Código Das Custas Judiciais de Moçambique

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 90

CÓDIGO DAS CUSTAS JUDICIAIS DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

(APROVADO PELO DECRETO n° 43 809, DE 20 DE JULHO DE 1961)

ACTUALIZADO POR:

Código Penal, aprovado pela Lei n° 35/2014, de 31 de Dezembro?? Altera o CPP, não o
CCJ

Decreto n° 67/2014, de 5 de Novembro (Actualiza o Código das Custas Judiciais,


compatibilizando-o à Lei da Organização Judiciária e às transformações socioeconómicas
do país)

Decreto n° 82/2009, de 29 de Dezembro (Actualiza o Código das Custas Judiciais,


compatibilizando-o à Lei da Organização Judiciária e às transformações socioeconómicas
do país)

Lei n° 7/2005, de 20 de Dezembro (Lei que cria a Nova Família do Metical)

Lei n° 11/99, de 12 de Julho (Lei da Arbitragem)


1
Decreto n° 6/98, de 3 de Março (Aprova o novo Regulamento do Cofre dos Tribunais)

Decreto n° 14/96, de 21 de Maio (Actualiza as taxas do imposto de justiça e demais


encargos judiciais e compatibiliza a redacção de algumas disposições à orgânica dos
tribunais judiciais)

Decreto n° 48/89, de 28 de Dezembro (Actualiza as taxas do imposto de justiça e demais


encargos judiciais)

Decreto n° 22/89, de 5 de Agosto (Cria o Cofre dos Tribunais e aprova o respectivo


Regulamento)

Lei n° 2/80, de 16 de Junho (Lei que cria o Metical)

Lei n° 12/78, de 2 de Dezembro (Lei da Organização Judiciária ou Lei dos Tribunais


Populares)

Constituição da República Popular de Moçambique, de 25 de Junho de 1975.


“Se analisarmos o montante que os cidadãos têm que pagar para a justiça em termos
absolutos, não é tão alto como os tribunais de outros países; contudo, para um país tão pobre
como Moçambique, o impactoé sério.”
Juiz-Conselheiro Luís Mondlane, em entrevista concedida ao jornal......, 14 de Fevereiro de
2005.

“As custas judiciais estão estabelecidas no Código das Custas Judiciais, que é extremamente
complexo e pouco transparente. Um advogado entrevistado disse: Não sei se alguém percebe
os cálculos. Acho que nem os juízes percebem, porque, por exemplo, quando eu reclamo, o juiz
decreta a diminuição do valor. Até houve uma vez em que o juiz reduziu para mais de metade
do valor inicialmente estabelecido.” In Conflito e Transformação Social.....

“A terminar, gostaria de exprimir sete desejos que gostava de ver concretizados no presente
ano judicial: (....); 7. A alteração do Código das Custas Judiciais por forma baixar as elevadas
custas judiciais, evitando que a justiça, que é um bem essencial, seja vista como um produto
de luxo que o Estado coloca no mercado a preços proibitivos para a maioria dos seus
cidadãos;...”. 2
Bastonário Gilberto Correia, Discurso proferido na Cerimónia de Abertura do Ano Judicial
2009, Maputo, 2 de Março de 2009.

“A aprovação de um novo Código de Custas Judiciais que altere o actual sistema de cobrança
pernicioso, viciado, burocrático, confuso e injusto, há muito deixou de ser uma mera questão
de actualização desse diploma legal tendo se tornado numa revisão dum instrumento
necessário para credibilizar onosso sistema de acesso à justiça. A existência de um sistema de
assistência e patrocínio judiciário é uma das reformas necessárias, mas isso não pode atrasar,
ainda mais, a aprovação de um Código de Custas moderno e simples”.
Bastonário Tomás Timbane, “DISCURSO DE TOMADA DE POSSE”, Maputo, 2 de Maio de 2013.
DECRETO N° 43 809, DE 20 DE JULHO DE 1961

PREÂMBULO
O regime de custas, emolumentos e salários judiciais vigentes nas provincias
ultramarinas, embora diferente em cada uma, assenta fundamentalmente na velha
tabela aprovada pela Carta de Lei de 13 de Maio de 1896.
A uniformidade dos meios de intervenção judicial em todo o ultramar impõe, porém,
que alí os encargos judiciais obedeçam a um critério único.
É assim, que, com alterações convenientes, se adaptou às circunstâncias peculiares do
ultramar o Código das Custas Judiciais em vigor na metrópole.
E nessa adaptação muito especialmente se considerou a redução dos montantes do
imposto e percentagem, para que a reforma do regime de encargos judiciais não
represente mais que um ajustamento à nova orgânica processual vigente.
Ouvido o Conselho Ultramarino;
Usando da faculdade conferida pelo n° 3° do art 150° da Constituição, o Ministro do
Ultramar decreta e eu promulgo o seguinte:
3
Artigo 1°: É aprovado o Código das Custas Judiciais do Ultramar, que faz parte do
presente decreto e vai assinado pelo Ministro do Ultramar.
Artigo 2°: O código começará a vigorar em todas as províncias no dia 1 de Outubro do
corrente ano.
Artigo 3°: A partir do início da sua vigência fica revogada toda a legislação anterior,
geral e especial, que tenha por objecto a matéria nele especialmente versada.

Publique-se e cumpra-se como nele se contém.

Paços do Governo da República, 20 de Julho de 1961.


AMÉRICO DEUS RODRIGUES THOMAZ.
António de Oliveira Salazar.
Adriano José Alves Moreira.

Para ser publicado no Boletim Oficial de todas as províncias ultramarinas.


Adriano José Alves Moreira.
CÓDIGO DAS CUSTAS JUDICIAIS

I - PARTE CÍVEL
TÍTULO I
DAS CUSTAS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 1°
(Conceito de custas)
Os processos cíveis estão sujeitos a custas, que compreendem o imposto de justiça, os
selos e os encargos.
Artigo 2°
(Isenções de natureza pessoal)
São isentos de custas:
1) O Estado, as Províncias Ultramarinas e os Corpos Administrativos;
2) As pessoas colectivas de utilidade pública administrativa;
4
3) O Ministério Público;
4) Quaisquer outras entidades assim declaradas por lei especial.
§ 1° Estão dispensados do pagamento de custas aqueles que gozam do benefício da
assistência judiciária, enquanto não tiverem meios para pagar.
§ 2° Os representantes dos corpos administrativos e das pessoas colectivas referidas no
n°2 deste artigo serão pessoalmente e entre si solidariamente responsáveis pelo
pagamento de custas quando, vencido o corpo administrattivo ou a pessoa colectiva, se
mostrar que eles se moveram, no processo, por interesses estranhos às suas funções,
questão que sera apreciada e julgada a final oficiosamente.
§ 3° Quando terminar por transacção qualquer acção entre entidade isenta ou
dispensada do pagamento de custas e outra que o não seja, sera sempre determinada
pelo juiz a proporção em que as custas devem ser pagas.
§ 4° A isenção a favor do Estado não abrange os processos de arrecadação.
Artigo 3°1
(Isenções processuais. Inventários)
Nos inventários orfanológicos, a meação e o quinhão hereditário de cada descendente do
inventariado gozam dos seguintes benefícios:
a) Isenção de custas e selos, quando não excederem 1.000,00 MT;
b) Isenção do selo e redução de 60 por cento no imposto de justiça, quando superiores a
1.000,00 MT, mas não excedentes a 8.000,00 MT.
§ único: A isenção prevista na alínea a) não abrange os encargos dos n°s 2° a 8° do
artigo 48°, quando a meação ou o quinhão hereditário for superior a 500,00 MT ou
correspondente valor na moeda local.
Artigo 4°
(Isenções processuais. Interdições. Incidentes e actos de incapazes)
São isentas de imposto e encargos, excepto o custo do papel, as arrecadações de espólio
de valor não excedente a 1.000,00 MT, e, bem assim, as interdições a cargo dos
interditos e os incidentes e actos a cargo dos incapazes e relativos à regência de sua
pessoa ou administração dos seus bens, desde que o valor do seu património não exceda
5
a importância de 8.000,00 MT ou valor equivalente em moeda local2.
§ 1°Se o valor do processo de arrecadação do espólio exceder 1.000,00 MT, a importânia
das custas não poderá exceder um décimo de tal valor3.
§ 2° Não se consideram abrangidas no disposto neste artigo as custas feitas, nos
processos de arrecadação de espólio, no interesse de terceiros, as de processo que
declarer vaga a herança para o Estado e as dos termos posteriores à intervenção dos
interessados habilitados.
Artigo 5°
(Isenção do processado repetido)
É isenta de custas a parte do processo que tiver de repetir-se em virtude da decisão
que, em recurso, julgue procedente qualquer nulidade da sentença ou acórdão, seja
qual for o tribunal em que a repetição se der; mas a parte vencida pagará as despesas
de deslocação e as remunerações e indemnizações devidas a pessoas estranhas ao
tribunal, as quais serão adiantadas pelo Cofre do Tribunal, salvo no caso de manifesta

1 Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


2 Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
3 Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
ilegalidade, em que tais quantias ficam a cargo de quem lher der causa, sendo nelas
condenado pelo juiz.
§ 1° Igual isenção de custas se dará quando se decidam questões ventiladas entre
magistrados sem intervenção das partes, em qualquer das instâncias.
§ 2° Ficam também isentas de custas e preparos as reclamações e recursos dos
funcionários contra decisões que respeitem aos seus emolumentos, qualquer que seja o
valor da causa.
Artigo 6°
(Isenção de processado)
É isento de imposto o processado que seja consequência necessária da falta de
cumprimento de disposições legais por parte do funcionário judicial, mas este será
condenado em multa e responderá pelos selos e pelos encargos que não sejam
destinados aos funcionários.
§ único: Se, porém, ocorrerem circunstâncias que atenuem ou justifiquem a falta, pode
o tribunal, em decisão fundamentada, isentar o funcionário da multa, ou desta e
daqueles encargos, que serão pagos pelo Cofre do Tribunal, com excepção dos selos e 6
verbas para os cofres, que, nesse caso, não serão exigíveis.

CAPÍTULO II
DO VALOR DOS PROCESSOS
Artigo 7°
(Valor da causa para efeitos de custas)
Para efeitos de contagem de custas e salvo o disposto no artigo 8°, os valores serão os
que resultam das regras estabelecidas no Código de Processo Civil aplicadas ao processo,
a contar, se não forem diferentes dos seguintes:
1) Nos inventários – o dos bens a partilhar sem redução de legados nem de dívidas
passivas;
2) Nos processos de arrecadação de espólio – o dos bens arrolados sem dedução de
dívidas e das despesas a que se refere o artigo 28° do Decreto n° 14 974, de 30 de
Janeiro de 1928;
3) Nas justificações da qualidade de herdeiro e nos inventários em que não chegue a
determiner-se o valor dos bens – o indicado no requerimento inicial sujeito à verificação
permitida pelo artigo 9°, caso seja necessário;
4) Nas cartas precatórias para avaliação de bens em inventário – o dos bens avaliados; se
não chegar a haver avaliação - o que for fixado pelo juiz deprecante;
5) Nas falências e insolvencias – o do activo liquidado; se o processo terminar antes da
liquidação - o do arrolamento, havendo-o, ou o indicado na petição, no caso contrário;
6) Nas concordatas, acordos de credores e moratórias – o do activo;
7) Nos embargos à concordata e nos que forem opostos à falência ou insolvência por
pessoas diversas das indicadas no artigo 20° - o do crédito do embargante, se este
decair, não podendo, porém, ser inferior a 1.000,00 MT4;
8) Nas execuções - o dos créditos nelas verificados ou do produto dos bens liquidados, se
for inferior;
9) Nos recursos relativos a graduações de créditos – o do crédito do recorrente;
10) Nas arrematações, remissões, adjudicações e vendas judiciais – o do produto dos
bens arrematados, remidos, adjudicados ou vendidos;
7
11) Nos embargos de terceiro – o dos bens embargados;
12) Nos embargos opostos à execução, ao arresto, ao embargo de obra nova e à
imposição de selos e arrolamento – o do processo em que forem deduzidos; quando se
referirem só a parte do processo – o dessa parte;
13) No pedido de alimentos vincendos, sua modificação ou cessação – o quíntuplo da
anuidade correspondente ao pedido;
14) Nas prestações de contas – o da receita bruta ou da despesa apresentada, se for
superior;
15) Nas acções de despejo – o das rendas de um ano, acrescido do das rendas em dívida
e indemnização, quando pedidas;
16) Nos processos sobre o estado de pessoas ou sobre interesses imateriais e nos recursos
sobre registo de propriedades industrial, literária ou artística – o do fixado pelo juiz,
tendo em atenção a repercursão económica da acção para o vencido, ou,

4Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


subsidiariamente, a situação económica deste, não podendo, porém, em caso algum, ser
inferior à alçada de um tribunal de instância superior;
17) Nas acções de dissolução da sociedade, oposição a deliberações sociais ou anulação
destas quando só o requerente seja condenado em custas – o do capital, quota ou
importância que, como sócio, tenha na sociedade, não podendo, porém, ser inferior a
3.000,00 MT5;
18) Nos processos de assistência judiciária – o da acção a que respeitam e que deve ser
indicado na petição;
19) Nos recursos dos conservadores, notários e outros funcionários – o da taxa do acto
recusado ou duvidado;
20) Havendo reconvenção – o da soma dos pedidos;
21) Nos incidentes dos inventários posteriores à partilha – o dos quinhões das pessoas
neles interessadas; e nos restantes incidentes processuais – o do processo em que
surgem, a não ser, em ambos casos, que, por sua natureza, tenham valor diferente e
que dos autos constem os elementos necessários para o determinar;
22) Nas reclamações de contas – o das custas contadas na conta reclamada;
8
23) Nos depósitos e levantamentos requeridos conjuntamente por duas ou mais pessoas –
o da soma de valores a depositar ou a receber, com excepção dos que forem inferiores a
400,00 MT6;
24) Nos processos cuja decisão se repercuta em anos sucessivos – o da importância
relativa ao ano corrente multiplicada por 20 ou pelo número de anos que a decisão
abranger, se for inferior.
§ 1° Exceptuam-se do disposto no n° 1) as dívidas contraídas para acorrer às despesas
ordinárias do casal de autor da herança quando:
a) Constem de documento autêntico ou autenticado e sejam aprovadas por todos os
interessados;
b) Sejam verificadas pelo juiz nos termos dos artigos 1355° e 1256° do Código de
Porcesso Civil.

5Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
6
§ 2° Nas acções de interdição não serão levadas em conta para a determinação do valor
do património do interdito, nos termos do n° 16), os bens que ele tenha recebido
anteriormente em inventário motivado exclusivamente pelo seu estado de incapacidade.

Artigo 8°
(Valor declarado pelas partes)
O valor declarado pelas partes será atendido quando não for inferior ao legal, salvo se se
tratar de inventário ou de outros processos em que a verificação do valor somente
resulte da sua sequência.
§ 1° Não se consideram abrangidos na excepção do corpo deste artigo os casos em que
há um pedido inicial determinado, embora venha a ser reduzido pelo prudente arbítrio
do tribunal, devendo, nesta hipótese, as custas ser calculadas pelo valor daquele pedido
e divididas proporcionalmente por ambas as partes.
§ 2°A redução do valor dos bens, por deliberação em inventário, nos termos do artigo
1403º do Código de Processo Civil, é irrelevante para efeitos de contagem.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO: 9
Deve-se fazer interpretação actualística à redacção do parágrafo segundo do artigo
anotando, porquanto o referido artigo 1403º pertence ao CPC de 1939 (aprovado pelo
Decreto-Lei nº 29 637, de 28 de Maio de 1939). Actualmente, este dispositivo está
contido no artigo 1362º, nº 1, do CPC de 1961. Eis outro preceito a ser alterado pelo
legislador.
Artigo 9°
(Valor ilíquido, desconhecido ou incerto)
Se, em face do processo, o valor for ilíquido, desconhecido ou parecer maior do que o
declarado pelas partes, nos casos em que a este deva atender-se, pode o juiz
oficiosamente, em virtude de promoção do Ministério Público ou de informação do
contador ou escrivão, ordenar que, para efeitos de contagem, se proceda, nos termos do
Código de Processo Civil, à verificacão do valor.
§ Único: Este incidente é isento de custas, mas as despesas de louvação serão sempre
pagas pela parte vencida, salvo se esta for isenta.
Artigo 10°
(Efectivação por valor superior)
Nenhuma decisão pode ser efectivada por valor superior aquele por que foi contado o
processo em que foi proferida sem que seja rectificada a conta e paga a diferença que
resultar da rectificacão.

CAPÍTULO III
DO IMPOSTO DE JUSTIÇA E ENCARGOS

SECÇÃO I
DO IMPOSTO DE JUSTIÇA

SUBSECÇÃO I
(Taxas aplicáveis)

NO TRIBUNAL SUPERIOR

Artigo 11°7
(Imposto de justiça devido nos recursos) 10
As taxas do imposto a aplicar nas apelações e agravos de decisões finais são as
seguintes:
Imposto
__ __
Por cento
Até 1.000,00 Mt 10

Sobre o acrescido até 2.000,00 Mt 9

Sobre o acrescido até 3.000,00 Mt 8,5


Sobre o acrescido até 4.000,00 Mt 8
Sobre o acrescido até 5.000,00 Mt 7,5

Sobre o acrescido até 6.000,00 Mt 7

Sobre o acrescido até 7.000,00 Mt 6,5

Sobre o acrescido até 8.000,00 Mt 6

7 Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


Sobre o acrescido até 10.000,00 Mt 5,5

Sobre o acrescido até 12.000,00 Mt 5


Sobre o acrescido até14.000,00 Mt 4,5

Sobre o acrescido até 16.000,00 Mt 4

Sobre o acrescido até 18.000,00 Mt 3,5

Sobre o acrescido até 20.000,00 Mt 3


Sobre o acrescido além de 20.000,00 Mt 2,5

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. Através do Decreto n° 48/89, de 28 de Dezembro, foi introduzido um parágrafo único
ao artigo anotando, que estipulava: O total do imposto de justiça a fixar nos termos
deste artigo será acrescido de uma sobretaxa de 50 por cento. Entretanto, entendemos
que tal disposição foi revogada pelo artigo 4º do Decreto n° 14/96, de 21 de Maio, pois
da redacção introduzida por este decreto não se faz menção, através de tracejado, que
para além do corpo do artigo segue-se outro texto. Ora, a boa técnica legislativa manda 11
inserir as alterações efectuadas nos lugares respectivos, assinalando-se o texto não
alterado através de tracejado.
Artigo 12°8
(Imposto de justiça devido nos recursos de decisões interlocutórias)
As taxas a aplicar em cada agravo de despachos ou decisões interlocutórias subindo
separadamente, serão iguais a metade das estabelecidas no artigo 11°; se subirem com
a apelação ou com outro agravo, serão iguais a um terço.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. No decorrer do processo, o tribunal toma decisões que não põem termo ao litígio,
com as quais uma ou ambas/todas as partes podem não se conformar. Se assim for,
pode(m) a(s) parte(s) interpor recurso de agravo contra tais decisões, sendo certo que a
taxa do imposto de justiça será igual a metade das taxas estabelecidas no artigo 11° ou
será igual a um terço daquelas taxas, consoante o agravo suba imediatamente e em
separado ou suba no final do processo e nos próprios autos, respectivamente.

8 Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


2. O recurso de agravado é regulado nos artigos 733º a 762º do Código de Processo Civil.

Artigo 13°
(Imposto de justiça devido no recurso de queixa)
No recurso de queixa, o imposto sera igual a um sexto do estabelecido no artigo 11°,
salvo se houver manifesta ilegalidade, porque nesse caso não haverá lugar a custas.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. Na enumeração taxativa dos recursos [ordinários e extraordinários] feita pelo artigo
676º, nº 1, do Código de Processo Civil, não consta a figura de recurso de queixa.
Entretanto, Luis Filipe Sacramento e Bernardo Bento Chuzuaio, Direito Processual Civil,
Acção Executiva e Recursos, Imprensa Universitária, Maputo, 2014, pág. 213, ensinam que
a reclamação mais não é do que o antigo recurso de queixa e que, em termos formais,
não se pode propriamente dizer que constitua um recurso, mas já do ponto de vista
material tem de se considerar como sendo um autêntico recurso. Para Carlos Pedro
Mondlane, Código de Processo Civil, Anotado e Comentado, op. cit., pág. 723, a
reclamação ou oposição é um meio de impugnação, especial, de decisões judiciais [o 12
meio geral ou comum é o recurso], que só pode ser utilizada quando a lei a preveja
especialmente, por lei, como os dos artigos 123º, nº 2; 161º, nº 5; 202º; 210º, nº 1; 511º,
nº 2, 563º, nº 2; 650º, nº 3; 653º, nº4; 688º, nº 1; 700º, nº 3 e 866º, nº 1, todos do Código
de Processo Civil. Por isso, corroboramos com Luís Felipe Sacramento, Amade Cangy e
Mário F. da Graça, Código das Custas Judiciais, Anotado e Comentado, op. cit., pág. 28,
quando afirmam que a regra desta disposição tem aplicação no caso de reclamação [e
oposição, acrescentamos nós].
2. No artigo 11º, transcrevemos trechos da legislação processual civil e da legislação
processual penal referente aos recursos.

Artigo 14°
(Imposto de justiça em causas intentadas perante as Relações e nos recursos de
revisão)
Nas causas directamente intentadas perante as Relações e nos recursos de revisão, o
imposto será igual ao estabelecido no artigo 16°.
Artigo 15°
(Redução do imposto de justiça)
Se o recurso for julgado deserto no tribunal ad quem, salvo na hipótese do artigo 134°,
ou terminar antes de o processo entrar na fase de julgamento final, o imposto será
reduzido a metade9.
§ único: Entende-se que o processo entrou na fase do julgamento final logo que seja
proferido despacho mandando dar vista aos juízes para o conhecimento do objecto do
recurso.

SUBSECÇÃO II
DIVISÃO I
ACÇÕES EM GERAL
Artigo 16°10
(Imposto de justiça devido nos tribunais inferiores)
As taxas do imposto de justiça a aplicar nos tribunais distritais e provinciais nos
processos cíveis, incluindo os inventários que sejam ou passem a inventários de maiores, 13
falências, insolvências, recursos de revisão e de oposição de terceiro, serão as
seguintes:
A) Nos de valor não superior a 1.000,00 Mt:
Imposto
__ __
Por cento

Até 500,00 Mt 15

Sobre o acrescido até 1.000,00 Mt 10

B) Nos de valor superior a 1.000,00 Mt:

Sobre os primeiros 1.000,00 Mt 12

Sobre o acrescido até 2.000,00 Mt 11

Sobre o acrescido até4.000,00 Mt 10

9
Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
10 Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
Sobre o acrescido até 6.000,00 Mt 9,5

Sobre o acrescido até 8.000,00 Mt 9

Sobre o acrescido até 10.000,00 Mt 8

Sobre o acrescido até 12.000,00 Mt 7,5

Sobre o acrescido até14.000,00 Mt 7

Sobre o acrescido até 16.000,00 Mt 6,5

Sobre o acrescido até 18.000,00 Mt 6

Sobre o acrescido até 20.000,00 Mt 5,5

Sobre o acrescido além de20.000,00 Mt 5

§ Único: O total do imposto de justiça a fixar nos termos deste artigo é elevado para o
dobro11. ELIMINAR, PORQUE REVOGADO PELO DECRETO 14/96????

Arjtigo 17°
(Redução do imposto de justiça em função da fase do processo) 14
Nas acções que terminarem antes de proferido despacho que ordene a citação do réu, o
imposto será reduzido a um terço; nas que terminarem depois desse despacho, mas
antes do trânsito em julgado do despacho saneador e naquelas que não tiverem
oposição, salvo se houver audiência de discussão e julgamento, será reduzido a metade;
nas que terminarem depois desse momento, mas antes de proferido despacho que
designe dia para o julgamento, será reduzido a dois terços12.
§ 1°: Se só o Ministério Público contestar, nos termos do artigo 15° do Código de
Processo Civil, e a acção for julgada procedente, manter-se-á a redução determinada
neste artigo.
§ 2°: Nos processos que não admitam citação do réu, despacho saneador ou audiência de
julgamento e não cheguem a final, e nos processos especiais cuja natural simplicidade o
justifique, determinará o juiz o grau de redução do imposto, tendo em vista o disposto
neste artigo.

O parágrafo único foi introduzido pelo Decreto n° 48/89, de 28 de Dezembro.


11

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


12
Artigo 18°
(Tributação de incidentes em processo de inventário)
Para efeitos de tributação, o inventário compreende todos os incidentes processados no
seu decurso e cujas custas devam ficar a cargo de todos os interessados.

Artigo 19°
(Imposto de justiça devido em processo de inventário)
Nos inventários, oimposto de justiça será reduzido a um quinto, se o processo terminar
antes de ordenadas as citações e posteriormente à descrição final dos bens; a dois
terços se terminar posteriormente à descrição e antes do despacho determinativo da
partilha ou se não houver este despacho; terminando posteriormente, o imposto será
pago por inteiro13.
§ único: À partilha adicional a que se proceda depois de contado o inventário será
aplicado o imposto correspondente ao valor total da herança, deduzindo-se-lhe, porém,
o que já tiver sido contado na primeira conta.

Artigo 20° 15
(Designação de falência e insolvência para efeitos de imposto)
Para efeitos do disposto no artigo 16°, a designação de falências e insolvências abrange
o processo principal, a apreensão dos bens, os embargos do falido ou insolvente, ou do
seu cônjuge, descendentes, ascendentes, herdeiros, legatários ou representantes, a
liquidação do activo, a verificação do passivo, o pagamento aos credores, as contas da
administração e quaisquer incidentes, ainda que processados em separado, se as
respectivas custas deverem ficar a cargo da massa.
§ 1: Às vendas judiciais para liquidação do activo, referidas nos artigos 1211° e 1212° do
Código de Processo Civil, é aplicável o disposto nos artigos 26° e 27°.
§ 2°: Os embargos à falência ou insolvência, quando deduzidos por pessoa diversas das
indicadas no corpo deste artigo, as acções rescisórias e as acções a que se referem os
artigos 1196° e 1197° do Código de Processo Civil estão sujeitos ao imposto de justiça
estabelecido no artigo 16°.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


13
Artigo 21°
(Redução do imposto de justiça no processo de falência ou de insolvência)
Se o processo de falência ou insolvência terminar antes do início da audiência de
discussão e julgamento, o imposto será reduzido a um terço; se a falência ou insolvência
não forem decretadas, será reduzido a metade; se terminar depois de declarada a
falência ou insolvência e antes do início da audiência de discussão e julgamento da
verificação de créditos, será reduzido a dois terços; se terminar posteriormente, será
pago por inteiro14.
§ 1°: O imposto estabelecido neste artigo abrange o processado correspondente à
concordata homologada, se por esta forma terminou o processo de falência ou
insolvência, mas em tal caso não poderá ser inferior à metade do estabelecido no artigo
16°.
§ 2°: Se a concordata suspensiva não for recebida ou por qualquer motivo não chegar a
ser homologada, ao imposto de falência ou da insolvência acrescerá um adicional
relativo à concordata que o juiz, em seu prudente arbítrio, fixará, tendo em vista a
extensão do processo e o valor da concordata. 16
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. Artigo parcialmente revogado, pois, actualmente, no ordenamento jurídico
moçambicano não existem os institutos da concordata e da falência. Apenas vigora o
processo da insolvência, cujo âmbito de aplicação abarca os empresários comerciais, as
associações e fundações, as sociedades civis, as cooperativas e as pessoas singulares –
cfr. art. 2º do RJIREC.
Artigo 22°15
(Imposto de justiça devido nos meios preventivos da falência)
Nas concordatas preventivas, o imposto será de dois terços do fixado no artigo 16°.
§ único: Se a concordata preventiva não for recebida, o imposto estabelecido neste
artigo será reduzido a metade, e se o processo terminar antes de expirar o prazo para a
oposição por embargos será reduzido a dois terços.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


14

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


15
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Artigo revogado, pois, hoje, no ordenamento jurídico moçambicano não existem falência
nem meios preventivos da falência (concordatas preventivas, moratórias e acordos de
credores). Vide anotações ao art. antecedente.

Artigo 23°
(Regras a aplicar às moratórias e acordos de credores)
São aplicáveis às moratórias e aos acordos de credores as disposições relativas às
concordatas.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Artigo revogado. Vide anotações ao art. antecedente.

Artigo 24°16
(Imposto devido nas execuções)
O imposto nas execuções será igual a dois terços do fixado para as acções do mesmo
valor.
Artigo 25°
17
(Redução do imposto de justiça devido nas execuções)
Se a execução findar antes de determinada no processo a forma de liquidação dos bens
penhorados, ou determinados os descontos nos vencimentos do executado, o imposto
será reduzido a dois terços; se terminar posteriormente, pagar-se-á por inteiro17.
§ 1°: Se à execução for deduzida oposição por embargos do executado ou simples
requerimento, será aplicado a todo o processo de execução, incluindo os embargos, o
imposto de justiça fixado no artigo 16°. Quando os embargos de executado ou o
requerimento de oposição se não referirem a todo o pedido, o imposto será, quanto ao
valor dos embargos, calculado pelas taxas das acções do valor correspondente,
aplicando-se, quanto ao valor não impugnado, as taxas correspondentes às execuções.
§ 2°: Se só o processo de embargos correr no trinual comum, o imposto a aplicar será
igual a metade do correspondente às acções do mesmo valor.

Artigo 26°

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


16

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


17
(Transmissão de bens imóveis)
Nas vendas judiciais, arrematações, adjudicações e remições de bens imobiliários, o
imposto a pagar pelo comprador, arrematante, adjudicatátio ou remidor será de um
terço do estabelecido no artigo 16°18.
§ único: Nas execuções fiscais que sejam remetidas aos tribunais judiciais para efeitos
de arrematação sera devido, pelos actos que não fiquem a cargo do arrematante,
imposto igual ao estabelecido neste artigo, sujeito, nos termos da respectiva legislação,
a rateio, que, salvo no caso de pagamento voluntário, sera efectuado no tribunal fiscal
respectivo.
Artigo 27°
(Transmissão de bens móveis)
O comprador, arrematante, adjudicatátio ou remidor de bens mobiliários pagará
unicamente o imposto de 10 por cento do valor da venda, arrematação, adjudicação ou
remição, o qual será imediatamente depositado no estabelecimento destinado a
depósitos judiciais e lançado no livro de pagamentos. O imposto de selo, incluindo o do
auto, e as despesas de transporte serão contados a final e entrarão em regra de custas. 18
Artigo 28°
(Depósitos e levantamentos)
Nos depósitos e levantamentos até ao valor de 500,00 MT são apenas devidos os selos e
custo do papel. Nos de valor superior, o imposto será de um quarto do estabelecido para
as acções equivalentes19.
§ único: Em nenhum dos casos poderão o imposto, encargos e selos, ou só estes, exceder
15 por cento dos valores a depositar ou a levantar. Não se aplica o disposto neste
parágrafo nas execuções em que haja descontos nos ordenados, vencimentos ou salários,
e em que o exequente, antes de aquelas terminarem, vier requerer, uma ou mais vezes,
o levantamento de quantias depositadas.
Artigo 29°
(Imposto de justiça devido nos recursos de tribunais inferiores)
O imposto a aplicar nos recursos interpostos dos juízos inferiores será de metade do
estabelecido para os que sobem aos tribunais superiores.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


18

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


19
DIVISÃO II

PROCESSOS ORFANOLÓGICOS

Artigo 30°
(Âmbito dos processos orfanológicos)
Consideram-se processos orfanológicos não só os inventários em que são interessados
menores ou pessoas equiparadas, mas também as emancipações, quando as custas
devam ficar a cargo do interdito.
Artigo 31°20
(Imposto de justiça devido em processos orfanológicos)
As taxas do imposto de justiça a aplicar nestes processos, bem como de arrecadação de
espólio, são as seguintes:
Imposto
-
Por cento
a) Nos de valor até 1.000,00 Mt 10
Sobre o acrescido até 2.000,00 Mt 9
Sobre o acrescido até 3.000,00 Mt 8 19
b) Nos de valor superior a 3.000,00 Mt até 4.000,00 Mt 7
Sobre o acrescido até 6.000,00 Mt 6
Sobre o acrescido até 8.000,00 Mt 5
Sobre o acrescido até 10.000,00 Mt 4,5
Sobre o acrescido até 12.000,00 Mt 4
Sobre o acrescido até 14.000,00 Mt 3,5
Sobre o acrescido até 16.000,00 Mt 3
Sobre o acrescido até 18.000,00 Mt 2,5
Sobre o acrescido até 20.000,00 Mt 2
Sobre o acrescido além de 20.000,00 Mt 1,5
§ único: Nas emancipações, o imposto será reduzido a um décimo, tendo-se em atenção,
quanto ao valor, o disposto no n° 16 do artigo 7°.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


20
Artigo 32°
(Redução do imposto de justiça nos inventários, emancipações e interdições)
É aplicável às interdições o disposto no artigo 17° e aos inventários orfanológicos o
disposto nos artigos 18° e 19°.
Artigo 33°21
(Limite dos caminhos e cartas precatórias)
O custo dos caminhos e das cartas precatórias, excluídos os selos, não poderá exceder as
seguintes percentagens do valor do processo:
Por cento
Nos processos de valor até 1.000,00 Mt 4
Nos de valor superior a 1.000,00 Mt 6

SUBSECÇÃO III
NOS TRIBUNAIS INFERIORES E ARBITRAIS

Artigo 34°
(Imposto de justiça devido em tribunais inferiores)
Aos processos que correm perante os juízos inferiores, são aplicáveis as disposições 20
estabelecidas para os tribunais de comarca.

* Revogado.
ANOTAÇÃO: Actualmente, as taxas do imposto de justiça a aplicar nos tribunais
inferiores (ou seja, nos tribunais distritais e provinciais) estão previstas no artigo 16º,
daí que esta disposição foi revogada pelo artigo 4º do Decreto nº 14/96, de 21 de Maio,
que determina que fica revogada toda a legislação a ela contrária.

Artigo 35°
(Imposto de justiça em processos de conciliação)
Nos processos de conciliação, nos termos dos artigos 476° e seguintes do Código de
Processo Civil, o imposto será igual a um quinto do estabelecido no artigo 16°; nos actos
praticados em juízo inferior, por delegação, determinará quem delegue a parte do
imposto do processo destinada àquele juízo22.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


21

22Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


§ único: No caso da segunda parte deste artigo, o imposto destinado ao juízo inferior
será deduzido do total correspondente ao processo.

* Revogado.
No actual ordenamento jurídico, não existe a figura de processo de conciliação, que
estava regulado nos artigos 476° e seguintes do CPC de 1939. Estranhamente, o
legislador de 1996 ainda fez referência a tal figura!
Entretanto, existe a figura de tentativa de conciliação (cfr. artigos 508º, nº 2, e 509º,
nº1, 2 e 4, ambos do CPC; 197º da LF; 2º e 3º da Lei nº 8/92, de 6 de Maio), que não
deve ser confundida com processo de conciliação.

Artigo 36°*
(Imposto de justiça em tribunais arbitrais)

* Revogado pelo artigo 71º, n° 2, da LA (Lei n° 11/99, de 12 de Julho).

SUBSECÇÃO IV
21
DISPOSIÇÕES COMUNS

Artigo 37°
(Processos especiais)
Nos embargos de terceiro, na oposição ao inventário, nos embargos opostos ao arresto,
ao embargo de obra nova, à imposição de selos e ao arrolamento¸à posse judicial e às
concordatas, na anulação e rescisão de concordatas, na falsidade, na habilitação, na
liquidação, tanto durante a acção como posteriormente, nos alimentos provisórios, nas
providências cautelares, nas cauções, nos incidentes que forem processados por apenso
e nos pedidos de assistência judiciária, o imposto será fixado pelo tribunal entre um
máximo que não excederá dois terços do correspondente a uma acção, processo
orfanológico ou recurso do mesmo valor e um mínimo que não será inferior a um
quinto23.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


23
§ único: Excepcionalmente, em vista da invulgar complexidade do incidente ou acto,
pode o tribunal fixar o imposto além daquele limite máximo, até ao correspondente a
uma acção, processo orfanológico ou recurso do mesmo valor.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Artigo parcialmente revogado, porquanto, actualmente, não existe o instituto da
concordata – vide anotação 2 ao artigo 21°.

Artigo 38°24
(Incidentes e actos)
Os incidentes e actos não abrangidos no artigo anterior e que não sejam especialmente
previstos neste Código, pagarão imposto fixado pelo tribunal entre o mínimo de um
sexto e o máximo de um terço do correspondente a uma acção, processo orfanológico ou
recurso do mesmo valor.
§ único: Excepcionalmente pode o tribunal, em decisão fundamentada, baixar o imposto
até 5,00 MT ou elevá-lo até dois terços do correspondente a uma acção, processo
orfanológico ou recurso do mesmo valor quando a simplicidade ou a complexidade do
22
incidente ou acto o justifique.
Artigo 39°
(Incidentes em inventários orfanológicos)
O imposto nos incidentes de processos orfanológicos cujas custas fiquem a cargo de
maiores será determinado, nos termos dos artigos anteriores, com base nas taxas
estabelecidas no artigo 16°; se, porém, houver custas a cargo de menores ou pessoas
equiparadas, será deterrminado, nos mesmos termos, com base nas taxas estabelecidas
no artigo 31°.
§ único: A divisão de coisa comum e as contas de cabeça-de-casal e semelhantes,
processadas por dependência, consideram-se incidentes do respectivo processo, sendo-
lhes aplicável o disposto no artigo 37°.

Artigo 40°25
(Incompetência relativa)

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


24

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


25
A excepção de incompetência relativa dá lugar ao pagamento de imposto variável entre
um sexto e um terço do correspondente ao processo em que foi deduzida. Se for julgada
procedente, só esse imposto será pago no tribunal onde se iniciou o processo,
pertencendo por inteiro ao tribunal competente o correspondente à causa.

Artigo 41°
(Imposto devido pela interposição de recurso)
Pela interposição de qualquer recurso ordinário ainda que não chegue a subir ao tribunal
superior e quer as partes aleguem no tribunal donde se recorre, quer não, pagar-se-á um
quinto do imposto que no processo seria devido a final 26.
§ único: Ainda que no mesmo requerimento se interponha mais de um recurso, será
devido apenas um imposto, calculado nos termos deste Código.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Artigo parcialmente revogado, pois, actualmente, é sempre no tribunal a quo onde o
recorrente deve apresentar as suas alegações e o recorrido as suas contra-alegações, sob
pena de se considerar o recurso deserto quanto a parte que não o faça – cfr. arts. 698º, 23
nºs 1, 2 e 3; 699º; 724º, nº 1; 743º, nºs 1 e 2; 744º, nº 1, parte inicial; 746º, nº 1; 747º, nº
1, ab initio; 748º, nº 1, parte inicial; 760º, nº 1; 765º, nº 3; 773º; 781º, nº 2, todos do
CPC. Tenha-se, também, em vista o que dispõem os arts. 143º, 144º, 145º, 146º e 147º,
todos do mesmo código.
Artigo 42°27
(Imposto devido pelo prosseguimento de processo parado)
Aquele que requerer o prosseguimento de processo parado mais de dois meses por culpa
das partes e por tal motivo contado, pagará um quarto do imposto correspondente ao
processo, o qual será depositado no prazo de vinte e quatro horas, a contar da
apresentação do requerimento, sob pena de este não ter seguimento, e adicionado ao
que for devido em conta posterior.

Artigo 43°
(Cartas e comunicações equivalentes)

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


26

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


27
As cartas e comunicações equivalentes, expedidas para diligências que não sejam
simples citações, notificações ou afixações de editais, estão sujeitas a imposto, que
variará, conforme a extensão do serviço efectuado, entre um oitavo e um quarto do que
seria devido a final pelo processo 28.
§ 1° Se a carta chegar a ser distribuída no tribunal deprecado, é nele que se fixa o
quantitativo; não chegando a ser distribuída, será calculado pelo mínimo estabelecido
neste artigo.
§ 2° Se a parte não vier buscar a carta até quarenta e oito horas depois de passada, nos
casos em que deva ser-lhe entregue, será logo avisada ou notificada para o fazer nos
cinco dias posteriores à data do registo do aviso ou notificação, sob pena de ser
condenada em multa e de a carta ser remetida oficialmente.

CPC, excertos:

“LIVRO III
DO PROCESSO
24
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I
Dos actos processuais

SUBSECÇÃO V
Comunicação dos actos

Artigo 176°
(Formas de requisição e comunicação de actos judiciais)
1. A prática de actos judiciais pode ser ordenada ou solicitada a outros tribunais ou
autoridades por meio de mandado, carta, ofício, telegrama, fax ou correio.
2.

Artigo 44°29

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


28

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


29
(Imposto devido pelos adiamentos)
São isentos de custas os adiamentos ordenados por motivos respeitantes ao próprio
tribunal, devendo, porém, ficar constando especificadamente da acta essses motivos.
Nos outros adiamentos, pagar-se-á pela primeira vez um sexto e pelas outras um terço
do imposto devido pelo processo em que tiverem lugar, o qual será liquidado
imediatamente ou a final, conforme determinação do tribunal.

Artigo 45°
(Limites do imposto de justiça e das custas)
O imposto de justiça em qualquer processo, salvo no caso do artigo 27°, não será
inferior às seguintes importâncias 30:

a) Nos tribunais distritais 3,00 Mt


b) Nos tribunais provinciais 5,00 Mt
c) No Tribunal Supremo 10,00 Mt

§ 1° Estas importâncias estão, porém, sujeitas às reduções dos artigos 19°, 26°, 28°,
35°, primeira parte, 37°, 38° e 40° a 44°, até ao mínimo de 2,00 Mt nos tribunais 25
distritais, 3,00 Mt nos tribunais provinciais e 5,00 Mt no Tribunal Supremo, sem prejuízo
do disposto no § único do artigo 28° e no artigo 33° 31.
§ 2° Nas execuções de qualquer natureza que correm seus termos nos tribunais comuns,
ainda que sigam o processo das execuções fiscais, o respectivo imposto, selos e encargos
não poderão exceder três quartas partes da quantia exequenda, fazendo-se rateio
sempre que excedam este limite.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. No elenco do corpo do artigo anotando, não constam os tribunais superiores de
recurso, devendo, por isso, o legislador actualizar a sua redacção.
2. O artigo 35º, indicado no § 1°, está revogado.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


30

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


31
SUBSECÇÃO V
DO DESTINO DO IMPOSTO DE JUSTIÇA

Artigo 46°32
(Divisão do imposto)
1. O imposto de justiça devido, nos termos da parte cível deste Código, terá o seguinte
destino:
a) Nos tribunais de segunda instância e nos tribunais de trabalho:
Participação emolumentar …………………………………………….. 65%
b) Nos tribunais cíveis:
Participação emolumentar …………………………………………….. 55%
c) Nos tribunais judiciais de competência comum:
Participação emolumentar …………………………………………….. 55%
2. Da participação emolumentar mencionada no número anterior serão retirados:
a) 3% para os oficiais de justiça do Tribunal Supremo;
b) 2% para os oficiais de justiça do Tribunal Superior de Recurso respectivo;
c) 1% para os juízes eleitos. 26
3. Deduzida a participação emolumentar dos oficiais de justiça dos tribunais e dos juízes
eleitos, o remanescente do imposto de justiça será repartido em sete fracções,
cabendo:
a) 10% para o Estado;
b) 60% para o Cofre;
c)3% para a Ordem dos Advogados;
d) 15% para o Instituto do Patrocínio e Assistência Jurídica;
e) 6% para a participação emolumentar dos oficiais das procuradorias;
g) 3% para os oficiais da Procuradoria-Geral da República.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. O art. 23º, al. b), da LEJE prescreve que os juízes eleitos têm direito a receber
honorários e participação emolumentar de cada processo em que intervêm, nos termos a

Redacção introduzida pelo Decreto n° 67/2014, de 5 de Novembro.


32
serem determinados pelo CM. Cumprindo tal incumbência, o CM emitiu o RHPEJE, que
transcrevemos na íntegra:
“A Lei nº 15/2013, de 12 de Agosto, estabelece o estatuto dos Juízes Eleitos e determina
que estes devem receber honorários e participação emolumentar.
Assim, havendo necessidade de regulamentar sobre o valor e a forma de pagamento de
honorários e da participação emolumentar, ao abrigo do disposto na al. b) do art. 23º da
Lei nº 15/2013, de 12 de Agosto, o Conselho de Ministros decreta:

Artigo 1. Os Juízes Eleitos têm direito a receber honorários e participação emolumentar,


pelo exercício da função.
Art. 2 – 1. O valor dos honorários é calculado em função do número de processos em que
o juiz eleito intervém por sessão.
2. Por cada processo julgado, o juiz eleito tem direito aos seguintes valores:
a) No Tribunal Supremo – 496,00MT;
b) Nos Tribunais Superiores de Recurso – 405,00MT;
c) Nos Tribunais Judiciais de Província e da Cidade de Maputo – 347,00MT; 27
d) Nos Tribunais Judiciais de Distrito – 232,00MT.
Art. 3. Os encargos decorrentes das despesas com o pagamento de honorários são
suportados pelo fundo de salários de cada Tribunal.
Art. 4. Aos Juízes Eleitos empossados e em exercício nos termos estabelecidos na Lei nº
15/2013, de 12 de Agosto, são devidas as diferenças de honorários a contar da data da
sua posse.
Art. 5. Os mapas demonstrativos dos valores a pagar mensalmente, são assinados pelo
escrivão ou pelo secretário judicial, confirmados pelo juiz e liquidados de acordo com as
regras de liquidação das folhas de vencimentos dos funcionários.
Art. 6 – 1. A participação emolumentar é paga em função do número de processos findos
e pagos, em que o juiz eleito interveio.
2. O limite da participação emolumentar é fixado em 2/3 do valor do honorário mensal.
Art. 7. Os encargos decorrentes das despesas com o pagamento da participação
emolumentar são suportados pelo valor atribuído aos Juízes Eleitos, nos termos do
Código das Custas Judiciais.
Art. 8. Compete aos Ministros que superintendem as áreas das Finanças e da justiça
actualizar, por Diploma Ministerial Conjunto, os valores correspondentes aos honorários
e a participação emolumentar.
Art. 9. É revogado o Decreto nº3/96, de 10 de Janeiro, e toda a legislação contrária ao
presente decreto.
Art. 10. O presente decreto entra imediatamente em vigor.

Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 21 de Outubro de 2014.


Publique-se.
O Primeiro Ministro, Alberto Clementino António Vaquina.”

2. O número 3 do artigo anotando faz referência a sete fracções, mas, por lapso, apenas
são elencadas seis fracções. Em consequência desta gralha, a Veneranda Presidente do
Conselho Administrativo do Cofre dos Tribunais emitiu a seguinte Circular:

“CIRCULAR Nº 01/CT/2014
28
Pelos Decretos nºs 67/2014, de 29 de Outubro e 67/2014, de 5 de Novembro, foram
alterados os artigos 46, 160 e 167 do Código das Custas Judiciais.

Ainda assim, constata-se uma incongruência legislativa, visto que, quanto ao destino do
remanescente do imposto de justiça, os Decretos se ferem a sete fracções que se
supunha fossem beneficiar igualmente a sete entidades. Porém, foram indicadas seis
entidades a quem lhes coube 97% do remanescente do imposto de justiça, faltando por
distribuir 3%.

Tendo em conta a proposta de alteração legislativa e ao facto de terem sido indicadas as


Procuradorias e a Procuradoria-Geral da República como sendo algumas das entidades
beneficiárias, infere-se que a sétima entidade beneficiária são as Sub-Procuradorias
Gerais da República.

Nestes termos, determina-se o seguinte:


Único: Os contadores deverão contar 3% do remanescente do imposto de justiça a favor
dos oficiais de justiça da Sub-Procuradoria Geral da República da respectiva área de
jurisdição.

A presente Circular é de execução permanente e como tal deve ser registada.

Maputo, 04 de Dezembro de 2014.


A Presidente do Conselho Administrativo do Cofre,

Matilde A. Monjane Maltês de Almeida


(Juíza Conselheira)”
3. Ainda no tocante à distribuição da participação emolumentar, é de suma importância
a Circular que a seguir transcrevemos:
“CIRCULAR Nº 02/CT/2014
Mostrando-se necessário adequar a distribuição da participaç~ao emolumentar à actual
conjuntura sócio-económica e tendo em conta as especificidades dos tribunais, o
Conselho Administrativo do Cofre determina o seguinte: 29
1. Feita a mesena, da receita do Cofre, as secções cíveis, laborais e comerciais do
Tribunal Judicial da Cidade de Maputo deverão retirar 15% e remeter à Distribuição,
para a participação emolumentar dos magistrados das secções criminais e de Instrução
Criminal. Da receita própria dos oficiais de justiça, deverão retirar 15% para os
emolumentos dos oficiais de justiça afectos à Distribuição e 13% para os emolumentos
dos oficiais de justiça das secções criminais.

2. As secções, cíveis, laborais e comerciais do Tribunal Judicial da Província de Maputo


deverão retirar 15% e remeter à Distribuição, paea a participação emolumentar dos
magistrados das secções criminais, de Instrução Criminal e de Menores. Da receita
própria dos oficiais de justiça, deverão retirar 15% para os emolumentos dos oficiais de
justiça afectos à Distribuição e 13% para os emolumentos dos oficiais de justiça das
secções criminais.

3. As secções cíveis, laborais e comerciais dos Tribunais Judiciais das Províncias de Gaza,
Inhambane, Sofala, Tete, Manica, Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa, deverão
retirar 5% da receita do Cofre, para os emolumentos dos magistrados das secções
criminais. Instrução Criminal e Menores e 10% da receita própria dos oficiais de justiça,
para os emolumentos dos oficiais de justiça afectos na Distribuição e 10% para os oficiais
de justiça das secções criminais.

4. Nos Tribunais Judiciais de Distrito, feita a mesena, o escrivão deverá reter na fonte, a
título de compensação, 10% da receita do Cofre para acrescer à receita dos
emolumentos dos oficiais de justiça.

5. No Tribunal de Polícia da Cidade de Maputo, feita a mesena, o escrivão deverá reter


na fonte, a título de compensação, 30% da receita do Cofre para acrescer à receita dos
emolumentos dos oficiais de justiça.

A presente Circular entra imediatamente em vigor, é de execução permanente e, como


tal, deve ser registada.

Maputo, 04 de Dezembro de 2014.


A Presidente do Conselho Administrativo do Cofre,
30
Matilde A. Monjane Maltês de Almeida
(Juíza Conselheira) ”

4. Posto isto, indaga-se: terá o Conselho Administrativo do Cofre dos Tribunais


competência para determinar o critério de distribuição da participação emolumentar?

Artigo 47°*
(Imposto de justiça em tribunais arbitrais)

* Revogado pelo artigo 71º, n° 2, da LA (Lei n° 11/99, de 12 de Julho).

SECÇÃO II
DOS OUTROS ENCARGOS

SUBSECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 48°
(Encargos)
Os encargos a que se refere o artigo 1° são, em cada processo:
1) Para o Cofre do Tribunal 5,00 Mt33;
2) Por cada folha de papel comum 0,5 Mt34;
3) O custo do verbete estatístico;
4) As despesas a que der causa a requisição feita nos termos do artigo 555° do Código do
Processo Civil;
5) O custo da publicação de anúncios;
6) As importâncias devidas às repartições públicas;
7) A remuneração ou indemnização às pessoas que acidentalmente intervierem no
processo ou coadjuvarem em qualquer diligência;
8) As importâncias de caminhos e despesas de deslocação;
9) A remuneração dos administradores de falências ou insolvências e dos comissários
judiciais, nos termos do artigo 1267°, § único, do Código de Processo Civil;
10) A procuradoria; 31
11) As custas de parte;
12) O custo dos actos e papéis avulsos.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. Deve fazer-se interpretação actualística ao nº 4 do artigo anotando, porquanto,
actualmente, é o art. 538° do CPC que determina o responsável pelas despesas
provocadas pela requisição de documentos, e não o art. 555° do mesmo código.
2. O art. 1267°, § único, do CPC (referido pelo nº 4 do artigo anotando) faz parte do Livro III,
Título I, Capítulo XV, do CPC. Ora, este capítulo foi expressamente revogado pela al. a)
do art. 3° do DL n° 1/2013, de 4 de Julho. Hoje, a remuneração dos administradores da
insolvência está prevista nos arts. 24º e 25º do RJIREC.

Artigo 49°
(Custo de anúncios)

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


33

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


34
O custo dos anúncios que hajam de ser pagos pelo Cofre do Tribunal ou que digam
respeito a processos orfanológicos e outros promovidos pelo Ministério Público ou de
carácter oficioso não poderá exceder 0,05 MT por linha de corpo 8 a 10 em composição
de uma coluna35.
§ único: Se os jornais se recusarem a fazer a publicação pelo preço acima indicado,
afizar-se-ão simplesmente editais.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Artigo completamente desajustado à realidade económica actual, em que se assiste à
constante subida do preço dos jornais. Logo, nenhum jornal aceitaria publicar anúncios
ao preço de uns míseros centavos! Consequência: as vitrinas dos tribunais e demais
lugares de estilo ficam abarrotados de editais, e os visados, que raramente tomam
conhecimento deles, são julgados à revelia, impedindo-se, assim, a descoberta da
verdade material.
Artigo 50°
(Custas de parte e procuradoria) 32
A procuradoria e as custas de parte serão sempre incluidas na conta feita após o trânsito
em julgado de decisão que contenha condenação definitiva em custas, para serem pagas
juntamente com as do tribunal.
§ 1°: Se a parte que delas é credora tiver declarado que as não quer receber, serão
contadas a favor do Cofre do Tribunal.
§ 2°: As custas de parte compreendem tudo o que a parte despendeu através do
processo ou parte do processo a que se refere a condenação e a que tenha direito.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Tendo como epígrafe “créditos não exigíveis”, o art. 5°, al. b), do RJIREC estipula que,
na recuperação judicial ou na insolvência, não são exigíveis do devedor as despesas que
os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na insolvência, salvo as
custas judiciais e os honorários dos advogados decorrentes de litígio com o devedor.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


35
SUBSECÇÃO II
DA REMUNERAÇÃO ÀS PESSOAS QUE INTERVÉM ACIDENTALMENTE NOS PROCESSOS

Artigo 51°
(Emolumentos dos intervenientes acidentais)
As pessoas que intervêm acidentalmente nos processos ou coadjuvam em quaisquer
diligências receberão emolumentos nos termos seguintes 36:
1) Os peritos ou louvados, por dia:
Em processo cível 2,50 MT a 10,00 Mt;
Em processo orfanológico 1,00 MT a 5,00 Mt;
2) Os peritos ou louvados com conhecimentos especiais e os técnicos, por dia e salvo
o disposto no artigo 594 do Código de Processo Civil 5,00 Mt a 50,00 Mt;
3) Os peritos ou técnicos diplomados com curso superior, em actos da sua
especialização 10,00 Mt a 100,00 Mt;
4) Os liquidatários, ou administradosres que não sejam de falências, e as pessoas
encarregadas de vendas por negociação particular – o que for determinado pelo
juiz, até 5 por cento do valor da causa ou dos bens vendidos; 33
5) Os depositários, os tradutores, os intérpretes e as pessoas que coadjuvam em
quaisquer diligências – a importância fixada pelo tribunal.
§ 1°: Se os peritos apresentarem desenhos, plantas, mapas ou quaisquer peças que, nos
termos do artigo 602° do Código de Processo Civil, sejam considerados úteis, o tribunal
arbitrará por esse trabalho a remuneração que pareça razoável.
§ 2°: Os técnicos de que o advogado pode fazer-se assistir, nos termos do artigo 43° do
Código de Processo Civil, não terão direito aos emolumentos fixados nos n° 2) e 3).
§ 3°: Quando o emolumento seja fixado por dia e o juiz entenda que a diligência podia
ter sido feita em menos tempo do que o declarado, mandará reduzir o emolumento
respective como lhe parecer de justiça.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


36
1. A redacção do corpo do art. anotando foi introduzida pelo Dec. nº 14/96, de 31 de
Maio. 2. Os arts. 43º, 594° e 602°referidos são do CPC de 1939; hoje, correspondem aos
arts. 42º, 590°, n° 2, e 598° do mesmo código, respectivamente.

Artigo 52°37
(Remuneração às testemunhas)
A remuneração a arbitrar às testemunhas pode variar entre 5,00 Mt a 20,00 Mt por dia.

SUBSECÇÃO III
DOS CAMINHOS E DAS DESPESAS DE DESLOCAÇÃO

Artigo 53°38
(Quem tem direito a caminhos)
Os peritos, louvados e técnicos que não sejam de fora da provícia, os juízes inferiores e
respectivos funcionários terão direito, além da remuneração que lhes é fixada nos
artigos 35°, 51° e 66°, às importâncias seguintes:
Até 15 quilómetros, 0,6 Mt por quilómetro; 34
De 15 a 20 quilómetros, 0,48 Mt por quilómetro;
De 20 quilómetros em diante, até ao limite de 100 quilómetros, 0,3 Mt por
quilómetro;

Os magistrados e oficiais de justiça terão direito, a mesmo título, às importâncias


seguintes:
Para os magistrados:
Até 15 quilómetros, 0,72 Mt por quilómetro;
De 15 a 20 quilómetros, 0,6 Mt por quilómetro;
De 20 quilómetros em diante, até ao limite de 100 quilómetros, 0,36 Mt por quilómetro;

Para os oficiais de justiça:


Até 15 quilómetros, 0,6 Mt por quilómetro;
De 15 a 20 quilómetros, 0,48 Mt por quilómetro;

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


37

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


38
De 20 quilómetros em diante, até ao limite de 100 quilómetros, 0,3 Mt por quilómetro.
§ único: Em processos orfanológicos ou de arrecadação de espólio, os louvados não
podem receber, incluindo o emolumento pela avaliação, mais que 10,00 Mt em cada dia
nem um total superior a 2 por cento do valor do processo.

Artigo 54°
(Limite do valor dos caminhos)
Quando o caminho para a prática de várias diligências realizadas no mesmo dia e no
mesmo processo não for divergente, só se conta o correspondente à maior distância
percorrida.
Artigo 55°
(Mapa de distâncias)
Em cada tribunal haverá um mapa da comarca, de edição official ou oficializada, em
escala suficiente para por ele se poderem apreciar as distâncias dos diversos lugares.
§ único: Quando não seja possível a aquisição deste mapa, poderá ser substituído por
uma tabela de distâncias, compreendendo todos os lugares da comarca, a qual será
organizada no cartório e mandada pôr em vigor pelo juiz, depois de se certificar de que 35
ela é, quanto possível, exacta.

Artigo 56°
(Despesas de deslocação)
Às pessoas de fora da sede da comarca que tenham de ser convocadas para intervir no
processo e às testemunhas que forem notificadas serão pagas (se efectivamente as
fizeram ou pelos menos se verificaram as condições da sua efectivação) as despesas de
deslocação, que compreendem despesas de transporte (custo da viagem de ida e volta
aao tribunal) e ajudas de custo, conforme determinação do juiz.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO: à semelhança do que dissémos na anotação ao art. 52º,


também é injusto que só se beneficiem de depesas de deslocação as pessoas que vivam
fora da sede do tribunal onde devam comparecer. E isto porque quer residam dentro da
área da sede, que não, tais pessoas sempre suportam despesas com sua deslocação e
estadia no tribunal, donde que não se compreende a exclusão deste benefício às pessoas
que residam na sede do tribunal onde vão prestar tão útil e necessária colaboração.
Artigo 57°
(Condições do direito a indemnização e “despesas de deslocação em relação a
testemunhas”)
As testemunhas só terão direito à indemnização referida no artigo 52° e às despesas a
que alude o artigo anterior se o pedirem. O pedido deve ser feito no acto do depoimento
ou no momento em que se lhes der conhecimento de que se prescindiu da sua
inquirição; quando esta comunicação não tenha lugar, pode o pedido ser feito até à
conclusão do processo para sentença.

Artigo 58°
(Despesas de transporte)
Em quaisquer diligências realizadas fora do tribunal serão pagas as despesas de
transporte aos magistrados que nelas intervierem.
§ 1°: Nos actos que não forem presididos pelo juiz só serão pagas aos funcionários as
despesas correspondentes aos meios de transporte que o juiz tiver determinado, tendo
em atenção as necessidades do serviço e as comodidades dos funcionários. 36
§ 2°: Para o efeito do disposto no parágrafo anterior, os funcionários apresentarão ao
juiz, numa relação, o lançamento da despesa a fazer, para que este, se a autorizar, lhe
aponha o seu visto, ou, no caso contrário, inutilize o lançamento e o substitua pelo que
julgar conveniente.
§ 3°: A relação a que se refere o parágrafo anterior será encerrada no fim do mês ou
quando tiver atingido a quantia que o juiz julgue necessária reembolsar imediatamente
e servirá de folha de pagamento, que sera feito pelo Cofre do Tribunal, sendo este
reembolsado nos termos do artigo 59°.
Artigo 59°
(Anotação das distâncias percorridas)
À margem do documento que certifica o acto serão anotados, por quem o lavrar, o
número de quilómetros percorridos pelas pessoas que têm direito a caminhos e as
despesas de deslocação, para serem incluídas na conta as correspondentes importâncias.

SUBSECÇÃO IV
DA ADMINISTRAÇÃO DE FALÊNCIAS E INSOLVÊNCIAS
Artigo 60°39
(Remuneração)
Em todos os processos de falência ou insolvência, a administração da massa será
remunerada com a importância que resulta da aplicação das taxas a seguir indicadas
sobre o valor da falência ou insolvência:
Por cento
Até 30.000,00 Mt 6
Sobre o acrescido até 60.000,00 Mt 5
Sobre o acrescido até 120.000,00 Mt 3
Sobre o acrescido além de 120.000,00 Mt 2
§ único: Se o processo terminar antes de ser dado parecer sobre a reclamação de
créditos, a remuneração sera reduzida à quarta parte; se terminar depois desse parecer,
mas antes de designado dia para para as arrematações, será reduzida a metade; se
terminar posteriormente, pagar-se-á por inteiro, salvo se não chegar a haver liquidação
judicial dos bens da massa, porque, neste caso, sera reduzida a 75 por cento.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
37
Disposição revogada pela al. c) do art. 3° do DL n° 1/2013, de 4 de Julho (aprova o
RJIREC40). Actualmente, as remunerações dos auxiliares do Administrador da Insolvência,
deste e dos membros das Comissões de Credores estão reguladas nos arts. 22º, nº 2, 24º,
25º e 28º do RJIREC.
Artigo 61°
(Despesas de transporte dos administradores)
As depesas de transporte dos administradores, quando as haja, serão abonadas pelo
Cofre do Tribunal, mas entram em conta da administração.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Sobre a prestação de contas pelo Administrador da Insolvência, tenha-se em vista o que
dispões os arts. 22º, nº 1, al. xvi, 23º, 30º e 151º do RJIREC.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


39

Publicado no Suplemento ao BR n°53, I Série, de 4 de Julho de 2013.


40
Artigo 62°
(Sobras da liquidação da massa)
As sobras da liquidação da massa que não possam cobrir as despesas de novo rateio
constituem receita do Cofre do Tribunal.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Decorre do art. 150º do RJIREC que pagos todos os credores, o saldo, se houver, é
entregue ao devedor.
SUBSECÇÃO V
DA PROCURADORIA

Artigo 63°
(Procuradoria: a quem é devida e qual a parte que a paga)
A parte vencedora, na proporção em que o seja, terá direito a receber do vencido,
desistente ou confitente, em cada instância, uma quantia, a título de procuradoria, a
qual entrará em regra de custas.
§ 1°: Se houver mais de uma parte vencedora, essa procuradoria será dividida entre
todas, na devida proporção.
38
§ 2°: Nas execuções por custas, nos processos em que a parte vencedora seja
representada pelo Ministério Público e em quaisquer outros em que não seja
representada por advogado ou solicitador, a procuradoria será contada a favor do Cofre
do Tribunal.
§ 3°: Os incapazes são isentos de procuradoria.
§ 4°: A importância da procuradoria será abatida nas despesas extrajudiciais ou
indemnizações, diferença de juro ou pena convencional que, por vir a juízo, o vencedor
tenha direito a receber.

Artigo 64°
(Critério para a fixação da procuradoria)
A procuradoria sera arbitrada pelo tribunal, tendo em atenção o valor da causa e a sua
complexidade, dentro dos limites seguintes41:
a) Nos processos sumaríssimos ou de polícia correccional 1,00 Mt a 5,00 Mt;

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


41
b) Nos processos de valor até 1.000,00 Mt, 2,50 Mt a 10,00 Mt;
c) Nos de valor superior a 1.000,00 Mt até 2.500,00 MT ou de querela, 5,00 Mt a
20,00 Mt;
d) Nos de valor superior a 2.500,00 Mt até 5.000,00 Mt, 10,00 Mt a 40,00 Mt;
e) Nos de valor superior a 5.000,00 Mt além do máximo estabelecido na alínea
anterior, mais 5,00 Mt por cada 500,00 Mt ou fracção acima daquele valor.
§ 1°: Nos recursos de decisões finais a procuradoria será reduzida a metade e nos
restantes recursos a um quarto.
§ 2°: Quando o tribunal não arbitrar a procuradoria, contar-se-a o mínimo estabelecido
neste artigo.
Artigo 65°
(Remuneração a representantes oficiosamente nomeados)
Os defensores, curadores, advogados e solicitadores oficiosamente nomeados e os
agentes especiais do Ministério Público receberão a remuneração que o juiz arbitrar na
sentença final, a qual entrará em regra de custas.
39
SUBSECÇÃO VI
DOS ACTOS AVULSOS

Artigo 66°
(O que é devido nas citações, notificações, afixação de editais e quaisquer
diligências avulsas)
Nas citações, notificações ou afixações de editais efectuadas em tribunal diferente
(ainda que inferior) daquele onde corre o processo e nas notificações ou quaisquer
diligências avulsas, só serão devidos os selos, as despesas de transporte, as importâncias
de caminhos e a quantia de 1,50 MT por cada diligência, citação, notificação, afixação
de editais ou certidão comprovativa da impossibilidade de as realizar, se realmente se
não efectuaram em cumprimento do mesmo despacho42.
§ 1°: Considera-se como uma única citação a de várias pessoas residentes na mesma
casa.
§ 2°: Não podem contar-se mais de cinco citações ou notificações realizadas na mesma
localidade em cumprimento do mesmo despacho.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


42
Artigo 67°
(Custo das certidões, cartas de sentença ou arrematações e traslados)
Nas certidões, cartas de sentença ou de arrematação e nos traslados pagar-se-á a
quantia fixa de 5,00 Mt43.
§ 1°: Em cada certidão contendo quaisquer narrativas a pedido da parte pagar-se-á,
além do estabelecido neste artigo, a quantia de 1,5 Mt44.
§ 2°: Não se considera narrativa a simples declaração do trânsito em julgado ou do valor
da causa.
§ 3°: Nas certidões acrescerá às quantias fixadas a importância de 5,00 Mt por cada
lauda, considerando-se sempre completa a última lauda45.

Artigo 68°
(Custo de procuração ou substabelecimento exarado nos autos)
Pelo termo de procuração ou de substabelecimento exarado nos autos para mandato
46.
judicial pagar-se-á a quantia de 3,00 Mt
§ 1°: Quando a procuração ou o substabelecimento for outorgado por mais de uma
pessoa, acrescerá de cada uma, além da primeira, metade da quantia estabelecida 40
neste artigo.
§ 2°: Entende-se, para efeito do § 1°, por uma só pessoa, marido e mulher, pai ou mãe e
filhos sob o pátrio poder e os representantes de qualquer sociedade, associação ou
corporação.
Artigo 69°
(Importância devida pela busca de processo)
Pagar-se-á pela busca a quantia de 5,00 Mt se o processo ou o acto for anterior aos
últimos cincos anos e a de 2,5 Mt se for posterior47.
§ único: Não há lugar ao emolumento deste artigo pela busca de processos que não
estejam arquivados ou de registo da distribuição dos últimos oito dias.

43Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


44Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
45Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
46Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
47Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
Artigo 70°
(Custo devido por averbamento)
Pelo averbamento de cada escritura ou testamento com o respectivo lançamento do
índice pagar-se-á48:
Em escrituras de valor até 1.500,00 Mt 10,00 Mt
Em quaisquer outros actos 50,00 Mt
§ 1°: Pelos termos de abertura e encerramento dos livros a que se refere o artigo 32 do
Código Comercial contar-se-á a importância de 7,50 Mt por cada livro49.
§ 2°: Para efeitos de averbamento, os escrivães e contadores de todas as comarcas de
Angola e Moçambique são obrigados a remeter até ao dia 20 de cada mês aos
distribuidores gerais de Luanda e Lourenço Marques, respectivamente, nota dos
testamentos públicos e autos de aprovação dos testamentos cerrados, com todas as
indicações constantes das relações recebidas dos notários nesse mês.
Por este averbamento será devida a importância mencionada neste artigo, a qual será,
no mesmo prazo, enviada ao distribuidor geral, líquida das despesas de transferência.
41
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
1. Artigo revogado, pois hoje vigora o regime do CN, mormente os seus arts. 135º a 143º
e 195º a 207º.
Artigo 71°50
(Importância devida pelas rubricas)
Por cada rubrica em quaisquer livros que não sejam do tribunal ou do registo civil,
quando expressamente exigidas por disposição de lei, pagar-se-á a importância de 0,25
Mt.
ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO: Artigo revogado.

Artigo 72°51
(Custo de registo de diploma)
Pelo registo dos diplomas da licenciatura em Direito, de provisão para advogar e de
solicitador pagar-se-á nas secretarias do Tribunal Supremo, por meio de estampilha

48Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


49Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
50Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.

51Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


inutilizada no próprio acto, as quantias de 25,00 Mt para os advogados e 20,00 Mt para
os outros.

ANOTAÇÃO E COMENTÁRIO:
Artigo revogado, pois no actual ordenamento jurídico moçambicano compete à OAM,
enquanto pessoa colectiva de direito público representativa dos licenciados em Direito
que, em conformidade com os preceitos do EOOAM e demais disposições legais
aplicáveis, exercem a advocacia, atribuir o título profissional de advogado e de
advogado estagiário e regulamentar o exercício da respectiva.

Artigo 73°52
(Importância devida pela confiança de processos)
Pela confiança de processo, nos termos dos artigos 168º e 173º do Código de Processo
Civil, cobrar-se-á a importância de 50,00 Mt.

CAPÍTULO IV 42
DA CONTA DE CUSTAS

SECÇÃO I
DA REMESSA À CONTA

Artigo 74°
(O que se remete à conta: prazos)
O cartório ou a secretaria remeterá à conta, no prazo de cinco dias, todos os processos e
actos sujeitos ao pagamento de custas findo o processado que constitua objecto de
tributação.
Igulamente remeterá à conta os processos parados por culpa da parte, passados que
sejam dois meses, aqueles cujo andamento for suspenso, se o juiz assim o determinar, e
todos os que tenham de transitar para outro tribunal ou em que haja liquidação a fazer.
Serão também remetidos à conta, no prazo de vinte e quarto horas, todos os papéis ou
actos avulsos.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


52
§ único: Os processos que, por disposição da lei, tenham de correr em parte no julgado
municipal e em parte no tribunal da comarca não serão remetidos à conta quando por
tal causa transitarem daquele para este.

Artigo 75°
(Trâmites antes da remessa à conta)
Antes do termo da remessa à conta, o funcionário que a lavrar lançará uma cota no
processo, indicando o total das folhas de todos os papéis a esta referentes e que nele
não estejam incorporados, e, bem assim, as dos livros em que sejam registadas decisões
proferidas no processo.
§ único: Para esse efeito, far-se-ão as necessárias indicações, à margem dos respectivos
actos, à medida que estes forem sendo efectuados.

SECÇÃO II
DA CONTA

Artigo 76° 43
(Conta de custas)
Por cada processo, recursos, incidente, acto ou papel sujeito a custas, far-se-á uma
conta.
§ 1°: Nos recursos que tiverem de subir em separado a conta da interposição sera feita
no processo principal, incluindo-se nelas as importâncias de selos e papel do apenso e
mencionando-se neste o total despendido por cada parte com o recurso para os efeitos
do artigo 50° e seus parágrafos.
§ 2°: Nos casos de suspensão, de o processo transitar para outro tribunal ou de estar
parado mais de dois meses, a conta é feita como se nessa altura terminasse e o
montante do imposto sera abatido nas contagens a que posteriormente se proceder.
§ 3°: As custas das deprecadas serão, no tribunal deprecante, incluídas na conta do
processo, indicando-se a totalidade do imposto e as quantias destinandas às pessoas que
intervierem e ao Cofre do Tribunal, para serem remetidas ao tribunal deprecado, isto
sem prejuízo do disposto no artigo único do Decreto n° 38 834, de 19 de Julho de 1952.
Artigo 77°
(Prazo para efectuar a conta)
O prazo para a contagem é de dez dias, salvo tratando-se de arrematações, agravos em
separado, papéis avulsos ou actos urgentes, porque em tais casos o prazo será
acomodado à urgência e nunca superior a quarenta e oito horas.
§ único: O contador que, sem justa causa, exceder em mais de cinco dias o prazo de dez
dias fixados no corpo deste artigo, no que se refere à contagem dos processos, pagará
1,00 Mt de multa por cada dia que exceder esse prazo.
A importância da multa será paga pelo responsável no prazo de cinco dias a contar da
notificação, constituindo receita do Cofre dos Tribunais.
Se entre a data da conta e do tempo do recebimento pelo cartório se verificar que
passam mais de quarenta e oito horas, será a referida multa paga pelo respectivo
escrivão53.
1) Para efeito do cumprimento do disposto neste parágrafo o Ministério Público
verificará, no momento do visto a que se refere o § 1° do artigo 84° deste Código, se
foram excedidos os prazos antes referidos, e, em caso afirmativo, promoverá o 44
pagamento da multa ou multas devidas.
2) As disposições contidas neste parágrafo aplicar-se-ão à contagem das arrematações,
agravos em separado, papéis avulsos ou actos urgentes, não podendo, nunca, o prazo de
quarenta e oito horas fixado no corpo do artigo 77° ser prorrogado além do designado no
artigo 78°.
3) No caso de se verificar que o disposto no artigo 79° foi utilizado como expediente
dilatório, aplicar-se-ão as disposições deste parágrafo pelo período em que o processo
esteve demorado por culpa do contador.
4) Nas comarcas de mais de uma vara os presidentes das Relações, por conveniência de
serviço, podem determinar a distribuição do serviço pelos funcionários das contadorias,
pela forma como entenderem mais equitativa.

ANOTAÇÃO:
1. A redacção do corpo do § único é dada pelo Dec. 14/96, de 31 de Maio.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


53
Artigo 78°
(Prorrogação do prazo para efectuar a conta)
Quando por acumulação de serviço não possa fazer-se a conta no prazo legal, será
pedida no processo prorrogação por igual prazo.

Artigo 79°
(Dúvidas sobre a conta)
Quando o contador tiver dúvidas sobre a conta, expô-las-á ao juiz, que, ouvido o
Ministério Público, decidirá sem recurso se a causa estiver dentro da alçada.

Artigo 80°
(Regras formais aobservar na conta)
Na elaboração da conta dos processos, o contador procederá deste modo:
Indicando o número que a cada conta compete, mencionará o valor do processo e o
imposto que lhe corresponde, arredondando para escudos, desprezando as fracções
inferiores a um centavo. Em seguida lançará numa coluna a parte do imposto relativa ao
processo ou parte do processo a contar, líquida da que constitui receita do tribunal
inferior; determinará os encargos em relação a cada entidade, excepto o Estado e as
45
partes quando ambas sejam vencidas ou haja compensação a considerar, e, deduzindo
as tributações fiscais às que a ela estiverem sujeitas, chamará o líquido àquela mesma
coluna.
Depois discriminará as receitas do Estado, chamando o total de cada uma delas à
referida coluna, que, somada, mostrará o custo do processo ou parte do processo.
Abatendo então os preparos efectuados, encontrará o total em dívida, que repetirá por
extenso.
Em seguida indicará em percentage a relação entre o valor da causa e o custo do
processo ou parte do processo contado, excluídas as custas de parte, e depois liquidará
estas e a procuradoria, se não tiverem já sido incluídas, determinará o total despendido
com o processo ou parte do processo, fará a divisão das custas de harmonia com o
julgado e compensará a responsabilidade de cada parte com o despendido por ela e
respectiva procuradoria, de forma a determinar quanto tem a pagar ou a receber.
Finalmente fechará a conta, com indicação clara das guias a passar para cada um dos
responsáveis, suas importâncias e percentagens para o Cofre dos Tribunais, datando e
assinando por extenso.
Artigo 81°
(Liquidação do julgado)
Nas acções e graduações de créditos, quando o processo for à conta pela primeira vez
depois da sentença, far-se-á a liquidação do julgado se depender unicamente de
operações aritméticas.
Artigo 82°
(Conta de papéis avulsos)
As contas de papéis avulsos indicarão claramente a importância devida ao cartório, a
parte pertencente ao Estado e, por extenso, o custo total.

Artigo 83°
(Imposto de selo)
As importâncias devidas ao Estado a que estão sujeitas as custas atribuídas aos
funcionários de justiça, ao Cofre dos Tribunais e outras entidades referidas na lei serão 46
pagas por estampilha nos papéis avulsos e por guia nos outros casos.
§ único: O contador, ao elaborar a conta, verificará nos processos ou papéis se há
alguma importância de selo em dívida ao Estado e, se houver, incluí-la-á na conta.

SECÇÃO III
DO ERRO DA CONTA DE CUSTAS

Artigo 84°
(Exame e reforma da conta)
O juiz, oficiosamente, a requerimento dos interessados ou do Ministério Público, pode
mandar reformar a conta, se não estiver feita de harmonia com as disposições legais.
§ 1°: Para efeito deste artigo, imediatamente ao recebimento do processo com a conta
será dada vista ao Ministério Público, para, em três dias, a examinar.
§ 2°: Quando haja custas em dívida, a reclamação do responsável deverá ser
apresentada dentro do prazo do pagamento voluntário, mas nunca depois de pagas as
custas.
§ 3°: Todas as outras reclamações devem ser deduzidas até ao recebimento pelo
interessado das importâncias a que tenha direito, salvo se anteriormente foi notificado
ou avisado da conta, ou interveio no processo depois dela, porque, nesse caso, só sera
admissível a reclamação dentro de dez dias, a contar da notificação, aviso ou
intervenção.
§ 4°: O Ministério Público pode reclamar até ao termo do prazo para a reclamação de
qualquer interessado.
§ 5°: Depois de pagas as custas, o juiz só poderá ordenar oficiosamente a reforma se o
erro importar prejuízos importantes ou irregularidades na conta feita.
§ 6°: As reclamações contra as contas só podem ser apresentadas nos tribunais onde
tenham sido elaboradas.

ANOTÇÃO E COMENTÁRIO: vide o disposto no nº 1 do artigo 667° do CPC, transcrito na


anotação 9 ao art. 11º
Artigo 85°
(Tramitação do incidente de reclamação da conta) 47
Havendo reclamação, irá o processo ao contador e em seguida ao Ministério Público, se
não for o reclamante, pelo prazo de três dias a cada um para se pronunciarem sobre ela,
depois do que o juiz resolverá, e do despacho não haverá recurso, se a causa estiver
dentro da alçada.
§ 1°: Se da reforma da conta resultarem reposições por parte do Estado ou de outras
entidades que já tenham recebido as custas, será a importância dessas reposições
descontadas nas quantias que na quinzena seguinte lhes couberem, fazendo-se os
necessários lançamentos no livro de pagamento.
§ 2°: O prazo para pagamento das custas contar-se-á desde a expedição do aviso da
conta reformada ou desde a notificação da decisão que não atendeu a reclamação. Não
poderá ter seguimento nova reclamação sem o depósito das custas em dívida.

CAPÍTULO V
DO PAGAMENTO DE CUSTAS E DO RATEIO

SECÇÃO I
DO PAGAMENTO VOLUNTÁRIO
Artigo 86°
(Responsabilidade pelas custas)

Enquanto não houver decisão sobre custas será responsável pelas que forem contadas o
autor, requerente, recorrente ou cabeça-de-casal, ou quem deu causa à remessa à
conta.
§ único: Nas acções de destrinça de foros e censos, redução de prestações incertas e
certas, divisão de águas, divisão de coisa comum, tombamento e demarcação e outras
idênticas, as custas serão pagas pelos interessados na proporção das respectivas cotas;
mas se houver oposição, as custas desta serão pagas pelo vencido, na proporção em que
o for.
Artigo 87°
(Aviso da conta aos interessados)

Após o visto do Ministério Público a que se refere o § 1° do artigo 84°, será notificado,
no prazo de cinco dias, o responsável pelas custas contadas e em dívida, ou, em
inventário, o cabeça-de-casal, para vir examinar e impugner ou pagar a conta. 48
§ 1°: Havendo recurso interposto, o prazo da notificação ao recorrente é de vinte e
quarto horas.
§ 2°: A notificação será feita ao procurador que represente nos autos o responsável pelo
pagamento e que tenha escritório ou domicílio escolhido na sede do juízo.
§ 3°: Estando verificada no processo a ausência em parte incerta do responsável pelas
custas a notificação ser-lhe-á feita por um único edital afixado à porta do tribunal.

Artigo 88°
(Expedição de avisos)
O responsável pelo pagamento das custas, esteja ou não representado no processo, será
sempre avisado, se residir em local em que haja distribuição domiciliária ou for
conhecida a sua caixa postal, e notificado nos outros casos, do montante a pagar e do
prazo do pagamento. O aviso será expedido nos prazos estabelecidos no artigo anterior e
indicará o local onde o pagamento deve ser efectuado.
§ 1°: Nos inventários serão enviados avisos, ou feitas as notificações, ao cabeça-de-casal
pela totalidade das custas e a cada um dos responsáveis pela parte da sua
responsabilidade.
§ 2°: Se os responsáveis forem incapazes e lhes tiver sido nomeado curador especial, a
este sera remetido o aviso ou feita a notificação.
§ 3°: No caso de o aviso ser feito pelo correio, sera junto aos autos o recibo do registo,
cujo custo sera adiantado pelo Cofre dos Tribunais.

Artigo 89°
(Prazo para pagamento voluntario das custas)
O pagamento voluntário das custas será feito, nos processos sumaríssimos, no prazo de
dez dias, e nos outros processos no de vinte.
§ 1°: Os prazos referidos neste artigo começarão a contar-se:
1) Depois de decorridos sobre a data da notificação ou do registo do aviso:
a) Cinco dias se o responsável residir na comarca onde correr o processo;
b) Vinte dias, se residir na província, mas fora da comarca onde corre o processo; 49
c) Sessenta dias, se residir na Metrópole ou noutra província ou no estrangeiro;
2) Desde a data da afixação do edital, se o responsável estiver ausente em parte
incerta.
§ 2°: Nos inventários em que o cabeça-de-casal não tenha feito o pagamento integral da
conta no prazo indicado no corpo deste artigo pode ainda cada um dos interessados, nos
cinco dias seguintes, pagar a parte da sua responsabilidade, sem que acresçam
quaisquer custas.
§ 3°: O pagamento de custas que for condição do seguimento do recurso sera feito no
prazo de cinco dias, contados da notificação ou, não a havendo, da remessa do aviso,
salvo o disposto no artigo 689°, alínea c), do Código de Processo Civil.

Artigo 90°
(Pagamento das custas dos actos e diligências avulsas e das deprecadas)
As custas dos actos e diligências avulsos deverão ser pagas no prazo de dez dias,
contados da data do acto.
§ único: Nas deprecadas para simples citação ou notificação ou afixação de editais, que
sejam remetidas oficialmente, o pagamento far-se-á no tribunal deprecante,
juntamente com as restantes custas do processo.

Artigo 91°
(Pagamento das custas pela parte contrária ou por terceiros)

Qualquer pessoa pode fazer o pagamento das custas que a outrem incumbe no último dia
do respectivo prazo, ou depois nas condições em que o devedor o pode fazer, ficando
com o direito de regress contra este, salvo se se demonstrar que o pagamento foi feito
de má fé.
Artigo 92°
(Pagamento e depósito de custas nos litígios com entidades isentas)
Tratando-se de responsáveis que litiguem com entidades isentas de custas ou que gozem
do benefício da assistência judiciária, as custas contadas antyes do trânsito em julgado
da decisão serão depositadas para lhes poderem ser restituídas no todo ou em parte,
conforme a decisão final.
Artigo 93°
50
(Pagamento de custas por meio de depósito à ordem do tribunal)
Se o responsável por custas tiver algum depósito à ordem do tribunal, poderá requerer
que desse depósito se levante a quantia necessária para o pagamento.

Artigo 94°
(Devolução de quantias)
Se os preparos efectuados excederem a importância das custas ou se a parte tiver de
receber quaisquer quantias, será igualmente notificada, nos termos dos artigos 87° e
88°, para vir receber, indicando-se, quanto possível, a data em que será passado o
respectivo cheque.
Artigo 95°
(Pagamento das custas em prestações em processos orfanológicos)
Nos processos orfanológicos, o meeiro, os herdeiros ou interditos cuja meação, quinhões
ou bens não excederem 10.000,00 MT podem requerer o pagamento das custas da sua
responsabilidade em prestações, oferecendo logo caução idónea 54.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


54
§ 1°: A caução pode ser prestada por meio de fiança.
§ 2°: Se no quinhão ou bens do requerente se compreenderem imobiliários de valor
suficiente para garantia da sua responsabilidade, será dispensada a caução, gozando
nesse caso as custas de privilégio imobiliário sobre os bens do devedor, a seguir aos
créditos da Fazenda Nacional.
Artigo 96°
(Decisão sobre as prestações e prazo para seu pagamento)
Na hipótese do artigo anterior, o juiz, ouvido o MInistério Público e efectuadas as
diligências necessárias, decidirá sobre a garantia oferecida ou exigirá a que lhe parecer
e estabelecerá o montante das prestações, não podendo o prazo do pagamento exceeder
dois anos.
Artigo 97°
(Rateio das prestações)
À medida que forem sendo recebidas as prestações proceder-se-á ao rateio, nos termos
do artigo 115°.
Artigo 98°
(Actos isentos de custas) 51
Todos os actos, incluindo os praticados pelo conservador do registo predial, respeitantes
ao incidente do pedido a que se referem os artigos anteriores, são isentos de custas.
§ único: Se, porém, o juiz tiver de indeferir opedido poderá condenar o requerente a
pagar as custas do incidente, no caso de manifesta inviabilidade.

Artigo 99°
(Declaração oficiosa de extinção da causa)
O juiz, logo que esteja paga a última prestação, julgará a causa extinta,
independentemente de requerimento e sem que sejam devidas custas.

SECÇÃO II
DO PAGAMENTO VOLUNTÁRIO

Artigo 100°
(Pagamento de custas pelo levantamento de depósito ou por desconto nos
vencimento, ordenados ou salários)
Decorrido o prazo do pagamento voluntário sem que este se mostre efectuado, far-se-á
o processo concluso para o juiz coordenar e ordenar o levantamento da quantia
necessária para o pagamento das custas e do incidente, a sair do depósito que o
responsável tenha à ordem do tribunal nesse processo, ou mandar ao desconto nos
vencimentos, ordenados ou salários do devedor e, quando por essas formas não possa
cobrar-se a importância em dívida, observer-se-á o disposto nos artigos 113° e seguintes
e instaurar-se-á execução nos termos subsequentes.

Artigo 101°
(Citação do executado para os termos da execução por custas devidas em 1ª
instância)

Tratando-se de custas contadas e devidas em 1ª instância, o escrivão fará os autos com


vista ao Ministério Público, que promoverá a citação do executado para os termos da
execução, salvo no caso de processo sumaríssimo, em que não haverá citação.

Artigo 102°
(Termos do processo de execução por custas) 52
As execuções por custas seguirão os termos das execuções por quantia certa, com as
modificações seguintes:
1) Considera-se logo devolvido ao exequente o direito de nomear bens à penhora;
2) Se o Ministério Público não tiver elementos para indicar no termo os bens a
penhorar, e se não for possível obtê-los na conservatoria do registo predial
respective, pode requerer que se proceda à penhora nos bens que forem
encontrados;
3) No caso do número anterior e tratando-se de bens imobiliários, logo que seja
ordenada a penhora sera efectuada pelo respective escrivão e imediatamente
notificada, ao executado, se estiver presente, lavrando-se auto em que se
descreverão os bens e donde constará a notificação e a entrega ao depositário, se
for caso disso;
4) Se o executado residir fora da comarca e não tiver ali bens, passar-se-á
deprecada para citação e penhora nos bens que forem encontrados. A deprecada
não sera devolvida sem a nota do registo predial e a certidão de encargos, se a
penhora incidiu sobre bens imobiliários;
5) O pagamento para cessação da execução será requerido verbalmente no
respectivo cartóorio, lavrando-se cota no processo, mas o pedido só terá
seguimento e a execução só poderá ser suspensa se, além da quantia por que se
moveu a execução, se depositar a importância provável do acrescido, que sera
imediatamente calculada;
6) Tratando-se de execução por custas de inventário, pode cada interessado pagar
apenas a sua parte nos termos do número anterior, desde que deposite no
estabelecimento destinado a depósitos judiciais, por conta da responsabilidade
dos outros executados, as tornas de que lhes ficou devedor em partilhas, se ainda
não estiverem depositadas.

§ 1°: A execução correrá por apenso, autuando-se a certidão da citação ou, não a
havendo, o termo de nomeação de bens ou equivalente, e, se tiver de ser desapensada,
juntar-se-á certidão da conta e da parte da sentença ou despacho que contenha 53
condenação em custas.

§ 2°: Se o executado não tiver sido notificado da penhora, nos termos do n° 3), sê-lo-á
posteriormente, nos termos gerais.

Artigo 103°
(Execuções por custas devidas aos tribunais superiores)

Tratando-se de custas contadas e em dívidas nos tribunais superiores, a secretaria


extrairá, em duplicado, certidão da conta, com a identificação do processo e a
indicação dos responsáveis pelas custas. Um dos exemplares fica na secretaria para se
fazerem por ele os pagamentos ou rateios, outro é entregue ao Ministério Público, que o
remeterá à 1ª instância, onde o respectivo delegado promoverá a citação do executado,
seguindo-se os ulteriores termos conforme o disposto no artigo anterior.
§ único: Mesmo depois de expedida a certidão executiva, podem receber-se no tribunal
as custas em dívida, mas deve advertir-se o interessado e consignar-se por escrito no
recibo que lhe for entregue, sob pena de responsabilidade por perdas e danos, que tem
de requerer no tribunal de 1ª instância a cessação da execução.

Artigo 104°
(Execuções por custas de actos e papéis avulsos)

Tratando-se de custas de actos ou papéis avulsos, o secretário ou escrivão entregará ao


Ministério Público os proprios papéis ou certidões dos actos praticados para que ele
promova a execução.
Artigo 105°
(Pluralidade de devedores. Execução por custas devidas em inventário orfanológico)

Sendo vários os responsáveis não solidários, sera instaurada uma execução contra cada
um deles.
§ único: Pelas custas do inventário, porém, instaurar-se-á contra todos os interessados
devedores uma única execução que só abrangerá os bens da herança.

Artigo 106°
54
(Execução por dívidas cumuladas)

Instaurar-se-á uma só execução contra o mesmo responsável, ainda que várias sejam as
contas em dívida no processo e seus apensos.

Artigo 107°
(Execução por custas de parte)

O Ministério Público promoverá a execução, ainda que somente as custas de parte


estejam em dívida.
Artigo 108°*
(Execução de custas devidas em processo sumaríssimo)

* Este artigo deve considerar-se revogado, porquanto o processo sumaríssimo foi revogado
aquando da revisão do Código de Processo Civil, realizada pelo Decreto-Lei n°1/2005, de 27 de
Dezembro. Vide artigos 461 e 465, ambos do CPC.
Artigo 109°
(Execução por custas devidas em inventário orfanológico)

Nos inventários orfanológicos somente poderá ser instaurada execução depois do trânsito
da sentença que os julgar, salvo quanto às custas em que antes dela tenha havido
condenação.
Artigo 110°
(Pagamento antes de instaurada execução ou iniciado os descontos)

Antes de promovida a execução ou de iniciados os descontos, embora tenham decorrido


os prazos para o pagamento, o responsável pode sempre efectuá-lo, não sendo devidos
senão o custo e os selos de papel acrescidos, das guias necessárias para o mesmo se
realizer e o custo da certidão a que se refere o § 1° do artigo 102°.

Artigo 111°
(Arquivamento condicional da execução)

Verificando-se que o executado não possui bens alguns, sera a execução arquivada, sem
prejuízo de poder continuar logo que sejam conhecidos, se ainda não tiver decorrido o
55
prazo da prescrição.

Artigo 112°
(Prescrição da dívida de custas)

A dívida de custas prescreve no prazo de cinco anos.

SECÇÃO III
DO RATEIO

Artigo 113°
(Quando tem lugar o rateio)

Decorrido o prazo do pagamento voluntário sem este se mostrar efectuado, o secretário


ou escrivão remeterá imediatamente os autos à conta, para em quarenta e oito horas
serem rateados os preparos depositados e qualquer parte das custas já pagas.
§ único: A remessa à conta determinada neste artigo não prejudicará o cumprimento do
disposto no artigo 103°.
Artigo 114°
(Rateio a efectuar no termo da execução)

Havendo execução, se o seu produto não chegar para pagar a quantia exequenda e o
acrescido, proceder-se-á igualmente a rateio do que for apurado, logo que estejam
liquidados todos os bens sobre que possa incidir a execução.

Artigo 115°
(Precedência a observar no rateio)

Quando haja de proceder-se a rateio serão os pagamentos feitos pela ordem seguinte:
a) Os selos do processo, excluindo os de recibo;
b) As despesas adiantadas, no processo, pelo Cofre dos Tribunais;
c) O impsoto de justiça e as importâncias contadas à secretaria ou cartório, Cofre
dos Tribunais e outras entidades no processo;
d) As custas de parte;
56
e) Os selos, despesas e outras quantias referentes à execução, se a houver, pela
mesma ordem e nos termos das alíneas anteriores.

CAPÍTULO VI
DA GARANTIA DAS CUSTAS

SECÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 116°
(Pagamento das custas em caso de transferência para outro tribunal)

Salvo o disposto no artigo 118°, nenhum processo pode seguir em recurso ouser
remetido para outro tribunal, em consequência de qualquer acto da iniciativa das
partes, sem estarem pagas ou asseguradas as custas, a não ser que a remessa seja
requerida por qualquer entidade delas isenta ou dispensada do seu pagamento.
§ 1°: No caso do § 2° do artigo 111° do Código de Processo Civil 55 e no de ser anulada a
decisão recorrida a fim de se proceder a novo julgamento no tribunal de onde o recurso
subiu, o processo não será remetido para o tribunal competente sem o prévio
pagamento de custas.
§ 2°: Havendo mais que um recorrente não se fará divisão de custas, para os efeitos do
corpo deste artigo, a não ser que os recursos sejam interpostos por autor e réu, porque,
neste caso, cada um pagará metade, e se algum deixar de o fazer será o recurso julgado
deserto quanto a ele, devendo o outro perfazer, sob igual pena, a totalidade das custas
nos cinco dias posteriores à notificação da deserção.

Artigo 117°
(Garantia das custas para obter o cumprimento do julgado e certidão)

Quando o processo dimane de contrato e as custas não estejam pagas, só podem extrair-
se certidões para registo de penhora ou arresto e, de um modo geral, qiasquer certidões
ou documentos que não envolvam cumprimento do julgado ou que não possam servir
para a execução ou registo.
57
§ 1°: Carecendo, porém, a parte de quaisquer outras certidões, poderá obtê-las,
garantindo as custas por meio de depósito da sua importância provável, se não puder
ainda efectuar-se o pagamento.
§ 2°: Os que gozam do benefício da assistência judiciária, quando vencedores, podem
executar a decisão e extrair certidões, sem terem de pagar previamente as custas.
§3°: As sentenças que decretam o divórcio serão sempre comunicadas às conservatórias
do registo civil onde existir o registo de casamento independentemente do pagamento
das custas.
§ 4°: Para fins exclusivamente de casamento, o cartório poderá passar certidão da
sentença de divórcio, independentemente do pagamento das custas, à parte que não
seja por elas responsável, e bem assim à parte responsável, desde que se tenha
verificado na execução a impossibilidade do pagamento.

Hoje, a referência feita ao § 2° do artigo 111° do Código de Processo Civil deve ser entendida
55

referência ao n° 3 do mesmo preceito legal.


§ 5°: Nas certidões referidas no parágrafo anterior mencionar-se-á obrigatoriamente que
se destinam a casamento e que as custas estão em dívida.

Artigo 118°
(Garantia das custas quando o processo não dimane de contrato)

Quando o processo não dimane de contrato pode subir o recurso nela interposto,
executar-se a decisão e extrair-se certidão de qualquer documento, desde que estejam
pagas ou garantidas as custas da responsabilidade do recorrente, do vencedor ou de
quem requereu a certidão ou document.

§ único: Nos documentos a que se refere este artigo mencionar-se-á obrigatoriamente os


nomes dos responsáveis pelo pagamento das custas em dívida, a fim de que estes, ou
seus representantes, os não possam utilizer para quaisquer actos que envolvam
cumprimento, execução ou registo do julgado.

Artigo 119°
(Garantia do custo das certidões ou outros papéis)
58
Não serão entregues a quem não esteja isento ou dispensado do pagamento de custas
quaisquer certidões ou outros papéis, sem o prévio pagamento do seu custo.

SECÇÃO II
DOS PREPAROS

Artigo 120°
(Preparos, suas modalidades e casos em que são devidos)

Nos processos, sempre que possa haver lugar à aplicação do imposto de justiça, haverá
preparos, que revestem quatro modalidades: iniciais, subsequentes, para despesas e
para julgamento.
§ 1°: Exceptuam-se os inventários orfanológicos, os processos de assistência judiciária, a
interposição de recursos ordinários e os incidentes abrangidos pelo n° 3) do artigo 38°,
em que não há preparos.
§ 2°:Quando os agravos subam juntos ou com a apelação só haverá lugar, no tribunal
superior, aos preparos respeitantes à apelação ou ao último agravo interposto.
§ 3°: Nos actos avulsos poderá ser exigido preparo suficiente para garantir o seu custo,
conforme for fixado pelo escrivão ou secretaria.

ANOTACÃO:
Preparo é uma caução/um adiantamento efectuada pelas partes não isentas de custas
visando garantir o pagamento integral das custas, ou seja, dos encargos

Artigo 121°
(Quando se efectuam os preparos)

Preparos iniciais são os que têm lugar no início de qualquer processo ou parte do
processo sujeita a tributação especial.
Preparos subsequentes são os que têm lugar no decurso do processo todas as vezes que o
juiz determinar.
Preparos para despesas são os que têm lugar para fazer face ao pagamento dos encargos
59
referidos nos n° 4), 7) e 8) do artigo 48°.
Preparos para julgamento são os que têm lugar antes da decisão das acções, dos
recursos e dos incidentes e processos referidos no artigo 37°.
§ 1°: Nas falências, insolvências, concordatas e inventários de maiores não há preparos
subsequentes nem para julgamento.
§ 2°: Nos casos em que a brevidade do processo não comporte preparos subsequentes,
será a totalidade destes adicionada ao do julgamento.
§ 3°: Não há lugar ao preparo para despesas quando se trate de deslocações apenas do
funcionário do cartório.
§ 4°: Não haverá preparo para julgamento quando se entenda que a notificação para o
seu depósito, por motivo do momento em que é feita, pode reveler a forma por que se
vai decidir.
Eduardo Arala Chaves, in Código das Custas Judiciais – Anotações e Comentários,
Coimbra, 1967, Livraria Almedina, pág. 159, sustenta que o parcelamento de preparos,
salvo o destinado a garantir despesas, explica-se pleo objectivo de facilitar o pagamento
dos encargos da demanda. É um sistema de pagamento a prestações
Artigo 122°
(Montante dos preparos)

O montante de cada preparo inicial e para julgamento é de 10 por cento do imposto de


justiça que seria devido a final.
Os preparos subsequentes serão do quantitativo que o juiz determinar, mas totalizarão,
por cada parte, 15 por cento daquele imposto.
Os preparos para despesas serão indicados pelo escrivão, de harmonia com o montante
provável.
§ 1°: Nos inventários de maiores determinar-se-á para este efeito o imposto com base no
valor constante do requerimento inicial.
§ 2°: Se forem variáveis as taxas do imposto, os preparos são calculados sobre o mínimo
aplicável.
§ 3°: Exceptuam-se da disposição destre artigo:
1) Os preparos para cartas precatórias ou comunicações equivalentes, que serão
iguais a um sexto do imposto aplicável à respectiva causa; 60
2) Os preparos no recurso de queixa e nas arrematações de bens imobiliários, que
serão fixados pelo juiz em quantia correspondente ao montante provável das
custas.
§ 4°: Os preparos serão sempre arrendondados para a dezena de Meticais imediatamente
superior.
Artigo 123°
(Isenção pessoal de preparos)

Estão isentos de preparos, além das pessoas e entidades indicadas no artigo 2° e seu §
1°, o devedor de ir a juízo declarar-se em estado de falência ou insolvência, as pessoas
representadas por defensor oficioso e os funcionários nos recursos de decisões que lhes
imponham qualquer penalidade.

Artigo 124°
(A quem incumbe o encargo do preparo)

A obrigação de preparar incumbe:


1) Nos preparos iniciais, subsequentes e para julgamento, ao autor, recorrente ou
requerente, ao réu ou requerido que deduza oposição e ao recorrido que alegue;
2) Nos preparos para despesas:
Tratando-se de diligências requeridas ou sugeridas, à parte que as requereu ou
sugeriu;

Não se tratando de diligências requeridas ou sugeridas:


a) A ambas as partes por igual;
b) A uma só delas.

Por inteiro, se a outra parte não fez o preparo inicial;


Por metade, se a outra parte for isenta de preparos.

Artigo 125°
(Obrigação de efectuar os preparos quando houver compartes)

Quando haja mais de um autor, recorrente ou requerente ou mais de um réu, recorrido 61


ou requerido, e as petições ou oposições forem distintas, cada um deles fará por inteiro
os preparos marcados neste Código.
§ único: Os preparos subsequentes e para julgamento serão, porém, limitados ao
necessário para garantir a totalidade das custas.

Artigo 126°
(Depósito de preparos)

É aplicável ao depósito de preparos o disposto no artigo 91°.

Artigo 127°
(Oportunidade de pagamento do preparo inicial)

O preparo inicial do autor ou requerente será feito nos cinco dias seguintes à
apresentação do seu requerimento em juízo, ou à distribuição, quando a haja; o do réu
ou requerido e o do recorrido que alegue no tribunal ad quem nos cinco dias seguintes à
apresentação da oposição.
§ 1°: Nas cartas precatórias o prazo contar-se-á desde a notificação do despacho que as
mandou passar.
§ 2°: Os preparos iniciais dos recursos podem ser feitos por qualquer das partes atá à
véspera da sua expedição.
§ 3°: O recorrido que tenha alegado no tribunal a quo e o recorrente, se não tiverem
usado da faculdade concedida pelo parágrafo anterior, deverão efectuar os preparos nos
cinco dias posteriores à distribuição do recurso.
§ 4°:Nos recursos de queixa o preparo será sempre efectuado no prazo em que devem
ser pagas as custas da interposição.

Artigo 128°
(Oportunidade de pagamento dos preparos subsequentes)

Cada preparo subsequente será feito no prazo de cinco dias, a contar da notificação do
despacho que o tiver ordenado, mas nos recursos não haverá normalmente lugar a este
preparo.
Artigo 129° 62
(Oportunidade de pagamento dos preparos para despesas)

O preparos para despesas será efectuado logo a seguir ao despacho que o fixou ou no
prazo de cinco dias, a contar da notificação deste despacho.
§ único: Se as despesas disserem respeito ao julgamento, o preparo para este não pode
ser recebido sem o daqueles ou sem o depósito, em dobro, a que se refere a alínea b) do
artigo 137°.
Artigo 130°
(Oportunidade de pagamento dos preparos para julgamento)

Os preparos para julgamento serão feitos antes da decisão, da audiência de discussão e


julgamento ou da sessão do tribunal, no prazo que for marcado pelo juiz, em função da
urgência, entre vinte e quatro horas e cinco dias;quando se tratar de recurso, efectuado
o preparo o processo entra imediatamente em tabela.

Artigo 131°
(Tribunal em que os preparos são efectuados)
Os preparos serão feitos no tribunal onde corre o processo ou incidente ou onde se
requer a diligência.

§ único: Nas cartas precatórias o preparo é feito no tribunal deprecante.

Artigo 132°
(Pagamento de preparos no tribunal a quo)

Nos recursos podem fazer-se os preparos no tribunal a quo, de harmonia com o disposto
no § 2° do artigo 127°e § único do artigo 130°.

§ único: Os preparos feitos nos termos deste artigo serão oportunamente remetidos ao
tribunal superior.
Artigo 133°
(Restituição de preparos)

À parte que tenha feito preparos serão estes restituídos por inteiro quando não haja
lugar ao pagamento de custas por nenhum dos litigantes e, parcialmente, se excederem 63
a imortância das custas contadas.
Artigo 134°
(Consequencia da falta do preparo inicial)

Se o autor, recorrente ou requerente não fizer o preparo inicial no prazo legal será, nos
termos dos artigos 87° e 89°, notificado ou avisado para, em cinco dias, pagar um
imposto igual ao preparo e depositar o preparo que deixou de fazer se quiser que
prossiga o seu pedido.
§ 1°: Decorrido o razo fixado neste artigo sem se mostrar feito o preparo e pago o
imposto, será extinta a instância e o processo contado nos termos dos artigos 11° e
seguintes.
§ 2°: O imposto a que se refere o corpo deste artigo não será abatido no devido pelo
processo, se prosseguir, e incluir-se-á na primeira conta posterior.
§ 3°: Nas deprecadas a consequência da falta de preparo consistirá unicamente em não
serem passadas.
Artigo 135°
(Efeito para o réu, recorrido ou requerido da falta do pagamento do preparo inicial)
Se o réu, recorrido ou requerido deixar de fazer o preparo inicial, considerar-se-á de
nenhum efeito ou mandar-se-á desentranhar dos autos a oposição que tiver oferecido,
salvo se, nos termos do artigo anterior, fizer o preparo e depositar o imposto ali fixado.

Artigo 136°
(Sancão para a falta de pagamento do preparo subsequente)

A falta de preparo subsequente importa a obrigação de pagar imposto correspondente a


20 por cento da sua importância e nunca inferior a 2,00 MT, e a parte que nela tiver
incorrido não poderá preparar para julgamento sem depositar o preparo a que faltou e
pagar o imposto a que ficou obrigada56.
§ único: É aplicável ao imposto fixado neste artigo o disposto no § 2°do artigo 134°.
Artigo 137°
(Consequência da falta do preparo para despesas)

A consequência da falta de preparo para despesas será:


a) Não se efectuar a diligência, se foi requerida;
b) Nos outros caso, depositar-se em dobro juntamente com o preparo para 64
julgamento, e sobre a cominação estabelecida para a falta deste, a importância
correspondente ao preparo que se deixou de fazer.

Artigo 138°
(Sancão para a falta de pagamento do preparo subsequente)

A parte que, devidamente notificada, não fizer o preparo para julgamento no prazo
legal pagará imposto de justiça igual à sua importância e fica inibida de produzir
qualquer espécie de prova, salvo se, antes do início do julgamento, que por este motivo
não será adiado, pagar o imposto e depositar o preparo.

TÍTULO II
DAS MULTAS

Artigo 139°57
(Multas a impor por litigância de má fé)

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


56

Redacção introduzida pelo Decreto n° 82/2009, de 29 de Dezembro.


57
1. As multas a impor aos litigantes de má fé serão fixadas entre um mínimo de 500,00
Meticais e um máximo de 15.000,00 MT e reverterão em 65% para o cofre dos tribunais e
35% para o Estado.
2. Os mandatários judiciais responderão por metade do valor das multas aplicadas aos
seus constituintes, nos termos do número anterior.
Artigo 140°58
(Limites das multas aplicáveis em processos cíveis)

Salvo disposição especial em contrário, todas as outras multas a aplicar em processos


cíveis serão fixadas pelo tribunal entre 5,00 MT e 100,00 MT e terão o destino indicado
no artigo anterior.
Artigo 141°
(Liquidação das multas impostas à parte)

As multas impostas à parte, quando a lei não estabelecer prazo para o seu pagamento,
serão liquidadas quando o processo tiver de ir à conta e em seguida a esta os
responsáveis serão avisados e efectuarão o pagamento nos termos dos artigos 92° e
seguintes.
65
Artigo 142°
(Liquidação e pagamento de outras multas impostas)

As restantes multas serão imediatamente liquidadas e o responsável será notificado para


as pagar no prazo de oito dias, salvo se outro estiver estabelecido por lei.

Artigo 143°
(Pagamento coercivo da multa)

Não sendo pagas no prazo legal, instaurar-se-á a execução juntamente com a execuçào
por custas, se a houver, contra o responsável, ou, no caso contrário, com base numa
certidão da liquidação, que o escrivão entregará, para esse efeito, ao Ministério Público,
no prazo de vinte quatro horas, seguindo-se os termos prescritos para as execuções por
custas.

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


58
II - PARTE CRIMINAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 144°
(Responsabilidade do réu ou arguido pelo imposto de justiça)
O réu, no caso de condenação em 1ª instância e no caso de decair, mesmo em parte, em
qualquer recurso, ainda que o não tenha acompanhado e salvo os casos da segunda parte
do n° 1 do artigo 647° e do § 1° do artigo 663° do Código de Processo Penal, pagará ao
Estado um imposto de justiça, que o tribunal arbitrará na decisão final, tendo em
atenção a situação material do infractor e os limites estabelecidos para o processo
correspondente à infracção mais grave de que foi acusado.
§ 1°: Se vários réus deverem pagar imposto, a cada um será arbitrado o respectivo
quantitativo dentro dos limites legais e a sua responsabilidade será limitada ao imposto
em que foi individualmente condenado.
66
§ 2°: Cada réu pagará um só imposto qualquer que seja o número de infracções por que
responda na mesma ocasião e o número de processos contra ele instaurados, desde que
se julguem conjuntamente.

§ 3°: A parte acusadora, se desistir depois de ter deduzido a acusação, se decair


inteiramente em qualquer recurso que interponha, ou se o réu for absolvido, pagará o
imposto que o tribunal arbitrar dentro dos limites estabelecidos para o processo
correspondente à infracção mais grave que acusava e em que decaiu, tendo em atenção
a sua situção material. Se diversas pessoas se tiverem constituído parte acusadora, cada
uma pagará o respectivo imposto e só por ele responderá.

§ 4°: Se um réu acusado de várias infracções for absolvido por umas e condenado por
outras, ou, em recurso, decair em relação a umas e vencer totalmente em relação a
outras, havendo parte acusadora em alguma ou algumas delas, será cada um condenado
no respectivo imposto, que será fixado, para a parte acusadora, dentro dos limites legais
correspondentes à forma do processo da infracção mais grave de que o réu for absolvido
e para o réu, neste caso, dentro dos limites correspondentes a forma do processo da
infracção mais grave por que foi condenado.

§ 5°: Se for inteiramente provido o recurso interposto pelo réu, mas apesar disso ele
ficar condenado, não há lugar a aplicação do imposto.

§ 6°: Nos recursos de decisões finais o tribunal superior que condene em imposto
arbitrará também o respeitante aos tribunais inferiores, se estes o não tiverem fixado.

Artigo 145°
(Responsabilidade pelo imposto no caso de isenção da pena)
No caso de o réu ser isento da pena, nos termos do artigo 418° do Código Penal, será
sempre devido o respectivo imposto, o qual ficará inteiramente a cargo do réu, salvo se
outra for acordada entre ele e o ofendido.
Artigo 146°
(Restituição de impostos pagos. O que acresce à indemnização)
Os impostos pagos no decurso do processo não serão restituídos, salvo nos casos do § 2°
do artigo 698° do Código de Processo Penal e do § único do artigo 148° deste diploma.
67
Na indemnização em que for condenada a parte vencida, porém, serão incluídos os
impostos e acréscimos que pagou sem condenação.

Artigo 147°
(Efeitos da suspensão da pena sobre o imposto)
A suspensão da pena em caso algum abrangerá o imposto.

Artigo 148°
(Pagamento do imposto como condição do seguimento do recurso)

Os recursos interpostos por pessoas que não sejam o Ministério Público ou os réus presos
não poderão seguir sem que seja pago o imposto devido pela interposição do recurso.

§ único: Nos recursos interpostos de acórdãos da Relação que tenham condenado em


imposto, inclusive no respeitante à 1ª instância, o pagamento do devido pela
interposição deverá ser acompanhado do depósito dos impostos, acréscimos e multas em
dívida, aos quais será dado destino conforme a resolução dos recursos.
CAPÍTULO II
DO IMPOSTO DE JUSTIÇA

SECÇÃO I

NOS TRIBUNAIS SUPERIORES

Artigo 149°59
(Imposto devido pelo recorrente nos recursos e nos incidentes)

Cada recorrente ou requerente que não seja réu preso, ou seu representante, pagará em
qualquer recurso e em qualquer incidente estranho aos termos regulares do processo nos
prazos e com as cominações estabelecidas para os preparos iniciais em processo cível, o
imposto de 7,50 MT.

Artigo 150°60
(Limites do imposto a fixar na decisão do recurso ou incidente)

O imposto a aplicar na decisão do recurso ou incidente será variável entre os seguintes


68
limites:

1) Em processos de querela ou de classificação de falência:

a) Nos recursos de sentenças finais, 10,00 MT a 500,00 MT;

b) Em quaisquer outros casos, 5,00 MT a 250,00 MT.

2) Em processos de polícia correccional:

a) Nos recursos de decisões finais, 7,50 MT a 250,00 MT;

b) Em quaisquer outros casos, 5,00 MT a 150,00 MT.

3) Em processos por crimes cometidos contra a segurança do Estado ou contra a

economia nacional e saúde pública, independentemente da sua espécie:

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


59

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


60
a) Nos recursos de decisões finais, 20,00 MT a 600,00 MT;

b) Em quaisquer outros casos, 10,00 MT a 300,00 MT.

4) Em quaisquer outros processos:

a) Nos recursos de decisões finas, 5,00 MT a 100,00 MT

b) Em quaisquer outros casos, 2,50 MT a 50,00 MT.

SECÇÃO II

DA 1ª INSTÂNCIA

Artigo 151°61
(Limites do imposto a fixar na decisão)

O imposto de justiça a aplicar na decisão final pode variar entre os seguintes limites: 69
1) Em processos de querela ou de classificação de falência, 20,00 MT a 800,00 MT;

2) Em processos de polícia correccional, 10,00 MT a 400,00 MT;

3) Em processos por crimes cometidos contra a segurança do Estado ou contra a

economia nacional e saúde pública, independentemente da sua espécie, 25,00 MT

a 1.000,00 MT;

4) Nas transgressões ao Código da Estrada e demais regulamentos estradais, 15,00

MT a 750,00 MT;

5) Em quaisquer outros casos, 5,00 MT a 100,00 MT.

Artigo 152°62
(Limites do imposto devido em processos com parte acusadora, em termos de
identidade e em incidentes)

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


61

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


62
Será também devido imposto nos casos e termos seguintes:

1) Nos processos em que haja parte acusadora:


A) Pela constituição da parte acusadora o mínimo do imposto fixado, conforme a
natureza do processo, nos n° 1) a 4) do artigo anterior, o qual será levado em
conta caso a mesma parte venha a ser condenada a final. Se o processo ainda não
estiver classificado quando se verifique a constituição de parte acusadora, pagará
esta o imposto correspondente a processo de polícia correccional, de harmonia
com o n° 3) do artigo antecedente, e, após a classificação, o respectivo
complemento, se a este houver lugar.
B) Por conservar o processo parado mais de três meses, devido a não promover o seu
andamento, e pela terminação do processo antes de deduzir a acusação, ainda
que seja por desistência, 50,00 MT a 500,00 MT63.

2) Nos termos de identidade referidos no artigo 291° do Código de Processo Penal e em


qualquer incidente estranho ao andamento do processo e que não seja requerido por
um réu preso, 10,00 MT a 100,00 MT 64.
70
3) Nos incidentes de instrução contraditória, 10,00 MT a 200,00 MT 65.

§ único: O pagamento do imposto de justiça a que se refere a primeira parte do n°2 será
dispensado pelo juiz, ouvido o Ministério Público, se o arguido, por sua comprovada
pobreza, estiver impossibilitado de o efectuar.

SECÇÃO III

DISPOSIÇÕES COMUNS

Artigo 153°66
(Imposto devido em processo de caução)
Em qualquer tribunal pagar-se-á imposto nos casos e termos seguintes:
1) Nos processos de caução conforme o seu valor:

63Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


64Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
65Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
66Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.
a) Até 100,00 MT – 10,00 MT;
b) De mais de 100,00 MT até 500,00 MT – 15,00 MT;
c) De mais de 500,00 MT até 1.000,00 MT – 50,00 MT;
d) De mais de 1.000,00 MT acresce à taxa anterior a importância de 10,00 MT por
cada 500,00 MT ou fracção além daquela importância.
2) Pela interposição de qualquer recurso – 15,00 MT.
3) Por cada lauda, incluíndo a última, embora incompleta, de certidões extraídas de
processos penais – 0,50 MT.

Artigo 154°67
(Imposto devido em processo de caução)
A cada imposto de justiça acrescem somente as verbas seguintes:

I
1) Em tribunais de 2ª instância – 2,50 MT.
2) Em tribunais de 1ª instância:
a) Em processos de querela ou de classificação de falência – 5,00 MT;
b) Em processo de polícia correccional – 3,00 MT;
71
c) Em processo por crimes cometidos congtra a segurança do Estado ou contra a
economia nacional e a saúde pública, independentemente da sua espécie –
10,00 MT;
d) Em quaisquer outros processos – 2,50 MT.

A importância a que se refere o n° 2 será reduzida a metade no caso de as multas por


transgressões serem pagas voluntariamente.

II - A importância referida no artigo 157° é a de 5,00 MT pela captura a favor do captor,


sempre que o imposto seja pago depois de preso o responsável.

Artigo 155°
(Emolumentos, indemnizações e procuradoria)
Os emolumentos e indemnizações referidos no artigo 157° do Código de Processo Penal e
a procuradoria, quando haja parte acusadora, serão regulados pelo disposto na parte
cível deste Código.

67 Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


§ 1°: As remunerações estabelecidas nos n° 2) e 3) do artigo 51° serão, porém,
reduzidas a metade, salvo se o juíz determinar o contrário, atenta a complexidade do
exame.

§ 2°: A procuradoria será arbitrada dentro dos limites estabelecidos nas alíneas a), b) e
c) do artigo 64°, conforme se trate de processos de polícia correccional correspondentes
ao artigo 65° do Código de Processo Penal, de idêntica natureza correspondentes ao
artigo 64° do mesmo diploma, ou de querela.

Artigo 156°68
(Abono aos oficiais de diligências por condução de presos)
Aos oficiais de diligências será abonada, além das despesas de transporte, a ajuda de
custo diária que competir aos funcionários da sua categoria, de acordo com o estipulado
na legislação vigente, pela condução de preso ou presos, de uma para outra província.
Na condução de presos por virtude de prisões efectuadas dentro da área da província, os
oficiais de diligência receberão uma ajuda de custo de 0,20 MT por cada quilómetro.

Artigo 157°
72
(Despesas abonadas pela Fazenda Nacional)
Quando as despesas de transporte e ajudas de custo a que se refere o artigo anterior, e
bem assim as despesas de transporte dos próprios presos, forem abonadas pela Direcção
dos Serviços da Fazenda e posteriormente for pago o respectivo imposto de justiça,
acrescerão a este as verbas abonadas que, para esse efeito, ficarão constando do
processo.
Artigo 158°
(Imposto do selo e caminhos)
No imposto de justiça não fica compreendido o imposto do selo respeitante ao processo
e seus incidentes e os caminhos a que se refere o artigo 53° deste Código.

Artigo 159°69
(Venda de objectos apreendidos em processos criminais)

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


68

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


69
Pelos serviços de venda dos objectos apreendidos em processos criminais cobrar-se-á 10
por cento das quantias arrecadadas, sendo 35 por cento para o Estado e 65 por cento
para o Cofre dos Tribunais.

CAPÍTULO IV
Da liquidação

Artigo 160°70
(Liquidação do imposto de justiça e encargos)
A liquidação do imposto de justiça e encargos será feita pelo contador no prazo de
quarenta e oito horas.
1. O custo do papel de quaisquer actos será liquidado a favor do Cofre do próprio
tribunal, salvo se houver de se remeter para o tribunal que remeteu quaisquer
outras importâncias.
73
2. O imposto de justiça contado nos respectivos processos terá o seguinte destino:
a) Na 2ª instância:
Participação emolumentar …………………………………………….. 65%
b) Na 1ª instância:
Participação emolumentar …………………………………………….. 80%

3. Na participação emolumentar mencionada no número anterior, serão retirados 3%


para os oficiais de justiça do Tribunal Supremo, 2% para os oficiais de justiça do
Tribunal Superior de Recurso respectivo e 1% para os juízes eleitos.

4. O remanescente do imposto será repartido de acordo com a regra fixada para a


jurisdição cível.
Artigo 161°
(Prazos para o pagamento do imposto)

Redacção introduzida pelo Decreto n° 67/2014, de 29 de Outubro.


70
No caso de condenação em imposto, o pagamento deverá ser feito nos prazos
estabelecidos nos artigos 642° e 638° do Código de Processo Penal, mesmo nos tribunais
superiores.

§ único: Não havendo condenação, o prazo de pagamento será, salvo disposição


especial, de cinco dias após o requerimento ou acto por que o imposto é devido, e, se
não for pago nesse prazo, considerar-se-á sem efeito o requerimento, não havendo lugar
a execução ou conversão.

ANOTAÇÃO: Com a revisão pontual ao CPP, operada através do Decreto-Lei n° 185/72,


de 31 de Maio (tornado extensivo a Moçambique através da Portaria …..), a matéria
referente ao pagamento da multa, do imposto de justiça, das custas e das
indemnizações, está, agora, regulado nosartigos 638° a 644° do mesmo diploma.

Artigo 162°
(Inerência dos acréscimos ao imposto de justiça)
O imposto não poderá ser pago sem que se paguem conjuntamente os acréscimos a que 74
se refere o artigo 154°, mas é independente do pagamento das custas.

Artigo 163°
(Pagamento coercivo das importâncias em dívida pelo réu)
Se o imposto, acréscimo e custas, ou só estas, não forem pagos no prazo legal, o
escrivão informará no processo, no prazo de dez dias, se o devedor possui bens que
possam ser executados ou se, não os tendo, poderá, apesasr disso, pagar o imposto em
dívida.
§ 1°: Se por esta informação, ou por qualquer outra forma, for conhecida a existência de
bens naquelas condições, ou se não for possível obter informações precisas, instaurar-se-
á execução nos termos do § 6° do artigo 640° do Código de Processo Penal *.
§ 2°: * Revogado.

§ 3°: * Revogado

ANOTAÇÃO: Os §§ 2° e 3° estão revogado, pois actualmente os artigo 642° do CPP, na


redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n° 185/72, de 31 de Maio, e 140 do CP
(aprovado pela Lei n° 35/2014, de 31 de Dezembro) já não prevêm a possibilidade de
converter em prisão a falta de pagamento do imposto de justiça.

Artigo 164°
(Pagamento coercivo das importâncias devidas em tribunal superior)
Quando o condenado em imposto nos tribunais superioresnão satisfizer a sua importância
no prazo legal, baixará o processo à 1ª instância para aí se observar o dispotso no artigo
anterior.

III – DOS PROCESSOS DAS TUTORIAS DA INFÂNCIA

Artigo 165°
(Isenção de preparos)
Nos processos cíveis e criminais da competência das tutorias de infância e tribunais de
menores não haverá preparos e as partes poderão requerer em papel comum, quando
juntem atestado de pobreza, mas haverá lugar ao pagamento de um imposto de justiça, 75
salvo se a parte vencida for pobre.
§ unico: Sendo menor a pessoa condenada, o pai ou tutor será responsável pela multa ou
imposto, que não poderão ser convertidos em prisão.

Artigo 166°71
(Limites do imposto de justiça)
O imposto não é acrescido de quaisquer adicionais, exceptuando os caminhos devidos a
oficiais de justiça nos termos do artigo 53°, e será fixado em quantia certa, que o
tribunal de 1ª instância ou o tribunal de recurso arbitrará a final entre 50,00MT e
2.500,00MT, tendo em atenção a situação económica da parte vencida, a importância da
causa e actividade despendida pelo tribunal.

Artigo 167°72
(Destino das importâncias provenientes do imposto)
1. As quantias provenientes do imposto terão o seguinte destino:

Redacção introduzida pelo Decreto n° 82/2009, de 29 de Dezembro.


71

Redacção introduzida pelo Decreto n° 67/2014, de 29 de Outubro.


72
a) Na 2ª instância:

Participação emolumentar …………………………………………….. 65 por cento

b) Na 1ª instância:

Participação emolumentar …………………………………………….. 80 por cento

2. Na participação emolumentar mencionada no número anterior, serão retirados 3


por cento para os oficiais de justiça do Tribunal Supremo, 2 por cento para os
oficiais de justiça do Tribunal Superior de Recurso respectivo e 1 por cento para
os juízes eleitos.
3. O remanescente do imposto será repartido de acordo com a regra fixada para a
jurisdição cível.

Artigo 168°
(Pagamento coercivo do imposto e das multas)
As multas ou impostos de justiça que não forem pagos voluntariamente serão cobrados
por meio de desconto dos vencimentos, ordenados ou salários dos devedores ou por meio
76
de execções da competência dos tribunais comuns, tendo por base uma certidão donde
conste a decisão respectiva e que o pagamento se não efectuou no prazo legal.

§ único: * Revogado.

ANOTAÇÃO:

*Vide anotação n°3 ao artigo 63°.

Artigo 169°
(Liquidação e pagamento de multas e de imposto)

À liquidação e pagamento das quantias referidas nos artigos anteriores serão aplicáveis
as disposições estabelecidas na parte cível ou criminal deste Código, conforme a
natureza do processo.
IV
CAPÍTULO ÚNICO

DO COFRE DOS TRIBUNAIS

Artigo 170°

(Importâncias que constituem receita do Cofre do Tribunal)

Constituem receita do Cofre do Tribunal da Relação a referida na alínea ...) do n° 3 do


artigo 46°;

Artigo 171°
(Despesas a cargo do Cofre dos Tribunais)

O Cofre dos Tribunais terá a seu cargo as seguintes despesas:

a) Nos tribunais superiores, sob a administração dos respectivos presidentes: compra


de livros e revistas de especialidade, mobiliário e material de conforto e de
77
higiene e sua conservação e artigos de expediente.
b) Nos tribunais de 1ª instância, sob administração do respectivo juiz:
1) expediente do tribunal, incluindo das procuradorias da república, compra de
livros, revistas e outras publicações de carácter jurídico;
2) pagamento de anúncios cuja publicação incumba a entidades isentas de custas
ou de preparos e das despesas, a cargo das mesmas entidades, a que der causa
qualquer acto do processo;
3) pagamento das despesas feitas pelos oficiais de diligências com a condução de
presos pobres;
4) quaisquer outras despesas de manifesta utilidade e especialmente destinadas
a dotar os tribunais, na medida do possível, de instalações adequadas ao
prestígio que devem manter e das condições de conforto necessárias ao bom
desempenho do serviço.
Artigo 172°
(Contagem de despesas)
As despesas referidas nos n° 2) e 3) da alínea b) do artigo anterior serão contadas a
favor da delegação do Cofre dos respectivos processos.
§ único: Se a parte vencida for isenta de custas, as despesas de deslocação do juiz serão
pagas pelo Cofre e as despesas provocadas por diligências requeridas ou sugeridas pela
parte vencedora serão pagas por esta.

Artigo 173°*
(Administração do Cofre)
* Revogado.

ANOTAÇÃO: Disposição revogada pelos artigos 3° e 5° do Regulamento do Cofre dos


Tribunais, aprovado pelo Decreto n° 6/98, 3 de Março.

Artigo 174°*
(Prestação trimestral de contas)
* Revogado.
ANOTAÇÃO: Disposição revogada pelos artigos 12° a 17° do Regulamento do Cofre dos
Tribunais, aprovado pelo Decreto n° 6/98, 3 de Março.
78
Artigo 175°
(Arrecadação e movimentação de receitas)
O serviço de arrecadação e movimentação das receitas do Cofre dos Tribunais é isento
de selos e é feito pelo secretário, distribuidor-geral, contador ou escrivão, que
receberão a percentagem de 10 por cento sobre a receita.

Artigo 176°
(Despesas de deslocação do pessoal judiciário e de outras pessoas)

As despesas de deslocação do pessoal judiciário e de outras pessoas que intervenham nos


processos e das indemnizações a testemunhas quando arbitradas em julgamento, serão
pagas no cartório logo que termine aquele acto e ainda que esteja fechado o
estabelecimento destinado a depósitos judiciais, ou no dia seguinte em face de uma
relação organizada no próprio acto e assinada pelo juiz, na qual serão passados os
recibos. Para esse efeito, o escrivão levantará por cheque, antes do julgamento, a
importância que for julgada suficiente e depositará, no prazo de quarenta e oito horas,
o excesso que for verificado e as importâncias que não forem reclamadas.

V
CAPÍTULO ÚNICO

DOS DEPÓSITOS E PAGAMENTOS

Artigo 177°

(Depósito de preparos, custas e outras quantias contadas)


Em todos os tribunais judiciais os preparos, custas e outras quantias contadas que devem
ser pagas com estas serão entregues por meio de guia directamente pelas partes no
estabelecimento destinado a depósitos judiciais, na sede dos tribunais à ordem do
presidente do tribunal ou do juiz respectivo.
O escrivão passará e entregará às partes, ou a quem as solicitar em seu nome, as guias 79
para depósito de preparos ou pagamento de custas e multas, lavrando-se termo no
processo.
§ 1°: Nos casos especiais em que a lei autoriza o interessado a solicitar guias para
qualquer depósito ou pagamento, serão elas imediatamente passadas.
§ 2°: Qunado seja urgente a prática de acto que dependa de depósito de preparos,
custas ou imposto de justiça e esteja fechado o estabelecimento destinado a esse fim,
as guias para depósito serão passadas no dia seguinte, ficando a importância em poder
do escrivão, que disso lavrará termo no processo para por ele ser depositada dentro de
vinte e quatro horas.
§ 3°: Quem receber, nos termos do parágrafo anterior, quaisquer importâncias é
considerado para todos os efeitos depositário judicial delas.

Artigo 178°
(Abertura de depósitos)
Para efeito do disposto no artigo anterior, os presidentes ou juízes abrirão tantos
depósitos quantos os cartórios ou secretarias que compõem os tribunais.
§ 1°: Os depósitos serão abertos quando pela primeira vez tiver de ser depositada em
relação a cada cartório ou secretaria qualquer importância, preenchendo o escrivão
respectivo, para esse efeito, o competente boletim de identidade adoptado no
estabelecimento que for competente e a guia do depósito.
§ 2°: O boletim de identidade deve ser assinado pelo respectivo presidente ou juiz e
escrivão e autenticado com o selo branco do tribunal ou juízo, declarando-se nele que o
depósito provém do preparo e custas judiciais e fica conjuntamente à sua ordem.
§ 3°: Quando um novo presidente, um novo juiz ou um novo escrivão entrarem em
exercício, será por eles enviado ao estabelecimento competente um novo boletim de
identidade, sem prejuízo da designação do depósito em relação à sua ordem.
§ 4°: As guias de depósito serão fornecidas pelo estabelecimento destinado a esse fim,
suas filiais ou delegações, e preenchidas pelo escrivão a cujo ofício o processo respeitar,
indicando-se nelas o nome da parte que entrega a importância a depositar e o número,
livro e folhas do depósito.
§ 5°: As guias de depósito, depois de preenchidas, serão entregues à parte pelo escrivão
do processo, sendo absolutamente proibido a este receber daquela a quantia a
80
depositar, salvo no caso previsto no parágrafo seguinte.
§ 6°: Nas almoedas e quando seja urgente o depósito do preparo ou de custas e esteja
encerrado o estabelecimento destinado a esse fim, ficaráa a importância em poder do
escrivão, que disso lavrará termo no processo, para por ele ser depositado no primeiro
dia útil imediato, segundo o disposto neste artigo.
§ 7°: O talão da guia de depósito, depois de passado o recibo pelo respectivo tesoureiro,
será restituído ao depositante para ser junto ao processo a que respeitar o
depósito,como documento comprovativo da importância devida.

Artigo 179°
(Levantamento de quantias depositadas)
Os levantamentos das quantias depositadas só poderão ser feitos por meio de cheques
assinados pelo presidente e secretário ou juuiz e escrivão competente e autenticados
com o selo branco do tribunal.
§ único: As cadernetas de cheques serão requisitadas ao estabelecimento competente,
suas filiais ou delegações, pelo presidente ou juiz e pagas pelo Cofre dos Tribunais,
preenchendo-se a requisição adoptada para esse efeito pelo mesmo estabelecimento.

Artigo 180°
(Prazo para pagamento das importâncias ao Estado)
As importâncias devidas ao Estado e o imposto de selo respeitante à parte do imposto de
justiça, às percentagens e à comissão sobre as receitas do Cofre dos Tribunais serão
pagos até ao dia 5 de cada mês e as relativas às remunerações pelo averbamento de
escrituras e testamentos sê-lo-ão até ao dia 13 do mês seguinte àquele em que forem
recebidas, por meiio de guias, cujos duplicados ficarão arquivados.

Artigo 181°
(Restituição do que houver a mais a favor da parte)
Se da conta se verificar que os preparos depositados excedem as importâncias a pagara
ao tribunal, o secretário ou o escrivão passará cheque para a restituição do que houver a
mais a favor da parte, entregando-lhe conjuntamente com as guias para pagamento ao
81
Estado. A entrega das guias e do cheque de restituição constará do termo respectivo.

Artigo 182°
(Prazo de pagamento e depósito das quantias indicadas nas guias)
O pagamento e depósito das importâncias mencionadas nas guias têm de ser feitos no
prazo de cinco dias após o seu recebimento da mão do secretário ou do escrivão, e o
duplicado da guia e talão do depósito com o recibo têm de ser entregues na respectiva
secretaria ou cartório dentro de quarenta e oito horas após o pagamento.
§ único: Se decorridos os prazos fixados no corpo do artigo não houverem sido entregues
no cartório o duplicado e o talão com o recibo, o escrivão fará os autos imediatamente
com vista ao Ministério Público para este promover a execução, sendo pelo dobro da
quantia que deixou de mostrar-se paga ao Estado.

Artigo 183°
(Junção das guias ao processo)
Logo que lhe sejam entregues o duplicado e o talão com o recibo, o secretário ou o
escrivão junta-los-ão ao processo e continuará dando cumprimento às obrigações que
são impostas quanto ao levantamento do que estiver contado.

Artigo 184°
(Passagem de precatório)
Quando a importância das custas houver de ser levantada de qualquer outro
estabelecimento, o juiz mandará passar precatório ou mandado da importância em
dívida, incluindo as custas do incidente do levantamento, a favor do secretário ou do
escrivão, que efectuará lo pagamento do que for devido ao Estado e depositará dentro
de vinte e quatro horas no estabelecimento destinado a esse fim a parte devida em
juízo.
Artigo 185°
(Importâncias devidas a outro tribunal)
As importâncias pertencentes a outra comarca ou tribunal e, bem assim, os
emolumentos pertencentes a pessoas que intervierem acidentalmente no processo e 82
declararem querer recebê-los em outra comarca serão para essa transferidos no prazo
de cinco dias, a favor do escrivão, por meio de cheque gratuito, o qual será enviado ao
respectivo agente do Ministério Público com uma nota elucidativa. O talão da requisição
do cheque será arquivado com a restante documentação.
§ 1°: As despesas de transferências serão calculadas por ocasião da conta e entrarão em
regras de custas.
§ 2°: Quando a conta tenha sido feita ou alterada no juízo remetente, o escrivão enviará
com o cheque de transferência uma cópia da conta ou da parte desta respeitante a
outra comarca.
§ 3°: Para levantamento das quantias transferidas de outra comarca, que hajam de ser
pagas a uma só pessoa, será passado cheque nominativo, que lhe será entregue nos
termos do artigo 188°.

Artigo 186°
(Importâncias devidas à Imprensa Nacional)
As importâncias devidas à Imprensa Nacional, por anúncios publicados no Boletim da
República, serão pagas por meio de cheque a favor do respectivo director, pagável na
sede, sem qualquer desconto de prémio ou transferência. O cheque será entregue ao
agente do Ministério Público junto do respectivo tribunal onde as custas foram pagas, o
qual o enviará oficialmente ao director da Imprensa Nacional com indicação do processo
a que respeita.
Artigo 187°
(Livro de mesena)
Logo que seja junto ao processo um talão com o recibo do estabelecimento competente,
o secretário ou o escrivão lançará em livro especial a natureza e o número do processo e
o número da conta, e nas respectivas colunas o contado a todas as pessoas ou entidades.
§ 1°: Nos dias 1 a 16 de cada mês, ou no imediato, se algum daqueles for feriado, o
secretário ou escrivão somará em cada coluna os lançamentos relativos a cada
funcionário, passando pela soma os respectivos cheques nominativos, escrevendo os
números de cada cheque por baixo da soma respectiva e continuando a passar-se
cheques por cada conta às pessoas que não façam parte do pessoal do juízo ou tribunal. 83
§ 2°: As quantias que tenham de ser pagas ao Estado ou levantadas por transferência
serão incluidas num cheque único nominativo a favor do escrivão que deva efectuar o
pagamento.
Artigo 188°
(Verificação e rubrica do livro de mesena)
O juiz, verificando que estão feitos os respectivos lançamentos e certas as
importânncias dos cheques, assinará estes, pondo-lhes o selo do tribunal e rubricando no
livro a sua nota de verificação.
Artigo 189°
(Prazo para entrega dos cheques da mesena)
O secretárui ou escrivão, no prazo de três dias a contar da assinatura dos cheques,
entrega-lo-á aos interessados, cobrando deles recibo no livro a que se refere o artigo
187°.
§ unico: Se o secretário ou escrivão não puder satisfazer ao preceituado neste artigo,
porque os interessados não estejam na sede do tribunal ou não se apresentem para
receber os cheques no prazo de quinze dias, a contar da verificação, darão entrada no
Cofre dos Tribunais, confiado ao distribuidor, acompanhados de uma relação para ficar
em poder deste funcionário, que passará os competentes recibos com a declaração de
“em depósito” e o número de ordem que porá na relação.

Artigo 190°
(Fiscalização da conta)

Findos todos os pagamentos, o secretário ou o escrivão, dentro de quarenta e oito horas,


continuarão o processo com vista ao Ministério Público para promover o que tiver por
conveniente ou lançar a declaração de estartem cumpridos os preceitos legasi quanto à
conta, actos posteriores a ela e respectivos pagamentos.

Artigo 191°
(Quantias pertencentes ao Cofre dos Tribunais)

Todas as quantias pertencentes ao Cofre dos Tribunais serão depositadas pelos


secretários ou distribuidores no estabelecimento destinado a esse fim ou suas
delegações, à ordem do presidente ou juiz do respectivo tribunal, indicando-se no
boletim de identidade que o depósito é feito em nome do Cofre dos Tribunais 84
Artigo 192°
(Cheques prescritos)

No fim de cada mês o distribuidor afixará a porta do tribunal uma relação das pessoas
que tenham ainda a receber algum cheque e entregará nos dias de distribuição esses
cheques aos interessados que, por si ou por meio de procurador bastante, se apresentem
a recebê-los.

Nessa relação indicará quais os interessados, qual a quantia que cada um tem a rceber,
declarará que é nos dias de distribuição que poderão ser entregues os cheques e
somente no prazo de três meses, a contar da afixação.

§ 1°: Passados esses três meses, a importância dos cheques não entregues prescreverá
ipso facto a favor do Cofre dos Tribunais.
§ 2°: Os cheques prescritos serão inutilizados pelo presidente ou juiz e substituídos por
outros a favor do distribuidor, que depositará a sua importância no estabelecimento
destinado a esse fim em conta corrente do depósito do Cofre dos Tribunais.

§ 3°: No caso de falecimento da pessoa a quem pertença qualquer cheque depositado, a


prescrição só tem lugar se os seus herdeiros ou sucessores, durante o referido prazo de
três meses, não mostrarem estar procedendo a inventário ou à respectiva habilitação.

§ 4°: Havendo inventario ou habilitação, o prazo de três meses para a prescrição só


começa a correr do trânsito em julgado da respectiva sentença, se antes estiver
concluído o processo da liquidação da contribuiçao de registo, ou da terminação deste,
se for posterior àquele.

Artigo 193°
(Rateio nas execuções por custas)

Quando as execuções por custas não se ultimarem dentro do prazo de seis meses a
contar da data da conta e houver preparo feito, fica o escrivão obrigado a remeter o 85
processo ao contador para proceder à distribuição e rateio do que estiver recebido,
observando em seguida o que fica disposto no artigo 187°.

Artigo 194°
(Controlo das contas)

Na primeira distribuição de cada trimestre serão, pelo juiz, tomadas as contas aos
distribuidores ou escrivães, relativamente ao trimestre findo, com assistência do
Ministério Público e estando presentes os escrivães, os quais darão sobre o assunto os
esclarecimentos que lhes forem exigidos, lavrando-se termo, de que será enviada cópia
ao Conselho Administrativo do Cofre dos Tribunais, com os documentos referidos no §
único do artigo 174°.

Artigo 195°
(Juros de quantias depositadas)

O estabelecimento competente liquidará juros a favor dos respectivos tribunais das


quantias depositadas, à semelhança do que faz com os outros depositantes, para custear
as despesas com os livros, cadernetas e cheques, constituindo tais importâncias receita
do Cofre dos Tribunais.

Artigo 196°
(Responsabilidade pela não entrega de guias e pela falta de recibos)

Os secretários ou escrivães, desde que continuem os actos do processo ou dêem começo


às diligências para que seja preciso preparo prévio ou o pagamento de custas, sem que
do processo conste a entrega das respectivas guias e a ele esteja junto recibo do
estabelecimento competente, ficam responsáveis pelas importâncias do preparo ou pela
importância total da diligência.

Artigo 197°
(Depositários judiciais das quantias recebidas)

Os secretários e os escrivães são considerados, para todos os efeitos, depositários


judiciais das quantias que recebem, quer nos termos deste Cídigo, quer por cheque para
o pagamento ou transferência, enquanto não existir no processo a prova de depósito, 86
pagamento ou transferência e a declaração que os exima desta responsabilidade.

Artigo 198°
(Livro de contas correntes com o banco)

No princípio de cada mês serão as cadernetas dos depósitos remetidas ao


estabelecimento destinado a tal fim.

§ único: Recebidas as cadernetas serão os lançamentos destas conferidos com aqueles


que o escrivão respectivo é obrigado a lançar em livro especial.
Este livro de contas correntes com oestabelecimento destinado a tal fim/banco terá
termo de abertura e encerramento, será rubricado pelo presidente do tribunal ou juiz
em todas as suas folhas e obedecerá ao modelo a que se refere o artigo 27° do Decreto
n° 22 265.
No fim de cada mês o escrivão ou secretário somará as colunas do deve e haver,
apurando o saldo que transita para o mês seguinte.
Os lançamentos das guias devem ser feitos logo após o seu recebimento na secretaria ou
cartório, não podendo, em momento algum, existir espaços ou linhas em branco
anteriores ao último lançamento.

Artigo 199°
(Conferência dos livros pelo Ministério Público)

O agente do Ministério Público conferirá, pelo menos quinzenalmente, os lançamentos


nos livros dos escrivães, apondo-lhes o seu visto.

Artigo 200°
(Livro de controlo das contas)

À medida que for verificando as contas, nos termos do artigo 84°, § 1°, o agente do
Ministério Público lançará em livro próprio o número da conta, o número do processo e a
data da verificação.

Instaurada a execução ou recebido o processo para o visto do artigo 199°, aquele 87


magistrado anotará no livro a data correspondente.

VI
DISPOSIÇÕES DIVERSAS

Artigo 201°73
(Caução a prestar por administradores de falência)

Os administradores de falências deverão prestar caução de 1.000,00 MT a 10.000,00 MT


antes de tomarem posse ou de entrarem em exercício de funções, quando o juiz assim o
entender.

Artigo 202°
(Obrigações dos secretários de finanças em matéria sucessória)

Redacção introduzida pelo Decreto n° 14/96, de 21 de Maio.


73
Os secretários de Fazenda são obrigados, sob pena de responsabilidade disciplinar, a
enviar, até ao dia 15 de cada mês, ao agente do Ministério Público do respectivo tribunal
judicial de província:

1) Uma relação donde constem os nomes dos autores das heranças e dos herdeiros
ou responsáveis pelo pagamento das transmissões liquidadas no mês anterior;
2) Uma relação dos processos de liquidação de imposto sucessório instaurados no
mês anterior, com a indicação do nome do autor da herança, data e local do
óbito, nomes, idades e moradas das pessoas que lhe sucederem.

ANOTAÇO: A redacção original deste artigo era: “Os secretários de Fazenda, são
obrigados, sob pena de responsabilidade disciplinar, a enviar, até ao dia 15 de cada
mês, ao agente do Ministério Público da respectivacomarca ou 1ª vara quando houver
mais do que uma:...”. Ora, à luz da organização judiciária hoje vigente, comarca ou 1ª
vara equivalem/correspondem aotribunal judicial de província.

Artigo 203° 88
(Casos em que não se publicarão anúncios por conta do Cofre)

Não se publicarão anúncios por conta do Cofre dos Tribunais nas execuções por custas e
em todos os casos de diminuta importância em que o juiz os considere dispensáveis.

Artigo 204°
(A que processos é aplicável o Código)

As disposições deste Código aplicam-se apenas aos processos instaurados após a sua
entrada em vigor.

Artigo 205°*
(Limites das remunerações dos oficiais de justiça)

Para efeitos de limite de remunerações serão consideradas em relação aos oficiais de


justiça as seguintes categorias:

1) Secretários dos tribunais superiores ....................................... D


2) Distribuidores-gerais, escrivães de Direito e contadores ............... E
3) Ajudantes de distribuidor-geral, ajudantes de escrivão de Direito,
ajudantes de contador e oficiais de diligências .......................... I

§ 1°: Em relação aos oficiais de diligências, as importâncias recebidas por caminhos não
entram no cômputo do limite referido nomcorpo do artigo.

§ 2°: O limite referido no corpo do artigo é considerado em função do vencimento anual,


no qual fica incluído o correspondente subsídio de renda de casa.

ANOTAÇÃO:

* Revogado.
ANOTAÇÃO: Disposição revogada, porquanto as categorias profissionais nela elencadas já não
correspondem às actualmente existentes – vide Diploma Ministerial n° 32/89, de ....... (aprova
.................).
Artigo 206°
(Fecho das contas correntes)
Logo que entre em vigor este Código, apurar-se-ão por cada cartório os saldos dos livros
89
de contas correntes com a Caixa Económica Postal.

§ 1°: Nas comarcas onde se verificar exitirem em depósito na Caixa Económica quantias
superiores ao total daquele saldo será o excesso escriturado em livro especial e
procurar-se-á determinar a sua proveniência.

§ 2°: As quantias cuja proveniência se não puder determinar dentro de dois anos serão
consideradas prescritas a favor do Cofre do Tribunal.

§ 3°: É tornado extensivo aos tribunais comuns o disposto no segundo período do artigo
253° do Código das Execuções Fiscais, aprovado pelo Decreto n° 38 088, de 12 de
Dezembro de 1950, elevando-se, porém, o prazo para um ano.
As importâncias arrecadadas ao abrigo desta disposição ficam cativas à ordem do
Governo da Província, para serem utilizadas exclusivamente nas obras e construção de
edifícios destinadosàs instalações dos tribunais e casas de habitação para os
magistrados.
Do seu montante o administrador do Cofre dará anualmente conhecimento ao
presidente da Relação e ao Governador da Província.
Esta disposição aplica-se aos depósitos efectuados até a data da publicação do presente
Código.

ANOTAÇÃO: artigo com interesse meramente histórico, daí o termos transcrito na


íntegra.
Artigo 207°
(Transitório)
A escrituração dos encargos judiciais resultantes da aplicação deste Código continuará a
fazer-se, com as necessárias adaptações, nos livros de modelos actualmente em vigor,
até que sejam criados, por portaria ministerial, novos modelos.

ANOTAÇÃO: artigo com interesse meramente histórico, daí o termos transcrito na


íntegra.
---- *** ----
90

Você também pode gostar