Material de Estudo O Poder Legislativo Brasileiro

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O Poder legislativo brasileiro, no âmbito federal, é exercido pelo Congresso Nacional,

composto por duas Casas: o Senado Federal e a Câmara dos Deputados.


Os senadores e os deputados federais são eleitos pelo povo, por meio do voto direto e
secreto e cabe a eles entre outras tarefas, propor, analisar, discutir, votar e aprovar as
leis que regem o dia-a-dia de todos os brasileiros.
A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo e o Senado de
representantes dos Estados e do Distrito Federal.
Senado Federal é composto por 81 senadores: três para cada um dos 26 estados e
para o Distrito Federal, em uma divisão igualitária. Já na Câmara, composta por 513
deputados, o critério para a divisão do número de cadeiras é o da proporcionalidade:
quanto mais habitantes a unidade federativa tiver, maior será o seu número de
representantes. Assim, os estados menos populosos têm direito a, no mínimo, oito
cadeiras e os mais populosos a, no máximo, 70. Há ainda uma diferença em relação à
duração dos mandatos: enquanto o dos senadores é de oito anos, o dos deputados é
de quatro.

Cargos majoritários

Na eleição para Presidência, para os governos estaduais e do Distrito Federal e para o


Senado Federal é usado o sistema majoritário. É como o próprio nome diz: nesse
sistema você escolhe uma candidata ou um candidato, e ganha quem tiver a maioria
dos votos válidos. Simples assim. Será eleito o mais votado.

Mas aqui vale uma observação: na eleição para Presidência e para os governos
estaduais e do Distrito Federal, ganha quem tiver mais votos do que a soma de todos
os concorrentes (50% + 1). Se ninguém conseguir esse resultado no primeiro turno, é
realizado o segundo turno com os dois candidatos mais votados. É dessa maneira
também nas eleições para prefeito dos municípios com mais de 200 mil eleitores.
Já para o Senado ganha quem tiver mais votos e não há possibilidade de haver
segundo turno. Portanto, será eleito um senador em cada unidade da federação,
obedecendo a ordem de mais votado.
No sistema proporcional, válido para a eleição dos cargos de deputado federal,
estadual e distrital e para vereador (nas eleições municipais), pode ser que uma
pessoa que tenha mais votos não seja necessariamente eleita. Nesse sistema, o voto
da eleitora ou do eleitor vai para o partido, porque ele foi feito exatamente para que o
partido tenha mais força do que o candidato em si. Aqui o mandato é do partido.
Quociente
Esse procedimento para a distribuição de cadeiras nas eleições pelo sistema
proporcional de votos é chamado de quociente eleitoral. A totalização dos votos no
sistema proporcional adotado pelo Brasil e sua transformação em vagas nas casas
legislativas ocorrem em etapas. Calcula-se, primeiramente, o quociente eleitoral (artigo
106 do Código Eleitoral). Na sequência, o quociente partidário (artigo 107 do Código
Eleitoral).
Por fim, é realizada, se necessário, a repartição dos restos eleitorais (artigo 109 do
Código Eleitoral). Somente o partido que alcançar um número mínimo de votos tem
direito às vagas. Isso explica o fato de, às vezes, um candidato receber muitos votos,
mas não ser eleito porque seu partido não atingiu o número mínimo de votos
necessários no cálculo do quociente eleitoral.
Legislatura / sessão legislativa

A legislatura é o período de 4 anos de funcionamento do Congresso Nacional. Ou


seja, a cada 4 anos, a gente tem eleições para o Congresso Nacional, para toda a
Câmara dos Deputados e para dois terços ou um terço do Senado, isso é alternado,
uma vez dois teçros outra vez é um terço. Ele corresponde ao mandato dos
deputados. A cada eleição se inicia uma nova legislatura.
Já a sessão legislativa é o período de atividade normal do Congresso a cada ano. Ou
seja, vai de 2 de fevereiro a 17 de julho, quando começa o recesso parlamentar, e de
1º de agosto a 22 de dezembro
A sessão legislativa dura 1 ano, ela se inaugura a sessão legisativa ordinária no dia 2
de fevereiro e se encerra no dia 22 dezembro. E a cada 4 sessões legislativas a gente
tem uma legislatura. Então no início da legislatura, que é a primeira sessão que ocorre
após a eleicão dos parlamentares, a gente tem a posse, a inauguração da nova
legislatura e a posse dos parlamentares eleitos.
Cada legislatura contém quatro sessões legislativas ordinárias.

ELEIÇÃO PRESIDENTE CAMARA E DO SENADO


Como é definido quem ocupará a Presidência do Senado e da câmara ? A cada dois
anos, a casa legislativa decide qual será o nome que responderá como novo
Presidente do Senado. A data da eleição para a presidência do Senado é a mesma da
votação para a presidência da Câmara dos Deputados.

O cargo é de grande importância, pois além de presidir a própria Casa – o Senado -, o


escolhido será também o líder do Congresso Nacional (composto tanto pelo Senado
quanto pela Câmara).

CPI
A comissão parlamentar de inquérito é um dos instrumentos previstos na Constituição
para que senadores e deputados federais exerçam uma de suas funções, que é
fiscalizar a administração pública. Dessa forma uma CPI tem poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais.
A criação e funcionamento das comissões parlamentares de inquérito estão previstos
na Constituição Federal (art. 58). São regulamentados no Regimento Interno do
Senado Federal (Arts. 145 a 153) e pelas Leis nº
1.579/1952, 10.001/2000 e 10.679/2003.
Criação
O art.58 da Constituição Federal e o Regimento Interno do Senado Federal (RISF)
preveem o funcionamento de comissões permanentes e temporárias. As comissões
parlamentares de inquérito (CPI) têm caráter temporário e são constituídas de acordo
com o ato de que resultar sua criação.
Para serem criadas as CPIs, deve ser apresentado requerimento com as assinaturas
de um terço dos membros do Senado. O requerimento determinará o fato a ser
apurado, o número de membros, o prazo de duração da comissão e o limite das
despesas a serem realizadas.
Recebido o requerimento, cabe ao Presidente ordenar que seja numerado e publicado
após leitura no Plenário.
Pelo art. 146 do RISF, não será admitida comissão parlamentar de inquérito sobre
matérias pertinentes à Câmara dos Deputados, às atribuições do Poder Judiciário e
aos Estados.

O que a CPI pode fazer:

 convocar ministro de Estado;


 tomar depoimento de autoridade federal, estadual ou municipal;
 ouvir suspeitos (que têm direito ao silêncio para não se autoincriminar) e
testemunhas (que têm o compromisso de dizer a verdade e são obrigadas a
comparecer);
 ir a qualquer ponto do território nacional para investigações e audiências
públicas;
 prender em flagrante delito;
 requisitar informações e documentos de repartições públicas e autárquicas;
 requisitar funcionários de qualquer poder para ajudar nas investigações,
inclusive policiais;
 pedir perícias, exames e vistorias, inclusive busca e apreensão (vetada em
domicílio);
 determinar ao Tribunal de Contas da União (TCU) a realização de inspeções e
auditorias; e
 quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados (inclusive telefônico, ou seja, extrato
de conta e não escuta ou grampo).

O que a CPI não pode fazer:

 condenar;
 determinar medida cautelar, como prisões, indisponibilidade de bens, arresto,
sequestro;
 determinar interceptação telefônica e quebra de sigilo de correspondência;
 impedir que o cidadão deixe o território nacional e determinar apreensão de
passaporte;;
 expedir mandado de busca e apreensão domiciliar; e
 impedir a presença de advogado do depoente na reunião (advogado pode: ter
acesso a documentos da CPI; falar para esclarecer equívoco ou dúvida; opor a
ato arbitrário ou abusivo; ter manifestações analisadas pela CPI até para
impugnar prova ilícita).

As CPIs não possuem todos os poderes instrutórios dos juízes. Elas apenas
investigam fatos determinados, mas não processam e julgam.
PROCESSO LEGISLATIVO

O que é Processo Legislativo?

É o conjunto de atos realizados pelos órgãos do Poder Legislativo, de acordo com


regras previamente fixadas, para elaborar normas jurídicas (emendas à Constituição,
leis complementares, leis ordinárias e outros tipos normativos dispostos no art. 59 da
Constituição Federal).

Emenda Constitucional

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pode ser apresentada pelo presidente da


República, por um terço dos deputados federais ou dos senadores ou por mais da
metade das assembleias legislativas, desde que cada uma delas se manifeste pela
maioria relativa de seus componentes. Não podem ser apresentadas PECs para
suprimir as chamadas cláusulas pétreas da Constituição (forma federativa de Estado;
voto direto, secreto, universal e periódico; separação dos poderes e direitos e
garantias individuais). A PEC é discutida e votada em dois turnos, em cada Casa do
Congresso, e será aprovada se obtiver, na Câmara e no Senado, três quintos dos
votos dos deputados (308) e dos senadores (49).

LEI COMPLEMENTAR

Um projeto de lei complementar pode ser apresentado por qualquer deputado ou


senador, comissão da Câmara, do Senado ou do Congresso, pelo presidente da
República, pelo procurador-geral da República, pelo Supremo Tribunal Federal, por
tribunais superiores e cidadãos. Projetos de lei complementar estipulam regras para
cooperação entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, em temas
especificados pela Constituição.

CASA INICIADORA E REVISORA

Os projetos de lei complementar começam a tramitar na Câmara, à exceção dos


apresentados por senadores, que começam no Senado. O Senado funciona como
Casa revisora para os projetos iniciados na Câmara e vice-versa. Se o projeto da
Câmara for alterado no Senado, volta para a Câmara. Da mesma forma, se um projeto
do Senado for alterado pelos deputados, volta para o Senado. A Casa onde o projeto
se iniciou dá a palavra final sobre seu conteúdo, podendo aceitar ou não as alterações
feitas na outra Casa.

ANÁLISE PELAS COMISSÕES

Os projetos são distribuídos às comissões conforme os assuntos de que tratam. Além


das comissões de mérito, existem duas que podem analisar mérito e/ou
admissibilidade, que são as comissões de Finanças e tributação (análise de
adequação financeira e orçamentária) e de Constituição e Justiça (análise de
constitucionalidade). Todo os projetos de lei complementar devem passar também
pelo Plenário, não podendo ser analisados pelas comissões em caráter conclusivo.

URGÊNCIA
O projeto de lei complementar pode passar a tramitar em regime de urgência se o
Plenário aprovar requerimento com esse fim. Geralmente, a aprovação de urgência
depende de acordo de líderes. O projeto em regime de urgência pode ser votado
rapidamente no Plenário, sem necessidade de passar pelas comissões. Os relatores
da proposta nas comissões dão parecer oral durante a sessão, permitindo a votação
imediata. O presidente da República também pode solicitar urgência para votação de
projeto de sua iniciativa. Nesse caso, a proposta tem que ser votada em 45 dias ou
passará a bloquear a pauta da Câmara ou do Senado (onde estiver no momento).

A APROVAÇÃO

Os projetos de lei complementar exigem um quórum diferenciado para a sua


aprovação, que é, no mínimo, a maioria absoluta de votos favoráveis, ou seja, 257
votos.

SANÇÃO E VETO

Os projetos de lei complementar aprovados nas duas Casas são enviados ao


presidente da República para sanção. O presidente tem 15 dias úteis para sancionar
ou vetar. O veto pode ser total ou parcial. Todos os vetos têm de ser votados pelo
Congresso. Para rejeitar um veto, é preciso o voto da maioria absoluta de deputados
(257) e senadores (41).

Termo: Lei Delegada

Norma jurídica elaborada pelo chefe do Poder Executivo após delegação do Poder
Legislativo. A delegação deve ser aprovada em resolução do Congresso Nacional que
especifique seu conteúdo e os termos de seu exercício. A lei delegada não pode
versar sobre: atos de competência exclusiva do Congresso Nacional; atos de
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; matéria
reservada a lei complementar; organização do Poder Judiciário e do Ministério Público
e a carreira e a garantia de seus membros; nacionalidade, cidadania e direitos
individuais, políticos e eleitorais; e planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e
orçamentos.

CF, art. 68; RCCN, arts. 116 a 127.

O Projeto de Lei Delegada não é objeto de sanção ou veto presidencial. Isso se dá


porque, seja na delegação típica ou atípica, o projeto de Lei Delegada não sofre
modificação em seu texto original.

No caso da delegação típica, o projeto sequer é apreciado pelo Legislativo. Na


delegação atípica, apesar de haver a apreciação por parte do Congresso Nacional,
não há possibilidade de elaboração de Emendas Parlamentares. Portanto, em ambos
os casos a Lei é aprovada nos exatos termos em que foi elaborada pelo Presidente.
Entenda a Tramitação da Medida Provisória

As Medidas Provisórias (MPVs) são normas com força de lei editadas pelo Presidente
da República em situações de relevância e urgência. Apesar de produzir efeitos
jurídicos imediatos, a MPV precisa da posterior apreciação pelas Casas do Congresso
Nacional (Câmara e Senado) para se converter definitivamente em lei ordinária.
O prazo inicial de vigência de uma MPV é de 60 dias e é prorrogado automaticamente
por igual período caso não tenha sua votação concluída nas duas Casas do
Congresso Nacional. Se não for apreciada em até 45 dias, contados da sua
publicação, entra em regime de urgência, sobrestando todas as demais deliberações
legislativas da Casa em que estiver tramitando.
O art. 62 da Constituição Federal traz as regras gerais de edição e apreciação das
MPVs, definindo inclusive os assuntos e temas sobre os quais não podem se
pronunciar. Já o disciplinamento interno do rito de tramitação dado pela Resolução do
Congresso Nacional n° 1 de 2002 exige, por exemplo, sobre emendas, a formação da
comissão mista e prazos de tramitação.
As fases relativas à tramitação de uma Medida Provisória no Congresso Nacional
estão detalhadas logo a seguir, com a disponibilização dos principais documentos
produzidos na várias instâncias de deliberação, incluindo emendas apresentadas,
parecer aprovado e quadros comparativos que demonstram as modificações
promovidas no texto principal da matéria.

Publicação

O texto da Medida Provisória é publicado no Diário Oficial da União quando, então,


passam a ser contados os prazos relativos à vigência e à sua tramitação no
Congresso Nacional. Nesse momento, e nos seis dias subsequentes, podem ser
oferecidas emendas à MPV perante a Comissão Mista destinada a emitir parecer
sobre a matéria.

Comissão Mista

O Presidente do Congresso Nacional, em até 48 horas após a publicação da MPV,


designa uma Comissão Mista formada por 12 Senadores e 12 Deputados titulares
(com igual número de suplentes), responsável por analisar previamente os
pressupostos constitucionais de relevância e urgência, o mérito e a adequação
financeira e orçamentária.
Após instalada a comissão, são eleitos o Presidente e Vice-Presidente, pertencentes a
Casas diferentes, e designados Relator e Relator-Revisor da matéria, o último para
exercer as funções na Casa diversa da do Relator. O Presidente da Comissão Mista
possui a prerrogativa de indeferir liminarmente as emendas apresentadas que forem
estranhas ao texto original da MPV
Apresentado e discutido, o texto do Relator é submetido à votação pelo colegiado,
passando a constituir parecer da Comissão Mista ao ser aprovado. O parecer pode
concluir, no mérito:

a. pela aprovação total da MPV como foi editada pelo Poder Executivo;
b. pela apresentação de Projeto de Lei de Conversão (PLV), quando o texto original
da MPV é alterado; ou
c. pela rejeição da matéria, com o parecer sendo obrigatoriamente encaminhado à
apreciação do plenário da Câmara dos Deputados.

Câmara dos Deputados

Analisada pela Comissão Mista, a MPV segue para o Plenário da Câmara dos
Deputados, Casa iniciadora. O quorum para deliberação é de maioria simples
(presente em Plenário a metade mais um dos deputados). As conclusões da
deliberação da matéria incluem: a rejeição, aprovação na íntegra (nos termos da MPV
editada), ou aprovação de projeto de lei de conversão – PLV (com alteração do texto
originalmente publicado). Rejeitada, a matéria tem a sua vigência e tramitação
encerradas e é arquivada. Se aprovada (na íntegra ou na forma de PLV), é remetida
ao Senado Federal.

Senado Federal

O quórum para deliberação no Senado Federal também é de maioria simples


(presente a metade mais um dos senadores) e o resultado da votação apresenta-se
com as seguintes opções:
a. rejeição: a matéria tem sua vigência e tramitação encerradas e é arquivada;
b. aprovação na íntegra (nos termos da edição original): MPV é enviada à
promulgação e se torna lei;
c. aprovação do PLV recebido da Câmara dos Deputados sem alterações de mérito:
o texto é remetido à sanção do Presidente da República;
d. aprovação do PLV recebido da Câmara dos Deputados com emendas de mérito: a
matéria retorna à Câmara dos Deputados, que delibera, exclusivamente, sobre as
emendas;
e. aprovação da Medida Provisória, em decorrência de preferência sobre o PLV da
Câmara dos Deputados: a matéria retorna à Câmara dos Deputados, que
deliberará, exclusivamente, sobre a Medida Provisória;
f. aprovação de novo PLV: a matéria retorna à Câmara dos Deputados, que delibera,
exclusivamente, sobre o PLV oferecido pelo Senado Federal.

Retorno à Câmara dos Deputados

Se o Senado aprova com modificações o texto recebido da Câmara, as propostas


retornam à análise da Câmara dos Deputados. As alterações promovidas pelo Senado
são acatadas ou rejeitadas pela Câmara dos Deputados, sendo a matéria remetida à
sanção (se aprovado o PLV) ou à promulgação (se aprovado o texto original da
Medida Provisória).

Promulgação da Medida Provisória

No caso de aprovação da MPV, a matéria é promulgada e convertida em lei ordinária


pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional, não sendo sujeita à sanção ou veto,
como ocorre com os projetos de lei de conversão.
Aprovação de Projeto de Lei de Conversão

Quando a MPV é aprovada na forma de um Projeto de Lei de Conversão, este é


enviado à sanção do Presidente da República, que poderá tanto sancioná-lo quanto
vetá-lo. Caberá ao Congresso Nacional deliberar sobre o veto e, assim, concluir o
processo de tramitação da matéria.

Rejeição da Medida Provisória

Tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal podem concluir pela
rejeição da Medida Provisória, quando então a sua vigência e tramitação são
encerradas e ela é arquivada.

Edição de Decreto Legislativo

Se houver a aprovação de PLV, rejeição ou perda de eficácia da MPV, o Congresso


Nacional detém a prerrogativa de disciplinar, por decreto legislativo, as relações
jurídicas decorrentes de sua edição. Não se materializando a edição do referido
decreto legislativo no prazo de 60 dias, as relações jurídicas constituídas durante o
período de vigência conservam-se regidas pela MPV. Cabe destacar, ainda, que
aprovado um PLV, a MPV mantém-se integralmente em vigor até que seja sancionado
ou vetado o projeto.

Entenda a tramitação do veto

O veto é a discordância do Presidente da República com determinado projeto de lei


aprovado pelas Casas Legislativas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e
Senado Federal), previsto na Constituição Federal (CF) no artigo 66 e seus
parágrafos, com regramento interno no Regimento Comum (RCCN), artigos 104 a
106-D da Resolução nº 1 do Congresso Nacional de 1970.
O veto é político, quando a matéria é considerada contrária ao interesse público;
jurídico, se entendida como inconstitucional; ou por ambos os motivos –
inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público. Quanto à abrangência,
pode ser total ou parcial, sendo que neste último caso deve recair sobre texto integral
de artigo, parágrafo, inciso ou alínea (art. 66, §1º e §2º, da CF). Ou seja, palavras ou
períodos não são passíveis de veto.
A aposição do veto acontece durante o prazo de quinze dias úteis após o recebimento
da matéria pelo Presidente da República. Não havendo manifestação do Executivo
nesse período, o projeto de lei é considerado sancionado. Enquanto o veto é
expresso, a sanção pode ser tácita (art. 66, §3º, da CF).
Após a publicação de veto no Diário Oficial da União, a Presidência da República
encaminha mensagem ao Congresso, em até 48 horas, especificando suas razões e
argumentos. Sendo assim, o veto é sempre motivado (art. 66, §1º, CF).
A protocolização da mensagem na Secretaria Legislativa do Congresso Nacional
dispara o prazo constitucional de 30 dias corridos para deliberação do veto pelos
senadores e deputados em sessão conjunta (arts. 57, § 3º, IV, e 66, da CF).
Nos termos regimentais, publicados os avulsos, a matéria está pronta para deliberação
do Plenário. Decorrido o prazo de 30 dias sem deliberação, é incluída na ordem do dia
e passa a sobrestar as demais deliberações até a votação final do veto (art. 66, §6º,
da CF).
A convocação de sessão conjunta é prerrogativa do Presidente do Senado Federal,
que dirige a Mesa do Congresso (art. 57, §5º CF). Para a apreciação de veto, o
Regimento Comum fixa como data de convocação de sessão a terceira terça-feira de
cada mês, impreterivelmente. Em não ocorrendo nesta data por qualquer motivo, a
sessão conjunta é convocada para a terça-feira seguinte (art. 106, §§1º e 2º, do
RCCN).
A discussão dos vetos é feita em globo, concedendo-se cinco minutos aos oradores
inscritos para esse fim. O processo de votação pode se iniciar após a discussão de
quatro senadores e seis deputados (art. 106-A, § 2º, do RCCN).
Para a rejeição do veto é necessária a maioria absoluta dos votos de Deputados e
Senadores, ou seja, 257 votos de deputados e 41 votos de senadores, computados
separadamente. Registrada uma quantidade inferior de votos pela rejeição em umas
das Casas, o veto é mantido (art. 66, § 4º, CF e art. 43 do RCCN).
A votação de vetos é ostensiva e nominal, por meio de cédula eletrônica de votação, a
eCedula, podendo haver destaque para deliberação em painel eletrônico (arts. 46,
106-B e 106-D do RCCN). Os requerimentos de destaques são para dispositivos
individuais ou conexos. Esses requerimentos não dependem de deliberação do
plenário e são propostos pelo líder do partido, observando-se a proporcionalidade
regimental (art. 106-D do RCCN).

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