PDF - Vagna Lucia Salviano de Gois
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ITAPORANGA-PB
2014
VAGNA LÚCIA SALVIANO DE GÓIS
ITAPORANGA-PB
2014
Esta Monografia é dedicada a você, criança, que muitas vezes passa
despercebida por algum professor e até se torna esquecida por não
conseguir aprender, pois tenho a obrigação como educadora de
escrever sobre o assunto e tentar com isso, colher informações para
subsidiar estudos e pesquisadores futuros nesta problemática tão
antiga e ao mesmo tempo tão recente em que se tenta resolver, mas
nem todos os responsáveis se dedicam a tal questão.
AGRADECIMENTOS
Quero antes de qualquer coisa agradecer a Deus por poder estar aqui diante de mais
um curso e ter forças para continuar, apesar dos inúmeros obstáculos que surgem a cada dia
na vida. Quero também poder lembrar-me dos familiares, amigos, namorado que muitas vezes
abriram mão de algo importante para estarem ao meu lado quando precisei. A todos os
coordenadores de curso. Ao coordenador do pólo de Itaporanga, o professor Alberto que com
sua simplicidade e humildade soube desempenhar o seu papel como ninguém. Aos
professores das aulas presenciais e aos das aulas virtuais que não mediram esforços para tirar
nossas dúvidas e fazer um bom trabalho. Aos colegas de turma que souberam compartilhar
cada momento, fosse de descontração ou de dificuldades o meu mais profundo e sincero
obrigada a todos.
RESUMO
O Brasil é um país que vem lutando há anos por uma educação de qualidade, criando
programas e investindo em bons projetos para conseguir este objetivo, embora os resultados
nem sempre têm sido positivos nem os esperados pela sociedade. Os problemas de
dificuldades de aprendizagem surgem principalmente na transição da criança do ensino
fundamental I para o 6º ano do ensino fundamental II tendo em vista que as crianças chegam a
esta série com um nível de aprendizagem muito abaixo do esperado. Foi pensando nesta
problemática que esta pesquisa se realizou, através de questionários aplicados a professores,
análise e observações de quatro turmas: duas do 5º ano e duas do 6º ano visando
especificamente Língua Portuguesa nos eixos de leitura e escrita. Observamos o meio
cultural, familiar, escolar e, principalmente, a metodologia e didáticas empregadas pelo
educador. Este trabalho torna-se de grande importância, partindo da constatação de que a
aprendizagem começa muito cedo e a alfabetização se desenvolve principalmente nos
primeiros anos de escola. Por isso a observação no 5º ano que é a série final desse processo
para ingresso no 6º ano, momento em que é detectado o problema de aprendizagem em leitura
e escrita cujos reflexos, se não trabalhado e corrigido a tempo, se darão nas séries seguintes.
Brazil is a country that comes fighting there re years for an Education of quality, it is creating
programmers and it is investing in good project to get this objective, the results neither always
having be positives, neither the hoped for society. The problems of difficulties of learning
appear leadenly in the translation of child from fundamental teaching one to sixth year of the
fundamental teaching two where the children arrive this series with a level of learning very
down hoped. It went thinking in this problematic that search happened, through of interview
with teachers, analysis and observation of four groups: two in the fifth and two in the sixth
year are arming specify Portuguese Language in the axle of reading and writing. We observe
at cultural way, familiar, school and, principally, the method and didactics invested for
educator. This work becomes of great importance, it is parting of the consisting of that
learning begins very early and the literacy grows principally in the first years of school, for
that observation in the fifth year it is the end series of this process to admission in the sixth
year, moment in that it is detected the problems of learning in reading and writing whose the
reflexes of that, if did not work and corrected will give in the future series.
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 09
iniciais ............................................................................................................................ 12
Portuguesa ...................................................................................................................... 17
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 32
APÊNDICES................................................................................................................. 33
QUESTIONÁRIOS...................................................................................................... 34
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1 INTRODUÇÃO
A educação é o bem mais precioso que se pode conseguir ou deixar na vida de alguém,
mas infelizmente nossos jovens e crianças, apesar de tantas oportunidades que estão a
disposição deles, a realidade é que poucos estão interessados em estudar e terminam ficando
no meio do caminho sem objetivos nem perspectivas e sem interesse fica complicado um
trabalho de qualidade e com bons resultados.
Segundo Sônia Kramer (2010, p.13),
Ao longo de toda sua história, a alfabetização tem se consolidado entre nós como
um problema social, um impasse, um obstáculo de difícil superação: O Brasil ainda
é um dos dez países com índices mais altos de analfabetismo em todo o mundo. Essa
situação alarmante enseja especialistas, de um lado, a falarem em erradicação,
reforçando o ultrajante preconceito e a discriminação em relação à quem não lê. De
outro, grupos profissionais, sistemas de ensino e gestores da administração pública a
envolverem-se freqüente e insistentemente na busca de políticas, metodologias e
estratégias que trariam alguma solução para tão grave problema.
Segundo Sônia Kramer (2010) essa busca tem gerado alternativas equivocadas. Seja
implementando projetos arquitetônicos, tais como os Centros Integrados de Educação
Pública/Cieps-1980 ou os Centros Integrados de Apoio a Criança/Ciacs-1990, seja delineando
programas que envolvem aparatos tecnológicos inovadores, mas em contextos que acabam
reproduzindo práticas convencionais ao fazer uso de equipamentos de informática,
multimídia, Internet, em programas semipresenciais ou de educação à distância. O fato é que
há quase vinte anos a educação tem sido colocada no centro da disputa política no país
mobilizando ações em diversas instâncias da vida social e institucional.
Desde alguns anos, no que se referem às propostas nacionais, prédios são construídos,
equipamentos fornecidos, materiais didáticos distribuídos, enquanto a vida educativa
contemporânea cada vez mais se distancia daquilo que é efetivamente necessário para que
todos tenham acesso à leitura e à escrita. De equívoco em equívoco, vai sendo feita uma
educação que se afasta mais e mais dos interesses e das necessidades da maioria da
população.
Sem condições materiais, objetivos para nossos professores e sem possibilidades
concretas de que se tornem intelectuais, críticos de seu tempo, da sociedade em que vivem e
dos contextos específicos em que atuam como leitores do mundo e de textos parece ser difícil
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superar as marcas do analfabetismo. Certamente não será com prédios, aparelhos de TV, kits
multimídias ou novas alternativas metodológicas de ensino que se conseguirá esse feito: os
tijolos, o coração e o cérebro das nossas ações escolares foram, são e continuarão a serem os
professores e as professoras que ano após ano convivem com crianças, jovens e adultos nas
escolas concretas existentes nas esquinas das cidades, nas fazendas do campo, nos bairros
pobres e sofridos das periferias.
Garantir o acesso à leitura e à escrita é um direito de cidadania. A escola tem um papel
importante a desempenhar na concretização desse direito, contribuindo na construção do
conhecimento de crianças ajudando-as a nunca esquecer a história, a sempre rememorar o
esquecido, para que se torne possível mais do que nunca mudá-la. Para isso, ler a história é
crucial. Por isso, escrever e reescrever os textos é essencial. Ler, escrever e reescrever os
textos e a história, enquanto sujeitos dela.
A origem de um problema de aprendizagem pode ser multicausal, podendo estar no
educando ou em seu ambiente seja ele: cultural, familiar, escolar e, principalmente, na
metodologia e didática empregada pelo educador.
Este trabalho torna-se de grande importância, sabendo-se que a aprendizagem começa
muito cedo, quando somos bebês e a alfabetização se desenvolve principalmente nos
primeiros anos da escola, as crianças estão chegando ao 6º ano do ensino fundamental II com
um nível muito baixo de aprendizagem em leitura e escrita.
Este trabalho está dividido em dois capítulos: o primeiro a Fundamentação Teórica
(Alfabetização e Letramento: conceitos e práticas pedagógicas nos anos iniciais; PNAIC
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (2014) e Ensinar a ler e escrever não é
apenas responsabilidade do professor de Língua Portuguesa) e o segundo acerca dos dados
coletados (Questionários aplicados aos professores do 5º e 6º anos e Análise dos dados).
Duas vertentes foram adotadas quanto às estratégias utilizadas nas investigações: de
um lado, questionários com dois professores do 5º ano do ensino fundamental I e dois com
professores de Língua Portuguesa do 6º ano do ensino fundamental II, de outro; observações e
análise de aulas nessas turmas que estão distribuídas em duas escolas públicas do município
de Curral Velho-PB. Este tem caráter exploratório.
A pesquisa se deu em duas escolas públicas que apresentaram índices altos de alunos
no 6º ano com problemas na leitura e escrita. O interesse recaiu nessas escolas em particular
pelo fato da maioria de sua clientela ser proveniente das camadas populares, com alunos
vindos de várias áreas da zona rural tanto deste município como também de municípios
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vizinhos como também por existir apenas essas duas escolas analisadas. Uma das escolas com
quinze alunos no 6º ano e deste número seis apresentam dificuldades em leitura e escrita; já
na outra escola em questão, de quarenta alunos do 6º ano cerca de vinte não estão no nível da
série. (Dados cedidos pelos responsáveis pelas escolas e professores das turmas)
Durante o período de dezembro de 2013 a março de 2014, entrei no cotidiano da
escola especificamente no 5º e 6º anos, observando atividades de classe, momentos de
merenda e recreação, entrada e saída dos alunos na classe, questionários aplicados aos
professores das turmas observadas, conversas informais com mães e profissionais da escola,
conselhos e participação em reuniões de pais e professores.
As crianças desde cedo devem ser alfabetizadas de maneira correta para que não
sofram com esta dificuldade no futuro. Neste contexto este trabalho propicia momentos de
análise, reflexão, questionamentos sobre a importância do trabalho da escola e dos professores
no processo de alfabetização e letramento tendo como objetivo identificar e analisar as
principais dificuldades vivenciadas pelos professores de língua portuguesa, no trabalho com
leitura e escrita no 6º ano do ensino fundamental das escolas públicas em questão para assim
conseguir algumas respostas para uma problemática que vem preocupando muito: o porquê de
um grande número de crianças chegarem ao 6º ano do ensino fundamental II com dificuldades
na leitura e escrita destas escolas observadas. Coletando dados e buscando resultados para ver
onde estar este problema, se é na escola, no trabalho desenvolvido pelo professor, na falta de
participação e apoio dos pais ou na própria falta de habilidade do próprio aluno para assim
tentar melhorar estas dificuldades.
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CAPÍTULO I
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Língua é um sistema que tem como centro a introdução verbal, que se faz através de
textos ou discursos, falados ou escritos. Uma proposta de ensino de língua deve valorizar o
uso da língua em diferentes situações ou contextos sociais, com sua diversidade de funções e
sua variedade de estilos e modos de falar. Para isso é importante que o trabalho em sala de
aula se organize em torno do uso e que privilegie a reflexão dos alunos sobre as diferentes
possibilidades de emprego da língua.
Segundo Naspolin (2009, p.70)
Alfabetização e Letramento são dois processos diferentes, mas ambos devem andar
juntos para que haja um resultado satisfatório de aprendizagem. A professora Magda Soares
(1998, p. 47) distingue bem esses dois processos. A alfabetização corresponderia ao processo
pelo qual se adquire uma tecnologia – a escrita alfabética e as habilidades de utilizá-la para ler
e para escrever. Dominar tal tecnologia envolve conhecimentos e destrezas variadas, como
compreender o funcionamento do alfabeto, memorizar as convenções letra-som e dominar
seus traçados, usando instrumentos como lápis, papel ou outros que os substituam. Já o
letramento, relaciona-se ao exercício efetivo e competente daquela tecnologia da escrita, nas
situações em que precisamos ler e produzir textos reais.
Alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria
alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da
escrita.
Alfabetizar letrando é um grande desafio para os professores ainda, porque exige
reflexão sobre suas práticas diárias em sala de aula e não somente esta reflexão, mas também
garantir de maneira eficaz a possibilidade das crianças não somente ler e registrar
automaticamente palavras numa escrita alfabética, como também ter a capacidade de ler,
compreender e produzir textos que sejam compartilhados socialmente.
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Para a professora em Educação pela UFMG, Ceris Salete Ribas da Silva (Explorando
o Ensino de Língua Portuguesa 2010, p. 38-39), o desafio que se coloca para os professores
que atuam nos primeiros anos de escolarização é o de conciliar esses dois processos-
alfabetização e letramento _, assegurando aos alunos tanto a apropriação do sistema
alfabético-ortográfico da língua, quanto o domínio das práticas de leitura e escrita socialmente
relevantes.
Segundo Silva (2010, p.38-39),
o desafio que se coloca para os professores que atuam nos primeiros anos de
escolarização o de conciliar esses dois processos: alfabetização e letramento,
assegurando aos alunos tanto a apropriação do sistema alfabético-ortográfico da
língua, quanto o domínio das práticas de leitura e escrita socialmente relevantes.
O relato mostra de um lado, o caráter profissional com que a professora encara o seu
papel na escola e, como este papel está relacionado – do seu ponto de vista- ao papel
desempenhado pelas próprias crianças.
Segundo Sônia Kramer (2010, p. 66),
há muitas formas do professor manifestar seu papel na escola, e elas não são
passíveis de rótulos ou categorizações enganosas. É preciso identificar que formas
são essas, expandi-las e fornecer as respostas às indagações para o conjunto dos
professores que no seu dia a dia lutam por ensinar as crianças a ler, escrever e
contar.
Precisamos nos atualizar, tomar consciência das mudanças que se realizam sob
nossos olhos, mas que muitas vezes não queremos enxergar porque se enxergarmos,
vamos ter que mudar, inovar, ler, pesquisar, buscar constantemente. ( Tânia Dias
Queiroz em PEDAGOGIA DE PROJETOS INTERDISCIPLINARES 2001, p. 27)
O trabalho interdisciplinar é algo recente e tudo que é novo causa desconforto porque
nem todos estão dispostos a acompanhar as mudanças e essas mudanças quase sempre exigem
estudo, preparação, superação, mas o medo do novo muitas vezes atrapalha as transformações
que poderiam acontecer; outros preferem não sair da sua zona de conforto ou do comodismo,
porque mudar além de tudo isso exige principalmente trabalho duro.
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CAPÍTULO II
Pofessora 1
Esta professora está cursando Pedagogia pela Faculdade Cristo Rei, mas quando
começou a lecionar, há sete anos, tinha apenas o Ensino Médio e iniciou sua profissão docente
nesta escola pública a qual foi observada. A educadora trata seu trabalho com muita seriedade
e muito amor à profissão; A construção da aprendizagem de seus alunos é de suma
importância, pois a mesma determina a fase que a criança se encontra para que seja feito um
trabalho de qualidade e avançar no desenvolvimento da criança.
Segundo ela, quando começou a trabalhar, tudo era muito difícil, pois faltava-lhe a
experiência, a didática...mas hoje, os sete anos vividos em sala de aula com as crianças e a
prática pedagógica aplicada em suas aulas, tornou seu ofício mais fácil, interessante e
prazeroso, pois se comparando ao início de sua prática e agora, a experiência faz toda
diferença.
Quando perguntada sobre Interdisciplinaridade, alfabetização e Letramento, respondeu
que costuma trabalhar na prática estes termos, pois ambos vieram com o mesmo objetivo: a
aprendizagem, mas apesar de usá-los, ver nos alunos uma grande falta de interesse e vai mais,
além disso, tentando envolver os alunos de forma lúdica e atrativa mesmo assim, encontra
dificuldades, pois para ela a heterogeneidade da turma complica e a interdisciplinaridade,
alfabetização e letramento são ainda elementos recentes, e tudo que é novo assusta. Para ter
resultados necessita que sejam trabalhados por todos, mas não é o que se ver, porque enquanto
eu trabalho dessa forma há outros que não o fazem.
A indisciplina, segundo a educadora, é outro fator que atrapalha o desenvolvimento de
sua turma, pois suas aulas são planejadas para que os alunos se sintam a vontade para errar e
aprender, mas a falta de socialização e o comportamento os prejudicam, embora este fator não
interfira na sua vontade e responsabilidade de fazer o seu trabalho de forma coerente para a
aprendizagem dos seus alunos, ou seja, mesmo com tantas dificuldades, não deixa de fazer
sua parte corretamente, porque eles são crianças e existe muitas vezes por trás desse
comportamento rebelde, a falta da família.
Sobre as dificuldades que as crianças apresentam em leitura e escrita, no ponto de
vista desta professora não ocorre por falta de bons professores, pois a escola tem ótimos
educadores, mas muitos nem sempre são compromissados com o seu papel de alfabetizador e
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aponta outros itens que fazem com que não ocorra uma boa aprendizagem: a ausência dos
pais, empenho dos alunos, cumprimentos dos horários e deveres, participação nas atividades
de sala e eventos da escola, problemas familiares e apesar das escolas receberem muitos
recursos materiais, mas ainda não são suficientes para a demanda dos alunos em sala de aula.
Professor 2:
não cumprimento desses conteúdos são os eventos que acontecem na escola e o próprio ritmo
de aprendizagem de alguns alunos.
A escola é um espaço privilegiado para se aprender ler e escrever, mas tem suas
limitações referentes ao espaço físico, o que não é adequado para o alunado desenvolver
algumas atividades físicas e recreativas; fatores importantes para um bom desempenho nas
atividades da sala de aula. Acredita a professora que é possível mudar essa situação que se
encontra na educação, conscientizando os alunos da importância da aquisição da leitura e
escrita de forma proficiente. Depois o professor e a escola devem promover atividades que os
envolvam com empenho e compromisso na realização com leitura e escrita.
Deixa a seguinte frase: “É como lhe entregar uma máquina sem manual de instrução e não
houvesse ninguém para fazê-la funcionar”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educação passa hoje por um processo de transformação que vai das mais simples
propostas às mais complexas mídias e tecnologias avançadas que vem surgindo a cada dia.
Essas transformações estão aí para que também haja uma melhora neste campo, embora é
clara a deficiência de aprendizagem que os estudantes vêm sentindo principalmente ao
chegarem ao 6º ano do ensino fundamental II, onde no ensino fundamental I deveriam sair
alfabetizadas, mas a realidade é bem diferente do que se ver e foi neste sentido que esta
pesquisa se desenvolveu.
O Ministério da Educação vem criando programas federais para que estas dificuldades
de aprendizagem em leitura e escrita sejam sanadas, mas é sabido que deve haver a
colaboração de todos que fazem a Educação e na verdade não é o que se ver, pois o professor
de Língua Portuguesa na maioria das vezes se encontra sozinho com a responsabilidade de
ensinar a ler e escrever e quando isso não ocorre a culpa sempre recai sobre ele. Outro fator
agravante é que hoje temos no Brasil professores que não acompanham a evolução dos
recursos didáticos e passam a viver a sombra de outros colegas, ou por medo do novo ou pelo
próprio comodismo que afeta uma grande parte dos profissionais que atuam na Educação.
O problema da dificuldade de aprendizagem das crianças desde as séries iniciais e se
estende por uma vida começa a ser notado no 6º ano e é muito sério e o que se observou é que
a escola não caminha sozinha e os seguimentos e parceiros que poderiam estar juntos, muitas
vezes ignoram esta problemática. Isto é observado com mais freqüência na própria família
que fica alheia a situação e assim, cada um joga o problema para o outro, ou seja, o sistema
joga para a escola; a escola joga para a família; a família para a escola; em fim vira uma bola
de neve em que ninguém se ajuda e o principal prejudicado é a criança.
Diante deste trabalho que foi desenvolvido no período de dezembro de 2013 a
fevereiro de 2014 em duas escolas públicas, uma municipal e a outra estadual e busca-se que
alunos, professores, pais, e a escola como um todo se conscientizem e cumpram seus papéis
de forma responsável para que as crianças não cheguem mais ao 6º ano com dificuldades que
não são regulares para este nível, mas que mesmo acontecendo, o professor de Língua
Portuguesa principalmente, ao diagnosticar o problema use estratégias para mudar esta
realidade, buscando a parceria de todos que necessite e que outros professores de outras
disciplinas se conscientizem de que eles são tão responsáveis quanto o professor de português
da aprendizagem ou não dos seus alunos
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Muito importante, também foi observar, nessa mesma escola, que há alunos com
desempenho positivo também. Sendo o contexto escolar até certo ponto adverso e não
facilitador da atuação do professor, pois este nem sempre tem recursos materiais disponíveis
para manuseio de todos os alunos, a falta de parceria com colegas de outras disciplinas, a
influência do mundo fora da sala de aula, como também a falta de apoio e ajuda de alguns
familiares e até mesmo a falta de uma equipe pedagógica para acompanhamento e subsidiá-
los no planejamento de suas aulas. Talvez não sejam fatores decisivos, mas alguns dos
principais, já que se pretendia identificar o que, na prática, determina e favorece a
concretização da leitura e da escrita, portanto, se todos estes fatores caminhassem juntos para
o mesmo objetivo que seria o desenvolvimento da aprendizagem das crianças.
As mudanças estão chegando a passos lentos, mas já é um grande começo para a
transformação das nossas crianças e isso só acontecerá se a maioria dos educadores tentarem
lutar pelos seus alunos, buscando de alguma forma, resolver ou pelo menos amenizar suas
dificuldades e necessidades, procurando fazer sempre o melhor por eles. Não procurar
culpados pelos seus fracassos, mas encontrar sentido para o sucesso deles.
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REFERÊNCIAS
PENIN, S. T. S. Uma escola primária na periferia de São Paulo. In: Cadernos de Pesquisa,
São Paulo: 1983.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23. ed. ver. e atual.
São Paulo: Cortez, 2007.
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