Recuperação 2 2B
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[Os tupinambás] têm muita graça quando falam [...]; mas faltam-lhe três letras das do ABC, que são F, L,
R grande ou dobrado, coisa muito para se notar; porque, se não têm F, é porque não têm fé em nenhuma
coisa que adoram; nem os nascidos entre os cristãos e doutrinados pelos padres da Companhia têm fé em
Deus Nosso Senhor, nem têm verdade, nem lealdade a nenhuma pessoa que lhes faça bem. E se não têm
L na sua pronunciação, é porque não têm lei alguma que guardar, nem preceitos para se governarem; e
cada um faz lei a seu modo, e ao som da sua vontade; sem haver entre eles leis com que se governem,
nem têm leis uns com os outros. E se não têm esta letra R na sua pronunciação, é porque não têm rei que
os reja, e a quem obedeçam, nem obedecem a ninguém, nem ao pai o filho, nem o filho ao pai, e cada um
vive ao som da sua vontade [...].
SOUZA, Gabriel Soares de. Tratado descritivo do Brasil em 1587. 1987.
1- Os comentários de Gabriel Soares de Souza expõem
a) a dificuldade dos colonizadores de reconhecer as peculiaridades das sociedades nativas.
b) o desejo que os nativos sentiam de receber orientações políticas e religiosas dos colonizadores.
c) a inferioridade da cultura e dos valores dos portugueses em relação aos dos tupinambás.
2- José de Anchieta faz parte de um período da história cultural brasileira (século XVI) em que se
destacaram manifestações específicas: a chamada “literatura informativa” e a “literatura jesuítica”. Assinale
a alternativa que apresenta um excerto característico desse período.
a) Fazer pouco fruto a palavra de Deus no mundo pode proceder de um de três princípios: ou da parte
do pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de Deus. (Pe. Antônio Vieira)
b) Triste Bahia! ó quão dessemelhante / Estás e estou do nosso antigo estado, / Pobre te vejo a ti, tu a
mim empenhado, / Rica te vi eu já, tu a mim abundante. (Gregório de Matos)
c) Uma planta se dá também nesta Província, que foi da ilha de São Tomé, com a fruita da qual se
ajudam muitas pessoas a sustentar a terra. [...] A fruita dela se chama banana. (Pero de Magalhães
Gândavo)
5- O movimento literário que retrata as manifestações literárias produzidas no Brasil à época de seu
descobrimento, e durante o século XVI, é conhecido como Quinhentismo ou Literatura de Informação.
Analise as proposições em relação a este período.
I. A produção literária no Brasil, no século XVI, era restrita às literaturas de viagens e jesuíticas de caráter
religioso.
II. A obra literária jesuítica, relacionada às atividades catequéticas e pedagógicas, raramente assume um
caráter apenas artístico. O nome mais destacado é o do padre José de Anchieta.
III. O nome Quinhentismo está ligado a um referencial cronológico – as manifestações literárias no Brasil
tiveram início em 1500, época da colonização portuguesa – e não a um referencial estético.
IV. As produções literárias neste período prendem-se à literatura portuguesa, integrando o conjunto das
chamadas literaturas de viagens ultramarinas, e aos valores da cultura greco-latina.
V. As produções literárias deste período constituem um painel da vida dos anos iniciais do Brasil Colônia,
retratando os primeiros contatos entre os europeus e a realidade da nova terra.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I, II, III e V são verdadeiras.
c) Todas as afirmativas são verdadeiras.
7- “A literatura do amor cortês, pode-se acrescentar, contribuiu para transformar de algum modo a
realidade extraliterária, atua como componente do que Elias (1994)* chamou de processo civilizador. Ao
mesmo tempo, a realidade extraliterária penetra processualmente nessa literatura que, em parte, nasceu
como forma de sonho e de evasão.”
Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, EDUFSC, v. 41, n. 1 e 2, p. 83-110, abr. / out. 2007. p. 91-92
*Cf. ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. v.1.
Interprete o comentário anterior e, com base nele e em seus conhecimentos acerca do lirismo medieval
galego-português, marque a alternativa correta.
a) As cantigas de amor recriaram o mesmo ambiente palaciano das cortes galegas.
b) “A literatura do amor cortês” refletiu a verdade sobre a vida privada medieval.
c) O amor cortês foi uma prática literária que aos poucos modelou o perfil do homem civilizado.
O dia em que nasci moura e pereça A mãe ao próprio filho não conheça.
O dia em que nasci moura e pereça, As pessoas pasmadas, de ignorantes,
Não o queira jamais o tempo dar; As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Não torne mais ao Mundo, e, se tornar, Cuidem que o mundo já se destruiu.
Eclipse nesse passo o Sol padeça. Ó gente temerosa, não te espantes,
A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça, Que este dia deitou ao Mundo a vida
Mostre o Mundo sinais de se acabar, Mais desgraçada que jamais se viu!
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
CAMÕES, Luis Vaz de. 200 sonetos. Porto Alegre: L&PM, 1998.
8- No poema de Camões a visão de mundo expressa pelo eu-lírico está baseada na ideia de
a) manifestação divina. b) alegria de viver. c) desconcerto do mundo.
9- A imagem do “Homem Vitruviano” é uma representação elaborada no final do século XV por Leonardo
da Vinci e exprime o antropocentrismo e a harmonia das formas que caracterizaram as obras artísticas do
período renascentista. Sobre o renascimento, não é correto afirmar que:
a) os homens da época tenderam a valorizar a produção artística e intelectual das civilizações do Oriente
Médio, especialmente a egípcia e a mesopotâmica, pela conexão que estas guardavam com a história
hebraica descrita na Bíblia.
b) o estudo do homem e da natureza, nesse período, fundamentava-se no espírito crítico, o que
possibilitou o desenvolvimento do pensamento científico, como se comprova na defesa da teoria
heliocêntrica por Nicolau de Cusa e Nicolau Copérnico.
10- O renascimento, amplo movimento artístico, literário e científico, expandiu-se da Península Itálica por
quase toda a Europa, provocando transformações na sociedade. Sobre o tema, é correto afirmar:
a) Os estudiosos do período buscaram apoio na observação, no modelo experimental e na reflexão
racional, valorizando a natureza e o ser humano.
b) Nesse período, reafirmou-se a ideia do homem cidadão, que terminou por enfraquecer os sentidos de
identidade nacional e cultural, os quais contribuíram para o fim das monarquias absolutas.
c) Houve o resgate, pelos intelectuais renascentistas, dos ideais