TGP - Aula 5 - Jurisdiã Ã o

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Teoria Geral do Processo

Professora Rafaela Mota


Jurisdição
• A palavra jurisdição vem do
latim ius (direito) e dicere (dizer),
querendo significar a “dicção do
direito”, correspondendo à
função jurisdicional, que, como
as demais, emana do Estado.
• Atualmente, além do Estado-
Juiz, apenas pessoas ou
instituições autorizadas pelo
Estado podem fazer justiça,
como acontece com os árbitros,
cuja atividade é toda regulada
por lei (Lei n. 9.307/96, alterada
pela Lei n. 13.129/15)
Conceito

A jurisdição é uma função do Estado, pela qual este atua na


composição do conflitos de interesses, com o fim de resguardar
a paz social e o império do direito. No exercício desta função, o
juiz não atua espontaneamente, devendo, para tanto, ser
provocado por quem tenha interesse envolvendo a lide.
Os “equivalentes jurisdicionais” são
meios pelos quais se pode atingir a
composição da lide por obra dos
próprios litigantes, como a transação
Equivalentes jurisdicionais
(acordo bilateral que evita ou termina
demandas), ou com o auxílio de um
particular, desprovido de poder
jurisdicional, como na mediação.
• A jurisdição não se confunde
com a função legislativa do
Estado. Esta é feita por meio do
Poder Legislativo, de criar leis. A
jurisdição pressupõe que exista
lei tutelando o caso concreto em
exame pelo Poder Judiciário.
• Distingue-se a atividade
jurisdicional do ato
administrativo. A atividade
jurisdicional depende de
provocação da parte
interessada. A atividade
administrativa pode ser feita de
ofício.
Funções:

Uma das funções do Estado é prestar jurisdição. O Estado substitui os


litigantes e estabelece a solução para o caso concreto. A jurisdição é uma
função do Estado decorrente da sua soberania. Não se pode conceber a
existência de um juiz sem jurisdição.
Elementos – a doutrina clássica aponta 5 elementos na jurisdição.

Notio – é a faculdade de conhecer certa causa ou a faculdade de ser investido da condição


de decidir a lide, ordenando os atos respectivos.

Vocatio – é a possibilidade de fazer comparecer em juízo todas as pessoas que sejam uteis
à justiça e ao conhecimento da verdade.

Coertio – é o direito de fazer respeitar e de reprimir as ofensas feitas ao juiz no exercício de


suas funções.

Iudicium – é o direito de julgar e de proferir a sentença

Executio – é o direito exercido em nome do poder soberano para tornar obrigatória e coativa
a obediência da decisão.
Características

Poder: envolve o poder do Estado de prestá-la, de decidir o caso concreto


submetido à sua apreciação, de impor a solução do conflito.

Função: é função do Estado resolver os conflitos entre as partes, por meio


do processo. As partes não poderiam uma impor à outra a solução do
conflito, mediante um juízo de mão própria ou por meio de autotutela. O
Estado presta a jurisdição no processo. A jurisdição implica a afirmação da
vontade da Lei.

Atividade: por meio do complexo de atos do processo, o Estado resolve o


conflito entre as partes, de acordo com o devido processo legal.
• A jurisdição tem um caráter
substitutivo, pois substitui a
vontade das partes. A atividade
privada é substituída pela
atividade pública.
• A jurisdição é una, em todo o
território nacional. Há portanto,
unidade de jurisdição do Poder
Judiciário Brasileiro. Não se pode
falar em várias jurisdições, mas
numa única e indivisível,
decorrente da soberania do
Estado Brasileiro.
• A imperatividade da jurisdição ocorre pelo fato
de que a decisão do juiz é imposta coercitivamente
às partes, como forma de pacificar a lide. O Estado
imporá o resultado aos litigantes. Se a decisão não
for cumprida espontaneamente por uma das partes
de pagamento de valor, o juiz determina a penhora
de um bem para garantir a dívida. Os litigantes
devem se sujeitar ao que foi decidido. O art. 523 do
CPC mostra que o devedor é intimado a pagar o
débito em 15 dias, sob pena de acréscimo de 10%.
• A imutabilidade é o fato que a sentença
proferida pelo juiz transita em julgado e, portanto,
não pode ser mudada. A sentença, a vontade do
Estado, não poderá mais ser discutida. O interesse
do Estado prevalece sobre a vontade das partes.
Isso mostra a tentativa de pacificação social da
lide.
A doutrina mais moderna apresenta três poderes, chamados poderes
jurisdicionais:

Poder de decisão: o juiz profere a sentença, de acordo com a vontade da lei, com
efeito de coisa julgada. O juiz tem a última palavra sobre o que é e o que não é o
Direito.

Poder de coerção: o juiz determina qualquer ato útil ao desenvolvimento do


processo, como a citação, se o destinatário se recusa a recebê-la, e também a
execução. O juiz pode requisitar força policial para cumprimento de sua decisão.

Poder de documentação: é a necessidade de documentar os atos processuais


perante os órgãos judiciais, como a ata da audiência, certidões de notificações, de
citações, etc.
Classificação – mapa mental

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