Código Das Custas Judiciais de Moçambique
Código Das Custas Judiciais de Moçambique
Código Das Custas Judiciais de Moçambique
ACTUALIZADO POR:
Código Penal, aprovado pela Lei n° 35/2014, de 31 de Dezembro?? Altera o CPP, não o
CCJ
“As custas judiciais estão estabelecidas no Código das Custas Judiciais, que é extremamente
complexo e pouco transparente. Um advogado entrevistado disse: Não sei se alguém percebe
os cálculos. Acho que nem os juízes percebem, porque, por exemplo, quando eu reclamo, o juiz
decreta a diminuição do valor. Até houve uma vez em que o juiz reduziu para mais de metade
do valor inicialmente estabelecido.” In Conflito e Transformação Social.....
“A terminar, gostaria de exprimir sete desejos que gostava de ver concretizados no presente
ano judicial: (....); 7. A alteração do Código das Custas Judiciais por forma baixar as elevadas
custas judiciais, evitando que a justiça, que é um bem essencial, seja vista como um produto
de luxo que o Estado coloca no mercado a preços proibitivos para a maioria dos seus
cidadãos;...”. 2
Bastonário Gilberto Correia, Discurso proferido na Cerimónia de Abertura do Ano Judicial
2009, Maputo, 2 de Março de 2009.
“A aprovação de um novo Código de Custas Judiciais que altere o actual sistema de cobrança
pernicioso, viciado, burocrático, confuso e injusto, há muito deixou de ser uma mera questão
de actualização desse diploma legal tendo se tornado numa revisão dum instrumento
necessário para credibilizar onosso sistema de acesso à justiça. A existência de um sistema de
assistência e patrocínio judiciário é uma das reformas necessárias, mas isso não pode atrasar,
ainda mais, a aprovação de um Código de Custas moderno e simples”.
Bastonário Tomás Timbane, “DISCURSO DE TOMADA DE POSSE”, Maputo, 2 de Maio de 2013.
DECRETO N° 43 809, DE 20 DE JULHO DE 1961
PREÂMBULO
O regime de custas, emolumentos e salários judiciais vigentes nas provincias
ultramarinas, embora diferente em cada uma, assenta fundamentalmente na velha
tabela aprovada pela Carta de Lei de 13 de Maio de 1896.
A uniformidade dos meios de intervenção judicial em todo o ultramar impõe, porém,
que alí os encargos judiciais obedeçam a um critério único.
É assim, que, com alterações convenientes, se adaptou às circunstâncias peculiares do
ultramar o Código das Custas Judiciais em vigor na metrópole.
E nessa adaptação muito especialmente se considerou a redução dos montantes do
imposto e percentagem, para que a reforma do regime de encargos judiciais não
represente mais que um ajustamento à nova orgânica processual vigente.
Ouvido o Conselho Ultramarino;
Usando da faculdade conferida pelo n° 3° do art 150° da Constituição, o Ministro do
Ultramar decreta e eu promulgo o seguinte:
3
Artigo 1°: É aprovado o Código das Custas Judiciais do Ultramar, que faz parte do
presente decreto e vai assinado pelo Ministro do Ultramar.
Artigo 2°: O código começará a vigorar em todas as províncias no dia 1 de Outubro do
corrente ano.
Artigo 3°: A partir do início da sua vigência fica revogada toda a legislação anterior,
geral e especial, que tenha por objecto a matéria nele especialmente versada.
I - PARTE CÍVEL
TÍTULO I
DAS CUSTAS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1°
(Conceito de custas)
Os processos cíveis estão sujeitos a custas, que compreendem o imposto de justiça, os
selos e os encargos.
Artigo 2°
(Isenções de natureza pessoal)
São isentos de custas:
1) O Estado, as Províncias Ultramarinas e os Corpos Administrativos;
2) As pessoas colectivas de utilidade pública administrativa;
4
3) O Ministério Público;
4) Quaisquer outras entidades assim declaradas por lei especial.
§ 1° Estão dispensados do pagamento de custas aqueles que gozam do benefício da
assistência judiciária, enquanto não tiverem meios para pagar.
§ 2° Os representantes dos corpos administrativos e das pessoas colectivas referidas no
n°2 deste artigo serão pessoalmente e entre si solidariamente responsáveis pelo
pagamento de custas quando, vencido o corpo administrattivo ou a pessoa colectiva, se
mostrar que eles se moveram, no processo, por interesses estranhos às suas funções,
questão que sera apreciada e julgada a final oficiosamente.
§ 3° Quando terminar por transacção qualquer acção entre entidade isenta ou
dispensada do pagamento de custas e outra que o não seja, sera sempre determinada
pelo juiz a proporção em que as custas devem ser pagas.
§ 4° A isenção a favor do Estado não abrange os processos de arrecadação.
Artigo 3°1
(Isenções processuais. Inventários)
Nos inventários orfanológicos, a meação e o quinhão hereditário de cada descendente do
inventariado gozam dos seguintes benefícios:
a) Isenção de custas e selos, quando não excederem 1.000,00 MT;
b) Isenção do selo e redução de 60 por cento no imposto de justiça, quando superiores a
1.000,00 MT, mas não excedentes a 8.000,00 MT.
§ único: A isenção prevista na alínea a) não abrange os encargos dos n°s 2° a 8° do
artigo 48°, quando a meação ou o quinhão hereditário for superior a 500,00 MT ou
correspondente valor na moeda local.
Artigo 4°
(Isenções processuais. Interdições. Incidentes e actos de incapazes)
São isentas de imposto e encargos, excepto o custo do papel, as arrecadações de espólio
de valor não excedente a 1.000,00 MT, e, bem assim, as interdições a cargo dos
interditos e os incidentes e actos a cargo dos incapazes e relativos à regência de sua
pessoa ou administração dos seus bens, desde que o valor do seu património não exceda
5
a importância de 8.000,00 MT ou valor equivalente em moeda local2.
§ 1°Se o valor do processo de arrecadação do espólio exceder 1.000,00 MT, a importânia
das custas não poderá exceder um décimo de tal valor3.
§ 2° Não se consideram abrangidas no disposto neste artigo as custas feitas, nos
processos de arrecadação de espólio, no interesse de terceiros, as de processo que
declarer vaga a herança para o Estado e as dos termos posteriores à intervenção dos
interessados habilitados.
Artigo 5°
(Isenção do processado repetido)
É isenta de custas a parte do processo que tiver de repetir-se em virtude da decisão
que, em recurso, julgue procedente qualquer nulidade da sentença ou acórdão, seja
qual for o tribunal em que a repetição se der; mas a parte vencida pagará as despesas
de deslocação e as remunerações e indemnizações devidas a pessoas estranhas ao
tribunal, as quais serão adiantadas pelo Cofre do Tribunal, salvo no caso de manifesta
CAPÍTULO II
DO VALOR DOS PROCESSOS
Artigo 7°
(Valor da causa para efeitos de custas)
Para efeitos de contagem de custas e salvo o disposto no artigo 8°, os valores serão os
que resultam das regras estabelecidas no Código de Processo Civil aplicadas ao processo,
a contar, se não forem diferentes dos seguintes:
1) Nos inventários – o dos bens a partilhar sem redução de legados nem de dívidas
passivas;
2) Nos processos de arrecadação de espólio – o dos bens arrolados sem dedução de
dívidas e das despesas a que se refere o artigo 28° do Decreto n° 14 974, de 30 de
Janeiro de 1928;
3) Nas justificações da qualidade de herdeiro e nos inventários em que não chegue a
determiner-se o valor dos bens – o indicado no requerimento inicial sujeito à verificação
permitida pelo artigo 9°, caso seja necessário;
4) Nas cartas precatórias para avaliação de bens em inventário – o dos bens avaliados; se
não chegar a haver avaliação - o que for fixado pelo juiz deprecante;
5) Nas falências e insolvencias – o do activo liquidado; se o processo terminar antes da
liquidação - o do arrolamento, havendo-o, ou o indicado na petição, no caso contrário;
6) Nas concordatas, acordos de credores e moratórias – o do activo;
7) Nos embargos à concordata e nos que forem opostos à falência ou insolvência por
pessoas diversas das indicadas no artigo 20° - o do crédito do embargante, se este
decair, não podendo, porém, ser inferior a 1.000,00 MT4;
8) Nas execuções - o dos créditos nelas verificados ou do produto dos bens liquidados, se
for inferior;
9) Nos recursos relativos a graduações de créditos – o do crédito do recorrente;
10) Nas arrematações, remissões, adjudicações e vendas judiciais – o do produto dos
bens arrematados, remidos, adjudicados ou vendidos;
7
11) Nos embargos de terceiro – o dos bens embargados;
12) Nos embargos opostos à execução, ao arresto, ao embargo de obra nova e à
imposição de selos e arrolamento – o do processo em que forem deduzidos; quando se
referirem só a parte do processo – o dessa parte;
13) No pedido de alimentos vincendos, sua modificação ou cessação – o quíntuplo da
anuidade correspondente ao pedido;
14) Nas prestações de contas – o da receita bruta ou da despesa apresentada, se for
superior;
15) Nas acções de despejo – o das rendas de um ano, acrescido do das rendas em dívida
e indemnização, quando pedidas;
16) Nos processos sobre o estado de pessoas ou sobre interesses imateriais e nos recursos
sobre registo de propriedades industrial, literária ou artística – o do fixado pelo juiz,
tendo em atenção a repercursão económica da acção para o vencido, ou,
Artigo 8°
(Valor declarado pelas partes)
O valor declarado pelas partes será atendido quando não for inferior ao legal, salvo se se
tratar de inventário ou de outros processos em que a verificação do valor somente
resulte da sua sequência.
§ 1° Não se consideram abrangidos na excepção do corpo deste artigo os casos em que
há um pedido inicial determinado, embora venha a ser reduzido pelo prudente arbítrio
do tribunal, devendo, nesta hipótese, as custas ser calculadas pelo valor daquele pedido
e divididas proporcionalmente por ambas as partes.
§ 2°A redução do valor dos bens, por deliberação em inventário, nos termos do artigo
1403º do Código de Processo Civil, é irrelevante para efeitos de contagem.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO: 9
Deve-se fazer interpretação actualística à redacção do parágrafo segundo do artigo
anotando, porquanto o referido artigo 1403º pertence ao CPC de 1939 (aprovado pelo
Decreto-Lei nº 29 637, de 28 de Maio de 1939). Actualmente, este dispositivo está
contido no artigo 1362º, nº 1, do CPC de 1961. Eis outro preceito a ser alterado pelo
legislador.
Artigo 9°
(Valor ilíquido, desconhecido ou incerto)
Se, em face do processo, o valor for ilíquido, desconhecido ou parecer maior do que o
declarado pelas partes, nos casos em que a este deva atender-se, pode o juiz
oficiosamente, em virtude de promoção do Ministério Público ou de informação do
contador ou escrivão, ordenar que, para efeitos de contagem, se proceda, nos termos do
Código de Processo Civil, à verificacão do valor.
§ Único: Este incidente é isento de custas, mas as despesas de louvação serão sempre
pagas pela parte vencida, salvo se esta for isenta.
Artigo 10°
(Efectivação por valor superior)
Nenhuma decisão pode ser efectivada por valor superior aquele por que foi contado o
processo em que foi proferida sem que seja rectificada a conta e paga a diferença que
resultar da rectificacão.
CAPÍTULO III
DO IMPOSTO DE JUSTIÇA E ENCARGOS
SECÇÃO I
DO IMPOSTO DE JUSTIÇA
SUBSECÇÃO I
(Taxas aplicáveis)
NO TRIBUNAL SUPERIOR
Artigo 11°7
(Imposto de justiça devido nos recursos) 10
As taxas do imposto a aplicar nas apelações e agravos de decisões finais são as
seguintes:
Imposto
__ __
Por cento
Até 1.000,00 Mt 10
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. Através do Decreto n° 48/89, de 28 de Dezembro, foi introduzido um parágrafo único
ao artigo anotando, que estipulava: O total do imposto de justiça a fixar nos termos
deste artigo será acrescido de uma sobretaxa de 50 por cento. Entretanto, entendemos
que tal disposição foi revogada pelo artigo 4º do Decreto n° 14/96, de 21 de Maio, pois
da redacção introduzida por este decreto não se faz menção, através de tracejado, que
para além do corpo do artigo segue-se outro texto. Ora, a boa técnica legislativa manda 11
inserir as alterações efectuadas nos lugares respectivos, assinalando-se o texto não
alterado através de tracejado.
Artigo 12°8
(Imposto de justiça devido nos recursos de decisões interlocutórias)
As taxas a aplicar em cada agravo de despachos ou decisões interlocutórias subindo
separadamente, serão iguais a metade das estabelecidas no artigo 11°; se subirem com
a apelação ou com outro agravo, serão iguais a um terço.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. No decorrer do processo, o tribunal toma decisões que não põem termo ao litígio,
com as quais uma ou ambas/todas as partes podem não se conformar. Se assim for,
pode(m) a(s) parte(s) interpor recurso de agravo contra tais decisões, sendo certo que a
taxa do imposto de justiça será igual a metade das taxas estabelecidas no artigo 11° ou
será igual a um terço daquelas taxas, consoante o agravo suba imediatamente e em
separado ou suba no final do processo e nos próprios autos, respectivamente.
Artigo 13°
(Imposto de justiça devido no recurso de queixa)
No recurso de queixa, o imposto sera igual a um sexto do estabelecido no artigo 11°,
salvo se houver manifesta ilegalidade, porque nesse caso não haverá lugar a custas.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. Na enumeração taxativa dos recursos [ordinários e extraordinários] feita pelo artigo
676º, nº 1, do Código de Processo Civil, não consta a figura de recurso de queixa.
Entretanto, Luis Filipe Sacramento e Bernardo Bento Chuzuaio, Direito Processual Civil,
Acção Executiva e Recursos, Imprensa Universitária, Maputo, 2014, pág. 213, ensinam que
a reclamação mais não é do que o antigo recurso de queixa e que, em termos formais,
não se pode propriamente dizer que constitua um recurso, mas já do ponto de vista
material tem de se considerar como sendo um autêntico recurso. Para Carlos Pedro
Mondlane, Código de Processo Civil, Anotado e Comentado, op. cit., pág. 723, a
reclamação ou oposição é um meio de impugnação, especial, de decisões judiciais [o 12
meio geral ou comum é o recurso], que só pode ser utilizada quando a lei a preveja
especialmente, por lei, como os dos artigos 123º, nº 2; 161º, nº 5; 202º; 210º, nº 1; 511º,
nº 2, 563º, nº 2; 650º, nº 3; 653º, nº4; 688º, nº 1; 700º, nº 3 e 866º, nº 1, todos do Código
de Processo Civil. Por isso, corroboramos com Luís Felipe Sacramento, Amade Cangy e
Mário F. da Graça, Código das Custas Judiciais, Anotado e Comentado, op. cit., pág. 28,
quando afirmam que a regra desta disposição tem aplicação no caso de reclamação [e
oposição, acrescentamos nós].
2. No artigo 11º, transcrevemos trechos da legislação processual civil e da legislação
processual penal referente aos recursos.
Artigo 14°
(Imposto de justiça em causas intentadas perante as Relações e nos recursos de
revisão)
Nas causas directamente intentadas perante as Relações e nos recursos de revisão, o
imposto será igual ao estabelecido no artigo 16°.
Artigo 15°
(Redução do imposto de justiça)
Se o recurso for julgado deserto no tribunal ad quem, salvo na hipótese do artigo 134°,
ou terminar antes de o processo entrar na fase de julgamento final, o imposto será
reduzido a metade9.
§ único: Entende-se que o processo entrou na fase do julgamento final logo que seja
proferido despacho mandando dar vista aos juízes para o conhecimento do objecto do
recurso.
SUBSECÇÃO II
DIVISÃO I
ACÇÕES EM GERAL
Artigo 16°10
(Imposto de justiça devido nos tribunais inferiores)
As taxas do imposto de justiça a aplicar nos tribunais distritais e provinciais nos
processos cíveis, incluindo os inventários que sejam ou passem a inventários de maiores, 13
falências, insolvências, recursos de revisão e de oposição de terceiro, serão as
seguintes:
A) Nos de valor não superior a 1.000,00 Mt:
Imposto
__ __
Por cento
Até 500,00 Mt 15
9
Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
10 Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
Sobre o acrescido até 6.000,00 Mt 9,5
§ Único: O total do imposto de justiça a fixar nos termos deste artigo é elevado para o
dobro11. ELIMINAR, PORQUE REVOGADO PELO DECRETO 14/96????
Arjtigo 17°
(Redução do imposto de justiça em função da fase do processo) 14
Nas acções que terminarem antes de proferido despacho que ordene a citação do réu, o
imposto será reduzido a um terço; nas que terminarem depois desse despacho, mas
antes do trânsito em julgado do despacho saneador e naquelas que não tiverem
oposição, salvo se houver audiência de discussão e julgamento, será reduzido a metade;
nas que terminarem depois desse momento, mas antes de proferido despacho que
designe dia para o julgamento, será reduzido a dois terços12.
§ 1°: Se só o Ministério Público contestar, nos termos do artigo 15° do Código de
Processo Civil, e a acção for julgada procedente, manter-se-á a redução determinada
neste artigo.
§ 2°: Nos processos que não admitam citação do réu, despacho saneador ou audiência de
julgamento e não cheguem a final, e nos processos especiais cuja natural simplicidade o
justifique, determinará o juiz o grau de redução do imposto, tendo em vista o disposto
neste artigo.
Artigo 19°
(Imposto de justiça devido em processo de inventário)
Nos inventários, oimposto de justiça será reduzido a um quinto, se o processo terminar
antes de ordenadas as citações e posteriormente à descrição final dos bens; a dois
terços se terminar posteriormente à descrição e antes do despacho determinativo da
partilha ou se não houver este despacho; terminando posteriormente, o imposto será
pago por inteiro13.
§ único: À partilha adicional a que se proceda depois de contado o inventário será
aplicado o imposto correspondente ao valor total da herança, deduzindo-se-lhe, porém,
o que já tiver sido contado na primeira conta.
Artigo 20° 15
(Designação de falência e insolvência para efeitos de imposto)
Para efeitos do disposto no artigo 16°, a designação de falências e insolvências abrange
o processo principal, a apreensão dos bens, os embargos do falido ou insolvente, ou do
seu cônjuge, descendentes, ascendentes, herdeiros, legatários ou representantes, a
liquidação do activo, a verificação do passivo, o pagamento aos credores, as contas da
administração e quaisquer incidentes, ainda que processados em separado, se as
respectivas custas deverem ficar a cargo da massa.
§ 1: Às vendas judiciais para liquidação do activo, referidas nos artigos 1211° e 1212° do
Código de Processo Civil, é aplicável o disposto nos artigos 26° e 27°.
§ 2°: Os embargos à falência ou insolvência, quando deduzidos por pessoa diversas das
indicadas no corpo deste artigo, as acções rescisórias e as acções a que se referem os
artigos 1196° e 1197° do Código de Processo Civil estão sujeitos ao imposto de justiça
estabelecido no artigo 16°.
Artigo 23°
(Regras a aplicar às moratórias e acordos de credores)
São aplicáveis às moratórias e aos acordos de credores as disposições relativas às
concordatas.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Artigo revogado. Vide anotações ao art. antecedente.
Artigo 24°16
(Imposto devido nas execuções)
O imposto nas execuções será igual a dois terços do fixado para as acções do mesmo
valor.
Artigo 25°
17
(Redução do imposto de justiça devido nas execuções)
Se a execução findar antes de determinada no processo a forma de liquidação dos bens
penhorados, ou determinados os descontos nos vencimentos do executado, o imposto
será reduzido a dois terços; se terminar posteriormente, pagar-se-á por inteiro17.
§ 1°: Se à execução for deduzida oposição por embargos do executado ou simples
requerimento, será aplicado a todo o processo de execução, incluindo os embargos, o
imposto de justiça fixado no artigo 16°. Quando os embargos de executado ou o
requerimento de oposição se não referirem a todo o pedido, o imposto será, quanto ao
valor dos embargos, calculado pelas taxas das acções do valor correspondente,
aplicando-se, quanto ao valor não impugnado, as taxas correspondentes às execuções.
§ 2°: Se só o processo de embargos correr no trinual comum, o imposto a aplicar será
igual a metade do correspondente às acções do mesmo valor.
Artigo 26°
PROCESSOS ORFANOLÓGICOS
Artigo 30°
(Âmbito dos processos orfanológicos)
Consideram-se processos orfanológicos não só os inventários em que são interessados
menores ou pessoas equiparadas, mas também as emancipações, quando as custas
devam ficar a cargo do interdito.
Artigo 31°20
(Imposto de justiça devido em processos orfanológicos)
As taxas do imposto de justiça a aplicar nestes processos, bem como de arrecadação de
espólio, são as seguintes:
Imposto
-
Por cento
a) Nos de valor até 1.000,00 Mt 10
Sobre o acrescido até 2.000,00 Mt 9
Sobre o acrescido até 3.000,00 Mt 8 19
b) Nos de valor superior a 3.000,00 Mt até 4.000,00 Mt 7
Sobre o acrescido até 6.000,00 Mt 6
Sobre o acrescido até 8.000,00 Mt 5
Sobre o acrescido até 10.000,00 Mt 4,5
Sobre o acrescido até 12.000,00 Mt 4
Sobre o acrescido até 14.000,00 Mt 3,5
Sobre o acrescido até 16.000,00 Mt 3
Sobre o acrescido até 18.000,00 Mt 2,5
Sobre o acrescido até 20.000,00 Mt 2
Sobre o acrescido além de 20.000,00 Mt 1,5
§ único: Nas emancipações, o imposto será reduzido a um décimo, tendo-se em atenção,
quanto ao valor, o disposto no n° 16 do artigo 7°.
SUBSECÇÃO III
NOS TRIBUNAIS INFERIORES E ARBITRAIS
Artigo 34°
(Imposto de justiça devido em tribunais inferiores)
Aos processos que correm perante os juízos inferiores, são aplicáveis as disposições 20
estabelecidas para os tribunais de comarca.
* Revogado.
ANOTAÇÃO: Actualmente, as taxas do imposto de justiça a aplicar nos tribunais
inferiores (ou seja, nos tribunais distritais e provinciais) estão previstas no artigo 16º,
daí que esta disposição foi revogada pelo artigo 4º do Decreto nº 14/96, de 21 de Maio,
que determina que fica revogada toda a legislação a ela contrária.
Artigo 35°
(Imposto de justiça em processos de conciliação)
Nos processos de conciliação, nos termos dos artigos 476° e seguintes do Código de
Processo Civil, o imposto será igual a um quinto do estabelecido no artigo 16°; nos actos
praticados em juízo inferior, por delegação, determinará quem delegue a parte do
imposto do processo destinada àquele juízo22.
* Revogado.
No actual ordenamento jurídico, não existe a figura de processo de conciliação, que
estava regulado nos artigos 476° e seguintes do CPC de 1939. Estranhamente, o
legislador de 1996 ainda fez referência a tal figura!
Entretanto, existe a figura de tentativa de conciliação (cfr. artigos 508º, nº 2, e 509º,
nº1, 2 e 4, ambos do CPC; 197º da LF; 2º e 3º da Lei nº 8/92, de 6 de Maio), que não
deve ser confundida com processo de conciliação.
Artigo 36°*
(Imposto de justiça em tribunais arbitrais)
SUBSECÇÃO IV
21
DISPOSIÇÕES COMUNS
Artigo 37°
(Processos especiais)
Nos embargos de terceiro, na oposição ao inventário, nos embargos opostos ao arresto,
ao embargo de obra nova, à imposição de selos e ao arrolamento¸à posse judicial e às
concordatas, na anulação e rescisão de concordatas, na falsidade, na habilitação, na
liquidação, tanto durante a acção como posteriormente, nos alimentos provisórios, nas
providências cautelares, nas cauções, nos incidentes que forem processados por apenso
e nos pedidos de assistência judiciária, o imposto será fixado pelo tribunal entre um
máximo que não excederá dois terços do correspondente a uma acção, processo
orfanológico ou recurso do mesmo valor e um mínimo que não será inferior a um
quinto23.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Artigo parcialmente revogado, porquanto, actualmente, não existe o instituto da
concordata – vide anotação 2 ao artigo 21°.
Artigo 38°24
(Incidentes e actos)
Os incidentes e actos não abrangidos no artigo anterior e que não sejam especialmente
previstos neste Código, pagarão imposto fixado pelo tribunal entre o mínimo de um
sexto e o máximo de um terço do correspondente a uma acção, processo orfanológico ou
recurso do mesmo valor.
§ único: Excepcionalmente pode o tribunal, em decisão fundamentada, baixar o imposto
até 5,00 MT ou elevá-lo até dois terços do correspondente a uma acção, processo
orfanológico ou recurso do mesmo valor quando a simplicidade ou a complexidade do
22
incidente ou acto o justifique.
Artigo 39°
(Incidentes em inventários orfanológicos)
O imposto nos incidentes de processos orfanológicos cujas custas fiquem a cargo de
maiores será determinado, nos termos dos artigos anteriores, com base nas taxas
estabelecidas no artigo 16°; se, porém, houver custas a cargo de menores ou pessoas
equiparadas, será deterrminado, nos mesmos termos, com base nas taxas estabelecidas
no artigo 31°.
§ único: A divisão de coisa comum e as contas de cabeça-de-casal e semelhantes,
processadas por dependência, consideram-se incidentes do respectivo processo, sendo-
lhes aplicável o disposto no artigo 37°.
Artigo 40°25
(Incompetência relativa)
Artigo 41°
(Imposto devido pela interposição de recurso)
Pela interposição de qualquer recurso ordinário ainda que não chegue a subir ao tribunal
superior e quer as partes aleguem no tribunal donde se recorre, quer não, pagar-se-á um
quinto do imposto que no processo seria devido a final 26.
§ único: Ainda que no mesmo requerimento se interponha mais de um recurso, será
devido apenas um imposto, calculado nos termos deste Código.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Artigo parcialmente revogado, pois, actualmente, é sempre no tribunal a quo onde o
recorrente deve apresentar as suas alegações e o recorrido as suas contra-alegações, sob
pena de se considerar o recurso deserto quanto a parte que não o faça – cfr. arts. 698º, 23
nºs 1, 2 e 3; 699º; 724º, nº 1; 743º, nºs 1 e 2; 744º, nº 1, parte inicial; 746º, nº 1; 747º, nº
1, ab initio; 748º, nº 1, parte inicial; 760º, nº 1; 765º, nº 3; 773º; 781º, nº 2, todos do
CPC. Tenha-se, também, em vista o que dispõem os arts. 143º, 144º, 145º, 146º e 147º,
todos do mesmo código.
Artigo 42°27
(Imposto devido pelo prosseguimento de processo parado)
Aquele que requerer o prosseguimento de processo parado mais de dois meses por culpa
das partes e por tal motivo contado, pagará um quarto do imposto correspondente ao
processo, o qual será depositado no prazo de vinte e quatro horas, a contar da
apresentação do requerimento, sob pena de este não ter seguimento, e adicionado ao
que for devido em conta posterior.
Artigo 43°
(Cartas e comunicações equivalentes)
CPC, excertos:
“LIVRO III
DO PROCESSO
24
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO I
Dos actos processuais
SUBSECÇÃO V
Comunicação dos actos
Artigo 176°
(Formas de requisição e comunicação de actos judiciais)
1. A prática de actos judiciais pode ser ordenada ou solicitada a outros tribunais ou
autoridades por meio de mandado, carta, ofício, telegrama, fax ou correio.
2.
Artigo 44°29
Artigo 45°
(Limites do imposto de justiça e das custas)
O imposto de justiça em qualquer processo, salvo no caso do artigo 27°, não será
inferior às seguintes importâncias 30:
§ 1° Estas importâncias estão, porém, sujeitas às reduções dos artigos 19°, 26°, 28°,
35°, primeira parte, 37°, 38° e 40° a 44°, até ao mínimo de 2,00 Mt nos tribunais 25
distritais, 3,00 Mt nos tribunais provinciais e 5,00 Mt no Tribunal Supremo, sem prejuízo
do disposto no § único do artigo 28° e no artigo 33° 31.
§ 2° Nas execuções de qualquer natureza que correm seus termos nos tribunais comuns,
ainda que sigam o processo das execuções fiscais, o respectivo imposto, selos e encargos
não poderão exceder três quartas partes da quantia exequenda, fazendo-se rateio
sempre que excedam este limite.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. No elenco do corpo do artigo anotando, não constam os tribunais superiores de
recurso, devendo, por isso, o legislador actualizar a sua redacção.
2. O artigo 35º, indicado no § 1°, está revogado.
Artigo 46°32
(Divisão do imposto)
1. O imposto de justiça devido, nos termos da parte cível deste Código, terá o seguinte
destino:
a) Nos tribunais de segunda instância e nos tribunais de trabalho:
Participação emolumentar …………………………………………….. 65%
b) Nos tribunais cíveis:
Participação emolumentar …………………………………………….. 55%
c) Nos tribunais judiciais de competência comum:
Participação emolumentar …………………………………………….. 55%
2. Da participação emolumentar mencionada no número anterior serão retirados:
a) 3% para os oficiais de justiça do Tribunal Supremo;
b) 2% para os oficiais de justiça do Tribunal Superior de Recurso respectivo;
c) 1% para os juízes eleitos. 26
3. Deduzida a participação emolumentar dos oficiais de justiça dos tribunais e dos juízes
eleitos, o remanescente do imposto de justiça será repartido em sete fracções,
cabendo:
a) 10% para o Estado;
b) 60% para o Cofre;
c)3% para a Ordem dos Advogados;
d) 15% para o Instituto do Patrocínio e Assistência Jurídica;
e) 6% para a participação emolumentar dos oficiais das procuradorias;
g) 3% para os oficiais da Procuradoria-Geral da República.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. O art. 23º, al. b), da LEJE prescreve que os juízes eleitos têm direito a receber
honorários e participação emolumentar de cada processo em que intervêm, nos termos a
2. O número 3 do artigo anotando faz referência a sete fracções, mas, por lapso, apenas
são elencadas seis fracções. Em consequência desta gralha, a Veneranda Presidente do
Conselho Administrativo do Cofre dos Tribunais emitiu a seguinte Circular:
“CIRCULAR Nº 01/CT/2014
28
Pelos Decretos nºs 67/2014, de 29 de Outubro e 67/2014, de 5 de Novembro, foram
alterados os artigos 46, 160 e 167 do Código das Custas Judiciais.
Ainda assim, constata-se uma incongruência legislativa, visto que, quanto ao destino do
remanescente do imposto de justiça, os Decretos se ferem a sete fracções que se
supunha fossem beneficiar igualmente a sete entidades. Porém, foram indicadas seis
entidades a quem lhes coube 97% do remanescente do imposto de justiça, faltando por
distribuir 3%.
3. As secções cíveis, laborais e comerciais dos Tribunais Judiciais das Províncias de Gaza,
Inhambane, Sofala, Tete, Manica, Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa, deverão
retirar 5% da receita do Cofre, para os emolumentos dos magistrados das secções
criminais. Instrução Criminal e Menores e 10% da receita própria dos oficiais de justiça,
para os emolumentos dos oficiais de justiça afectos na Distribuição e 10% para os oficiais
de justiça das secções criminais.
4. Nos Tribunais Judiciais de Distrito, feita a mesena, o escrivão deverá reter na fonte, a
título de compensação, 10% da receita do Cofre para acrescer à receita dos
emolumentos dos oficiais de justiça.
Artigo 47°*
(Imposto de justiça em tribunais arbitrais)
SECÇÃO II
DOS OUTROS ENCARGOS
SUBSECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 48°
(Encargos)
Os encargos a que se refere o artigo 1° são, em cada processo:
1) Para o Cofre do Tribunal 5,00 Mt33;
2) Por cada folha de papel comum 0,5 Mt34;
3) O custo do verbete estatístico;
4) As despesas a que der causa a requisição feita nos termos do artigo 555° do Código do
Processo Civil;
5) O custo da publicação de anúncios;
6) As importâncias devidas às repartições públicas;
7) A remuneração ou indemnização às pessoas que acidentalmente intervierem no
processo ou coadjuvarem em qualquer diligência;
8) As importâncias de caminhos e despesas de deslocação;
9) A remuneração dos administradores de falências ou insolvências e dos comissários
judiciais, nos termos do artigo 1267°, § único, do Código de Processo Civil;
10) A procuradoria; 31
11) As custas de parte;
12) O custo dos actos e papéis avulsos.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. Deve fazer-se interpretação actualística ao nº 4 do artigo anotando, porquanto,
actualmente, é o art. 538° do CPC que determina o responsável pelas despesas
provocadas pela requisição de documentos, e não o art. 555° do mesmo código.
2. O art. 1267°, § único, do CPC (referido pelo nº 4 do artigo anotando) faz parte do Livro III,
Título I, Capítulo XV, do CPC. Ora, este capítulo foi expressamente revogado pela al. a)
do art. 3° do DL n° 1/2013, de 4 de Julho. Hoje, a remuneração dos administradores da
insolvência está prevista nos arts. 24º e 25º do RJIREC.
Artigo 49°
(Custo de anúncios)
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Artigo completamente desajustado à realidade económica actual, em que se assiste à
constante subida do preço dos jornais. Logo, nenhum jornal aceitaria publicar anúncios
ao preço de uns míseros centavos! Consequência: as vitrinas dos tribunais e demais
lugares de estilo ficam abarrotados de editais, e os visados, que raramente tomam
conhecimento deles, são julgados à revelia, impedindo-se, assim, a descoberta da
verdade material.
Artigo 50°
(Custas de parte e procuradoria) 32
A procuradoria e as custas de parte serão sempre incluidas na conta feita após o trânsito
em julgado de decisão que contenha condenação definitiva em custas, para serem pagas
juntamente com as do tribunal.
§ 1°: Se a parte que delas é credora tiver declarado que as não quer receber, serão
contadas a favor do Cofre do Tribunal.
§ 2°: As custas de parte compreendem tudo o que a parte despendeu através do
processo ou parte do processo a que se refere a condenação e a que tenha direito.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Tendo como epígrafe “créditos não exigíveis”, o art. 5°, al. b), do RJIREC estipula que,
na recuperação judicial ou na insolvência, não são exigíveis do devedor as despesas que
os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na insolvência, salvo as
custas judiciais e os honorários dos advogados decorrentes de litígio com o devedor.
Artigo 51°
(Emolumentos dos intervenientes acidentais)
As pessoas que intervêm acidentalmente nos processos ou coadjuvam em quaisquer
diligências receberão emolumentos nos termos seguintes 36:
1) Os peritos ou louvados, por dia:
Em processo cível 2,50 MT a 10,00 Mt;
Em processo orfanológico 1,00 MT a 5,00 Mt;
2) Os peritos ou louvados com conhecimentos especiais e os técnicos, por dia e salvo
o disposto no artigo 594 do Código de Processo Civil 5,00 Mt a 50,00 Mt;
3) Os peritos ou técnicos diplomados com curso superior, em actos da sua
especialização 10,00 Mt a 100,00 Mt;
4) Os liquidatários, ou administradosres que não sejam de falências, e as pessoas
encarregadas de vendas por negociação particular – o que for determinado pelo
juiz, até 5 por cento do valor da causa ou dos bens vendidos; 33
5) Os depositários, os tradutores, os intérpretes e as pessoas que coadjuvam em
quaisquer diligências – a importância fixada pelo tribunal.
§ 1°: Se os peritos apresentarem desenhos, plantas, mapas ou quaisquer peças que, nos
termos do artigo 602° do Código de Processo Civil, sejam considerados úteis, o tribunal
arbitrará por esse trabalho a remuneração que pareça razoável.
§ 2°: Os técnicos de que o advogado pode fazer-se assistir, nos termos do artigo 43° do
Código de Processo Civil, não terão direito aos emolumentos fixados nos n° 2) e 3).
§ 3°: Quando o emolumento seja fixado por dia e o juiz entenda que a diligência podia
ter sido feita em menos tempo do que o declarado, mandará reduzir o emolumento
respective como lhe parecer de justiça.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Artigo 52°37
(Remuneração às testemunhas)
A remuneração a arbitrar às testemunhas pode variar entre 5,00 Mt a 20,00 Mt por dia.
SUBSECÇÃO III
DOS CAMINHOS E DAS DESPESAS DE DESLOCAÇÃO
Artigo 53°38
(Quem tem direito a caminhos)
Os peritos, louvados e técnicos que não sejam de fora da provícia, os juízes inferiores e
respectivos funcionários terão direito, além da remuneração que lhes é fixada nos
artigos 35°, 51° e 66°, às importâncias seguintes:
Até 15 quilómetros, 0,6 Mt por quilómetro; 34
De 15 a 20 quilómetros, 0,48 Mt por quilómetro;
De 20 quilómetros em diante, até ao limite de 100 quilómetros, 0,3 Mt por
quilómetro;
Artigo 54°
(Limite do valor dos caminhos)
Quando o caminho para a prática de várias diligências realizadas no mesmo dia e no
mesmo processo não for divergente, só se conta o correspondente à maior distância
percorrida.
Artigo 55°
(Mapa de distâncias)
Em cada tribunal haverá um mapa da comarca, de edição official ou oficializada, em
escala suficiente para por ele se poderem apreciar as distâncias dos diversos lugares.
§ único: Quando não seja possível a aquisição deste mapa, poderá ser substituído por
uma tabela de distâncias, compreendendo todos os lugares da comarca, a qual será
organizada no cartório e mandada pôr em vigor pelo juiz, depois de se certificar de que 35
ela é, quanto possível, exacta.
Artigo 56°
(Despesas de deslocação)
Às pessoas de fora da sede da comarca que tenham de ser convocadas para intervir no
processo e às testemunhas que forem notificadas serão pagas (se efectivamente as
fizeram ou pelos menos se verificaram as condições da sua efectivação) as despesas de
deslocação, que compreendem despesas de transporte (custo da viagem de ida e volta
aao tribunal) e ajudas de custo, conforme determinação do juiz.
Artigo 58°
(Despesas de transporte)
Em quaisquer diligências realizadas fora do tribunal serão pagas as despesas de
transporte aos magistrados que nelas intervierem.
§ 1°: Nos actos que não forem presididos pelo juiz só serão pagas aos funcionários as
despesas correspondentes aos meios de transporte que o juiz tiver determinado, tendo
em atenção as necessidades do serviço e as comodidades dos funcionários. 36
§ 2°: Para o efeito do disposto no parágrafo anterior, os funcionários apresentarão ao
juiz, numa relação, o lançamento da despesa a fazer, para que este, se a autorizar, lhe
aponha o seu visto, ou, no caso contrário, inutilize o lançamento e o substitua pelo que
julgar conveniente.
§ 3°: A relação a que se refere o parágrafo anterior será encerrada no fim do mês ou
quando tiver atingido a quantia que o juiz julgue necessária reembolsar imediatamente
e servirá de folha de pagamento, que sera feito pelo Cofre do Tribunal, sendo este
reembolsado nos termos do artigo 59°.
Artigo 59°
(Anotação das distâncias percorridas)
À margem do documento que certifica o acto serão anotados, por quem o lavrar, o
número de quilómetros percorridos pelas pessoas que têm direito a caminhos e as
despesas de deslocação, para serem incluídas na conta as correspondentes importâncias.
SUBSECÇÃO IV
DA ADMINISTRAÇÃO DE FALÊNCIAS E INSOLVÊNCIAS
Artigo 60°39
(Remuneração)
Em todos os processos de falência ou insolvência, a administração da massa será
remunerada com a importância que resulta da aplicação das taxas a seguir indicadas
sobre o valor da falência ou insolvência:
Por cento
Até 30.000,00 Mt 6
Sobre o acrescido até 60.000,00 Mt 5
Sobre o acrescido até 120.000,00 Mt 3
Sobre o acrescido além de 120.000,00 Mt 2
§ único: Se o processo terminar antes de ser dado parecer sobre a reclamação de
créditos, a remuneração sera reduzida à quarta parte; se terminar depois desse parecer,
mas antes de designado dia para para as arrematações, será reduzida a metade; se
terminar posteriormente, pagar-se-á por inteiro, salvo se não chegar a haver liquidação
judicial dos bens da massa, porque, neste caso, sera reduzida a 75 por cento.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
37
Disposição revogada pela al. c) do art. 3° do DL n° 1/2013, de 4 de Julho (aprova o
RJIREC40). Actualmente, as remunerações dos auxiliares do Administrador da Insolvência,
deste e dos membros das Comissões de Credores estão reguladas nos arts. 22º, nº 2, 24º,
25º e 28º do RJIREC.
Artigo 61°
(Despesas de transporte dos administradores)
As depesas de transporte dos administradores, quando as haja, serão abonadas pelo
Cofre do Tribunal, mas entram em conta da administração.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Sobre a prestação de contas pelo Administrador da Insolvência, tenha-se em vista o que
dispões os arts. 22º, nº 1, al. xvi, 23º, 30º e 151º do RJIREC.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Decorre do art. 150º do RJIREC que pagos todos os credores, o saldo, se houver, é
entregue ao devedor.
SUBSECÇÃO V
DA PROCURADORIA
Artigo 63°
(Procuradoria: a quem é devida e qual a parte que a paga)
A parte vencedora, na proporção em que o seja, terá direito a receber do vencido,
desistente ou confitente, em cada instância, uma quantia, a título de procuradoria, a
qual entrará em regra de custas.
§ 1°: Se houver mais de uma parte vencedora, essa procuradoria será dividida entre
todas, na devida proporção.
38
§ 2°: Nas execuções por custas, nos processos em que a parte vencedora seja
representada pelo Ministério Público e em quaisquer outros em que não seja
representada por advogado ou solicitador, a procuradoria será contada a favor do Cofre
do Tribunal.
§ 3°: Os incapazes são isentos de procuradoria.
§ 4°: A importância da procuradoria será abatida nas despesas extrajudiciais ou
indemnizações, diferença de juro ou pena convencional que, por vir a juízo, o vencedor
tenha direito a receber.
Artigo 64°
(Critério para a fixação da procuradoria)
A procuradoria sera arbitrada pelo tribunal, tendo em atenção o valor da causa e a sua
complexidade, dentro dos limites seguintes41:
a) Nos processos sumaríssimos ou de polícia correccional 1,00 Mt a 5,00 Mt;
Artigo 66°
(O que é devido nas citações, notificações, afixação de editais e quaisquer
diligências avulsas)
Nas citações, notificações ou afixações de editais efectuadas em tribunal diferente
(ainda que inferior) daquele onde corre o processo e nas notificações ou quaisquer
diligências avulsas, só serão devidos os selos, as despesas de transporte, as importâncias
de caminhos e a quantia de 1,50 MT por cada diligência, citação, notificação, afixação
de editais ou certidão comprovativa da impossibilidade de as realizar, se realmente se
não efectuaram em cumprimento do mesmo despacho42.
§ 1°: Considera-se como uma única citação a de várias pessoas residentes na mesma
casa.
§ 2°: Não podem contar-se mais de cinco citações ou notificações realizadas na mesma
localidade em cumprimento do mesmo despacho.
Artigo 68°
(Custo de procuração ou substabelecimento exarado nos autos)
Pelo termo de procuração ou de substabelecimento exarado nos autos para mandato
46.
judicial pagar-se-á a quantia de 3,00 Mt
§ 1°: Quando a procuração ou o substabelecimento for outorgado por mais de uma
pessoa, acrescerá de cada uma, além da primeira, metade da quantia estabelecida 40
neste artigo.
§ 2°: Entende-se, para efeito do § 1°, por uma só pessoa, marido e mulher, pai ou mãe e
filhos sob o pátrio poder e os representantes de qualquer sociedade, associação ou
corporação.
Artigo 69°
(Importância devida pela busca de processo)
Pagar-se-á pela busca a quantia de 5,00 Mt se o processo ou o acto for anterior aos
últimos cincos anos e a de 2,5 Mt se for posterior47.
§ único: Não há lugar ao emolumento deste artigo pela busca de processos que não
estejam arquivados ou de registo da distribuição dos últimos oito dias.
Artigo 72°51
(Custo de registo de diploma)
Pelo registo dos diplomas da licenciatura em Direito, de provisão para advogar e de
solicitador pagar-se-á nas secretarias do Tribunal Supremo, por meio de estampilha
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Artigo revogado, pois no actual ordenamento jurídico moçambicano compete à OAM,
enquanto pessoa colectiva de direito público representativa dos licenciados em Direito
que, em conformidade com os preceitos do EOOAM e demais disposições legais
aplicáveis, exercem a advocacia, atribuir o título profissional de advogado e de
advogado estagiário e regulamentar o exercício da respectiva.
Artigo 73°52
(Importância devida pela confiança de processos)
Pela confiança de processo, nos termos dos artigos 168º e 173º do Código de Processo
Civil, cobrar-se-á a importância de 50,00 Mt.
CAPÍTULO IV 42
DA CONTA DE CUSTAS
SECÇÃO I
DA REMESSA À CONTA
Artigo 74°
(O que se remete à conta: prazos)
O cartório ou a secretaria remeterá à conta, no prazo de cinco dias, todos os processos e
actos sujeitos ao pagamento de custas findo o processado que constitua objecto de
tributação.
Igulamente remeterá à conta os processos parados por culpa da parte, passados que
sejam dois meses, aqueles cujo andamento for suspenso, se o juiz assim o determinar, e
todos os que tenham de transitar para outro tribunal ou em que haja liquidação a fazer.
Serão também remetidos à conta, no prazo de vinte e quarto horas, todos os papéis ou
actos avulsos.
Artigo 75°
(Trâmites antes da remessa à conta)
Antes do termo da remessa à conta, o funcionário que a lavrar lançará uma cota no
processo, indicando o total das folhas de todos os papéis a esta referentes e que nele
não estejam incorporados, e, bem assim, as dos livros em que sejam registadas decisões
proferidas no processo.
§ único: Para esse efeito, far-se-ão as necessárias indicações, à margem dos respectivos
actos, à medida que estes forem sendo efectuados.
SECÇÃO II
DA CONTA
Artigo 76° 43
(Conta de custas)
Por cada processo, recursos, incidente, acto ou papel sujeito a custas, far-se-á uma
conta.
§ 1°: Nos recursos que tiverem de subir em separado a conta da interposição sera feita
no processo principal, incluindo-se nelas as importâncias de selos e papel do apenso e
mencionando-se neste o total despendido por cada parte com o recurso para os efeitos
do artigo 50° e seus parágrafos.
§ 2°: Nos casos de suspensão, de o processo transitar para outro tribunal ou de estar
parado mais de dois meses, a conta é feita como se nessa altura terminasse e o
montante do imposto sera abatido nas contagens a que posteriormente se proceder.
§ 3°: As custas das deprecadas serão, no tribunal deprecante, incluídas na conta do
processo, indicando-se a totalidade do imposto e as quantias destinandas às pessoas que
intervierem e ao Cofre do Tribunal, para serem remetidas ao tribunal deprecado, isto
sem prejuízo do disposto no artigo único do Decreto n° 38 834, de 19 de Julho de 1952.
Artigo 77°
(Prazo para efectuar a conta)
O prazo para a contagem é de dez dias, salvo tratando-se de arrematações, agravos em
separado, papéis avulsos ou actos urgentes, porque em tais casos o prazo será
acomodado à urgência e nunca superior a quarenta e oito horas.
§ único: O contador que, sem justa causa, exceder em mais de cinco dias o prazo de dez
dias fixados no corpo deste artigo, no que se refere à contagem dos processos, pagará
1,00 Mt de multa por cada dia que exceder esse prazo.
A importância da multa será paga pelo responsável no prazo de cinco dias a contar da
notificação, constituindo receita do Cofre dos Tribunais.
Se entre a data da conta e do tempo do recebimento pelo cartório se verificar que
passam mais de quarenta e oito horas, será a referida multa paga pelo respectivo
escrivão53.
1) Para efeito do cumprimento do disposto neste parágrafo o Ministério Público
verificará, no momento do visto a que se refere o § 1° do artigo 84° deste Código, se
foram excedidos os prazos antes referidos, e, em caso afirmativo, promoverá o 44
pagamento da multa ou multas devidas.
2) As disposições contidas neste parágrafo aplicar-se-ão à contagem das arrematações,
agravos em separado, papéis avulsos ou actos urgentes, não podendo, nunca, o prazo de
quarenta e oito horas fixado no corpo do artigo 77° ser prorrogado além do designado no
artigo 78°.
3) No caso de se verificar que o disposto no artigo 79° foi utilizado como expediente
dilatório, aplicar-se-ão as disposições deste parágrafo pelo período em que o processo
esteve demorado por culpa do contador.
4) Nas comarcas de mais de uma vara os presidentes das Relações, por conveniência de
serviço, podem determinar a distribuição do serviço pelos funcionários das contadorias,
pela forma como entenderem mais equitativa.
ANOTAÇÃO:
1. A redacção do corpo do § único é dada pelo Dec. 14/96, de 31 de Maio.
Artigo 79°
(Dúvidas sobre a conta)
Quando o contador tiver dúvidas sobre a conta, expô-las-á ao juiz, que, ouvido o
Ministério Público, decidirá sem recurso se a causa estiver dentro da alçada.
Artigo 80°
(Regras formais aobservar na conta)
Na elaboração da conta dos processos, o contador procederá deste modo:
Indicando o número que a cada conta compete, mencionará o valor do processo e o
imposto que lhe corresponde, arredondando para escudos, desprezando as fracções
inferiores a um centavo. Em seguida lançará numa coluna a parte do imposto relativa ao
processo ou parte do processo a contar, líquida da que constitui receita do tribunal
inferior; determinará os encargos em relação a cada entidade, excepto o Estado e as
45
partes quando ambas sejam vencidas ou haja compensação a considerar, e, deduzindo
as tributações fiscais às que a ela estiverem sujeitas, chamará o líquido àquela mesma
coluna.
Depois discriminará as receitas do Estado, chamando o total de cada uma delas à
referida coluna, que, somada, mostrará o custo do processo ou parte do processo.
Abatendo então os preparos efectuados, encontrará o total em dívida, que repetirá por
extenso.
Em seguida indicará em percentage a relação entre o valor da causa e o custo do
processo ou parte do processo contado, excluídas as custas de parte, e depois liquidará
estas e a procuradoria, se não tiverem já sido incluídas, determinará o total despendido
com o processo ou parte do processo, fará a divisão das custas de harmonia com o
julgado e compensará a responsabilidade de cada parte com o despendido por ela e
respectiva procuradoria, de forma a determinar quanto tem a pagar ou a receber.
Finalmente fechará a conta, com indicação clara das guias a passar para cada um dos
responsáveis, suas importâncias e percentagens para o Cofre dos Tribunais, datando e
assinando por extenso.
Artigo 81°
(Liquidação do julgado)
Nas acções e graduações de créditos, quando o processo for à conta pela primeira vez
depois da sentença, far-se-á a liquidação do julgado se depender unicamente de
operações aritméticas.
Artigo 82°
(Conta de papéis avulsos)
As contas de papéis avulsos indicarão claramente a importância devida ao cartório, a
parte pertencente ao Estado e, por extenso, o custo total.
Artigo 83°
(Imposto de selo)
As importâncias devidas ao Estado a que estão sujeitas as custas atribuídas aos
funcionários de justiça, ao Cofre dos Tribunais e outras entidades referidas na lei serão 46
pagas por estampilha nos papéis avulsos e por guia nos outros casos.
§ único: O contador, ao elaborar a conta, verificará nos processos ou papéis se há
alguma importância de selo em dívida ao Estado e, se houver, incluí-la-á na conta.
SECÇÃO III
DO ERRO DA CONTA DE CUSTAS
Artigo 84°
(Exame e reforma da conta)
O juiz, oficiosamente, a requerimento dos interessados ou do Ministério Público, pode
mandar reformar a conta, se não estiver feita de harmonia com as disposições legais.
§ 1°: Para efeito deste artigo, imediatamente ao recebimento do processo com a conta
será dada vista ao Ministério Público, para, em três dias, a examinar.
§ 2°: Quando haja custas em dívida, a reclamação do responsável deverá ser
apresentada dentro do prazo do pagamento voluntário, mas nunca depois de pagas as
custas.
§ 3°: Todas as outras reclamações devem ser deduzidas até ao recebimento pelo
interessado das importâncias a que tenha direito, salvo se anteriormente foi notificado
ou avisado da conta, ou interveio no processo depois dela, porque, nesse caso, só sera
admissível a reclamação dentro de dez dias, a contar da notificação, aviso ou
intervenção.
§ 4°: O Ministério Público pode reclamar até ao termo do prazo para a reclamação de
qualquer interessado.
§ 5°: Depois de pagas as custas, o juiz só poderá ordenar oficiosamente a reforma se o
erro importar prejuízos importantes ou irregularidades na conta feita.
§ 6°: As reclamações contra as contas só podem ser apresentadas nos tribunais onde
tenham sido elaboradas.
CAPÍTULO V
DO PAGAMENTO DE CUSTAS E DO RATEIO
SECÇÃO I
DO PAGAMENTO VOLUNTÁRIO
Artigo 86°
(Responsabilidade pelas custas)
Enquanto não houver decisão sobre custas será responsável pelas que forem contadas o
autor, requerente, recorrente ou cabeça-de-casal, ou quem deu causa à remessa à
conta.
§ único: Nas acções de destrinça de foros e censos, redução de prestações incertas e
certas, divisão de águas, divisão de coisa comum, tombamento e demarcação e outras
idênticas, as custas serão pagas pelos interessados na proporção das respectivas cotas;
mas se houver oposição, as custas desta serão pagas pelo vencido, na proporção em que
o for.
Artigo 87°
(Aviso da conta aos interessados)
Após o visto do Ministério Público a que se refere o § 1° do artigo 84°, será notificado,
no prazo de cinco dias, o responsável pelas custas contadas e em dívida, ou, em
inventário, o cabeça-de-casal, para vir examinar e impugner ou pagar a conta. 48
§ 1°: Havendo recurso interposto, o prazo da notificação ao recorrente é de vinte e
quarto horas.
§ 2°: A notificação será feita ao procurador que represente nos autos o responsável pelo
pagamento e que tenha escritório ou domicílio escolhido na sede do juízo.
§ 3°: Estando verificada no processo a ausência em parte incerta do responsável pelas
custas a notificação ser-lhe-á feita por um único edital afixado à porta do tribunal.
Artigo 88°
(Expedição de avisos)
O responsável pelo pagamento das custas, esteja ou não representado no processo, será
sempre avisado, se residir em local em que haja distribuição domiciliária ou for
conhecida a sua caixa postal, e notificado nos outros casos, do montante a pagar e do
prazo do pagamento. O aviso será expedido nos prazos estabelecidos no artigo anterior e
indicará o local onde o pagamento deve ser efectuado.
§ 1°: Nos inventários serão enviados avisos, ou feitas as notificações, ao cabeça-de-casal
pela totalidade das custas e a cada um dos responsáveis pela parte da sua
responsabilidade.
§ 2°: Se os responsáveis forem incapazes e lhes tiver sido nomeado curador especial, a
este sera remetido o aviso ou feita a notificação.
§ 3°: No caso de o aviso ser feito pelo correio, sera junto aos autos o recibo do registo,
cujo custo sera adiantado pelo Cofre dos Tribunais.
Artigo 89°
(Prazo para pagamento voluntario das custas)
O pagamento voluntário das custas será feito, nos processos sumaríssimos, no prazo de
dez dias, e nos outros processos no de vinte.
§ 1°: Os prazos referidos neste artigo começarão a contar-se:
1) Depois de decorridos sobre a data da notificação ou do registo do aviso:
a) Cinco dias se o responsável residir na comarca onde correr o processo;
b) Vinte dias, se residir na província, mas fora da comarca onde corre o processo; 49
c) Sessenta dias, se residir na Metrópole ou noutra província ou no estrangeiro;
2) Desde a data da afixação do edital, se o responsável estiver ausente em parte
incerta.
§ 2°: Nos inventários em que o cabeça-de-casal não tenha feito o pagamento integral da
conta no prazo indicado no corpo deste artigo pode ainda cada um dos interessados, nos
cinco dias seguintes, pagar a parte da sua responsabilidade, sem que acresçam
quaisquer custas.
§ 3°: O pagamento de custas que for condição do seguimento do recurso sera feito no
prazo de cinco dias, contados da notificação ou, não a havendo, da remessa do aviso,
salvo o disposto no artigo 689°, alínea c), do Código de Processo Civil.
Artigo 90°
(Pagamento das custas dos actos e diligências avulsas e das deprecadas)
As custas dos actos e diligências avulsos deverão ser pagas no prazo de dez dias,
contados da data do acto.
§ único: Nas deprecadas para simples citação ou notificação ou afixação de editais, que
sejam remetidas oficialmente, o pagamento far-se-á no tribunal deprecante,
juntamente com as restantes custas do processo.
Artigo 91°
(Pagamento das custas pela parte contrária ou por terceiros)
Qualquer pessoa pode fazer o pagamento das custas que a outrem incumbe no último dia
do respectivo prazo, ou depois nas condições em que o devedor o pode fazer, ficando
com o direito de regress contra este, salvo se se demonstrar que o pagamento foi feito
de má fé.
Artigo 92°
(Pagamento e depósito de custas nos litígios com entidades isentas)
Tratando-se de responsáveis que litiguem com entidades isentas de custas ou que gozem
do benefício da assistência judiciária, as custas contadas antyes do trânsito em julgado
da decisão serão depositadas para lhes poderem ser restituídas no todo ou em parte,
conforme a decisão final.
Artigo 93°
50
(Pagamento de custas por meio de depósito à ordem do tribunal)
Se o responsável por custas tiver algum depósito à ordem do tribunal, poderá requerer
que desse depósito se levante a quantia necessária para o pagamento.
Artigo 94°
(Devolução de quantias)
Se os preparos efectuados excederem a importância das custas ou se a parte tiver de
receber quaisquer quantias, será igualmente notificada, nos termos dos artigos 87° e
88°, para vir receber, indicando-se, quanto possível, a data em que será passado o
respectivo cheque.
Artigo 95°
(Pagamento das custas em prestações em processos orfanológicos)
Nos processos orfanológicos, o meeiro, os herdeiros ou interditos cuja meação, quinhões
ou bens não excederem 10.000,00 MT podem requerer o pagamento das custas da sua
responsabilidade em prestações, oferecendo logo caução idónea 54.
Artigo 99°
(Declaração oficiosa de extinção da causa)
O juiz, logo que esteja paga a última prestação, julgará a causa extinta,
independentemente de requerimento e sem que sejam devidas custas.
SECÇÃO II
DO PAGAMENTO VOLUNTÁRIO
Artigo 100°
(Pagamento de custas pelo levantamento de depósito ou por desconto nos
vencimento, ordenados ou salários)
Decorrido o prazo do pagamento voluntário sem que este se mostre efectuado, far-se-á
o processo concluso para o juiz coordenar e ordenar o levantamento da quantia
necessária para o pagamento das custas e do incidente, a sair do depósito que o
responsável tenha à ordem do tribunal nesse processo, ou mandar ao desconto nos
vencimentos, ordenados ou salários do devedor e, quando por essas formas não possa
cobrar-se a importância em dívida, observer-se-á o disposto nos artigos 113° e seguintes
e instaurar-se-á execução nos termos subsequentes.
Artigo 101°
(Citação do executado para os termos da execução por custas devidas em 1ª
instância)
Artigo 102°
(Termos do processo de execução por custas) 52
As execuções por custas seguirão os termos das execuções por quantia certa, com as
modificações seguintes:
1) Considera-se logo devolvido ao exequente o direito de nomear bens à penhora;
2) Se o Ministério Público não tiver elementos para indicar no termo os bens a
penhorar, e se não for possível obtê-los na conservatoria do registo predial
respective, pode requerer que se proceda à penhora nos bens que forem
encontrados;
3) No caso do número anterior e tratando-se de bens imobiliários, logo que seja
ordenada a penhora sera efectuada pelo respective escrivão e imediatamente
notificada, ao executado, se estiver presente, lavrando-se auto em que se
descreverão os bens e donde constará a notificação e a entrega ao depositário, se
for caso disso;
4) Se o executado residir fora da comarca e não tiver ali bens, passar-se-á
deprecada para citação e penhora nos bens que forem encontrados. A deprecada
não sera devolvida sem a nota do registo predial e a certidão de encargos, se a
penhora incidiu sobre bens imobiliários;
5) O pagamento para cessação da execução será requerido verbalmente no
respectivo cartóorio, lavrando-se cota no processo, mas o pedido só terá
seguimento e a execução só poderá ser suspensa se, além da quantia por que se
moveu a execução, se depositar a importância provável do acrescido, que sera
imediatamente calculada;
6) Tratando-se de execução por custas de inventário, pode cada interessado pagar
apenas a sua parte nos termos do número anterior, desde que deposite no
estabelecimento destinado a depósitos judiciais, por conta da responsabilidade
dos outros executados, as tornas de que lhes ficou devedor em partilhas, se ainda
não estiverem depositadas.
§ 1°: A execução correrá por apenso, autuando-se a certidão da citação ou, não a
havendo, o termo de nomeação de bens ou equivalente, e, se tiver de ser desapensada,
juntar-se-á certidão da conta e da parte da sentença ou despacho que contenha 53
condenação em custas.
§ 2°: Se o executado não tiver sido notificado da penhora, nos termos do n° 3), sê-lo-á
posteriormente, nos termos gerais.
Artigo 103°
(Execuções por custas devidas aos tribunais superiores)
Artigo 104°
(Execuções por custas de actos e papéis avulsos)
Sendo vários os responsáveis não solidários, sera instaurada uma execução contra cada
um deles.
§ único: Pelas custas do inventário, porém, instaurar-se-á contra todos os interessados
devedores uma única execução que só abrangerá os bens da herança.
Artigo 106°
54
(Execução por dívidas cumuladas)
Instaurar-se-á uma só execução contra o mesmo responsável, ainda que várias sejam as
contas em dívida no processo e seus apensos.
Artigo 107°
(Execução por custas de parte)
* Este artigo deve considerar-se revogado, porquanto o processo sumaríssimo foi revogado
aquando da revisão do Código de Processo Civil, realizada pelo Decreto-Lei n°1/2005, de 27 de
Dezembro. Vide artigos 461 e 465, ambos do CPC.
Artigo 109°
(Execução por custas devidas em inventário orfanológico)
Nos inventários orfanológicos somente poderá ser instaurada execução depois do trânsito
da sentença que os julgar, salvo quanto às custas em que antes dela tenha havido
condenação.
Artigo 110°
(Pagamento antes de instaurada execução ou iniciado os descontos)
Artigo 111°
(Arquivamento condicional da execução)
Verificando-se que o executado não possui bens alguns, sera a execução arquivada, sem
prejuízo de poder continuar logo que sejam conhecidos, se ainda não tiver decorrido o
55
prazo da prescrição.
Artigo 112°
(Prescrição da dívida de custas)
SECÇÃO III
DO RATEIO
Artigo 113°
(Quando tem lugar o rateio)
Havendo execução, se o seu produto não chegar para pagar a quantia exequenda e o
acrescido, proceder-se-á igualmente a rateio do que for apurado, logo que estejam
liquidados todos os bens sobre que possa incidir a execução.
Artigo 115°
(Precedência a observar no rateio)
Quando haja de proceder-se a rateio serão os pagamentos feitos pela ordem seguinte:
a) Os selos do processo, excluindo os de recibo;
b) As despesas adiantadas, no processo, pelo Cofre dos Tribunais;
c) O impsoto de justiça e as importâncias contadas à secretaria ou cartório, Cofre
dos Tribunais e outras entidades no processo;
d) As custas de parte;
56
e) Os selos, despesas e outras quantias referentes à execução, se a houver, pela
mesma ordem e nos termos das alíneas anteriores.
CAPÍTULO VI
DA GARANTIA DAS CUSTAS
SECÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 116°
(Pagamento das custas em caso de transferência para outro tribunal)
Salvo o disposto no artigo 118°, nenhum processo pode seguir em recurso ouser
remetido para outro tribunal, em consequência de qualquer acto da iniciativa das
partes, sem estarem pagas ou asseguradas as custas, a não ser que a remessa seja
requerida por qualquer entidade delas isenta ou dispensada do seu pagamento.
§ 1°: No caso do § 2° do artigo 111° do Código de Processo Civil 55 e no de ser anulada a
decisão recorrida a fim de se proceder a novo julgamento no tribunal de onde o recurso
subiu, o processo não será remetido para o tribunal competente sem o prévio
pagamento de custas.
§ 2°: Havendo mais que um recorrente não se fará divisão de custas, para os efeitos do
corpo deste artigo, a não ser que os recursos sejam interpostos por autor e réu, porque,
neste caso, cada um pagará metade, e se algum deixar de o fazer será o recurso julgado
deserto quanto a ele, devendo o outro perfazer, sob igual pena, a totalidade das custas
nos cinco dias posteriores à notificação da deserção.
Artigo 117°
(Garantia das custas para obter o cumprimento do julgado e certidão)
Quando o processo dimane de contrato e as custas não estejam pagas, só podem extrair-
se certidões para registo de penhora ou arresto e, de um modo geral, qiasquer certidões
ou documentos que não envolvam cumprimento do julgado ou que não possam servir
para a execução ou registo.
57
§ 1°: Carecendo, porém, a parte de quaisquer outras certidões, poderá obtê-las,
garantindo as custas por meio de depósito da sua importância provável, se não puder
ainda efectuar-se o pagamento.
§ 2°: Os que gozam do benefício da assistência judiciária, quando vencedores, podem
executar a decisão e extrair certidões, sem terem de pagar previamente as custas.
§3°: As sentenças que decretam o divórcio serão sempre comunicadas às conservatórias
do registo civil onde existir o registo de casamento independentemente do pagamento
das custas.
§ 4°: Para fins exclusivamente de casamento, o cartório poderá passar certidão da
sentença de divórcio, independentemente do pagamento das custas, à parte que não
seja por elas responsável, e bem assim à parte responsável, desde que se tenha
verificado na execução a impossibilidade do pagamento.
Hoje, a referência feita ao § 2° do artigo 111° do Código de Processo Civil deve ser entendida
55
Artigo 118°
(Garantia das custas quando o processo não dimane de contrato)
Quando o processo não dimane de contrato pode subir o recurso nela interposto,
executar-se a decisão e extrair-se certidão de qualquer documento, desde que estejam
pagas ou garantidas as custas da responsabilidade do recorrente, do vencedor ou de
quem requereu a certidão ou document.
Artigo 119°
(Garantia do custo das certidões ou outros papéis)
58
Não serão entregues a quem não esteja isento ou dispensado do pagamento de custas
quaisquer certidões ou outros papéis, sem o prévio pagamento do seu custo.
SECÇÃO II
DOS PREPAROS
Artigo 120°
(Preparos, suas modalidades e casos em que são devidos)
Nos processos, sempre que possa haver lugar à aplicação do imposto de justiça, haverá
preparos, que revestem quatro modalidades: iniciais, subsequentes, para despesas e
para julgamento.
§ 1°: Exceptuam-se os inventários orfanológicos, os processos de assistência judiciária, a
interposição de recursos ordinários e os incidentes abrangidos pelo n° 3) do artigo 38°,
em que não há preparos.
§ 2°:Quando os agravos subam juntos ou com a apelação só haverá lugar, no tribunal
superior, aos preparos respeitantes à apelação ou ao último agravo interposto.
§ 3°: Nos actos avulsos poderá ser exigido preparo suficiente para garantir o seu custo,
conforme for fixado pelo escrivão ou secretaria.
ANOTACÃO:
Preparo é uma caução/um adiantamento efectuada pelas partes não isentas de custas
visando garantir o pagamento integral das custas, ou seja, dos encargos
Artigo 121°
(Quando se efectuam os preparos)
Preparos iniciais são os que têm lugar no início de qualquer processo ou parte do
processo sujeita a tributação especial.
Preparos subsequentes são os que têm lugar no decurso do processo todas as vezes que o
juiz determinar.
Preparos para despesas são os que têm lugar para fazer face ao pagamento dos encargos
59
referidos nos n° 4), 7) e 8) do artigo 48°.
Preparos para julgamento são os que têm lugar antes da decisão das acções, dos
recursos e dos incidentes e processos referidos no artigo 37°.
§ 1°: Nas falências, insolvências, concordatas e inventários de maiores não há preparos
subsequentes nem para julgamento.
§ 2°: Nos casos em que a brevidade do processo não comporte preparos subsequentes,
será a totalidade destes adicionada ao do julgamento.
§ 3°: Não há lugar ao preparo para despesas quando se trate de deslocações apenas do
funcionário do cartório.
§ 4°: Não haverá preparo para julgamento quando se entenda que a notificação para o
seu depósito, por motivo do momento em que é feita, pode reveler a forma por que se
vai decidir.
Eduardo Arala Chaves, in Código das Custas Judiciais – Anotações e Comentários,
Coimbra, 1967, Livraria Almedina, pág. 159, sustenta que o parcelamento de preparos,
salvo o destinado a garantir despesas, explica-se pleo objectivo de facilitar o pagamento
dos encargos da demanda. É um sistema de pagamento a prestações
Artigo 122°
(Montante dos preparos)
Estão isentos de preparos, além das pessoas e entidades indicadas no artigo 2° e seu §
1°, o devedor de ir a juízo declarar-se em estado de falência ou insolvência, as pessoas
representadas por defensor oficioso e os funcionários nos recursos de decisões que lhes
imponham qualquer penalidade.
Artigo 124°
(A quem incumbe o encargo do preparo)
Artigo 125°
(Obrigação de efectuar os preparos quando houver compartes)
Artigo 126°
(Depósito de preparos)
Artigo 127°
(Oportunidade de pagamento do preparo inicial)
O preparo inicial do autor ou requerente será feito nos cinco dias seguintes à
apresentação do seu requerimento em juízo, ou à distribuição, quando a haja; o do réu
ou requerido e o do recorrido que alegue no tribunal ad quem nos cinco dias seguintes à
apresentação da oposição.
§ 1°: Nas cartas precatórias o prazo contar-se-á desde a notificação do despacho que as
mandou passar.
§ 2°: Os preparos iniciais dos recursos podem ser feitos por qualquer das partes atá à
véspera da sua expedição.
§ 3°: O recorrido que tenha alegado no tribunal a quo e o recorrente, se não tiverem
usado da faculdade concedida pelo parágrafo anterior, deverão efectuar os preparos nos
cinco dias posteriores à distribuição do recurso.
§ 4°:Nos recursos de queixa o preparo será sempre efectuado no prazo em que devem
ser pagas as custas da interposição.
Artigo 128°
(Oportunidade de pagamento dos preparos subsequentes)
Cada preparo subsequente será feito no prazo de cinco dias, a contar da notificação do
despacho que o tiver ordenado, mas nos recursos não haverá normalmente lugar a este
preparo.
Artigo 129° 62
(Oportunidade de pagamento dos preparos para despesas)
O preparos para despesas será efectuado logo a seguir ao despacho que o fixou ou no
prazo de cinco dias, a contar da notificação deste despacho.
§ único: Se as despesas disserem respeito ao julgamento, o preparo para este não pode
ser recebido sem o daqueles ou sem o depósito, em dobro, a que se refere a alínea b) do
artigo 137°.
Artigo 130°
(Oportunidade de pagamento dos preparos para julgamento)
Artigo 131°
(Tribunal em que os preparos são efectuados)
Os preparos serão feitos no tribunal onde corre o processo ou incidente ou onde se
requer a diligência.
Artigo 132°
(Pagamento de preparos no tribunal a quo)
Nos recursos podem fazer-se os preparos no tribunal a quo, de harmonia com o disposto
no § 2° do artigo 127°e § único do artigo 130°.
§ único: Os preparos feitos nos termos deste artigo serão oportunamente remetidos ao
tribunal superior.
Artigo 133°
(Restituição de preparos)
À parte que tenha feito preparos serão estes restituídos por inteiro quando não haja
lugar ao pagamento de custas por nenhum dos litigantes e, parcialmente, se excederem 63
a imortância das custas contadas.
Artigo 134°
(Consequencia da falta do preparo inicial)
Se o autor, recorrente ou requerente não fizer o preparo inicial no prazo legal será, nos
termos dos artigos 87° e 89°, notificado ou avisado para, em cinco dias, pagar um
imposto igual ao preparo e depositar o preparo que deixou de fazer se quiser que
prossiga o seu pedido.
§ 1°: Decorrido o razo fixado neste artigo sem se mostrar feito o preparo e pago o
imposto, será extinta a instância e o processo contado nos termos dos artigos 11° e
seguintes.
§ 2°: O imposto a que se refere o corpo deste artigo não será abatido no devido pelo
processo, se prosseguir, e incluir-se-á na primeira conta posterior.
§ 3°: Nas deprecadas a consequência da falta de preparo consistirá unicamente em não
serem passadas.
Artigo 135°
(Efeito para o réu, recorrido ou requerido da falta do pagamento do preparo inicial)
Se o réu, recorrido ou requerido deixar de fazer o preparo inicial, considerar-se-á de
nenhum efeito ou mandar-se-á desentranhar dos autos a oposição que tiver oferecido,
salvo se, nos termos do artigo anterior, fizer o preparo e depositar o imposto ali fixado.
Artigo 136°
(Sancão para a falta de pagamento do preparo subsequente)
Artigo 138°
(Sancão para a falta de pagamento do preparo subsequente)
A parte que, devidamente notificada, não fizer o preparo para julgamento no prazo
legal pagará imposto de justiça igual à sua importância e fica inibida de produzir
qualquer espécie de prova, salvo se, antes do início do julgamento, que por este motivo
não será adiado, pagar o imposto e depositar o preparo.
TÍTULO II
DAS MULTAS
Artigo 139°57
(Multas a impor por litigância de má fé)
As multas impostas à parte, quando a lei não estabelecer prazo para o seu pagamento,
serão liquidadas quando o processo tiver de ir à conta e em seguida a esta os
responsáveis serão avisados e efectuarão o pagamento nos termos dos artigos 92° e
seguintes.
65
Artigo 142°
(Liquidação e pagamento de outras multas impostas)
Artigo 143°
(Pagamento coercivo da multa)
Não sendo pagas no prazo legal, instaurar-se-á a execução juntamente com a execuçào
por custas, se a houver, contra o responsável, ou, no caso contrário, com base numa
certidão da liquidação, que o escrivão entregará, para esse efeito, ao Ministério Público,
no prazo de vinte quatro horas, seguindo-se os termos prescritos para as execuções por
custas.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 144°
(Responsabilidade do réu ou arguido pelo imposto de justiça)
O réu, no caso de condenação em 1ª instância e no caso de decair, mesmo em parte, em
qualquer recurso, ainda que o não tenha acompanhado e salvo os casos da segunda parte
do n° 1 do artigo 647° e do § 1° do artigo 663° do Código de Processo Penal, pagará ao
Estado um imposto de justiça, que o tribunal arbitrará na decisão final, tendo em
atenção a situação material do infractor e os limites estabelecidos para o processo
correspondente à infracção mais grave de que foi acusado.
§ 1°: Se vários réus deverem pagar imposto, a cada um será arbitrado o respectivo
quantitativo dentro dos limites legais e a sua responsabilidade será limitada ao imposto
em que foi individualmente condenado.
66
§ 2°: Cada réu pagará um só imposto qualquer que seja o número de infracções por que
responda na mesma ocasião e o número de processos contra ele instaurados, desde que
se julguem conjuntamente.
§ 4°: Se um réu acusado de várias infracções for absolvido por umas e condenado por
outras, ou, em recurso, decair em relação a umas e vencer totalmente em relação a
outras, havendo parte acusadora em alguma ou algumas delas, será cada um condenado
no respectivo imposto, que será fixado, para a parte acusadora, dentro dos limites legais
correspondentes à forma do processo da infracção mais grave de que o réu for absolvido
e para o réu, neste caso, dentro dos limites correspondentes a forma do processo da
infracção mais grave por que foi condenado.
§ 5°: Se for inteiramente provido o recurso interposto pelo réu, mas apesar disso ele
ficar condenado, não há lugar a aplicação do imposto.
§ 6°: Nos recursos de decisões finais o tribunal superior que condene em imposto
arbitrará também o respeitante aos tribunais inferiores, se estes o não tiverem fixado.
Artigo 145°
(Responsabilidade pelo imposto no caso de isenção da pena)
No caso de o réu ser isento da pena, nos termos do artigo 418° do Código Penal, será
sempre devido o respectivo imposto, o qual ficará inteiramente a cargo do réu, salvo se
outra for acordada entre ele e o ofendido.
Artigo 146°
(Restituição de impostos pagos. O que acresce à indemnização)
Os impostos pagos no decurso do processo não serão restituídos, salvo nos casos do § 2°
do artigo 698° do Código de Processo Penal e do § único do artigo 148° deste diploma.
67
Na indemnização em que for condenada a parte vencida, porém, serão incluídos os
impostos e acréscimos que pagou sem condenação.
Artigo 147°
(Efeitos da suspensão da pena sobre o imposto)
A suspensão da pena em caso algum abrangerá o imposto.
Artigo 148°
(Pagamento do imposto como condição do seguimento do recurso)
Os recursos interpostos por pessoas que não sejam o Ministério Público ou os réus presos
não poderão seguir sem que seja pago o imposto devido pela interposição do recurso.
SECÇÃO I
Artigo 149°59
(Imposto devido pelo recorrente nos recursos e nos incidentes)
Cada recorrente ou requerente que não seja réu preso, ou seu representante, pagará em
qualquer recurso e em qualquer incidente estranho aos termos regulares do processo nos
prazos e com as cominações estabelecidas para os preparos iniciais em processo cível, o
imposto de 7,50 MT.
Artigo 150°60
(Limites do imposto a fixar na decisão do recurso ou incidente)
SECÇÃO II
DA 1ª INSTÂNCIA
Artigo 151°61
(Limites do imposto a fixar na decisão)
O imposto de justiça a aplicar na decisão final pode variar entre os seguintes limites: 69
1) Em processos de querela ou de classificação de falência, 20,00 MT a 800,00 MT;
a 1.000,00 MT;
MT a 750,00 MT;
Artigo 152°62
(Limites do imposto devido em processos com parte acusadora, em termos de
identidade e em incidentes)
§ único: O pagamento do imposto de justiça a que se refere a primeira parte do n°2 será
dispensado pelo juiz, ouvido o Ministério Público, se o arguido, por sua comprovada
pobreza, estiver impossibilitado de o efectuar.
SECÇÃO III
DISPOSIÇÕES COMUNS
Artigo 153°66
(Imposto devido em processo de caução)
Em qualquer tribunal pagar-se-á imposto nos casos e termos seguintes:
1) Nos processos de caução conforme o seu valor:
Artigo 154°67
(Imposto devido em processo de caução)
A cada imposto de justiça acrescem somente as verbas seguintes:
I
1) Em tribunais de 2ª instância – 2,50 MT.
2) Em tribunais de 1ª instância:
a) Em processos de querela ou de classificação de falência – 5,00 MT;
b) Em processo de polícia correccional – 3,00 MT;
71
c) Em processo por crimes cometidos congtra a segurança do Estado ou contra a
economia nacional e a saúde pública, independentemente da sua espécie –
10,00 MT;
d) Em quaisquer outros processos – 2,50 MT.
Artigo 155°
(Emolumentos, indemnizações e procuradoria)
Os emolumentos e indemnizações referidos no artigo 157° do Código de Processo Penal e
a procuradoria, quando haja parte acusadora, serão regulados pelo disposto na parte
cível deste Código.
§ 2°: A procuradoria será arbitrada dentro dos limites estabelecidos nas alíneas a), b) e
c) do artigo 64°, conforme se trate de processos de polícia correccional correspondentes
ao artigo 65° do Código de Processo Penal, de idêntica natureza correspondentes ao
artigo 64° do mesmo diploma, ou de querela.
Artigo 156°68
(Abono aos oficiais de diligências por condução de presos)
Aos oficiais de diligências será abonada, além das despesas de transporte, a ajuda de
custo diária que competir aos funcionários da sua categoria, de acordo com o estipulado
na legislação vigente, pela condução de preso ou presos, de uma para outra província.
Na condução de presos por virtude de prisões efectuadas dentro da área da província, os
oficiais de diligência receberão uma ajuda de custo de 0,20 MT por cada quilómetro.
Artigo 157°
72
(Despesas abonadas pela Fazenda Nacional)
Quando as despesas de transporte e ajudas de custo a que se refere o artigo anterior, e
bem assim as despesas de transporte dos próprios presos, forem abonadas pela Direcção
dos Serviços da Fazenda e posteriormente for pago o respectivo imposto de justiça,
acrescerão a este as verbas abonadas que, para esse efeito, ficarão constando do
processo.
Artigo 158°
(Imposto do selo e caminhos)
No imposto de justiça não fica compreendido o imposto do selo respeitante ao processo
e seus incidentes e os caminhos a que se refere o artigo 53° deste Código.
Artigo 159°69
(Venda de objectos apreendidos em processos criminais)
CAPÍTULO IV
Da liquidação
Artigo 160°70
(Liquidação do imposto de justiça e encargos)
A liquidação do imposto de justiça e encargos será feita pelo contador no prazo de
quarenta e oito horas.
1. O custo do papel de quaisquer actos será liquidado a favor do Cofre do próprio
tribunal, salvo se houver de se remeter para o tribunal que remeteu quaisquer
outras importâncias.
73
2. O imposto de justiça contado nos respectivos processos terá o seguinte destino:
a) Na 2ª instância:
Participação emolumentar …………………………………………….. 65%
b) Na 1ª instância:
Participação emolumentar …………………………………………….. 80%
Artigo 162°
(Inerência dos acréscimos ao imposto de justiça)
O imposto não poderá ser pago sem que se paguem conjuntamente os acréscimos a que 74
se refere o artigo 154°, mas é independente do pagamento das custas.
Artigo 163°
(Pagamento coercivo das importâncias em dívida pelo réu)
Se o imposto, acréscimo e custas, ou só estas, não forem pagos no prazo legal, o
escrivão informará no processo, no prazo de dez dias, se o devedor possui bens que
possam ser executados ou se, não os tendo, poderá, apesasr disso, pagar o imposto em
dívida.
§ 1°: Se por esta informação, ou por qualquer outra forma, for conhecida a existência de
bens naquelas condições, ou se não for possível obter informações precisas, instaurar-se-
á execução nos termos do § 6° do artigo 640° do Código de Processo Penal *.
§ 2°: * Revogado.
§ 3°: * Revogado
Artigo 164°
(Pagamento coercivo das importâncias devidas em tribunal superior)
Quando o condenado em imposto nos tribunais superioresnão satisfizer a sua importância
no prazo legal, baixará o processo à 1ª instância para aí se observar o dispotso no artigo
anterior.
Artigo 165°
(Isenção de preparos)
Nos processos cíveis e criminais da competência das tutorias de infância e tribunais de
menores não haverá preparos e as partes poderão requerer em papel comum, quando
juntem atestado de pobreza, mas haverá lugar ao pagamento de um imposto de justiça, 75
salvo se a parte vencida for pobre.
§ unico: Sendo menor a pessoa condenada, o pai ou tutor será responsável pela multa ou
imposto, que não poderão ser convertidos em prisão.
Artigo 166°71
(Limites do imposto de justiça)
O imposto não é acrescido de quaisquer adicionais, exceptuando os caminhos devidos a
oficiais de justiça nos termos do artigo 53°, e será fixado em quantia certa, que o
tribunal de 1ª instância ou o tribunal de recurso arbitrará a final entre 50,00MT e
2.500,00MT, tendo em atenção a situação económica da parte vencida, a importância da
causa e actividade despendida pelo tribunal.
Artigo 167°72
(Destino das importâncias provenientes do imposto)
1. As quantias provenientes do imposto terão o seguinte destino:
b) Na 1ª instância:
Artigo 168°
(Pagamento coercivo do imposto e das multas)
As multas ou impostos de justiça que não forem pagos voluntariamente serão cobrados
por meio de desconto dos vencimentos, ordenados ou salários dos devedores ou por meio
76
de execções da competência dos tribunais comuns, tendo por base uma certidão donde
conste a decisão respectiva e que o pagamento se não efectuou no prazo legal.
§ único: * Revogado.
ANOTAÇÃO:
Artigo 169°
(Liquidação e pagamento de multas e de imposto)
À liquidação e pagamento das quantias referidas nos artigos anteriores serão aplicáveis
as disposições estabelecidas na parte cível ou criminal deste Código, conforme a
natureza do processo.
IV
CAPÍTULO ÚNICO
Artigo 170°
Artigo 171°
(Despesas a cargo do Cofre dos Tribunais)
Artigo 173°*
(Administração do Cofre)
* Revogado.
Artigo 174°*
(Prestação trimestral de contas)
* Revogado.
ANOTAÇÃO: Disposição revogada pelos artigos 12° a 17° do Regulamento do Cofre dos
Tribunais, aprovado pelo Decreto n° 6/98, 3 de Março.
78
Artigo 175°
(Arrecadação e movimentação de receitas)
O serviço de arrecadação e movimentação das receitas do Cofre dos Tribunais é isento
de selos e é feito pelo secretário, distribuidor-geral, contador ou escrivão, que
receberão a percentagem de 10 por cento sobre a receita.
Artigo 176°
(Despesas de deslocação do pessoal judiciário e de outras pessoas)
V
CAPÍTULO ÚNICO
Artigo 177°
Artigo 178°
(Abertura de depósitos)
Para efeito do disposto no artigo anterior, os presidentes ou juízes abrirão tantos
depósitos quantos os cartórios ou secretarias que compõem os tribunais.
§ 1°: Os depósitos serão abertos quando pela primeira vez tiver de ser depositada em
relação a cada cartório ou secretaria qualquer importância, preenchendo o escrivão
respectivo, para esse efeito, o competente boletim de identidade adoptado no
estabelecimento que for competente e a guia do depósito.
§ 2°: O boletim de identidade deve ser assinado pelo respectivo presidente ou juiz e
escrivão e autenticado com o selo branco do tribunal ou juízo, declarando-se nele que o
depósito provém do preparo e custas judiciais e fica conjuntamente à sua ordem.
§ 3°: Quando um novo presidente, um novo juiz ou um novo escrivão entrarem em
exercício, será por eles enviado ao estabelecimento competente um novo boletim de
identidade, sem prejuízo da designação do depósito em relação à sua ordem.
§ 4°: As guias de depósito serão fornecidas pelo estabelecimento destinado a esse fim,
suas filiais ou delegações, e preenchidas pelo escrivão a cujo ofício o processo respeitar,
indicando-se nelas o nome da parte que entrega a importância a depositar e o número,
livro e folhas do depósito.
§ 5°: As guias de depósito, depois de preenchidas, serão entregues à parte pelo escrivão
do processo, sendo absolutamente proibido a este receber daquela a quantia a
80
depositar, salvo no caso previsto no parágrafo seguinte.
§ 6°: Nas almoedas e quando seja urgente o depósito do preparo ou de custas e esteja
encerrado o estabelecimento destinado a esse fim, ficaráa a importância em poder do
escrivão, que disso lavrará termo no processo, para por ele ser depositado no primeiro
dia útil imediato, segundo o disposto neste artigo.
§ 7°: O talão da guia de depósito, depois de passado o recibo pelo respectivo tesoureiro,
será restituído ao depositante para ser junto ao processo a que respeitar o
depósito,como documento comprovativo da importância devida.
Artigo 179°
(Levantamento de quantias depositadas)
Os levantamentos das quantias depositadas só poderão ser feitos por meio de cheques
assinados pelo presidente e secretário ou juuiz e escrivão competente e autenticados
com o selo branco do tribunal.
§ único: As cadernetas de cheques serão requisitadas ao estabelecimento competente,
suas filiais ou delegações, pelo presidente ou juiz e pagas pelo Cofre dos Tribunais,
preenchendo-se a requisição adoptada para esse efeito pelo mesmo estabelecimento.
Artigo 180°
(Prazo para pagamento das importâncias ao Estado)
As importâncias devidas ao Estado e o imposto de selo respeitante à parte do imposto de
justiça, às percentagens e à comissão sobre as receitas do Cofre dos Tribunais serão
pagos até ao dia 5 de cada mês e as relativas às remunerações pelo averbamento de
escrituras e testamentos sê-lo-ão até ao dia 13 do mês seguinte àquele em que forem
recebidas, por meiio de guias, cujos duplicados ficarão arquivados.
Artigo 181°
(Restituição do que houver a mais a favor da parte)
Se da conta se verificar que os preparos depositados excedem as importâncias a pagara
ao tribunal, o secretário ou o escrivão passará cheque para a restituição do que houver a
mais a favor da parte, entregando-lhe conjuntamente com as guias para pagamento ao
81
Estado. A entrega das guias e do cheque de restituição constará do termo respectivo.
Artigo 182°
(Prazo de pagamento e depósito das quantias indicadas nas guias)
O pagamento e depósito das importâncias mencionadas nas guias têm de ser feitos no
prazo de cinco dias após o seu recebimento da mão do secretário ou do escrivão, e o
duplicado da guia e talão do depósito com o recibo têm de ser entregues na respectiva
secretaria ou cartório dentro de quarenta e oito horas após o pagamento.
§ único: Se decorridos os prazos fixados no corpo do artigo não houverem sido entregues
no cartório o duplicado e o talão com o recibo, o escrivão fará os autos imediatamente
com vista ao Ministério Público para este promover a execução, sendo pelo dobro da
quantia que deixou de mostrar-se paga ao Estado.
Artigo 183°
(Junção das guias ao processo)
Logo que lhe sejam entregues o duplicado e o talão com o recibo, o secretário ou o
escrivão junta-los-ão ao processo e continuará dando cumprimento às obrigações que
são impostas quanto ao levantamento do que estiver contado.
Artigo 184°
(Passagem de precatório)
Quando a importância das custas houver de ser levantada de qualquer outro
estabelecimento, o juiz mandará passar precatório ou mandado da importância em
dívida, incluindo as custas do incidente do levantamento, a favor do secretário ou do
escrivão, que efectuará lo pagamento do que for devido ao Estado e depositará dentro
de vinte e quatro horas no estabelecimento destinado a esse fim a parte devida em
juízo.
Artigo 185°
(Importâncias devidas a outro tribunal)
As importâncias pertencentes a outra comarca ou tribunal e, bem assim, os
emolumentos pertencentes a pessoas que intervierem acidentalmente no processo e 82
declararem querer recebê-los em outra comarca serão para essa transferidos no prazo
de cinco dias, a favor do escrivão, por meio de cheque gratuito, o qual será enviado ao
respectivo agente do Ministério Público com uma nota elucidativa. O talão da requisição
do cheque será arquivado com a restante documentação.
§ 1°: As despesas de transferências serão calculadas por ocasião da conta e entrarão em
regras de custas.
§ 2°: Quando a conta tenha sido feita ou alterada no juízo remetente, o escrivão enviará
com o cheque de transferência uma cópia da conta ou da parte desta respeitante a
outra comarca.
§ 3°: Para levantamento das quantias transferidas de outra comarca, que hajam de ser
pagas a uma só pessoa, será passado cheque nominativo, que lhe será entregue nos
termos do artigo 188°.
Artigo 186°
(Importâncias devidas à Imprensa Nacional)
As importâncias devidas à Imprensa Nacional, por anúncios publicados no Boletim da
República, serão pagas por meio de cheque a favor do respectivo director, pagável na
sede, sem qualquer desconto de prémio ou transferência. O cheque será entregue ao
agente do Ministério Público junto do respectivo tribunal onde as custas foram pagas, o
qual o enviará oficialmente ao director da Imprensa Nacional com indicação do processo
a que respeita.
Artigo 187°
(Livro de mesena)
Logo que seja junto ao processo um talão com o recibo do estabelecimento competente,
o secretário ou o escrivão lançará em livro especial a natureza e o número do processo e
o número da conta, e nas respectivas colunas o contado a todas as pessoas ou entidades.
§ 1°: Nos dias 1 a 16 de cada mês, ou no imediato, se algum daqueles for feriado, o
secretário ou escrivão somará em cada coluna os lançamentos relativos a cada
funcionário, passando pela soma os respectivos cheques nominativos, escrevendo os
números de cada cheque por baixo da soma respectiva e continuando a passar-se
cheques por cada conta às pessoas que não façam parte do pessoal do juízo ou tribunal. 83
§ 2°: As quantias que tenham de ser pagas ao Estado ou levantadas por transferência
serão incluidas num cheque único nominativo a favor do escrivão que deva efectuar o
pagamento.
Artigo 188°
(Verificação e rubrica do livro de mesena)
O juiz, verificando que estão feitos os respectivos lançamentos e certas as
importânncias dos cheques, assinará estes, pondo-lhes o selo do tribunal e rubricando no
livro a sua nota de verificação.
Artigo 189°
(Prazo para entrega dos cheques da mesena)
O secretárui ou escrivão, no prazo de três dias a contar da assinatura dos cheques,
entrega-lo-á aos interessados, cobrando deles recibo no livro a que se refere o artigo
187°.
§ unico: Se o secretário ou escrivão não puder satisfazer ao preceituado neste artigo,
porque os interessados não estejam na sede do tribunal ou não se apresentem para
receber os cheques no prazo de quinze dias, a contar da verificação, darão entrada no
Cofre dos Tribunais, confiado ao distribuidor, acompanhados de uma relação para ficar
em poder deste funcionário, que passará os competentes recibos com a declaração de
“em depósito” e o número de ordem que porá na relação.
Artigo 190°
(Fiscalização da conta)
Artigo 191°
(Quantias pertencentes ao Cofre dos Tribunais)
No fim de cada mês o distribuidor afixará a porta do tribunal uma relação das pessoas
que tenham ainda a receber algum cheque e entregará nos dias de distribuição esses
cheques aos interessados que, por si ou por meio de procurador bastante, se apresentem
a recebê-los.
Nessa relação indicará quais os interessados, qual a quantia que cada um tem a rceber,
declarará que é nos dias de distribuição que poderão ser entregues os cheques e
somente no prazo de três meses, a contar da afixação.
§ 1°: Passados esses três meses, a importância dos cheques não entregues prescreverá
ipso facto a favor do Cofre dos Tribunais.
§ 2°: Os cheques prescritos serão inutilizados pelo presidente ou juiz e substituídos por
outros a favor do distribuidor, que depositará a sua importância no estabelecimento
destinado a esse fim em conta corrente do depósito do Cofre dos Tribunais.
Artigo 193°
(Rateio nas execuções por custas)
Quando as execuções por custas não se ultimarem dentro do prazo de seis meses a
contar da data da conta e houver preparo feito, fica o escrivão obrigado a remeter o 85
processo ao contador para proceder à distribuição e rateio do que estiver recebido,
observando em seguida o que fica disposto no artigo 187°.
Artigo 194°
(Controlo das contas)
Na primeira distribuição de cada trimestre serão, pelo juiz, tomadas as contas aos
distribuidores ou escrivães, relativamente ao trimestre findo, com assistência do
Ministério Público e estando presentes os escrivães, os quais darão sobre o assunto os
esclarecimentos que lhes forem exigidos, lavrando-se termo, de que será enviada cópia
ao Conselho Administrativo do Cofre dos Tribunais, com os documentos referidos no §
único do artigo 174°.
Artigo 195°
(Juros de quantias depositadas)
Artigo 196°
(Responsabilidade pela não entrega de guias e pela falta de recibos)
Artigo 197°
(Depositários judiciais das quantias recebidas)
Artigo 198°
(Livro de contas correntes com o banco)
Artigo 199°
(Conferência dos livros pelo Ministério Público)
Artigo 200°
(Livro de controlo das contas)
À medida que for verificando as contas, nos termos do artigo 84°, § 1°, o agente do
Ministério Público lançará em livro próprio o número da conta, o número do processo e a
data da verificação.
VI
DISPOSIÇÕES DIVERSAS
Artigo 201°73
(Caução a prestar por administradores de falência)
Artigo 202°
(Obrigações dos secretários de finanças em matéria sucessória)
1) Uma relação donde constem os nomes dos autores das heranças e dos herdeiros
ou responsáveis pelo pagamento das transmissões liquidadas no mês anterior;
2) Uma relação dos processos de liquidação de imposto sucessório instaurados no
mês anterior, com a indicação do nome do autor da herança, data e local do
óbito, nomes, idades e moradas das pessoas que lhe sucederem.
ANOTAÇO: A redacção original deste artigo era: “Os secretários de Fazenda, são
obrigados, sob pena de responsabilidade disciplinar, a enviar, até ao dia 15 de cada
mês, ao agente do Ministério Público da respectivacomarca ou 1ª vara quando houver
mais do que uma:...”. Ora, à luz da organização judiciária hoje vigente, comarca ou 1ª
vara equivalem/correspondem aotribunal judicial de província.
Artigo 203° 88
(Casos em que não se publicarão anúncios por conta do Cofre)
Não se publicarão anúncios por conta do Cofre dos Tribunais nas execuções por custas e
em todos os casos de diminuta importância em que o juiz os considere dispensáveis.
Artigo 204°
(A que processos é aplicável o Código)
As disposições deste Código aplicam-se apenas aos processos instaurados após a sua
entrada em vigor.
Artigo 205°*
(Limites das remunerações dos oficiais de justiça)
§ 1°: Em relação aos oficiais de diligências, as importâncias recebidas por caminhos não
entram no cômputo do limite referido nomcorpo do artigo.
ANOTAÇÃO:
* Revogado.
ANOTAÇÃO: Disposição revogada, porquanto as categorias profissionais nela elencadas já não
correspondem às actualmente existentes – vide Diploma Ministerial n° 32/89, de ....... (aprova
.................).
Artigo 206°
(Fecho das contas correntes)
Logo que entre em vigor este Código, apurar-se-ão por cada cartório os saldos dos livros
89
de contas correntes com a Caixa Económica Postal.
§ 1°: Nas comarcas onde se verificar exitirem em depósito na Caixa Económica quantias
superiores ao total daquele saldo será o excesso escriturado em livro especial e
procurar-se-á determinar a sua proveniência.
§ 2°: As quantias cuja proveniência se não puder determinar dentro de dois anos serão
consideradas prescritas a favor do Cofre do Tribunal.
§ 3°: É tornado extensivo aos tribunais comuns o disposto no segundo período do artigo
253° do Código das Execuções Fiscais, aprovado pelo Decreto n° 38 088, de 12 de
Dezembro de 1950, elevando-se, porém, o prazo para um ano.
As importâncias arrecadadas ao abrigo desta disposição ficam cativas à ordem do
Governo da Província, para serem utilizadas exclusivamente nas obras e construção de
edifícios destinadosàs instalações dos tribunais e casas de habitação para os
magistrados.
Do seu montante o administrador do Cofre dará anualmente conhecimento ao
presidente da Relação e ao Governador da Província.
Esta disposição aplica-se aos depósitos efectuados até a data da publicação do presente
Código.