alunos sempre demonstravam o
conhecimento da língua inglesa, mas quando chamados a dialogar na segunda língua em
situações informais, entre os familiares eles se recusavam. A professora explicou que isso
pode acontecer porque a língua que é falada entre a família no ambiente da casa é o
português, e muitos alunos nessa idade dos 4 anos ainda entendem que o Inglês é a língua que
eles utilizam na escola e o português a língua que devem dialogar com os pais. Ela comentou
que com a maturidade e o desenvolvimento das crianças eles tendem a ficar mais abertos ao
diálogo na segunda língua com os pais e em outros locais fora da escola. Ela também trouxe à
tona um fato interessante, muitos pais comentaram que apesar dessa dificuldade para
dialogarem em Inglês entre a família, em viagens ao exterior para países de Língua Inglesa os
alunos compreendem muito do que é falado pelos nativos e até conseguem falar algumas
palavras ou pequenas frases que já conheceram no convívio escolar.
49

4.2.4 Quarta semana: 24/08 a 28/08/2017

Nessa semana, foi trabalhada a pergunta “What happens when day changes to
night” (O que acontece quando o dia se torna noite?) e “What can you see in the sky?” (O que
você pode ver no céu?). Os alunos pareceram muito interessados nos temas e aprenderam uma
grande quantidade de vocabulário da língua inglesa.
Os alunos se divertiram muito com as atividades de artes e muitas vezes
tiveram que utilizar a tesoura, pude observar que muitos alunos ainda não conseguem
manuseá-la corretamente. Nessa semana, já percebi uma melhora em relação ao tamanho da
letra, eles já estão diminuindo e conseguindo escrever as palavras nos espaços determinados.
Quando os alunos tinham que fazer cópia de alguma palavra ou atividade que
estava no quadro, apresentavam dificuldade na primeira semana, porém agora estão mais
atentos e se distraindo menos e também levam menos tempo para escrever o que está no
quadro. Porém algumas vezes ainda é necessário pedir a atenção dos alunos e repetir a
instrução várias vezes.

4.3 Considerações finais sobre o planejamento e as observações

A oportunidade de participar das atividades realizadas na turma, desde o


planejamento mensal até o desenvolvimento dele, as experiências vividas com certeza
enriqueceram o meu processo de aprendizagem.
Quando estamos em contato com as crianças em sala de aula, temos a
oportunidade de presenciar todas as teorias e ideias que estudamos aplicadas na prática, de
modo concreto. Muito do que estudamos durante o curso de Pedagogia, desde os processos
psicológicos de desenvolvimento do ser humano, às estratégias adotadas pelos principais
autores que dissertam sobre educação, são atestadas no espaço escolar ou também teremos a
oportunidade de contestar e provar todas as ideias com que temos contato durante o curso.
Ao final da intervenção pedagógica, os resultados foram muito satisfatórios, e,
a partir do relatório que produzi, tive a oportunidade de dialogar com a professora regente dos
alunos e propor algumas mudanças, opinando com base nos estudos para a construção desse
trabalho e em no meu conhecimento prévio atuando em sala de aula na educação infantil.
O foco deste trabalho era observar a inserção do Ensino Bilíngue na realidade
educacional brasileira e, para mim, apesar de existirem certamente algumas deficiências no
processo de aprendizagem, os ganhos desse tipo de ensino superam as perdas e, considerando
50

a atualidade e a situação que estamos vivendo na história atualmente, o ensino de uma


segunda língua será peça chave para o processo de ensino aprendizagem do aluno
contemporâneo.
É comprovado cientificamente que o bilinguismo coopera para os processos de
cognição e desenvolvimento de diversas áreas do desenvolvimento na infância, outras razões
já citadas anteriormente neste trabalho também justificam a afirmação do ensino bilíngue
como o impacto social, educacional e ocupacional que esse tipo de ensino produz.
Considero que uma das principais características positivas de se incentivar que
as crianças aprendam uma segunda língua transcende o ensino da língua como mais conteúdo,
é a possibilidade de alargar o horizonte dessas crianças, possibilitando interação cultural,
gerando nessas crianças o interesse de se conhecer outras culturas e meios sociais diferentes
dos quais ele está inserido e o emancipando para que ele possa de maneira autônoma e
independente estabelecer essas relações de troca cultural.
51

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Da realidade que tive oportunidade de participar no Colégio Internacional


Everest, os estímulos alfabetizadores se iniciavam no Infantil 3, fase em que os alunos
estavam com 3 anos de idade. O processo se inicia no Infantil 3 por meio da apresentação das
letras do alfabeto e de seus sons, esse método é conhecido como método fônico, muito
utilizado no processo de ensino da língua inglesa, principalmente em países onde a língua
materna é o Inglês.
No ano seguinte, aos 4 anos, o objetivo é que os alunos já reconheçam
pequenas palavras e os nomes de todos os colegas de classe. Além disso, são estimulados a
escreverem o próprio nome em letra de forma e cursiva até o final no ano.
Na última etapa da Educação Infantil, aos 5 anos, inicia-se, de fato, o processo de
alfabetização, as professoras não seguem um único método, mas se utilizam de diversos
métodos de alfabetização, ferramentas e estratégias que tornem esse processo lúdico e efetivo.
O objetivo desse ano é que os alunos recebam estímulos suficientes para que possam concluir
a educação infantil na fase alfabética, conforme referência de Ferreiro e Teberosky (1999).
A proposta da Escola é que, concluindo a educação infantil, o aluno seja
considerado alfabético, lendo e escrevendo em ambas as línguas, Portuguesa e Inglesa. Nessa
proposta, os alunos já iniciariam o ciclo do Fundamental 1 alfabetizados. Entretanto, toda essa
proposta de alfabetização na Educação Infantil é composta por estímulos e não é imposta aos
alunos, apenas lhes são dados os incentivos necessários para a alfabetização nessa etapa.
Apesar de o percentual de alunos alfabetizados ser alto, os alunos que não concluem o
processo na Educação Infantil, continuam o processo de alfabetização no 1º ano do Ensino
Fundamental.
Na escola foi possível observar de perto as famílias que optaram por esse tipo
de ensino, e foi possível perceber que muitos buscavam o ensino de uma segunda língua
desde a infância para os filhos com o objetivo de prepara-los para os desafios futuros de um
mundo globalizado.
A partir dessa experiência com as crianças na turma do Kinder 4, pude
observar como se desenvolve processo de aprendizagem em um ambiente bilíngue na
educação infantil, trabalhando juntamente com a professora regente e desenvolvendo
estratégias para o desenvolvimento das crianças.
52

PARTE III - PERSPECTIVAS PROFISSIONAIS

A conclusão do curso de pedagogia na Universidade de Brasília será um sonho


realizado após quase 6 anos de muito trabalho, estudo e também de muitos momentos de
alegria e de tristeza, que, sem sombra de dúvidas, me fizeram chegar até onde me encontro
hoje.
Tive a oportunidade de iniciar muito cedo o trabalho em sala de aula, desde
meu segundo semestre no curso de Pedagogia, e essa inserção profissional, contato diário com
os alunos da educação infantil, e as inúmeras trocas que advêm do contato professor-aluno me
deram a certeza de que ser professora era a decisão mais acertada nesse momento de minha
vida.
Levarei da Universidade de Brasília muitas amizades trazidas pelas minhas
experiências profissionais, oportunidades de aprender com grandes mestres que lecionam da
Universidade e muitos conhecimentos que permanecerão presente para sempre em minha
trajetória a partir da conclusão deste curso.
Pretendo me dedicar neste ano ao estudo para um possível concurso na área de
Pedagogia ou para a continuação dos estudos por meio de um Mestrado ou Pós-graduação
Lato Sensu. Pretendo também continuar meus estudos em relação à Língua Inglesa e, se
possível, fazer um curso em um país de Língua Inglesa para aprofundar meus conhecimentos
e conviver em um espaço cultural onde a língua nativa seja o Inglês.
Pretendo conseguir conciliar com os estudos também o trabalho como
professora em uma Escola Bilíngue, pois o contato diário com os alunos em uma escola, e
todo o aprendizado vivenciado em sala de aula, são aspectos dos quais sinto imensa falta e
pretendo brevemente retomar em minha vida a atuação em sala de aula.
53

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um estudo dos processos identitários nas práticas de ensino. 2002. 210 f. Tese
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55

ANEXO 1

Autorização para uso de nome e imagens da Escola em Trabalho Acadêmico

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