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Psicanálise - Resumo para Prova II

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Narcisismo: O narcisismo é um conceito fundamental na psicanálise, desenvolvido por

Sigmund Freud e posteriormente expandido por outros psicanalistas, como Melanie Klein e
Heinz Kohut. O termo tem suas raízes na mitologia grega, especificamente na história de
Narciso, um jovem que se apaixonou pela própria imagem refletida na água.

Na psicanálise, o narcisismo refere-se ao investimento libidinal no eu, envolvendo um amor ou


interesse excessivo em si mesmo. Existem duas formas principais de narcisismo: o narcisismo
primário e o narcisismo secundário.

1. Narcisismo Primário: Refere-se ao estágio inicial do desenvolvimento infantil, em que a


criança investe sua energia libidinal em si mesma. Nesse estágio, o bebê não faz
distinção entre o eu e o não eu.

2. Narcisismo Secundário: Surge quando o indivíduo começa a direcionar sua libido para
objetos externos, como outras pessoas ou atividades. No entanto, o narcisismo
continua a desempenhar um papel importante ao longo da vida, influenciando a
autoestima, o senso de identidade e a forma como as pessoas se relacionam com os
outros.

O transtorno de personalidade narcisista é uma condição mais grave em que o narcisismo é


exacerbado, levando a características como a falta de empatia, a busca constante por
admiração, a exploração dos outros e uma visão inflada do próprio valor.

Heinz Kohut introduziu o conceito de "narcisismo saudável", destacando que um certo grau de
amor e cuidado por si mesmo é essencial para o bem-estar psicológico. No entanto, o
equilíbrio entre o amor-próprio e a consideração pelos outros é crucial para um
desenvolvimento emocional saudável.

Em resumo, o narcisismo na psicanálise envolve o amor e o investimento emocional no eu,


desempenhando um papel significativo no desenvolvimento humano e na compreensão de
transtornos de personalidade específicos.

Winnicott: Donald W. Winnicott foi um psicanalista britânico que trouxe contribuições


significativas para a teoria psicanalítica, especialmente na área do desenvolvimento infantil.
Aqui está uma visão resumida de algumas de suas ideias-chave:
1. Objetos Transicionais: Winnicott introduziu o conceito de "objetos transicionais". Esses
objetos, como cobertores ou bichos de pelúcia, ajudam as crianças a fazer a transição
entre a dependência inicial da mãe e a independência progressiva.

2. Ambiente Facilitador: Winnicott destacou a importância do "ambiente facilitador" para


o desenvolvimento saudável. Isso envolve um ambiente consistente e responsivo que
atende às necessidades emocionais e físicas da criança.

3. Fase de Ilusão: Ele propôs a ideia da "fase de ilusão" na infância, onde as crianças
podem criar ilusões e fantasiar como uma forma de lidar com as demandas da
realidade.

4. Falso Self e Verdadeiro Self: Winnicott desenvolveu a ideia do "falso self" (eu falso) e
"verdadeiro self" (eu verdadeiro). O falso self é uma adaptação às expectativas
externas, enquanto o verdadeiro self é a expressão autêntica do indivíduo.

5. Holding e Handling: Ele introduziu os conceitos de "holding" (sustentação) e


"handling" (manejo), descrevendo a importância do suporte emocional e das ações
ativas do terapeuta no processo terapêutico.

Em resumo, as contribuições de Winnicott enfatizaram a importância do ambiente e das


relações na formação da personalidade, bem como a consideração dos aspectos autênticos e
adaptativos do self. Sua abordagem influenciou não apenas a psicanálise, mas também campos
relacionados, como a psicologia do desenvolvimento e a psicoterapia.

Apresentação de Objetos: Na psicanálise, a apresentação de objetos é uma técnica


frequentemente utilizada, especialmente com crianças, onde objetos como brinquedos são
usados como meio de expressar sentimentos e conflitos internos. Esta abordagem simbólica
oferece ao terapeuta insights sobre dinâmicas familiares, ansiedades e questões emocionais,
permitindo a exploração do mundo interno do paciente de maneira não verbal. Essa prática é
uma forma de comunicação simbólica que complementa a expressão verbal durante o
processo terapêutico.

Exemplo: Suponha que um terapeuta esteja trabalhando com uma criança chamada Ana, que
recentemente passou por uma separação dos pais. Durante as sessões, Ana é convidada a
escolher e interagir com diferentes brinquedos e objetos. O terapeuta observa como ela utiliza
esses objetos e brinquedos como uma forma de expressar seus sentimentos e experiências
emocionais.

Em uma sessão específica, Ana pode escolher representar a sua família usando bonecos. Ela
posiciona os bonecos de maneiras específicas, talvez colocando um boneco separado dos
outros, indicando seu sentimento de isolamento ou tristeza em relação à recente separação
dos pais. Pode ser que ela faça os bonecos interagirem de maneiras que expressem conflitos ou
emoções que ela tem dificuldade em articular verbalmente.

Através dessa apresentação de objetos, o terapeuta pode começar a entender melhor os


sentimentos de Ana em relação à separação dos pais, bem como suas preocupações e conflitos
internos. Isso oferece uma via simbólica para explorar e abordar os aspectos emocionais do
processo de terapia.

Esse exemplo ilustra como a apresentação de objetos pode ser uma ferramenta valiosa para
compreender o mundo interno de uma criança e abordar questões emocionais de uma
maneira simbólica durante a psicoterapia psicanalítica.

Objetos Transicionais: Os objetos transicionais, introduzidos por Donald W. Winnicott na


psicanálise, são itens escolhidos pelas crianças, como cobertores ou bichos de pelúcia, que
desempenham um papel crucial no desenvolvimento emocional. Esses objetos têm significado
simbólico, representando a transição entre o mundo interno da criança e o mundo externo,
fornecendo conforto e segurança durante a independência crescente. São escolhidos pela
criança e servem como uma conexão simbólica com a mãe, ajudando a lidar com a ansiedade
em momentos de separação. O reconhecimento e respeito pelos objetos transicionais são
importantes para apoiar o desenvolvimento emocional saudável na infância.

Exemplo: Imaginemos uma criança chamada Maria, que está começando a frequentar a escola.
Maria tem um bichinho de pelúcia, um ursinho chamado "Pelúcio". Sempre que Maria está
prestes a enfrentar uma situação nova, como ir para a escola pela primeira vez, ela segura
firmemente o Pelúcio. Nesses momentos, Pelúcio se torna um objeto transicional para Maria.
Ele representa uma ligação simbólica com a segurança e o conforto da casa, especialmente da
mãe. Quando Maria está na escola, segurar o Pelúcio pode ajudá-la a lidar com a ansiedade da
separação e proporcionar um senso de continuidade emocional.

Ao longo do tempo, à medida que Maria se adapta à escola e se torna mais independente, a
importância de Pelúcio como objeto transicional pode diminuir. No entanto, o ursinho ainda
pode ser um recurso reconfortante em momentos de estresse ou transição para Maria, mesmo
à medida que ela cresce.

Este exemplo ilustra como um objeto transicional, como o Pelúcio, pode desempenhar um
papel significativo no suporte emocional de uma criança durante períodos de transição e
desenvolvimento.

Ambiente Facilitador: O "ambiente facilitador" na psicanálise, conforme desenvolvido por


Donald W. Winnicott, destaca a importância do ambiente em que uma criança é criada para o
desenvolvimento saudável. Esse ambiente, incluindo relações interpessoais, deve ser
consistente e responsivo às necessidades emocionais e físicas da criança. Um ambiente
facilitador permite o desenvolvimento do "verdadeiro self" da criança, a expressão autêntica
da personalidade, em contraste com o "falso self". Winnicott também introduziu os conceitos
de "sustentação" (holding) e "manejo" (handling), destacando a importância do suporte
emocional e das ações ativas do cuidador. Esse ambiente também proporciona espaço para
ilusões e criatividade como formas adaptativas de lidar com as demandas da realidade. Em
resumo, um ambiente facilitador é fundamental para o desenvolvimento emocional e
psicológico saudável da criança.

Exemplo: Imagine uma família em que os pais são consistentes em atender às necessidades
emocionais e físicas de sua filha, Maria. Eles respondem com sensibilidade aos sinais de Maria,
proporcionando um ambiente afetuoso e seguro. Quando Maria expressa emoções ou busca
conforto, os pais estão presentes para oferecer apoio emocional, agindo como uma
"sustentação" (holding) para suas necessidades emocionais.

Além disso, os pais estimulam a criatividade de Maria e dão espaço para suas ilusões e
fantasias. Eles encorajam sua expressão criativa, seja por meio de atividades artísticas,
brincadeiras imaginativas ou simples conversas que incentivam a exploração e a expressão do
seu "verdadeiro self".

Neste ambiente facilitador, Maria se sente segura para explorar sua identidade única, expressar
suas emoções e desenvolver um sentido autêntico de si mesma. A consistência, responsividade
e apoio emocional dos pais contribuem para o seu desenvolvimento saudável, permitindo que
seu verdadeiro self se desenvolva de maneira positiva. Este é um exemplo que ilustra como um
ambiente facilitador pode impactar positivamente o desenvolvimento infantil, conforme
proposto por Winnicott.
Falso Self – O conceito de "falso self" na psicanálise, atribuído a Donald W. Winnicott, refere-se
a uma construção defensiva que as pessoas desenvolvem para se proteger de experiências
dolorosas. É uma máscara social ou persona que esconde o verdadeiro eu, formada como uma
resposta a expectativas externas ou traumas. Winnicott destacou sua importância no
desenvolvimento infantil, enfatizando a necessidade de autenticidade emocional para um
desenvolvimento saudável. O reconhecimento e a exploração do verdadeiro eu são essenciais
para superar o falso self.

Exemplo: Imagine uma criança que cresce em um ambiente em que os pais são muito críticos e
exigentes. A criança, naturalmente, deseja a aprovação e o amor dos pais, mas percebe que
expressar suas verdadeiras emoções ou desejos pode levar a críticas ou rejeição.

Para lidar com essa situação, a criança pode desenvolver um falso self. Ela começa a suprimir
ou esconder suas verdadeiras emoções e necessidades, apresentando ao mundo uma imagem
que acredita ser mais aceitável para os pais. Esse falso self pode incluir comportamentos que
não refletem autenticamente quem a criança é, mas que são adotados para evitar conflitos ou
obter aprovação.

Ao longo do tempo, essa criança pode internalizar o falso self como uma forma de se proteger
emocionalmente. No entanto, essa construção defensiva pode levar a uma desconexão do
verdadeiro eu e impactar o desenvolvimento saudável da identidade.

Na psicanálise, a compreensão desse falso self é essencial para terapeutas que buscam ajudar
o indivíduo a reconectar-se com suas emoções autênticas, superando as defesas desenvolvidas
em resposta a experiências passadas.

Verdadeiro Self - Na psicanálise, o termo "Verdadeiro Self" refere-se à parte autêntica e


genuína da personalidade de um indivíduo, em contraste com o "Falso Self", que é uma
construção defensiva. O Verdadeiro Self representa a verdadeira natureza, desejos e emoções
de uma pessoa, não influenciada por máscaras criadas para lidar com pressões sociais ou
traumas. Donald W. Winnicott destacou a importância desse conceito, enfatizando a
necessidade de um ambiente de cuidado para seu desenvolvimento saudável. A psicanálise
busca explorar e compreender o Verdadeiro Self durante a terapia, visando reconectar o
indivíduo com suas emoções autênticas e promover seu bem-estar emocional.
Exemplo: Imaginem uma pessoa que, desde a infância, enfrentou expectativas e pressões
familiares para seguir uma carreira específica, embora seu verdadeiro interesse e paixão
estivessem em outra área completamente diferente. Para se adequar às expectativas dos pais e
evitar conflitos, essa pessoa decide seguir a carreira desejada pelos outros, suprimindo seus
verdadeiros desejos e interesses.

Nesse cenário, o "Falso Self" seria a persona que essa pessoa apresenta ao mundo, mostrando
conformidade com as expectativas externas. O "Verdadeiro Self", por outro lado, seria
representado pelos verdadeiros desejos, paixões e interesses que foram reprimidos para se
ajustar ao que os outros esperavam.

Na psicanálise, o trabalho terapêutico poderia envolver a exploração dessas camadas


superficiais (Falso Self) para permitir que a pessoa se reconecte e expresse seu Verdadeiro Self.
Isso pode envolver a compreensão das motivações subjacentes, o enfrentamento de padrões
de comportamento adaptativos e a promoção de uma autenticidade emocional mais profunda
para alcançar um senso mais integral de identidade e bem-estar.

Holding: O termo "holding" na psicanálise, introduzido por Donald W. Winnicott, refere-se ao


cuidado maternal ou ambiental crucial para o desenvolvimento emocional saudável da criança.
Envolve não apenas o ato físico de segurar, mas também o suporte emocional e psicológico,
proporcionando à criança uma sensação de segurança para explorar o mundo. O "holding
environment" é fundamental para o desenvolvimento do "Verdadeiro Self" da criança. Em
contextos mais amplos, "holding" também pode se referir a qualquer forma de apoio
emocional ou terapêutico que permita a exploração segura de aspectos pessoais durante a
psicoterapia.

Exemplo: Imagine uma mãe que, ao cuidar de seu bebê, responde de maneira sensível e
atenciosa às suas necessidades. Ela conforta o bebê quando chora, sorri quando o bebê está
feliz e está presente de maneira consistente. Além disso, ela permite que o bebê explore o
ambiente ao seu redor de maneira gradual, oferecendo apoio quando necessário.

Neste caso, o ato físico de segurar o bebê nos braços representa apenas uma parte do
"holding". O aspecto mais essencial é a resposta emocional e psicológica da mãe, criando um
ambiente de cuidado que transmite ao bebê uma sensação de segurança. Esse "holding
environment" permite que o bebê desenvolva confiança no mundo ao seu redor, explore suas
próprias emoções e desenvolva um senso inicial de identidade.
Na psicanálise, esse exemplo ilustra como um ambiente de holding adequado é fundamental
para o desenvolvimento emocional saudável de uma criança, contribuindo para a formação do
Verdadeiro Self. O conceito também pode ser aplicado de maneira mais ampla, considerando o
suporte emocional e terapêutico oferecido em contextos psicoterapêuticos para permitir a
exploração segura e a compreensão de aspectos pessoais mais profundos.

Handling: Na psicanálise refere-se ao manejo ou abordagem ativa adotada pelo terapeuta


durante o processo terapêutico. Enquanto "holding" está associado ao ambiente de apoio
emocional, "handling" foca nas ações do terapeuta, como lidar com resistências, fazer
interpretações, escolher técnicas terapêuticas e gerenciar dinâmicas durante as sessões para
promover compreensão e mudança. O uso específico desses termos pode variar entre
diferentes abordagens terapêuticas e praticantes.

Exemplo: Suponhamos que um paciente esteja enfrentando resistência em discutir um tema


específico durante as sessões de terapia. O terapeuta, ao lidar com essa resistência, pode optar
por diferentes estratégias de "handling". Em vez de pressionar diretamente o paciente, o
terapeuta pode adotar uma abordagem mais gentil e exploratória, permitindo que o paciente
revele gradualmente suas preocupações.

Além disso, o "handling" pode envolver interpretações cuidadosas por parte do terapeuta para
ajudar o paciente a compreender padrões de pensamento ou comportamento que podem
estar contribuindo para suas dificuldades. O terapeuta também pode escolher técnicas
terapêuticas específicas, como a exploração de sonhos ou a utilização de metáforas, como
parte do processo de "handling".

Em resumo, "handling" seria a maneira como o terapeuta gerencia ativamente os desafios e as


dinâmicas presentes durante a terapia, usando diferentes estratégias e abordagens para
promover a compreensão e a mudança emocional do paciente.

Complexo de Édipo: O Complexo de Édipo é um conceito central na teoria psicanalítica


desenvolvida por Sigmund Freud. Este complexo faz parte da fase fálica do desenvolvimento
psicossexual da criança, que ocorre aproximadamente entre os 3 e 6 anos de idade.

As principais características do Complexo de Édipo são:


1. Atração pelo Genitor do Sexo Oposto: Durante essa fase, a criança desenvolve
sentimentos de atração pelo genitor do sexo oposto. No Complexo de Édipo clássico,
um menino sentiria atração pela mãe.

2. Rivalidade com o Genitor do Mesmo Sexo: Ao mesmo tempo, a criança desenvolve


rivalidade e hostilidade em relação ao genitor do mesmo sexo. No exemplo clássico,
um menino sentiria ciúmes e rivalidade em relação ao pai.

3. Resolução do Complexo: A resolução do Complexo de Édipo ocorre quando a criança


internaliza os valores e comportamentos do genitor do mesmo sexo, identificando-se
com ele. Isso cria uma base para o desenvolvimento da identidade e dos papéis de
gênero.

4. Incorporação dos Princípios Morais: Durante a resolução do Complexo de Édipo, a


criança também incorpora os princípios morais e culturais transmitidos pelos pais.

É importante notar que o Complexo de Édipo é uma construção teórica e não implica
necessariamente a ocorrência de desejos incestuosos reais. Ele representa uma fase normal do
desenvolvimento psicossexual infantil, e a sua resolução é crucial para a formação da
identidade e da consciência moral.

O termo "Complexo de Édipo" foi inspirado na tragédia grega "Édipo Rei", na qual Édipo
inadvertidamente mata seu pai e se casa com sua mãe, sem saber de sua verdadeira
identidade.

Exemplo: Suponha um menino chamado Pedro, que está na fase fálica do desenvolvimento
psicossexual, por volta dos 4 anos de idade.

1. Atração pela Mãe: Pedro desenvolve sentimentos de atração pela mãe. Ele deseja
passar mais tempo com ela, busca sua atenção e expressa um ciúme crescente quando
percebe a presença do pai.

2. Rivalidade com o Pai: Ao mesmo tempo, Pedro começa a sentir rivalidade e ciúmes em
relação ao pai. Ele percebe que o pai é o objeto do desejo da mãe e se sente ameaçado
por isso. Surge um medo simbólico da castração, associado à perda imaginada do
pênis.

3. Resolução do Complexo de Édipo: A resolução do Complexo de Édipo ocorre quando


Pedro internaliza os valores, normas e características do pai. Ele começa a identificar-se
com o pai, adotando seus padrões de comportamento e internalizando as regras
sociais.

4. Desenvolvimento da Consciência Moral: Durante esse processo, Pedro também


começa a internalizar as normas sociais que regulam seus desejos. Ele percebe que
existem limitações e regras para o comportamento, formando assim uma base para o
desenvolvimento da consciência moral.

O exemplo de Pedro ilustra como o Complexo de Édipo é um estágio normal do


desenvolvimento psicossexual infantil, onde a criança lida com sentimentos de atração e
rivalidade em relação aos pais. A resolução desse complexo é essencial para a formação da
identidade e a internalização das normas sociais. Vale ressaltar que esse exemplo é uma
representação simplificada, e o desenvolvimento de cada criança é único.

Castração: O conceito de castração, no contexto do Complexo de Édipo, não se refere a uma


ameaça física real de castração, mas simbólica. Esse simbolismo é central na teoria freudiana e
representa um ponto crucial na resolução do Complexo de Édipo.

Durante o Complexo de Édipo, o menino percebe que sua mãe não possui um pênis como ele
e, ao mesmo tempo, desenvolve sentimentos de atração por ela. A figura do pai entra como
uma ameaça simbólica de castração. Essa ameaça não é uma punição real, mas um medo
psíquico que surge como consequência dos desejos incestuosos do menino pela mãe.

A função simbólica da castração no Complexo de Édipo pode ser resumida da seguinte forma:

1. Reconhecimento da Diferença Sexual: A criança, ao reconhecer a diferença anatômica


entre os sexos, experimenta ansiedade em relação à ameaça imaginada de castração.

2. Desenvolvimento da Consciência Moral: O medo da castração simbólica é um dos


elementos que contribui para a internalização das regras sociais e o desenvolvimento
da consciência moral. Ao renunciar aos desejos incestuosos e identificar-se com o
genitor do mesmo sexo, a criança aceita as normas e valores sociais.

3. Estabelecimento da Ordem Social: A aceitação simbólica da castração contribui para a


ordem social, uma vez que as regras e normas sociais são internalizadas, ajudando a
estabelecer limites ao comportamento humano.

4. Formação da Identidade de Gênero: A resolução do Complexo de Édipo, que inclui a


aceitação simbólica da castração, desempenha um papel crucial na formação da
identidade de gênero e na integração das normas sociais relacionadas ao papel do
indivíduo na sociedade.

Portanto, a castração no Complexo de Édipo refere-se a um processo simbólico fundamental


para o desenvolvimento psicossexual e a formação da personalidade.

Diferenças no Processo de “castração” entre meninos e meninas:

Na teoria psicanalítica, a ideia de castração é central, principalmente no contexto do Complexo


de Édipo. Essa fase do desenvolvimento psicossexual ocorre de maneira um pouco diferente
para meninos e meninas, refletindo as diferenças anatômicas e as complexidades das relações
parentais.

Para Meninos:

1. Ameaça de Castração: No Complexo de Édipo, o menino enfrenta a ameaça simbólica


de castração. Ele teme perder o pênis como punição por seus desejos incestuosos em
relação à mãe.

2. Identificação com o Pai: A resolução do Complexo de Édipo para meninos envolve a


identificação com o pai como forma de superar o medo de castração. Ao internalizar os
valores e características paternas, o menino desenvolve seu superego.

Para Meninas:

1. Reconhecimento da Ausência: Ao contrário dos meninos, as meninas não enfrentam a


mesma ameaça direta de castração. No entanto, elas enfrentam um desafio diferente:
o reconhecimento da ausência do pênis.

2. Complexo de Castração: Freud introduziu o conceito de "complexo de castração" para


meninas, envolvendo o reconhecimento de que não têm um pênis como os meninos.
Esse reconhecimento está relacionado à inveja do pênis e à necessidade de aceitar seu
papel feminino.

Diferenças em Resolução:

1. Identificação com o Mesmo Sexo: Tanto para meninos quanto para meninas, a
resolução do Complexo de Édipo envolve a identificação com o genitor do mesmo sexo.
Meninos identificam-se com o pai, enquanto meninas identificam-se com a mãe.
2. Desenvolvimento da Consciência Moral: Ambos os sexos internalizam normas e
valores sociais durante o processo de resolução, contribuindo para o desenvolvimento
da consciência moral.

É importante notar que as representações da teoria psicanalítica nem sempre refletem as


experiências individuais precisas e são interpretadas e aplicadas de maneira variada por
diferentes teóricos e terapeutas. Além disso, as perspectivas e interpretações evoluíram ao
longo do tempo, incorporando contribuições de diversos psicanalistas.

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