Sistema e Instrumentos de Gestao Ambiental 2021 1
Sistema e Instrumentos de Gestao Ambiental 2021 1
Sistema e Instrumentos de Gestao Ambiental 2021 1
Sistema e Instrumentos de
Gestão Ambiental
1ª Edição
Brasília/DF - 2023
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Bibliografia.
ISBN 978-65-85643-26-9
23-153461 CDD-363.7
Índices para catálogo sistemático:
Autores
Luana Gomes Carneiro
Marcela Siqueira Farjalla
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático....................................................................................................................................... 4
Introdução.............................................................................................................................................................................. 6
Capítulo 1
Uma visão histórica da problemática ambiental................................................................................................ 9
Capítulo 2
Gestão Ambiental Pública........................................................................................................................................ 21
Capítulo 3
Sistema de Gestão Ambiental Empresarial........................................................................................................39
Capítulo 4
Economia Verde............................................................................................................................................................ 59
Capítulo 5
Gestão Ambiental e governança – uma visão estratégica............................................................................81
Capítulo 6
Certificação e Rotulagem Ambiental.................................................................................................................... 93
Referências........................................................................................................................................................................ 104
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também,
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem,
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio.
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas
conclusões.
4
Organização do Livro Didático
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Saiba mais
Gotas de Conhecimento
Sintetizando
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
5
Introdução
Seja bem-vindo à disciplina Sistemas e Instrumentos de Gestão Ambiental.
Visando à contextualização, será feita uma breve reflexão a respeito da relação homem x
natureza, a evolução na forma de utilização dos recursos naturais ao longo da história e a
reação do mundo diante das questões ambientais.
De forma mais específica, serão discutidos conceitos relacionados à gestão ambiental como
processo de organização política, a importância da educação ambiental nesse processo,
conceito e análise de SGA, a aplicação de medidas para melhoria da eficiência ambiental
das organizações, como mecanismos de produção mais limpa e certificação ambiental.
A proposta será estruturada por meio de diferentes estações em que seja possível
compartilhar hipóteses, teorias e experiências, bem como a relação entre o homem e
o meio ambiente e, particularmente, sobre a responsabilidade de todos frente à crise
ambiental que vivenciamos atualmente. Por meio desta proposta, desejamos contribuir
para a compreensão da importância dos conteúdos discutidos e a relação intrínseca com
a vida de todos.
Você vai descobrir aspectos importantes das nossas discussões e, desde já, propomos que o
material disponibilizado seja bem aproveitado, incluindo os textos e o material audiovisual.
6
Introdução
Sugerimos que você se organize para ler o material com calma, realize as atividades e
assista às videoaulas dentro dos prazos estabelecidos. Em caso de dúvidas, pode (e deve!)
consultar o professor tutor da disciplina.
Objetivos
7
8
CAPÍTULO
UMA VISÃO HISTÓRICA DA
PROBLEMÁTICA AMBIENTAL 1
Introdução do Capítulo
A percepção desses impactos gerou uma série de iniciativas em prol da defesa do meio
ambiente, com o objetivo de preservar esses recursos ecológicos para as presentes e
futuras gerações.
Objetivos
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CAPÍTULO 1 • Uma visão histórica da problemática ambiental
Já parou para pensar no mundo nos primórdios do aparecimento dos seres humanos? Será
que o modo de apropriação dos recursos era diferente do observado atualmente em nossa
sociedade?
Figura 1. Reflexões.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/man-thinking-question-mark-vector-illustration-639471775.
Veremos, a seguir, que, ao longo da história, a apropriação dos recursos naturais pela
espécie humana se deu de maneira diferente. Com o decorrer do tempo, as necessidades
humanas e o crescimento da população passaram a exigir quantidades cada vez maiores
de recursos.
Nos últimos dez mil anos, as sociedades humanas vivenciaram diferentes modos de
apropriação da natureza que refletiam os sistemas produtivos, evidenciando as formas
de relação que os sujeitos estabelecem na natureza.
10
Uma visão histórica da problemática ambiental • CAPÍTULO 1
Caso tenha interesse em saber mais a respeito das mudanças das relações entre o homem e natureza ao longo da história,
recomenda-se a leitura dos capítulos 1 e 4 do livro “Sociedade, natureza e espaço geográfico”, de Carlos Eduardo Sauer e
Roberto Carlos Pinto, Editora Intersaberes.
O livro está disponível na Biblioteca Virtual da instituição. Em caso de dúvidas sobre acesso, consulte o tutor da disciplina.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/person-sinks-plastic-trash-1146038375.
Por muito tempo acreditou-se na inesgotabilidade dos recursos naturais, porém essa
ideia começou a ser questionada a partir da década de 1960, com o lançamento da já
mencionada obra de Rachel Carson.
11
CAPÍTULO 1 • Uma visão histórica da problemática ambiental
Saiba mais
O livro “Primavera silenciosa” é um clássico da luta pela defesa ambiental. O livro foi considerado, em 1992, por um grupo
de escritores americanos como o livro mais influente dos últimos 50 anos no mundo. Em 2000, a obra foi consagrada, pela
Escola de Jornalismo de Nova York, como uma das maiores reportagens investigativas do século XX, e em 2006 a autora foi
eleita, pelo jornal britânico “The Guardian”, como a primeira das cem pessoas que mais contribuíram para a defesa do meio
ambiente de todos os tempos. (REVISTA ECOLÓGICO, 2019).
Sabendo da importância dessa obra para a defesa ambiental, é importante, e até necessário, que todos aqueles que
pretendam atuar na área de proteção ambiental a leiam.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/moscow-russia-march-14-2018-rachel-1055471234.
A década de 1970 foi marcada por importantes eventos e discussões sobre o tema em escala
mundial, com a incorporação da questão ambiental nas manifestações públicas e nas
políticas de desenvolvimento.
12
Uma visão histórica da problemática ambiental • CAPÍTULO 1
Saiba mais
Ainda como resultado da Conferência de Estocolmo, nesse mesmo ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou um
organismo denominado Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Sua função foi promover o trabalho
em conjunto entre membros do Sistema das Nações Unidas em prol de questões ambientais. Esperava-se também contribuir
para a melhor comunicação entre cientistas, autoridades governamentais, empresários, parlamentares, engenheiros e
economistas na busca de um equilíbrio dinâmico entre interesses nacionais e o bem global. O PNUMA seria, portanto, um
agente catalisador, estimulando o trabalho em conjunto com outras organizações, incluindo agências das Nações Unidas e
governos. (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2020)
Na década de 1980, precisamente no ano de 1987, foi publicado, pela Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, o relatório “Nosso Futuro Comum” ou “Relatório
Brundtland”, trazendo à tona o conceito de “desenvolvimento sustentável”, que ganha, então,
destaque dentro do ambientalismo mundial.
Na década de 1990, o destaque vai para a Conferência das Nações Unidas para o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Rio-92 ou Eco-92. O evento
ocorreu na cidade do Rio de Janeiro e deu continuidade a uma série de discussões
iniciadas durante a Conferência de Estocolmo (1972).
Um dos temas que se destacaram nas discussões da Rio-92 foi o consumismo, que ganhou
um capítulo próprio em debate, sendo apontado como um dos principais problemas
relacionados ao aumento da degradação ambiental e esgotamento dos recursos naturais.
Foram discutidos, dentro desse contexto, pontos como: exame dos padrões insustentáveis
de produção e consumo, padrões mais sustentáveis; desenvolvimento de políticas e
estratégias nacionais de estímulo a mudanças nos padrões insustentáveis de consumo,
avaliação do crescimento econômico e redução no uso de recursos naturais e a
produção de materiais nocivos.
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CAPÍTULO 1 • Uma visão histórica da problemática ambiental
Saiba mais
Sabe-se que uma das consequências do consumismo é a geração de grande volume de resíduos sólidos, os quais se
constituem como um dos maiores problemas ambientais do século XXI. Alguns dados ajudam a compreender a dimensão
dessa questão.
Por exemplo, no ano de 2014 a produção de resíduos sólidos anuais foi estimada em cerca de 1,4 bilhão de toneladas
(considerando uma população mundial de 7 bilhões de pessoas), uma média de 1,2kg/dia/per capita e, segundo a
Organização das Nações Unidas (ONU) e o Banco Mundial, em 2024, a expectativa é de 2,2 bilhões de toneladas anuais. Nos
últimos 30 anos, houve aumento na produção de resíduos três vezes mais do que o aumento populacional, sendo a maior
parte desses resíduos gerados nos países mais ricos. (SENADO FEDERAL, 2014)
Estes dados nos mostram como o consumo sem consciência pode contribuir para a degradação ambiental e para impactos
sociais importantes.
Esse tema será abordado de forma mais aprofundada na disciplina Gestão de Resíduos Sólidos e Saneamento Ambiental.
As discussões ocorridas em 1992 continuaram, e continuam até hoje, e vêm sendo aprimoradas
e adaptadas às mudanças na realidade, à análise dos resultados das ações tomadas e nas
necessidades globais.
Já no século XXI outros encontros ocorreram, sendo os principais a Cúpula Mundial sobre o
Desenvolvimento Sustentável, em 2002 (Rio+10) e a Conferência das Nações Unidas sobre o
Desenvolvimento Sustentável, em 2012 (Rio +20).
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Uma visão histórica da problemática ambiental • CAPÍTULO 1
O Brasil teve papel importante nessa reunião, sendo o proponente de uma das propostas mais
importantes: A Iniciativa Brasileira de Energia, propondo elevar a fração de energia renovável
para 10% até 2010.
Saiba mais
Entre a Rio-92 e a Rio+10, muitas discussões em prol da defesa do meio ambiente ocorreram. Uma delas foi o encontro entre
os líderes mundiais de todos os 191 países que integram as Nações Unidas na sede da ONU em Nova York no ano de 2000.
Este encontro deu origem à “Declaração do Milênio da ONU”.
Com a Declaração, as Nações se comprometeram a uma nova parceria global para reduzir a pobreza extrema, em uma
série de oito objetivos – com um prazo para o seu alcance em 2015 – que se tornaram conhecidos como os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM).
Durante a Rio+10, inclusive, esses objetivos e as medidas a serem tomadas para alcançá-los foram discutidos.
Aprofunde-se no tema acessando a página da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Disponível em: https://www.
paho.org/bireme/index.php?option=com_content&view=article&id=301:os-objetivos-de-desenvolvimento-do-milenio-e-a-
agenda-pos-2015&Itemid=183&lang=pt.
A Rio +20 ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 2012. Participaram desta
conferência 193 países membros da ONU, o maior número até o momento. O evento teve
como objetivo principal a renovação do compromisso político com o desenvolvimento
sustentável. Para tal, foram avaliados os progressos e as lacunas na implementação das
decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas
novos e emergentes. Os principais temas discutidos foram: economia verde no contexto
do desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza.
A conferência resultou no relatório “O futuro que queremos”, assinado por 188 países e
que busca orientar o caminho para a cooperação internacional sobre desenvolvimento
sustentável. Além disso, governos, empresários e outros parceiros da sociedade civil
registraram mais de 700 compromissos com ações concretas que proporcionem resultados
no terreno para responder a necessidades específicas, como energia sustentável e
transporte. Os compromissos assumidos no Rio incluem 50 bilhões de dólares que
ajudarão um bilhão de pessoas a ter acesso a energia sustentável.
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CAPÍTULO 1 • Uma visão histórica da problemática ambiental
Saiba mais
As discussões sobre os meios de alcançar uma sociedade mais sustentável nunca param. Por exemplo, anos após a Rio+20,
mais precisamente em 2015, a ONU propôs aos seus países membros uma nova agenda de desenvolvimento sustentável para
os próximos 15 anos, a Agenda 2030, composta pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como um esforço
conjunto, de países, empresas, instituições e sociedade civil.
Os ODSs buscam assegurar os direitos humanos, acabar com a pobreza, lutar contra a desigualdade e a injustiça, alcançar a
igualdade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas, agir contra as mudanças climáticas, bem como enfrentar
outros dos maiores desafios de nossos tempos. O setor privado tem um papel essencial nesse processo como grande detentor
do poder econômico, propulsor de inovações e tecnologias, influenciador e engajador dos mais diversos públicos – governos,
fornecedores, colaboradores e consumidores.
Nesta disciplina, vamos ver meios pelos quais a Gestão Ambiental acaba contribuindo para alcançar alguns desses objetivos,
na verdade a aplicação dos métodos em GA é diretamente influenciada por esses objetivos e pelos demais acordos realizados
entre os países, a legislação, as normas, os limites estabelecidos todos têm relação direta com essas discussões.
https://www.pactoglobal.org.br/ods.
Vimos, então, que muitos esforços vêm sendo realizados na busca de ações que mudem
o atual panorama de degradação do meio ambiente e perda da qualidade de vida
humana e dos demais seres vivos. Sabe-se que as ações humanas implicam diretamente
o estado atual da natureza, porém alguns fatores são determinantes, como o processo
de industrialização. Nesse contexto, a Gestão Ambiental emerge como aliada na luta
para alcançar o desenvolvimento sustentável. O profissional atuante nesta área irá, por
meio do conhecimento de normas, leis e diferentes metodologias, contribuir, de forma
significativa, para melhorar o desempenho ambiental de organizações.
Segundo Quintas (2006), e como podemos aferir pela nossa percepção, a sociedade humana
não é homogênea, ela é constituída pela coexistência de interesses, necessidades, valores e
projetos diversificados e até mesmo contraditórios.
16
Uma visão histórica da problemática ambiental • CAPÍTULO 1
Neste ambiente, encontramos diversos atores sociais, sejam na esfera civil (movimentos
sociais, associações, sindicatos, congregações religiosas, grupos organizados por gênero,
dentre outros) ou na esfera pública (Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário), todos esses
atores têm sua origem e existência pautadas a partir de variadas motivações (interesses,
valores, necessidades, aspirações, ocupação do mesmo território etc.).
Muitas vezes, a heterogeneidade do meio social pode ser evidenciada no nosso cotidiano
por meio de conflitos sociais e políticos quando há divergência de interesses. (BOBBIO
et al., 1992) definem conflito (social e político) como “uma forma de interação entre
indivíduos, grupos, organizações e coletividades que implica choques para o acesso e a
distribuição de recursos escassos”.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/crowd-multiethnic-male-female-person-vector-1802263735.
As discussões a respeito das mudanças climáticas podem ser utilizadas como exemplo
de conflito social e político. Este tema vem sendo amplamente discutido, especialmente
nas últimas duas décadas, sendo constantemente abordado na mídia, trazendo à tona
discussões em diversos setores da sociedade. Entre os efeitos das mudanças climáticas
destacam-se como mais alarmantes: o aumento do nível dos mares, as mudanças nos
padrões de chuvas e o aumento médio da temperatura global.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/rio-de-janeiro-rjbrazil-08252019-protests-1897811680.
17
CAPÍTULO 1 • Uma visão histórica da problemática ambiental
Saiba mais
O chamado Protocolo de Quioto é um acordo internacional voltado para a redução das emissões de gases de efeito estufa. O
protocolo foi o resultado de um longo processo de debate e negociações envolvendo diversos países de todos os continentes.
Podemos dizer que este processo tenha se iniciado em 1990, quando o IPCC recomendou a criação de uma convenção que
estabelecesse a base para cooperação internacional sobre as questões técnicas e políticas relacionadas ao aquecimento
global. Assim, em 1992, o texto da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) foi finalizado.
Disponível em: https://ipam.org.br/entenda/o-que-e-o-protocolo-de-quioto/.
O Acordo de Paris é o principal e mais atualizado tratado internacional contra as mudanças climáticas causadas pelo
homem. Firmado durante a 21a Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21),
o acordo tem como principal objetivo combater o aumento da temperatura terrestre provocada pelo aquecimento global.
Na prática, significa impedir o aumento de 2ºC na temperatura global em relação à era pré-industrial. O Acordo também
estimula a criação de mecanismos para diminuir o impacto das mudanças climáticas e a substituição de fontes emissoras
de gases do efeito estufa. O Acordo foi feito em 12 de dezembro de 2015, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as
Mudanças Climáticas (COP). As propostas do Acordo de Paris entraram em vigor em 4 de novembro de 2016.
Após a aprovação pelo Congresso Nacional, o Brasil concluiu, em 12 de setembro de 2016, o processo de ratificação do
Acordo de Paris, comprometendo-se em reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005
em 2030, aumentar a participação de biocombustíveis sustentáveis na matriz energética em 18% até 2030 e restaurar e
reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.
Em 2017, o então presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que o país deixaria o Acordo, o que foi oficializado em
novembro de 2020. Em 2021, o então presidente Joe Biden colocou o país novamente no Acordo. No Brasil, presidente Jair
Messias Bolsonaro ameaçou a saída do Acordo em 2019, mas sem continuidade.
Este foi um exemplo de que a divergência de interesses pode gerar conflitos sociais
e políticos. A dificuldade para se chegar a um consenso está atrelada à repartição da
responsabilidade sobre o problema do aquecimento global.
18
Uma visão histórica da problemática ambiental • CAPÍTULO 1
Para refletir
Pense em algum conflito observado em seu bairro ou município e tente identificar os diferentes atores sociais envolvidos,
relacionando a distribuição dos benefícios e custos.
Um ponto que merece destaque é que o poder de intervir e decidir, assim como também a
distribuição dos ônus e bônus sobre a relação entre a sociedade e o meio ambiente não são
distribuídos de forma igual na nossa sociedade. Segundo Quintas (2010, p. 119):
No Brasil, o processo decisório sobre acesso e uso dos recursos ambientais cabe ao poder
público. Esse, por meio de suas diferentes esferas, deve intervir nesse processo, de modo
a evitar que os interesses de determinados atores sociais (ex.: madeireiros, empresários,
industriais, agricultores, moradores etc.) provoquem alterações no meio ambiente que
ponham em risco a qualidade de vida da população afetada.
Saiba mais
A proteção do meio ambiente é tema da Constituição Federal, que em seu art. 225 estabelece que:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”.
Nessa circunstância, cabe ao poder público responsabilidade pela defesa dos interesses
coletivos. É nesse contexto que surge a necessidade de se praticar a gestão ambiental
pública, tema da nossa próxima aula.
19
CAPÍTULO 1 • Uma visão histórica da problemática ambiental
Sintetizando
» Como o despertar da consciência ecológica gerou uma série de eventos em prol da defesa do meio ambiente para as
presentes e futuras gerações.
» De que forma o poder público, a sociedade civil e a iniciativa privada podem interferir na degradação ambiental.
» Os principais eventos ambientais e seus desdobramentos na luta pela defesa do meio ambiente.
20
GESTÃO AMBIENTAL PÚBLICA
CAPÍTULO
2
Introdução do Capítulo
No primeiro capítulo foi feita uma breve contextualização das questões ambientais e dos
esforços mundiais em prol de uma sociedade mais sustentável.
O conteúdo trabalhado até aqui, em consonância com outros pontos que vimos no estudo
de outras disciplinas do nosso curso, levam-nos a concluir que o modo de apropriação dos
recursos naturais pode gerar alterações importantes na qualidade ambiental, afetando
sobremaneira as relações ecológicas e diversos aspectos sociais.
Abordaremos aqui a Gestão Ambiental Pública, que se trata da ação do poder público a
partir de uma política ambiental pública, que visa alcançar a melhoria do meio ambiente
e, consequentemente, da vida, conscientizando a população a partir de um conjunto de
políticas práticas e programas.
O futuro profissional em Gestão Ambiental deve ter em mente que este é um dos possíveis
caminhos a serem seguidos como campo de atuação, estabelecendo conexões entre esse
processo e as metas ajustadas nos acordos internacionais.
Objetivos
21
CAPÍTULO 2 • Gestão Ambiental Pública
Nos dicionários da língua portuguesa o termo gestão é definido como “ato ou efeito de
gerir; administração; gerência”. Esse termo é muito utilizado por empresas: gestão de
negócios, gestão empresarial etc. Entretanto, quando acrescentamos o adjetivo ambiental,
uma série de características específicas qualifica essa prática diante da crise ambiental
que o mundo vivencia.
O termo gestão ambiental pode gerar alguma confusão, pelo fato de ele poder ser aplicado
a diferentes contextos, assumindo e/ou incorporando diferentes significados.
Saiba mais
Observe que o conceito surge da ideia de que as organizações precisam mudar a forma de produção de bens, contudo, a
necessidade de coordenar esses processos e garantir a proteção do meio ambiente como bem comum a todos, o poder
público passa a atuar em processos de gestão. É importante que essa diferença fique bem clara. O texto “Aspectos da gestão
ambiental pública e privada: análise e comparação” esclarece bem essa diferença.
22
Gestão Ambiental Pública • CAPÍTULO 2
A gestão ambiental, quando realizada pela administração pública, deve estar alicerçada em
leis, regulamentos e normas, a fim de garantir os direitos constitucionais em relação ao tema.
No Brasil, como já abordado, a Constituição Federal define o meio ambiente como bem
comum a todos, sobre o qual todos têm direitos e deveres; no texto constitucional é também
atribuído ao poder público e à coletividade o papel de defesa e preservação do meio ambiente,
sendo, porém, o poder público o principal responsável por cumprir ou fazer cumprir essas
determinações.
Em nosso país, a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/1981) rege a gestão
ambiental pública. Mais adiante falaremos com mais detalhes sobre a importância desta lei
neste processo. Para compreender de forma mais abrangente esse o processo é importante
conhecer os seus objetivos, que estão na figura 6.
O poder público, ao realizar a gestão ambiental, deve avaliar quais são os custos e benefícios
das ações ambientais para o acesso e uso desses recursos pela população, visto que é seu
dever ordenar o processo de apropriação social dos recursos ambientais e, ao mesmo
tempo, exercer o papel de fiscalizador, disciplinando e punindo pela prática de danos
ambientais. Cabe também ao poder público mediar eventuais problemas ou conflitos
ambientais que venham a surgir entre diferentes atores sociais.
23
CAPÍTULO 2 • Gestão Ambiental Pública
Saiba mais
De acordo com Carvalho e Scotto (1995 apud IBAMA, 2002), problema ambiental é uma situação em que há risco, dano
social ou ambiental, mas não há reação por parte dos atingidos, ou de outros atores da sociedade civil em face do problema.
Já um conflito ambiental se refere a uma situação em que há confronto de interesses representados em torno da utilização
ou gestão do meio ambiente.
A Conferência de Estocolmo foi, sem dúvida, um marco para a política ambiental de diversos
países, inclusive no Brasil. A partir do resultado nada favorável na conferência, o país sentiu
necessidade de implementar ações em prol da defesa ambiental, demonstrando maior
abertura às mudanças propostas. Dentro deste contexto, foi criada, em 1973, a Secretaria
Especial de Meio Ambiente (Sema), primeiro órgão governamental de defesa do meio
ambiente ligado diretamente à Presidência da República.
A Lei n. 7.735/1989 institui o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), pela fusão da Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema), do
Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), da Superintendência da Borracha
(Sudhevea) e a Superintendência da Pesca (Sudepe).
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Gestão Ambiental Pública • CAPÍTULO 2
Após a Rio-92, ocorre a aprovação da Lei de Crimes Ambientais ou Lei da Natureza (Lei n.
9.605/1998). A sociedade brasileira, os órgãos ambientais e o Ministério Público passaram
a contar com um instrumento que lhes garante agilidade e eficácia na punição aos
infratores do meio ambiente. Com o surgimento dessa lei, as pessoas jurídicas passaram
a ser responsabilizadas criminalmente, permitindo a responsabilização da pessoa física
autora ou coautora da infração.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/vector-isolated-simplified-illustration-icon-green-1507648139.
Em 2000 é aprovada Lei n. 9.985, que institui o Sistema Nacional de Unidade de Conservação
da Natureza (SNUC), dividindo as unidades de conservação em Unidades de Proteção
Integral e Unidades de Uso Sustentável. O SNUC reflete um avanço na política ambiental
brasileira considerando que veio fortalecer a perspectiva de uso sustentável dos recursos
naturais, das medidas compensatórias e de uma descentralização mais controlada da
política ambiental no Brasil.
Em 2002, foi lançada a Agenda 21 Brasileira, após vasta consulta à população brasileira,
universidades, organizações não governamentais, órgãos públicos dos diversos entes
federativos. Inicia-se, assim, uma política ambiental mais participativa, tendo em vista o
crescente aumento dos conselhos deliberativos e consultivos.
Em 2007, a área ambiental do governo federal sofreu uma grande transformação com
a aprovação da Lei n. 11.516, que dispõe sobre a criação do Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade, fruto do desmembramento do Ibama. Este passa a ser
responsável apenas pelo licenciamento ambiental, o controle da qualidade ambiental, a
autorização do uso dos recursos naturais e a fiscalização. Por outro lado, o Instituto Chico
25
CAPÍTULO 2 • Gestão Ambiental Pública
Saiba mais
O Ibama e o ICMBio integram o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), que une outros órgãos e entidades da União,
dos estados da Federação, do Distrito Federal e fundações instituídas pelo poder público responsáveis pela proteção e
melhoria da qualidade ambiental, desenvolvendo ações conjuntas ou supletivas, conforme a legislação específica.
Ação governamental para manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido.
A racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar.
Planejamento e fiscalização no uso dos recursos ambientais.
Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas.
26
Gestão Ambiental Pública • CAPÍTULO 2
Pode-se considerar que esses instrumentos estão divididos três grupos distintos:
27
CAPÍTULO 2 • Gestão Ambiental Pública
Atenção
Fique bem atento aos instrumentos destacados. Eles são fundamentais na implantação dos Sistemas de Gestão Ambiental
das empresas.
A lei que institui a PNMA institui também a criação do Sistema Nacional de Meio Ambiente
(Sisnama), formado pelos órgãos e entidades da União, do Distrito Federal, dos estados
e dos municípios responsáveis pela proteção, melhoria e recuperação da qualidade
ambiental no Brasil.
Posicionamento do autor
A Política Nacional do Meio Ambiente é a base das políticas de proteção ambiental no Brasil, portanto, é essencial que todos
os profissionais da área ambiental a conheçam na íntegra e entendam os pontos mais importantes.
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Gestão Ambiental Pública • CAPÍTULO 2
Órgão superior colegiado que reúne todos os Ministérios e a Casa Civil, tendo por
Conselho de Governo função assessorar a Presidência da República na formulação da política nacional e nas
diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais.
Órgão consultivo e deliberativo, tendo por finalidade assessorar, estudar e propor ao
Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os
Conama recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia
qualidade de vida.
MMA (Ministério do Órgão central, tem por finalidade planejar, coordenar, supervisionar e controlar a política
Meio Ambiente) nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente.
Órgão executor encarregado de executar e fazer executar as políticas e diretrizes
Ibama
governamentais definidas para o meio ambiente.
ICMBio (Instituto Chico Órgão executor encarregado de executar e fazer executar a política de conservação da
Mendes de Conservação biodiversidade e as ações voltadas à gestão das unidades de conservação federais e
da Biodiversidade) suas zonas de amortecimento – integrante do SNUC.
Em nível local, o Sisnama é composto por dois órgãos ou entidades municipais, a Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e o Conselho Municipal de Meio Ambiente.
Vamos começar nossa discussão refletindo: “Quantas vezes você já participou efetivamente
da gestão ambiental pública?”. Todos nós que estamos aqui, reconhecemos a importância da
preservação ambiental, sabemos que ações efetivas devem ser tomadas e, até conhecemos,
ao menos em teoria, muitas dessas ações. Mas será que estamos fazendo a nossa parte para
mudar o status quo?
É claro que não seremos ingênuos de pensar que sozinhos resolveremos todos os
problemas, mas é importante ter consciência do papel que a participação da sociedade
civil pode ter nas mudanças efetivas. A gestão ambiental não é neutra, ela tenderá para
alguma direção, por isso, é preciso ter força ativa em várias frentes. Nesse contexto,
essa participação se torna uma premissa indissociável da gestão ambiental brasileira,
uma vez que esta pode encaminhar a uma maior transparência nas decisões.
É importante ter a consciência de que uma gestão ambiental mais ampla requer a
presença de diferentes atores atuando na resolução de problemas e na identificação de
29
CAPÍTULO 2 • Gestão Ambiental Pública
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/large-group-people-celebrating-174221555.
Saiba mais
O Conama é composto por Plenário, Cipam, Grupos Assessores, Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho. O Conselho
é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e sua Secretaria Executiva é exercida pelo Secretário-Executivo do MMA.
O Conselho é um colegiado de cinco setores: órgãos federais, estaduais e municipais, setor empresarial e entidades
ambientalistas.
O Conama reúne-se ordinariamente a cada três meses no Distrito Federal, podendo realizar Reuniões Extraordinárias fora do
Distrito Federal, sempre que convocada pelo seu Presidente, por iniciativa própria ou a requerimento de pelo menos 2/3 dos
seus membros. Conheça mais informações sobre as atribuições e atos do Conama. Disponível em: http://www2.mma.gov.
br/port/conama/.
30
Gestão Ambiental Pública • CAPÍTULO 2
A Política Nacional de Meio Ambiente tem, ainda, como um de seus princípios: “proporcionar
educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade,
objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente”.
Saiba mais
As Unidades de Conservação e a Lei n. 9.985/2000 serão tratadas de forma mais detalhada ao longo do nosso curso.
31
CAPÍTULO 2 • Gestão Ambiental Pública
Neste tópico trataremos um pouco sobre a Educação Ambiental (EA) que, como vimos, é
um instrumento muito importante para a participação da sociedade na gestão ambiental.
32
Gestão Ambiental Pública • CAPÍTULO 2
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/education-concept-tree-knowledge-planting-on-1320625385.
No Brasil, o marco inicial da EA na gestão pública ocorreu com a criação da Sema, tendo
sido estruturada a partir da Coordenadoria de Comunicação Social e Educação Ambiental,
apresentando, desse modo, forte vínculo com a comunicação, tendo um papel de divulgação
de conhecimentos científicos.
Em 2002, foi criado o Decreto n. 4.281, que regulamentou a Lei n. 9.795/1999 e estabeleceu,
dentre outras coisas, a criação do órgão gestor responsável pela coordenação da PNEA,
delimitando a direção desse aos ministros de Estado do Meio Ambiente e da Educação,
cabendo a eles a indicação de representantes responsáveis pelas questões de EA em
cada um dos ministérios. Nesse mesmo ano foi criada a Coordenação Geral de Educação
Ambiental (CGEAM) no Ibama, que teve papel fundamental na construção e delimitação
da EA no âmbito da gestão ambiental pública.
33
CAPÍTULO 2 • Gestão Ambiental Pública
34
Gestão Ambiental Pública • CAPÍTULO 2
De acordo com Amaral (2013) e Soares (2001), os instrumentos da gestão ambiental têm
como base quatro tipos principais de estratégias:
» Econômica: visa beneficiar o agente impactante que reduz os impactos (ex.: algum
tipo de recompensa financeira, pela introdução de controle ou tecnologias mais
limpas) ou punir aquele que causa impactos negativos (ex.: pagamento por uma
unidade de poluição gerada ou impacto negativo).
Muitos autores apontam que a política de gestão ambiental pública no Brasil baseia-se,
principalmente, em dois tipos de instrumentos: “comando e controle por meio do
licenciamento”, que procura manter os efeitos das atividades antrópicas sob controle;
e “conservação por meio da criação das unidades de conservação da natureza e dos
corredores para a biota”.
35
CAPÍTULO 2 • Gestão Ambiental Pública
2.4.1. Licenciamento
Saiba mais
O EIA trata da execução por equipe multidisciplinar de uma análise sistemática das consequências da implantação de
um projeto no meio ambiente, por meio de métodos de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) e técnicas de previsão dos
impactos ambientais. RIMA é o relatório elaborado a partir do EIA, que tem por fim tornar público o estudo ambiental
realizado. Dessa forma, o RIMA deve apresentar as informações em linguagem acessível, de modo que a sociedade possa
entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as consequências ambientais de sua implementação.
36
Gestão Ambiental Pública • CAPÍTULO 2
Você estudará esse tema de maneira mais aprofundada na disciplina “Avaliação de Impactos
Ambientais e Licenciamento”.
O FNMA é uma unidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), criado pela Lei n.
7.797/1989, com a missão de contribuir como agente financiador para a implementação
da PNMA. De acordo com o art. 5 o dessa mesma Lei, são considerados prioritários projetos
nas seguintes áreas (BRASIL, 1989):
I – Unidade de Conservação;
V – Desenvolvimento Institucional;
VI – Controle Ambiental;
Regulamentada pela Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012, que instituiu o Novo Código
Florestal, a obrigatoriedade de reposição florestal é caracterizada no art. 33, § 1o, da referida
37
CAPÍTULO 2 • Gestão Ambiental Pública
lei, sendo destinada às pessoas físicas ou jurídicas que “utilizam matéria-prima florestal
oriunda de supressão de vegetação nativa ou que detenham autorização para supressão
de vegetação nativa”.
A Lei de Crimes Ambientais ou Lei da Natureza, Lei n. 9.605/1998, dispõe sobre as sanções
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. O
capítulo V fala sobre os Crimes contra o meio ambiente que são listados como: Crimes
contra a Fauna, Crimes contra a Flora, Poluição e outros Crimes Ambientais, Crimes contra
o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural, Crimes contra a Administração Ambiental.
2.4.5. Conservação
Sintetizando
38
CAPÍTULO
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
EMPRESARIAL 3
Introdução do Capítulo
Seguindo com a nossa imersão pela área, vimos o conceito básico de gestão ambiental e
já somos capazes de diferenciar a gestão ambiental pública, todos os seus instrumentos e
objetivos, do contexto que a gestão ambiental assume quando aplicada à iniciativa privada.
Objetivos
39
CAPÍTULO 3 • Sistema de Gestão Ambiental Empresarial
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/environmental-technology-concept-sustainable-development-
goals-1846479241.
De acordo com Barbieri (2016, p 113), “as preocupações ambientais dos empresários são
influenciadas por três grandes conjuntos de forças que interagem entre si: o governo, a
sociedade e o mercado”.
A sociedade tem papel muito importante nessa nova tendência, não só pelo seu papel
de consumidor, como, também, por influenciar politicamente as instâncias legislativas
e executivas, resultando, muitas vezes, em incremento da legislação ambiental de nosso
país. Por outro lado, o mercado influencia na medida em que as questões ambientais
passaram a ter impactos importantes sobre a competitividade dos países e suas empresas.
40
Sistema de Gestão Ambiental Empresarial • CAPÍTULO 3
Provocação
Em 2015, uma grande marca de roupas foi denunciada por trabalho escravo, e no início de 2016 sete marcas de chocolate
foram acusadas de usar trabalho escravo infantil. Você viu essas denúncias em jornais ou nas redes sociais? Você já soube de
atividades irregulares de alguma marca de seu consumo? Qual foi sua postura diante disso? Reflita sobre o seu consumo!
Atenção
Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) abordam as questões de gênero, trabalho, saúde e segurança,
demonstrando a importância desses pontos para alcançar uma sociedade mais sustentável.
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode ser definido como um conjunto de procedimentos
destinados a gerir ou administrar a organização, de forma melhorar o relacionamento com o
meio ambiente.
41
CAPÍTULO 3 • Sistema de Gestão Ambiental Empresarial
das ações. A SGA deve estar presente em todos os projetos de uma organização, assim como,
também, em todas as suas fases (desde seu planejamento, execução até sua desativação).
O SGA é baseado em diferentes modelos de Gestão Ambiental, alguns dos quais trataremos
mais adiante, sendo, o mais utilizado, aquele baseado na Norma ISO 14001, que permite a
certificação por meio do cumprimento de procedimentos e iniciativas, além do respeito à
legislação local. Trataremos a ISO 14001 com mais detalhes no próximo capítulo.
Atenção
O gestor ambiental, ao atuar nesta área, deve conhecer a legislação, de modo a planejar suas atividades de conforme
exigido em lei, evitando repercussões judiciais negativas e problemas com a comunidade. Além disso, cabe a ele selecionar
equipamentos mais eficientes, diminuindo os impactos poluidores do ambiente.
O livro “Gestão ambiental no mercado empresarial”, dos autores Ângelo de Sá Mazzarotto e Rodrigo Berté, da Editora
Intersaberes, traz uma boa visão desse campo de atuação.
Contudo, a implantação de SGA tem ganhado cada vez mais espaço, contribuindo de
forma considerável para a melhoria da imagem das empresas perante a opinião pública.
42
Sistema de Gestão Ambiental Empresarial • CAPÍTULO 3
Economia de custos:
» Economias por redução de recursos (água, energia, insumos);
» Redução de não conformidades ambientais, acarretando multas.
Benefícios Econômicos Incrementos e receitas:
» Aumento da contribuição com a criação de “produtos verdes”, vendidos a preços mais altos;
» Novas linhas de produtos para o mercado;
» Aumento na busca por produtos que impactem menos o meio ambiente.
» Melhoria da imagem no mercado;
» Renovação do portfólio de produtos;
» Aumento da produtividade;
» Aumento no comprometimento pessoal;
Benefícios Estratégicos
» Melhoria nas relações de trabalho;
» Melhoria das relações com órgãos governamentais, comunidades e grupos ambientalistas;
» Melhoria no mercado externo;
» Melhor e mais rápido para a adequação às mudanças dos padrões ambientais futuros.
Um dos pontos do SGA é a escolha da abordagem para lidar com os problemas ambientais.
De acordo com Barbieri (2016), como estratégia empresarial há três possíveis abordagens:
controle de poluição, prevenção de poluição e abordagem estratégica. A escolha
da estratégia a ser utilizada baseia-se na visão estratégica da empresa e no grau de
envolvimento com as questões ambientais.
A seguir, trataremos de forma mais detalhada de cada uma das abordagens, tratando um
pouco de suas principais características e estratégias.
43
CAPÍTULO 3 • Sistema de Gestão Ambiental Empresarial
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/businessman-hand-showing-pollution-control-227373430.
A empresa foca em ações a partir de uma postura reativa, empreendendo seus esforços
na busca de soluções pontuais para os efeitos negativos de seus produtos e processos
produtivos. A forma de atuação dentro dessa abordagem preconiza a realização das
práticas de forma a evitar alterações significativas nos processos e nos produtos. Em
geral, são utilizadas tecnologias de remediação ou tecnologias de controle final do
processo ou um tubo (end-of-pipe), essas soluções não são inadequadas, mas podem
não ser suficientes.
É importante destacar que as soluções end-of-pipe nem sempre eliminam todos os problemas.
Em uma planta de tratamento de efluentes de uma indústria têxtil, por exemplo, é gerado lodo resultante do processo de
coagulação/floculação/sedimentação. Esse lodo precisa de uma destinação final adequada.
Leia a dissertação que aborda o assunto: “Tratamento de efluente de indústria têxtil por reator biológico com leito móvel”, de
Cássio Renato Soler. Disponível em: http://riut.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/994/1/CT_PPGCTA_Soler%2C%20Cassio%20
Renato_2013.pdf.
Em suma, nesta abordagem, as ações são corretivas, com o objetivo principal de cumprir
a legislação e as normas e dar respostas à comunidade. Basicamente a administração
enxerga essa abordagem como um custo adicional e não costuma se envolver nas ações
de forma mais abrangente.
Em geral, este é o primeiro passo do SGA, sendo o desafio colocado ao gestor ambiental
encontrar soluções tecnológicas que sejam capazes de solucionar os efeitos negativos da
poluição, sem alterar significativamente os processos de produção e o produto final da empresa.
44
Sistema de Gestão Ambiental Empresarial • CAPÍTULO 3
Essa abordagem tem como foco a atuação sobre os produtos e processos produtivos. A ideia
aqui é evitar, reduzir ou modificar a geração da poluição. As ações não são tomadas para
resolver o problema após a sua geração, pelo contrário, elas buscam uma produção mais
eficiente (aumento da produtividade) que resultará em menor utilização de materiais e de
energia, melhorando as condições de mercado e a imagem da empresa.
Um ponto interessante sobre essa abordagem é que ela envolve diversas áreas dentro da
empresa, como produção, compras, desenvolvimento de produto e marketing.
Contudo, é importante destacar que, apesar dos benefícios apontados, essa tecnologia só é
válida se conciliada com um controle final do processo, visto que é praticamente inevitável
que uma produção gere produtos que devem ser tratados e descartados.
Os instrumentos para o uso sustentável dos recursos podem ser sintetizados por quatro Rs
(redução de poluição na fonte, reuso, reciclagem e recuperação).
Saiba mais
Planejamento estratégico é uma competência da administração que auxilia gestores a pensar no longo prazo de uma
organização. Alguns itens e passos cruciais para o plano estratégico são: missão, visão, objetivos, metas, criação de planos de
ação e seu posterior acompanhamento. (GHERMANDI, 2014)
45
CAPÍTULO 3 • Sistema de Gestão Ambiental Empresarial
De acordo com Barbieri (2016), o interesse das organizações com os problemas ambientais
assume importância estratégica conforme aumenta o interesse da opinião pública em
questões ambientais, bem como dos consumidores, investidores e ambientalistas.
Esta abordagem pode trazer inúmeros benefícios estratégicos como os descritos no quadro 6.
Saiba mais
Os Pagamentos por Serviços Ambientais são um bom exemplo de abordagem estratégica. O Conselho Empresarial Brasileiro
para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) lançou um projeto intitulado “Valoração da Biodiversidade e dos Serviços
Ecossistêmicos”, que tem por objetivo auxiliar as empresas a incorporarem esses temas em sua gestão estratégica.
Para entender melhor essa relação, leia o documento “Pagamento por Serviços Ambientais: Recomendações para o Marco
Regulatório Brasileiro”. Disponível em: https://cebds.org/publicacoes/pagamento-por-servicos-ambientais/#.YDPL-OhKjIU.
Em suma, esta abordagem é baseada em avaliação dos fatores externos que condicionam
a competitividade da organização, que podem ser identificadas a partir de avaliações das
demandas da sociedade, previsões tecnológicas, projetos de leis, normas nacionais ou
internacionais.
Os três tipos de abordagem podem ser considerados como as diferentes fases de um processo
de implementação gradual do SGA em uma empresa.
Essa sequência também nos remete à história da construção do SGA no mundo, que
inicialmente se caracterizava por uma postura mais corretiva, até os dias atuais, quando
cresce a tendência das empresas a terem uma postura proativa, de modo que as questões
ambientais sejam incorporadas à administração global do empreendimento.
46
Sistema de Gestão Ambiental Empresarial • CAPÍTULO 3
Esses modelos começaram a ser criados na década de 1980 e se caracterizam por sua
especificidade para cada dado setor. No entanto, há modelos genéricos concebidos para
serem implementados em empresas de qualquer setor e combinam as três abordagens
descritas anteriormente. A seguir, trataremos de alguns desses modelos.
Criado em 1990 pelo Global Environmental Management Initiative (GEMI), esse modelo
é uma ampliação do modelo de administração da Qualidade Total (TQM: do inglês Total
Quality Management), uma vez que incorpora a variável ambiental.
Saiba mais
A GEMI é uma organização de líderes de sustentabilidade corporativa de nível diretor e gerente, dedicada a promover a
excelência da sustentabilidade ambiental global por meio do compartilhamento de ferramentas e informações.
A definição de Gestão da Qualidade Total (TQM) é uma abordagem de gestão para o sucesso em longo prazo por meio da
satisfação do cliente. Em um esforço TQM, todos os membros de uma organização participam da melhoria dos processos,
produtos, serviços e da cultura em que trabalham.
Este modelo tem como elementos básicos o foco no cliente, a qualidade como dimensão
estratégica, os processos como unidade de análise, a participação de todos os integrantes
da organização, a parceria com clientes e fornecedores, e a melhoria contínua.
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CAPÍTULO 3 • Sistema de Gestão Ambiental Empresarial
Esse modelo, desenvolvido na década de 1990, pelo PNUMA e pela Organização das Nações
Unidas para o Desenvolvimento Industrial, baseia-se na prevenção aplicada a processos,
produtos e serviços, de modo a minimizar os impactos sobre o meio ambiente.
A P+L é uma ferramenta que contribui de maneira bastante acessível e prática para a
prevenção de impactos negativos ao meio ambiente, por promover o melhor gerenciamento
dos recursos energéticos e minimizar os resíduos produzidos, podendo gerar lucros com
as economias alcançadas.
Esse modelo requer ações para conservar energia e matéria-prima, suprimir substâncias
tóxicas, reduzir desperdícios e evitar a contaminação dos produtos.
A redução da quantidade de materiais e energia usados, apresentando, assim, um potencial para soluções econômicas.
A minimização de resíduos, efluentes e emissões.
A responsabilidade pode ser assumida para o processo de produção como um todo e os riscos no campo das
obrigações ambientais e da disposição de resíduos podem ser minimizados.
48
Sistema de Gestão Ambiental Empresarial • CAPÍTULO 3
enfoca a redução na fonte, englobando melhorias que possam ser alcançadas, decorrentes
tanto de modificações no processo quanto de modificações no produto.
Saiba mais
Alguns autores identificam mais etapas de procedimentos metodológicos para o levantamento de dados da Produção Mais
Limpa, sendo composta por cinco fases: Fase 1 – pré-avaliação; Fase 2 – Diagnóstico ambiental; Fase 3 – Identificação das
oportunidades; Fase 4 – Fase de monitoramento; Fase 5 – Definição de indicadores.
49
CAPÍTULO 3 • Sistema de Gestão Ambiental Empresarial
› Trocas de fornecedores.
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Sistema de Gestão Ambiental Empresarial • CAPÍTULO 3
Atenção
O nível 2 enfoca a reciclagem interna, englobando as melhorias que possam ser alcançadas decorrentes da recuperação de
materiais já utilizados no processo (matérias-primas, materiais auxiliares e insumos), dentro da própria planta industrial,
podendo ser usados novamente para o mesmo propósito ou para propósitos diferentes dos originais.
O nível 3 engloba a reciclagem externa e ciclos biogênicos, enfocando os procedimentos que possam ser executados
externamente à empresa, sobre os resíduos, efluentes e emissões gerados pela própria empresa, podendo promover a
reintegração dos materiais ao ciclo biogênico (por meio da compostagem, por exemplo) e/ou o retorno desses materiais ao
ciclo econômico, por meio da utilização deles em atividades externas à empresa que os originou.
Caso ainda não esteja claro o conceito de reciclagem, busque-o na norma ABNT NBR 15.702:2009. Disponível em: https://
www.montealegredosul.sp.gov.br/up/anexo/1600283847.pdf
51
CAPÍTULO 3 • Sistema de Gestão Ambiental Empresarial
O conceito de P+L pode ser expandido, indo além do foco tradicional, que é a produção e o
processo de fabricação, incorporando, também, o início do processo. Para tal, é importante
pensar no ciclo de vida do produto. Esse processo inclui os impactos ambientais, sociais e
econômicos sobre todo o ciclo de vida do produto ou serviço.
A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV ) constitui uma ferramenta que possibilita avaliar
os aspectos ambientais e os impactos potenciais, desde a aquisição da matéria-prima,
passando pela produção e uso, até a disposição final do produto (“do berço ao túmulo” –
em inglês, from cradle to grave).
Em resumo, pode-se dizer que o ACV é uma análise do balanço de massa e de energia de
determinado produto ou serviço, quantificando os fluxos de entrada e de saída de energia e
de materiais ao longo do seu ciclo de vida.
Na definição da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (em inglês Environmental
Protection Agency – EPA), a Avaliação do Ciclo de Vida é “uma ferramenta para avaliar, de
forma holística, um produto ou uma atividade durante todo o seu ciclo de vida”. (VIGON
et al., 1993)
Nesse sentido, a ACV proporciona uma visão completa do ciclo de vida do produto ou
serviço, que permite uma avaliação do impacto ambiental de cada etapa do processo e,
assim, identifica as possíveis alternativas em cada interação, possibilitando a otimização
do planejamento do sistema em termos de gestão ambiental ao reduzir o consumo dos
recursos naturais e a geração de resíduos. Esta avaliação é aplicada principalmente para
comparação de produtos que exercem a mesma função.
Dentre esses, o software alemão GABI contabiliza os impactos ambientais para a atmosfera,
água e solo e oferece a possibilidade de ser feita uma análise comparativa entre balanços de
impactos e custos ambientais dos produtos e serviços analisados (GABI SOFTWARE, 2014).
52
Sistema de Gestão Ambiental Empresarial • CAPÍTULO 3
Para se aprofundar na questão dos softwares utilizados para ACV recomendamos a leitura do artigo a seguir:
CAMPOLINA, J. M. et al. Uma revisão de literatura sobre softwares utilizados em estudos de Avaliação do Ciclo de Vida. Rev.
Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental. v. 19, n. 2, mai-ago. 2015, pp. 735-750.
De acordo com as normas NBR ISO 14040 e 14044, a elaboração de um estudo de ACV é
estruturado em quatro fases. No Quadro 9 é possível ver a descrição dessas etapas.
Fase 1. Esta fase é fundamental para a condução do estudo. Deve se basear na clara
definição do sistema de produto e na definição de unidade funcional, que está
Definição do Objetivo e Escopo intimamente ligada ao uso, à finalidade do produto.
Esta fase refere-se à coleta de dados e ao estabelecimento dos procedimentos de
cálculo, quantificando-se todas as interações entre o meio ambiente e o sistema
do ciclo de vida do produto, para que se possa facilitar o agrupamento desses
dados em categorias ambientais de modo semelhante a um balanço contábil.
Fase 2. Considera-se nessa fase que tudo que entra deve ser igual ao que sai do sistema
em estudo, em termos de energia ou massa, desde a extração das matérias-
Análise do Inventário primas até o descarte final do produto.
Procedimentos aos quais são submetidos os dados visando à consolidação do
Inventário do Ciclo de Vida (ICV).
Incluem: alocação e correlação de dados à unidade funcional
A avaliação do impacto refere-se à identificação e à avaliação em termos de
impactos potenciais ao meio ambiente que podem ser associados aos dados
Fase 3. Avaliação do Impacto obtidos no inventário.
Essa fase relaciona o inventário de aspectos ambientais aos problemas
ambientais deles decorrentes.
A interpretação inclui a avaliação, e o resultado é a conclusão do estudo. A
avaliação engloba a discussão ou análise de aspectos como: consistência,
completude e sensibilidade.
Na análise de consistência verificam-se diversos aspectos, como uso de
referências, qualidade dos dados, métodos para alocação de subprodutos ou
Fase 4. Interpretação delimitação do sistema.
A análise de completude pode incluir a discussão do número de plantas e
amostras investigadas, assim como o número de dados que não foram incluídos.
Sensibilidade é a técnica que determina o quanto as mudanças nos dados e nas
escolhas metodológicas afetam os resultados da Avaliação do Inventário do Ciclo
de Vida (AICV).
3.3.3 Ecoeficiência
Este modelo foi introduzido em 1992 pelo Business Council for Sustainable Development
(atual World Business Council for Sustainable Development – WBCSD).
53
CAPÍTULO 3 • Sistema de Gestão Ambiental Empresarial
Saiba mais
A World Business Council for Sustainable Development ou Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento
Sustentável é uma associação mundial de cerca de 200 empresas tratando exclusivamente de negócios e desenvolvimento
sustentável.
Caracteriza-se como ecoeficiente a organização que consegue produzir mais e melhor, com
menos recursos (materiais e energia) e menos resíduos, diminuindo, portanto, as pressões
sobre o ambiente. Nesse sentido, uma empresa torna-se eficiente ao focar suas práticas em:
Segundo Barbieri (2016), o progresso na implantação das práticas ecoeficientes pode ser
estimado pela seguinte razão:
Onde,
Esse fator de eficiência pode ser usado para medir o desempenho ambiental da empresa.
Se comparado a diferentes períodos, por exemplo, esse fator contribui para análise de seu
desempenho no cumprimento de metas estabelecidas ou auxilia em planejamentos futuros.
54
Sistema de Gestão Ambiental Empresarial • CAPÍTULO 3
NORO, G.B et al. A ecoeficiência e a gestão sustentável: um estudo de caso. Anais do IX Simpósio de Excelência em Gestão e
Tecnologia – Seget. 2012.
O marketing verde, conhecido também como marketing ecológico, é uma modalidade que
visa atender às necessidades impostas pelos clientes, que buscam produtos cada vez mais
naturais, pouco processados ou que impactem o mínimo possível o meio ambiente.
Este termo surgiu por volta da década de 1970, quando os impactos do marketing sobre
o meio ambiente natural passaram a ser discutidos, como uma estratégia de divulgação
dessas ações sustentáveis, demonstrando esse diferencial qualitativo para o público,
garantindo a sua sobrevivência no mercado.
Saiba mais
Outro termo interessante vinculado ao assunto marketing verde é greenwashing, cuja mensagem da empresa sobre as
atividades ecológicas não corresponde com a real prática, sendo como uma “maquiagem verde”, usada apenas para enganar
e lucrar com o mercado sustentável.
O greenwashing pode ter consequências desastrosas para as empresas, pois pode afetar significativamente seus lucros e criar
uma visão negativa no mercado.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/hand-holding-megaphone-promote-eco-friendly-89077168.
55
CAPÍTULO 3 • Sistema de Gestão Ambiental Empresarial
LOPES, V.N. et al. Marketing verde e práticas socioambientais nas indústrias do Paraná. R. Adm., São Paulo, v. 49, n. 1, pp.
116-128, jan./fev./mar. 2014.
Para refletir
Vale destacar que as questões socioeconômicas também fazem diferença no sucesso dessa estratégia, visto que uma grande
parcela da população não dispõe de recursos para investir em produtos mais caros, ainda que estes atendam às demandas
ambientais, por isso iniciativas como as metas traçadas pelos ODS são fundamentais para o desenvolvimento sustentável e
preservação ambiental.
Esse modelo, também conhecido como ecodesign, é centrado na fase de concepção dos
produtos e seus respectivos processos de produção, distribuição e utilização. Tem como
diferencial a integração de atividades e disciplinas até então trabalhadas em termos
estratégico e operacional separadamente, tais como: saúde e segurança dos trabalhadores
e consumidores, conservação de recursos, prevenção de acidentes e gestão de resíduos.
56
Sistema de Gestão Ambiental Empresarial • CAPÍTULO 3
Pazmino (2007) listam algumas diretrizes do Ecodesing, que são: reduzir a utilização de
recursos naturais e de energia; usar materiais não prejudiciais (danosos, perigosos); menos
processos produtivos; usar materiais renováveis; usar materiais recicláveis.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-70122018000100093&lng=en&nrm=iso.
Os modelos estudados são diferentes por determinadas características, porém eles podem
ser combinados para serem adequados às singularidades de cada empresa.
É muito interessante conhecer como ocorre a aplicação de um Sistema de Gestão Ambiental, aumentando a visão global
deste processo. Busque referências bibliográficas e exemplos de aplicação.
RABELO, F. C. et al. Proposta de implantação e auditoria do sistema de gestão ambiental em uma microempresa de
confecção de roupas, em Goiânia (GO). 1o Congresso Sul-americano de Resíduos Sólidos e Sustentabilidade. Gramado-RS,
Jun. 2018. Disponível em: http://www.ibeas.org.br/conresol/conresol2018/I-029.pdf.
Saiba mais
Saiba mais sobre os modelos propostos pelas organizações citadas nos links a seguir:
http://www.falandodegestao.com.br/gestao-ambiental-sistema-de-gestao-ambiental-e-a-serie-abnt-nbr-iso-14000/.
https://www.ceramicaindustrial.org.br/article/587657297f8c9d6e028b46f2/pdf/ci-11-2-587657297f8c9d6e028b46f2.pdf.
https://books.google.com.br/books?id=ASFnDwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR.
57
CAPÍTULO 3 • Sistema de Gestão Ambiental Empresarial
Sintetizando
» As diferentes abordagens para que o tema de meio ambiente seja tratado pelas empresas.
58
CAPÍTULO
ECONOMIA VERDE 4
Introdução do Capítulo
Agora, neste capítulo 4, veremos algumas formas pelas quais as empresas podem mudar seus
processos produtivos por meio de mecanismos que podem ser utilizados pelas empresas a
fim de adotar uma Economia Verde, tornando seus negócios mais sustentáveis.
Por fim, ainda neste capítulo, trataremos dos conceitos de consumo e produção sustentável,
que fazem parte da busca de uma Economia Verde.
Objetivos
59
CAPÍTULO 4 • Economia Verde
Nossos estudos até aqui nos permitem perceber que os conceitos elaborados e as medidas
tomadas em prol da proteção e da sustentabilidade ambiental são, quase sempre, derivados
das discussões que ocorrem sobre o tema em nível mundial. Conhecemos alguns detalhes
sobre os mais importantes eventos desse tipo e vimos alguns dos mais relevantes conceitos.
Assim, surge a economia verde, que pode ser definida como o conjunto de processos
produtivos que visa ao desenvolvimento econômico de forma sustentável. Este conceito
se apoia, basicamente, na ideia de que os recursos naturais não são infinitos, logo, a
tomada de decisões econômicas deve ter essa premissa, viabilizando, ao mesmo tempo,
igualdade social, erradicação da pobreza e melhoria do bem-estar da sociedade, reduzindo
os impactos negativos e a escassez ecológica.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hand-planting-seedling-growing-step-garden-1732057171.
A ideia de uma economia mais sustentável começou a ser discutida com maior força
durante a Rio-92, contudo, o conceito de Economia Verde foi cunhado apenas em 2008
pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) que reivindicou,
através do “Novo Pacto Global Verde” (Global Green New Deal) , que os investimentos
voltados para o aquecimento da economia global tivessem como foco “investimentos
verdes”.
60
Economia Verde • CAPÍTULO 4
Saiba mais
Ecodesenvolvimento
Para refletir
Para a ecoeconomia, é preciso parar de crescer em níveis exponenciais e reproduzir ou “biomimetizar” os ciclos da natureza:
para ser sustentável, a ecoeconomia deve caminhar para ser cada vez mais parecida com os processos naturais”.
A principal iniciativa para a transição para uma economia verde, tomada pelo PNUMA, foi
a “Iniciativa Economia Verde” (IEV, ou GEI – Green Economy Initiative, em inglês), que tem
como objetivo central apoiar o desenvolvimento de um plano global de transição para uma
economia verde, que fosse dominada por investimentos e consumo de bens e serviços de
promoção ambiental.
Saiba mais
A “iniciativa Economia Verde” foi lançada pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas em meio à eclosão da crise
financeira no segundo semestre de 2008, com um forte apelo a um novo paradigma para a retomada do crescimento da
economia mundial:
61
CAPÍTULO 4 • Economia Verde
“Mobilizar e reorientar a economia global para investimentos em tecnologias limpas e infraestrutura ‘natural’, como as
florestas e solos, é a melhor aposta para o crescimento efetivo, o combate às mudanças climáticas e a promoção de um boom
de emprego no século 21”.
Uma excelente discussão sobre o que se esperava acerca do tema durante a Rio+20.
Essa iniciativa resultou no relatório “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o
Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza” ( Towards a Green Economy
– Pathways to Sustainable Development and Poverty Eradication), que deu base para as
discussões ocorridas na conferência Rio+20.
Saiba mais
Conheça o documento Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da
Pobreza na íntegra na página oficial da Organização das Nações Unidas. Disponível em: https://www.unep.org/resources/
report/rumo-uma-economia-verde-caminhos-para-o-desenvolvimento-sustentavel-e-erradicacao.
Saiba mais
O termo pegada ecológica foi criado pelos cientistas canadenses Mathis Wackernagel e William Rees, em 1990, e hoje é
internacionalmente reconhecido como uma das formas de medir a utilização, pelo homem, dos recursos naturais do planeta.
A Pegada Ecológica está diretamente relacionada ao desenvolvimento sustentável, ou seja, ao uso racional e equitativo (com
justiça social) dos recursos naturais.
http://www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/Cartilha%20-%20Pegada%20Ecologica%20-%20web.pdf.
https://www.researchgate.net/publication/293827535_Pegada_ecologica_consumo_de_recursos_naturais_e_meio_
ambiente
http://www.uel.br/cce/geo/didatico/omar/pesquisa_geografia_fisica/PegadaEcologica.pdf
62
Economia Verde • CAPÍTULO 4
Um dos principais caminhos encontrados para alcançar a transição para uma economia
verde foi a adoção de estimativas de valor econômico para os serviços ambientais. Além
disso, são propostos, dentro da mesma conjuntura, o consumo consciente, a reciclagem, a
reutilização de bens e o uso de energia limpa.
Atenção
O conteúdo de valoração ambiental, serviços ambientais e pagamentos por serviços ambientais serão trabalhados na
disciplina Ecologia e Gestão da Biodiversidade. Os conceitos de reciclagem e reutilização serão trabalhados na disciplina de
Gestão Ambiental de Resíduos Sólidos e Saneamento Ambiental.
Trataremos a seguir das estratégias para redução das emissões de carbono e a importância
desse processo, e mais adiante sobre eficiência energética e o uso de energia limpa.
Atenção
A Perda da Biodiversidade e suas consequências serão abordadas na disciplina Ecologia e Gestão da Biodiversidade.
63
CAPÍTULO 4 • Economia Verde
Não é intenção desta disciplina, e mesmo que fosse não seria possível, esgotar o tema, mas
sim trazer o embasamento necessário para que o futuro profissional de Gestão Ambiental
possa compreender os conceitos e buscar maior aprofundamento.
Gotas de conhecimento
Dada a sua relevância e o fato de ser uma mudança de padrão em pleno andamento, vale a pena se aprofundar um pouco
mais no tema “economia verde”, por isso ficam algumas sugestões de estudo complementar:
Livro: Economia verde para o desenvolvimento sustentável. – Brasília, DF: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2012.
Livro: FURTADO, F. O clima do negócio e o negócio do clima: o BNDES e a Economia Verde. Instituto Pacs – Rio de Janeiro,
2016.
Livro: RECH, A. U. Direito e economia verde: natureza jurídica e aplicações práticas do pagamento por serviços ambientais.
2011.
Como vimos, a redução das emissões de carbono é uma das estratégias da economia verde,
mas antes de estudarmos a aplicabilidade desse processo no mercado econômico, vamos
ver, rapidamente, por que a emissão de carbono é um problema ambiental tão importante.
Todos já ouvimos falar do fenômeno denominado efeito estufa, afinal este termo é
amplamente repetido nos meios de comunicação e até mesmo em conversas informais, e
pode ser relacionado a outros termos e expressões como: aquecimento global, mudanças
climáticas, aumento da temperatura global, entre outros.
Mas qual será a importância efetiva desses termos para compreendermos os aspectos
relacionados à proteção ambiental? E o que esses termos têm a ver com a emissão de
carbono?
64
Economia Verde • CAPÍTULO 4
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ro.ws-tomato-plants-growing-inside-big-604150469.
Esse efeito é um fenômeno natural, sem o qual seria inviável a vida no planeta. Sem o
efeito estufa, a temperatura média da superfície terrestre seria de aproximadamente -18ºC,
incompatível com grande maioria das formas de vida conhecidas. Contudo, esse fenômeno
vem sendo, especialmente após a Revolução Industrial, agravado devido à emissão dos
chamados gases do efeito estufa (GEE), entre eles o gás carbônico (CO2).
O gás carbônico, assim como vários dos GEEs, tem uma ocorrência natural, porém a
intensificação das atividades antropogênicas tem aumentado de forma considerável suas
concentrações. O CO2 se destaca pois é o GEE que se encontra em maior concentração
atmosférica.
Saiba mais
Os gases internacionalmente reconhecidos como gases de efeito estufa, são: Dióxido de Carbono (CO2), Metano (CH4), Óxido
Nitroso (N2O), Hexafluoreto de Enxofre (SF6) e duas famílias de gases, Hidrofluorcarbono (HFC) e Perfluorcarbono (PFC).
Os gases de efeito estufa (GEE) ou, em inglês, Greenhouse Gases (GHG) são substâncias gasosas naturalmente presentes na
atmosfera e que absorvem parte da radiação infravermelha emitida pelo Sol e refletida pela superfície terrestre, dificultando
o escape desta radiação (calor) para o espaço. O aumento na concentração dos GEES causa aumento da temperatura global.
Disponível em:
https://www.abntonline.com.br/sustentabilidade/GHG/O_que_%C3%A9_gee.
https://cetesb.sp.gov.br/proclima/gases-do-efeito-estufa/.
A maior parte dos países do mundo (tendo sido liderados pelos países desenvolvidos)
apresenta alto nível de degradação florestal, não tendo grandes mecanismos para absorção
65
CAPÍTULO 4 • Economia Verde
do CO2 (vale lembrar que o CO2 é utilizado pelos vegetais no processo de fotossíntese),
e junto com esse processo de desmatamento ainda utilizam combustíveis fósseis
que produzem CO2 e outros GEEs.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/photosynthesis-explanation-science-diagram-
illustration-1106407613.
Muitos elementos, como é o caso do carbono, podem ficar, por longos períodos, armazenados
em reservatórios. Os depósitos de combustíveis fósseis, por exemplo, são reservatórios
de carbono. Há uma parte do ciclo, mais rápida, em que o elemento é mantido nos
reservatórios por períodos curtos (a troca entre plantas e animais, por exemplo).
Para relembrar e se aprofundar no ciclo do carbono consulte o livro “Emissões de carbono na mudança de uso do solo”, de
Alberto A. Villela, Marcos A. V. Freitas e Luiz Pinguelli Rosa, Editora Interciência.
66
Economia Verde • CAPÍTULO 4
Vale ressaltar que esses gases contribuem diretamente para o aumento da temperatura
global e mudanças climáticas. Nesse contexto, foram firmados importantes acordos
internacionais e criadas ferramentas mercadológicas, como o mercado de carbono, na
tentativa de reduzir as emissões e, consequentemente, seus efeitos.
Já vimos, em capítulos anteriores, que na Rio-92 a maior parte dos países- membros da
ONU ratificaram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
(CQNUMC).
67
CAPÍTULO 4 • Economia Verde
Saiba mais
Conferência das Partes – COP: é o órgão supremo da Convenção. Seu objetivo é manter regularmente sob exame a
implementação da Convenção e de quaisquer instrumentos jurídicos que a COP possa adotar, além de tomar as decisões
necessárias para promover a efetiva implementação da Convenção. A COP tem, também, as seguintes competências:
» Examinar periodicamente as obrigações das Partes e os mecanismos institucionais estabelecidos por esta Convenção;
» Promover e facilitar o intercâmbio de informações sobre medidas adotadas pelas Partes para enfrentar a mudança do
clima e seus efeitos;
https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/infograficos/cops/
Um dos documentos gerados pelas discussões durante a Rio-92 foi a Declaração do Rio,
nesta, especificamente em seu princípio 7, foi acordado o princípio de responsabilidade
comum, cuja transcrição pode ser vista a seguir:
68
Economia Verde • CAPÍTULO 4
capítulo 1 do nosso livro. Este protocolo foi adotado durante a terceira Conferência das
Partes, COP-3, realizada em Quioto, no Japão, em 1997.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/kyoto-protocol-stop-gas-210592747.
A premissa para a elaboração deste protocolo foi a relação entre o aquecimento global e as
emissões desses gases. A proposta foi de que os países participantes se comprometessem a
reduzir as emissões globais em pelo menos 5,2% abaixo dos níveis de 1990, no período entre
2008 e 2012.
Atenção
O Protocolo só entrou em vigor em 2005, após 50% de adesão entre os signatários. A princípio, as metas traçadas foram
previstas até o ano de 2012, mas em 2012, durante a COP-18, decidiu-se pela prorrogação do Protocolo até 2020.
Os países signatários do Protocolo foram classificados por suas diferenças econômicas, sociais
e de nível de desenvolvimento. Dessa forma, houve a formação de dois grandes grupos, os
quais foram denominados “Partes”, as quais foram assim distribuídas:
» Partes não Anexo I: compõem o restante dos países, em sua maioria países em
desenvolvimento.
Dentro desse contexto, a redução das emissões passa a ter valor econômico, criando-se,
então, o crédito de carbono, uma espécie de certificado que os países, empresas ou
pessoas compram para mitigarem a emissão dos gases.
69
CAPÍTULO 4 • Economia Verde
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/carbon-emission-trading-262539062.
Para refletir
Será que os países mais ricos vão efetivamente se preocupar em poluir menos ou vão apenas pagar pelos créditos?
Aproveite a reflexão e faça uma pesquisa sobre o desempenho dos países desenvolvidos no mercado de carbono.
A redução da emissão de outros gases geradores do efeito estufa também pode ser convertida
em créditos de carbono, a partir do conceito de carbono equivalente, ou seja, utilizando-se
uma tabela de equivalência entre cada um dos gases e o CO2. Já os que poluem acima do
limite permitido pagam pela poluição adicional que geram, remunerando as atividades que
reduzem as emissões de gases.
Saiba mais
O Global Warming Potential – GWP ou Potencial de Aquecimento Global estima a contribuição relativa de um determinado
gás de efeito estufa para o aquecimento global, em relação à mesma quantidade de um gás de referência (CO2) cujo GWP é
definido como 1 (kl). Esta métrica permite calcular quanto uma molécula de cada um deles aquece a Terra, em relação ao
tempo que eles permanecem no ar antes de serem quebrados ou absorvidos.
70
Economia Verde • CAPÍTULO 4
A fim de fornecer instrumentos para que os países pudessem alcançar suas metas de
emissões e encorajar o setor privado e os países em desenvolvimento a contribuir nos
esforços de redução das emissões foram incluídos no protocolo três mecanismos de
mercado, os “Mecanismos de Flexibilização”. São eles: Comércio de Emissões – CE (Emissions
Trading – ET); Implementação Conjunta – IC (Joint Implementation – JI) e Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo – MDL (Clean Development Mechanism – CDM). Na sequência,
falaremos um pouco a respeito de cada um dos mecanismos citados.
Por esse mecanismo, os países podem agir em conjunto para atingir suas metas. Assim, se um
país não vai conseguir reduzir suficientemente suas emissões, mas o outro vai, eles podem
firmar um acordo para se ajudar.
O objetivo desse mecanismo é facilitar e tornar mais barato para cada país chegar à sua meta
de redução de emissões de gases de efeito estufa, bem como gerar commodities a serem
utilizadas no mercado internacional de emissões de carbono. Esse mecanismo também é
de exclusiva aplicação entre os países do Anexo I.
71
CAPÍTULO 4 • Economia Verde
Previsto e regulamentado no artigo 12o do Protocolo de Quioto. Sua origem se deu após
grandes discussões serem geradas por parte dos países-membros do não Anexo I (liderados
pelo Brasil), os quais não podiam realizar e receber projetos, pois a comercialização estava
restrita aos países membros do Anexo 1.
Por meio desse mecanismo, os países desenvolvidos podem optar por financiar a redução
da emissão fora de seus territórios, notadamente em países em desenvolvimento, em que
os custos de tal redução são menores. Esse tipo de mecanismo foi estruturado a partir
do princípio “Poluidor Pagador”, no qual se prevê a cobrança de uma taxa para alguma
iniciativa de correção daquela poluição.
Podem participar dos projetos em MDL as Partes do Anexo I, não Anexo I ou entidades
públicas e privadas dessas Partes, desde que por elas devidamente autorizadas.
Existem, porém, críticas ao MDL. Alguns autores acreditam que esse mecanismo poderia
permitir a continuidade dos países poluidores em degradar o meio ambiente. Segundo
72
Economia Verde • CAPÍTULO 4
Ribeiro (2005), pode faltar vontade política econômica para alocar recursos em pesquisa e
desenvolvimento de novas tecnologias de produção limpa. Uma vez que os países desenvolvidos
estariam auxiliando os em desenvolvimento, seria dado a eles o direito de poluir.
Saiba mais
http://www.licenciamentoambiental.eng.br/mecanismos-de-flexibilidade-do-protocolo-de-kyoto/.
https://www.cgee.org.br/documents/10195/734063/mc21_1260.pdf/11a66409-4c03-4d3f-a718-6f1f03ad888a?version=1.0.
http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/bh/germana_parente_neiva_belchior3.pdf.
Saiba mais
Para entrar em vigor, o tratado precisou ser ratificado – isto é, dar a ele o status de lei doméstica – por 92 países que
representam em torno de 55% da emissão de gases de efeito estufa.
Fonte: https://fia.com.br/blog/acordo-de-paris/.
Atenção
Segundo alguns autores, baseados em dados científicos, o ideal é que o aumento da temperatura não ultrapasse o limite
de 1,5ºC, pois a partir deste os efeitos do aquecimento global já podem ser sentidos. A previsão é de uma elevação da
temperatura do planeta entre 2°C e 5°C, caso as nações prossigam na atual trajetória de emissões de GEE, o que pode gerar
inúmeros prejuízos sociais, econômicos e ambientais.
73
CAPÍTULO 4 • Economia Verde
Atenção
É importante destacar que movimentos políticos (já mencionados no capítulo 1) e o atual estado de desmatamento e
controle ambiental deixa o País cada vez mais distante de atingir essas metas.
(a) Manter o aumento da temperatura média global bem abaixo dos 2°C acima dos níveis pré-industriais e buscar
esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso
reduziria significativamente os riscos e impactos das mudanças climáticas;
(b) Aumentar a capacidade de adaptar-se aos impactos adversos das mudanças climáticas e fomentar a resiliência
ao clima e o desenvolvimento de emissões de gases de efeito estufa, de uma forma que não ameace a produção de
alimentos;
(c) Promover fluxos financeiros consistentes, com um caminho de baixas emissões de gases de efeito estufa e de
desenvolvimento resiliente ao clima
O acordo prevê que os países desenvolvidos signatários provenham suporte financeiro para
ajudar países em desenvolvimento a mitigar efeitos de mudanças climáticas, considerando
prioridades e particularidades de cada país, especialmente aqueles que estejam em posição
mais vulnerável quanto aos efeitos negativos dessas mudanças.
O MDS tem como principal inovação a inclusão do setor privado em projetos de redução
de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs), permitindo que esses gerem Reduções
Certificadas de Emissões (RCEs), que podem ser comercializados no futuro mercado
74
Economia Verde • CAPÍTULO 4
de carbono global ou abater metas de redução de emissões, estabelecidas por meio das
Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) de cada país.
O MDS ainda está sendo encaminhado para a regulamentação, devido a algumas barreiras,
especialmente em relação à transição a partir do MDL, por isso não nos aprofundaremos
neste momento.
Saiba mais
Caso queira entender um pouco mais sobre MDS e a transição MDL – MDS acesse o material recomendado nos links a
seguir:
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/9495/1/A%20Continuidade.pdf
https://static.portaldaindustria.com.br/media/filer_public/5d/28/5d283482-752c-4033-934a-70d216b7a131/mecanismo_
de_desenvolvimento_sustentavel_e_competitividade_industrial.pdf
https://epbr.com.br/a-negociacao-do-mercado-de-carbono-na-cop-25-e-a-visao-empresarial-para-agenda-climatica/.
Gotas de conhecimento
75
CAPÍTULO 4 • Economia Verde
Atenção
O Acordo de Paris veio para substituir o Protocolo de Quioto, contudo, essa transição ainda está em andamento, por isso é
comum que muitas práticas ainda sejam baseadas nas metas traçadas em Quioto, assim como o uso de mecanismos.
É importante a busca por artigos científicos e referências nas páginas oficiais para atualização constante sobre a questão!
Define-se consumo sustentável como o uso de bens e serviços que atendam às necessidades
básicas, proporcionando melhor qualidade de vida, enquanto minimizam o uso dos
recursos naturais e materiais tóxicos, a geração de resíduos e a emissão de poluentes
durante todo o ciclo de vida do produto ou do serviço, de modo que não se coloque em
risco as necessidades das futuras gerações. O consumo sustentável pressupõe a existência
de um consumidor consciente, pois este será capaz de identificar os pontos ressaltados
anteriormente.
76
Economia Verde • CAPÍTULO 4
77
CAPÍTULO 4 • Economia Verde
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/view-businessman-holding-windturbines-solar-panel-1718147626.
Para progredir rumo a uma economia de baixo carbono ou uma economia mais sustentável,
é necessário que haja uma produção sustentável e um consumo mais responsável. Sem
um esforço considerável para alterar os atuais padrões de produção e consumo não é
realista almejar uma sociedade mais justa e mais responsável do ponto de vista do uso
dos recursos naturais, no horizonte de tempo apontado pelas urgências que os relatórios
sobre aquecimento global estabelecem.
Assim, considera-se que o consumo consciente depende da ação mútua das empresas,
cuja ação causa os maiores danos ambientais e sociais atuais e pode agir visando reduzir
tais impactos, e os consumidores, que têm o papel de cobrar essas ações das empresas,
principalmente por meio de suas escolhas de consumo.
78
Economia Verde • CAPÍTULO 4
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/customer-reusable-bag-refusing-disposable-plastic-1971529967.
E o que será que torna um consumidor mais consciente? Quais medidas podem ser tomadas?
Quais detalhes podem ser observados?
Provocação
Pensando no que vimos até aqui e fazendo um paralelo com seu dia a dia, você se considera um consumidor consciente? Se a
resposta for não, o que acha de repensar alguns hábitos? Pratique!
Um dos caminhos para adoção dessa postura é a valorização de produtos com selos e
rótulos verdes (que veremos no próximo capítulo) e a busca pelo conhecimento dos
processos das empresas que fornecem os produtos que serão consumidos. Uma forma
muito interessante é a valorização do comércio local e agricultura familiar, que, ainda que
não tenham essa intenção, acabam sendo mais sustentáveis em suas produções.
Por fim, podemos ver que a economia verde é um caminho para que as organizações sejam,
efetivamente, mais sustentáveis em relação ao meio ambiente. Observe que a adoção de
medidas que visem à adequação a essa economia é feita por meio de modelos de gestão
ambiental.
79
CAPÍTULO 4 • Economia Verde
Sintetizando
80
CAPÍTULO
GESTÃO AMBIENTAL E GOVERNANÇA –
UMA VISÃO ESTRATÉGICA 5
Introdução do Capítulo
Nossos estudos até aqui já nos deixam claro a importância da gestão ambiental para um
mundo ambientalmente viável. Vimos que a gestão ambiental, seja pública ou privada, é
instrumento realmente necessário para que possamos evoluir enquanto sociedade.
Objetivos
» Entender o conceito de gestão ambiental estratégica.
81
CAPÍTULO 5 • Gestão Ambiental e governança – uma visão estratégica
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/vision-direction-future-business-inspiration-
motivation-1901581888.
Por muito tempo as preocupações ambientais ficaram fora desse planejamento, sendo
consideradas apenas em medidas de controle de poluição, contudo, devido à pressão
mercadológica, atualmente a competitividade ambiental é um ponto importantíssimo
para as empresas que pretendem se destacar no mercado.
Gotas de conhecimento
Para se aprofundar no tema “Planejamento Estratégico”, busque o livro Planejamento Estratégico, de Cleber Suckow
Nogueira (Org.), da Editora Pearson, disponível na biblioteca virtual da faculdade.
Os stakeholders exigem, cada vez mais, que as empresas tenham posturas apropriadas em
relação ao meio ambiente, exigindo processos e serviços com menor impacto possível, o
que coloca a gestão ambiental em destaque no cenário competitivo empresarial. Assim,
mudanças voltadas para o uso eficiente de recursos e redução dos impactos ambientais
têm sido cada vez mais valorizadas.
82
Gestão Ambiental e governança – uma visão estratégica • CAPÍTULO 5
Gotas de conhecimento
O vídeo “Abordagens estratégicas da gestão ambiental”, produzido pelo Instituto Federal de Rondônia, aborda de forma
bastante didática a gestão ambiental estratégica. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PN7P45xbzCg&ab_cha
nnel=IFROCampusPortoVelhoZonaNorte.
Neste contexto, a gestão ambiental destaca-se como essencial para minimizar os impactos
das atividades sobre o meio ambiente, estabelecendo a busca contínua de melhoria da
qualidade ambiental, seja de serviços, produtos ou ambientes de trabalho. Com o trabalho
de gestão ambiental fazendo parte do planejamento estratégico das empresas, estas
começam a perceber que é possível lucrar com o mínimo de impacto possível, trazendo
vantagens competitivas e assumindo uma postura mais proativa.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ecology-concept-human-hands-holding-big-712105222.
A sigla SSMA refere-se em inglês à Health, Safety and Environmental (HSE) e consiste,
basicamente, em um conjunto de normas desenvolvidas para orientar as empresas na
adequação de seus parâmetros de desempenho, de acordo com as exigências legais.
83
CAPÍTULO 5 • Gestão Ambiental e governança – uma visão estratégica
Em resumo. o SSMA tem como objetivo principal organizar e garantir que a empresa se
adeque à legislação vigente.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/hse-health-safety-environment-acronym-banner-1515069725.
A ideia central dessa área é cuidar da gestão de medidas que visem garantir a saúde e a
segurança de todos os colaboradores, além da organização de políticas ambientais que
impactem tanto no sucesso competitivo da empresa quanto na qualidade de vida dos seus
colaboradores e das comunidades que são diretamente afetadas pelo funcionamento do
empreendimento. Os procedimentos em SSMA têm impacto direto na geração de valor.
Basicamente, é o conjunto de medidas que a empresa deve tomar para que sua atuação
não cause danos.
Figura 28. Uso de EPI (Equipamentos de Proteção Individual) são essenciais para garantir a segurança do
trabalhador.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/working-protection-set-including-pair-gloves-79290517.
84
Gestão Ambiental e governança – uma visão estratégica • CAPÍTULO 5
Ações específicas de saúde podem ser tomadas com base nas políticas SSMA, como a
adoção de cuidados referentes à saúde mental e à ergonomia. Esses fatores podem ser o
diferencial entre uma equipe produtiva e uma improdutiva, impactando diretamente no
sucesso do negócio.
Gotas de conhecimento
O livro Manual Prático de Saúde e Segurança do Trabalho, de Aparecida V. Sacaldelai et al., publicado em 2012 pela editora
Yendis, traz um curso completo de Saúde e Segurança do trabalho, ideal para quem quer se aprofundar no tema.
O capítulo 21 da obra destaca a importância e os requisitos para a implementação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) nas
empresas em consonância com os fatores saúde e segurança.
No que diz respeito à área de meio ambiente, o foco está em elaborar procedimentos que
visem a uma abordagem sistemática em prol do cumprimento das leis e normas ambientais.
Esses aspectos incluem tanto os efeitos ambientais que interferem na saúde e segurança do
trabalhador, como a qualidade do ar interno, por exemplo, como as preocupações com os
possíveis impactos ambientais negativos referentes às atividades da empresa.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ventilation-cleaner-man-work-tool-467421461.
85
CAPÍTULO 5 • Gestão Ambiental e governança – uma visão estratégica
A política SSMA pode ser organizada visando apenas ao cumprimento de exigências legais
ou acrescentando também objetivos específicos da empresa que visam trazer vantagens
como: melhoria do processo produtivo, produção mais limpa, eficiência econômica,
eficiência energética, entre outros.
As ações SSMA devem englobar, além do plano de ações e implantação das medidas, o
acompanhamento periódico, a fim de corrigir eventuais falhas no processo e realizar ajustes
necessários.
Uma vez que se decida adotar a política SSMA, a empresa pode criar uma comissão interna
responsável pelas ações que visam alcançar os objetivos, contudo, algumas empresas
preferem contratar consultoria para avaliação e criação de um plano de ação a fim de
atingir as metas estabelecidas.
Saiba mais
Vale a pena conhecer de perto a política SSMA de algumas empresas. Uma sugestão é consultar a home page da empresa do
ramo alimentício BRF, que apresenta toda sua política de forma bem detalhada.
A equipe envolvida na área SSMA deve ser multidisciplinar, com pleno conhecimento das
leis, regulamentos e códigos de cada uma das frentes, além de ter pleno conhecimento das
particularidades relacionadas ao segmento de atuação da empresa. O objetivo final a ser
alcançado neste processo é o aumento efetivo da produtividade, além de entregar uma
imagem positiva de empresa responsável e correta.
Não é nenhum segredo que sejam quais forem as medidas tomadas pela alta gestão de
uma empresa, todas elas têm um foco central que é sucesso do negócio, por isso, alguns
critérios têm sido cada vez mais valorizados para o sucesso de um empreendimento. Entre
esses está o ESG, três critérios que permitem medir os impactos sociais e ambientais de
um investimento. A seguir trataremos de forma mais detalhada deste processo.
86
Gestão Ambiental e governança – uma visão estratégica • CAPÍTULO 5
Já está claro que, ao contrário do que ainda pensam muitos gestores, a sustentabilidade
ambiental reflete em bons resultados financeiros, porque, cada vez mais a adoção de ações
de responsabilidade social e melhoria de práticas de governança têm trazido diversas
vantagens às empresas, como maior lucratividade e maior valor de mercado.
Neste contexto, as empresas têm sido direcionadas a buscar estratégias que tornem seus
negócios atrativos para os consumidores e para os investidores. Entre essas estratégias o ESG
tem ganhado destaque nos últimos anos.
A sigla ESG é um acrônimo para environmental, social and governance, ou, em português
“ambiental, social e governança” e pode ser definida como: conjunto de padrões e boas
práticas adotadas para definir que uma empresa funcione de forma socialmente consciente,
sustentável e corretamente gerenciada.
Saiba mais
Basicamente, environmental, social and governance são os três pilares deste movimento
e são utilizados como critérios para entender se a empresa possui sustentabilidade
empresarial. Na verdade, ao mesmo tempo em que é uma estratégia que define critérios
para adequação das empresas, é uma métrica para que os investidores escolham se vale
a pena ou não investir.
Nos últimos anos o ESG tem se destacado como uma grande tendência no mercado, sendo
uma resposta aos desafios da sociedade contemporânea. Sua incorporação demonstra
responsabilidade e comprometimento da empresa com seus stakeholders.
87
CAPÍTULO 5 • Gestão Ambiental e governança – uma visão estratégica
Saiba mais
O ESG foi tema de uma das palestras da Semana de Meio Ambiente e Gestão Ambiental da Faculdade Unyleya em 2021.
Nesta palestra, o Ms. Felipe Martins Cordeiro de Melo trata de forma bastante didática sobre o tema, trazendo um pouco de
sua visão baseada na prática.
O termo ESG foi utilizado pela primeira vez em 2005, no relatório “Who Cares Wins” (“Ganha
quem se importa”), elaborado durante um encontro realizado pela Organização das Nações
Unidas, entre 20 instituições financeiras de nove países diferentes, cujo objetivo era
desenvolver diretrizes e recomendações sobre como incluir questões ambientais, sociais
e de governança na gestão de ativos, serviço de corretagem de títulos e pesquisa. Porém,
esse pensamento de que seria importante investir em empresas sustentáveis é um pouco
mais antigo.
A década de 1980 foi marcada por alguns importantes desastres ambientais, como o
Desastre de Bophal (Índia) e o acidente com o petroleiro Exxon Valdez (Alasca), seguindo a
premissa de que os investimentos deveriam ser focados na sustentabilidade. Essas e outras
empresas, responsáveis por catástrofes ambientais, deixaram de receber investimentos.
Este movimento trouxe à tona a importância de reduzir os impactos ambientais enquanto
estratégia de mercado.
Saiba mais
Infelizmente, os desastres ambientais foram e ainda são realidade no mundo, apesar das pressões sociais e financeiras
que visam proteger o meio ambiente desse tipo de ação, elas continuam ocorrendo. Enquanto futuro Gestor Ambiental é
importante que você conheça os principais acontecimentos deste tipo no Brasil e no Mundo, pesquise sobre o tema.
88
Gestão Ambiental e governança – uma visão estratégica • CAPÍTULO 5
Entre 1990 e 2000 foram surgindo índices de responsabilidade social, entre eles
destacam-se: MSCI KLD 400 Social Index, que reduz investimentos em empresas de armas,
cigarros e álcool e o Dow Jones Sustainability Index, que avalia a performance de empresas
a partir dos critérios que hoje conhecemos como ESG.
Em 2007 foram criados títulos que tinham o objetivo de captar recursos em prol da
melhoria ambiental, estes eram os chamados green bonds, também conhecidos como
“títulos verdes” ou “investimentos verdes”.
Como já vimos, o ESG é baseado em três critérios: environmental (ambiental), social and
governance (governança). Para melhor entendimento, vamos tratar com um pouco mais de
detalhamento o que cada um desses critérios inclui.
Vale lembrar que as ações serão inerentes à natureza das atividades e podem ser ampliadas
ou reduzidas conforme as necessidades. Outros critérios podem ser aplicados.
89
CAPÍTULO 5 • Gestão Ambiental e governança – uma visão estratégica
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/vector-illustration-ecofriendly-enterprise-factory-
isolated-1953814489.
› conduta corporativa;
90
Gestão Ambiental e governança – uma visão estratégica • CAPÍTULO 5
› gestão de riscos.
A análise realizada pelos fundos de investimento e seus investidores pode variar de acordo
com o tipo de fundo e do setor a ser avaliado, porém, é certo que alguns fundos só investem
em empresas que adotam, comprovadamente, boas práticas.
Saiba mais
O movimento de ESG vem crescendo em ritmo acelerado no Brasil, segundo dados da plataforma aberta de inovação
“Distrito”, startups brasileiras com soluções para as melhores práticas ambientais, sociais e de governança receberam
investimentos da ordem de US$ 991 milhões desde 2011. Foram mapeadas 740 startups voltadas para o consumidor,
pequenas e grandes empresas ou até mesmo para o governo, com impacto em uma ou mais das categorias ESG, prova de que
essa é uma área com enorme potencial. Atualmente, existem no mercado diversas startups focadas em soluções ESG para
empresas, elas são chamadas de ESG techs. O Brasil já possui 740 negócios desta natureza, estas têm recebido investimentos
consideráveis.
Para conhecer algumas dessas startups e saber um pouco mais das iniciativas acesse a plataforma de inovação “Distrito”.
A fim de formar uma rede de empresas com práticas sustentáveis, existem diversas iniciativas
globais, muitas das quais lideradas pela ONU. Algumas merecem destaque devido ao
impacto que têm no comportamento das empresas, e estão descritas no quadro 12.
91
CAPÍTULO 5 • Gestão Ambiental e governança – uma visão estratégica
Criado em 2005 para guiar instituições de acordo com a agenda de sustentabilidade global,
os Princípios para o Investimento Responsável (PRI) trazem seis princípios voluntários
Princípios para
para incorporar os critérios ESG em práticas de investimento. Quem adere à iniciativa se
o Investimento
compromete a incorporar temas ESG em análises de investimento e processos de tomada
Responsável (PRI) de decisão, dentre outros pontos. Atualmente, a iniciativa tem mais de 3 mil signatários, com
ativos sob gestão que ultrapassam os 100 trilhões de dólares.
Tratado mundial cujo objetivo principal é a redução do aquecimento global. O documento foi
negociado durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2015
Acordo de Paris e assinado por diversos países em 2016. O foco do acordo é reduzir as emissões de gases de
efeito estufa para limitar o aumento da temperatura global, que deve ficar abaixo de 2 ºC, de
preferência em 1,5 ºC.
Plano de ação para o desenvolvimento sustentável global criado em 2015, em Nova Iorque,
na presença de líderes de 193 estados-membros da Organização. O foco são as dimensões
social, ambiental e econômica, além de ampliar as metas definidas em 2000 nos Objetivos
Agenda 2030 de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Os países que fazem parte da Agenda 2030 devem se
comprometer com a promoção de programas e ações para orientar a atuação interna do País,
o que inclui a agenda financeira.
No Brasil, o ESG ainda está longe de ser unanimidade, porém o tema vem ganhando cada
vez mais força entre os gestores do País. A demanda do mercado impulsiona mudanças
de postura, fazendo com que as empresas busquem soluções mais sustentáveis para seus
negócios.
Cada vez mais o posicionamento das empresas em relação às questões ambientais vem
sendo cobrado, por isso, investir em ações ESG é uma boa forma de aliar sustentabilidade
ambiental e financeira.
Sintetizando
» A importância da área SSMA para o estabelecimento e execução de políticas ambientais em uma empresa.
92
CAPÍTULO
CERTIFICAÇÃO E ROTULAGEM
AMBIENTAL 6
Introdução do Capítulo
Para encerrar a disciplina vamos, neste capítulo, tratar do processo de certificação ambiental,
que pode ser, a princípio, resumido como um “atestado” de boas práticas. Veremos aqui a
importância e o impacto das certificações para as empresas e sua total relevância para a
gestão ambiental.
Veremos também o que são rótulos ambientais e o quanto estes são relevantes para as
empresas.
Ao final do capítulo faremos um breve estudo de caso a fim de ter uma visão um pouco
mais prática da atuação do gestor ambiental.
Objetivos
93
CAPÍTULO 6 • Certificação e Rotulagem Ambiental
Nosso percurso de estudos dentro desta disciplina já nos permite compreender claramente
que a pressão social e mercadológica em relação à responsabilidade das empresas
tem sido cada vez mais impactante, sendo, inclusive, determinante para o sucesso e
longevidade dos negócios.
Pensando em melhorar suas práticas e se adequar da forma mais condizente possível a essas
exigências, além de demonstrar uma performance ambiental satisfatória, as empresas vêm
investindo, cada vez mais, na adoção de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA).
Vale ressaltar que a adoção do SGA não pode e nem deve ser feita apenas com vistas à
adequação às exigências legais, visto que é uma importante maneira de agregar valor e
melhorar o desempenho econômico das empresas.
A pressão dos stakeholders, ao contrário do que muitos podem pensar, não se limita ao
discurso; na verdade, eles buscam garantias de que a empresa está efetivamente preocupada
com a qualidade ambiental de seus processos. Essas garantias precisam ser apresentadas
da forma mais transparente possível.
É nesse contexto que surge o processo de certificação ambiental, visando atestar que os
processos produtivos estão, de fato, sendo cuidadosamente realizados de forma sustentável.
Fica bem nítida, então, a relação entre a certificação e a competitividade empresarial.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/innovative-green-technologies-smart-systems-
recycling-1462012364.
O comércio internacional está presente em grande parte da história, mas a sua importância
econômica, social e política se tornou crescente nos últimos séculos, graças ao avanço
industrial, dos transportes e a globalização.
94
Certificação e Rotulagem Ambiental • CAPÍTULO 6
O comércio entre países é mediado por regras de modo a assegurar a conformidade dos
produtos importados à legislação ambiental local e o atendimento aos requisitos de
segurança. No âmbito das organizações, também existem normas internacionais sobre a
qualidade ambiental.
Saiba mais
A certificação trata-se de um processo no qual uma entidade independente avalia se determinado processo ou produto
atende a um conjunto específico de normas técnicas. Esse processo é avaliado por meio de auditorias. A certificação garante
que a produção é controlada que os produtos estão, de fato, atendendo às normas.
Provocação
Quem nunca aguardou com grande expectativa a entrega de um produto da Amazon ou da Ali Express? Não só no mercado
virtual, as mercadorias importadas estão cada vez mais presentes em nosso dia a dia. Mas será que esses produtos
apresentam certificações ambientais? Ao comprar algum produto, você busca por elas?
Um dos primeiros passos para a elaboração de normas ambientais foi a criação de selos
verdes, que surgiram na Europa, mais especificamente na Alemanha, em 1978. O selo,
denominado “Anjo Azul” foi criado com a finalidade de identificar produtos que não
agredissem o meio ambiente. Desde então e até os anos 1990, os selos verdes era o que
existia de mais criterioso em termos de cuidados das empresas com o meio ambiente.
95
CAPÍTULO 6 • Certificação e Rotulagem Ambiental
A primeira norma ambiental criada foi a BS7750, emitida na Inglaterra, em 1992, pelo
Britânico de Normatização (BSI), que traz especificações a respeito dos requisitos para o
desenvolvimento, implantação e manutenção de sistemas de gestão ambiental, visando
garantir o cumprimento de políticas e objetivos ambientais definidos e declarados.
Saiba mais
A International Organization for Standardization (ISO) foi criada em 1947 com o objetivo de facilitar a troca de bens e
serviços no mercado internacional por meio da normalização de atividades relacionadas. A ISO também pretendia contribuir
para a cooperação nas esferas científicas, tecnológicas e produtivas.
Em 1993 foi criado o TC-207, um comitê técnico que tinha como objetivo desenvolver
normas relacionadas à Gestão Ambiental. O comitê reuniu membros de cerca de 30 países,
incluindo o Brasil. A partir das discussões e considerações do comitê, foram publicadas,
em 1996, as normas ISO 14001, 14004, 14010 e 14011, traduzidas para o português pela
ABNT, na série NBR ISO 14000. As normas ISO 14000 incluem normas sobre SGA, auditoria,
ciclo de vida do produto e rotulagem ambiental.
Saiba mais
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil. Essa entidade
privada, sem fins lucrativos e de utilidade pública, foi fundada em 1940. A ABNT é membro fundador da ISO.
Desde 1996, novas normas vêm sendo adicionadas à série de normas 14000,
além da atualização constante das normas ativas. A figura a seguir apresenta o modelo de
SGA da família ISO 14000, que também se baseia no ciclo da qualidade (CPDA), visando
à melhoria contínua de desempenho da organização. Dessa forma, é preciso planejar,
executar e checar ao longo do processo para verificar sua eficácia e, se necessário, realizar
a reestruturação do plano.
96
Certificação e Rotulagem Ambiental • CAPÍTULO 6
Observe que essa série é bastante extensa, porém somente a ISO 14001 certifica a
implantação de um SGA, por isso trataremos apenas desta de forma mais detalhada.
Atenção
As normas ISO não são e nem têm aspiração de ganhar status de lei, até porque sempre deve prevalecer a legislação
ambiental local. Ao criar parâmetros para a gestão ambiental, a ISO orienta as organizações no rumo correto para a
sustentabilidade. No site da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é possível acessar algumas normas na íntegra
gratuitamente.
97
CAPÍTULO 6 • Certificação e Rotulagem Ambiental
A ISO 14001, conforme mencionado, foi elaborada em 1996, tendo sua última atualização
sido realizada em 2015. Esta norma especifica os principais requisitos de um SGA, o qual
define como
98
Certificação e Rotulagem Ambiental • CAPÍTULO 6
Importante
É importante destacar a importância de uma avaliação periódica com base nos impactos produzidos pela empresa,
deixando, sempre, em aberto, a possibilidade de melhorias e ajustes na política ambiental.
» Planejamento: com base na Política Ambiental, deve ser feito um planejamento que
atenda aos aspectos ambientais e requisitos legais estabelecidos. Nesse momento,
devem ser estabelecidos os objetivos e metas da empresa a fim de melhorar seu
desempenho ambiental, como também seu programa de gerenciamento ambiental.
Observe o quadro a seguir:
É a causa e o impacto ambiental, o efeito. Ex.: O uso de combustível fóssil para produzir
energia gera (causa) emissão de CO2 e outros poluentes (impacto).
Aspectos * A norma destaca que devem ser considerados os aspectos significativos, ou seja, aqueles
ambientais* que apresentam impactos significantes. Os critérios são: ambientais (ex.: severidade e
tamanho), legais (ex.: limites de emissão) e preocupação das partes (ex.: imagem pública,
degradação visual).
Legislação aplicável dos três entes da Federação nos quais a empresa desenvolve sua
Requisitos legais
atividade.
Devem ser coerentes com a política ambiental e atender aos requisitos legais.
Ex.: Objetivo = reduzir a geração de gases do efeito estufa; meta = reduzir o uso de
Objetivos e
combustível fóssil no transporte em 20% comparado a dois anos atrás.
metas*
*A norma ISO 14004 recomenda que as metas sejam mensuráveis por níveis de desempenho
a serem atingidos para atingir os objetivos relacionados.
99
CAPÍTULO 6 • Certificação e Rotulagem Ambiental
O livro “Auditoria e certificação ambiental” é uma ótima fonte de consulta sobre o tema de auditoria ambiental. Esta obra
está disponível na biblioteca virtual da faculdade.
Saiba mais
É possível a interação entre sistemas de gestão, ou seja, uma organização pode ter outros sistemas de gestão além do SGA.
A integração do SGA com o sistema de qualidade da empresa, por exemplo, pode gerar muitas vantagens. Para facilitar essa
integração, as ISO 14001 e 9001 apresentam uma tabela de correspondência técnica entre si, permitindo que os dois sistemas
possam ser usados conjuntamente.
No site do Inmetro está disponível, gratuitamente, a consulta às informações das empresas e suas unidades de negócio com
certificação ISO 14001.
100
Certificação e Rotulagem Ambiental • CAPÍTULO 6
Provocação
Imagine-se chegando em a papelaria e, ao solicitar um caderno, o atendente lhe dá duas opções, sendo que um deles
apresenta o rótulo ambiental “Amigo da Floresta”. O sem rótulo custa 5 reais e o outro 10 reais. Você, então, compra o
segundo, afinal, é um produto ecologicamente correto.
Mais à frente, chegando à banca de jornais, você lê a seguinte manchete: “A Fábrica X, que exibe no rótulo ambiental ‘Amigo
da Floresta’ contribui para o desmatamento da Floresta Amazônica há uma década”. Decepcionado, você se questiona: “por
que acreditar nos selos ambientais?”
Com intuito de evitar situações como essa, a ISO 14000 também orienta sobre os rótulos
ambientais, definidos como a certificação de produtos adequados ao uso e que apresentam
menor impacto no meio ambiente em relação a outros produtos comparáveis disponíveis
no mercado. Esta certificação atesta, por meio de uma marca inserida no produto ou na
embalagem, que este apresenta menor impacto ambiental em relação a outros da mesma
categoria.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/100-food-safety-guarantee-stamp-1900603864.
Quadro 15. Normas ISO para rotulagem ambiental de acordo com a ABNT.
101
CAPÍTULO 6 • Certificação e Rotulagem Ambiental
ABNT NBR ISO 14024:2004: Rótulos e declarações ambientais – Rotulagem ambiental do Tipo l – Princípios e
procedimentos.
» Princípios e procedimentos para o desenvolvimento de programas de rotulagem ambiental do Tipo l.
» Seleção de categorias de produtos, critérios ambientais dos produtos e características funcionais dos produtos, e
para avaliar e demonstrar sua conformidade.
» Procedimentos de certificação para a concessão do rótulo.
Visão geral da ISO 14025:2006: Rótulos e declarações ambientais – Tipo III declarações ambientais – princípios e
procedimentos.
» Princípios e especifica os procedimentos para o desenvolvimento de programas de declaração do Tipo III e
declarações ambientais Tipo III.
» Critérios e orientações para o uso da ABNT NBR ISO 14040:2009 (Avaliação do ciclo de vida) para o
desenvolvimento de programas de declaração do Tipo III e declarações ambientais Tipo III.
» Princípios para o uso da informação ambiental, além de os indicados na ISO 14020:2002 e para uso em
comunicação business-to-business e seu uso na comunicação business-to-consumer.
Em geral, o rótulo ambiental é conferido por uma organização certificadora idônea, após
análise rigorosa dos aspectos socioambientais. Existem empresas especializadas que
oferecem o suporte necessário para a acreditação em todos os rótulos ambientais ou selos
verdes, como também podem ser chamados.
Os selos verdes fornecem informações relevantes para que os critérios ambientais possam
ser considerados no consumo do produto e/ou serviço, dando informações sobre atributos
de sustentabilidade, que orientam o consumo consciente e os investimentos.
Saiba mais
Os rótulos ambientais se destacam, também, como ferramentas poderosas para evitar o que chamamos de greenwashing,
que consiste, basicamente, no uso de estratégias de marketing enganosas presentes em muitos produtos e serviços, como foi
o caso do produto de papelaria que vimos no início deste subcapítulo.
Em uma pesquisa mais detalhada, é possível identificar inúmeros tipos de rótulos ambientais.
A fim de orientar este processo, a série de normas 1SO 14020 estabelece três categorias de
rotulagem:
» Tipo I (ISO 14024): criados por entidades independentes, são os que mais geram
confiança, uma vez que o órgão que emite o selo não tem nenhuma ligação com
a empresa. Tendo o objetivo de estimular a demanda de produtos e serviços que
causem menos impacto ao meio ambiente, esses rótulos são emitidos baseados em
seu ciclo de vida.
» Tipo II (ISO 14021): são autodeclarações, ou seja, são criadas pela própria
empresa que produz, distribui ou que vende o produto. Com intuito de aumentar
102
Certificação e Rotulagem Ambiental • CAPÍTULO 6
» Tipo III (ISO 14025): declarações com informações quantificadas sobre parâmetros
ambientais em produtos e serviços previamente definidos. Ou seja, são rótulos
que servem para divulgar as características dos produtos que têm impacto no
ambiente. Portanto, não aparecem apenas em mercadorias “ecologicamente
corretas”, ajudando na escolha do consumidor.
À medida que os problemas ambientais são cada vez mais visíveis e divulgados na mídia,
há maior consciência ambiental dos consumidores e exigência na hora de adquirir um
produto. Isso vem estimulando as empresas a buscarem características ambientais
diferenciadas, adotando os sistemas de rotulagem, a fim de demonstrar suas boas práticas
ambientais.
E depois dessa grande construção de saberes, chegamos ao fim do nosso livro didático.
Recomendamos que você não pare por aqui, busque sempre aprimorar seus conhecimentos,
leia referências da área, participe de atividades extras e consulte profissionais em atividade e
acredite, esse comportamento será um grande diferencial em sua formação.
Sintetizando
103
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