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Sumário
I. Introdução
II. Desconto do DSR
II.1 Ordem de Preferência dos Atestados Médicos
II.1.2 Validade
II.2 Mensalistas e Quinzenalistas
II.3 Diaristas, Horistas e Semanalistas
II.4 Semana Anterior
III. Trabalho em Dias de Descanso
III.1 Autorização Permanente
III.2 Empresas Não Autorizadas
III.3 Autorização Provisória
III.4 Comércio em Geral
III.5 Município de São Paulo
IV. Escala de Revezamento
IV.1. Mulher
V. Pagamento em Dobro
VI. Remuneração
VI.1 Folha de Pagamento
VI.2 Semanalista, Diarista e Horista
VI.3 Tarefeiro e Pecista
VI.4 Rural
VI.5 Comissionista
VI.6 Mensalistas e Quinzenalistas
VI.7 Domicílio
VI.8 Jornada Reduzida
VII. Adicionais
VII.1 Horas Extras
VII.2 Horas Noturnas
VII.3 Gorjetas
VII.4 Gratificações
VIII. Encargos Sociais
IX. Empregado Doméstico
X. Trabalhador Temporário
XI. Professor
XII. Vendedor Viajante
XIII. Jornalista Profissional
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XIV. Feriado no Domingo
XV. Penalidades
XVI. Jurisprudências
XVII. Fundamentos Legais
I. Introdução
Todo empregado urbano (inclusive o temporário), rural ou doméstico tem direito ao descanso semanal remunerado
(DSR/RSR) de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, preferencialmente aos domingos nos limites das exigências técnicas
das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.
Neste contexto, prevê a Constituição Federal de 1988:
"Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
(...)"
Para fazer jus ao gozo DSR/RSR é necessário o que empregado cumpra integralmente sua jornada de trabalho semanal, sem
faltas, atrasos ou saídas injustificados durante o expediente.
Desse modo, perderá a remuneração do dia de repouso o trabalhador que, sem motivo justificado ou em virtude de punição
disciplinar, não tiver trabalhado durante toda a semana, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.
Certas ausências, entretanto, são legais e não acarretam perda do descanso semanal remunerado. São elas:
a) até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que,
declarada em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, viva sob sua dependência econômica;
b) até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;
c) por 5 (cinco) dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana; nos termos do art.10, § 1º, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), da Constituição Federal de 1988.
d) por 1 (um) dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada;
e) até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva;
f) no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na Lei nº 4.375/1964, art. 65, "c";
g) nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de
ensino superior;
h) pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo (ex: sessão do júri);
i) pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de
reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro;
j) durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos para
percepção do salário-maternidade;
k) paralisação das atividades por motivo exclusivo do empregador;
l) no período de férias;
m) nos casos de doença, pelo prazo de 15 dias pagos pela empresa, desde que devidamente comprovada por meio de
atestado médico;
n) convocação para serviço eleitoral;
o) licença remunerada;
p) 9 (nove) dias para professor, por motivo de gala ou de luto em conseqüência de falecimento do cônjuge, do pai ou mãe,
ou de filho;
q) atrasos decorrentes de acidentes de transportes, desde comprovado mediante apresentação de atestado da empresa
concessionária;
r) período de afastamento do representante dos empregados quando convocado para atuar como conciliador nas Comissões
de Conciliação Prévia;
s) no período de ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atividades do
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Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS);
t) o período de ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atividades do
Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço);
u) ausência justificada pela empresa, assim entendida aquela que não houver acarretado o correspondente desconto na
remuneração;
v) ausência por motivo de acidente do trabalho, pelo prazo de 15 dias pagos pela empresa, desde que devidamente
comprovada por meio de atestado médico;
w) ausências motivadas pelo comparecimento necessário à Justiça do Trabalho (reclamante, reclamado, testemunha, etc.);
x) durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva quando for
impronunciado ou absolvido;
y) afastamento para inquérito por motivo de segurança nacional (até 90 dias);
z) outros motivos previstos em documento coletivo (acordo, convenção ou dissídio) do sindicato representativo da categoria
profissional.
Para evitar a perda da remuneração, e a conseqüente perda do DSR, caberá ao empregado apresentar atestado médico,
conforme a seguinte ordem de preferência.
Desse modo, a ordem a ser observada para a entrega de atestado de médico será a seguinte:
a) médico da empresa ou do convênio fornecido por esta;;
b) médico da Previdência Social (perícia médica quando o afastamento ultrapassar 15 dias) ou médico do SUS (Sistema
Único de Saúde);
c) médico do SESI (Serviço Social da Indústria), SESC (Serviço Social do Comércio);
d) médico de repartição federal, estadual ou municipal, incumbida de assuntos de higiene e saúde;
e) médico do sindicato a que pertença o empregado; ou
d) médico de livre escolha do trabalhador.
Contudo, se houver documento coletivo do sindicato ou regulamento interno da empresa estabelecendo que a ordem
preferencial de atestados não será aplicada, tais regras não serão observadas.
Aquela empresa que nunca observou a ordem preferencial, não mais poderá exigir a sua observância, uma vez que tal
conduta estará em desacordo com o artigo 468 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que por sua vez declara:
"Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda
assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula
infringente desta garantia."
II.1.2 Validade
De acordo com a Portaria MPAS nº 3.291/1984, para que o atestado médico, fornecido pelo médico ou odontólogo, tenha
validade é necessário conter os seguintes requisitos:
a) tempo de dispensa concedida ao segurado, por extenso e numericamente;
b) diagnóstico codificado, conforme o Código Internacional de Doenças (CID), com a expressa concordância do paciente; e
c) assinatura do médico ou odontólogo sobre carimbo do qual conste nome completo e registro no respectivo conselho
profissional (CRM ou CRO);
Nota:
Observe-se que se o empregado não concordar com a aposição do CID, este não constará do atestado, o que não o tornará inválido.
Nota:
Observa-se, ainda, que o início da dispensa deverá coincidir obrigatoriamente com os registros médicos relativos à doença ou ocorrência que
determinou a incapacidade.
Há grande controvérsia quanto ao desconto ou não do DSR dos empregados mensalistas e quinzenalistas, quando faltam ao
serviço sem justificativa legal.
Tal polêmica é oriunda da previsão existente na Lei nº 605/1949, artigos 6º e 7º, § 2º, que assim prevêem:
"Art. 6º - Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o emprego não tiver trabalhado durante toda a
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semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.
§ 1º São motivos justificados:
a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho;
b) a ausência do empregado, devidamente justificada, a critério da administração do estabelecimento;
c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não tenha havido trabalho;
d) a ausência do empregado, até dias consecutivos, em virtude de seu casamento;
e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho;
f) a doença do empregado, devidamente comprovada.
§ 2º A doença será comprovada mediante atestado de médico da instituição da previdência social a que estiver filiado o
empregado, e, na falta deste e sucessivamente, de médico do Serviço Social do Comércio ou da Indústria; de médico da
empresa ou por ela designado; de médico a serviço de representação federal, estadual ou municipal incumbido de assuntos
de higiene ou de saúde pública; ou não existindo estes, na localidade em que trabalhar, de médico de sua escolha.
§ 3º Nas empresas em que vigorar regime de trabalho reduzido, a freqüência exigida corresponderá ao número de dias em
que o empregado tiver de trabalhar.".
Art. 7º - A remuneração do repouso semanal corresponderá:
§ 2º Consideram-se já remunerados os dias de repouso semanal do empregado mensalista ou quinzenalista, cujo cálculo de
salário mensal ou quinzenal, ou cujos descontos por faltas sejam efetuados na base do número de dias de mês ou de
descontos por faltas sejam efetuados na base do número de dias de mês ou de trinta (30) e quinze (15) diárias,
respectivamente."
Ao analisar o diploma legal, há corrente jurisprudencial que entende que o mensalista e o quinzenalista não estão sujeitos à
assiduidade para fazer jus à remuneração do repouso semanal, ou seja, ainda que faltem ao trabalho sem justificativa legal,
cabe ao empregador descontar somente o valor correspondente ao dia da falta, visto os dias de repouso serem considerados
já remunerados, por estarem inclusos no salário mensal ou quinzenal.
Nesse sentido, dispõe o seguinte acórdão:
"O empregado mensalista, que faltar ao serviço, fica sujeito à perda do salário correspondente ao dia de ausência, sem
prejuízo do repouso semanal remunerado. A exigência de freqüência integral, na semana, restringe-se ao empregado
diarista. Revista provida para assegurar o pagamento do repouso." (TST -1ª Turma - Proc. RR 5.100/79 - Rel. Min.
Raymundo de Souza Moura publicado em audiência de 04.02.1981 - DJU de 06.02.1981).
Por outro lado, há corrente que entende que não será devido o DSR ao empregado mensalista ou quinzenalista quando, sem
motivo justificado, não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.
Neste contexto, demonstram os seguintes acórdãos:
"Em alcançando o salário do mensalista a remuneração dos trinta dias do mês - art. 7º, § 2º, da Lei nº 605, - tem-se como
pertinente o disposto no art. 6º, segundo o qual a falta injustificada no correr da semana torna indevido o pagamento do
repouso, autorizado, portanto, o desconto não só do dia da ausência, como também daquele destinado ao repouso.
Entendimento diverso leva ao estabelecimento de verdadeiro privilégio, com a manutenção, em relação aos mensalistas, do
direito ao repouso, independente da assiduidade durante a semana." (Acórdão unânime do Plenário do TST - E RR 4019/79
- Rel. Min. Marco Aurélio - DJU de 11.03.83, pág. 2.542).
DSR´S - A inexistência de cumprimento integral da jornada da semana anterior acarreta a perda do direito a remuneração do
descanso semanal remunerado, consoante decorre do disposto no art. 6º da Lei 605/49. Irrelevante que o reclamante fosse
mensalista. Nessa hipótese pertinente a efetivação do desconto do valor respectivo na forma procedida pelo empregador
(TST 2ª Região - RO 02930406075 - Relator(a): Leny Pereira Sant´anna - Data do julgamento 08/05/1995 - Data da
publicação: 25/05/1995).
O empregador poderá adotar qualquer dos procedimentos expostos, desde que a medida abranja a totalidade de empregados
sem exceção, sobe pena de infringir o princípio da equidade, previsto no art. 5º, "caput", da Constituição Federal. Se,
entretanto, estiver seguindo o critério de não descontar o DSR do mensalista e quinzenalista e vier a fazê-lo, poderá ser
surpreendido com a argüição de nulidade dessa alteração por contrariar o artigo 468 da CLT, que considera lícitas apenas as
alterações contratuais que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado.
Nesse aspecto, vale observar o seguinte acórdão:
"Se há longos anos é observada na empresa a normalidade de retribuir o repouso do mensalista, mesmo diante de faltas ao
serviço porventura ocorridas na semana antecedente, não poderá o empregador revogá-la, sob pena de violar condição que
se inseriu no pacto laboral." (TST - 2ª Turma - RR - 4.232 Min. Vieira Mello).
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Vale observar, ainda, que nos termos do Precedente Normativo do Tribunal Superior do Trabalho (TST) nº 92, aprovado
pela Resolução Administrativa nº 37/92, ficou estabelecido que:
"Garantia de repouso remunerado. Ingresso com atraso.
Assegura-se o repouso remunerado ao empregado que chegar atrasado, quando permitido seu ingresso pelo empregador,
compensado o atraso no final da jornada de trabalho ou da semana.".
Preventivamente, antes de efetuar o desconto do DSR, cabe ao empregador verificar se existe documento coletivo mais
benéfico.
Para que o empregado (diarista, horista e semanalista) tenha direito à remuneração do descanso semanal remunerado (DSR)
é necessário que o seu horário de trabalho semanal seja integralmente cumprido, sem faltas, atrasos ou saídas injustificadas
durante o expediente.
Contudo, se a empresa adotar o procedimento do não-desconto do DSR, quando tais empregados deixarem de cumprir a
jornada semanal integral, não poderá fazê-lo aos que já vinham sendo beneficiados com a medida, sob pena de argüição de
nulidade dessa alteração por ofensa ao princípio da inalterabilidade das condições contratuais que impliquem, direta ou
indiretamente, prejuízos ao emprego (artigo 468 da CLT).
Semana anterior, de acordo com nosso entendimento, corresponde ao período de segunda-feira a domingo anterior à semana
em que recair o dia do descanso.
Isto significa dizer que, uma vez que o descanso semanal remunerado (DSR) compreende os domingos e feriados, se um
empregado faltar injustificadamente, por exemplo, e na próxima semana houver um feriado, este sofrerá o desconto do dia
da falta, do domingo e do feriado.
Vejamos os seguintes exemplos:
- Empregado faltou injustificadamente no dia 09.10.2008 (quinta-feira), não fará jus ao recebimento do DSR referente ao
dia 19.10.2008 (domingo).
- Empregado faltou injustificadamente no dia 15.04.2008 (terça-feira), não fará jus ao recebimento do DSR referente ao dia
21.04.2008 (feriado de Tiradentes - Lei nº 662/1949) e 27.04.2008 (domingo).
Este entendimento, contudo, não é pacífico, pois existe corrente que entende por semana anterior aquela que inclui o
repouso da semana em que ocorreu a falta.
Exemplo:
- Empregado faltou injustificadamente no dia 01.10.2008 (quarta-feira), não fará jus ao recebimento do DSR referente ao
dia 05.10.2008 (domingo).
Neste contexto, caberá ao empregador, preventivamente, consultar o documento coletivo da categoria profissional.
Em regra, é vedado o trabalho nos dias de repouso, exceto quando a execução dos serviços for imposta pelas exigências
técnicas das empresas.
Nota:
Constituem exigências técnicas, aquelas que, em razão do interesse público, ou pelas condições peculiares às atividades da empresa ou ao
local onde as mesmas se exercitarem, tornem indispensável à continuidade do trabalho, em todos ou alguns dos respectivos serviços.
As empresas em que, em razão de interesse público ou pelas condições peculiares às próprias atividades ou ao local onde
são exercidas, seja indispensável à continuidade do trabalho, é concedida em caráter permanente permissão para o trabalho
em dias de repouso, hipótese em que o empregador deverá conceder outro dia de folga ao empregado.
Tais empresas deverão elaborar a escala de revezamento mensal para determinar um outro dia de folga aos empregados.
As atividades autorizadas a funcionar nos dias destinados ao repouso constam de relação abaixo, conforme Anexo do
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Decreto nº 27.048/1949:
INDÚSTRIA
Laticínios (excluídos os serviços de escritório).
Frio industrial, fabricação e distribuição de gelo (excluídos os serviços de escritório).
Purificação e distribuição de água (usinas e filtros) (excluídos os serviços de escritório).
Produção e distribuição de energia elétrica (excluídos os serviços de escritório).
Produção e distribuição de gás (excluídos os serviços de escritório).
Serviços de esgotos (excluídos os serviços de escritório).
Confecção de coroas de flores naturais.
Pastelaria, confeitaria e panificação em geral.
Indústria do malte (excluídos os serviços de escritório).
Indústria do cobre electrolítico, de ferro (metalúrgica) e do vidro (excluídos os serviços de escritório).
Turmas de emergência nas empresas industriais, instaladoras e conservadoras de elevadores e cabos aéreos.
Trabalhos em cortumes (excluídos os serviços de escritório).
Alimentação de animais destinados à realização de pesquisas para preparo de soro e outros produtos farmacêuticos.
Fundição e siderurgia (fornos acesos permanentemente (excluídos os serviços de escritório).
Lubrificação e reparos do aparelhamento industrial (turma de emergência).
Indústria moajeira (excluídas os serviços escritório).
Usinas de açúcar e de álcool (com exclusão de oficinas e escritórios).
Indústria do papel de imprensa (excluídos os serviços de escritórios).
Indústria de vidro (excluído o serviço de escritório).
COMÉRCIO
Varejistas de peixe.
Varejistas de carnes frescas e caça.
Venda de pão e biscoitos.
Varejistas de frutas e verduras.
Varejistas de aves e ovos.
Varejistas de produtos farmacêuticos (farmácias, inclusive manipulação de receituário).
Flores e coroas.
Barbearias (quando funcionando em recinto fechado ou fazendo parte do complexo do estabelecimento ou atividade, mediante
acordo expresso com os empregados).
Entrepostos de combustíveis, lubrificantes e acessórios para automóveis (postos de gasolina).
Locadores de bicicletas e similares.
Hotéis e similares (restaurantes, pensões, bares, cafés, confeitarias, leiterias, sorveterias e bombonerias).
Hospitais, clínicas, casas de saúde e ambulatórios.
Casas de diversões (inclusive estabelecimentos esportivos em que o ingresso seja pago).
Limpeza e alimentação de animais em estabelecimentos de avicultura.
Feiras-livres e mercados, inclusive os transportes inerentes aos mesmos.
Porteiros e cabineiros de edifícios residenciais.
Serviços de propaganda dominical.
Artigos regionais nas estâncias hidrominerais
Comércio em portos, aeroportos, estradas, estações rodoviárias e ferroviárias.
Comércio em hotéis.
Agências de turismo, locadoras de veículos e embarcações.
Comércio em postos de combustíveis.
Comércio em feiras e exposições".
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TRANSPORTES
Serviços portuários.
Navegação (inclusive escritório, unicamente para atender a serviço de navios).
Trânsito marítimo de passageiros (exceto de escritório).
Serviço propriamente de transportes (excluídos os transportes de carga urbanos e os escritórios e oficinas, salvo as de
emergência).
Serviço de transportes aéreos (excluídos os departamentos não ligados diretamente ao tráfego aéreo).
Transporte interestadual (rodoviário), inclusive limpeza e lubrificação dos veículos.
Transporte de passageiros por elevadores e cabos aéreos.
COMUNICAÇÕES E PUBLICIDADE
Empresa de comunicação telegráficas, radiotelegráficas e telefônicas (excluídos os serviços de escritório e oficinas, salvos as
emergência).
Empresas de radiodifusão, televisão, de jornais e revistas (excluídos os escritórios).
Distribuidores e vendedores de jornais e revistas (bancas e ambulantes).
Anúncios em bondes e outros veículos (turma de emergência).
EDUCAÇÃO E CULTURA
Estabelecimentos de ensino (internatos, excluídos os serviços de escritório e magistério).
Empresas teatrais (excluídos os serviços de escritório).
Biblioteca (excluídos os serviços de escritório).
Museu (excluídos de serviços de escritório)
Empresas exibidoras cinematográficas (excluídos de serviços de escritório)
Empresa de orquestras
Cultura física (excluídos de serviços de escritório)
Instituições de culto religioso.
SERVIÇOS FUNERÁRIOS
Estabelecimentos e entidades que executem serviços funerários.
AGRICULTURA E PECUÁRIA
Limpeza e alimentação de animais em propriedades agropecuárias.
Execução de serviços especificados nos itens anteriores desta relação.
As empresas com atividades que exijam trabalho nos dias de repouso, e que não constem da relação acima deverão
apresentar o pedido de autorização ao Ministro do Trabalho e Emprego (MTE), conforme Portaria MTB nº 3.118/1989.
Os pedidos de autorização deverão ser instruídos com os seguintes documentos:
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a) laudo técnico elaborado por instituição Federal, Estadual ou Municipal, indicando as necessidades de ordem técnica e os
setores que exigem a continuidade do trabalho, com validade de 4 (quatro) anos;
b) acordo coletivo de trabalho ou anuência expressa de seus empregados, manifestada com a assistência da respectiva
entidade sindical; e
c) escala de revezamento.
Desde que não contrarie legislação federal, fica definido que os municípios poderão legislar sobre matéria relacionada á
autorização do trabalho em dias destinados ao descanso.
Neste contexto, o art. 6º da Lei nº 10.101/2000 autoriza o trabalho aos domingos nas atividades do comércio em geral,
observada a legislação municipal, conforme prevê a Constituição Federal de 1988, art.30, I.
Lei nº 10.101/2000 prevê ainda, que DSR deverá coincidir, pelo menos 1 (uma) vez no período máximo de 3 (três)
semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem estipuladas em negociação
coletiva."
Em relação ao trabalho em feriados, a mesma Lei estabelece que será permitido o trabalho nas atividades do comércio em
geral, desde que haja autorizado em convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal.
Desse modo, cabe ao empregador verificar se em seu município existe regra disciplinado o trabalho em dias de domingos e
feriados, evitando assim, eventuais autuações por parte da fiscalização ou demandas judiciais.
A Lei Municipal de São Paulo nº 13.473/2002, em vigor desde 07.01.2003 e o Decreto do Prefeito/SP nº 45.750/2005
prevêem as regras para o funcionamento do comércio varejista em geral aos domingos.
Desse modo, no município de São Paulo, o funcionamento do comércio em geral aos domingos e feriados está sujeito à
autorização, devendo observar as normas discriminadas abaixo.
a) a obtenção da autorização de funcionamento do comércio aos domingos, depende de requerimento das entidades sindicais
representativas das categorias econômicas interessadas, que deverá ser protocolado na Secretaria Municipal de Coordenação
das Subprefeituras; e
b) o requerimento deverá ser instruído com cópia da Convenção Coletiva de Trabalho celebrada entre os sindicatos
representantes das categorias profissionais e econômicas, devidamente depositada na Delegacia Regional do Trabalho
(DRT).
Não havendo Convenção Coletiva, a empresa interessada poderá requerer a autorização de funcionamento, devendo instruir
seu pedido com cópia do Acordo Coletivo de Trabalho, firmado com o sindicato profissional.
Nota:
Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias
econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais do
trabalho. Por outro lado, é facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais
empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das empresas
Cumpridas as determinações acima, estarão autorizados a funcionar aos domingos e feriados todas as empresas integrantes
das respectivas categorias econômicas. Todavia, esta autorização disciplinada não terá validade para a empresa integrante da
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respectiva categoria econômica que, mesmo sendo detentora de certificado, não possuir a devida licença de funcionamento.
As empresas integrantes da respectiva categoria econômica, que pretenderem funcionar aos domingos e feriados, deverão
obter certificado perante as respectivas entidades sindicais representativas, sem qualquer ônus, com a devida chancela
mecânica da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, que comprove a representação da respectiva
categoria econômica e o atendimento aos requisitos da norma coletiva, o qual deverá ser afixado no estabelecimento.
O prazo de validade da autorização corresponderá àquele de vigência da Convenção ou do Acordo Coletivo de Trabalho.
Qualquer revisão, denúncia, revogação total ou parcial ou celebração de nova Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho
deverá ser comunicada à Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, apresentando-se o respectivo
instrumento, devidamente depositado na Delegacia Regional do Trabalho (DRT)
Havendo celebração de nova Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho, é necessário requerer outra autorização.
Sem prejuízo da aplicação das demais sanções previstas na legislação pertinente, a autorização será cancelada quando:
a) não comunicadas à Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras a revisão, denúncia, revogação total ou
parcial, ou celebração de nova Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho;
b) expirado o prazo de validade da Convenção ou do Acordo Coletivo de Trabalho;
c) descumprida qualquer disposição prevista na Lei nº 13.473/2002 e no Decreto do Prefeito/SP nº 45.750/2005 .
Uma vez cancelada a autorização de funcionamento, será permitida apenas uma única renovação, no curso do prazo de
validade da Convenção ou do Acordo Coletivo de Trabalho. Esta renovação somente será concedida se comprovado o
saneamento das irregularidades que ensejaram o cancelamento da autorização, bem como o integral cumprimento das
sanções impostas.
Compete à Subprefeitura em cuja área de atuação estiver situado o estabelecimento comercial realizar vistorias com a
finalidade de fiscalizar o cumprimento das disposições legais e regulamentares, sempre que, a seu critério, julgar
conveniente ou em caso de denúncia de munícipe.
Nos serviços que exijam trabalho aos domingos exceto os elencos teatrais e congêneres, será estabelecida escala de
revezamento, mensalmente organizada e constante de quadro sujeito à fiscalização. O modelo da escala de revezamento é de
livre escolha da empresa, organizada de maneira que, em um período máximo de 7 semanas de trabalho, cada empregado
usufrua ao menos um domingo de folga (CLT, art. 67, parágrafo único, e Portaria MTB nº 417/1966).
Vale lembrar que, tratando-se de comércio varejista o DSR deverá coincidir, pelo menos 1 (uma) vez no período máximo de
3 (três) semanas
IV.1. Mulher
Para as mulheres, referida escala deve ser organizada quinzenalmente, favorecendo o repouso dominical, conforme prevê o
artigo 386 da CLT.
V. Pagamento em Dobro
Para os estabelecimentos autorizados a funcionar em feriados civis e religiosos, os empregados que trabalharem nesses dias
terão direito à remuneração em dobro, salvo se a empresa estabelecer outro dia folga.
Neste sentido, prevê a Súmula nº 146 do TST:
"TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO. O trabalho prestado em domingos e feriados, não
compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal."
O art. 9º da Lei nº 605/1949, também prevê:
"Nas atividades em que não for possível, em virtude das exigências técnicas das empresas, a suspensão do trabalho, nos dias
feriados civis e religiosos, a remuneração será paga em dobro, salvo se o empregador determinar outro dia de folga."
Assim, o empregado que trabalhar no dia destinado ao DSR terá direito à remuneração em dobro, salvo se a empresa
estabelecer outro dia folga. A dobra significa dizer que, além do pagamento do salário mensal será acrescido 2 (duas) vezes
o valor do dia do DSR.
Vejamos o seguinte exemplo:
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Empregado contratado para jornada de 8 horas normais diárias é convocado para trabalhar no domingo. Supondo-se que seu
salário mensal seja de R$ 2.200,00; teremos:
- Salário mensal: R$ 2.200,00
- Jornada de trabalho mensal: 220
- Salário-hora: R$ 10,00 (R$ 2.200,00 ÷ 220)
- Remuneração do DSR: R$ 160,00 (R$ 10,00 x 8 h x 2)
- Total a receber no mês: R$ 2.360,00 (R$ R$ 2.200,00 + R$ 160,00)
VI. Remuneração
A remuneração dos dias de DSR, tanto o semanal como o correspondente aos feriados, integram o salário para todos os
efeitos legais e com ele deve ser paga.
Deve-se destacar separadamente o valor do DSR nas folhas e recibos de pagamento, exceto para o mensalista e o
quinzenalista.
Neste sentido, estabelece o artigo 225 do Decreto nº 3.048/1999 que a empresa é obrigada a preparar folha de pagamento da
remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma
via da respectiva folha e recibos de pagamentos;
A folha de pagamento deverá ser elaborada mensalmente, de forma coletiva por estabelecimento da empresa, por obra de
construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, deverá:
a) discriminar o nome dos segurados, indicando cargo, função ou serviço prestado;
b) agrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual;
c) destacar o nome das seguradas em gozo de salário-maternidade;
d) destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais; e
f) indicar o número de quotas de salário-família atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhador avulso.
Corroborando ao exposto, prevê Súmula nº 91 do TST:
"Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender englobadamente vários direitos
legais ou contratuais do trabalhador."
Para os contratados por semana, dia ou hora, a remuneração do DSR corresponde a um dia normal de trabalho, computadas
as horas extraordinárias. Sendo a jornada normal diária de trabalho variável, a remuneração corresponderá a 1/6 do total de
horas trabalhadas durante a semana.
Neste sentido, prevê a Súmula nº 172 do TST:
"REPOUSO REMUNERADO. HORAS EXTRAS. CÁLCULO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente prestadas
Aos que trabalham por tarefa ou peça, a remuneração do DSR corresponde ao equivalente ao salário correspondente às
tarefas ou peças feitas durante a semana, no horário normal de trabalho, dividido pelos dias de serviço efetivamente
prestados ao empregador.
Vejamos os exemplos abaixo:
a) Tarefeiro
- Nº de tarefas executadas na semana: 80
- Dias efetivamente trabalhados: 6
- Valor da tarefa: R$ 1,80
- Salário relativo às tarefas: R$ 144,00 (R$ 1,80 x 80)
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- DSR: R$ 24,00 (R$ 144,00 ÷ 6)
b) Pecista
- Nº de peças realizadas na semana: 420
- Dias efetivamente trabalhados: 6
- Valor da peça :R$ 0,80
- Salário relativo às peças: R$ 336,00 (R$ 0,80 x 420):
- DSR: R$ 56,00 (R$ 336,00 ÷ 6)
VI.4 Rural
Os rurais que trabalham por tarefa predeterminada recebem, a titulo de DSR, o equivalente ao resultado da divisão do
salário convencionado pelo número de dias fixados à respectiva execução.
Vejamos o seguinte exemplo:
- Nº de tarefas predeterminadas na semana: 60
- Dias efetivamente trabalhados: 6
- Valor da tarefa: R$ 0,90
- Salário relativo às tarefas: R$ 54,00 (R$ 0,90 x 60)
- DSR: R$ 54,00 ÷ 6 (dias fixados à respectiva execução) = R$ 9,00
VI.5 Comissionista
O Supremo Tribunal Federal, por meio da Súmula nº 201 entende que o vendedor pracista, remunerado mediante comissão,
não tem direito ao repouso semanal remunerado.
Todavia, o Tribunal Regional do Trabalho (TST), por meio da Súmula nº 27, entende que:
"É devida a remuneração do repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista."
Seguindo a orientação da Justiça do Trabalho, calcula-se o DSR somando-se as comissões percebidas durante a semana e
dividindo-se pelo número de dias úteis da respectiva semana:
Segue exemplo:
- Valor total das comissões recebidas na semana: R$ 510,00
- Nº de dias trabalhados na semana: 5
- Nº de dias úteis da semana: 6
- DSR: R$ 85,00 (R$ 510,00 ÷ 6)
Para o cálculo mensal, basta dividir o total das comissões pelo número de dias úteis e multiplicar pelo número de domingos
e feriados do mês:
Exemplo:
- Valor total mensal das comissões: R$ 2.400,00
- Nº de dias úteis do mês: 24
- Nº de feriados e domingos: 6
- DSR: R$ 600,00 (R$ 2.400,00 ÷ 24 x 6)
No salário dos empregados mensalistas e quinzenalistas já está inclusa a remuneração do DSR, assim não há necessidade de
se realizar qualquer cálculo.
VI.7 Domicílio
Aos empregados que trabalham em domicílio, o valor do DSR corresponde ao resultado da divisão por 6 (seis) da
importância total da sua produção na semana.
Vejamos o exemplo:
- Valor total da produção na semana: R$ 300,00
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- DSR: R$ 50,00 (R$ 300,00 ÷ 6)
O empregado admitido para trabalhar em jornada reduzida faz jus ao DSR, calculado pela divisão do ganho semanal por 6
(seis).
Segue exemplo:
- Dias trabalhados na semana 4
- Salário semanal R$ 240,00
- DSR: R$ 40,00 (R$ 240,00 ÷ 6)
VII. Adicionais
A jurisprudência consagrou, por meio das Súmulas nºs 60 e 172 do TST, respectivamente, a integração das horas noturnas e
extras habitualmente prestadas, no cálculo do DSR.
A partir de 10.12.1985, a obrigatoriedade de integração das horas extraordinariamente prestadas no cálculo do DSR passou
a constar da própria legislação pertinente em face da modificação introduzida pela Lei nº 7.415/1985 nas alíneas "a" e "b"
do art. 7º da mencionada Lei nº 605/1949.
Para a realização do cálculo deve-se:
a) somar o número de horas extras e multiplicar pelo salário-hora acrescido do adicional de 50%; e
b) o resultado deverá ser divido pelo número de dias úteis e multiplicado pelo número de domingos e feriados no mês.
Exemplo:
- Salário-hora: R$ 10,00
- Salário-hora acrescido do adicional de 50%: R$ 15,00 (R$ 10,00 x 1,50)
- Nº de dias úteis do mês: 24
- Nº de feriados e domingos: 6
- Nº de horas extras prestadas no mês: 50
- DSR: R$ 187,50 (R$ 15,00 x 50 ÷ 24 x 6)
O adicional noturno, pago com habitualidade integra o salário do empregado para todos os efeitos legais; portanto, repercute
também na remuneração do repouso semanal.
Entretanto, é indevida a inclusão, no DSR, de adicionais decorrentes de condições penosas de trabalho como por exemplo os
adicionais noturno, perigoso ou insalubre, quando estes, pelos seus totais, englobarem a remuneração mensal.
Vejamos o seguinte exemplo:
Empregado mensalista com salário de R$ 1.000,00 presta serviços considerado perigoso, por isso perceberá, além do salário
normal, mais 30% sobre este a título de adicional de periculosidade, conforme abaixo:
- Salário mensal: R$ 1.000,00
- Salário acrescido do adicional de periculosidade: R$ 1.300,00 (R$1.000,00 x 1,30)
Constata-se, neste caso, que em virtude de adicional de periculosidade ser calculado sobre o salário mensal, incluindo,
conseqüentemente, a remuneração do RSR, não há de se efetuar qualquer cálculo que vise a integração do adicional nos dias
de descanso, posto que já está incluso no salário mensal.
VII.3 Gorjetas
As gorjetas pagas aos empregados não integram o DSR. Neste sentido, prevê a Súmula nº 354 do TST:
"GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES. As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou
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oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as
parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado."
VII.4 Gratificações
Inexiste na legislação trabalhista regra que discipline se as gratificações, pagas mensalmente pelo empregador, integram a
base de cálculo do DSR.
Todavia, o TST firmou o seguinte entendimento, por meio da Súmula nº 225:
"REPOUSO SEMANAL. CÁLCULO. GRATIFICAÇÕES POR TEMPO DE SERVIÇO E PRODUTIVIDADE
As gratificações por tempo de serviço e produtividade, pagas mensalmente, não repercutem no cálculo do repouso semanal
remunerado."
Não obstante, quando tais gratificações forem pagas semanalmente e de forma habitual, entende-se que o tal verba integrará
a base de cálculo do DSR.
Aos empregados domésticos ficou assegurado, o repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.
Desse modo, caberá ao empregador doméstico pagar e discriminar em recibo o valor do DSR, a fim de que possa ficar
comprovada sua quitação. Esta regra, porém, não se aplica quando se tratar de empregado doméstico quinzenalista ou
mensalista, pois as remunerações já incluem os DSR.
Aos que trabalham como diaristas em alguns dias da semana, o cálculo do repouso corresponde 1/6 do total da retribuição
paga nos dias trabalhados na semana.
- Salário pago na semana: R$ 300,00
- DSR: R$ 50,00 (R$ 300,00 ÷ 6)
X. Trabalhador Temporário
O trabalhador temporário também faz jus ao gozo do DSR. Neste sentido, prevê o TST, por meio do Precedente Normativo
nº 79
"Trabalhador temporário. Descanso semanal.
Concede-se ao trabalhador temporário o acréscimo de 1/6 ao seu salário diário, correspondente ao descanso semanal
remunerado, por aplicação analógica do art. 3º da Lei nº 605/49."
XI. Professor
Nos termos da Súmula nº 351 do TST, o professor que recebe salário mensal à base de hora-aula tem direito ao acréscimo
de 1/6 a título de repouso semanal remunerado, considerando-se para esse fim o mês de quatro semanas e meia.
O empregado vendedor viajante não poderá permanecer em viagem por tempo superior a 6 (seis) meses consecutivos. Em
seguida a cada viagem haverá um intervalo para descanso, calculado na base de 3 (três) dias por mês da viagem realizada,
não podendo, porém, ultrapassar o limite de 15 (quinze) dias.
Observa-se, todavia, que tal garantia não prejudica o direito do empregado vendedor viajante gozar o DSR.
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XIII. Jornalista Profissional
Em relação ao jornalista profissional, a CLT prevê, em seu art. 307, que a cada 6 (seis) dias de trabalho efetivo
corresponderá 1 (um) dia de descanso obrigatório (DSR), que coincidirá com o domingo, salvo acordo escrito em contrário,
no qual será expressamente estipulado o dia em que se deve verificar o descanso.
Se o feriado recair no domingo, ou no dia de repouso durante a semana para os que trabalham em regime de escala de
revezamento, o pagamento do DSR corresponderá a um só dia, não sendo cumulativas as remunerações.
Neste sentido, dispõe o art. 11, § 3º do Decreto nº 27.048/1949:
"Não serão acumuladas a remuneração do repouso semanal e a do feriado civil ou religioso, que recaírem no mesmo dia."
XV. Penalidades
O descumprimento das regras relacionadas ao DSR sujeitará o infrator à multa variável de 37,8285 até 3.782,8472 UFIR
(Unidades Fiscais de Referência), aplicada segundo a natureza da infração, sua extensão e a intenção de quem a praticou,
aplicada em dobro no caso de reincidência e oposição à fiscalização ou desacato à autoridade.
Nota:
A expressão monetária da UFIR é de R$ 1,0641, conforme Lei nº 10.192/2001, art. 6º, parágrafo único c/c Portaria MF nº 488/1999
XVI. Jurisprudências
"Comissionista que não trabalha aos sábados. Cálculo da remuneração dos repousos. A inexistência de trabalho aos sábados
não resulta num duplo repouso semanal remunerado. ASSIM o repouso sobre as comissões se calcula pelo divisor 1/6 e não
1/5." (TRT da 3ª Região - 2ª Turma - RO - 932/8; Rel. Juiz Edson A. Fiúza - "Minas Gerais" de 26.07.85, p 23)
"O pagamento do repouso semanal remunerado deve ser proporcional ao número dos dias da semana e não ao quantitativo
dos dias trabalhados. À exegese restritiva, com base no § 3º do art. 6º da Lei nº 605, de 05.01.49, é aplicável mesmo quando
jornada semanal é imposta por interesse do empregador, em termos de operacionalidade." (TST - E. - RR - 3.138/78 - TRT -
Região - Ac. TP 1668/80 - DJU 19.08.80, p 7.233)
"Comissionista que trabalha apenas cinco dias na semana deve ter a remuneração do seu repouso semanal calculada pelo
equivalente às comissões auferidas pelos dias efetivamente trabalhados, por aplicação analógica da regra contida na alínea
"c" do art. 7º da Lei nº 605/49." (TRT 3ª Região - 1ª Turma - RO - 3.396/87 - Rel. Juiz Abel Nunes da Cunha - "Minas
Gerais" II, de 29.01.88, p 29)
"Contratado o empregado para trabalhar em três dias da semana, cálculo para pagamento do descanso semanal será o
resultado da divisão do ganho semanal por seis. Exegese à letra 'a' do art. 7º da Lei nº 605/49. Embargos acolhidos para
restabelecer o acórdão regional." (TST-TP-E-RR - 0377/80 - Proc. 4582/77 - DJU de 18.04.80, p 2.593)
"Nos contratos em que não trabalha o empregado em todos os dias da semana, o, cálculo para pagamento do descanso
semanal se faz dividindo o ganho na semana por seis, eis o que o descanso sempre corresponde ao trabalho na semana.
Embargos acolhidos." (TST-E-RR - 1.855/78 - TRT 2a Região - Ac. TP -0516/80 - DJU 11.04.80, p 2.252)
"Adicional de insalubridade - Reflexos: O adicional de salubridade, por ter como base de cálculo o salário mínimo mensal,
já remunera todos os dias do mês, sendo indevida sua incidência nos DSRs." (Ac un da 8a T do TRT da 2a R - RO
02920318262 - Rel. Juiz Sérgio Prado de Mello - j 28.11.94 - DJ SP 12.01.95, p 74)
"Adicional de insalubridade - Não- incidência sobre o repouso remunerado. Por constituir parcela fixa mensal, o acréscimo
por insalubridade não incide sobre os descansos remunerados". (TRT 2ª Região - Acórdão unânime da 1ª Turma - RO
02890090650 - Rel. Juíza Dora Vaz Teviño - j 22.08.90 - DJ SP 04.09,90, p 91).
"Professor - repouso semanal remunerado - O salário correspondente a quatro semanas e meia de trabalho, a que se refere o
art. 320, da Consolidação das Leis do Trabalho visa apenas fixar a média da atividade do professor durante o mês, cujo
critério, todavia, não exclui a obrigatoriedade do pagamento dos repousos semanais, cuja forma de cálculo é na base de (1/6)
um sexto, do salário da hora- aula, ministrado durante a semana. Recurso de Revista não provido." (TST - Acórdão unânime
da 1ª Turma -120.403/94.0- 9a R - Rel. Min. Lourenço Prado - j 15.05.96 - DJU 1 21.06.96, p 22.502).
"Professor - repouso semanal remunerado - quando é devido. O professor remunerado à base de hora- aula tem o direito ao
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pagamento do repouso semanal remunerado, à base de 1/6 (um sexto), do que lhe é devido na semana respectiva, ainda que
receba o pagamento dos salários a cada mês, e ainda que se considere este constituído de quatro semanas e meia. Embargos
conhecidos mas não providos." (TST - Acórdão unânime da SBDI-1 - ERR 84.658/93.6-9º R - Rel. Min. Vantuil Abdala - j
21.10.96 - DJU 1 29.11.96.p47.407).
"Bonificações. Reflexos - As bonificações (gratificações pagas semanalmente, de forma habitual, em contraprestação ao
trabalho prestado, integram o salário do obreiro, gerando, inclusive, reflexos no RSR, pois somente as verbas pagas de
modo fixo, mensal ou quinzenalmente, é que já têm embutida a retribuição do repouso remunerado. Recurso de Revista
patronal conhecido desprovido." (TST - Acórdão unânime da 2ª Turma - RR 173.451/95.0-3a R - Rel. Min. Moacyr Roberto
Tesch Auersvald - j 10.04.96 - DJU 1 24.05.96, pg. 17.642).
Agravo de Instrumento. Diferenças dos descansos semanais remunerados majorados pela integração das horas extras.
Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente prestadas (Súmula nº 172 do Tribunal
Superior do Trabalho). Revelando a decisão recorrida sintonia com iterativa e notória jurisprudência desta Corte
uniformizadora, o recurso de revista não se habilita a conhecimento com base em divergência jurisprudencial, nos termos do
artigo 896, § 4º, da CLT. Agravo de instrumento a que se nega provimento (TST - 1ª Turma - AIRR 1561/2005-022-09-40 -
Relator GMLBC - DJ 06/10/2008).
Reflexos das horas extras em DSR´S. inexistência de "bis in idem". O pagamento das horas extras gera como conseqüência
indireta reflexos sobre as demais verbas trabalhistas, sendo que o descanso semanal remunerado deve corresponder ao que o
empregado receberia se estivesse trabalhando naquele dia. Por sua vez, o valor do DSR, devidamente acrescido do
percentual de horas extras, deve servir de base para cálculo de outras parcelas contratuais, não havendo que se falar em "bis
in idem" nesse procedimento, que, ao contrário, obedece aos ditames legais (TRT 2ª Região - 12ª turma - RO 20080597798
- Relator(a): Vânia Paranhos - Data de julgamento: 03/07/2008).
Comissões. Salário misto. Descanso semanal remunerado. Tratando-se de salário misto (parcela fixa mais comissões) é
devido o pagamento, relativamente à parte variável (comissões), do valor correspondente ao descanso semanal remunerado,
já que a parcela referente ao DSR está embutida apenas no salário fixo (TRT 2ª Região - 8ª turma - RO 20000519710 -
Relator(a) designado(a): Wilma Nogueira de Araújo Vaz da Silva - Data de julgamento:: 04/09/2000).
Descanso semanal trabalhado. Remuneração. O trabalho em domingos não representa pagamento de horas extras, mas
pagamento em dobro, por trabalho prestado em dia de descanso, sem folga compensatória. Trata-se de penalidade, que tem
de ser interpretada restritivamente. As testemunhas comprovaram o trabalho nos domingos, sem folga compensatória.
Embora o artigo 9º da Lei nº 605/49 só preveja o pagamento em dobro para trabalho em feriados sem folga compensatória,
por questão de equidade (art. 8º da CLT), os domingos trabalhados sem folga compensatória devem também ser pagos em
dobro. (TRT 2ª Região - 3ª turma- RO 02990103451- Relator(a): Sérgio Pinto Martins - Data de julgamento: 16/03/1999).
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Portaria MPAS nº 3.291/1984
Portaria MTB nº 3.118/1989
Portaria nº 290/1997
Portaria MF nº 488/1999
Tribunal Superior do Trabalho (TST), Súmulas nºs 15, 60, 91, 155, 172, 225, 282, 351 e 354
Tribunal Superior do Trabalho (TST), Precedente Normativo nº 79
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