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Exploração Infantil - Escravidão Antiga e Moderna

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Escola: Susie Regis

Professor: Cláudio Costa

Aluno: Dheyvison Raylan candido Macêdo

Sala: 9°A

Data:21/06/2021

Trabalho de EDHC

Exploração infantil
 O trabalho infantil, isto é, o desempenho de atividades de qualquer
natureza por crianças e adolescentes que não tenha fins educativos,
foi uma prática muito comum em diversas civilizações ao longo do
desenvolvimento da humanidade. Embora atualmente seja uma prática
condenada na maioria dos países, ainda faz parte do cotidiano de
milhões de crianças no mundo inteiro.

♦ Aspectos históricos do Trabalho Infantil

• Até a Idade Média, o trabalho infantil, com exceção do trabalho escravo, estava
vinculado ao complemento da mão de obra para o sustento familiar, sendo pouco
comum o desenvolvimento do trabalho infantil para benefício de terceiros (quando a
criança não desfruta do lucro de seu trabalho). No período feudal, as crianças passaram
a trabalhar nos feudos, para os senhores feudais, e com os mestres artesãos nas
Companhias de Ofício, sendo muito comum, durante esse período, o trabalho infantil em
troca do aprendizado de um novo ofício, comida ou moradia.

• A exploração do trabalho infantil atingiu seu auge durante a Revolução Industrial. Nas
primeiras indústrias implantadas na Inglaterra, França, Alemanha e demais países da
Europa, era comum a exploração da mão de obra infantil em razão de seu menor custo
em comparação com a mão de obra masculina.

• Assim, crianças, a partir dos quatro anos de idade, eram submetidas a regimes de
trabalho de cerca de 14 horas diárias, em locais insalubres, sem controle de acidentes,
em troca de pouco mais do que alimentação e moradia. Em consequência dessa
exploração da mão de obra infantil no início da Revolução Industrial, muitas crianças
foram mutiladas ou perderam a vida em acidentes que aconteceram no interior de
fábricas. Além disso, era comum o abuso infantil dentro dessas fábricas. Erros,
brincadeiras ou até mesmo conversas durante o horário de trabalho recebiam punições,
na maioria das vezes, muito severas.

♦ O início das restrições ao trabalho infantil

• Para evitar que essas situações continuassem a acontecer, em 1802, a Inglaterra


implantou a primeira lei de controle do trabalho infantil nas indústrias do país. Com o
passar do tempo, outros países, como França e Alemanha, também passaram a
restringir o trabalho infantil. Entre as principais medidas implantadas, estavam a
proibição do trabalho infantil noturno, a redução da carga horária máxima e o fim dos
castigos físicos no ambiente fabril.

♦ Consequências do Trabalho Infantil

• O conceito de criança tal qual concebemos hoje, como um ser indefeso que precisa de
proteção, surgiu após esse período e foi um pressuposto para a constatação de que o
trabalho infantil compromete o desenvolvimento da criança e do adolescente. Essa
constatação deve-se ao fato de que crianças trabalhadoras são expostas a acidentes,
lesões e doenças, que, na maioria das vezes, podem ter efeitos permanentes e
irreversíveis em seu organismo, já que, como ainda não atingiram a maturidade
biológica, são menos resistentes. Além disso, o trabalho, muitas vezes, impossibilita o
convívio com outras crianças e o desenvolvimento de atividades próprias da idade,
como brincar e estudar, comprometendo, assim, o seu desenvolvimento social e
educacional. Diversas pesquisas mostram que uma das principais causas da evasão
escolar é o ingresso precoce da criança e do adolescente no mercado de trabalho, que,
sem qualificação profissional, acabam ingressando no mercado informal ou em serviços
pesados que não exigem qualificação. Ao permanecer no mercado de trabalho, poucas
crianças e adolescentes regressam para a escola, comprometendo também a sua
evolução profissional.

• O trabalho infantil afeta ainda o desenvolvimento emocional da criança, que, desde o


início da vida, precisa possuir maturidade para o trabalho. O trabalho infantil pode gerar
também dificuldades para estabelecer laços afetivos em crianças, jovens ou até mesmo
em adultos que ingressaram precocemente no mercado de trabalho em razão das
possíveis situações traumáticas a que estiveram expostas ou das consequências de
maus-tratos sofridos durante o desenvolvimento dessas atividades, visto que eles ainda
são muito comuns entre os “patrões” que infligem a lei e contratam crianças e
adolescentes.

• Em consequência dessas constatações, essa prática passou a ser condenada pela


maioria dos países, que passaram a combatê-la por meio da conscientização das

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pessoas e adoção de políticas e leis que punem empresas que contratam crianças para
exercer algum tipo de função empregatícia. Um dos principais órgãos que combatem o
trabalho infantil é a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que atua
internacionalmente na promoção de acordos multilaterais para a criação de legislações
internacionais contrárias a essa prática e na promoção de campanhas de
conscientização sobre as consequências do trabalho infantil para a criança e o
adolescente.

♦ Dados sobre o Trabalho Infantil

• As estratégias de combate ao trabalho infantil têm conseguido importantes vitórias nos


últimos anos. Segundo a OIT¹, em doze anos (de 2000 a 2012), houve uma redução de
cerca de 40% do total de meninas e 25% do total de meninos que exerciam algum tipo de
atividade remunerada, atingindo uma queda de 78 milhões de crianças trabalhadoras em
todo o mundo.

• Embora os resultados desse combate comecem a aparecer, a erradicação do trabalho


infantil ainda é uma conquista longe de ser comemorada. Ainda é muito comum a
ocorrência de crianças desenvolvendo serviços domésticos (arrumar casas, cuidar de
crianças, lavar e passar roupa etc.), agrícolas (nas pequenas propriedades agrícolas, as
crianças são contratadas para ajudar na produção agropecuária) ou nas ruas dos
grandes centros urbanos (vendendo balas, engraxando sapatos etc.). Estima-se1 que,
em 2012, cerca de 168 milhões de crianças trabalhavam em todo o mundo e metade
desse total desempenhava funções que colocavam a sua saúde, segurança e o seu
desenvolvimento em risco.

• Os índices de trabalho infantil são mais preocupantes em países subdesenvolvidos,


principalmente na África Subsaariana, em alguns países da Ásia e na América. Isso
ainda ocorre porque a principal causa para o trabalho infantil no mundo continua sendo
a miséria e a desigualdade social, aliadas a um sistema educacional precário, que não
permite o desenvolvimento social da população de baixa renda. Sem condições para
garantir o sustento familiar, os adultos responsáveis pela criança acabam utilizando a
mão de obra infantil como um complemento da renda familiar.

• Diante disso, para que as medidas de combate ao trabalho infantil realmente possam
dar resultados significativos, é preciso reduzir a miséria e a desigualdade social no
mundo, principalmente em países subdesenvolvidos. Como o trabalho infantil está
relacionado com um problema social ainda mais complexo, a erradicação total dessa
prática é muito difícil.

Escravidão, antiga e moderna


♦ Escravidão na Antiguidade Clássica

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• A escravidão é um tipo de relação de trabalho que existia há muito tempo na história
da humanidade. Já na Antiguidade, o código de Hamurábi, conjunto de leis escritas da
civilização babilônica, apresentava itens discutindo a relação entre os escravos e seus
senhores. Não se restringindo aos babilônios, a escravidão também foi utilizada entre os
egípcios, assírios, hebreus, gregos e romanos. Dessa forma, podemos perceber que se
trata de um fenômeno histórico extenso e diverso.

• Em Atenas, boa parte dos escravos era proveniente de regiões da Ásia Menor e Trácia.
Em geral, eram obtidos por meio da realização de guerras contra diversos povos de
origem estrangeira. Os traficantes realizavam a compra dos inimigos capturados e logo
tratavam de oferecê-los em algum lucrativo ponto comercial. Mesmo ocupando uma
posição social desprivilegiada, os escravos tinham diferentes posições dentro da
sociedade ateniense.

• Alguns escravos eram utilizados para formar as forças policiais da cidade de Atenas.
Outros eram usualmente empregados em atividades artesanais e, por conta de suas
habilidades técnicas, tinham uma posição social de destaque. Em certos casos, um
escravo poderia ter uma fonte de renda própria e um dia poderia vir a comprar a sua
própria liberdade. Em geral, os escravos que trabalhavam nos campos e nas minas
tinham condições de vida piores se comparadas às dos escravos urbanos e domésticos.

• A escravidão ateniense não era marcada por nenhuma espécie de distinção com
relação aos postos de trabalho a serem ocupados. O uso de escravos tinha até mesmo
uma grande importância social ao conceder mais tempo para que os homens livres
tivessem tempo para participar das assembléias, dos debates políticos, filosofar e
produzir obras de arte. Conforme algumas pesquisas, a classe de escravos em Atenas
chegou a compor cerca de um terço da população no Período Clássico.

• No caso da cidade-Estado de Esparta, a escravidão tinha uma organização distinta. Os


escravos, ali chamados de hilotas, eram conseguidos por meio das vitórias militares
empreendidas pelas tropas espartanas. Não dando grande importância às práticas
comerciais, por causa de sua cultura xenófoba, a escravidão não articulava um
comércio de seres humanos no interior desta sociedade. Os escravos eram de
propriedade do Estado e ninguém poderia ser considerado proprietário de um
determinado escravo.

• O Império Romano foi uma das sociedades antigas onde a utilização da mão-de-obra
escrava teve sua mais significativa importância. Em geral, os escravos trabalhavam nas
propriedades dos patrícios, grupo social romano que detinha o controle da maior parte
das terras cultiváveis do império. Assim como em Atenas, o escravo romano também
poderia exercer diferentes funções ou adquirir a sua própria liberdade. A única restrição
jurídica contra um ex-escravo impedia-o de exercer qualquer cargo público.

• No primeiro século as relações entre o escravo e o seu senhor começaram a sofrer


algumas alterações impostas pelo governo romano. Uma das obrigações essenciais do

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senhor consistia em dar uma boa alimentação ao seu escravo e mantê-lo bem vestido.
No século I, os senhores foram proibidos de castigar seus escravos até a morte e, caso
o fizessem, poderiam ser julgados por assassinato. Além disso, um senhor poderia dar
parte de suas terras a um escravo ou libertá-lo sem nenhuma prévia indenização.

• Essas medidas em favor dos escravos podem ser vistas como uma consequência
imediata a uma rebelião de escravos, liderada por Espártaco, que aconteceu em Roma
no ano em 70 d. C.. Nos séculos posteriores, as invasões bárbaras e a redução dos
postos militares fizeram com que o escravismo perdesse sua força dentro da sociedade
romana. Com a ascensão da sociedade feudal, a escravidão perdeu sua predominância
dando lugar para as relações servis.

♦ Escravidão Moderna

• Escravidão moderna é uma expressão genérica aplicada às relações de trabalho,


particularmente na história moderna ou contemporânea, segundo as quais pessoas são
forçadas a exercer uma atividade contra sua vontade, sob a ameaça de indigência,
detenção, violência ou mesmo morte. Muitas dessas formas de trabalho podem ser
acobertadas pela expressão "trabalhos forçados", embora quase sempre impliquem o
uso de violência. A escravidão moderna inclui todas as formas de escravidão, sendo
que o termo "servidão" é geralmente usado apenas com referência a sociedades pré-
modernas ou feudais.

• O escravismo moderno se baseia: Na produção de metais preciosos para o fabrico de


moedas na Europa Da oferta de escravos Da liberdade de mercado Da capacidade
reprodutiva da mão-de-obra Da taxa de mortalidade da mão-de-obra Da economia de
subsistência As estimativas do número de escravos hoje variam de cerca de 21 milhões
a 29 milhões, empregando-se nos diversos ramos da indústria, serviços e agricultura.
Em geral, os escravos provêm de regiões muito empobrecidas, com pouco acesso à
educação e saúde e ao crédito formal. São locais onde as leis de proteção são fracas, ou
sua aplicação é restrita, de forma que a ação dos aliciadores é facilitada. São jovens, a
maioria do sexo feminino. Muitos são forçados a se deslocar de sua região de origem
em busca de oportunidades e são aliciados para este tipo de trabalho.

• A escravidão ocorre em Estados fracos ou corruptos. Regimes autoritários podem


favorecer ou mesmo estimular a escravidão. Um exemplo é a segunda guerra civil
sudanesa, quando as milícias receberam apoio do governo para escravizar a população.
[carece de fontes] A região do mundo onde estas relações de escravidão estão mais
presentes é o sul da Ásia, sobretudo a Índia. Apesar das leis, muitos indianos são
forçados a trabalhar em regime escravo para pagar dívidas adquiridas por seus

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antepassados. Da República Popular da China surgem denúncias sobre a existência de
campos de trabalho escravo.

• Outro exemplo é Mianmar, onde os camponeses são obrigados pelo governo a


trabalhar em regime de corveia.[carece de fontes] O tratamento atual dos trabalhadores
estrangeiros na Arábia Saudita é extremamente próximo da escravidão.

• Na Mauritânia, apesar de oficialmente abolida por três vezes, a escravidão continua.


Existem mais de trezentos tratados internacionais pelo fim do trabalho escravo e
comércio de pessoas e mais de doze convenções mundiais de combate à escravidão
contemporânea. Entretanto, o problema persiste diante da condição de miséria em que
vive grande parte da população mundial. O dia 23 de agosto foi instituído pela Unesco
como o Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua Abolição.

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