Tema 01 - Processo Civil - Teoria Geral Do Processo
Tema 01 - Processo Civil - Teoria Geral Do Processo
Tema 01 - Processo Civil - Teoria Geral Do Processo
Módulo:
Processo Civil I - Teoria Geral do Processo
1 GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios, LENZA, Pedro (coord.). Direito Processual Civil –
coleção esquematizado. 13ª edição. São Paulo: SaraivaJur, 2022, p. 232.
2 DINAMARCA, Cândido Rangel; LOPES, Bruno Vasconcelos Carrilho. Teoria Geral do Novo
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A jurisdição costuma ser conceituada com a tríplice qualificação como
poder, como função e como atividade, mas essa assertiva merece
uma retificação. Ela não é propriamente um poder, mas uma
expressão do poder estatal, o qual é uno e não comporta qualquer
ramificação em uma pluralidade de poderes diversificados - o Estado
não tem mais de uma capacidade de decidir imperativamente e impor
decisões. Essa capacidade é uma só, e o que diferencia seu exercício
em variados setores da atuação do Estado é a função exercida em
cada um deles. A função exercida na atividade legislativa é a de
instituir normas de caráter geral e abstrato destinadas a reger no futuro
a vida dos integrantes da sociedade (legislação). A função exercida na
atividade administrativa é a de promover o bem comum mediante a
oferta de serviços e segurança à população (administração). E a
função exercida na atividade jurisdicional consiste na busca da
pacificação de sujeitos ou grupos em conflito. É mais correto, portanto,
qualificar a jurisdição como uma expressão do poder estatal, exercida
com a função de pacificar e mediante as atividades disciplinadas pela
Constituição e pela lei.
Com essas características a jurisdição estatal situa-se, juntamente
com a legislação, entre as atividades jurídicas do Estado. É uma
atividade ligada essencialmente à atuação jurídica, enquanto a
legislação se destina à produção jurídica. A jurisdição identifica-se
pela presença de dois elementos essenciais, quais sejam: o caráter
substitutivo e os escopos a realizar. (destaques originais). (LOPES,
2016)
3MONTENEGRO FILHO, Misael. Direito Processual Civil. 13ª edição. São Paulo: Atlas, 2018,
p. 93.
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O processo é o caminho, ou seja, é o conjunto sucessivo de atos que se inicia
com a petição inicial e se extingue com uma sentença, por meio do qual se exerce a
Jurisdição.
Marcus Vinicius Rios Gonçalves4 ao conceituar ação e processo, comenta:
(...) é a mais peculiar delas. Pode ser mais bem compreendida com a
Coercitiva, adjetivo, lembrança de que as soluções de conflitos de interesses eram,
Que impõe pena; que, com
a interferência de uma
originariamente, dadas pelas próprias partes envolvidas. Desde que o
autoridade ou do próprio
Estado, age para que uma
Estado assumiu para si a incumbência de, por meio da jurisdição,
pena seja cumprida, ainda
que contra a vontade de
aplicar a lei para solucionar os conflitos em caráter coercitivo, pode-se
quem a recebe: prisão dizer que ele substituiu as partes na resolução dos litígios para
coercitiva.
corresponder à exigência da imparcialidade. É a substituição das
partes pelo Estado-juiz que permite uma solução imparcial, muito mais
adequada para a pacificação social. (GONÇALVES, 2022).
4 GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios, LENZA, Pedro (coord.). Direito Processual Civil –
coleção esquematizado. 13ª edição. São Paulo: SaraivaJur, 2022, p. 232.
5 Idem, p. 238.
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Imparcialidade, aquele que é estranho ao conflito não pode ter interesse no
resultado do processo. O juiz deve ser imparcial. O judiciário ao analisar a causa não
pode ter uma pretensão anterior.
Inércia, segundo Marcus Vinicius Rios Gonçalves6:
O Estado não pode dar início ao processo, por regra, comportando algumas
exceções específicas.
Unicidade, temos que a jurisdição é una, mas o seu poder pode ser dividido,
denominando-se competência (justiça do trabalho, por exemplo).
A Lei Orgânica da Magistratura Nacional – Lei Complementar nº 35/1979,
embora seja uma lei federal se aplica aos juízes estaduais exatamente pela unicidade,
já que a jurisdição é uma, tanto é assim, que em seu artigo 1º elenca quais são os
órgãos que compõem o poder judiciário.
Não é só o Poder Judiciário que exerce a jurisdição, ou seja, não é um
monopólio do Poder Judiciário. O Poder Legislativo também exerce a jurisdição. Da
mesma forma o Juiz Arbitral, exerce a jurisdição, visto que a arbitragem é um
mecanismo existente.
Tanto é assim, que a sentença arbitral é equiparada a uma sentença judicial
por força do artigo 515, inciso nº VII do Código de Processo Civil.
Pela Lei de Arbitragem – Lei nº 9.307/1996 temos que o árbitro é equiparado
a funcionário público quando no exercício de suas funções ou em razão dela (artigo
17) e sentença arbitral não está sujeita a homologação pelo Poder Judiciário (artigo
18), confirmando assim a unicidade da jurisdição.
A doutrina classifica o direito de ação como um direito público (qualquer
cidadão pode ajuizar uma ação), subjetivo (é uma faculdade exercer o direito de ação)
e abstrato (não se vincula ao direito material).
6 Idem, p. 239.
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O direito de ação está previsto no artigo 5º, inciso nº XXXV da Constituição
Federal.
Sobre o direito de ação, Marcus Vinicius Rios Gonçalves7, aponta:
3.2. Natureza
O que identifica uma ação não é o seu nome, mas sim os seus elementos
(partes; causa de pedir, são os fundamentos de fato e de direito; e pedido, é o que
efetivamente se busca).
7
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios, LENZA, Pedro (coord.). Direito Processual Civil –
coleção esquematizado. 13ª edição. São Paulo: SaraivaJur, 2022, p. 326.
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Condições da ação não é a mesma coisa que elementos da ação. As
condições da ação são: legitimidade de parte e interesse de agir e dentro do interesse
encontramos a possibilidade jurídica do pedido.
Sobre as condições da ação, vejamos os comentários de Marcus Vinicius Rios
Gonçalves8:
Resumindo, pela legitimidade, só pode ajuizar uma ação para debater direitos
que são seus (do autor). Já o interesse de agir temos a necessidade, adequação
(ajuizar a ação correta) e a possibilidade jurídica do pedido.
8 Idem, p. 335.
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Leitura Complementar
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Parte e interesse jurídico: dos processos despolarizados à interpretação
do STJ:
<https://www.migalhas.com.br/depeso/364495/parte-e-interesse-juridico-dos-
processos-a-interpretacao-do-stj >
Legislação
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VII - Tribunais e Juízes Estaduais;
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo
com os artigos previstos neste Título:
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X - (VETADO).
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para
o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica
sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário.
Constituição Federal:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...)
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Bibliografia
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