Material de Estudo O Poder Legislativo Brasileiro
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Cargos majoritários
Mas aqui vale uma observação: na eleição para Presidência e para os governos
estaduais e do Distrito Federal, ganha quem tiver mais votos do que a soma de todos
os concorrentes (50% + 1). Se ninguém conseguir esse resultado no primeiro turno, é
realizado o segundo turno com os dois candidatos mais votados. É dessa maneira
também nas eleições para prefeito dos municípios com mais de 200 mil eleitores.
Já para o Senado ganha quem tiver mais votos e não há possibilidade de haver
segundo turno. Portanto, será eleito um senador em cada unidade da federação,
obedecendo a ordem de mais votado.
No sistema proporcional, válido para a eleição dos cargos de deputado federal,
estadual e distrital e para vereador (nas eleições municipais), pode ser que uma
pessoa que tenha mais votos não seja necessariamente eleita. Nesse sistema, o voto
da eleitora ou do eleitor vai para o partido, porque ele foi feito exatamente para que o
partido tenha mais força do que o candidato em si. Aqui o mandato é do partido.
Quociente
Esse procedimento para a distribuição de cadeiras nas eleições pelo sistema
proporcional de votos é chamado de quociente eleitoral. A totalização dos votos no
sistema proporcional adotado pelo Brasil e sua transformação em vagas nas casas
legislativas ocorrem em etapas. Calcula-se, primeiramente, o quociente eleitoral (artigo
106 do Código Eleitoral). Na sequência, o quociente partidário (artigo 107 do Código
Eleitoral).
Por fim, é realizada, se necessário, a repartição dos restos eleitorais (artigo 109 do
Código Eleitoral). Somente o partido que alcançar um número mínimo de votos tem
direito às vagas. Isso explica o fato de, às vezes, um candidato receber muitos votos,
mas não ser eleito porque seu partido não atingiu o número mínimo de votos
necessários no cálculo do quociente eleitoral.
Legislatura / sessão legislativa
CPI
A comissão parlamentar de inquérito é um dos instrumentos previstos na Constituição
para que senadores e deputados federais exerçam uma de suas funções, que é
fiscalizar a administração pública. Dessa forma uma CPI tem poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais.
A criação e funcionamento das comissões parlamentares de inquérito estão previstos
na Constituição Federal (art. 58). São regulamentados no Regimento Interno do
Senado Federal (Arts. 145 a 153) e pelas Leis nº
1.579/1952, 10.001/2000 e 10.679/2003.
Criação
O art.58 da Constituição Federal e o Regimento Interno do Senado Federal (RISF)
preveem o funcionamento de comissões permanentes e temporárias. As comissões
parlamentares de inquérito (CPI) têm caráter temporário e são constituídas de acordo
com o ato de que resultar sua criação.
Para serem criadas as CPIs, deve ser apresentado requerimento com as assinaturas
de um terço dos membros do Senado. O requerimento determinará o fato a ser
apurado, o número de membros, o prazo de duração da comissão e o limite das
despesas a serem realizadas.
Recebido o requerimento, cabe ao Presidente ordenar que seja numerado e publicado
após leitura no Plenário.
Pelo art. 146 do RISF, não será admitida comissão parlamentar de inquérito sobre
matérias pertinentes à Câmara dos Deputados, às atribuições do Poder Judiciário e
aos Estados.
condenar;
determinar medida cautelar, como prisões, indisponibilidade de bens, arresto,
sequestro;
determinar interceptação telefônica e quebra de sigilo de correspondência;
impedir que o cidadão deixe o território nacional e determinar apreensão de
passaporte;;
expedir mandado de busca e apreensão domiciliar; e
impedir a presença de advogado do depoente na reunião (advogado pode: ter
acesso a documentos da CPI; falar para esclarecer equívoco ou dúvida; opor a
ato arbitrário ou abusivo; ter manifestações analisadas pela CPI até para
impugnar prova ilícita).
As CPIs não possuem todos os poderes instrutórios dos juízes. Elas apenas
investigam fatos determinados, mas não processam e julgam.
PROCESSO LEGISLATIVO
Emenda Constitucional
LEI COMPLEMENTAR
URGÊNCIA
O projeto de lei complementar pode passar a tramitar em regime de urgência se o
Plenário aprovar requerimento com esse fim. Geralmente, a aprovação de urgência
depende de acordo de líderes. O projeto em regime de urgência pode ser votado
rapidamente no Plenário, sem necessidade de passar pelas comissões. Os relatores
da proposta nas comissões dão parecer oral durante a sessão, permitindo a votação
imediata. O presidente da República também pode solicitar urgência para votação de
projeto de sua iniciativa. Nesse caso, a proposta tem que ser votada em 45 dias ou
passará a bloquear a pauta da Câmara ou do Senado (onde estiver no momento).
A APROVAÇÃO
SANÇÃO E VETO
Norma jurídica elaborada pelo chefe do Poder Executivo após delegação do Poder
Legislativo. A delegação deve ser aprovada em resolução do Congresso Nacional que
especifique seu conteúdo e os termos de seu exercício. A lei delegada não pode
versar sobre: atos de competência exclusiva do Congresso Nacional; atos de
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; matéria
reservada a lei complementar; organização do Poder Judiciário e do Ministério Público
e a carreira e a garantia de seus membros; nacionalidade, cidadania e direitos
individuais, políticos e eleitorais; e planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e
orçamentos.
As Medidas Provisórias (MPVs) são normas com força de lei editadas pelo Presidente
da República em situações de relevância e urgência. Apesar de produzir efeitos
jurídicos imediatos, a MPV precisa da posterior apreciação pelas Casas do Congresso
Nacional (Câmara e Senado) para se converter definitivamente em lei ordinária.
O prazo inicial de vigência de uma MPV é de 60 dias e é prorrogado automaticamente
por igual período caso não tenha sua votação concluída nas duas Casas do
Congresso Nacional. Se não for apreciada em até 45 dias, contados da sua
publicação, entra em regime de urgência, sobrestando todas as demais deliberações
legislativas da Casa em que estiver tramitando.
O art. 62 da Constituição Federal traz as regras gerais de edição e apreciação das
MPVs, definindo inclusive os assuntos e temas sobre os quais não podem se
pronunciar. Já o disciplinamento interno do rito de tramitação dado pela Resolução do
Congresso Nacional n° 1 de 2002 exige, por exemplo, sobre emendas, a formação da
comissão mista e prazos de tramitação.
As fases relativas à tramitação de uma Medida Provisória no Congresso Nacional
estão detalhadas logo a seguir, com a disponibilização dos principais documentos
produzidos na várias instâncias de deliberação, incluindo emendas apresentadas,
parecer aprovado e quadros comparativos que demonstram as modificações
promovidas no texto principal da matéria.
Publicação
Comissão Mista
a. pela aprovação total da MPV como foi editada pelo Poder Executivo;
b. pela apresentação de Projeto de Lei de Conversão (PLV), quando o texto original
da MPV é alterado; ou
c. pela rejeição da matéria, com o parecer sendo obrigatoriamente encaminhado à
apreciação do plenário da Câmara dos Deputados.
Analisada pela Comissão Mista, a MPV segue para o Plenário da Câmara dos
Deputados, Casa iniciadora. O quorum para deliberação é de maioria simples
(presente em Plenário a metade mais um dos deputados). As conclusões da
deliberação da matéria incluem: a rejeição, aprovação na íntegra (nos termos da MPV
editada), ou aprovação de projeto de lei de conversão – PLV (com alteração do texto
originalmente publicado). Rejeitada, a matéria tem a sua vigência e tramitação
encerradas e é arquivada. Se aprovada (na íntegra ou na forma de PLV), é remetida
ao Senado Federal.
Senado Federal
Tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal podem concluir pela
rejeição da Medida Provisória, quando então a sua vigência e tramitação são
encerradas e ela é arquivada.