Ceara

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Plano Estadual para

Adaptação à Mudança
do Clima e Baixa
Emissão de Carbono
na Agropecuária com
vistas ao
Desenvolvimento
Sustentável
(ABC+CE, 2020-2030)

Fotos: Prof. Marcos Neves Lopes


Superintendente Federal de Agricultura (MAPA – SFA/CE)
Odilon Silveira Aguiar

Governador do estado do Ceará

Elmano de Freitas da Costa

Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima - SEMA

Vilma Maria Freire dos Anjos

Secretário Executivo de Planejamento e Gestão Interna

Gustavo de Alencar e Vicentino

Secretário Executivo

Fernando Faria Bezerra

Coordenadora de Desenvolvimento Sustentável

Maria Rociclez Salvino Silveira

Programa Cientista Chefe do Meio Ambiente

Luis Ernesto Arruda Bezerra


(Coordenador Geral)

Tarin Cristino Frota Mont’Alverne


(Coordenadora do Projeto Estratégias de Resiliência à Mudança
do Clima no Estado do Ceará)

Marcelo de Oliveira Soares


(Pesquisador Doutor do Programa Cientista Chefe)

Equipe de Bolsistas do Projeto Estratégias de Resiliência


à Mudança do Clima no Estado do Ceará
Prof. Dr. Gabriel Nuto Nóbrega - Engenheiro Agrônomo
Felipe Chaves Rodrigues - Geógrafo
Gabriel Ferdinando Moreira - Engenheiro Ambiental
Hívila Pâmella Morais Silva - Cientista Ambiental
Mariana de Oliveira Gianiaki - Gestora Ambiental
Marianna Rozas Freitas Cavalcante - Oceanógrafa

Equipe SEMA
Magda Marinho Braga – Gestora Ambiental/CODES
Mônica Carvalho Freitas - Gestora Ambiental/CEFLOR
Viviane Gomes Monte - Engenheira Agrônoma/CODES
Wersângela Cunha Duavi – Oceanógrafa/CODES

Equipe Técnica de Elaboração do Plano ABC+CE


Prof. Dr. Gabriel Nuto Nóbrega - Coordenador do Plano ABC+CE
Viviane Gomes Monte - SEMA
Gabriel Ferdinando Moreira Pesente - Cientista Chefe
Karlo Meireles Kardozo – SEMA
Grupo Gestor Estadual (GGE)
Instituições integrantes e convidadas

1. Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima - SEMA

2. Secretaria do Desenvolvimento Agrário - SDA

3. Secretaria do Desenvolvimento Econômico - SDE

4. Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME

5. Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará - EMATERCE

6. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovável - IBAMA

7. Superintendência Federal da Agricultura - SFA-CE

8. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA

9. Universidade Federal do Ceará - UFC

10. Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - UNILAB

11. Caixa Econômica Federal - CAIXA

12. Energiewende Brasil

13. Mogno e Mogno LTDA

14. Ipê do Ceará

15. Organização das Cooperativas Brasileiras - Sistema OCB/CE

16. Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará - FAEC

17. Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado


do Ceará - FETRAECE

18. Associação dos Municípios do Estado do Ceará - APRECE * (convidada)

19. Banco do Brasil * (convidada)

20. Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE * (convidada)


Prefácio
Diante de um cenário desafiador em relação aos impactos das mudanças climáticas,
o Estado do Ceará alinha-se ao esforço coletivo mundial na perspectiva de mitigar os
efeitos danosos em seu território e adaptar a agricultura cearense às novas condições
climáticas. Para esse objetivo faz-se necessária a construção de uma política de
mudanças climáticas fortemente comprometida com os compromissos assumidos no
âmbito internacional. Pode-se citar como exemplos a redução de emissões e o alcance
de emissões Net Zero até 2050.
O ABC+ Ceará (ABC+CE) é um Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima
e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, com metas estabelecidas até 2030, visa
aumentar a eficiência e resiliência dos sistemas produtivos cearenses frente às
mudanças do clima a partir de uma gestão integrada da paisagem e da proteção do bioma
Caatinga e dos ecossistemas associados.
O desafio é ainda maior se considerarmos que as condições climáticas no Ceará
aumentam os riscos de desertificação, exigindo técnicas de agricultura adequadas para
a região que promovam aumento de produtividade com sustentabilidade econômica e
ambiental. A metodologia utilizada para a elaboração do Plano Setorial para Adaptação
à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária no Estado do Ceará
(ABC+CE) possibilitou, de forma democrática e participativa, o envolvimento do Grupo
Gestor Estadual – GGE e de outros parceiros.
De forma especial, agradecemos ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e
toda a sua equipe, ao Programa Cientista Chefe do Meio Ambiente
(SEMA/SEMACE/FUNCAP) e aos bolsistas do Projeto “Estratégias de Resiliência à
Mudança do Clima do Estado do Ceará”, bem como aos membros do Grupo Gestor
Estadual pela dedicação, comprometimento e importantes contribuições.
VILMA MARIA FREIRE Assinado de forma digital
DOS por VILMA MARIA FREIRE
ANJOS:84609419300 DOS ANJOS:84609419300

Vilma Freire
Secretária do Meio Ambiente e Mudança do Clima
Símbolos, Siglas e Abreviaturas

ABC Agricultura de Baixa Emissão de Carbono

ABC+ Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de


Carbono na Agropecuária com Vistas ao Desenvolvimento Sustentável (2020-2030)

ATER Assistência Técnica e Extensão Rural

C Carbono

CH4 Metano

CO2 Dióxido de Carbono

CO2eq Dióxido de Carbono equivalente

COP Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre
Mudanças do Clima

EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Ceará

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FP Florestas Plantadas

FUNCAP Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico

GEE Gases de Efeito Estufa

GGE Grupo Gestor Estadual

ha hectare

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

ILF Integração Lavoura-Floresta

ILP Integração Lavoura-Pecuária

ILPF Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

IPCC Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas

IPF Integração Pecuária-Floresta

Km Quilômetro

MRPA Manejo de Resíduos da Produção Animal

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário

N Nitrogênio

NDC Contribuição Nacionalmente Determinada

ODS Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

ONG Organização Não Governamental

PAE CE Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos


Efeitos da Seca do Ceará

PEMC Política Estadual sobre Mudanças Climáticas

PSA Pagamento por Serviços Ambientais

RI Região Intermediária

RPD Recuperação de Pastagens Degradadas

SAF Sistema Agroflorestal

SBN Soluções Baseadas na Natureza

SDA Secretaria do Desenvolvimento Agrário

SI Sistemas de Integração

SFA-CE Superintendência Federal de Agricultura - Ceará

SPD Sistema Plantio Direto

SPSABC Sistemas, Práticas, Produtos e Processos de Produção Sustentáveis

TI Terminação Intensiva

ton Toneladas

UFC Universidade Federal do Ceará

UNFCC Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima

URT Unidade de Referência Tecnológica


Sumário

1. Introdução ..................................................................................................................... 1

2. Objetivos ....................................................................................................................... 5

3. Políticas, Programas e Plano Estadual de Mitigação e Adaptação às Mudanças do


Clima ....................................................................................................................... 7

3.1. Política Estadual de Mudanças Climáticas ..................................................... 8

3.2. Política Estadual de Florestas Plantadas ........................................................ 9

3.3 - Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos


Efeitos da Seca do Ceará (PAE-CE)............................................................................... 10

3.4. Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Estado do Ceará...... 11

3.5. Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) .................................................. 12

4. Histórico do Plano Estadual ABC (2010 – 2020) no Estado do Ceará ................... 13

5. Agricultura, Pecuária e Florestas Plantadas no Estado do Ceará e o ABC + CE (2020


– 2030) ................................................................................................................... 17

5.1. Produção agrícola ......................................................................................... 18

5.2. Produção animal e de derivados ................................................................... 22

5.3. Produção da Extração Vegetal e Florestas Plantadas .................................. 25

6. Estratégias propostas para o plano ABC+CE .......................................................... 27

7. O que já vem sendo feito no estado do Ceará ......................................................... 29

8. Metas de ampliação das tecnologias do ABC+ no estado do Ceará até 2030 ...... 49

9. Operacionalização ...................................................................................................... 93

10. Acompanhamento, Monitoramento e Registro das Ações/Atividades ................ 97

11. Considerações finais ............................................................................................... 99

12. Referências Bibliográficas..................................................................................... 100


1. Introdução
As mudanças climáticas têm se apresentado como uma das principais ameaças à

vida e aos sistemas socioeconômicos na Terra. O planeta está aquecendo devido ao

acúmulo de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, principalmente gases de C (CO2 e

CH4), que está causando mudanças nos padrões climáticos globais, afetando os

(agro)ecossistemas e a vida humana. Segundo o último relatório do IPCC, AR6, a

temperatura média global deve superar a média do período pré-industrial em 1,5 oC até 2035,

excedendo os limites propostos no Acordo de Paris (IPCC, 2022).

Como consequência do incremento de GEE, fenômenos como o aquecimento e

acidificação dos oceanos, o degelo de calotas polares, o aumento do nível médio do mar e,

principalmente, o aumento da frequência dos eventos climáticos catastróficos têm sido

observados (Abbass et al., 2022; IPCC, 2022; Mengel et al., 2018; Stott et al., 2015). De fato,

a ocorrência de temperaturas extremas mais frequentes, chuvas irregulares com maior

potencial de inundações, além de mudanças nos padrões de chuvas ao redor do globo são

consequências diretas das mudanças climáticas (IPCC, 2022; Stott et al., 2015).

Neste sentido, as regiões semiáridas do mundo, como o Ceará e boa parte do

Nordeste do Brasil, são caracterizadas como uma das regiões de maior vulnerabilidade

ambiental e climática, que irão sofrer com perdas na qualidade e disponibilidade água para

a agricultura, refletindo em impactos socioeconômicos como perdas de produtividade e

êxodo rural (Krol e Bronstert, 2007; Torres et al., 2017; Rattis et al., 2021). A agricultura em

ambientes semiáridos será severamente afetada pelas mudanças do clima, uma vez que o

aumento na temperatura e a diminuição da precipitação resulta em um aumento na

evapotranspiração e uma diminuição na quantidade de água no solo disponível para os

cultivos, associado a uma menor oferta de água para a irrigação (Assad et al., 2019; Marengo

et al., 2020; 2022). Além disso, as previsões para as mudanças climáticas apontam para

1
uma intensificação de processos de degradação dos solos, como salinização, erosão,

redução dos estoques de matéria orgânica e perda de biodiversidade do solo (Krol et al.,

2006; Marengo et al., 2018). Assim, a agricultura cearense encontra-se em um eminente

risco o que poderá decorrer em uma diminuição da segurança alimentar e redução de renda

dos agricultores (Marengo et al., 2020; 2022; Rattis et al., 2021).

Por outro lado, técnicas de agricultura sustentáveis, adequadas para as condições

edafoclimáticas associadas à alta produtividade, constituem grandes aliados para a

mitigação e adaptação das mudanças climáticas. A adoção de práticas conservacionistas e

sistemas integrados (por exemplo, integração lavoura-pecuária-floresta, lavoura-floresta e

sistemas agroflorestais); o aumento de diversidade ecológica; a utilização de bioinsumos; o

correto manejo de dejetos de produção animal; e a recuperação de áreas de pastagens e

áreas de cultivo degradadas são estratégias cientificamente consolidadas para o incremento

dos estoques de carbono em agroecossistemas e o controle das emissões de GEE,

associados a um aumento da renda e resiliência dos sistemas produtivos (Brasil, 2021).

Além disso, a adoção dessas estratégias pela agricultura facilitará o Brasil e,

especialmente, o estado do Ceará alcançarem o cumprimento dos objetivos de

desenvolvimento sustentável (ODS) relacionados à erradicação da pobreza (ODS-1) e da

fome e agricultura sustentável (ODS-2), consumo e produção responsáveis (ODS-12),

mitigação das mudanças climáticas (ODS-13), mas também proteger, restaurar e promover

o uso sustentável dos ecossistemas terrestres (ODS-15).

Nesse sentido, o Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na

Agropecuária (ABC+), com metas previstas até 2030 (Brasil, 2021), apresenta um roteiro

estratégico para que se alcance os objetivos de aumentar a produtividade e resiliência dos

agroecossistemas, associado à mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

2
O Plano ABC+ é um novo ciclo do Plano ABC (2010-2020), com o qual foi possível

mitigar 170 milhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2eq) em 52 milhões de hectares ao

longo do território brasileiro, superando em 46,5% as metas previamente estabelecidas. Na

segunda fase, o ABC+ continuará sendo um promotor de uma agricultura sustentável,

considerando uma abordagem integrada dos ambientes de produção, consolidando a

agropecuária nacional como um componente para o enfrentamento das mudanças do clima

dentro de um contexto de desenvolvimento sustentável. De acordo com o Governo Federal,

o Plano ABC+ possui meta 7 vezes superior à meta do plano anterior, propondo-se a reduzir

1,1 bilhão de toneladas de CO2eq até 2030 no setor agropecuário (Brasil, 2021).

Neste documento estão listadas as metas propostas pelo Estado do Ceará para o

Plano ABC+ (ABC+CE), em consonância com as estratégias sugeridas pelo Ministério da

Agricultura e Pecuária. O Plano ABC+CE consiste em uma integração das políticas e planos

voltados para a agricultura propostos por instituições do governo, de pesquisa, da sociedade

civil e do mercado que compõem o Grupo Gestor Estadual (GGE). Importante mencionar

que o plano ABC+CE é inovador, pois foi coordenado por uma Secretaria do Meio Ambiente

e Mudança do Clima, contribuindo para um estreitamento das políticas agrícolas e a

preservação e recuperação dos ecossistemas cearenses. Os resultados do Plano ABC+CE

serão acompanhados ao longo do projeto, pelas instituições membros do GGE, avaliando o

cumprimento das metas propostas e acessando o conteúdo de CO2eq sequestrado pelas

estratégias propostas.

3
4
2. Objetivos
Diante das características do território cearense, marcado pela influência de um clima

semiárido e um longo período de estiagem, o Plano ABC+CE tem como objetivo principal

apoiar práticas extrativistas, agrícolas e pecuárias sustentáveis que sejam adequadas às

características estaduais, sobretudo no semiárido, para aumentar a resiliência do território

frente aos efeitos das mudanças do clima. Busca-se ainda elevar a produtividade dos

sistemas e reduzir a emissão de carbono dessas práticas, em concordância com as

características edafoclimáticas do estado.

Dentre os objetivos específicos do Plano:

I- Apoiar técnicas relacionadas à recuperação de pastagens nativas e plantadas e de

áreas degradadas, Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária- Floresta (ILPF),

Sistemas Agroflorestais (SAFs), Florestas Plantadas e Manejo de Resíduos da

Produção Animal;

II- Incentivar o aumento de áreas que utilizem técnicas de bioinsumos, sistemas irrigados

e de plantio direto;

III- Colocar em prática uma abordagem multisetorial, envolvendo a participação e o apoio

de instituições governamentais, empresas privadas, de pesquisa e da sociedade civil

que tenham relevância no cenário da agricultura e do meio ambiente;

IV- Apresentar uma gestão integrada, com projetos não só voltados especificamente à

agricultura, mas também relacionados à conservação ambiental;

V- Promover a divulgação das atividades e ações realizadas pelo GGE Ceará;

VI- Estabelecer, estruturar e articular parcerias públicas e privadas que propiciem a

realização e o avanço do Plano ABC+ Ceará;

VII- Auxiliar o Estado do Ceará no cumprimento dos acordos internacionais que visam a

redução de emissões de gases de efeito estufa;

5
VIII- Contribuir com as metas de redução de GEE estipuladas pelo Brasil e com o avanço

do Plano ABC + Nacional.

6
3. Políticas, Programas e Plano Estadual de
Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima
O Estado do Ceará tem como prioridade a construção de Políticas Públicas

relacionadas às Mudanças Climáticas. Entre os instrumentos legais, pode-se citar a Lei nº

16.146/2016 que institui a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas (PEMC), Decreto nº

29.272/2008 que cria o Fórum Cearense de Mudanças Climáticas e de Biodiversidade

(alterado pelo Decreto nº 32.161/2017), bem como o recente Decreto nº 34.283 de 2021 que

estabelece a adesão do Ceará aos acordos internacionais como o Race to Zero

(https://racetozero.unfccc.int/system/race-to-zero/) e Under2 Coalition

(https://www.theclimategroup.org/under2-coalition).

Na busca da instrumentalização da Política Estadual de Mudanças Climáticas para

adequação aos principais instrumentos e práticas internacionais e nacionais, encontra-se

em fase de desenvolvimento importantes ações voltadas para a adaptação aos efeitos das

mudanças do clima. Em 2021, o Estado do Ceará formalizou o seu compromisso de reduzir

e neutralizar todas as emissões de GEE, isto é, zerar as emissões líquidas (Net Zero) até

2050. Por exemplo, a Política Agrícola Estadual de Florestas Plantadas e Seus Produtos

(Lei no 18.301, de 28/12/2022), incluída no plano ABC+CE e com base no programa Ceará

Mais Verde, estabelece metas para substituir 60% do uso de coque de petróleo por produtos

florestais plantados até 2034. São objetivos dessa política, por exemplo, recuperar áreas

degradadas e desertificadas, aumentar a produtividade de florestas plantadas e promover o

uso de biomassa vegetal para a produção de energia.

7
3.1. Política Estadual de Mudanças Climáticas

A Lei nº 16.146/2016 institui a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas (PEMC),

que norteia a elaboração do Plano Estadual sobre Mudanças Climáticas. Nesse sentido, o

projeto “Estratégias de Resiliência à Mudança do Clima do Estado do Ceará”, desenvolvido

no âmbito do Programa Cientista Chefe do Meio Ambiente em parceria com a Fundação

Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), visa contribuir

para a inovação e promoção de políticas públicas para mitigação e adaptação de mudanças

do clima no estado, tanto em ambiente urbano como rural.

Dentre as atividades desse projeto estão a elaboração do Plano ABC+CE; do Plano

Bio-Clima, com foco na biodiversidade e adaptação às mudanças do clima; do Inventário de

Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) para o estado; do Roadmap do Mercado de

Carbono e do Pagamento por Serviços Ambientais, os quais, ao fim, irão compor o Plano

Estadual de Mudanças Climáticas.

O Plano de Biodiversidade e Adaptação (Bio-Clima) irá identificar e indicar ações

voltadas à conservação, restauração e uso sustentável da biodiversidade presente no Ceará.

Além disso, apontará ações relacionadas à resiliência e mitigação ao fenômeno das

mudanças climáticas na região, principalmente sob o aspecto dos impactos causados pelo

aquecimento global. O projeto ainda possibilitará a indicação de Soluções Baseadas na

Natureza (SBN; Nature based solutions) e atividades que visem a adaptação rural e urbana

aos impactos das mudanças climáticas no território cearense.

O Roadmap do mercado de carbono irá identificar os potenciais de geração de

créditos para comercialização no mercado regulado e/ou voluntário de carbono. O projeto

irá colaborar para que o estado do Ceará atinja as emissões líquidas zero (Net Zero) até

2050, assim como gerar renda pela comercialização destes potenciais créditos de carbono

8
a serem identificados, inclusive oriundos de atividades agrícolas de baixo carbono,

conectando-se ao Plano ABC + CE

Além desses projetos, outra importante iniciativa foi a mudança do nome da

Secretaria do Meio Ambiente para Secretaria de Meio Ambiente e Mudança do Clima, por

meio da lei no18.310 de 17 de fevereiro de 2023. Esta mudança foi feita pela gestão estadual

eleita em 2022, alinhando as políticas ambientais estaduais com as federais e reforçando a

importância do enfrentamento das mudanças climáticas.

3.2. Política Estadual de Florestas Plantadas

A lei nº18.301 de 28 de dezembro de 2022 instituiu a Política Agrícola Estadual de

Florestas Plantadas e seus Produtos no Estado do Ceará. Essa lei tem por objetivo o

desenvolvimento sustentável com a reafirmação da importância da atividade agropecuária e

do papel das florestas plantadas na sustentabilidade, no crescimento econômico, na

melhoria da qualidade de vida da população e na presença do Estado do Ceará no mercado

nacional e internacional de produtos de base florestal, alimentos e bioenergia.

Com este instrumento, espera-se promover o desenvolvimento socioeconômico, a

estruturação de arranjos produtivos de base florestal, a geração de emprego e a geração de

benefícios ambientais, tais como a conservação das formações florestais nativas, o

sequestro de carbono, a recuperação de áreas degradadas e a reciclagem de nutrientes.

Um dos objetivos principais dessa lei é a substituição de 40% do que é consumido com

coque de petróleo por material de origem vegetal plantado. Outro objetivo dessa política é

diminuir os impactos resultantes da extração de lenha de origem nativa, utilizada nos modais

industriais cearenses, em função do aumento de oferta de lenha oriunda de florestas

plantadas.

9
3.3 - Programa de Ação Estadual de Combate à
Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca do
Ceará (PAE-CE)

Em 2010, foi lançado o Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação e

Mitigação dos Efeitos da Seca do Ceará (PAE-CE), com o objetivo principal de incentivar a

convivência harmoniosa com o semiárido através de políticas ambientais, sociais e

econômicas direcionadas à redução da pobreza. O PAE-CE é um documento capaz de

nortear a elaboração de ações integradas e a realização de investimentos públicos e

privados no âmbito estadual (Ceará, 2010). Importante mencionar que o Estado do Ceará

foi pioneiro no desenvolvimento de tecnologias e formação de recursos humanos para as

ações de convivência com a seca há mais de um século (Ceará, 2010)

O documento apresentou um planejamento de atuação nos 3 principais núcleos de

desertificação do estado: Sertões dos Inhamuns, Irauçuba e Médio Jaguaribe, em uma área

de 14 municípios e cobrindo cerca de 23% do território cearense. Foram apresentados uma

série de compromissos relacionados à proteção e uso sustentável dos recursos naturais,

gestão territorial e da produção sustentável, bioma caatinga e mudanças climáticas, gestão

participativa do estado, cidadania ambiental e superação da pobreza e desigualdade social.

Dentre os compromissos estava a implementação de uma “Bolsa Caatinga”, o

estabelecimento de unidades demonstrativas de práticas recuperação de recursos naturais

e de produção integrada, criação de linhas de créditos e geração de mecanismos para uma

melhor orientação de mercado, capacitação de recursos humanos e o estabelecimento de

mecanismos participativo na efetivação de políticas de combate à desertificação, mitigação

dos efeitos da seca e mudanças climáticas (Ceará, 2010)

10
3.4. Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa
do Estado do Ceará

O inventário é uma importante ferramenta de apoio à elaboração e disponibilização

das estimativas estaduais de emissão de GEE e será um instrumento fundamental para

orientar as tomadas de decisão acerca da gestão climática do estado do Ceará. Assim, a

partir de uma base qualificada de dados, o inventário tem o intuito de contribuir com a

instrumentalização da Política Estadual de Mudanças Climáticas do Estado do Ceará.

O inventário reunirá todas as informações oficiais de emissões e remoções de GEE

relativas a cinco setores (energia, agropecuária, uso da terra, resíduos e processos

industriais), que correspondem às principais atividades emissoras de GEE no Estado. O

Inventário de Emissões de GEE é uma lista, por fonte, das quantidades de GEE efetivamente

emitidas para a atmosfera ao longo de um período dentro de um determinado território. Esse

produto, quando concluído, oferecerá oportunidade de conhecer a quantidade de GEE

emitido para a atmosfera pelos setores no território cearense, possibilitando definir metas

mais precisas para a mitigação.

O Inventário de Gases de Efeito Estufa do Estado do Ceará será iniciado em

2023/2024 coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente e Mudanças do Clima (SEMA). É

importante ressaltar que ele servirá também como base para identificar as emissões da

agropecuária cearense, norteando as metas necessárias para se atingir a neutralização das

emissões líquidas de carbono nesse setor até 2050.

11
3.5. Pagamento por Serviços Ambientais (PSA)

O pagamento por serviços ambientais consiste na retribuição, monetária ou não, pela

geração de serviços ecossistêmicos a partir da conservação e melhoria dos ecossistemas,

de acordo com a lei no 12.651/2012. Em 2021 foi implementado o Programa Nacional de

Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA).

Neste contexto, a Lei Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) irá

incentivar a restauração e conservação da vegetação nativa, com potencial de gerar

múltiplos benefícios sociais, ambientais e econômicos para produtores rurais e a população

urbana, além de adequar às dinâmicas internacionais e nacionais.

O lançamento da lei está previsto para até o final de 2023 e irá incentivar e apoiar

práticas produtivas e ambientalmente adequadas que visem reduzir as emissões por

desmatamento e degradação da vegetação, o sequestro de carbono e a conservação das

Bacias Hidrográficas.

12
4. Histórico do Plano Estadual ABC (2010 – 2020)
no Estado do Ceará
O Plano Estadual de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas para a

Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono do Ceará 2016-2020

apresentou uma proposta de revisão das práticas agrícolas utilizadas na época, com o

objetivo de promover sua adequação, readaptação e novos sistemas de produção, visando

uma agricultura sustentável, com base nos princípios econômicos, sociais e ambientais.

Dentro dessa concepção, o estudo baseava-se na missão proposta de promover uma

agricultura, utilizando as boas práticas de manejo produtivo, com baixa emissão de carbono

e promotora do bem- estar social, da prosperidade econômica e de um ambiente

conservado.

O governo do Estado estabeleceu no seu Plano de Governo a promoção do

desenvolvimento sustentável de forma competitiva e equilibrada entre as regiões, tendo em

vista a melhoria contínua da qualidade de vida da população, com melhor distribuição de

suas riquezas.

O Grupo Gestor Estadual - GGE foi constituído através da Portaria nº 1.485/2013 com

as seguintes atribuições:

I – Acompanhar, monitorar e avaliar a implementação do Plano ABC-CE;

II – Elaborar e implementar o Plano ABC-CE, em consonância com o Plano ABC

Nacional;

III – Definir os municípios e ações prioritárias do Plano ABC- CE;

IV – Definir as prioridades para a implementação das ações previstas no Plano ABC -

CE;

13
V – Apresentar aos órgãos de fiscalização ambiental denúncias sobre devastação

(queimadas ilegais, desmatamentos...), cobrar e acompanhar as providências

imediatas cabíveis;

VI – Subsidiar o então Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o

Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e outros órgãos, quando solicitado,

nas tomadas de decisões em questões relacionadas ao Plano ABC;

VII – Incentivar e orientar a celebração de acordos e convênios com instituições

públicas e privadas para fomento de ações ligadas ao Plano ABC-CE;

VIII – Sugerir revisões e atualizações do Plano ABC-CE;

IX – Articulação com órgãos dos governos federal, estadual e municipal no sentido de

viabilizar atividades do Plano ABC-CE;

X – Promover seminários, oficinas, palestras, cursos, entre outros eventos técnicos

referentes às atividades do Plano ABC-CE;

XI – Apoiar a promoção de estudos e pesquisas voltadas ao desenvolvimento do Plano

ABC-CE;

XII - Informar, divulgar, promover e incentivar ações com o objetivo de contribuir para

consecução dos compromissos de mitigação da emissão de Gases de Efeito

Estufa (GEE) previstos no Plano ABC-CE.

A coordenação dos trabalhos ficou a cargo da Secretaria do Desenvolvimento Agrário

(SAD) e contava com a participação de representantes de entidades e órgãos federais

(Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Ceará, Embrapa,

IBAMA), estaduais (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, Fundação Cearense

de Meteorologia, Superintendência Estadual do Meio Ambiente), Universidade (UFC),

Federações (FAEC, FETRAECE) e entidades civis (por exemplo, CENTEC, Projeto Dom

14
Helder Câmara), entre outros. No entanto, apesar de todos os esforços, o Plano ABC-CE

não chegou a ser publicado. Um diagnóstico, elaborado pela Consultoria do MAPA, buscou

identificar as causas que levaram a esse resultado não satisfatório para o Estado, verificando

que a falta de engajamento do GGE na elaboração do Plano foi uma das principais.

Em relação ao Plano Nacional, a crítica apontou que o plano foi pensado para as

regiões sul e sudeste, onde existem condições geográficas, climáticas e ambientais mais

favoráveis para cultivos em grande escala. A questão fundiária foi destacada, pois módulos

pequenos, que são nossa realidade, não comportam algumas tecnologias sugeridas.

Destaca-se, também, a dificuldade de dedicação exclusiva do Coordenador, tendo em vista

as inúmeras demandas institucionais de cada um.

Outra fragilidade identificada pelo MAPA refere-se a ausência de aspectos

relacionados à área ambiental na proposta em elaboração pela SDA-CE. Por fim, como

sugestão da própria Secretaria do Desenvolvimento Agrário, a coordenação do Plano

ABC+CE ficou sob a responsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima

após o lançamento do Plano Nacional, sendo o Ceará um dos poucos estados brasileiros

que possuem esse formato.

15
16
5. Agricultura, Pecuária e Florestas Plantadas no
Estado do Ceará e o ABC + CE (2020 – 2030)
O estado do Ceará pode ser classificado, segundo o IBGE (2017), em 6 grandes

regiões intermediárias: Região Intermediária (RI) Fortaleza, RI Quixadá, RI Iguatu, RI

Juazeiro do Norte, RI Crateús e RI Sobral. Essa divisão possibilita realizar um amplo

diagnóstico da produtividade dessas regiões, sendo possível verificar quais se destacam

para cada item das lavouras permanentes e temporárias e dos produtos de origem animal e

da extração vegetal.

Figura 1. Regiões intermediárias (RI) do Ceará, de acordo com IBGE (2017)

17
5.1. Produção agrícola

Dentre as culturas anuais de destaque, observa-se que as maiores áreas colhidas

(dados de 2020) foram de milho, feijão e mandioca, respectivamente (Tabela 1). Por outro

lado, as culturas de batata doce, arroz, cana de açúcar e fava representam as menores

áreas colhidas. A produção e produtividade não seguem o mesmo padrão de área colhida,

pois cana de açúcar e mandioca apresentam maiores produtividades (Tabela 1; IBGE, 2020).

Em relação às culturas perenes, a produção de caju representa a maior área cultivada

(Tabela 2), seguido por coco da baía e banana. Em relação à produção, as culturas do coco,

banana e mamão respondem pelo maior volume produzido (Tabela 2; IBGE, 2020). Dentre

todas as culturas que mais geraram renda para os cearenses, destacam-se o milho

(R$530.482.000, valores de 2020), o tomate (R$502.827.000 em 2020) e o feijão

(R$439.348.000, IBGE, 2020).

Tabela 1. Culturas anuais de destaque no estado do Ceará (ano – 2020/IBGE)

Cana de Batata
Milho Feijão Mandioca Fava Arroz
Açúcar Doce
Área colhida 537.704 374.653 58.599 13.816 9.619 5.269 5.205
(ha)
Produção 633.317 124.746 641.142 7.016 588.109 16.394 101.187
(t)
Produtividade 1.178 333 10.941 508 61.140 3.111 19.440
(kg/ha)
Fonte: IBGE, 2020

18
Tabela 2. Culturas perenes de destaque no estado do Ceará (ano – 2020/IBGE)

Castanha Coco da
Banana Maracujá Manga Mamão Café
de caju baía
Área colhida 269.900 39.735 35.690 8.278 4.369 2.067 1.432
(ha)
Produção 85.177 405.019 431.017 199.725 48.173 152.558 513
(t)
Produtividade 316 10.193 12.077 24.127 11.026 73.806 358
(kg/ha)
Fonte: IBGE, 2020

Baseando-se nos dados da agricultura cearense para o ano de 2020, a RI Juazeiro

do Norte foi a responsável pela maior parte da produção de milho, respondendo por cerca

de 30% da produção estadual (Tabela 3). A RI Sobral foi responsável por mais de 40% da

produção de mandioca e por mais de 70% da cana de açúcar colhida (Tabela 3).

A cajucultura se destaca como a cultura permanente com maior área colhida no

estado do Ceará (Tabela 2), seguido pelas culturas do coco da bahia e a banana, sendo

cultivadas principalmente na RI Fortaleza (Tabela 4). De fato, a RI Fortaleza foi responsável

pela produção de 49% da produção de castanha de caju (aproximadamente 42 mil

toneladas), 66% da produção de coco da bahia (266 mil toneladas) e 29% de cachos de

banana (124 mil toneladas; Tabela 4).

As culturas que mais geraram renda foram a banana (R$433.877.000, valores de

2020), o maracujá (R$390.464.000 em 2020) e a castanha-de-caju (R$280.602.000; IBGE,

2020).

19
Tabela 3. Produção em lavouras temporárias nas Regiões Intermediárias (RI) do Ceará

RI RI RI RI RI RI
JUAZEIRO
CRATEÚS FORTALEZA IGUATU QUIXADÁ SOBRAL
DO NORTE
Produção em lavouras temporárias
Abacaxi
0 240 0 472 0 0
(Mil frutos)
Algodão
herbáceo 80 117 703 2.943 1.755 38
(em caroço;t)
Amendoim
0 0 8 491 0 103
(em casca; t)
Arroz
0 1.346 2.524 732 9.768 2.024
(em casca; t)
Batata-doce
0 5.536 727 3.327 1.885 89.712
(t)
Cana-de-açúcar
1.537 125.260 7.139 45.856 7.548 400.769
(t)
Fava
40 1.472 179 4.927 153 245
(em grão;t)
Feijão
14.886 30.531 11.673 16.652 22.891 28.113
(em grão;t)
Fumo
0 0 0 60 0 0
(em folha; t)
Girassol
0 0 0 0 0 0
(em grão; t)
Mamona
76 43 0 0 10 33
(baga; t)
Mandioca
4.085 160.850 2.091 140.324 50.341 283.451
(t)
Melancia
1.067 2.729 406 1.952 23.254 29.983
(t)
Melão
0 100 156 0 73.575 7
(t)
Milho
116.376 105.574 83.777 175.278 70.542 81.770
(em grão; t)
Soja
0 0 0 0 1.350 0
(em grão; t)
Sorgo
0 0 0 0 3.500 0
(em grão; t)
Tomate
0 8.794 1.838 14.873 2.438 149.632
(t)
Fonte: IPECE, 2020.

20
Tabela 4. Produção em lavouras temporárias nas Regiões Intermediárias (RI) do Ceará

RI RI RI RI RI RI
JUAZEIRO
CRATEÚS FORTALEZA IGUATU QUIXADÁ SOBRAL
DO NORTE
Produção em lavouras permanentes
Abacate (t) 0 165 0 96 100 7.206
Algodão arbóreo
0 0 0 0 0 0
(t)
Banana (cacho)
387 123.778 24.656 91.753 97.345 93.098
(t)
Café (em grão)
0 219 0 0 0 294
(t)
Castanha de
350 41.914 3 418 15.132 27.360
caju (t)
Coco-da-baía
275 266.213 920 2.342 29.951 105.318
(Mil frutos)
Goiaba (t) 0 2.371 872 2.506 11.242 4.281

Laranja (t) 0 428 0 581 1.815 6.802

Limão (t) 0 470 0 772 10.802 9.997

Mamão (t) 0 11.678 2.530 9.698 53.864 74.788

Manga (t) 218 14.569 1.180 13.323 5.569 13.314

Maracujá (t) 0 2.124 179 5.837 2.157 189.428

Pimenta do
0 0 0 0 0 0
reino (t)
Sisal ou agave
0 0 0 76 0 0
(fibra) (t)
Tangerina (t) 0 36 0 27 0 2.913
Urucum
0 0 0 5 0 84
(semente) (t)
Uva (t) 0 0 0 473 290 0
Fonte: IPECE, 2020.

21
5.2. Produção animal e de derivados

Dentre os estados do Nordeste, o Ceará é o estado com maior rebanho de suínos e

codornas, o 2º em número de galinhas e o 3º com maior rebanho de bovinos e ovinos (IBGE,

2020). Em relação aos derivados da produção animal, o Ceará é o maior produtor nordestino

de ovos de codorna, o 2º maior produtor de ovos de galinha e o 3º em produção de mel de

abelha (IBGE, 2020).

No ano de 2020, o rebanho cearense superava 42 milhões de cabeças, dentre os

quais cerca de 80% consistiam em galináceos (Tabela 5). Os rebanhos bovinos e ovinos

representam cerca de 6% cada, enquanto o rebanho bubalino é composto de,

aproximadamente, 1.700 cabeças.

O rebanho de aves do Ceará foi responsável por produzir 245 milhões de ovos de

galinha, 17 milhões de ovos de codorna e 54 milhões de kg de carcaça de frango (Tabela

6). O segundo maior rebanho cearense, o bovino, produziu mais de 870 milhões de litros de

leite e mais de 26 milhões de kg de carcaça (Tabela 6). Em relação à geração de renda, a

produção de leite foi responsável por gerar R$1.419.912.000,00 (valores de 2020), seguido

pela produção de ovos de galinha (R$1.038.125.000; IBGE, 2020).

As RI Quixadá e Fortaleza apresentam os maiores rebanhos e são responsáveis por

destaque em praticamente todos os itens relacionados ao rebanho e à produção animal

(Tabela 7). Os municípios de Morada Nova e Quixeramobim apresentam os maiores

rebanhos bovino e a produção de leite, o município de Beberibe é o com maior produção de

galinhas, já Cascavel e Aquiraz com codornas. Apesar de não pertencerem às regiões

inicialmente citadas, Crateús é o município líder na produção de mel de abelha e Tauá possui

os maiores rebanhos de ovinos e caprinos.

22
Tabela 5. Rebanhos cearense no ano de 2020

Galináceos Suínos Suínos


Bovinos Ovinos Caprinos Bubalinos Codornas
(total) (total) (matrizes)
Rebanho
2.552.916 33.562.449 1.208.834 213.104 2.462.224 1.164.677 1.705 888.071
(cabeças)
Fonte: IBGE, 2020

Tabela 6. Produtos cearenses de origem animal no ano de 2020

Bois e
Leite de Frangos Suínos Novilhos e Mel de
Ovos de Ovos de vacas
vaca abatidos abatidos novilhas abelha
galinha codorna abatidos
(carcaça, (carcaça, abatidos
(L) (dúzias) (dúzias) (carcaça, (kg)
kg) kg) (carcaça/kg)
kg)
870.558.000 245.035.000 17.277.000 54.028.172 12.750.820 23.447.475 2.665.905 3.895.751

Fonte: IBGE, 2020

23
Tabela 7. Rebanho cearense e produtos de origem animal oriundo das Regiões

intermediárias (RI), no ano de 2020

RI
RI RI RI RI RI
JUAZEIRO
CRATEÚS FORTALEZA IGUATU QUIXADÁ SOBRAL
DO NORTE
Bovino
259.403 354.441 395.338 467.379 724.382 351.973
(cabeças)
Bubalino
12 1.137 14 80 61 401
(cabeças)
Caprino
266.612 170.503 0 133.106 286.627 237.202
(cabeças)
Codorna
0 870.642 0 15.551 0 298
(cabeças)
Equino
11.237 27.480 16.906 20.299 33.399 16.524
(cabeças)
Galináceo-galinhas
375.236 9.137.119 534.054 913.590 803.798 1.484.559
(cabeças)
Galináceo
850.886 18.265.380 2.845.082 2.901.447 5.251.799 3.447.875
(cabeças)
ovinos
574.099 387.047 207.213 257.408 735.617 300.840
(cabeças)
suínos
134.334 281.358 87.119 117.571 218.902 369.550
(cabeças)
Leite
46.398 98.942 170.525 102.426 375.188 77.082
(mil litros)
mel de abelha
1.098.500 416.252 514.252 641.362 1.109.232 116.153
(kg)
ovos de codorna
0 16.947 0 322 0 6
(mil dz)
ovos de galinha
2.489 198.903 4.854 8.253 9.537 21.001
(mil dz)
Vacas ordenhadas
58.302 77.683 103.618 83.532 201.858 82.619
(cabeças)
Fonte: IPECE, 2020

24
5.3. Produção da Extração Vegetal e Florestas
Plantadas

Atualmente, a área destinada aos cultivos de espécies florestais é aproximadamente

mil hectares (Tabela 8; IBGE, 2020). Dentre os produtos de origem florestal, destaca-se o

volume de lenha extraída (aproximadamente 3 milhões de metros cúbicos), comparado ao

volume de madeira em tora (aproximadamente 181 mil metros cúbicos; IPECE, 2020) e ao

carvão vegetal (aproximadamente 7 mil toneladas; Tabela 9; IPECE, 2020). A RI Fortaleza

se destaca como região onde ocorre a maior parte da extração de madeira (33% da lenha e

53% do carvão vegetal), enquanto a RI Sobral responde por 31% da quantidade de madeira

em tora (Tabela 10).

Em 2020, o produto da extração vegetal que mais trouxe renda para o Ceará foi o pó

de carnaúba (R$95.170.000), com destaque para os municípios de Granja e Camocim,

seguido pela produção de lenha (R$59.647.000) com os municípios de Boa Viagem e

Canindé liderando e madeira em tora (R$30.342.000), sendo Várzea Alegre o maior

produtor.

Tabela 8. Área cultivada por espécies florestais no Ceará


Total Eucalipto Outras espécies

Área plantada por espécie florestal (ha) 1.002 58 944


Fonte: IBGE, 2020

Tabela 9. Produtos da extração vegetal no estado do Ceará


Carvão Lenha Madeira Pó de Fibra de Cera da Fruto do
vegetal (t) (m3) em tora carnaúba carnaúba carnaúba pequi
(m3) (t) (t) (t) (t)
6.972 2.938.753 181.037 7.829 1.394 557 1.767

Fonte: IBGE, 2020 e IPECE, 2020

25
Tabela 10. Produtos de origem florestal produzidos ou extraídos nas Regiões Intermediárias

(RI) do Ceará

RI RI
RI RI RI RI
FORTALEZ JUAZEIRO
CRATEÚS IGUATU QUIXADÁ SOBRAL
A DO NORTE
Angico
0 0 0 0 0 0
(t)
Babaçu
0 25 0 49 0 44
(amêndoa; t)
Buriti
0 0 0 0 0 1
(fibra; t)
Carnaúba
0 92 0 0 43 422
(cera; t)
Carnaúba
2 642 0 56 78 616
(fibra; t)
Carnaúba
77 1.036 8 26 1.064 5.618
(pó; t)
Carvão vegetal
229 3.726 566 939 245 1.267
(t)
Lenha
493.740 964.308 252.702 383.306 258.867 585.830
(m³)
Madeira em tora
22.015 4.498 44.749 22.870 31.211 55.694
(m³)
Mangaba
0 0 0 3 0 0
(fruto; t)
Pequi
0 0 0 263 0 0
(amêndoa; t)
Pequi
0 0 0 1.766 0 1
(fruto; t)
Umbu
0 1 0 11 0 0
(fruto; t)
Fonte: IPECE, 2020

26
6. Estratégias propostas para o plano ABC+CE
Dentre as estratégias propostas, a recuperação de pastagens e de áreas degradadas

são de grande relevância para a mitigação das mudanças climáticas, visto que pastos

produtivos são capazes de suportar uma maior taxa de lotação (maior quantidade de animais

por área), associado a maiores conteúdos de C nos solos (Alecrim et al., 2023; Barros et al.,

2023; Miccolis et al., 2017). Além disso, a maior taxa de lotação possibilita diminuir as áreas

destinadas ao pastejo, porém, mantendo a produção e destinando áreas para a recuperação

de vegetação nativa (Alecrim, et al., 2023; Feltran-Barbieri e Féres, 2021; Schulz et al.,

2018).

Devido às condições de elevada evapotranspiração e baixa precipitação

pluviométrica, associado à irregularidade das chuvas, métodos eficientes e sustentáveis de

agricultura irrigada mostram-se como estratégia importante para a adaptação às mudanças

do clima, auxiliando a reduzir a vulnerabilidade dos sistemas produtivos (Lacerda e Oliveira,

2007; Rodrigues et al., 2022).

Os sistemas integrados, sobretudo a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e

sistemas agroflorestais, se apresentam como estratégias para diminuir a vulnerabilidade da

agricultura, pecuária e setor florestal no semiárido cearense, uma vez que possibilita a

recuperação do solo e das pastagens, a conservação de solo e água, a redução do

superpastejo, aumento da produção e diversificação de biomassa e a conservação de

forragem, associado a um maior acúmulo de C nos agroecossistemas (Leite et al., 2023).

Ademais, os sistemas integrados apresentam elevada resiliência às mudanças climáticas

devido à maior biodiversidade, possuindo papel estratégico para a convivência produtiva

com o semiárido (Signor et al., 2021).

Neste sentido, as florestas plantadas e os componentes florestais dos sistemas

integrados possibilitam remover e estocar carbono da atmosfera nos solos e biomassa,

27
auxiliando na mitigação das mudanças climáticas. Além disso, componentes florestais

melhoram a eficiência do uso da água nos agroecossistemas, previnem erosão, fornecem

habitat para diversas espécies e reduzem as pressões antrópicas sobre as florestas nativas

(Ceará, 2022; Leite et al., 2023; Signor et al., 2021).

Além disso, as florestas plantadas possuem papel econômico importante, com

elevado potencial para gerar produtos e bioprodutos de diferentes usos, sobretudo podendo

ser utilizada como substituto de combustíveis de origem fóssil (Ceará, 2022; MAPA, 2021).

Assim, componentes florestais possibilitam um benefício duplo na mitigação das mudanças

climáticas, uma vez que promovem um maior sequestro de C nos solos, mas também

diminuem as emissões de CO2 oriundas de combustíveis fósseis, responsáveis pelo

incremento da concentração desse GEE na atmosfera.

No Plano ABC+CE também foram elencadas ações que estão fora das estratégias

tradicionais sugeridas pelo MAPA, mas que são de fundamental importância para se atingir

os objetivos desse projeto. Dentre essas ações, pode-se elencar o controle de queimadas e

focos de calor, fornecimento de linhas de crédito para a implementação de sistemas de baixa

emissão de carbono, introdução de novos cultivares e sistemas produtivos mais resilientes,

pesquisas focadas na medição de estoque de carbono e melhoria do rendimento agrícola,

aumento da eficiência hídrica e energética no campo, fortalecimento da apicultura e

floricultura, incentivo à produção de orgânicos e à compostagem, preservação dos recursos

naturais e regularização ambiental

28
7. O que já vem sendo feito no estado do Ceará
Apesar de o Plano ABC+CE abranger os anos entre 2023 e 2030, muitas atividades

relacionadas à resiliência climática agrícola já vêm sendo colocadas em prática pelas

instituições do GGE desde o lançamento do plano nacional (ABC+). Nesse contexto, mesmo

não fazendo parte das metas do Plano ABC+CE, foram elencadas algumas dessas

atividades ocorridas no ano de 2022. Ao total, 37 atividades já estão sendo desenvolvidas

dentro do escopo do projeto ABC+CE, coordenadas por 9 instituições pertencentes ao GGE,

envolvendo estratégias de agroflorestas, florestas plantadas e sistemas integrados (10

projetos); recuperação de pastagens e áreas degradadas (8 projetos); sistemas irrigados (5

projetos); além de outras estratégias voltadas ao fornecimento de crédito aos produtores (2

projetos), eficiência do uso da terra (2 projetos), controle e monitoramento de queimadas (5

projetos), formação de recursos humanos (5 projetos), dentre outros. Desse modo, é

possível perceber o comprometimento já existente entre as instituições constituintes,

reforçando a responsabilidade com o atingimento das metas estipuladas

29
Caixa Econômica Federal (Caixa)

Possui
Estratégia
Projeto Breve descrição Resultados (Ano de 2022) financiamento?
sugerida
Qual(is)?
Linha de Crédito Direto Operação que permite
ao Consumidor (CDC) financiamento de painéis solares ● Linha de crédito disponível Outras estratégias
CDC Solar/CEF
para financiamento de para Pessoa Física no ano de 2022 (linhas de crédito)
Energia Solar
Operação de crédito que permite
Bens de consumo financiamento de bens de
consumo duráveis e que possui ● Operação de crédito BCD Outras estratégias
duráveis (BCD)
condições diferenciadas para disponível no ano de 2022 Ecoeficiencia/CEF (linhas de crédito)
Ecoeficiencia
equipamentos ecoeficientes

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)

Possui
Estratégia
Projeto Breve descrição Resultados (Ano de 2022) financiamento?
sugerida
Qual(is)?
Discussão sobre uso e ● Visita a 14 municípios
alternativas ao fogo com cearenses (reunião com
municípios (secretarias afins). gestores). Outras estratégias
(controle e
Diálogos Itinerantes. Discussão sobre uso e ● Levantamento e discussão Recursos próprios. diminuição de
alternativas ao fogo com dos dados referentes ao uso queimadas no
assentamentos (19 PAs - do fogo para planejamento campo).
Projetos de Assentamentos) e de ações preventivas e de
territórios quilombolas (2). alternativas ao uso do fogo.

30
Curso sobre agroflorestas
• Área degradada em
Implementação de destinado aos brigadistas, Sistemas
processo de recuperação Recursos próprios.
Agrofloresta. coleta de sementes e produção agroflorestais.
na base da brigada.
e plantio de mudas.
Outras estratégias
Articulação com gestores
• Formação de 80 brigadistas (controle e
Curso de Formação de municipais e Defesa Civil
em 10 municípios Recursos próprios. diminuição de
Brigadas Voluntárias. Estadual para a formação de
cearenses. queimadas no
brigadistas.
campo).

• Produção de composto para


Treinamento dos brigadistas
Oficina de atendimento do viveiro da
para atuarem na manutenção Recursos próprios. Manejo de resíduos
compostagem. base da brigada -
do viveiro de mudas.
Quixeramobim.

31
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE)

Possui
Estratégia
Projeto Breve descrição Resultados (Ano de 2022) financiamento?
sugerida
Qual(is)?
● Excursão ao Vale do Assu –
Rio Grande do Norte para
Implantar um amplo projeto de conhecimento das
recaatingamento do semiárido experiências com spondias Recuperação de
cearense com Spondias L. L. com 30 técnicos e 30 pastagens e áreas
(cajá, ciriguela, cajarana, umbu, produtores. degradadas.
Projeto etc) e outras frutíferas ● Capacitação técnica de 30 Governo do Estado Sistemas
Recaatingamento. adaptadas à caatinga para a técnicos na cultura das do Ceará. agroflorestais.
sustentabilidade social e spondias L..
ambiental da população e do Outras estratégias
ambiente da caatinga cearense ● Concluída a licitação para (distribuição de
e regiões adjacentes. aquisição de 100.000 mudas mudas/sementes).
de umbu-cajá, 40.000 mudas
de ciriguela e 1.500 mudas
de umbu gigante.
Recuperação de
Aumentar a produção, pastagens e áreas
produtividade, renda e degradadas.
qualidade de vida dos ● Distribuição de 450.000
Governo do Estado
agricultores familiares através mudas de cajueiro Anão (204 Sistemas
Projeto Cajucultura do Ceará (aquisição
da mobilização e prestação de plantas/ha, totalizando – agroflorestais.
das mudas).
assistência técnica aos 2.200 ha).
agricultores para renovação dos Outras estratégias
pomares. (distribuição de
mudas/sementes).

32
Dotar o estado de uma série de
áreas irrigadas, com área não Convênio Governo
Programa de Irrigação superior a 1 hectare, destinadas do Estado do Ceará
na Agricultura Familiar à segurança alimentar e com Ministério da
– PIAF. nutricional dos residentes nos Integração Regional
territórios semiáridos. Também (PIMP).
Projetos Programa de aproveitamento dos restolhos e
irrigação na Minha implantação de culturas ● Distribuição de 450 Kits de Recursos
Propriedade - PIMP. específicas para alimentação irrigação do PIMP. Orçamentários do Sistemas irrigados
animal. ● Distribuição de 420 Governo do Estado
Projeto Agroecológico
unidades de Mandalas. do Ceará
Integrado e Sustentável PIMP – Contrapartida de 50% (Mandalas -
- PAIS. dos agricultores, com 2 anos de capacitação e
carência e 5 parcelas anuais de implantação das
Quintais Produtivos e
reembolso. unidades
Mandalas.
Mandalas – Investimentos não produtivas).
reembolsáveis.
● Capacitação técnica de 200
agricultores.
Programa que visa incentivar a
introdução de “novas ● Distribuição de 5,0 ton de
Projeto de variedades de mandioca”, maniva semente mais
técnicas corretas de produção e precoce e com maior Governo do Estado
Modernização da Sistemas integrados
boas práticas de produção de produtividade. do Ceará.
Mandiocultura.
farinha e goma.
● Assistência Técnica e
Extensão Rural (ATER) aos
produtores na cadeia
produtiva da mandioca.

33
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME)

Possui
Estratégia
Projeto Breve descrição Resultados (Ano de 2022) financiamento?
sugerida
Qual(is)?
Consiste na recuperação de
área degradada no semiárido ● Com base no
Recuperação de área monitoramento realizado,
degradada em por 8 anos, através da
aplicação de práticas constatou-se melhoria dos
processo de índices de fertilidade e das
conservacionistas estratégicas Governo do Estado Recuperação de
desertificação na sub- condições físicas, atribuídas
e uso de serapilheira visando a do Ceará pastagens e áreas
bacia hidrográfica do às práticas aplicadas.
restauração da vegetação, (FUNCEME). degradadas.
riacho do Brum no Também se verificou
município de redução da erosão e melhoria
dos índices de fertilidade e aumento da cobertura
Jaguaribe-CE. vegetal e dos teores de C do
sequestro de C.
solo.
● Instalação de estações
seguindo a metodologia
Surface Renewal visando a
Banco Internacional
estimação de valores locais
para Reconstrução
Projeto estratégico da do coeficiente de cultura (Kc)
e Desenvolvimento
FUNCEME atualmente em vigor para diversas culturas.
(Programa de
que realiza estudos de base e
Melhoria da Eficiência ● Contratação de consultoria eficiência do uso da
Sistemas irrigados
da Agricultura irrigada. desenvolvimento de softwares água no setor
para cadastro do usuário de
visando a melhoria da eficiência agropecuário para
água do setor agropecuário.
da agricultura irrigada. cinco bacias do
Análise do sistema SIMIC
(Sistema de Informações Estado do
Meteorológicas para Ceará).
Irrigação no Ceará) para
realizar atualizações e
reformulações do sistema.

34
● Entre os anos de 2013 a
2020, um total de 2.210,59
km2 do território cearense
sofreram queimadas ou
incêndios florestais, com
uma média de 276,32 km2 de
área queimada a cada ano.
Verificou-se ainda que
grande parte dessa
Quantificação das áreas queimada ocorreu na bacia Outras estratégias
queimadas no estado do Ceará hidrográfica do rio Salgado (controle e
Análise das áreas no sul do estado. Nessa
a partir da identificação de Recursos próprios diminuição de
queimadas no Ceará. bacia, análises do mapa de
cicatrizes em imagens de queimadas no
satélite. uso e ocupação da terra campo).
indicaram que a maior parte
(82,87%) das cicatrizes de
queimadas ocorreram em
área de vegetação natural,
que são as florestas e
formação natural não
florestal, seguida da classe
agropecuária com 16,86% de
área queimada (Programa
Previna, FUNCEME, 2023).

35
● Ao longo do ano de 2022,
dados do satélite de
referência (Acqua)
identificaram 4136 focos de
calor no estado, sendo os
Disponibilização de informações maiores registros nos meses
sobre a distribuição e de novembro e dezembro
quantitativo dos focos de calor (com 1427 e 1445 registros,
no estado do Ceará como apoio respectivamente). O
ao Programa Estadual de quantitativo de 2022
Prevenção, Monitoramento, representa redução de 5%, Outras estratégias
Controle de Queimadas e comparado ao ano de 2021, (controle e
Monitoramento de e aumento de 4% em relação
Combate aos Incêndios Recursos próprios diminuição de
focos de calor. ao ano de 2020. Os
Florestais (PREVINA), às ações queimadas no
da Defesa Civil e Corpo de municípios de Boa Viagem, campo).
Bombeiros no enfrentamento de Crateús e Santa Quitéria
combate aos incêndios apresentaram os maiores
florestais e aos programas e registros de focos. Em
projetos de instituições como o relação ao Nordeste do
Ministério Público Estadual. Brasil, o Ceará apresentou
cerca de 8% dos registros de
focos detectados pelo
AQUA, ficando atrás dos
estados do Maranhão, Piauí
e Bahia (Programa Previna,
FUNCEME, 2023)
● Em 2022, as previsões de
risco de fogo em vegetação
foram disponibilizadas a Outras estratégias
partir de agosto, nos Boletins Recursos próprios (controle e
Previsão de Risco de Previsão de risco de fogo em
Semanais elaborados e (inicialmente com diminuição de
Incêndio florestais. vegetação.
publicados pela Gerência de recursos do FDID). queimadas no
Meteorologia do orgão campo).
(http://www.funceme.br/?pag
e_id=10324).

36
● Levantamento de solos do
Estado do Ceará na escala
1:100.000 está em
andamento. O resultado
O levantamento consiste no contribui para criação de
Levantamento de estudo das características estratégias para adoção de Outras estratégias
tecnologias de adaptação e Recursos do BIRD
reconhecimento de físicas e químicas dos solos, (maior eficiência do
medidas de mitigação para através do Projeto
média intensidade do identificando-os e classificando- uso da terra e dos
agricultura, proporcionando São José III – 2ª
Estado do Ceará na os, objetivando a geração do sistemas
condições para impulsionar a Fase.
escala 1:100.000. mapa de solo do Estado do produtivos).
Ceará. economia e o bem-estar
social, com menor risco de
degradação, podendo reduzir
a vulnerabilidade do uso da
terra e dos sistemas
produtivos.
Detecta o período em que o
solo ficou exposto, sem
Análise temporal com cobertura vegetal, o que indica
uso de sensoriamento ● Foram identificadas áreas
um alerta para a situação de
remoto na identificação que têm solos expostos com
degradação. Essa informação
de solos expostos mais de 20 anos. A partir Governo do Estado Recuperação de
associada ao mapeamento de
suscetíveis à deste mapa será possível do pastagens e áreas
áreas fortemente degradadas
desertificação no acompanhar o nível de Ceará/FUNCEME. degradadas.
dá um importante indicativo de
Estado do Ceará. desmatamento no Estado do
que a área está em processo de
Ceará.
desertificação. E que precisa de
manejos mais adequados dos
solos.

37
Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA)

Possui
Estratégia
Projeto Breve descrição Resultados (Ano de 2022) financiamento?
sugerida
Qual(is)?

Programa que visa reduzir o


déficit de acesso à água das
● Distribuição de 2.624 Governo Federal e Outras estratégias
Distribuição de famílias rurais através de
cisternas de placas para Governo do Estado (acesso à água no
Cisternas. cisternas que possibilitam a
consumo humano. do Ceará. campo)
captação e armazenamento da
água das chuvas.

O Sistema de Reuso de Água é


uma das Tecnologias Sociais,
opção estratégica de
convivência com o Semiárido,
Sistemas de Reuso de pois proporciona o aumento da
Sistemas irrigados
Água. disponibilidade de águas às ● Distribuição de 18 sistemas Governo do Estado
famílias agricultoras. Além de reuso de água. do Ceará.
Manejo de resíduos
disso, a coleta e tratamento de
água cinza é uma importante
estratégia de melhoria para o
meio ambiente e a saúde
pública.

38
Programa que visa promover a ● 127 municípios do Ceará
atendidos. Financiamento do
Programa de Aquisição articulação entre a produção da
Governo Federal Outras estratégias
de Alimentos – PAA, agricultura familiar e as
● 1.226 agricultores através do (fortalecimento da
modalidade compra demandas locais de
aprovados. Ministério do agricultura familiar e
com doação suplementação alimentar, além
Desenvolvimento da economia local).
simultânea. do desenvolvimento da ● 128.513 pessoas atendidas. Social.
economia local.
● 861 entidades atendidas.

O projeto visa o incentivo do


plantio da palma forrageira para ● Pelo programa já form
alimentação do rebanho, mas distribuídos entre os
com a palma aplica práticas de agricultores
O recurso é do
conservação e recuperação do aproximadamente 80 milhões
Aquisição e distribuição solo, plantio em curva de nível, Governo do Estado
de raquetes de palma
de raquetes de palma do Ceará, através Sistemas integrados
utilizando o roço entre as linhas forrageira, em 2022 foram 2,5
forrageira. do Programa Hora
da palma e utilização de esterco milhões de raquetes de
de Plantar.
para adubação. A palma tem o palma. Já foram beneficiados
potencial de sequestrar 30 mais de 12.500 produtores
toneladas de CO2 por no estado do Ceará.
hectare/ano.

O Projeto visa a implantação de


mudas para recuperação de Recuperação de
O recurso é do
áreas e também para servir de pastagens e áreas
Aquisição e distribuição Governo do Estado
pasto apícola juntos aos ● Em 2022 foram distribuídas degradadas.
de essências florestais do Ceará, através
apicultores familiares. Assim 118 mil mudas.
nativas. do Programa Hora
favorecendo o desempenho das Sistemas integrados
de Plantar.
abelhas melíferas e também o
aumento da produção de mel.

39
● Implantação de uma
experiência com um produtor
Acompanhamento de uma utilizando 0,2 hectares com o
experiência utilizando água plantio da palma forrageira,
cinzas (pia, banho e lavagem de chegando a produzir 100
roupas). Essa prática é de toneladas de matéria verde. Recurso do Sistemas irrigados
Reuso de águas cinzas. fundamental importância no Para implantação dessa produtor.
semiárido, pois envolve o tecnologia necessita de Manejo de resíduos
ambiental, o social e a produção pouco recurso e o resultado
de alimento para os rebanhos. na produção de palma
conseguiu alimentar 138
caprinos durante seis meses.

● Oferta de 400,54 ton de


milho variedade, 2.584,08 ton
de milho híbrido, 342,66 ton O Projeto Hora de
de sementes de sorgo Plantar foi
forrageiro, 39,25 ton de feijão executado com
caupi, 455.082 mudas de recursos do Fundo
cajueiro anão precoce,18.800 Estadual de
mudas de acerola, 2.850 Combate à Sistemas integrados
Programa que visa a distribuição
mudas de cajá ,15.300 Pobreza-FECOP, Recuperação de
Projeto Hora de Plantar. de sementes e mudas para
mudas de goiaba, 16.250 no valor de áreas e pastagens
150.245 agricultores familiares.
mudas de manga, 5.500 R$20.001.092 e degradadas
mudas de cajá umbu, recursos do
6.417.00 raquetes de palma Tesouro no valor de
forrageira , 3.607,5 m3 de R$220.000,00
manivas sementes totalizando
(mandioca) e 108.000 mudas 20.221.092,00.
de espécies florestais
nativas.

40
Bioinsumo feito a partir do arroz ● Em 2022 foram distribuídas
Produção de Governo do Estado
que combate a lagarta-do- em média 6.000 doses (duas Bioinsumos
Bioinsumos. do Ceará.
cartucho do milho. doses por hectare).

Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE)

Possui
Estratégia
Projeto Breve descrição Resultados (Ano de 2022) financiamento?
sugerida
Qual(is)?
Apoiar atividades para ● Desenvolvimento de Outras estratégias
Promover o
desenvolvimento da horticultura tecnologias modernas de (aumento da
Desenvolvimento de Governo do Estado
e cultivo protegido no estado do produção agrícola e resiliência dos
Tecnologias em Cultivo do Ceará.
Ceará, e capacitar técnicos e/ou aquícola, agregando valor ao sistemas
Protegido.
produtores. produto. produtivos).
Promover as culturas
alternativas no estado do Ceará
● Promoção de novas culturas
e o acompanhamento no Outras estratégias
no estado, com agregação
Promover a introdução desenvolvimento de unidades (aumento da
de valor em áreas difusas, Governo do Estado
de culturas alternativas de observação/ demonstrativa resiliência dos
atração de empresas e do Ceará.
no estado do Ceará. em 23 municípios das regiões sistemas
promoção dos produtos
Litoral Oeste, Vale do produtivos).
cearenses.
Jaguaribe, Cariri e Sertão de
Crateús.

41
Fomentar a pesquisa e o
desenvolvimento de soluções
inovadoras voltadas para o
aumento da produtividade da
Outras estratégias
água, agregação de valor e ● Desenvolvimento de novas
(aumento da
Cientista-Chefe da melhoria do nível tecnológico no culturas no estado e Governo do Estado
resiliência dos
Agricultura. setor agropecuário do estado do agregação de valor em áreas do Ceará.
sistemas
Ceará, integrando esforço difusas.
produtivos).
coletivo de órgãos públicos
municipais e estaduais, das
instituições de pesquisa e dos
parceiros do setor produtivo.
● O projeto beneficiou 30
unidades de produção de
lácteos em 10 municípios
das regiões do Sertão
Agregação de Valor aos Realizar ações para apoiar o
Central, do Vale do
Lácteos. desenvolvimento e a Outras estratégias
Jaguaribe, Grande Fortaleza,
Fortalecimento da modernização da produção de Governo do Estado (fortalecimento e
Litoral Oeste e Sertão de
Cadeia Produtiva do derivados lácteos no estado do do Ceará. sustentabilidade da
Crateús.
Leite no Estado do Ceará com foco na pecuária leiteira)
Ceará. sustentabilidade. ● Distribuição de 300 tanques
de resfriamento para
aumentar a competitividade
do pequeno e médio
produtor de leite no campo

42
Realizar ações voltadas para o
aperfeiçoamento da eficiência
hídrica e energética dos ● Implantação de um projeto
perímetros públicos irrigados no de assessoramento técnico
Eficiência no uso da aos irrigantes em parceria
estado do Ceará e o Governo do Estado
água no setor com a FUNCEME/IPECE, Sistemas irrigados.
acompanhamento técnico de do Ceará.
agropecuário. resultando na eficiência do
produtores, beneficiando 6
municípios das regiões do uso da água no setor
Litoral Norte e Vale do agropecuário.
Jaguaribe.

43
Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA)

Possui
Estratégia
Projeto Breve descrição Resultados (Ano de 2022) financiamento?
sugerida
Qual(is)?
● 197.096 unidades* de
mudas nativas produzidas.
Busca ampliar a cobertura
Programa de ● 121,96 ha* de plantio
vegetal do Estado, por meio da
Florestamento, realizado. Florestas plantadas.
doação e do plantio de mudas
Reflorestamento e Governo do Estado
de espécies vegetais nativas, ● 30,25 ha* de área Outros (produção
Educação Ambiental do do Ceará.
uma vez associadas essas incrementada. de mudas nativas).
Estado do Ceará Lei nº
atividades a ações de educação
17.929/2022.
ambiental. *Conforme nota metodológica
dos indicadores do Plano
Plurianual 2020 - 2023.

Estimular a participação de
jovens em projetos
sustentáveis, através da ● Em 2022, o AJA englobou
inclusão social e ambiental, 8.687 participantes, reunindo Outras estratégias
viabilizando o desenvolvimento jovens em situação de (educação
Programa Jovem de suas competências e vulnerabilidade social Governo do Estado ambiental e
Ambiental (AJA) habilidades, ampliando as residentes nos 184 do Ceará. preservação/conser
oportunidades de geração de municípios cearenses para vação dos recursos
renda e o protagonismo juvenil, atuação em projetos naturais).
focando na melhoria da socioambientais.
qualidade de vida e na
preservação do meio ambiente.

44
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)

Possui
Estratégia
Projeto Breve descrição Resultados (Ano de 2022) financiamento?
sugerida
Qual(is)?
O programa teve como objetivo
incentivar a utilização de
tecnologias sustentáveis na
produção agrícola da região,
prioritariamente em banana,
café sombreado e cajueiro, que Sistemas
são as principais praticadas. agroflorestais.
Incentivou-se o plantio de ● Produção de 8.000 mudas e
Recuperação de áreas Manejo de resíduos
mudas de árvores nativas, distribuição, com substrato Governo do Estado
degradadas na bacia do da produção animal
distribuindo mudas, auxiliando proveniente de composto do Ceará.
rio Pacoti.
Planos de Recuperação de orgânico. Recuperação de
Áreas Degradadas (PRADs), pastagens e áreas
produzindo mudas de árvores degradadas.
nativas, produzindo substratos a
base de esterco animal e
vermicompostagem e
capacitando produtores na
utilização de controle biológico.

45
Programa que visa apoiar a
produção sustentável e a
regularização ambiental de
● Verificação e Cadastro
propriedades rurais de Financiamento do
Ambiental Rural de 54
municípios das regiões Governo Federal –
Programa de residência propriedades rurais, bem
Metropolitana e do Maciço de Ministério da
agrícola profissional como fornecimento de Sistemas integrados
Baturité, prestando assistência Agricultura –
em bananicultura. assistência técnica para
técnica profissional e Secretaria de
produção sustentável de
capacitações, voltadas ao Agricultura Familiar.
bananas.
incentivo de agroflorestas e
utilização de controle biológico
de pragas da cultura.

Ipê do Ceará

Possui
Estratégia
Projeto Breve descrição Resultados (Ano de 2022) financiamento?
sugerida
Qual(is)?

Projeto que visa implantar Recursos de


miniflorestas para agricultores prefeituras
• Foram implantadas 8
familiares, com até 100 árvores (algumas já
Florestas Sociais florestas sociais no município Florestas Plantadas
de espécies florestais nobres conveniadas) e de
de Nova Russas
como o mogno africano e contribuição de
outras. empresas privadas.

46
Projeto em que agricultores
familiares produzem pequenas Recursos
• Foram implantadas 02 na
Micro Florestas de quantidades de Eucalipto para provenientes de
Fazenda Maravilha em Nova Sistemas integrados
Eucalipto lenha, a fim de tirar a pressão parcerias com
Russas
do uso de lenha de florestas empresas privadas.
nativas.

• Foram ministradas 4
palestras (2 em Novas
Focado para o público de Recurso Estadual,
Russas, 1 em Várzea Alegre
sindicatos e associações para Municipal e de Recuperação de
e 1 em Novo Oriente). Duas
Palestras e Seminários criar uma mentalidade de empresas privadas pastagens e áreas
destas palestras tiveram a
atividades de longo prazo como para diárias e degradadas.
presença do anterior
é o reflorestamento. deslocamento.
Secretário do Meio Ambiente,
Artur Bruno.

Mais de uma dezena de Fundo do Estado


municípios já criaram seu para logística e de
• Visita aos municípios de Outras estratégias
Apoio aos Municípios programa Carbono Zero com o empresas nacionais
Independência, Novo Oriente, (redução da pegada
com Programa Carbono elenco de vários projetos tais e internacionais
Monsenhor Tabosa, Catunda, de carbono dos
Zero. como: Certificação de Crédito de para a aquisição
Várzea Alegre e Poranga. municípios).
Carbono, Florestas Sociais, dos créditos de
Energias Limpas etc. carbono.

47
48
8. Metas de ampliação das tecnologias do
ABC+ no estado do Ceará até 2030
Para o período de 2023 até 2030, o número de projetos será expandido

alcançando 76 projetos, com destaque para as estratégias voltadas à promoção e

implantação de sistemas agroflorestais, integrados ou florestas plantadas (11 projetos);

linhas de crédito (10 projetos) para pequenos, médios e grandes produtores; para o

controle e diminuição de queimadas no campo (9 projetos); redução da vulnerabilidade

no campo (8 projetos); sistemas irrigados (8 projetos).

Considerando um cenário conservador, contabilizando apenas as estratégias

com metas já definidas, o Estado do Ceará está propondo diminuir a vulnerabilidade e

o aumentar a resiliência dos sistemas de produção em, pelo menos, 80 mil hectares

(Anexo I) e atendendo, pelo menos, 100 mil agricultores (Anexo II). Cabe ressaltar que

esse número considera apenas as propostas diretamente vinculadas às estratégias

sugeridas pelo MAPA, de modo que outras estratégias utilizadas para convivência com

a seca e que impactam diretamente a vulnerabilidade e resiliência dos sistemas de

produção agropecuária (por exemplo, distribuição de cisternas e linhas de crédito) não

foram contabilizadas. Além disso, tomando como base o número de agricultores que

deverão ser atendidos pelo ABC+CE, verifica-se que as metas propostas deverão ser

facilmente superadas.

A grande variabilidade dos projetos reforça a necessidade de uma abordagem

multidisciplinar para enfrentar os problemas decorrentes das mudanças do clima e

aumentar a produtividade e a resiliência dos agricultores. Neste sentido, destacam-se

as políticas estaduais do Programa Cientista Chefe, um programa da FUNCAP que tem

49
como objetivo unir o meio acadêmico e a gestão pública, cumprindo demandas de

órgãos do Governo do Estado, como por exemplo a criação do Plano ABC+CE como

um dos projetos do Cientista Chefe do Meio Ambiente. Neste caso, dentro do plano

ABC+, estão incluídas as atividades dos Cientistas Chefe da Agricultura e da Pecuária,

além do Meio ambiente, responsável pela elaboração do plano ABC+CE

50
Banco do Brasil (BB)
Possui
Meta (quantitativo por ano e Estratégia
Projeto Breve descrição financiamento?
metas partir de 2023) sugerida
Qual(is)?
● Safra 2023/2024: R$ 15
milhões (a depender dos
Linhas de crédito que visam a recursos disponibilizados no
adequação à legislação Plano Safra para o Ceará)
ambiental, recuperação de ABC+ Recuperação,
● Observando o Plano Safra
Programa ABC+ para áreas degradadas (solos, ABC+ Floresta
em vigor, focalizar a aplicação Outras estratégias
Médios e Grandes pastagens, reservas ambientais (ILPF), ABC+
de recursos ABC+ através da (linhas de crédito)
Produtores e APPs), reduzir o Resíduos Sólidos
conscientização dos clientes e
desmatamento, a preservação (MRPA)
parceiros agro. Reuniões com
ambiental e a emissão de
produtores, sindicatos,
gases
palestras, capacitação interna
e externa
● Em consonância com o Plano
Safra vigente, focalizar a
Incentivar a adequação dos aplicação de recursos ABC+
médios e grandes produtores, através da conscientização
Fomento à Agricultura Outras estratégias
principalmente da fruticultura, dos clientes e parceiros agro ABC+ Orgânico
Orgânica (linhas de crédito)
aos requisitos da agricultura Reuniões com produtores,
orgânica sindicatos, palestras,
capacitação interna e externa
(ênfase na Serra da Ibiapaba).

51
● Safra 2023/2024: R$15
Linha de crédito para a milhões (a depender dos
agricultura familiar, que oferece recursos disponibilizados no
investimentos em projetos de Plano Safra para o Ceará).
convivência com o semiárido, ● Ofertar o produto Pronaf
Agricultura Familiar – focados na sustentabilidade ABC+ Semiárido aos Pronaf ABC+ Outras estratégias
Investimento dos agroecossistemas, e produtores. Quando Semiárido (linhas de crédito)
destinados à implantação, necessário, orientá-los a se
ampliação, recuperação ou adequar aos critérios técnicos
modernização da infraestrutura requisitados. Linha de crédito
produtiva com atrativos maiores em
termos de taxa e prazo.
Firmar novos convênios com
empresas do setor, de forma
que os clientes pessoas físicas
Novos convênios com produtores rurais do Banco do
empresas fornecedoras Brasil possam ter acesso a ● Intensificar a visita a
de equipamento para tecnologias mais limpas, Outras estratégias
empresas do ramo, via rede
geração e distribuição através das linhas de crédito Convênio BB Agro (parcerias para
de agências e formalizar 15
de energia alternativa à disponíveis. Os convênios uma linhas de crédito)
novos convênios em 2023
eletricidade vez disponíveis agilizam o
convencional processo, além de propiciar aos
clientes mais opções de
compra dos itens.

Investimento em ● Oferta ativa do crédito para


Crédito para financiar a todos os clientes pessoa
modernização das
reforma, a modernização e a jurídica do Banco do Brasil no
empresas do setor Proger Urbano
aquisição de bens para as Ceará que se enquadrem nas Outras estratégias
agropecuário Empresarial, BB
empresas, incluindo painéis atividades de acordo com (linhas de crédito)
(fornecedoras de Financiamento PJ
solares e demais equipamentos cada município onde o BB
insumos para
para energia renovável. atua no estado
produtores rurais)

52
Incentivar a capacitação dos
funcionários nas linhas de ● Capacitação de 200
Formação e
crédito que coadunem com o funcionários no Ceará em
capacitação interna Outras estratégias
ABC+, mediante os cursos 2023, com grade mínima de Recursos próprios
sobre as linhas ABC+ linhas de crédito)
disponíveis na Universidade cursos e requisito de pelo
disponíveis
Corporativa Banco do Brasil. menos 5 horas-aula.

● Treinamento dos parceiros


agro BB ATNI com os quais o
Disseminação da Banco já atua, pois além da
Promover palestras, seminários rede de agências são eles
estratégia ABC+ aos
e workshops junto aos que prestam consultoria e
parceiros agro
parceiros agro ATNI a fim de elaboram os projetos de Outras estratégias
conveniados Recursos próprios
divulgar as linhas ABC+ do financiamento dos produtores (linhas de crédito)
Assistências Técnicas
Banco do Brasil para os rurais.
em Nível de Imóvel
produtores rurais.
(ATNI) do Ceará ● 80 parceiros ATNI mais os
técnicos da Ematerce em
2023
● Não mensurável, a atuação
do BB será indireta. Atuar
Difundir a oferta das através dos parceiros agro BB
Capacitar e conscientizar o Outras estratégias
linhas de crédito ABC+ ATNI na conscientização dos
produtor rural acerca dos Recursos próprios (linhas de crédito)
junto aos produtores produtores, enquadrando
benefícios do ABC+
rurais do Ceará (quando mais apropriado) os
projetos de crédito nas linhas
ABC+

53
Caixa Econômica Federal (Caixa)
Possui
Meta (quantitativo por ano e Estratégia
Projeto Breve descrição financiamento?
metas partir de 2023) sugerida
Qual(is)?
Linha de Crédito Direto Operação que permite
ao Consumidor (CDC) financiamento de painéis ● Linha de crédito disponível Outras estratégias
CDC Solar.
para financiamento de solares para Pessoa Física. em 2023. (linhas de crédito)
Energia Solar
Operação de crédito que
permite financiamento de bens
Bens de consumo de consumo duráveis e que ● Linha de crédito disponível Outras estratégias
duráveis (BCD) possui condições diferenciadas BCD Ecoeficiencia.
em 2023. (linhas de crédito)
Ecoeficiencia para equipamentos
ecoeficientes.

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)


Possui
Meta (quantitativo por ano e Estratégia
Projeto Breve descrição financiamento?
metas partir de 2023) sugerida
Qual(is)?
• Recuperar área onde é
realizado o laboratório de
Utilizar as técnicas de plantio queima dos cursos de
Recuperação de áreas formação de brigada-
de mudas e de bombas de
degradadas por Quixeramobim/CE ( 1 Recuperação de
semente, realizando a
queimadas realizadas hectare) em 2023. Recursos próprios. pastagens e áreas
manutenção e monitoramento
durante os cursos de degradadas.
do desenvolvimento das
formação de brigadas. • Recuperação de 4 hectares
plantas.
na base da Brigada em
Quixeramobim/CE em 2023.

54
Projeto que visa aumentar a • Aumentar a produção de Recuperação de
Ampliação do viveiro. produção de mudas nativas do mudas nativas para 6 mil Recursos próprios. pastagens e áreas
viveiro. mudas em 2023. degradadas.
Outras estratégias
• Capacitar servidores e
Parceria com Estado e (controle e
Curso de formação de gestores na identificação das
municípios para a formação de Recursos próprios. diminuição de
perícia de incêndio. causas de incêndios – 1
peritos de incêndio. queimadas no
curso em 2023.
campo).
• Capacitar gestores municipais
no uso dos recursos Outras estratégias
Curso virtual destinado a
tecnológicos de produção de (controle e
Curso de gestão da gestores e técnicos de
dados, análise e Recursos próprios. diminuição de
informação do fogo. secretarias municipais afins ao
monitoramento do uso do queimadas no
tema.
fogo em âmbito local - 1 curso campo).
online em 2023.
Seminário Manejo • Elaborar plano de ação de Outras estratégias
Envolver agentes públicos de
Integrado do Fogo - prevenção a incêndios (controle e
diferentes instituições afins à
Quixeramobim. através de boas práticas em Recursos próprios. diminuição de
temática do fogo, bem como
substituição ao uso do fogo – queimadas no
possíveis parceiros.
1 Seminário em 2023. campo).

55
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE)
Possui
Meta (quantitativo por ano e Estratégia
Projeto Breve descrição financiamento?
metas partir de 2023) sugerida
Qual(is)?
Implantar um amplo projeto de Recuperação de
recatingamento do semiárido ● Distribuir 100.000 mudas de pastagens e áreas
cearense com spondias e umbu-cajá (124 mudas/ha, degradadas.
outras frutíferas adaptadas à totalizando 806 ha), 40.000
Projeto caatinga para a mudas de siriguela (400 Governo do Estado Sistemas
Recaatingamento. sustentabilidade social e mudas/ha, totalizando 100 ha) do Ceará. agroflorestais.
ambiental da população e do e 1.500 mudas de umbu Outras estratégias
ambiente da caatinga cearense gigante (100 mudas/ha, (distribuição de
e regiões adjacentes. totalizando 150 ha) até 2023. mudas/sementes)

Recuperação de
pastagens e áreas
degradadas.
Aumentar a produção, ● Distribuição de 430.000
Governo do Estado Sistemas
produtividade, renda e mudas de cajueiro anão até
Projeto Cajucultura. do Ceará (aquisição agroflorestais.
qualidade de vida dos 2030 (204 plantas/ha,
das mudas).
agricultores familiares. totalizando - 2 100 ha). Outras estratégias
(distribuição de
mudas/sementes).

56
Dotar o estado do Ceará de
uma série de áreas irrigadas,
Programa de Irrigação com área não superior a 1
na Agricultura Familiar hectare, destinadas à Convênio Governo
(PIAF). segurança alimentar e do Estado do Ceará
● Distribuição de 300 Kits de
nutricional dos residentes nos com Ministério da
irrigação do PIMP até 2023
Projeto Programa de territórios semiáridos. Também Integração Regional
(pelo menos, 300 ha). Sistemas irrigados
irrigação na Minha aproveitamento dos restolhos e (PIMP).
Propriedade (PIMP). implantação de culturas ● Distribuição de 280 unidades Sistemas de
específicas para alimentação de Mandalas até 2023. Governo do Estado integração
animal. do Ceará (Mandalas
Projeto Agroecológico ● Promover 2 cursos de - capacitação e
Integrado e Sustentável PIMP – Contrapartida de 50% irrigação com 30 participantes implantação das
(PAIS). dos agricultores, com 2 anos de cada até 2023. unidades
carência e 5 parcelas anuais de produtivas).
Quintais Produtivos e reembolso;
Mandalas.
Mandalas – Investimentos não
reembolsáveis.

● Capacitação técnica de 300


agricultores até 2023.
Programa que visa incentivar a ● Distribuição de 5,5 ton de Outras estratégias
introdução de “novas maniva semente mais precoce (distribuição de
Projeto de variedades de mandioca”, e com maior produtividade até Governo do Estado mudas/sementes e
Modernização da técnicas corretas de produção 2023 (150 kg/ha, do Ceará. maior resiliência
Mandiocultura. e boas práticas de produção de aproximadamente 40 ha). dos sistemas
farinha e goma. produtivos)
● ATER aos produtores na
cadeia produtiva da
mandioca.

57
● Realização de assistência
técnica a pelo menos 45%
Programa que visa distribuir Outras estratégias
dos agricultores beneficiados
sementes e mudas de boa Governo do Estado (fortalecimento e
Projeto Hora de Plantar. até 2023 (são 180.000
qualidade para os agricultores. do Ceará. maior eficiência da
agricultores beneficiados pelo
agricultura)
Projeto Hora de Plantar).

Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME)


Possui
Meta (quantitativo por ano e Estratégia
Projeto Breve descrição financiamento?
metas partir de 2023) sugerida
Qual(is)?
Consiste na recuperação de
Recuperação de área área degradada no semiárido • Realização de monitoramento
degradada em por 8 anos, através da sistemático para avaliação de
processo de aplicação de práticas parâmetros ambientais,
Governo do Estado Recuperação de
desertificação na sub- conservacionistas estratégicas realização de análises físicas
do pastagens e áreas
bacia hidrográfica do e uso de serapilheira visando a e químicas do solo e
Ceará/FUNCEME. degradadas..
riacho do Brum no restauração da vegetação, quantificação dos estoques
município de redução da erosão e melhoria de C do solo. As atividades
Jaguaribe-CE. dos índices de fertilidade e serão realizadas anualmente.
sequestro de C.

58
● Estimativa de um coeficiente
de cultura local (Kc) para as
principais culturas irrigadas do
estado. Atualização cadastral Banco Internacional
dos irrigantes e usuários de para Reconstrução e
Projeto estratégico da
água no setor agropecuário Desenvolvimento
FUNCEME atualmente em
das bacias: Baixo, Médio e (Programa de
vigor que realiza estudos de
Melhoria da Eficiência Alto Jaguaribe, Banabuiú e eficiência do uso da
base e desenvolvimento de Sistemas irrigados
da agricultura Irrigada. Salgado). Sistema SIMIC água no setor
softwares visando a melhoria
migrado para interface mais agropecuário para
da eficiência da agricultura
atualizada (Python Dash) e cinco bacias do
irrigada.
com maiores funcionalidades Estado do
e transparência das variáveis Ceará).
de cálculo. É prevista uma
ação continuada a partir de
2023.
● Definir o impacto em água, Outras estratégias
Impactos Análise das pegadas carbono e energia dos (diagnóstico dos
(passados/presentes) ecológicas nas unidades de principais sistemas de impactos da
Recursos próprios.
das trajetórias produção do município de produção agrícola de produção agrícola
agrícolas. Quixeramobim. Quixeramobim. Elaboração no balanço de
de um relatório em 2023. carbono).

59
Disponibilizar informações
sobre a distribuição e
quantitativo dos focos de calor
no estado do Ceará como
apoio ao Programa Estadual de
Prevenção, Monitoramento,
• Realizar o monitoramento dos Outras estratégias
Controle de Queimadas e
focos de calor no estado do (controle e
Monitoramento de Combate aos Incêndios
Ceará. Relatórios mensais Recursos próprios. diminuição de
focos de calor. Florestais (PREVINA), às
(12 por ano) e relatório anual queimadas no
ações da Defesa Civil e Corpo
(01 por ano). campo).
de Bombeiros no
enfrentamento de combate aos
incêndios florestais e aos
programas e projetos de
instituições como o Ministério
Público Estadual.

Previsão de risco de fogo em ● Disponibilizar as previsões de


vegetação levando em conta as risco de fogo em vegetação
condicionantes meteorológicas, nos Boletins Semanais
tais como: temperatura, elaborados e publicados pela
umidade do ar, velocidade e Gerência de Meteorologia da Outras estratégias
direção do vento e precipitação. FUNCEME (controle e
Previsão de Risco de A metodologia aplicada é a de (http://www.funceme.br/?page Recursos próprios. diminuição de
Incêndio florestais. Monte Alegre Alterada (FMA+) _id=10324). queimadas no
e Nesterov, sendo utilizados ● Boletins semanais, durante o campo).
resultados do modelo regional período de maior incidência
de previsão de tempo Weather de incêndios, após o período
Research and Forecasting - chuvoso, de julho a
WRF. dezembro, (26 relatórios/ano).

60
O levantamento consiste no
estudo das características
físicas e químicas dos solos,
identificando-os e classificando-
Levantamento de Outras estratégias
os. O projeto dará a ● Elaboração do potencial de Recursos do BIRD
reconhecimento de (maior eficiência do
classificação das terras para terras para irrigação do através do Projeto
média intensidade do uso da terra e dos
irrigação, mostrando suas estado do Ceará. Previsão de São José III – 2ª
Estado do Ceará na sistemas
potencialidades e limitações realização entre 2023 e 2024. Fase.
escala 1:100.000. produtivos)
para a irrigação e auxiliando na
escolha de sistemas
adequados de irrigação para
agricultura.

Detecta o período em que o


solo ficou exposto, sem
Análise temporal com cobertura vegetal, o que indica
uso de sensoriamento um alerta para a situação de
remoto na identificação degradação. Essa informação ● A meta é mapear anualmente
Recuperação de
de solos expostos associada ao mapeamento de para monitorar a condição de
Recursos próprios. pastagens e áreas
suscetíveis à áreas fortemente degradadas desmatamento e indicar áreas
degradadas.
desertificação no dá um importante indicativo de para recuperação.
Estado do Ceará. que a área está em processo
de desertificação. E que
precisa de manejos mais
adequados dos solos.

61
Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA)
Possui
Meta (quantitativo por ano e Estratégia
Projeto Breve descrição financiamento?
metas partir de 2023) sugerida
Qual(is)?
● 1.433 cisternas de placas
Programa que visa reduzir o
para consumo humano.
déficit de acesso à água das Outras estratégias
famílias rurais através de ● 458 cisternas escolares. (acesso à água no
Distribuição de
cisternas de placas que Governo Federal. campo e redução
Cisternas. *Aguardando lançamento de
possibilitam a captação e da vulnerabilidade
armazenamento da água das novos editais do Ministério do no campo).
chuvas. Desenvolvimento Agrário.
Governo Federal
através do Ministério
do Desenvolvimento
Programa que visa promover a Social e Outras estratégias
Programa de Aquisição articulação entre a produção da estruturação da (fortalecimento da
de Alimentos – PAA, agricultura familiar e as equipe de agricultura familiar
● Capacitação técnica de
modalidade compra demandas locais de acompanhamento e da economia
1.500 agricultores até 2024
com doação suplementação alimentar, além através do Contrato local; redução da
simultânea. do desenvolvimento da economia de Gestão do vulnerabilidade no
local. Governo do Estado campo).
– Secretaria de
Desenvolvimento
Agrário

62
● Acompanhar até 39
unidades gerenciadoras
responsáveis pela gestão
das Unidades Sociais
Produtoras de Refeições –
Consiste na reunião USPRs até dezembro de
interinstitucional de esforços e 2023.
ações públicas e privadas ● Acompanhar tecnicamente Outras estratégias
Programa Ceará sem dirigidas ao amplo enfrentamento 300 agricultores familiares e Governo do Estado (redução da
Fome. da fome das populações em 30 cooperativas até janeiro do Ceará. vulnerabilidade no
situação de pobreza e de de 2024; campo).
extrema pobreza no Estado do
Ceará. ● Produzir e distribuir 100 mil
refeições por dia;
● Implantar 1298 USPRs nas
14 regiões de planejamento
do estado até janeiro de
2024.

63
Reuso de água cinzas (pia,
banho e lavagem de roupas).
Essa prática é de fundamental
importância no semiárido, pois
envolve o ambiental, social e na
produção de alimento para os
rebanhos. Utilizando 0,2 hectares
● Implantação de 300 kits de
com o plantio da palma
reuso nas diversas regiões Não possui um
forrageira, chegou-se a produzir
do estado até 2026, recurso específico
Reuso de águas cinzas. 100 toneladas de matéria verde. Sistemas irrigados
fomentando a produção de para implantação
Para implantação dessa
reserva alimentar através da dessa tecnologia.
tecnologia necessita de pouco
palma forrageira.
recurso e o resultado na
produção de palma conseguiu
alimentar 138 caprinos durante
seis meses. Essa tecnologia
necessita de pouco recurso para
implantação de uma unidade
para a produção de palma.

64
Os recursos serão
do Fundo Estadual
de Combate a
Pobreza e do
● Até 2030 ofertar 4.000 ton
Tesouro Estadual
de sementes de milho
(os valores vão
variedade,16.000 ton de
variar conforme a
sementes milho híbrido, Sistemas
inflação e os custos
1.440 ton de sementes de agroflorestais
para implantação
Projeto que visa distribuir sorgo forrageiro, 400 ton de
dos campos dos Sistemas
sementes e mudas para 145.000- sementes de feijão caupi,
Projeto Hora de Plantar fornecedores de integrados
150.000 agricultores 3.000.000 de mudas de
sementes e
familiares/ano. cajueiro anão precoce, Recuperação de
mudas).Contudo,
38.560 m3 de manivas áreas e pastagem
como são utilizados,
sementes, 371.952 mudas degradadas
em média ,
de espécies nativas e
R$20.221.000,00/an
48.000.000 raquetes de
o, serão necessários
palma forrageira.
no mínimo,
aproximadamente,
R$162.768.000, de
2023 a 2030.
Bioinsumo feito a partir do arroz ● De 2024 a 2030 planeja-se
Produção de Governo do Estado
que combate a lagarta-do- distribuir 45.000 doses (2 Bioinsumos
Bioinsumo. do Ceará.
cartucho do milho doses por hectare)

Outras estratégias
Potencializar ações de prevenção (controle e
● Em 2023: Realizar oficinas Governo do Estado
Redução de queimadas e redução de queimadas e diminuição de
e cursos de capacitação. do Ceará.
e desmatamento. desmatamento. queimadas no
campo).

65
Adoção de tecnologias sociais Sistemas irrigados
Tratamento de água • Em 2023: Realizar cursos Governo do Estado
para o tratamento de água cinza Manejo de
cinza ou de reuso. de capacitação. do Ceará.
ou de reuso. resídudos

Outras estratégias
Visa capacitar o Agricultor (educação
Separação do lixo no familiar na separação ● Em 2023: Realizar cursos Governo do Estado ambiental e
campo. corretamente do lixo em seus de capacitação e oficinas. do Ceará. preservação/conser
diversos tipos e características. vação dos recursos
naturais)

Despertar o homem rural para a


Outras estratégias
importância de uma educação
(educação
ambiental, na perspectiva de uma ● Em 2023: Realizar cursos
ambiental e
Educação ambiental. ação holística relacionando o de capacitação e atualização Governo Federal.
preservação/conser
homem ao meio ambiente, profissional.
vação dos recursos
aprendendo a preservar e
naturais)
conservá-lo.

Sistemas irrigados
Outras estratégias
Visa adotar tecnologias sociais ● Em 2023: Implantação de (redução da
para a implantação de Sisteminhas em parceria Governo Federal. vulnerabilidade do
Sisteminhas.
SISTEMINHAS. com a Embrapa. campo e
diversificação de
renda do produtor
rural)

66
Visa a preservação ambiental
● Em 2023: Realização de Outras estratégias
Prevenção do evitando o desmatamento de Governo do Estado
oficinas e cursos de (controle e redução
desmatamento. novas áreas para a formação de do Ceará.
capacitação do desmatamento)
pastagens.

Visa a implantação de
tecnologias sociais que ● Em 2023: Realização de
Governo do Estado Manejo de resíduos
Tratamento de resíduos consistem no tratamento de cursos de capacitação e
do Ceará. da produção animal
e efluentes. resíduos e efluentes (Animais e oficinas
líquidos).

Estímulo à implantação de ● Em 2023: Implantação de Governo do Estado Sistemas


Sistemas Agroflorestais Sistemas Agroflorestais - SAFs. Sistemas Agroflorestais. do Ceará. agroflorestais.
-SAFs.

Incentivar a adoção de
tecnologias na construção de
● Em 2023: Construção e Outras estratégias
fogões ecológicos com o intuito Governo do Estado
instalação de fogões (controle e redução
Fogões ecológicos. de preservar o Bioma Caatinga a do Ceará.
ecológicos do desmatamento
partir da redução do uso
doméstico de lenha.

Visa a construção de
Biodigestores onde a biomassa ● Em 2023: Construção e Governo do Estado Manejo de resíduos
Biodigestores. sofre a digestão pelas bactérias Instalação de Biodigestores. do Ceará. da produção animal
anaeróbicas gerando gás.

67
Secretaria do Desenvolvimento Econômico
Possui
Meta (quantitativo por ano e Estratégia
Projeto Breve descrição financiamento?
metas partir de 2023) sugerida
Qual(is)?
• Desenvolvimento de
tecnologias modernas de
produção agrícola e aquícola
com aumento da atividade em
mais de 200 ha até 2025,
incluindo as metas abaixo
dentro desse prazo:
● Apoiar a formação de quadro
técnico para atuação em áreas
de produção em ambiente
protegido, através de programa
de qualificação de pessoal de
Apoiar atividades para nível técnico e superior para Outras estratégias
Promover o desenvolvimento da horticultura atuação com espécies
Governo do (aumento da
Desenvolvimento de e cultivo protegido no estado do olerícolas, frutíferas, floríferas e
Estado do Ceará. resiliência dos
Tecnologias em Cultivo Ceará, e capacitar técnicos produção de mudas - sistemas
Protegido. e/ou produtores. Capacitação de 50 técnicos. produtivos).
● Apoiar a participação de
técnicos em eventos de
inovação tecnológica em
horticultura e cultivo em
ambiente protegido - 28
técnicos beneficiados.
● Apoiar a realização de 06
eventos de capacitação para
técnicos e/ou produtores em
tecnologias para sistemas de
horticultura e cultivo em
ambiente protegido, com 20

68
técnicos/produtores por curso -
240 técnicos/produtores
beneficiados.
● Acompanhar ações de difusão
de tecnologia para sistemas de
horticultura e cultivo em
ambiente protegido no estado
do Ceará - 5 unidades de
observação.
● Apoiar o desenvolvimento de
05 unidades de
observação/demonstrativa em
horticultura e cultivo protegido.
● Apoiar a realização de estudos
técnicos para promover a
implantação e o
desenvolvimento de manejo em
sistemas de cultivo protegido
para o agronegócio do Estado -
Elaboração de 10 documentos
técnicos.
O projeto tem como iniciativas
Bancos de
Acompanhamento de a geração de energia limpa, Outras estratégias
● Criação de um projeto fomento,
projetos captação de água da chuva, (aproveitamento
sustentável para o agricultor, financiamento
agrofotovoltaicos no agregação de valor à energético e uso
atendendo mais de 50 privado e
sertão. agricultura, recuperação de de energias limpas
produtores até 2025. empréstimo
áreas degradadas e sequestro no campo).
Internacional.
de carbono.

69
● Acompanhar o
desenvolvimento de 10
unidades de observação/
demonstrativa de culturas
alternativas até 2025.
● Apoiar a realização de estudos
técnicos para promover a
implantação e o
desenvolvimento das culturas
alternativas para o agronegócio
do Estado do Ceará -
Elaboração de 9 Documentos
Técnicos até 2025.
Promover as culturas
alternativas no estado do Ceará ● Promover 16 cursos em
e o acompanhamento no culturas alternativas para Outras estratégias
Promover a introdução
desenvolvimento de unidades capacitação de técnicos e/ou (aumento da
de Culturas Governo do
de observação/ demonstrativa produtores (16h/20 resiliência dos
Alternativas no estado Estado do Ceará.
em 23 municípios das regiões participantes, com total de 320 sistemas
do Ceará.
Litoral Oeste, Vale do produtores capacitados até produtivos).
Jaguaribe, Cariri e Sertão de 2025).
Crateús.
● Apoiar acompanhamento
técnico para o desenvolvimento
de cultivos orgânicos no estado
do Ceará - Elaboração de 06
Relatórios Técnicos até 2025.
● Apoiar a participação de
técnicos em 12 eventos de
inovação tecnológica em
culturas alternativas até 2025.
● Apoiar a abertura de mercado,
com realização de 12
documentos técnicos até 2025.

70
● Até 2025, fomentar a pesquisa
e desenvolvimento de:
Novas culturas no estado e
agregação de valor em áreas
difusas.
Validação comercial e
Fomentar a pesquisa e o transferência de tecnologia do
desenvolvimento de soluções cultivo protegido e sem solo
inovadoras voltadas para o de tipos especiais de tomate e
aumento da produtividade da pimentão na região da
água, agregação de valor e Ibiapaba-CE.
Outras estratégias
melhoria do nível tecnológico Cultivo do mirtilo em sistemas (aumento da
no setor agrícola do estado do de cultivo protegido e
Cientista-Chefe da Governo do produtividade e
Ceará, integrando esforço eficiência produtiva do figo
Agricultura. Estado do Ceará. resiliência dos
coletivo de órgãos públicos telado e a céu aberto na sistemas
municipais e estaduais, das Chapada do Apodi. produtivos).
instituições de pesquisa e dos
parceiros do setor produtivo, Desempenho agronômico do
buscando soluções para o tomate irrigado com água
desenvolvimento do Setor do salobra sob cultivo protegido
Estado. no Maciço de Baturité.
Uso de águas subterrâneas
(doces, salobras e
residuárias) em sistemas de
produção vegetal para
diferentes cenários hídricos no
semiárido brasileiro.

71
● Até 2025, fomentar a pesquisa
e desenvolvimento de:

Novas culturas no Estado e


agregação de valor em
áreas difusas.
Plano estratégico de
desenvolvimento territorial
do queijo coalho de
Fomentar a pesquisa e o Jaguaribe-CE e agregação
desenvolvimento de soluções de valor à Caprinocultura
inovadoras voltadas para a Leiteira de Jaguaretama –
melhoria do nível tecnológico CE.
no setor agropecuário do Outras estratégias
estado do Ceará, integrando Predição da produção de (aumento da
Cientista-Chefe da esforço coletivo de órgãos forragem voltada à pecuária Governo do eficiência e
Pecuária. públicos municipais e leiteira sustentável no Ceará Estado do Ceará. fortalecimento da
estaduais, das instituições de e uso prático via aplicativo pecuária
pesquisa e dos parceiros do móvel. cearense).
setor produtivo, buscando Gestão de água e sedimento
soluções para o de pequenos açudes para
desenvolvimento do setor potencialização da produção
agropecuário do Estado. agropecuária.
Aquíferos aluviais no semiárido
cearense como oportunidade
para a produção
agropecuária (modelagem
da estimativa da biomassa
forrageira).

72
● Apoiar o acompanhamento
técnico às unidades de
produção para melhoria do
processo de produção,
gerenciamento e
comercialização dos produtos
lácteos do Estado do Ceará,
com foco na sustentabilidade e
legalização dos laticínios,
através de consultoria técnica
especializada -
Acompanhamento de 100
Realizar ações para apoiar o
unidades até 2025.
desenvolvimento e a
modernização da produção de ● Realizar 06 capacitações para
derivados lácteos no estado do produtores e/ou técnicos em
Ceará com foco na boas práticas de produção de Outras estratégias
Agregação de Valor aos sustentabilidade, beneficiando lácteos, voltados para Governo do (fortalecimento e
Lácteos. 30 unidades de produção de legalização dos laticínios (8h/20 Estado do Ceará. sustentabilidade da
lácteos em municípios das participantes, com 120 pecuária leiteira)
regiões do Sertão Central, do produtores atendidos até 2025).
Vale do Jaguaribe, Grande
● Apoiar o acompanhamento
Fortaleza ,Litoral Oeste e
técnico para melhoria na
Sertão de Crateús.
reserva alimentar animal com a
produção de forragem visando a
sustentabilidade produtiva do
leite (60 produtores
acompanhados até 2025).
● Apoiar a participação dos
produtores e/ou técnicos em 6
eventos do setor até 2025.
● Apoiar a realização de 12
eventos com temáticas voltadas
para o setor até 2025.

73
● Até 2025, realizar
acompanhamento técnico do
funcionamento dos sistemas de
irrigação em 100 lotes nos
Realizar ações voltadas para o Perímetros Irrigados Tabuleiros
aperfeiçoamento da eficiência de Russas (Russas/Ce),
hídrica e energética dos Jaguaribe Apodi (Limoeiro do
perímetros públicos irrigados Norte/Ce), Xique-Xique
no estado do Ceará e o (Jaguaribara) e Baixo Acaraú
acompanhamento técnico de (Acaraú), Varjota (Varjota),
produtores, beneficiando 6 beneficiando 100 produtores.
municípios das regiões do
● Elaborar 05 estudos técnicos
Litoral Norte e Vale do
voltados para o
Jaguaribe.
aperfeiçoamento da eficiência
hídrica e energética dos
O projeto visa oferecer
Eficiência no uso da perímetros irrigados até 2025.
assessoramento técnico aos
água no setor Governo do
irrigantes em parceria com a ● Até 2025, realizar Sistemas irrigados.
agropecuário. Estado do Ceará.
FUNCEME/IPECE. O objetivo acompanhamento técnico
geral do projeto é definir especializado visando a
critérios para o uso da água sustentabilidade produtiva e
para o setor agropecuário e eficiência hídrica através do
propor um plano de apoio à melhoria do uso da
monitoramento climático da água no Perímetro irrigado
área cultivada ao longo da Varjota - Acompanhamento de
bacia, determinando a 20 produtores.
demanda e pegada hídrica da
● Até 2025, realizar capacitação
principais culturas, servindo
de produtores e/ou técnicos em
também como forma de
inovação de processos e
assessoramento ao
formação de associação e/ou
agricultor/usuário de água.
cooperativa beneficiando 60
produtores e/ou técnicos no
Perímetro irrigado Varjota
(120h).

74
● Até 2025, suporte aos
irrigantes com orientações
técnicas especializadas e
treinamentos extensivos em
múltiplas culturas no
acompanhamento de
implantação da metodologia
"Surface Renewal (SR)" e de
eficiência do uso da água no
setor agropecuário para cinco
bacias do estado do Ceará
(Alto, Médio e Baixo Jaguaribe,
Banabuiú e Salgado), com 60
produtores beneficiados.
● Até 2025, capacitar gerentes/
técnicos/ auxiliares do Distrito
de Irrigação (DIPAN) em
administração, gestão e
operação do perímetro irrigado
Varjota, com 05 técnicos
beneficiados (16h/05
participantes).
● Capacitar 40 técnicos e/ou
produtores em manejo e
eficiência de irrigação e
administração, gestão e
operação de perímetro irrigado
com 16h/40 participantes até
2025.

75
● Implantação de 2 polos e 05
organizações organizadas até
2025.
● Realizar 04 estudos de
mercado para orgânico, sendo
01 por município (Crateús,
Maranguape, Aracati e Varjota)
até 2025..
● Realizar capacitação de
produtores e/ou técnicos em
processos de produção
Implantação de dois Pólos de orgânica, beneficiando 20
Outras estratégias
Orgânicos, incrementar a produtores e/ou técnicos por
(cultivos mais
produção de produtos município (Crateús, Governo do
Pólos de Orgânicos. sustentáveis e com
orgânicos e e melhorar a Maranguape, Aracati e Varjota) Estado do Ceará.
menor impacto
organização da cadeia de - 80 capacitações até 2025.
ambiental)
produtos orgânicos.
● Até 2025, selecionar 20
produtores que produzam ou
queiram produzir orgânicos e
elaborar 20 projetos produtivos
orgânicos, com realização de
acompanhamento técnico
especializado da execução
desses 20 projetos produtivos.
Além disso, implantar o
processo de certificação nas
áreas dos projetos produtivos
dos 20 beneficiários.

76
● Até 2025, Implantação do
painel de informações técnicas
para o agronegócio cearense;
Processos gerenciais, Implantação de um núcleo de
Assistência técnica Outras estratégias
produtivos e de especialistas do projeto ATR;
intensiva no Ceará - Governo do (aumento da
comercialização dos Implantação do laboratório
Agente de Estado do Ceará. eficiência da
produtores/investidores móvel para análises (solo, água,
Transformação Rural. agricultura).
atendidos. planta).
● Atingir 6,0 mil produtores por
ano.
● Tornar o estado do Ceará
referência no Nordeste em
produção de café orgânico até
2025, incluindo as metas
abaixo dentro desse prazo:
Elaborar 01 estudo técnico
voltado para o
Revitalizar áreas de cultivo do aperfeiçoamento da cadeia
café no Estado, aumentar a produtiva do café no estado Outras estratégias
Revitalização da cultura produção e produtividade dos do Ceará. (fortalecimento da
Governo do
cafeeira no Estado do pomares, participar do mercado agricultura, cultivo
Realizar capacitação para 20 Estado do Ceará.
Ceará. de cafés especiais elevando o mais eficiente e
produtores e/ou técnicos em
valor agregado da produção e sustentável).
inovação de processos e
da qualidade do produto obtido.
técnicas de produção de
café.
Apoiar a realização de 2
eventos com temáticas
voltadas para o setor da
cafeicultura do estado do
Ceará.

77
● Geração de 3.000 empregos na
Serra da Ibiapaba até 2025,
incluindo as metas abaixo
dentro desse prazo:
Apoiar o desenvolvimento de
unidades de
observação/demonstrativa
em produtos da floricultura -
Elaboração de 3
documentos técnicos
Diversificar os produtos da
Projeto piloto
horticultura e floricultura, Apoiar a realização de 02
floricultura -
oferecer outras possibilidades eventos de capacitação para Outras estratégias
introdução de novos Governo do
de negócios para investidores, técnicos e/ou produtores em (Diversificação de
produtos, organização Estado do Ceará.
introdução de produtos tecnologias para sistemas de renda no campo)
e integração da
alternativos e integração cultivo em ambiente
produção
turismo e agronegócio. protegido de produtos da
floricultura - 30
técnicos/produtores
beneficiados.
Apoiar a realização de estudos
técnicos para promover o
desenvolvimento da
atividade de floricultura do
Estado - Elaboração de 2
documentos técnicos.

78
● 2.000 ha implantados até 2025,
incluindo as metas abaixo
dentro desse prazo:
Acompanhar 50 áreas
cultivadas com sistemas
produtivos de Florestas
Comerciais de forma
racional e sustentável de 50
produtores nos municípios
atendidos pelo projeto nas
regiões da Serra da
Ibiapaba, Sertão Central,
Maciço de Baturité, Vale do
Curu e Vale do Jaguaribe -
Implantar sistemas produtivos Acompanhamento in loco
Sistemas produtivos de com pelo menos uma visita
de florestas comerciais e criar
florestas comerciais de por mês/produtor e 24
um suprimento de matéria- Governo do Florestas
forma racional e documentos técnicos.
prima para atender a indústria Estado do Ceará. plantadas.
sustentável no estado
moveleira do estado do Ceará Realizar o levantamento
do Ceará.
e exportação. georreferenciado das áreas
implantadas com sistemas
produtivos de Florestas
Comerciais no estado do
Ceará. Cadastro contendo
informações dos produtores,
áreas cultivadas, espécies
cultivadas, sistemas de
manejo, etc.. - Elaboração
de 2 documentos técnicos.
Apoiar a implantação de 05
Unidades Demonstrativas –
UD’s, nas áreas de
produtores atendidos pelo
projeto, para realização de

79
testes de campo visando a
validação de técnicas de
plantio do mogno africano
em consórcio com culturas
tradicionais do local -
Implementação de 5
unidades de observação.
Realizar 01 curso de
capacitação da equipe de
multiplicadores (20 técnicos
e 40h/aula).
Realizar 05 cursos sobre
tecnologias de implantação
de Florestas Comerciais
Produtivas Sustentáveis com
mogno africano em
consórcio com culturas
tradicionais, e, de gestão e
empreendedorismo para
técnicos e produtores dos
municípios atendidos pelo
projeto (5 cursos - 20
produtores/curso - 16
horas/curso) - 100
produtores beneficiados.
Realizar 05 Dias de Campo
para intercâmbio de
conhecimento e troca de
experiência em Sistemas
Produtivos de Florestas
Comerciais em áreas
implantadas no estado do
Ceará. 100 produtores
beneficiados.

80
Apoiar a realização de eventos
e estudos relacionados à
implantação de Sistemas
Produtivos de Florestas
Comerciais de forma
Racional e Sustentável -
Elaboração de 2
documentos técnicos.
● 1000 produtores beneficiados
até 2025, incluindo as metas
abaixo dentro desse prazo:
Apoiar e acompanhar a
implantação de 02 unidades
demonstrativas modelos em
técnicas de produção nas
principais regiões produtoras
do estado.
Desenvolvimento sustentável Realizar o acompanhamento Outras estratégias
da ovinocaprinocultura do técnico em propriedades (fortalecimento,
Desenvolvimento da Estado do Ceará, determinar produtoras de ovinocaprino resiliência e
para melhoria do processo Governo do
ovinocaprinocultura do modelo padrão de matadouro sustentabilidade da
de produção, manejo, Estado do Ceará.
Estado do Ceará. para ovinos, caprinos e ovinocaprinocultura
pequenos animais para o gerenciamento e em território
Estado do Ceará. comercialização dos cearense).
produtos do estado do
Ceará, com foco na
sustentabilidade através de
uma consultoria técnica
especializada - 20
produtores beneficiados.
Apoiar a realização de 04
capacitações para
produtores e/ou técnicos em
tecnologias para sistemas

81
produtivos sustentável de
ovinocaprino adaptado ao
semiárido, com 10
técnicos/produtores por
curso - 40
produtores/técnicos
beneficiados.
Apoiar a realização de 2
eventos com temáticas
voltadas para o setor da
ovinocaprinocultura no
estado do Ceará.
Apoiar a realização de estudos
técnicos para promover o
desenvolvimento de manejo
em sistemas de produção da
ovinocaprinocultura
adaptado ao semiárido -
Desenvolvimento de 1
documento técnico.
Apoiar ações voltadas para
atração de conhecimento
para o setor através da
realização de intercâmbios.
(Missão Brasil - Espanha) -
Elaboração de 1 relatório.

82
● 2500 produtores beneficiados
e até 2025, incluindo as metas
abaixo dentro desse prazo:
Realizar acompanhamento
técnico de unidades de
referência de produção de
mel para desenvolvimento
e manejo adequado da
produção de mel e
derivados para o
agronegócio do Estado do
Ceará - Acompanhamento
de 8 Unidades de
Observação/ Outras estratégias
Apoio e incentivo ao Organização da cadeia Demonstrativa. (fortalecimento,
desenvolvimento da produtiva e apoio a certificação Governo do resiliência e
Apoiar a realização de
apicultura do Estado do dos produtos da agroindústria Estado do Ceará. sustentabilidade da
estudos técnicos para
Ceará. do mel. apicultura em
promover desenvolvimento
território cearense).
da cadeia produtiva de mel
e derivados do Estado do
Ceará - Elaboração de 6
documentos técnicos.
Apoiar a Promoção de 16
cursos em manejo e boas
práticas de produção de
mel e derivados para
capacitação de técnicos
e/ou produtores (16h/20
participantes) -
Capacitação de 320
técnicos e/ou produtores.

83
Apoiar a participação de
técnicos e produtores em
02 eventos do setor.
Apoiar a realização de 2
eventos do setor da
apicultura e meliponicultura
no Estado do Ceará.

Secretaria do Meio Ambiente e Mudança Climática (SEMA)


Possui
Meta (quantitativo por ano e Estratégia
Projeto Breve descrição financiamento?
metas partir de 2023) sugerida
Qual(is)?
● Em 2023: produzir: 240.000
Busca ampliar a cobertura
Programa de unidades* de mudas nativas,
vegetal do Estado, por meio da
Florestamento, com plantio de 100 ha* e Floresta Plantada.
doação e do plantio de mudas
Reflorestamento e incremento de área de 30 ha*. Governo do Estado
de espécies vegetais nativas,
Educação Ambiental do do Ceará. Outras estratégias
uma vez associadas essas *Conforme nota metodológica
Estado do Ceará - Lei nº (reflorestamento).
atividades a ações de dos indicadores do Plano
17.929/2022..
educação ambiental. Plurianual 2020 - 2023.
● Promover a discussão no
Encontros Regionais - âmbito municipal/regional com Outras estratégias
Articular os gestores
Sugestão do 6 Encontros (controle e
municipais, estaduais e Governo do Estado
Prevfogo/SEMA para Regionais( Sobral, Canindé, diminuição de
federais afins à temática do do Ceará.
ser apresentada ao Iguatu, Icó, Tauá, Russas) em queimadas no
fogo.
Comitê Previna. 2023 campo).

84
● Discutir a Política de Manejo
Integrado do Fogo no Nível
Estadual para as autorizações Outras estratégias
Planejamento da gestão do de queimada controlada nos (controle e
Comitê fogo em âmbito local, em níveis municipais Governo do Estado
diminuição de
Previna/SEMA/SDA. parceria com o Estado e estabelecendo um sistema de do Ceará.
queimadas no
Prevfogo. Autorização on line via campo).
plataforma do SINAFLOR.
(reunião do comitê em 2023)
● Sugerir que o Comitê
Previna/SEMA realize
reuniões com Defesa Civil
Estadual e Corpo de
Bombeiros Militar para
implementarem cursos de Outras estratégias
formação de brigadas nos (controle e
Parceria com instituições municípios fortalecendo o Governo do Estado
Comitê Previna/SEMA. diminuição de
parceiras(Estado e municípios). Sistema Estadual de Defesa do Ceará.
queimadas no
Civil contribuindo com os campo).
Planos de Contingências a
Eventos de Incêndios
Florestais nos territórios
municipais. (reunião do comitê
em 2023).

85
O Roadmap do mercado de
carbono irá identificar os
potenciais de geração de
créditos para comercialização Outras estratégias
no mercado regulado e/ou (preservação/cons
voluntário de carbono. O ervação dos
Roadmap de Mercado projeto irá colaborar para gerar ● Lançamento do Roadmap de Governo do Estado recursos naturais,
de Carbono renda pela comercialização Carbono até 2023 do Ceará e
destes potenciais créditos de mitigação/adaptaçã
carbono a serem identificados, o às mudanças do
inclusive oriundos de atividades clima)
agrícolas de baixo carbono,
conectando-se ao Plano ABC +
CE
O inventário de GGE servirá
para quantificar as principais ● Desenvolver, em parceria
emissões dos gases com outras instituições do Outras estratégias
Inventário Gases de causadores de efeito estufa no governo, o inventário de (aumento da
gases de efeito estufa para o Governo do Estado
Efeito Estufa (GGE) do estado do Ceará, inclusive as resiliência às
estado do Ceará até 2024, do Ceará.
Ceará. advindas da agropecuária, mudanças do clima
auxiliando no planejamento das contabilizando as emissões no campo).
ações para reduzir as emissões do território cearense.
nesse setor.

86
● Efetivar o PEAAF até 2024.
● Realizar 3 capacitações em
O PEAAF é um Programa de 2024 (com média de 50
Educação Ambiental elaborado agricultores familiares cada)
especificamente para o público sobre práticas de manejo Outras estratégias
envolvido com a agricultura sustentável envolvendo as (cultivos mais
PEAAF (Programa de familiar. Por meio do estratégias sugeridas pelo sustentáveis e com
Governo do Estado
Educação Ambiental e desenvolvimento de ações MAPA para o Plano ABC +. menor impacto
do Ceará.
Agricultura Familiar). educativas, busca-se a Será atendido o município ambiental; e
construção coletiva de com maior pontuação ISA redução da
estratégias para o (Selo Município Verde) na vulnerabilidade no
enfrentamento da problemática Região do Maciço de Baturité, campo).
socioambiental rural. Região do Sertão de Crateús
e Regional do Sertão Centro
Sul.
● Incentivar o uso dos
compostos orgânicos obtidos
nas 3 primeiras CMRs que
iniciarem a operação do
galpão de compostagem tanto
Incentivar o uso do composto
em práticas agrícolas como
orgânico que será obtido nas
em recuperação de áreas
CMRs (Central Municipal de
Compostagem de degradadas.
Resíduos) dos Consórcios de
resíduos orgânicos nos
Resíduos , diminuindo as ● Junto ao sistema estadual de
municípios para uso na
emissões de gases de efeito meio ambiente e setoriais a
agricultura.
estufa e aumentando a fim, formular instrumento legal
resiliência no campo. que regulamente e monitore o
uso desses compostos
obtidos nas CMRs para fins
agrícolas no território
cearense até o 1º semestre de
2024.

87
O instrumento irá incentivar a
restauração e conservação da Outras estratégias
vegetação nativa, com (preservação/cons
potencial de gerar múltiplos ● Lançamento da Lei de ervação dos
Pagamento por benefícios sociais, ambientais e Pagamento por Serviços Governo do Estado recursos naturais,
Serviços Ambientais. econômicos para produtores Ambientais até 2023. do Ceará (FUNCAP) e
rurais e a população urbana e mitigação/adaptaçã
de reduzir as emissões por o às mudanças do
desmatamento e degradação clima)
da vegetação.

Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)


Possui
Meta (quantitativo por ano e Estratégia
Projeto Breve descrição financiamento?
metas partir de 2023) sugerida
Qual(is)?
Programa que visa apoiar
produção sustentável e
regularização ambiental de Sistemas
propriedades rurais de • Verificação e Cadastro agroflorestais
Financiamento do
municípios das regiões Ambiental Rural de 50
Governo Federal – Bioinsumos
Programa de residência Metropolitana e do Maciço de propriedades rurais, bem
Ministério da
agrícola profissional Baturité, prestando assistência como fornecimento de Outras estratégias
Agricultura –
em bananicultura. técnica profissional e assistência técnica para (redução da
Secretaria de
capacitações, voltadas ao produção sustentável de vulnerabilidade no
Agricultura Familiar.
incentivo de agroflorestas e bananas em 2023. campo).
utilização de controle biológico
de pragas da cultura.

88
Ipê do Ceará
Possui
Meta (quantitativo por ano e Estratégia
Projeto Breve descrição financiamento?
metas partir de 2023) sugerida
Qual(is)?
● Capacitação de 200
Projeto que visa implantar agricultores em 2023 e 500
agricultores anualmente de Recursos de
miniflorestas para agricultores
2024 a 2030. prefeituras (algumas
familiares, com até 100 árvores Florestas
Florestas Sociais. já conveniadas) e de
de espécies florestais nobres ● Implantação de 50 florestas plantadas.
contribuição de
como o mogno africano e sociais em 2023, e 500 empresas privadas.
outras. florestas sociais anualmente
de 2024 a 2030.
Financiamento
Projeto que visa implantar ● Implantar 10 hectares em
Implantação de através do FNE Florestas
reflorestamentos com sabiá ou 2023 e 50 hectares
florestas nativas. Verde do Banco do plantadas.
outras espécies nativas. anualmente de 2023 a 2030.
Nordeste.
Agricultores familiares
produzem pequenas ● Implantação de 5 hectares Recursos
quantidades de Eucalipto para em 2023. provenientes de Sistemas
Micro Florestas de
Eucalipto. lenha, a fim de tirar a pressão ● Implantação de 20 hectares parcerias com integrados
do uso de lenha de florestas anuais de 2024 a 2030. empresas privadas.
nativas.
Focado para o público de Recursos Estadual,
sindicatos e associações para ● 3 seminários em 2023. Municipal e de Recuperação de
Palestras e Seminários. criar uma mentalidade de ● 5 seminários anualmente de empresas privadas áreas e pastagens
atividades de longo prazo como 2024 a 2030. para diárias e degradadas
é o reflorestamento. deslocamento.

89
Mais de uma dezena de
municípios já criaram seu Fundo do Estado
● Apoio a 20 municípios em para logística e de Outras estratégias
programa Carbono Zero com o
Apoio aos Municípios 2023. empresas nacionais (redução da
elenco de vários projetos tais
com Programa Carbono e internacionais para pegada de carbono
como Certificação de Crédito ● Apoio a 184 municípios até
Zero. a aquisição dos dos municípios).
de Carbono, Florestas Sociais, 2030.
créditos de carbono.
Energias Limpas etc.

Mogno & Mogno


Possui
Meta (quantitativo por ano e Estratégia
Projeto Breve descrição financiamento?
metas partir de 2023) sugerida
Qual(is)?
Incentivar o plantio de mogno
africano, especialmente entre
Iniciar o plantio de os cotistas e demais ● Produção prevista de 60 ha
espécies vegetais agricultores interessados de florestas plantados (24.000
nobres, especialmente visando garantir a matéria árvores) até 2026. Florestas
Recursos próprios.
mogno garantindo prima para a indústria. ● Produção prevista de 100 ha plantadas.
então a matéria prima Iniciando o plantio de mogno de florestas plantados (40.000
para a indústria. em 2023, tem-se matéria prima árvores) entre 2027 e 2030.
garantida após 10-12 anos do
plantio.

90
Sistema OCB
Possui
Meta (quantitativo por ano e Estratégia
Projeto Breve descrição financiamento?
metas partir de 2023) sugerida
Qual(is)?
● Manter a realização do
Projeto Show das Águas do
Litoral, de forma itinerante,
nos municípios de Itapipoca,
Amontada, Miraíma, Irauçuba,
Tururu, Umirim, Irauçuba,
Trairi, Uruburetama, Itarema,
Itapajé, Sobral e Acaraú.
Desde 2003, esse projeto
mobiliza escolas, segmentos As atividades têm
Projeto da COOPERAI que artísticos e culturais e suporte da
vem sensibilizando, apresenta pautas inerentes ao COOPERAI e
conscientizando e mobilizando, tema “Preservação dos eventuais apoios da Outras estratégias
desde 2002, a população para Corpos Hídricos". iniciativa privada, (educação
Projeto “Não Rio Sem o uso racional da água, na como a ENGIE – ambiental e
Meu Rio”. preservação dos mananciais de ● Manter as 20 palestras Energias do Brasil, preservação/conse
água doce, das matas ciliares e anuais ministradas nas NB Águas e rvação dos
na limpeza dos lagamares, rios, escolas da rede municipal e Imaculada recursos naturais)
lagoas e barragens no território da rede estadual. Gordiano-Sociedade
do município de Trairi. ● Contextualizar essa de Advogados -
metodologia em cada IMGSA.
município e de forma
transversal inserir nas escolas
o conhecimento dos
mananciais importantes que
perpassam pelo território
municipal e da região que o
município está circunscrito.

91
● Reduzir a partir de 2023
pelos menos 40% da carga
orgânica que hoje é destinada
para área inadequada no
município de Trairi. Em 5 anos
O Complexo Agro Sustentável pretende-se compostar
e Tecnológico- CAST tem o praticamente todos os
objetivo de realizar tratamento resíduos orgânicos
biológico com destinação final domiciliares do município,
ambientalmente adequada dos recolhendo cerca de 760
resíduos sólidos urbanos ton/mês de resíduo orgânico e
Projeto CASTCOOP na gerando por volta de 350 Manejo de
(orgânicos), visando o controle Recursos próprios.
COOPERAI Trairi. ton/mês de adubo orgânico. resíduos
da poluição, da contaminação e
a minimização de seus ● Manter a comercialização do
impactos ambientais. Isto é, há composto orgânico por meio
uma “reciclagem dos resíduos do comércio intercooperativo
orgânicos”, que passam a ser com todos os produtores e
um material útil e manuseável. produtoras associadas das
cooperativas da agricultura
familiar do estado,
principalmente socializando
os efeitos positivos do uso
desse tipo de adubo orgânico.
Programa que visa a
Projeto de ● Realização de Cadastro Outras estratégias
regularização ambiental de
Regularização Ambiental Rural de 12.000 Recursos próprios. (regularização
propriedades rurais nas regiões
Ambiental. propriedades até 2025. ambiental).
mais vulneráveis.

92
9. Operacionalização
O Plano ABC + CE é resultado da integração das ações dos governos, de

instituições de pesquisa, da sociedade civil e do setor produtivo para buscar a

diminuição das emissões dos GEE advindas das atividades agrícolas e pecuárias até

2030. O esforço conjunto entre Estado e sociedade é fundamental para que a

agropecuária possa contribuir para a mitigação dos GEE e, ao mesmo tempo,

impulsionar os sistemas produtivos, formando uma base econômica forte, capaz de

gerar emprego e renda para melhorar a qualidade de vida dos produtores rurais (MAPA,

2012). Logo, o Plano ABC + CE se apresenta como instrumento que institucionaliza o

compromisso formal do Estado em colaborar para a redução das emissões dos gases

de efeito estufa advindas das atividades agrícolas e pecuárias, com aprovação do

Grupo Gestor Estadual por meio do Decreto Estadual nº 35.070/2022.

Ao analisar o panorama da agropecuária cearense, observa-se que muitas

ações de resiliência climática já estão sendo colocadas em prática pelas instituições do

GGE. Diante disso, a metodologia participativa utilizada no Plano ABC + CE possibilitou

a cada instituição colaborar com suas ações e projetos, que muitas vezes já estavam

em seu planejamento, sendo cada uma responsável pela operacionalização do que se

comprometeu.

A metodologia utilizada considerou a diversidade das 20 instituições que

compõem o GGE e a potencialização das contribuições de cada uma. Assim, optou-se

por dividir as instituições em câmaras temáticas de acordo com o campo de atuação de

cada uma (Figura 2).

A Câmara Técnica contempla as instituições com maior potencial de trazer

informações, indicadores e técnicas para a implementação do Plano, como as

93
instituições de pesquisa e as universidades. Já a Câmara Econômica abrange as

instituições com maior atuação e expertise no meio produtivo e no mercado, como

cooperativas, entidades sindicais e bancos. A Câmara Político-Administrativa é

formada por instituições com maior atuação na formação e execução de políticas

públicas, como a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA), Secretaria

de Desenvolvimento Agrário (SDA), Superintendência Federal de Agricultura (SFA-CE)

e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)

(Figura 2).

Figura 2. Organização das 3 câmaras ligadas ao Grupo Gestor Estadual (GGE). Fonte:
os autores

Essa classificação (Figura 2) permitirá uma maior integração entre as

instituições em campos similares de atuação, fomentando parcerias para a execução e

94
planejamento de novas ações voltadas à agricultura de baixo carbono e redução da

vulnerabilidade climática dos sistemas produtivos. Além disso, essa integração

possibilita trocas de informações sobre as fontes de financiamento dos projetos e o

processo para acessá-las, abrindo a possibilidade de as instituições do GGE

expandirem ainda mais o alcance de suas ações de modo sinérgico.

A operacionalização do Plano ocorrerá por meio da atuação do GGE, colocando

em prática as ações estabelecidas pelas instituições, buscando parcerias que propiciem

o avanço do Plano e promovam a divulgação por meio das mídias sociais e realização

de eventos como palestras, oficinas e seminários.

95
96
10. Acompanhamento, Monitoramento e
Registro das Ações/Atividades
O acompanhamento, avaliação e monitoramento do Plano ABC + CE serão

realizados pelo GGE, verificando as ações executadas no estado e informando ao

governo federal sobre o seu andamento. Em âmbito estadual, regularmente serão

realizadas reuniões do GGE, com o intuito de verificar a realização das ações das

instituições listadas no presente documento, avaliar o progresso do Plano e sugerir

possíveis melhorias. Serão realizadas revisões periódicas a cada dois anos no Plano

ABC +CE, abrindo espaço para as instituições formularem novos projetos e

estabelecerem novas metas para os anos posteriores.

A duração do mandato dos membros do GGE, a periodicidade das reuniões do

GGE e outras informações serão publicadas no seu regimento interno.

97
98
11. Considerações finais
O Plano ABC + CE, além de ser uma ferramenta importante para apresentar as

ações voltadas à agropecuária de baixo carbono, reúne estratégias que favorecem a

resiliência climática do território cearense e dos sistemas produtivos, como a

conservação dos recursos naturais, a provisão dos serviços ecossistêmicos, a

diminuição da pressão sobre a vegetação nativa, a diversificação de renda no campo e

técnicas produtivas mais sustentáveis. Além disso, agrega e reúne iniciativas

multissetoriais já colocadas em prática pelas instituições do GGE, as quais

anteriormente estavam dispersas.

Não obstante, o Plano institucionaliza o compromisso formal do Estado em

colaborar para a redução das emissões dos GEE advindas das atividades agrícolas e

pecuárias. Portanto, é um importante avanço na agenda climática do Estado para

cumprir os acordos internacionais assinados pelo Ceará em direção à neutralização

das emissões líquidas de carbono até 2050. Além disso, uma vez que o GGE é

constituído por instituições da sociedade civil, do governo, de pesquisa e do setor

privado, o Plano possibilitará uma maior integração a fim de somarem esforços para

promover a adaptação à mudança do clima e o controle das emissões de GEE da

agropecuária cearense.

Todas essas ações auxiliarão o país a alcançar o cumprimento dos objetivos de

desenvolvimento sustentável (ODS) relacionados à erradicação da pobreza (ODS-1) e

da fome, agricultura sustentável (ODS-2), consumo e produção responsáveis (ODS-

12), mitigação das mudanças climáticas (ODS-13), e proteger, restaurar e promover o

uso sustentável dos ecossistemas terrestres (ODS-15).

99
12. Referências Bibliográficas
Abbass, K., et al. A review of the global climate change impacts, adaptation, and
sustainable mitigation measures. Environ Sci Pollut Res 29, 42539–42559,
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dezembro de 1996, e nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis
nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e nº 7.754, de 14 de abril de 1989, e a
Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
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29.272/08, que Institui o Fórum Cearense de Mudanças Climáticas e de
Biodiversidade, e dá outras providências. Diário Oficial do Estado do Ceará.
2017.

100
Ceará. Decreto Estadual nº 34.283 de 07 de outubro de 2021. Formaliza o compromisso
de adesão do Estado do Ceará às campanhas “Race to Zero” e “Under2
Coalition”, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas Sobre
Mudança do Clima, e dá outras providências. Diário Oficial do Estado do Ceará.
2021.

Ceará. Decreto Estadual nº 35.070 de 21 de dezembro de 2022. Institui o Grupo Gestor


Estadual para implementação do Plano Estadual de Mitigação e Adaptação às
Mudanças Climáticas na Agricultura para a Consolidação de uma Economia de
Baixa Emissão de Carbono no Estado do Ceará – Plano ABC + CE e dá outras
providências. Diário Oficial do Estado do Ceará. 2022.

Ceará. Lei Estadual nº 16.146, de 14 de dezembro de 2016. Institui a Política Estadual


sobre Mudanças Climáticas – PEMC. Diário Oficial do Estado do Ceará. 2016.

Ceará. Lei Estadual nº 18.301 de 28 de dezembro de 2022. Institui a Política Agrícola


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Base no Desenvolvimento Sustentável. Diário Oficial do Estado do Ceará.
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103
104
Anexo I

Tabela item 6. Metas de ampliação das tecnologias do ABC+ no Estado do

Ceará até 2030 (Portaria 323, de 21/10/2021)

Tecnologia Meta estadual

Recuperação de Pastagens degradadas (PRPD) 1.191 ha

Sistema Plantio Direto de


-
Grãos (SPDG)
Sistema de plantio direto
Sistema Plantio Direto
-
Hortaliças (SPDH)

Integração Lavoura
53.100 ha
Pecuária Floresta (ILPF)
Sistema de integração
Sistemas Agroflorestais
260 ha
(SAF)

Florestas plantadas 3.219 ha

Bioinsumos 22.500 ha

Sistemas irrigados 375 ha

Manejo de Resíduos de produção animal 68.000 m3

Diminuição da vulnerabilidade e aumento da


85.035 ha
resiliência dos sistemas de produção agropecuários

105
106
Anexo II

Tabela item 7. Estratégias e Programas para implementação do Plano

Estadual

Estratégia/ Meta estadual


Atividade Produto
Programa (2023-2030)

Apoio a projetos
para
Projeto apoiado 4 projetos
implementação
de SPSABC

Sensibilização de Sensibilização de
SPPS (prog) 20.090
Produtores Rurais produtor rural
produtores rurais
nos SPSABC realizada

Capacitação de
Técnico
técnicos nos 583 técnicos
capacitado
SPSABC

Implementação
de unidades de
referência técnica URT
27 URT
- URT (01 URT p/ implementada
técnico
capacitado)

Assistência
Produtor rural
técnica e
ATER (estrag) atendido com
gerencial a 87.650
assistência
produtores para Produtores rurais
técnica nas
implantação dos
SPSABC
SPSABC

Capacitação de
Analista
analistas 200 analistas
financeiro
financeiros de financeiros
capacitado
projetos

Realização de
ATER (estrag) e eventos para
Evento realizado 94 unidades
Com&Sens (Estrat) divulgação do
ABC+

107

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