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Darwin na Escola: Relato de Uma

Experiência de Divulgação Científica


Biological Evolution In School: An Experience Of
Communication And Dissemination Of Scientific Culture

RESUMO

O objetivo deste artigo é relatar as experiências de um projeto de extensão que buscou G raciel a da Silva
estimular o interesse de estudantes do ensino médio pela teoria da evolução biológica, O liveira
popularizando os conceitos-chave das ideias promulgadas por Charles Darwin (1859). Universidade Federal
do Mato Grosso. Institu-
As ações do projeto foram: (1) conhecer, por meio da aplicação de questionários, a
to de Biociências, Mato
percepção que estudantes do ensino médio e seus professores de Biologia apresentam Grosso, Brasil
sobre ciência e a teoria da evolução biológica; (2) promover mostras científicas por
meio da oferta de oficinas e minicursos nas escolas públicas. Os resultados indicam
que as percepções dos estudantes e professores do Ensino Básico, em relação à ciência
e à teoria da evolução biológica, são otimistas e positivas, e as crenças pessoais não
parecem influenciar em seus posicionamentos sobre o tema. O estudo das percepções
de estudantes e professores forneceu subsídios na definição de “o que, para quem e
como comunicar” temas científicos no espaço escolar. Assim, seguiu-se a segunda
etapa deste projeto – a elaboração e execução de oficinas para estudantes do ensino
básico – que resultou em novas oportunidades, para os envolvidos, de reconstruir a
relação e atribuir valores a ciência.
Palavras-chave: Cultura Científica. Divulgação. Educação Científica. Evolução
Biológica.

ABSTRACT

The objective of this paper is to report the experiences of an extension project that
aimed to stimulate the interest of high school students by the theory of biological
evolution, popularizing the key concepts of the ideas promulgated by Charles Da-
rwin (1859). The project’s actions were: (1) known, by means of questionnaires, the
perception that high school students and their biology teachers have on science
and the theory of biological evolution; (2) promote science exhibitions by offering

Rev. Cult. e Ext. USP, São Paulo, n. 12, supl., p.57-71, mar. 2015 57
DOI: http://dx.doi.org/10.11606/issn.2316-9060.v12isupl.p57-71
workshops and short courses in public schools. The results indicate that the percep-
tions of students and teachers of basic education in relation to science and theory of
biological evolution, are optimistic and positive, and personal beliefs do not seem to
influence in their positions on the subject. The study of the perceptions of students
and teachers provided information on the definition of “what, for whom and how
to communicate” scientific subjects at school. So was followed by the second stage
of this project – the development and implementation of workshops for students of
basic education – which resulted in new opportunities for those involved, to rebuild
the relationship and assign values to science.
Keywords: Scientific Culture. Disclosure. Science Education. Biological Evolution.

INTRODUÇÃO

Este artigo tem como objetivo relatar as experiências de ensino, pesquisa e ex-
tensão vivenciadas durante o desenvolvimento do Projeto de Extensão Evolução Bio-
lógica: exposições científicas e culturais nas escolas públicas de Cuiabá – MT, realizado
entre os anos de 2011-2012 por um grupo de estudantes e sua professora, durante o
curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Esse projeto de extensão teve como
enfoque estimular o interesse dos estudantes de ensino médio pela teoria da evolu-
ção biológica, popularizando os conceitos-chave das ideias promulgadas por Charles
Darwin (1859), bem como os conceitos científicos das Ciências Biológicas que estão
diretamente ligados a essas ideias.
O desenvolvimento desse projeto de extensão foi importante, de modo amplo, para
aproximar o público acadêmico e o escolar em um processo de comunicação científi-
ca e, particularmente, contribuiu para ampliar a compreensão da percepção pública
de jovens estudantes e professores da educação básica sobre a ciência, apontando
caminhos para ações mais efetivas de desenvolvimento de uma cultura científica.
Quando se fala em cultura científica, alguns desafios merecem destaque, pois de
acordo com Vogt [15] nunca na história houve tantas iniciativas governamentais e
acadêmicas em favor da comunicação científica e tecnológica no mundo. Porém,
embora sejam várias as iniciativas e as razões em favor da divulgação e comunicação
científica, paradoxalmente, nota-se um declínio de jovens interessados em assuntos
relacionados à ciência, bem como em seguir uma carreira científica, apesar de convi-
verem intensamente com produtos científicos e tecnológicos.
As razões que afastam os jovens de temas científicos parecem associadas, princi-
palmente, as suas experiências e valores adquiridos durante a sua trajetória escolar.
Vogt [15] explica sobre essa associação:

a palavra “ciência” assusta a esmagadora maioria dos cidadãos [...] porque traz à
memória fracassos escolares por incapacidade de compreensão ou de manipulação de
conceitos. Com demasiada frequência, o ensino das ciências funciona como um fator
de seleção dos “bons” e de exclusão dos “maus”. Depois, logicamente, slogans como
“a ciência é divertida, criativa e ao alcance de todos”... parecem mentiras.

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Dessa forma, durante o projeto buscou-se adotar formas mais amplas e coerentes
de comunicação científica, de maneira que decorresse um trabalho conjunto entre
todos os membros envolvidos. As ações foram articuladas em função do desenvol-
vimento do ensino, da pesquisa e da extensão universitária, para as quais se previu a
participação dos estudantes de Ciências Biológicas desde o planejamento até a reali-
zação nas escolas de educação básica, onde também se envolveram os professores e
os estudantes. Assim, as ações implementadas foram: (1) conhecer a percepção dos
estudantes do ensino médio e seus professores de Biologia sobre ciência a partir das
atitudes diante da teoria da evolução biológica; (2) promover mostras científicas
através de oficinas e minicursos nas escolas públicas.
Vogt e Castelfranchi [14] comentam que as maneiras que os indivíduos percebem
e utilizam o conhecimento científico articula-se em função da compressão do conte-
údo de ciências associados a contextos mais amplos de informações, como atitudes,
opiniões e valores atribuídos a ele. Consequentemente, os objetivos de difusão da
ciência escolar podem ser reestruturados a partir de um plano sociocultural de cons-
trução e aproximação da população aos conhecimentos científicos.
Desta forma, consideramos que projetos de divulgação científica apresentarão resul-
tados mais efetivos quando a noção da ciência escolar romper com a visão de uma sim-
ples aquisição de conteúdos desconectados da realidade social dos jovens estudantes.
A opção pela teoria da evolução biológica como orientadora do projeto justifica-
-se, primeiramente, por apresentar papel chave na compreensão da dinâmica entre
os seres vivos e o meio ambiente, bem como no processo de diversificação, susten-
tando noções chaves das Ciências Biológicas, como: seleção natural, adaptação e
sobrevivência em um nicho ecológico. Esses princípios básicos do conhecimento
biológico contribuem para a compreensão de questões cotidianas dos estudantes,
como, por exemplo, a conservação da biodiversidade, as transformações ambientais,
as consequências do uso indiscriminado de antibióticos, entre outros temas intima-
mente ligados à teoria evolutiva e que exigem a utilização de seus conceitos para a
solução de problemas concretos, assim colaborando para o entendimento e a análise
do meio ambiente.
Contudo, a teoria da evolução biológica é um tema considerado controverso,
pois as atitudes relacionadas a ela frequentemente são influenciadas por ideias,
memórias, experiências e concepções de evolução diferentes das estabelecidas pela
ciência [1]. A esse respeito, Cobern [6] explica que as questões da teoria evolutiva
e origens da vida apresentam a mais clara sobreposição entre ideias científicas e
outras ideias da sociedade.
Por esses motivos, o desenvolvimento de pesquisas empíricas e de iniciativas de
comunicação e divulgação científicas interessadas em entender e estabelecer relações
entre educação científica e educação cultural é imprescindível para a compreensão
dos diálogos entre ciência e cultura, presentes no ensino básico.

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M AT E R I A I S E M É T O D O S

Este projeto foi desenvolvido por uma professora e alunos do curso de Licenciatura
em Ciências Biológicas, do Instituto de Biociências – Campus Cuiabá (MT) –, ma-
triculados na disciplina Instrumentação para o Ensino III, sendo dois bolsistas de
Extensão e outros 19 alunos da disciplina. O público alvo configurou-se em alunos
dos três anos do ensino médio e seus respectivos professores de Biologia, de duas
escolas públicas de Cuiabá, uma municipal e a outra estadual. A escolha dessas es-
colas deveu-se à proximidade da gestão do projeto com alguns de seus funcionários.
O total de alunos do ensino médio participantes do projeto foi de 227, cujas faixas
etárias estão distribuídas da seguinte forma: menos de 15 anos, três alunos; entre 15 e
20 anos, 189 alunos; e mais de 20 anos, 30 alunos. Não responderam a essa pergunta
cinco alunos.
O Gráfico 1 mostra a distribuição desses alunos por ano de escolarização:

Gráfico 1– Distribuição dos jovens estudantes que participaram do projeto, por ano escolar

60

50 49
47

40
36 37
28 30
30

20

10

0
Masculino Feminino

1ºAno 2ºAno 3ºAno

O desenvolvimento e implementação do projeto de extensão contou com a parti-


cipação de três professoras da educação básica. Surgiu daí a necessidade de ampliar a
aplicação do questionário percepção pública da evolução biológica para os professo-
res de outras escolas públicas, ampliando assim o número de inquiridos para 17 pro-
fessores, em oito escolas municipais e estaduais, sendo 16 do sexo feminino. Quanto
à faixa etária desses docentes, delimita-se: 24 anos, um professor; 29 anos, dois pro-
fessores; entre 30 e 39 anos, quatro professores; entre 40 e 48 anos, oito professores;
e com 50 e 54 anos, dois professores.
Após a formação de equipe e a seleção dos estudantes extensionistas, foram realiza-
dos encontros semanais com a participação dos licenciandos e a professora responsá-
vel pelo projeto, para elaboração das ações e atividades que seriam desenvolvidas nas
escolas. No entanto, o grupo ainda estava pequeno para abarcar o desenvolvimento
das atividades previstas. Assim, os estudantes matriculados na disciplina de Instrumen-
tação para o Ensino III foram convidados a participar das ações nas escolas (N=16).

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Inicialmente, todos os acadêmicos foram convidados a levantar as referências bi-
bliográficas que iriam nortear os trabalhos do projeto de extensão e aprofundar os
estudos sobre a teoria da Evolução Biológica. As leituras recomendadas inicialmente
foram textos produzidos numa linguagem voltada ao professor da educação básica:
Evolução: o sentido da biologia [7]; Darwin: do Telhado das Américas à Teoria da Evo-
lução [3]; Evolução biológica: ensino e aprendizagem no cotidiano de sala de aula [11].
Após a síntese e fichamento dos materiais bibliográficos selecionados a equipe de
trabalho iniciou a implementação das ações descritas a seguir.
Foram planejados encontros/reuniões com os professores das escolas, totalizan-
do 20 horas, para estudos e discussões de temas relacionados à teoria da evolução
biológica, com o objetivo de elaborar em conjunto as propostas de atividades que
seriam oferecidas, bem como compor um grupo de estudos permanente sobre o en-
sino e aprendizagem da teoria da evolução biológica e as influências socioculturais.
No entanto, não houve a implementação do grupo de estudos por dificuldades de
conciliação dos horários para os encontros.
Assim, ao longo do trabalho, os graduandos visitaram as escolas para definir deta-
lhes do projeto e optaram pela aplicação de um questionário para verificar as percep-
ções dos professores sobre a teoria e o ensino da evolução biológica. Os questioná-
rios foram compostos por questões de múltipla escolha e em escala do tipo Likert de
quatro pontos, para facilitar a recolha dos dados, de maneira que não interrompesse
a rotina do professor.
A escala de Likert foi desenvolvida por Rensis Likert, em 1932, ao elaborar dife-
rentes afirmações em vez de perguntas, foram atribuídos valores que representam
a concordância ou discordância das afirmações. Likert propôs uma escala de cinco
pontos com um ponto médio para registro da manifestação de situação intermedi-
ária de indiferença ou de nulidade, do tipo: (1) discordo totalmente; (2) discordo;
(3) indeciso; (4) concordo; (5) concordo totalmente. Obtém-se um valor para cada
pessoa e para cada item [9].
As questões presentes no questionário aplicado ao professor versavam sobre: ca-
racterização socioeconômica; motivos/razões para o ingresso na carreira docente;
proximidade com a ciência e com a evolução biológica; opinião a respeito do ensino
da teoria da evolução biológica; e proximidade à religião. Para análise dos dados ob-
tidos foi feita uma contagem de frequência simples, e os resultados foram represen-
tados em números absolutos, por se tratar de uma amostra pequena de inquiridos.
O questionário aplicado para os estudantes do ensino médio foi elaborado com
base no estudo realizado por Oliveira e Bizzo [8] com auxílio do instrumento Rele-
vance of Science Education (ROSE). O ROSE é um estudo internacional, elaborado
pelo professor Svein Sjøberg e pesquisadores da Universidade de Oslo, que teve como
objetivos: investigar opiniões de estudantes na faixa etária dos 15 anos de idade sobre
suas experiências nas aulas de ciências e sua relação com ciência em geral e com a
carreira científica. Esse projeto foi adaptado por pesquisadores de diferentes países,
e seu instrumento de coleta de dados – um questionário fechado com 245 itens, em
escala do tipo Likert de quatro pontos – já foi aplicado em mais de 40 países [12].

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A coleta dos dados foi realizada a partir do contato direto com os inquiridos, du-
rante o período letivo, em horários previamente negociados com a gestão e com os
professores da escola. A aplicação dos questionários durava, em média, 20 minutos.
As questões presentes nos questionários aplicados aos estudantes versavam sobre:
caracterização socioeconômica; proximidade e interesse por ciências e suas aulas de
ciências; interesse por tópicos que sustentam a teoria da evolução biológica; e carac-
terização cultural, particularmente, proximidade com crenças religiosas. A escolha
dos temas ciência e religião foram importantes para compreensão de como os estu-
dantes se relacionam com eles.
Os dados obtidos foram processados no Software Statistical Package for Social Scien-
ce (SPSS) – Pacote Estatístico para as Ciências Sociais – versão 18.0, que é um pro-
grama estatístico facilitador e mediador do trabalho de análise numérica. O SPSS
utilizado foi licenciado pelo projeto Desempenho escolar inclusivo na perspectiva multi-
disciplinar – Observatório da Educação (CAPES/INEP, 2010), no qual a coordena-
dora do presente projeto participa como pesquisadora.
Para avaliar diferenças entre as amostras e relações entre as variáveis, foram re-
alizadas análises descritivas de frequências absolutas e relativas, seguidas do exa-
me das variáveis e suas correlações por análises multivariadas (Mann Whitney e
Kruskal-Wallis).
À luz dos referenciais teóricos que orientam o ensino da teoria da evolução bio-
lógica, os acadêmicos elaboraram oficinas pedagógicas para aplicação nas escolas,
com base em um roteiro denominado Oficina Pedagógica, no qual caracterizaram:
carga horária; limite de vagas; ementa; objetivos educacionais; materiais necessários;
sistemática/desenvolvimento do trabalho; e estratégias de avaliação e autoavaliação.
A duração de cada oficina foi de quatro a oito horas e essas formações versaram
sobre temas relacionados à teoria da evolução biológica. Para chamar atenção dos
jovens, as oficinas receberam os seguintes títulos: Evolução Biológica: afinal o que é
isso?; A natureza: entre o bem e o mal; Répteis: descobrindo seu passado; O que os
olhos não veem; Quem é Darwin?; e Os fósseis e você, tudo a ver.
Ao final das oficinas, o grupo de pesquisadores avaliou as opiniões dos estudantes
sobre as atividades que foram desenvolvidas e retomou, também, as ideias iniciais
que os jovens apresentaram sobre ciência e evolução biológica.

C O M U N I C A Ç Ã O E D I F U S Ã O D A C U LT U R A C I E N T Í F I C A
AT R AV É S D A T E O R I A D A E V O L U Ç Ã O B I O L Ó G I C A

O projeto teve início com a busca pela percepção sobre ciência entre os jovens ma-
triculados no ensino médio e seus professores de Biologia.
Quanto à percepção que os estudantes têm sobre ciência, não houve diferença es-
tatística significativa ao nível de 5% nas respostas dos estudantes quanto às variáveis:
sexo, idade e série.
Os dados obtidos indicam que os jovens consideram que a ciência é relevante
para a sociedade e contribui para resolver problemas do cotidiano. Paradoxalmente,

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quando esses jovens são questionados sobre o interesse de seguir uma carreira científi-
ca ou trabalhar com algum tipo de tecnologia, os níveis de concordância são menores.
Resultados semelhantes foram encontrados por Santos Gouw [10]. A autora desta-
ca que os jovens brasileiros têm uma atitude, em geral, otimista em relação à Ciência
e Tecnologia (C&T), e a consideram responsável não só pela cura de doenças, mas
também por melhores oportunidades futuras e pelo desenvolvimento adequado de
um país. Assim, os jovens atribuem à C&T a possibilidade de uma vida mais saudá-
vel, fácil e confortável. A pesquisadora ainda chama a atenção para os altos índices de
otimismo ou valorização da ciência entre os jovens das regiões Centro-Oeste, Norte
e Nordeste. Por outro lado, os informantes do Sul e Sudeste pareceram menos em-
polgados e mais críticos em relação ao papel da C&T na sociedade.
Ao se comparar os dados encontrados na pesquisa apresentada neste artigo com
a amostra nacional de Santos Gouw [10], depreende-se que a juventude do Centro-
-Oeste apresenta maior interesse pela C&T do que os estudantes de outras regiões
do país. No entanto, para caracterizar as opiniões dos jovens cuiabanos, é necessária
a ampliação desta pesquisa para uma amostra representativa dos estudantes de Cuia-
bá, tendo como referência um cuidadoso planejamento amostral que possibilite do-
cumentar o conjunto de atitudes e interesses, bem como a relação do jovem com a
C&T, levando em conta o perfil socioeconômico e cultural e os contextos escolares
dos informantes.
Quanto à opinião dos jovens a respeito da teoria da evolução biológica, foram
respondidas duas questões, a primeira sobre a base científica e a credibilidade atri-
buída à teoria, e a segunda, sobre a aceitação de tópicos que sustentem a teoria da
evolução biológica.
De maneira geral, os jovens concordaram que a teoria da evolução biológica é um
tema aceito entre os cientistas e resultado de estudos científicos sólidos. No entan-
to, quando é abordada a diferença entre o discurso religioso e o discurso científico,
51,6% dos jovens discordam de que “a teoria da evolução está correta, mesmo não
concordando com o relato bíblico da criação”*. Ressalta-se que 16,7% deles não res-
ponderam a esse item. Esses altos índices de abstenção e discordância podem sugerir
um desconforto entre os jovens quando há relacionamento entre temas científicos
e crenças religiosas.
Os estudantes aceitam itens que afirmam sobre os registros fósseis como provas
da existência de espécies que viveram no passado: 54,6% concordam com a afirma-
ção Os fósseis são indícios de espécies que viveram no passado e que estão extintas
hoje em dia). Eles também concordam com a seleção natural: 60,3% entendem que
se um ser vivo pode viver bem em um ambiente, poderá ter muitos descendentes com
as características vantajosas. Já quando o item tratava-se da ancestralidade comum,
houve menor aceitação entre os estudantes: 52% discordam de que diferentes espé-
cies podem possuir uma mesma espécie ancestral.
Sobre a atribuição de fenômenos naturais para explicar a origem e a evolução da
Terra, 50,2% concordam que isso seja possível. No entanto, a concordância é menor

* Os destaques em itálico remetem às questões de número 6 da sessão 3; questões 2, 6, 10, 7, 9, 8 da


sessão 4, dispostas no questionário aplicado aos informantes.

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quando as afirmações se voltam para a origem e evolução humana, com um índice de
44,5% de aceitação para a afirmação O ser humano se originou da mesma forma como
as demais espécies biológicas; 49,3% para A espécie humana habita a Terra há cerca de
100.000 anos; e 35,2% para Primeiros humanos viveram no ambiente africano. Destacam-
-se os percentuais de “não resposta” de 14,1% também para os itens relacionados à
origem e evolução humana.
Embora sejam menores os níveis de concordância dos estudantes com itens sobre
a origem e evolução humana, não houve diferença significativa (5%) entre as respos-
tas. Esses resultados apontam que os estudantes parecem interessados e motivados
por temas relacionados à teoria da Evolução Biológica.
Essa motivação não parece influenciada por uma proximidade com a religião, pois
a maioria dos jovens se considera religioso e acredita em explicações teológicas para
origem da vida, como pode ser observado nos níveis de aceitação dos itens das ques-
tões Sou uma pessoa religiosa**, em que 76% concordam; em Acredito na doutrina ou
nos ensinos religiosos, com 70,4% de concordância; em Os conhecimentos religiosos são
úteis no meu dia a dia, com 69,6% de concordância; e em Acredito nas explicações reli-
giosas para origem da vida, com o qual 72% concordam. Portanto, existe uma aparente
convivência de ideias opostas para o jovem estudante.
Esses resultados contradizem os dados encontrados por Oliveira e Bizzo[8], que
pesquisou sobre esses mesmos temas dentre estudantes do ensino médio de Tangará
da Serra (MT) e São Caetano do Sul (SP). Os resultados do pesquisador mostram
que os níveis de aceitação parecem influenciados principalmente pela religião: os es-
tudantes mato-grossenses e evangélicos apresentaram níveis mais baixos de concor-
dância com a teoria evolutiva, diferentemente dos estudantes paulistas, que apresen-
tam níveis mais altos de aceitação, inclusive de itens referentes à origem e evolução
da Terra e do ser humano.
Contudo, Bizzo, Santos Gown e Mota [4], em uma pesquisa semelhante que re-
alizaram em âmbito nacional, não encontraram relações de proximidade dos jovens
em relação à teoria da evolução e crenças religiosas, e destacam que a aceitação da
evolução não varia consideravelmente entre os sexos e entre as religiões, embora as
meninas, de maneira geral, e os meninos evangélicos mostrem menor concordância
com essa ideia do que meninos e meninas católicos. Um resultado relevante, apontado
pelos autores, foi a discordância de 80% dos católicos e de 67% dos evangélicos com
a afirmação minha religião me impede de acreditar na evolução biológica.
Diante dos resultados apresentados, os autores citados comentam que os jovens
parecem entender que a ciência não pode ser vista como um simples sistema de ver-
dades e dogmas, e que a religião não impede o desenvolvimento de nossa capacidade
de observar e interpretar o mundo.

Assim, considerando os resultados encontrados por Bizzo, Santos Gouw e Mota [4]
e os apontados na pesquisa apresentada neste artigo, surgem novos questionamentos,

** Os destaques em itálico remetem às questões de número 1, 2, 5, 6 da sessão 2, dispostas no ques-


tionário aplicado aos informantes.

64 Darwin na Escola: Relato de Uma Experiência de Divulgação Científica


pois se os jovens parecem capazes de negociar suas crenças religiosas e científicas so-
bre a origem da Terra e da vida, quais seriam as estratégias utilizadas por esses jovens
para negociar a ciência e religião como campos independentes?
Nas respostas dos professores aparecem algumas tendências semelhantes às per-
cepções dos estudantes. Quanto à proximidade com as religiões, 13 professores se
consideram pessoas de fé; oito deles julgam compreender os ensinamentos religio-
sos; 14 consideram que os ensinamentos religiosos são uteis no seu cotidiano; e 10
concordam que religião deve ser ensinada na escola.
Sepúlveda e El-Hani [13] argumentam que é possível uma convivência pacífica, no
pensamento individual, entre crenças pessoais e ciência, desde que elas coexistam
em contextos diferentes. Os dados analisados mostram que os professores pesquisa-
dos acreditam nas evidências científicas para explicar a origem e evolução da vida e,
a parte majoritária não concorda com os relatos bíblicos sobre a criação. Dentre os
professores, oito concordaram que é possível conciliar a teoria da Evolução Biológica
com explicações religiosas e culturais para origem e evolução humana.
Todos os professores concordaram totalmente com os tópicos relacionados à teoria
da evolução biológica, sendo que apenas um professor não concorda que os primeiros
humanos tenham vivido em ambiente africano.
Quanto ao ensino da evolução biológica, os professores consideram de grande
importância para o ensino básico, mas embora tenham estudado essa teoria durante
a graduação, 13 professores afirmaram não terem sido preparados para trabalhar em
sala de aula as questões socioculturais que influenciam a aprendizagem desse tema
pelos estudantes.
Também foi consenso, entre os professores, que a formação cultural dos alunos da
educação básica influencia na compreensão dos conceitos-chave da teoria da Evolu-
ção Biológica, e consideram que conhecem poucos caminhos e estratégias pedagó-
gicas que amenizem os conflitos entre a religião e a ciência em sala de aula.
Asghar, Wiles e Alters [2], ao estudarem os sentimentos e preocupações de fu-
turos professores canadenses quanto à abordagem do tema da evolução biológica
no ensino fundamental, explicam que esses docentes aceitam a teoria da evolução
biológica e que pretendem incluir o ensino do tema no currículo de ciências. No en-
tanto, existe entre os professores a preocupação com a aceitação da teoria por parte
dos estudantes e seus pais, já que a inclusão desse tema nas aulas de ciências pode
se confrontar com as crenças religiosas dos estudantes. Outro ponto que preocupa
esses futuros docentes, segundo os estudos desses autores, é a impressão de que a
formação acadêmica não contribuiu com a compreensão adequada da teoria, além
de não oferecer embasamento teórico sobre estratégias pedagógicas para trabalhar
com temas controversos em sala de aula.
Na pesquisa a que se refere este artigo, os professores também concordam com a
inclusão do ensino de questões religiosas na escola, ao mesmo tempo reconhecem
que seus alunos apresentam dificuldades de compreensão da teoria da evolução
biológica devido a influências socioculturais. Portanto, é necessário refletir e
aprofundar mais os estudos sobre como esses profissionais poderiam intermediar

Rev. Cult. e Ext. USP, São Paulo, n. 12, supl., p.57-71, mar. 2015 65
suas crenças pessoais, as questões religiosas ensinadas na escola e ainda o ensino
da teoria da evolução biológica.
De maneira geral, os dados analisados apontam que as percepções positivas em
relação à ciência e à teoria da evolução biológica foram comuns entre os estudantes
e professores, e que questões religiosas não parecem influenciar explicitamente nas
suas opiniões e posicionamentos. No entanto, considera-se necessário o desenvolvi-
mento de estudos de cunho quantitativo associados a qualitativos para aprofundar a
compreensão de como as características culturais e sociais dos sujeitos pesquisados
se relacionam com a percepção da ciência.

OFICINAS PEDAGÓGICAS NA ESCOLA: CONCILIANDO A


FORMAÇÃO ACADÊMICA COM A DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

O estudo das percepções de estudantes e professores forneceu subsídios para a defi-


nição do que, para quem e como comunicar temas científicos. Como exemplo, cita-
-se a preocupação que os professores inquiridos apresentaram com a influência das
crenças religiosas dos estudantes na aprendizagem da teoria da evolução biológica.
Por outro lado, esses jovens apresentaram percepções positivas com relação à evolu-
ção biológica, independentemente de suas afiliações e proximidade com a religião.
Os programas de extensão articulados com ensino e pesquisa contribuem para
aproximar a universidade das demandas da comunidade, e essas propostas de apro-
ximação incidem, em primeiro lugar, a dar voz a todos os participantes dessa comu-
nidade. As atividades de extensão e pesquisa na escola precisam ser compreendidas
a partir da participação ativa de pesquisadores e dos sujeitos da escola, por isso, antes
de qualquer definição pedagógica para a pesquisa apresentada neste artigo, foi reali-
zada uma escuta de professores e alunos.
Assim, as oficinas foram elaboradas pelos acadêmicos considerando essas inten-
ções mais abrangentes de comunicação, favorecendo a proximidade dos estudantes
do ensino básico a temas científicos, sob uma ótica mais crítica de seus benefícios e
processos.
Para elaboração das oficinas, os licenciandos buscaram referenciais teóricos espe-
cíficos da biologia e da educação, conciliando os dois campos de conhecimento. No
entanto, ao longo das elaborações das atividades das oficinas percebeu-se uma forte
tendência entre os graduandos por estratégias de mera transmissão do conhecimento,
em geral, criticadas pelos eles próprios. Percebe-se, portanto, que ao definirem suas
estratégias pedagógicas, esses alunos de licenciatura ainda possuem dificuldades de
implementarem situações didáticas em que os estudantes da educação básica tenham
papel mais ativo em sala de aula.
De acordo com Vogt [15] quando iniciativas de comunicação e ensino de temas
científicos são elaboradas pela comunidade acadêmica e executadas no âmbito do
ensino básico, existe uma forte tendência de reduzir à comunicação científica a trans-
ferência de conhecimentos, o que “frequentemente produz o contrário da intenção
inicial: aproximar, compartilhar e estimular”.

66 Darwin na Escola: Relato de Uma Experiência de Divulgação Científica


No entanto, a partir do diálogo entre professores-formadores, alunos de licencia-
tura e sujeitos da escola, à luz de referenciais teóricos da educação e específicos da
biologia, as concepções prévias de ensino e o papel do professor e aluno em sala de
aula podem ser analisados criticamente, como ocorreu no projeto apresentado neste
artigo, possibilitando novas formas de se concretizar o ensino de temas científicos.
Desde o planejamento das atividades das oficinas pedagógicas, os alunos de li-
cenciatura retomavam suas concepções de ensino e aprendizagem de temas científi-
cos, reformulando os saberes teóricos e as possibilidades reais da prática na escola.
Além disso, ao transpor para o conhecimento escolar o conhecimento acadêmico
sobre a teoria da evolução biológica, os alunos analisaram suas próprias percep-
ções e conhecimento sobre a teoria e as ideias de Darwin sobre seleção natural e
dinâmica do meio ambiente.
As oficinas foram oferecidas em um dia letivo para cada escola. Para inscrição dos
estudantes do ensino médio, foi encaminhado um informativo sobre as oficinas e os
alunos escolheram a que lhes pareceu mais atrativa.
Durante a criação de cada oficina, após os ajustes metodológicos de rompimen-
to com a tendência às atividades tradicionais, os graduandos buscaram por ativida-
des mais interativas, como: resolução de problemas, experimentos, demonstração
de experimentos, exposição de documentários e filmes seguidos de debates, dentre
outras atividades que buscavam relacionar concepções científicas e cotidianas sobre
a evolução biológica.
As oficinas contaram com 192 participantes e, para atender a todos, algumas foram
oferecidas em mais de um turno. Em cada oficina, os ministrantes criaram estratégias
para conhecer as concepções prévias dos alunos do ensino médio, e ao final, estes
responderam uma avaliação sobre o curso.
Todas as oficinas foram bem avaliadas pelos estudantes, que demonstraram moti-
vação e interesse em participar das atividades elaboradas, atendendo, assim, às expec-
tativas de todos os envolvidos. Para exemplificar os resultados positivos alcançados,
será apresentada, a seguir, a oficina Os fósseis e você, tudo a ver.
Considerando, que a paleontologia apresenta conceitos fundamentais para com-
preensão de fenômenos naturais e da história do planeta Terra, bem como sustenta a
teoria da evolução biológica, além de ter sido um importante componente para for-
mulação da Origem das Espécies, de Charles Darwin, alguns graduandos optaram
pelo desenvolvimento de uma oficina sobre o tema.
Para as atividades propostas, foram desenvolvidos os seguintes materiais: um jogo
de tabuleiro para identificação de concepções prévias; atividades práticas que demons-
travam como ocorre o processo de fossilização; e exposição de imagens de fósseis en-
contrados no mundo e, principalmente, no Brasil. Por fim, os graduandos propuseram
uma discussão sobre como são feitos os estudos com fósseis e sua importância para a
compreensão da origem e evolução dos seres vivos, apresentando também conheci-
mentos sobre a idade da Terra e registros fósseis nos estudos desenvolvidos por Darwin.
A oficina foi oferecida para estudantes do 1º ano do ensino médio, em dois turnos
com turmas de 20 alunos cada. Inicialmente, os alunos foram divididos em pequenos

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grupos e desafiados por um jogo de perguntas e respostas, o Jogo dos Fósseis, que con-
siste em um tabuleiro que identifica concepções prévias dos estudantes sobre o tema.
Ao longo da atividade, os ministrantes anotavam as principais respostas dos grupos
e, após analisarem-nas, identificaram que a maioria das ideias sobre fósseis estava as-
sociada a restos de dinossauros e, principalmente, que a fonte de informação desses
estudantes era a mídia, em programas de televisão e internet.
Em seguida, esses alunos foram convidados a confeccionar alguns moldes de fós-
seis, através do uso de massa de modelar e gesso, possibilitando a reflexão sobre como
ocorre o processo de fossilização. Foram apresentados, previamente, alguns fósseis
produzidos com gesso, simulando as formas reais e abordando com os alunos como
este artefato seria conservado ao longo dos anos.
Novas informações sobre os fósseis eram agregadas às atividades gradualmente,
por meio de exposições de imagens e da proposta de discussões a partir de textos
disponíveis na revista Ciência Hoje, particularmente a coluna Caçadores de Fósseis.
A utilização de textos de divulgação científica justifica-se pelo tempo disponível para
oficina e por se tratar de um material já adaptado para o público escolar em geral. Ao
longo da oficina, os ministrantes buscavam interfaces entre as dúvidas e comentários
apresentados pelos estudantes e o conteúdo conceitual.
No final das atividades os estudantes do ensino médio responderam a uma pesqui-
sa sobre o que foi estudado e avaliaram o curso por meio de um formulário composto
das seguintes questões dissertativas: O que você aprendeu de novo hoje? O que é
um fóssil? O que mais gostou na oficina? O que menos gostou na oficina? O que lhe
despertou mais interesse hoje? O que você mais gostou do jogo? O que você mais
gostou na construção dos fósseis?
Os estudantes pareceram satisfeitos com a oficina, demonstrando motivação em
estudar e pesquisar mais a respeito do que foi apresentado suscitando novos interes-
ses diante de temas científicos. Eles destacaram que aprenderam uma nova acepção
para o termo “fóssil”, já que o tema não estava tão restrito aos dinossauros, ampliando
seus conceitos, por exemplo, para fósseis de vegetais, o que não parecia possível ante-
riormente. Dentre os pontos negativos identificados pelos ministrantes destaca-se a
organização/sequência das atividades em relação à dinâmica da sala de aula, e a carga
horária disponível, que pareceu insuficiente para o que foi proposto.
As atividades de extensão em parceria com os sujeitos da escola retomam a dis-
cussão de que a formação inicial docente se coloca tanto no contexto universitário
quanto na educação básica. Embora esse projeto desenvolvido tenha sido de curto
prazo em sala de aula, construído a partir de ideias didáticas comuns e simples, a ex-
periência de sua aplicação representou mais uma possibilidade de superação de um
ensino fragmentado e desconectado da realidade do exercício docente.
No aprendizado a partir de situações concretas os alunos de licenciatura tiveram
oportunidade de refletir sobre os conteúdos biológicos enquanto temas que deverão
ser ensinados e transpostos para o saber escolar, contribuindo, assim, para o desenvol-
vimento da competência de selecionar, avaliar e refletir sobre as diferentes estratégias
didáticas para ensinar temas científicos. Do outro lado, os professores e alunos da
educação básica contemplados com as oficinas tiveram oportunidade de reconstruir
a relação com a ciência e os temas científicos.
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Por fim, considera-se que iniciativas de desenvolvimento da cultura científica são
indispensáveis para inclusão dos jovens na compreensão da vida cotidiana e nela
atuar transformando a sua realidade e, principalmente, participando e julgando de-
cisões políticas.

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GRACIELA DA SILVA OLIVEIRA docente do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Mato


Grosso (UFMT) e doutoranda da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP)
– e-mail: graciela@usp.br

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