Educação Infantil

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A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Autor: Tatiana Ribeiro Miranda

RESUMO

O paper tem como tema: “A Importância dos Jogos na Educação Infantil”, pois o
brincar é imprescindível no ambiente escolar. Por meio do lúdico a criança
desenvolve sua criatividade e o conhecimento através dos jogos. Com intuito de
educar e ensinar se divertindo, o professor estimula a interação do aluno com a
outra parte, pois o jogo contribui para nossa saúde física e mental de forma
integrada oportunizando o aperfeiçoamento de nossas qualidades e a superação de
algumas dificuldades, somente observando cada aluno e suas necessidades e
considerando sua aprendizagem que o professor poderá planejar atividades lúdicas
com base em suas vivencias e realidade. O processo de aprendizagem se torna
mais prazeroso e interessante quando os jogos são inseridos nesse processo. Para
tanto o jogo quando usado como recurso é uma vertente no processo, desta forma
buscar a importância que o lúdico tem para a criança e para a aprendizagem é o
eixo central desse estudo. Para alcançar os objetivos do estudo foi através uma
pesquisa bibliográfica no qual buscou elucidar por meio de estudos já publicados.

Palavras-chave: Alfabetização. Jogos. Lúdico. Criança.

1 INTRODUÇÃO

O presente paper tem então como objetivo apresentar o conceito de


alfabetização, ludicidade e defender o uso de jogos em sala de aula na Educação
Infantil, salientando a importância que esse recurso traz ao processo de ensino-
aprendizagem ao ajudar a expandir o repertório de palavras do discente, assim
como a estimulação de variadas áreas do desenvolvimento infantil, como a
motricidade e a cognição e também como os jogos em sala de aula podem
influenciar na resolução de problemas pedagógicos, como a indisciplina, a apatia e a
necessidade de superação de uma aprendizagem mecânica que já não cabe mais
em pleno século vinte e um.

Buscando compreender, investigar, analisar e observar ainda mais sobre o


campo da Educação Infantil, especialmente no que se refere às discussões atuais
bastante recorrentes sobre a metodologia de ensino aplicada na Educação Infantil,
abordando aspectos relativos à metodologia e suas implicações no processo de
ensino-aprendizagem e um outro ponto a ser comentado é que a importância em
relação a questão metodológica tem para uma qualificação das práticas
alfabetizadoras. E neste sentido procura-se enforcar que a alfabetização como
sendo o primeiro passo para a vida escolar do educando, necessita por parte do
professor conhecimento e reflexão sobre sua metodologia, pois a mesma é como
uma ferramenta de trabalho que o professor possui para atingir seus objetivos em
relação ao que considera necessário para que o aluno construa em seu processo de
alfabetização.

Os métodos tradicionais de alfabetização inicial consistem na forma como o


educador transmite seus conhecimentos aos seus alunos. Porém, muito desses
professores não estão capacitados para compreender algumas dificuldades que a
criança enfrenta antes de entender o verdadeiro sentido da leitura e da escrita, Por
tanto, a utilização dos jogos e brincadeiras em sala de aula auxilia o processo de
aprendizagem, estimulando e despertando o interesse do aluno, trabalhando o lado
lúdico e mágico da fantasia, desenvolvendo um melhor rendimento das crianças.

Esta investigação surge pela necessidade de descrever a incorporação do


lúdico na prática docente e os benefícios para o processo ensino-aprendizagem dos
educandos do primeiro ano do ensino fundamental. Limitando-se a identificar as
facilidades e dificuldades para a incorporação do lúdico e quais os benefícios que o
lúdico trouxe para as turmas do primeiro ano do ensino fundamental. Tendo em vista
que é grande a responsabilidade do educador para alcançar a aprendizagem dos
educandos fazendo-se a integração dos conteúdos curriculares propostos com o
lúdico (jogos, brinquedos e brincadeiras), mas todos têm o direito de aprender e
aprender com prazer o resultado será bem melhor.

Brincar é um modo fundamental de comunicação, por está maneira a criança


pode reproduzir a sua rotina diária, através das atividades lúdicas a aprendizagem é
melhor desenvolvida, assim, auxiliando na construção da criatividade, autonomia e
reflexão.

2 DEFINIÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO
A alfabetização é um dos pilares da socialização secundária do indivíduo,
sendo a escola peça fundamental para o estabelecimento dos primeiros vínculos
com o mundo externo que a criança constrói. A maior riqueza de um país é a sua
educação, que no processo de ensino-aprendizagem começa pelas séries iniciais e
pelo ensino das primeiras letras, ou seja, a alfabetização. Pode-se definir
alfabetização como o processo inicial de transmissão da leitura e da escrita, tendo
sua origem devido às necessidades da comunicação do dia a dia da humanidade,
perpetuada de geração a geração.

No tempo em que surgiu a leitura e a escrita, pouca importância se dava ao


real processo de alfabetização, até porque a necessidade de domínio da mesma era
menor. A intenção inicial era somente a de comunicação, então aprendia e se
ensinava apenas o básico para se comunicar, tendo como forma de ensino um
modelo altamente mecânico, o tão famoso e atualmente combatido, “be – a – bá ”.

Na atualidade, muito se discute sobre novas formas de alfabetizar. Já não


cabe mais dentro da sala de aula um modelo mecanicista, muito menos a ideia de
que todos os alunos vão aprender a ler e a escrever da mesma forma, é preciso que
o professor esteja atento a essas nuances. Como cada criança tem o seu próprio
tempo e maneira de absorver o conteúdo, às vezes é necessário que o educador
expanda seus horizontes e apresente novas táticas pedagógicas que melhor vão se
adequar aquela classe ou aquele aluno em especial.

Infelizmente, há de se convir que a realidade é uma só: as escolas


brasileiras, de modo geral, formam alunos que mal conseguem ler e escrever e que
não sabem ao menos interpretar e produzir pequenos textos. Isso acontece pelo
pouco investimento na educação pública e também pelo trabalho ineficiente de
alfabetização das séries iniciais do ensino fundamental.

Para que isso seja minimizado, é necessário que haja um compromisso com
a qualidade do ensino, que não depende somente do professor e sim de todo corpo
pedagógico, além do envolvimento da família e de boas estruturas físicas do
ambiente escolar, junto a materiais adequados para aula e o conhecimento das
necessidades dos alunos, o que é de grande valia na escolha de um método de
alfabetização que melhor se adapte a eles, como por exemplo, o uso de jogos, que
podem ser instrumentos de grande auxílio nesse processo, e para mais, representar
mudança nessa velha concepção de ensino.

Portanto alfabetizar é proporcionar condições para que o indivíduo – criança


ou adulto- tenha acesso ao mundo da escrita, tornando-se capaz não só de ler e
escrever, enquanto habilidades de codificação e decodificação do sistema de
escrita, mas, sobretudo, de fazer uso real e adequado da escrita com cidadania
plena. Existem algumas sugestões quanto ao ensino da linguagem oral, composição
escrita, leitura com interpretação, jogos e brincadeiras e uma infinidade de materiais
que servem como material de apoio na alfabetização.

O objetivo da alfabetização é favorecer o desenvolvimento da comunicação e


expressão com ênfase no processo de utilização de textos e garantir a utilização dos
mecanismos básicos da leitura e escrita. É um processo interno, que acontece de
diversas maneiras em cada indivíduo dependendo da forma como é estimulado. É
caracterizada por grandes dificuldades e conflitos a nível cognitivo, levando a
criança a estar em constante coordenação de informações e reconstrução de seu
conhecimento adquirido, provocando assim mudanças internas e grandes avanços
para se chegar ao pleno desenvolvimento da escrita e da leitura.

De uma maneira mais ampla, a alfabetização é definida como uma etapa


onde a criança constrói a gramática em suas transformações. Esse processo não se
limita na obtenção dessas práticas mecânicas do ato de ler, mas na habilidade de
compreender, criticar, interpretar, produzir conhecimento e ressignificar. Todas
essas competências ditas acima, só serão alcançadas se os alunos usufruírem de
acessos a todos os tipos de textos.

A criança/aluno precisa encontrar os usos sociais da leitura e da escrita, a


alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de compreensão
e uso da linguagem de uma maneira geral. A alfabetização promove a socialização,
já que possibilita o estabelecimento de novos tipos de trocas simbólicas com outros
indivíduos, acesso a bens culturais e a facilidade oferecida pelas instituições sociais.
É um fator propulsor do exercício consciente da cidadania e do desenvolvimento da
sociedade como um todo.
3 DEFINIÇÃO DE LUDICIDADE

Há muitos anos o lúdico é instrumento de pesquisa e estudo de diferentes


áreas. A palavra: lúdico, vem do latim ludus e significa brincar. Estão envolvidos
neste brincar, os jogos, brinquedos e brincadeiras. Por sua vez, a prática educativa
do jogo beneficia a aprendizagem, seu conhecimento, saber e sua percepção de
mundo.

A atividade lúdica se caracteriza por uma articulação muito frouxa entre o


fim e os meios. Isso não quer dizer que as crianças não tendam a um
objetivo quando jogam e que não executem certos meios para atingi-lo, mas
é frequente que modifiquem seus objetivos durante o percurso para se
adaptar a novos meios ou vice-versa [...], portanto, o jogo não é somente
um meio de exploração, mas também de invenção (Bruner, apud Brougère,
1998, p.193).

A atividade lúdica apareceu como um atual modo de tratar os conhecimentos


de diversas formas e também é uma atividade que favorece a interdisciplinaridade.
O lúdico é identificado como fundamento essencial para o desenvolvimento das
várias habilidades em especial a compreensão da criança.

Através do lúdico o indivíduo aprende a lidar numa condição cognitiva.


Segundo Dohme, 2003, ludicidade referem-se "aos jogos pedagógicos; brincadeiras;
dinâmicas de grupo; recorte e colagem; dramatizações; exercícios físicos; cantigas
de roda; atividades rítmicas e atividades nos computadores". De acordo com autor a
criança age de uma maneira mais evoluída do que nas atividades da vida real. A
ludicidade é uma exigência do ser humano em qualquer fase da vida e não pode ser
vista apenas como diversão. O crescimento da condição lúdica auxilia o
desenvolvimento social, o pessoal e cultural, além de facilitar os processos de
aprendizagem, construção do conhecimento e expressão.

3.1 ALFABETIZAÇÃO X LÚDICO

A brincadeira é para criança de extrema importância, pois ela não acontece


ao acaso, mas é uma forma da criança se comunicar com o mundo e consigo
mesma. A brincadeira é segundo Kishimoto (2002) uma atividade que começa desde
o nascimento da criança e tem por objetivo incialmente apenas a interação com o
meio no qual está inserida

É a partir da brincadeira que a criança aprende a se relacionar com o mundo,


de forma a oportunizar o desenvolvimento da autonomia e criatividade.

Para Pinto e Lima (2003):

A brincadeira e o jogo são as melhores maneiras de a criança comunicar-se


sendo um instrumento que ela possui para relacionar-se com outras
crianças. É através das atividades lúdicas que a criança pode conviver com
os diferentes sentimentos que fazem parte da sua realidade interior. Ela irá
aos poucos se conhecendo melhor e aceitando a existência dos outros,
estabelecendo suas relações sociais (PINTO E LIMA, 2003, p.5).

Um aspecto muito presente na brincadeira é a ludicidade, um exemplo disso é


quando um bebê é estimulado a interagir com pessoas próximas a ele com sons,
cores, movimentos e brinquedos, tudo isso é a iniciação espontânea à brincadeira,
ao lúdico.

Cada vez mais reconhecidas como fonte de benefícios para as crianças, às


brincadeiras tradicionais vêm recebendo a valorização de pais, e educadores no
geral. E é neste contexto que a programação curricular tem tido atenção especial a
atividades que envolvam a ludicidade permitida pela brincadeira principalmente na
educação infantil.

Nas brincadeiras, a criança transforma os conhecimentos adquiridos


anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. É comum, quando uma
criança chega a casa após o término das aulas e reproduz para os pais, bonecos,
bichos de estimação da aula dada naquele dia, como se ela fosse a professora, ou
mesmo quando, faz imitação de cenas vistas em televisão, no cinema ou narradas
em livros.

Embora possua uma gama enorme de conhecimentos, estes se encontram


fragmentados. É no ato de brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos
entre as características do papel assumido, suas competências e as relações que
possui com outros papéis, tomando então consciência disto e generalizando para
outras situações em sua vida.
Para Winnicott (1975), uma criança que não for estimulada para as
brincadeiras simbólicas, poderá apresentar um esquema simbólico empobrecido e
em consequência disto poderão surgir problemas no desenvolvimento da linguagem.

E ainda segundo o autor brincar é:

“É a brincadeira que é universal e que é própria da saúde: o brincar facilita o


crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos
grupais; o brincar pode ser uma forma de comunicação na psicoterapia;
finalmente, a psicanálise foi desenvolvida como forma altamente
especializada do brincar, a serviço da comunicação consigo mesmo e com
os outros”. (WINNICOLT, 1975; p.63).

A alfabetização como já foi citado, é um processo que passa por várias


esferas, por isso falar em ludicidade é importante, principalmente considerando que
para as crianças que saem da educação infantil e vão ser alfabetizadas este
contexto está muito presente.

No processo de alfabetização é necessário que o lúdico seja associado à


alfabetização. Para Vygotsky (1987), a escrita é a aquisição de um sistema
simbólico de representação da realidade, onde a brincadeira tem o papel de
representar a realidade.

“O desenhar e brincar deveriam ser estágios preparatórios ao


desenvolvimento da linguagem escrita das crianças. Os educadores devem
organizar todas essas ações e todo o complexo processo de transição de
um tipo de linguagem escrita para outro. Devem acompanhar esse processo
através de seus momentos críticos até o ponto da descoberta de que se
pode desenhar não somente objetos, mas também a fala. Se quiséssemos
resumir todas essas demandas práticas e expressá-las de uma forma
unificada, poderíamos dizer o que se deve fazer é, ensinar às crianças a
linguagem escrita e não apenas a escrita de letras” (VYGOTSKY, 1987,
p.134).

Desta forma é importante que o professor faça o uso do lúdico para


alfabetizar, pois a criança é fortemente induzida pela brincadeira, e com isso o
processo pode ser facilitado, então adotar determinado método requer que o
professor esteja atento às necessidades dos alunos.

Uma criança quando canta ela esta expressando os seus sentimentos, esta é
a forma que ela tem de interagir com o meio e consigo mesma. A brincadeira e o faz
de conta é parte da vida da criança, através do lúdico a criança cria situações irreais
que são levadas para o mundo real, e através delas são gerados conhecimentos.
A criança desde muito pequena aprende brincando, para ela isso é natural,
então, por que não o professor fazer com que a alfabetização também seja natural
para a criança. Para isso o educador deve utilizar de uma metodologia em que as
crianças se sintam motivadas.

A utilização dos jogos no processo de alfabetização de crianças é eficaz, uma


vez que o jogo é um importante componente pedagógico como afirma Queiroz
(2003), podendo ser utilizado como forma de incentivo a reflexão, fazendo-se
importante para a criança expressar-se, interagir com seus colegas, e desenvolver a
aprendizagem.

A formação da linguagem é estimulada com a utilização dos jogos e


brincadeiras e como defende Santos (2000):

Ganha espaço, como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que


propõe estímulo ao interesse do aluno, desenvolve níveis diferentes de sua
experiência pessoal e social, ajuda-o a construir novas descobertas,
desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento
pedagógico que leva ao professor a condição de condutor, estimulador e
avaliador da aprendizagem. (SANTOS, 2000, p. 37)

O jogo é em si, muito importante para o desenvolvimento da criança e para


seu processo de alfabetização, uma vez que a utilização do lúdico por meio de
brincadeiras permite o contato com a linguagem. A brincadeira em si não está
presente como um componente curricular, mas deve ser utilizada de forma a
proporcionar a criatividade e a interação dos alunos, bem como forma de estimular o
desenvolvimento da criança e com isto o desenvolvimento da alfabetização.

Para a criança, a brincadeira vai se tornando complexa conforme ela vai


adquirindo capacidades diferenciadas, ou seja, a partir do momento que a criança é
capaz de realizar ações mais complexas as brincadeiras vão tornando-se mais
complexas também.

A inserção e importância da brincadeira ocorreram quando a criança passou a


ocupar um papel diferenciado na sociedade, pois na Antiguidade ela era vista como
um adulto em miniatura, porém esta visão modificou-se bastante e hoje ela é vista
como um ser social, que faz parte da organização familiar. A criança passou a ser
vista como um ser que constrói conhecimento através das interações que realiza
com o meio, e desta forma estrutura o seu desenvolvimento.
Santos (1999) afirma que a brincadeira é a primeira forma de expressão do
ser humano, sendo o movimento dos dedos a primeira manifestação de brincadeira
para a criança. A importância que a evolução da brincadeira tem no contexto infantil
e na alfabetização levaram alguns estudiosos a desenvolverem sua linha de estudo
pautada no benefício para o desenvolvimento infantil.

Froebel em seus estudos observou a importância da brincadeira para a


criança, segundo Aranha (2002) ao perceber o significado e função da brincadeira
no desenvolvimento sensório-motor da criança, Froebel passa a dar mais ênfase a
atividades lúdicas, além de Aranha, Kishimoto (2002) também traça esta perspectiva
para o trabalho de Froebel, uma vez que para ele as atividades lúdicas são fatores
determinantes da aprendizagem das crianças, e com isto a criança interage com o
brinquedo, criando espaço então, para expressar a fala representada no seu próprio
imaginário.

Kishimoto (2002) diz que:

[...] Acreditou na criança, enalteceu sua perfeição, valorizou sua liberdade e


desejou a expressão da natureza infantil por meio de brincadeiras livres e
espontâneas. Instituiu uma Pedagogia tendo a representação simbólica
como eixo do trabalho educativo, sendo reconhecido por isso como
psicólogo da infância. (KISHIMOTO. 2002, p. 57).

Piaget (1978) traça cada tipo de brincadeira de acordo com o nível de


desenvolvimento cognitivo da criança, ou seja, o tipo de brincadeira varia conforme o
nível de cognição da criança, havendo assim uma relação entre a acomodação e
assimilação das informações, ou seja, este conceito piagetiano evidencia que
durante a atividade lúdica infantil à medida que as crianças brincam, assimilam
novas informações e acomodam-nas às suas estruturas mentais.

Piaget (1978) define o jogo como:

O jogo é, portanto, sob suas duas formas essenciais de exercício sensório-


motor e de simbolismo, uma assimilação do real à atividade própria,
fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em
função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de
educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um
material conveniente a fim de que jogando, elas cheguem a assimilar às
realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores a inteligência
infantil. (PIAGET. 1973, p.160)
Enfim, Piaget vê na brincadeira uma forma da criança, buscar compreender
melhor as questões que lhe são propostas, assimilando e acomodando, assim, o
novo conhecimento.

A teoria de Vygotsky a respeito da brincadeira está explicita na obra da autora


Aranha (2002), na qual ela afirma que para Vygotsky a brincadeira e o jogo são
atividades específicas da infância.

Vygotsky considera o ato de brincar muito importante para a criança, pois


estas correlacionam os significados de várias formas, estabelecendo assim, uma
estrita relação entre a brincadeira e a aprendizagem, uma vez que Vygotsky, ainda
afirma em sua teoria que o meio de convívio influencia em como irá proceder ao
desenvolvimento cognitivo.

A alfabetização é um processo amplo, o qual requer atenção para que a sua


realização não ocorra de forma unicamente sistemática, sem observar o aluno. Para
a ocorrência deste processo é preciso observar que o indivíduo a ser alfabetizado
requer uma metodologia adequada, e para isto utilizar-se da ludicidade é importante,
uma vez que as crianças que saem da educação infantil para as turmas de
alfabetização possuem este contexto muito presente.

Para Vygotsky (1987), a escrita é a aquisição de um sistema simbólico de


representação da realidade, onde a brincadeira tem papel em representar a
realidade. Desta forma as instituições de Educação Infantil através de suas
atividades envolvem a criança para que ocorra o estímulo ao seu processo de
desenvolvimento.

Vygotsky (1987) diz que:

“O desenhar e brincar deveriam ser estágios preparatórios ao


desenvolvimento da linguagem escrita das crianças. Os educadores devem
organizar todas essas ações e todo o complexo processo de transição de
um tipo de linguagem escrita para outro. Devem acompanhar esse processo
através de seus momentos críticos até o ponto da descoberta de que se
pode desenhar não somente objetos, mas também a fala. Se quiséssemos
resumir todas essas demandas práticas e expressá-las de uma forma
unificada, poderíamos dizer o que se deve fazer é, ensinar às crianças a
linguagem escrita e não apenas a escrita de letras” (VYGOTSKY, 1987,
p.134).

Desta forma, é importante que o professor faça o uso do lúdico para


alfabetizar, pois a criança é fortemente induzida pela brincadeira, e com isso o
processo pode ser facilitado, então adotar determinado método requer que o
professor esteja atento às necessidades dos alunos.

Adotar a brincadeira e toda a ludicidade que ela traz consigo proporciona a


alfabetização a criação de situações de aprendizagens através da intersecção entre
o irreal e o real, e com isto possibilita que a criança construa o significado dos vários
símbolos e formule por si só os processos da alfabetização. Neste contexto a
alfabetização é melhor estimulada quando há a criação de um ambiente
alfabetizador, o qual pode ser perfeitamente realizado através de brincadeiras.

A brincadeira não ocorre ao acaso, ela é a primeira forma da criança se


comunicar consigo mesma e com o mundo, é uma maneira eficiente de ensiná-la,
através do jogo envolvente proporcionado pela brincadeira, à criança aprende
conceitos, pois é através dele que esta executa ações da forma mais natural
possível, uma vez que ela é envolvida em um contexto maior.

A criança é estimulada de diferentes maneiras a aprendizagem, desde o seu


nascimento ela é induzida a desenvolver habilidades variadas, quando a criança
está inserida no contexto escolar a aprendizagem é apontada como principal
enfoque da instituição educacional, por isto o ambiente alfabetizador é aquele que
estimula a criança, sem haver excessos por parte do educador.

Todo o material a ser exposto pelo educador deve ser selecionado de forma a
respeitar o desenvolvimento da criança, porém a apresentação de materiais escritos
deve fazer parte do cotidiano escolar, com a finalidade de que o aluno se familiarize
com o mesmo.

O professor não precisa esperar por um momento específico para expor o


material escrito. Todo e qualquer material pode ser apresentado em
qualquer fase do processo de aprendizagem, cada aluno absorverá o que
sua fase permite (RUSSO; VIAN, 1995, p 18).

O ambiente escolar deve ser motivador havendo diversos materiais que


propiciem a alfabetização, dando assim a oportunidade para que a criança exponha
suas ideias sentindo-se à vontade também em desenvolver suas habilidades e com
isso o processo de alfabetização será facilitado.

O ambiente alfabetizador é aquele que estimula a aprendizagem do aluno, ao


mesmo tempo em que contribui para a alfabetização do mesmo, ou seja, promove
um conjunto de situações reais de leitura e escrita nas quais as crianças tem a
oportunidade de participar.

Qualquer local pode ser um ambiente alfabetizador, isto é, não é apenas a


sala de aula; o local onde a alfabetização ocorrerá dependerá da situação criada e
proposta pelo professor; porém, é importante lembrar que a proposta do professor é
passível de mudança.

5 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Entretanto o lúdico é imprescindível no ambiente escolar, embora a definição


e a ação prática do brincar cause discussão. Mesmo hoje em dia se busca uma
definição em que se pode abranger o brincar em toda sua diversidade.

Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil diz que:

“O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que


assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as
crianças agem frente à realidade de maneira não-lateral, transferindo e
substituindo suas ações e características do papel assumido, utilizando-se
de objetos substitutos.” (BRASIL, p.27, v.01, 1998).

Portanto o brincar é ferramenta de fundamental importância com relação ao


desenvolvimento da criança, na medida em que ela pode modificar e produzir
significados novos. Quanto mais a criança for estimulada, observa-se que rompe
com a relação de subordinação ao objeto, atribuindo o novo significado,
expressando assim seu caráter ativo, no decorrer do seu desenvolvimento próprio.

Zanluchi (2005) reafirma que:

“Quando brinca, a criança prepara-se a vida, pois é através de sua


atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e social, bem
como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas”. Assim,
destacamos que quando a criança brinca, parece mais madura, pois entra,
mesmo que de forma simbólica, no mundo adulto que cada vez se abre
para que ela lide com as diversas situações (ZANLUCHI, p. 89, 2005).

O brincar é mágico em sua relação com os alunos, pois eles sempre estão
dispostos a brincar! Logo esse fato é de suma importância, estimulando e
promovendo a motivação, ocasionando participação e interação em relação ao aluno
e o conhecimento, proporcionando uma aprendizagem de qualidade, adaptada a
cada indivíduo, pelo processamento pessoal dessas atividades. E é no brincar, que
as vivências acontecem de forma coletiva (aquilo que conquistamos na relação com
os outros colegas) e individual (por causa dos diferentes papéis vividos em cada
brincadeira).

Existem muitas teorias sobre o brincar. Acreditamos que ele seja tão antigo
quanto as criaturas do planeta, pois os animais já brincavam entre si, fomentando o
lúdico como fator de vinculo e afeto. O homem primitivo já possuía suas brincadeiras
o que reitera o lúdico como algo essencial e elementar para o ser humano.

Ao acompanharmos a evolução das pesquisas sobre o brincar no universo


infantil, encontramos os autores fascinantes como Piaget, Vygotsky, Adriana
Friedman, dentre outros.

Na releitura de artigos publicados desses autores, encontramos muitos


fatores que aproximam um do outro, e isso desmitifica a ideia de que temos de
seguir uma linha na Educação.

Segundo o dicionário Aurélio (2010), de origem latina, vem do vinculum, que


quer dizer, laço, algema derivada do verbo vincule virou brinco e originando o verbo
brincar. O brincar é uma ação que se desenvolve no ato de jogar. Aprendizado
cultural que se expressa de diversas formas.

O brincar é um estado existencial das pessoas em diversas situações das


suas vidas. Manifesta-se nos jogos, nas brincadeiras, brinquedos em formas de
objetos, cultura popular, reuniões de amigos, montagens ou confecções de
brinquedos entre outros.

A elaboração desse trabalho fundamenta-se nos pressupostos teóricos dos


grandes pensadores e críticos da educação, tais como Piaget, Vygotsky, dentre
outros, que através de orientações e considerações a respeito da essência do
brincar fornecem uma clara reflexão da importância do brincar no desenvolvimento e
aprendizagem da criança.

Com objetivo de compreender a essência do brincar na promoção da


aprendizagem da criança, levando em consideração que através do mesmo a
criança se desenvolve a respeitar limites, socialização e exploração da criatividade,
bem como a interação.
4.1 REINVENTANDO O ENSINAR EM SALA DE AULA ATRAVÉS DOS JOGOS

Hoje se discute em demasia a grande necessidade de que atividades sejam


realizadas em sala de aula a partir de meios concretos e com o uso de materiais
lúdicos adequados à faixa etária e a aprendizagem de cada criança (AGUAYO,
2013). Sendo brincar o principal modo de expressão da infância, ela é considerada
então uma das atividades mais importantes para que a criança se constitua e se
reconheça como sujeito pertencente de determinada cultura.

É necessário compreender que a aprendizagem só se torna significativa


quando a tarefa ou o conteúdo a ser aprendido se torna significativo durante o seu
processo de internalização e passa a fazer sentido para o educando (AUSUBEL,
NOVAK E HANESIAN, 1980). Segundo Freire (1997), as brincadeiras têm grande
significado no período da infância, onde de forma segura e bem estruturada pode
estar tanto presente nas aulas de Educação Física quanto dentro da sala de aula na
rotina escolar. Sendo assim, estimular o lúdico é importante, pois é através da
brincadeira que se promove o desenvolvimento infantil (VYGOTSKY, 1998).

Ainda para o autor, o jogo estimula a criança no desenvolvimento de


processos internos de construção do conhecimento e no âmbito das interações com
os outros, e pode ser a partir do jogo que a criança transforma pela imaginação os
objetos produzidos socialmente.

Ao potencializar essas características, são proporcionadas ao professor


condições de analisar e de compreender o desenvolvimento do raciocínio do aluno e
de dinamizar a relação entre ensino e aprendizagem, por meio de reflexões sobre as
jogadas realizadas pelos jogadores (APRESENTAÇÃO e TEIXEIRA, 2014),
oferecendo ao docente a possibilidade de mais a frente, à medida em que se
desenvolve como sujeito, reconstituir e reinventar aquilo que outrora foi aprendido, já
que é exatamente o que a criança absorve quando pequena que será sua base para
uma aprendizagem superior.

Na educação infantil, o brincar estará sempre presente, pois é brincando


que a criança entende o seu mundo. É brincando que ela aprende. Por meio
da brincadeira a criança interage com o meio (objeto, pessoas). A
brincadeira pode ou não ter regras. Ela oportuniza a imaginação e suas
regras são “abertas” e sugere participação mais livre e descontraída, bem
dentro do espírito da atividade lúdica. É a ação que a criança desempenha
ao concretizar as possíveis regras, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se
dizer que é o lúdico em ação. Dessa forma brinquedo e brincadeira
relacionam-se com a criança e não se confunde com jogo (KISHIMOTO,
1999).

O trabalho de leitura e cópia era o segredo da alfabetização nos primórdios, e


segundo Cagliari, como herança, por muito tempo os alunos ficaram condicionados
a cópias, cobrir pontilhados e a aprender o som das letras somente, ficando assim a
mercê de um método que não priorizava os desafios para alcançar o conhecimento,
muito menos colaborava para a motivação ao aprender (AGUAYO, 2013). Desse
modo, ao lançar mão de jogos no contexto escolar, o professor contará com
excelentes auxiliadores no processo de ensino aprendizagem, pois além de
contribuírem para a estimulação do lúdico, se utilizados no momento correto, ajudam
a transmitir o conteúdo passado em sala de aula. Eles trazem possibilidades de
crescimento pessoal, pois quando a criança brinca ou participa de jogos, libera
necessidades e interesses espontaneamente, também induzem na criança uma
noção de respeito, exigindo atenção, controle e raciocínio maior ao que está sendo
feito.

Os jogos lúdicos apresentam oportunidades para a criança experimentar


acontecimentos, baseado no desenvolvimento de jogos elaborados que possibilita
uma experiência com a lógica e o raciocínio, permitindo exercícios mentais e físicos
que beneficiam a condição social, produzindo as reações cognitivas, culturais,
morais e linguísticas.

Conforme (Friedman, 1996, p. 41), os jogos lúdicos permitem uma situação


educativa cooperativa e interacional, ou seja, quando alguém está jogando está
executando regras do jogo e ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de
cooperação e interação que estimulam a convivência em grupo. Por tanto, nesta
visão, os jogos se encaixam em práticas pedagógicas, ausência de pressão no
âmbito, auxilia na aprendizagem de noções e habilidades. De modo que, cria uma
relação muito próxima entre jogo lúdico e educação de crianças para benefício do
ensino de conteúdos escolares e como recurso para motivação no ensino.

Apesar dos jogos terem uma relação direta com a recreação, o jogo deve ser
motivador, ter intenções, significados, objetivos e formas (NETO, 2001), assim
quando os jogos e as brincadeiras são realizados para contemplar um conhecimento
sobre determinada área na alfabetização, ele passa a não ser apenas o brincar por
brincar, mas sim um estímulo para a assimilação dos conteúdos de uma forma mais
fácil e prazerosa (AGUAYO, 2013).

É interessante observar que ao trabalhar com jogos em sala de aula, não só o


desenvolvimento intelectual e psíquico da criança estará sendo trabalhado. Além de
toda essa contribuição, os mesmos ainda contribuem muito para a construção dos
limites que precisam existir dentro das relações humanas, objetivando criar um
ambiente descontraído que viabilize a aprendizagem significativa por meio da
observação, da criatividade, do pensamento lógico, da resolução de situação
problema, da articulação com diferentes conhecimentos e da inter-relação com a
diversidade (APRESENTAÇÃO e TEIXEIRA, 2014), primeiramente estabelecidas
dentro desse contexto.

Os jogos contam com regras e tempo pré-estabelecidos, então a criança vai


ali começar a desenvolver seu autocontrole para conseguir jogar. Se a criança é
inicialmente egocêntrica, egoísta, ou não sabe se relacionar com os colegas, todos
esses aspectos serão trabalhados de forma indireta através dos jogos, assim é de
fundamental importância à utilização deles em sala de aula, uma vez que todas
essas capacidades desenvolvidas são necessárias para um bom desempenho em
outras atividades e em diferentes disciplinas, sejam elas escolares ou não
(APRESENTAÇÃO e TEIXEIRA, 2014), como o senso de autonomia ao ser responsável
pelas suas próprias jogadas, aprendendo como é sempre mais gratificante encontrar
as soluções para determinadas situações por si mesmo (ZASLAVSKY, 2000).

Com o jogo a criança percebe que na vida nem tudo se ganha e aprende
que uns ganham enquanto outros perdem e nem por isso alguém perde sua
vida porque foi derrotado em um determinado jogo. Assim, utilizando jogos é
possível desenvolver na criança fatores importantíssimos na sua vida que é
o fato de “ganhar ou perder”, pois geralmente o ser humano deseja apenas
as vitórias e em hipótese alguma as derrotas, portanto as crianças precisam
compreender que nem sempre as pessoas saem vitoriosas em todas as
situações (AGUAYO, 2013).

Outro aspecto importante a ser salientado é que além de auxiliar na cognição,


os jogos levam a identificação daquilo que a criança pensa e sente. Se nesses
momentos o professor estiver atento, ele conseguirá perceber que as crianças
demonstram e expressam a sua vida cotidiana enquanto jogam e aprimoram suas
habilidades cognitivas, sociais e motoras.

Por serem de tamanha importância, existem até leis específicas para garantir
à criança o direito de aprenderem através de diferentes métodos, como os jogos,
conforme explicitado na Declaração Universal Dos Direitos das Crianças, que foi
aprovada durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 20 de novembro
de 1959. Representantes de centenas de países a aprovaram, que foi adaptada da
Declaração Universal dos Direitos Humanos: Princípio 7 - toda criança tem direito de
receber educação primária gratuita, e também de qualidade, para que possa ter
oportunidades iguais para desenvolver suas habilidades. Também a criança deve
desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para
educação (grifo nosso); a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para
promover o exercício deste direito. (Declaração Universal dos direitos da Criança,
segundo ONU, 1959).

A teoria de Vygotsky a respeito da brincadeira está explicita na obra da autora


Aranha (2002), na qual ela afirma que para Vygotsky a brincadeira e o jogo são
atividades específicas da infância.

Vygotsky considera o ato de brincar muito importante para a criança, pois


estas correlacionam os significados de várias formas, estabelecendo assim, uma
estrita relação entre a brincadeira e a aprendizagem, uma vez que Vygotsky, ainda
afirma em sua teoria que o meio de convívio influencia em como irá proceder ao
desenvolvimento cognitivo.

A alfabetização é um processo amplo, o qual requer atenção para que a sua


realização não ocorra de forma unicamente sistemática, sem observar o aluno. Para
a ocorrência deste processo é preciso observar que o indivíduo a ser alfabetizado
requer uma metodologia adequada, e para isto utilizar-se da ludicidade é importante,
uma vez que as crianças que saem da educação infantil para as turmas de
alfabetização possuem este contexto muito presente.

Para Vygotsky (1987), a escrita é a aquisição de um sistema simbólico de


representação da realidade, onde a brincadeira tem papel em representar a
realidade. Desta forma as instituições de Educação Infantil através de suas
atividades envolvem a criança para que ocorra o estímulo ao seu processo de
desenvolvimento.

Vygotsky (1987) diz que:

“O desenhar e brincar deveriam ser estágios preparatórios ao


desenvolvimento da linguagem escrita das crianças. Os educadores devem
organizar todas essas ações e todo o complexo processo de transição de
um tipo de linguagem escrita para outro. Devem acompanhar esse processo
através de seus momentos críticos até o ponto da descoberta de que se
pode desenhar não somente objetos, mas também a fala. Se quiséssemos
resumir todas essas demandas práticas e expressá-las de uma forma
unificada, poderíamos dizer o que se deve fazer é, ensinar às crianças a
linguagem escrita e não apenas a escrita de letras” (VYGOTSKY, 1987,
p.134).

Desta forma, é importante que o professor faça o uso do lúdico para


alfabetizar, pois a criança é fortemente induzida pela brincadeira, e com isso o
processo pode ser facilitado, então adotar determinado método requer que o
professor esteja atento às necessidades dos alunos.

Adotar a brincadeira e toda a ludicidade que ela traz consigo proporciona a


alfabetização a criação de situações de aprendizagens através da intersecção entre
o irreal e o real, e com isto possibilita que a criança construa o significado dos vários
símbolos e formule por si só os processos da alfabetização.

Neste contexto a alfabetização é mais bem estimulada quando há a criação


de um ambiente alfabetizador, o qual pode ser perfeitamente realizado através de
brincadeiras. A brincadeira não ocorre ao acaso, ela é a primeira forma da criança
se comunicar consigo mesma e com o mundo, é uma maneira eficiente de ensiná-la,
através do jogo envolvente proporcionado pela brincadeira, à criança aprende
conceitos, pois é através dele que esta executa ações da forma mais natural
possível, uma vez que ela é envolvida em um contexto maior.

A criança é estimulada de diferentes maneiras a aprendizagem, desde o seu


nascimento ela é induzida a desenvolver habilidades variadas, quando a criança
está inserida no contexto escolar a aprendizagem é apontada como principal
enfoque da instituição educacional, por isto o ambiente alfabetizador é aquele que
estimula a criança, sem haver excessos por parte do educador.

Todo o material a ser exposto pelo educador deve ser selecionado de forma a
respeitar o desenvolvimento da criança, porém a apresentação de materiais escritos
deve fazer parte do cotidiano escolar, com a finalidade de que o aluno se familiarize
com o mesmo.

O professor não precisa esperar por um momento específico para expor o


material escrito. Todo e qualquer material pode ser apresentado em
qualquer fase do processo de aprendizagem, cada aluno absorverá o que
sua fase permite (RUSSO; VIAN, 1995, p 18).

O ambiente escolar deve ser motivador havendo diversos materiais que


propiciem a alfabetização, dando assim a oportunidade para que a criança exponha
suas ideias sentindo-se à vontade também em desenvolver suas habilidades e com
isso o processo de alfabetização será facilitado.

O ambiente alfabetizador é aquele que estimula a aprendizagem do aluno, ao


mesmo tempo em que contribui para a alfabetização do mesmo, ou seja, promove
um conjunto de situações reais de leitura e escrita nas quais as crianças tem a
oportunidade de participar.

Qualquer local pode ser um ambiente alfabetizador, isto é, não é apenas a


sala de aula; o local onde a alfabetização ocorrerá dependerá da situação criada e
proposta pelo professor; porém, é importante lembrar que a proposta do professor é
passível de mudança.

5 MATERIAL E MÉTODOS

Incialmente utiliza-se uma pesquisa bibliográfica, em que consiste na etapa


inicial de todo o trabalho científico ou acadêmico, com a finalidade de reunir as
informações e dados que servirão de base para a construção da investigação
proposta a partir de determinado tema.

Nesse caso o tem escolhido foi “Alfabetização e o Lúdico: A importância dos


Jogos na Educação Infantil”, após escolher essa temática, inicia-se a pesquisa
bibliográfica limitando o tema com objetivo em se aprofundar no assunto. Logo,
deve-se traçar um histórico sobre o objeto de estudo, e em seguida identificar as
contradições e respostas anteriormente encontradas sobre as perguntas formuladas
para o desenvolvimento da pesquisa. Para alcançar o objetivo realizou-se uma
revisão de literatura, através de uma pesquisa bibliográfica, com artigos publicados
desde 1988 a 2020, em que se iniciou o estudo.

A pesquisa foi realizada tendo como base dados online como revistas, livros,
dicionários e artigos publicados na Scielo, PubMed, Bireme e Lilacs. Em que foram
identificados dez artigos, através da estratégia de busca pelo tema Alfabetização e
Lúdico Dentre estes, seis foram selecionados por conterem em seus títulos
referência sobre a importância dos jogos na Educação Infantil e os outros quatro
foram excluídos por serem repetitivos e por não conter dados compatíveis com a
linha dessa pesquisa.

Durante o processo dessa pesquisa foi de suma importância as anotações e


fichamentos sobre o conteúdo especifico, e que eventualmente foram utilizados
como fundamentação teórica no trabalho.

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao escolher o tema foi no embasamento da importância que o processo de


alfabetização tem para a criança, bem como o que a presença de atividades lúdicas
pode beneficiar o processo. O avanço dos alunos para a etapa seguinte, sem que
tenha ocorrido uma alfabetização com êxito, irá causar dificuldades para a vida
escolar da criança, desta forma realizar a alfabetização adotando metodologias
apropriadas que resultem no pleno desenvolvimento da criança é fundamental.

A alfabetização, portanto, pode acontecer através de atividades que envolvam


o contexto da brincadeira, uma vez que a brincadeira, como já foi anúnciado ao
longo deste projeto de ensino, é uma atividade de importante relevância para
proporcionar a construção do conhecimento. Durante a observação foi possível
perceber que a ludicidade permitida pela brincadeira estimula a aprendizagem.
Outro aspecto importante é que a instituição de ensino, além de alfabetizar passa
também pelo processo de preparar a criança para sua formação integral, assim, a
utilização da brincadeira contribui significativamente para o aprendizado, uma vez
que é um momento de construção do conhecimento de uma forma natural, já que o
brincar faz parte da infância.
A percepção da importância da brincadeira no contexto escolar é
devidamente dimensionada quando se tem a plena visão do cotidiano escolar, e
desta forma a realização da pesquisa na instituição de ensino, bem como, a
metodologia praticada deve contribuir positivamente para a avaliação da
necessidade do brincar no contexto da alfabetização.

Enfim, todo o aprendizado que uma brincadeira permite é fundamental para a


formação da criança em todas as etapas da sua vida. Além de conhecer melhor a si
própria através das brincadeiras, a criança, quando se relaciona com outras crianças
experimenta situações de vida, ela se socializa, compreende o que é ser ela mesma
e fazer parte de um grupo, de uma sociedade. Evidenciando – se dessa forma a
formação de um cidadão responsável, crítico e autônomo.

7 CONCLUSÕES

A partir de toda a pesquisa feita para a elaboração desse trabalho, é notório


que a criança aprende com muito mais naturalidade quando os conteúdos propostos
são aplicados com a utilização de jogos e brincadeiras, isso porque o brincar faz
parte do cotidiano do ser humano desde a antiguidade e é uma maneira de
potencializar o que é aprendido na infância.

Ainda que o principal objetivo desse trabalho tenha sido defender que o uso
dos jogos no processo de ensino – aprendizagem, principalmente, na alfabetização,
é de suma importância, o método que um professor decide utilizar para ensinar a
uma criança precisa ser pensado levando em consideração as demandas desse
aluno, então não se pode dizer que para todos eles os jogos surtirão o mesmo
efeito, porque um método pode ser bom para alfabetizar uma criança e não ser bom
para a outra. Sendo assim, não existe uma “receita de bolo”, não existe nenhum
manual, nenhum passo a passo que deva ser seguido no processo de alfabetização.

Cabe então ao docente muito estudo, dedicação e criatividade para fazer o


que julga ser o melhor para alfabetizar a sua turma, não deixando que o jogo se
torne um mero lazer. Como destacaria Macedo (2000), ter regras claras e ser
previamente experimentada é uma maneira de garantir o sucesso da atividade como
meio de aprendizagem; assim sendo o professor pode utilizar diferentes tipos de
jogos, mas, evidentemente, não de qualquer jeito.

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