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Trabalho infantil no Brasil

Autores : Kayky Maciel; João Zezak; Kauã; Luis; Marcus G.; Mário; Yuji

Professor: Rafael Moraes

Campo Grande

09 de Janeiro de 2025
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Curso: Técnico Integrado em Mecânica Turma: 149

Disciplina: Sociologia 3

Introdução

Definição de trabalho infantil

Trabalho infantil é definido como qualquer atividade econômica ou trabalho que priva
crianças e adolescentes de sua infância, dignidade e desenvolvimento pleno,
interferindo em sua educação, saúde e bem-estar. No Brasil, considera-se trabalho
infantil qualquer forma de trabalho realizada por crianças e adolescentes abaixo de 16
anos, exceto na condição de aprendiz, permitida a partir dos 14 anos. Atividades leves,
que não comprometem a saúde, podem ser realizadas por adolescentes a partir dos 16
anos, conforme definido pela legislação. Contextualização histórica no Brasil: No
período colonial, crianças escravizadas realizavam trabalhos pesados nas plantações
e casas de seus senhores. Após a abolição da escravatura, em 1888, a mão de obra
infantil continuou a ser explorada em setores como agricultura e indústrias
emergentes. Durante o século XX, com a industrialização e urbanização, o trabalho
infantil se tornou ainda mais evidente nas cidades. Somente com a Constituição de
1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) houve avanços significativos
na proteção dos direitos das crianças. Importância de abordar o tema nos dias atuais:
Apesar dos progressos legais e sociais, o trabalho infantil persiste no Brasil, afetando
milhões de crianças. Com a pandemia de COVID-19, o problema se agravou, já que
muitas famílias enfrentaram aumento da pobreza, forçando crianças a contribuir para
a renda familiar. Abordar esse tema é fundamental para quebrar o ciclo de pobreza,
garantir os direitos das crianças e criar uma sociedade mais justa e igualitária.

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Resultados

Legislação e Direitos Humanos Principais leis brasileiras

Constituição Federal (1988) como na figura 1: Proíbe qualquer trabalho para


menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz (a partir dos 14 anos), e protege
crianças e adolescentes de atividades prejudiciais à saúde e moral. Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA) como figura 2: Prevê a proteção integral e priorização absoluta
dos direitos da criança e do adolescente, reforçando medidas de combate ao trabalho
infantil. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT): Regula a relação de trabalho para
adolescentes e define condições específicas para contratos de aprendizagem. Convenções
internacionais: Convenção 138 da OIT: Determina a idade mínima para admissão no
trabalho. Convenção 182 da OIT: Trata das piores formas de trabalho infantil, como
exploração sexual, trabalho em condições análogas à escravidão, uso de crianças em
conflitos armados e atividades perigosas. Idade mínima para o trabalho no Brasil:
Trabalho formal: a partir dos 16 anos. Trabalho como aprendiz: permitido a partir dos 14
anos, sob condições regulamentadas. Exceções: Atividades leves e sem riscos podem ser
permitidas, mas é essencial garantir que não comprometam a saúde, educação e
desenvolvimento.

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Figura 1. Constituição Federal Figura 2. Estatuto da Criança e

Autor: COSME COELHO ROCHA do Adolescente Autor: SOUZA RUBENS

Causas do Trabalho Infantil Desigualdade social e pobreza

Uma das causas centrais de estímulo ao trabalho infantil é a pobreza. Em famílias


de baixa renda, há maior chance de as crianças e adolescentes terem que trabalhar para
complementar a renda dos pais. O auxílio na renda familiar é mais determinante na
entrada no mercado de trabalho para crianças mais novas. Famílias em situação de
pobreza muitas vezes dependem da contribuição econômica de seus filhos para
sobreviver. Essa realidade é especialmente evidente em comunidades rurais e periféricas.
Falta de acesso à educação de qualidade: A insuficiência de escolas em áreas remotas, a
má qualidade do ensino e a falta de programas de apoio, como transporte escolar, forçam
crianças a abandonar a escola e ingressar no mercado de trabalho. Ausência de
fiscalização: A carência de fiscais para monitorar o cumprimento das leis trabalhistas e
proteger as crianças é um fator crítico, especialmente em áreas rurais e em setores
informais, como o trabalho doméstico.

Questões culturais: Em algumas comunidades, há uma percepção de que o trabalho


infantil é parte do processo de aprendizado ou uma forma de evitar que crianças se
envolvam com atividades ilícitas, perpetuando a aceitação dessa prática.

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Má qualidade da educação

Ao começar a trabalhar, a criança tem seus estudos prejudicados ou até mesmo deixa a
escola. Aí entra outro fator que favorece o trabalho infantil: educação de má qualidade.
Se os pais ou as próprias crianças têm a percepção de que a escola não agrega ou que

oferece poucas perspectivas de melhoras na condição de vida, aumenta a probabilidade


de abandoná-la e ingressarem no mercado de trabalho precocemente. Essa situação é mais
nítida no ensino médio, onde a principal causa da evasão escolar é o desinteresse dos
adolescentes.

Naturalização

O modo como a sociedade enxerga o trabalho infantil também influencia a decisão sobre
entrar no mercado de trabalho. Em locais onde o trabalho precoce é mal visto, famílias
são desestimuladas a colocarem os filhos a trabalhar. Entretanto, se o trabalho de crianças
é visto como algo natural ou até mesmo positivo, não há essa barreira durante a tomada
de decisão. A construção desse modo de pensar tem raízes também na desigualdade social
brasileira, cuja origem podemos retraçar até nosso passado colonial escravocrata.

Trabalho para a própria família

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Para diminuir ou cortar gastos com a contratação de funcionários, crianças e adolescentes
podem ser levados a realizar trabalhos domésticos em suas próprias casas. Assim, os pais
podem realocar seu tempo desenvolvendo outras atividades. As famílias podem também
empregar os próprios filhos em suas empresas ou propriedades rurais.

Trabalho para terceiros

O trabalho infantil também pode ser encontrado em empresas não familiares e há diversos
motivos que podem levar a isso. A mão de obra de crianças é mais barata, mais

administrável (ou seja, é fácil de administrar (por ser mais difícil que as crianças
reclamem pelos seus direitos) e muitas vezes as crianças não têm consciência dos perigos
da atividade e realizam trabalhos que adultos teriam mais restrições. Situações de escassez
de mão de obra (como períodos de colheita) podem levar à contratação de crianças.

A informalidade do mercado é um fator importante nesse contexto de demanda


de trabalho infantil. Quando a economia é mais formal, o trabalho infantil tende a
diminuir já que as empresas devem cumprir os requisitos legais de contratação e estão
sujeitas a fiscalizações e sanções.
Ainda não há consenso entre os estudiosos sobre o peso de cada um desses itens na
escolha da família ou da própria criança ou adolescente em começar a trabalhar. Cada
realidade e contexto têm suas características próprias o que pode fazer com que algum
fator seja mais preponderante que outros na decisão.

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Consequências do Trabalho Infantil Impactos físicos e emocionais

O trabalho infantil tem efeitos ruins no desenvolvimento físico, psicológico,


cognitivo, social e moral das crianças e adolescentes. Em termos físicos, o trabalho
infantil pode causar fadiga excessiva, problemas respiratórios, doenças relacionadas ao
uso de agrotóxicos, lesões na coluna, alergias e distúrbios do sono; Crianças que
trabalham em atividades pesadas, como agricultura ou construção, enfrentam riscos de
acidentes, problemas musculares e doenças ocupacionais. No aspecto psicológico, o
trabalho infantil expõe as crianças a abusos físicos, sexuais e emocionais, levando ao

adoecimento mental. Fobia social, isolamento, perda de afetividade, baixa autoestima e


depressão são alguns dos problemas identificado. O trabalho infantil interfere diretamente
na frequência escolar, resultando em evasão, baixo desempenho e falta de perspectiva de
qualificação profissional no futuro. Ao entrar precocemente no mercado de trabalho,
crianças e adolescentes têm menos oportunidades de ascensão social, perpetuando a
pobreza em suas famílias e comunidades.

Dados e Estatísticas Números recentes sobre o trabalho infantil no Brasil

O trabalho infantil no Brasil é uma questão alarmante e persistente. Em 2022, havia 2,103
milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos exercendo algum tipo de trabalho, dos
quais 1,881 milhão estavam em condições consideradas como trabalho infantil, que
deveria ser erradicado. Este número representou um aumento de 7% em relação a 2019,
quando o patamar era de 1,758 milhão, ou 4,5% da população nessa faixa etária. A maior
concentração está entre adolescentes de 14 a 17 anos, que representam 78,7% do total,
enquanto a faixa de 5 a 13 anos compõe 21,3% dos casos.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad


Contínua), divulgada pelo IBGE, cerca de 700 mil crianças e adolescentes
desempenhavam atividades econômicas sob condições de risco à integridade física e à
saúde em 2022. Mais da metade (69,4%) das crianças e adolescentes em atividades
econômicas enfrentavam situações de risco, com 756 mil inseridos nas piores formas de
trabalho infantil, que envolvem perigo direto à saúde e segurança.
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Outro aspecto preocupante é a desigualdade racial: 66,3% das crianças e adolescentes
explorados pelo trabalho infantil em 2022 eram pretos ou pardos, enquanto os brancos
representavam 33%. Esta tendência já era visível em levantamentos anteriores, como o
realizado pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil
(FNPETI), que mostrou que pretos e pardos constituíam 66,1% das vítimas do trabalho
infantil em 2015.

Aspectos legais e informais

Embora o trabalho seja proibido para crianças abaixo de 16 anos, salvo na condição de
aprendiz a partir dos 14 anos, 76,6% dos adolescentes de 16 a 17 anos que trabalhavam
em 2022 estavam na informalidade. Já em 2014, o percentual de adolescentes trabalhando
com carteira assinada era de apenas 15,2%.

Crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil muitas vezes enfrentam jornadas


exaustivas. Em 2022, 386 mil menores de 18 anos cumpriam jornadas de 40 horas ou
mais por semana, impactando negativamente na frequência escolar, no lazer e no
desenvolvimento saudável.

Distribuição das atividades

O trabalho doméstico, ilegal para menores, absorvia 42,6% dessas crianças e adolescentes
em 2022, seguido pelo comércio (27,9%) e pela agricultura (22,8%). Na zona rural,
especialmente entre aqueles em domicílios que recebiam benefícios sociais, a agricultura
foi a principal atividade, empregando 33,7% dos trabalhadores infantis.

Impactos da pandemia

Entre 2016 e 2019, houve uma discreta redução do trabalho infantil. Contudo, a pandemia
da COVID-19 agravou a vulnerabilidade de famílias, contribuindo para o aumento do
número de crianças nessa situação. Em 2022, 35,6% dos menores que realizavam
atividades econômicas viviam em domicílios beneficiados por programas sociais.

Desafios para o futuro

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Apesar dos esforços para erradicar o trabalho infantil até 2025, conforme os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, o aumento recente expõe fragilidades na
fiscalização, na aplicação de políticas públicas e no combate à pobreza. A maior parte
dessas crianças e adolescentes segue sendo explorada sem a proteção das leis, como o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei do Aprendiz, comprometendo o
desenvolvimento de uma geração inteira.

Por dentro do Mapa

Entre 2004 e 2015, o trabalho infantil caiu pela metade no Brasil, de 5,3 milhões para 2,7

milhões, de acordo com o IBGE. No entanto, a exemplo de outros indicadores sociais, tal
redução foi bastante desigual entre setores, Estados e regiões, além de ter sofrido
retrocessos em cinco momentos desde 1992. O Nordeste teve a maior redução do trabalho
infantil no período mencionado (59%), contra cerca de 38% no Sudeste. As duas regiões
têm praticamente a mesmo número absoluto de pessoas entre cinco e 17 anos em situação
de trabalho infantil – 850 mil pessoas – mas no Sudeste predominam atividades com
maior grau de formalização (comércio, serviços e indústrias) do que no Nordeste

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(agropecuária). Ao compararmos os Estados diretamente, outra discrepância. Enquanto
o Ceará, líder nacional, reduziu o trabalho infantil em 77% entre 2004 e 2015, o Distrito
Federal ficou estacionado no mesmo patamar no período, e o Amazonas, segundo pior no
quesito, conseguiu redução de apenas 30%.

Diferentes olhares

Outro dado importante é o recorte de gênero: 2 em cada 3 crianças em situação de


trabalho infantil são do sexo masculino, mas as meninas predominam no trabalho infantil
doméstico: 94%, segundo dados do FNPETI. Indicadores do IBGE também mostram a
queda no trabalho infantil rural em 64% entre 2004 e 2015, contra 39% do trabalho
urbano, que concentra a maior parte dos trabalhadores mirins do país: 68%. Apesar
disso, o trabalho no campo predomina entre as crianças de 5 a 14 anos e, na faixa etária
dos 5 aos 9 anos, foi a única modalidade a subir entre as Pnads de 2014 e 2015. Por fim,
vale ressaltar que a população urbana, de 15 a 17 anos, respondia por mais da metade
(58%) de todo o trabalho infantil no Brasil em 2015, crescimento significativo em relação
a 2004 (41%). Os dados acima, um resumo dos principais indicadores disponíveis, servem
de alerta para a gravidade da exploração do trabalho precoce no Brasil. Apesar das quedas
sucessivas, os patamares são elevados, o trabalho infantil está sujeito a retrocessos caso
não se avance com as políticas sociais. O número atual de crianças e adolescentes
trabalhando no Brasil representa quase 2% do existente no mundo: 152 milhões de
pessoas, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Passar o vídeo para a turma

Meia infância - o trabalho infantil no Brasil hoje

Produção: Secretaria de Direitos Humanos e o Ministério Público do Trabalho

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https://www.youtube.com/watch?v=_oeYCEYpaRo

Ano: 2014

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Passar segundo vídeo a turma

Documentário: Meninos do Tajapuru

Produzido pela rede árabe Al Jazeera que mostra o dia a dia de crianças brasileiras
arriscando suas vidas a bordo dos barcos que navegam pelo rio Tajapuru, na rota
entre Manaus e Belém.

Parte 1: https://www.youtube.com/watch?v=ys0bPWlMsk8

Parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=coieHV691uk

https://www.youtube.com/watch?v=X4bQmG5tOfo

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Dados e Estatísticas Números recentes sobre o trabalho infantil no Mato Grosso Do Sul

Na unidade federativa do Mato Grosso do Sul havia, em 2019, 29.660 crianças e


adolescentes de 5 a 17 anos de idade em situação de trabalho infantil. Dado que a
população estimada na faixa etária de 5 a 17 anos no estado era de 513.608 no mesmo
ano, o universo de crianças e adolescentes trabalhadores equivalia a 5,8% do total de
crianças e adolescentes do estado, acima da média nacional que era de 4,8% do total.

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As crianças e adolescentes trabalhadoras em Mato Grosso do Sul dedicaram 20,1 horas
de seu tempo em atividades laborais em 2019. Em relação ao trabalho infantil no Estado,
42,2% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos exerciam alguma das piores formas de
trabalho infantil nos termos da lista TIP, percentual equivalente a 12.503 crianças e
adolescentes. Por sua vez, do total de adolescentes de 14 a 17 anos ocupados, 93,1% (ou
21.584) eram informais.

O universo de crianças e adolescentes trabalhadores era composto por 16.770 meninos e


12.890 meninas, o que equivalia a 56,5% e 43,5% do total de ocupados respectivamente.
Em relação à idade, 4,7% do total de crianças e adolescentes trabalhadores tinham entre
5 e 9 anos de idade (1.393), 17,1% tinham entre 10 e 13 anos (5.074), 22,9% entre 14 e
15 anos (6.783) e 55,3% entre 16 e 17 anos de idade (16.410). Do total de crianças e
adolescentes trabalhadores, 38,5% eram não negros (11.422) e 61,5% negros (18.238), ao
passo que 20,0% das crianças e adolescentes ocupados residiam em zonas rurais (5.936)
e 80,0% (ou 23.724) em áreas urbanas.

No exercício de trabalho, as crianças e adolescentes sul matogrossenses eram,


majoritariamente, ‘cuidadores de crianças’, ocupação que abrigava 8,6% (ou 2.559) das
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crianças e adolescentes trabalhadores; ‘garçons’ (2.495 ou 8,4%; e ‘balconistas e
vendedores de lojas’ (2.170 ou 7,3%). As principais atividades exercidas pelas crianças e
adolescentes trabalhadoras no estado eram a de ‘serviços domésticos’ (3.801 ou 12,8%),
seguida por ‘manutenção e reparação de veículos automotores’ (3.178 ou 10,7%) e
‘restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas’ (2.758 ou
9,3%).

Segunda a auditora-fiscal do Trabalho Maristela Borges de Sousa acompanha ativamente o


problema há 25 anos. Segundo ela, os principais focos de trabalho infantil são na pecuária e no
comércio ambulante nas cidades.

Famoso por sua produção de carne e couro, o Estado tem pelo menos 9 mil crianças e
adolescentes no trabalho infantil nesse setor. “O mais triste é que por nossa equipe ser
muito pequena, temos bastante dificuldade de fiscalizar a zona rural. Tudo é remoto
quando temos tão poucos fiscais”, lamenta Maristela.

A auditora enfatiza também a grande ocorrência de casos de trabalho infantil em postos


de gasolina, mecânicas e lava jatos. Com falta de pessoal, o Fórum Estadual de Combate
ao Trabalho da Criança e Proteção ao Trabalhador Adolescente do Mato Grosso do Sul
(Fepeti-MS) tenta mapear e agir em rede, levantando dados e cobrindo denúncias.

Políticas Públicas e Programas de Combate Exemplos de políticas públicas brasileiras

O trabalho infantil é uma questão crítica que necessita de abordagem sistêmica e


multifacetada para sua erradicação. No Brasil, diversas políticas públicas e programas
foram desenvolvidos com o objetivo de combater essa prática e proporcionar um
ambiente seguro e saudável para as crianças e adolescentes. Dois programas notáveis são
o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e o Bolsa Família, além de
iniciativas privadas como o Criança Esperança e o projeto Amigos da Escola.

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI)

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O PETI é um programa do Governo Federal criado com o objetivo de retirar crianças e
adolescentes de 7 a 15 anos de idade de trabalhos perigosos, penosos, insalubres ou
degradantes. Seu principal objetivo é possibilitar o acesso, a permanência e o bom
desempenho das crianças na escola, além de promover atividades culturais, esportivas,
artísticas e de lazer.

Componentes do PETI:

1. Apoio Sócio Educativo: Ampliação do conhecimento e fortalecimento dos


vínculos comunitários por meio de atividades educativas e culturais.

2. Complementação de Renda Familiar: Pagamento de uma bolsa mensal às


famílias, condicionada à frequência escolar e à participação nas atividades do
programa.

3. Programas de Geração de Trabalho e Renda: Qualificação profissional e


acesso a microcréditos para ajudar as famílias a se emanciparem economicamente.

Resultados Esperados:

• Melhoria do desempenho escolar.

• Redução do trabalho infantil.

• Promoção da cidadania e inclusão social.

Programa Bolsa Família

O Bolsa Família é um programa que unifica diversos programas de transferência de renda


do Governo Federal. Criado para promover a erradicação da miséria e da exclusão social,
beneficia famílias com renda per capita até R$ 100,00 mensais, condicionando a
transferência de renda à manutenção das crianças na escola.

Componentes do Bolsa Família:

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1. Transferência de Renda: Apoio financeiro direto às famílias mais necessitadas.

2. Condicionalidades: Manutenção das crianças na escola e cumprimento de


requisitos de saúde.

Impacto Social:

• Aumento na frequência escolar.

• Redução da pobreza extrema.

• Melhoria das condições de saúde e nutrição das famílias atendidas.

Iniciativas Privadas: Criança Esperança e Amigos da Escola

Criança Esperança

Iniciativa da Rede Globo em parceria com a UNESCO, o projeto Criança Esperança


mobiliza a sociedade para arrecadar fundos e conscientizar sobre os direitos das crianças
e adolescentes. Os recursos são destinados a projetos sociais e culturais que promovem a
inclusão e desenvolvimento social.

Componentes do Criança Esperança:

1. Mobilização Social: Campanhas anuais com participação de artistas e


profissionais da mídia.

2. Espaços Criança Esperança (ECEs): Centros de referência que oferecem


atividades educativas e culturais em comunidades carentes.

Resultados Alcançados:

• Ampliação do acesso à educação e cultura.

• Redução do trabalho infantil e exploração sexual.

Amigos da Escola

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O projeto Amigos da Escola é uma iniciativa que visa melhorar o ensino na escola pública
de educação básica através do trabalho voluntário. Com o apoio de grandes empresas e
instituições, o projeto mobiliza cidadãos para contribuir com a educação pública.

Componentes do Amigos da Escola:

1. Trabalho Voluntário: Mobiliza cidadãos para contribuir com a educação


pública.

2. Parcerias: Apoio de grandes empresas e instituições.

Impacto Social:

• Melhoria da qualidade do ensino.

• Valorização da escola e dos educadores.

• Fomento da participação comunitária na educação.

Desafios e Reflexões

Embora programas como o PETI e o Bolsa Família sejam fundamentais, a erradicação do


trabalho infantil depende de uma abordagem integrada que inclua iniciativas privadas e a
participação ativa da sociedade. A sustentabilidade a longo prazo desses programas é
crucial, assim como a contínua avaliação e adaptação das políticas públicas.

PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil): Oferece transferência de renda


condicionada à frequência escolar das crianças. Auxílio Brasil: Apoia financeiramente
famílias vulneráveis, reduzindo a necessidade de as crianças trabalharem. Iniciativas da
sociedade civil: ONGs, como a Fundação Abrinq e UNICEF, promovem campanhas de
conscientização e oferecem apoio para famílias e comunidades afetadas. Casos de
sucesso: Municípios que implementaram políticas integradas de assistência social,
educação e fiscalização conseguiram reduzir drasticamente os índices de trabalho infantil.

Papel da Educação e da Conscientização Educação como ferramenta

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A educação desempenha um papel fundamental na erradicação do trabalho infantil. Uma
educação de qualidade oferece às crianças não apenas o conhecimento necessário
para crescerem e se desenvolverem, mas também as ferramentas para
compreenderem seus direitos e aspirarem a um futuro melhor. Investir em educação
de qualidade e programas de ensino integral ajuda a afastar crianças do trabalho precoce.
Para denunciar casos de trabalho infantil, pode-se:

• Ligar gratuitamente para o Disque Direitos Humanos – Disque 100

• Acessar o canal da Auditoria Fiscal do Trabalho


ipetrabalhoinfantil.trabalho.gov.br

• Denunciar ao Conselho Tutelar da cidade

• Denunciar à Delegacia Regional do Trabalho mais próxima

• Denunciar às secretarias de Assistência Social

• Denunciar diretamente ao Ministério Público do Trabalho

• Denunciar às ouvidorias dos tribunais da Justiça do Trabalho. Mobilizam a


sociedade para denunciar situações de exploração infantil. Parcerias entre escolas
e comunidades: Projetos educacionais e culturais envolvendo as famílias podem
transformar a visão sobre o trabalho infantil.

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Estudos de Caso ou Relatos Exemplos concretos

Nas últimas décadas houve uma forte conscientização da população brasileira em relação
a esse problema, mas ainda é bastante difundida a visão do trabalho infantil como algo
positivo. Por isso, é fundamental desnaturalizar o trabalho infantil, mostrando as
consequências perversas para a saúde de crianças e adolescentes, as sequelas deixadas, e
as dificuldades no desenvolvimento intelectual e psicológico resultantes dessas
atividades. A seguir, discutiremos alguns dos principais mitos sobre o trabalho infantil
que precisam ser desconstruídos:

“É melhor trabalhar do que ficar na rua, sem fazer nada, mendigando,


usando drogas ou cometendo crimes”

O trabalho infantil não tem papel de prevenção à criminalidade. Pesquisas mostram que
a maior parte dos da população carcerária trabalhou na infância e que muitos adolescentes
em medidas socioeducativas já haviam exercido ou estavam exercendo atividades
laborais na época em que cometeram o delito. Além disso, o trabalho durante a infância
– ainda que possa parecer “digno” - favorece que crianças e adolescentes sejam
empurrados justamente para as atividades ilegais, como o crime organizado, o tráfico de
drogas e de pessoas, a exploração sexual e o trabalho escravo, uma vez que estão em
situação de vulnerabilidade, exploração e violação e, portanto, desprotegidos do
aliciamento para esses fins.

“O trabalho dignifica o ser humano, molda o caráter, portanto, é benéfico a


crianças e adolescentes”

Para crianças e adolescentes em idade de escolarização, cumprir a jornada escolar, ser


pontual, realizar atividades recreativas e estudar já são condições que favorecem a
formação do caráter. A participação numa divisão solidária de tarefas simples dentro de
casa também contribui para noções de convívio e sociabilidade. Para a criança se
desenvolver integralmente, não pode passar boa parte do seu dia trabalhando nem

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ter responsabilidades desproporcionais a sua idade. Ela precisa ter tempo para brincar,
estudar e descansar.

“É fundamental desnaturalizar o trabalho infantil, mostrando as


consequências perversas para a saúde de crianças e adolescentes, as sequelas
deixadas, e as dificuldades no desenvolvimento intelectual e psicológico
resultantes dessas atividades”

“Ele(a) trabalhou quando criança e, graças a isso, virou uma pessoa importante depois”

Pessoas que trabalharam precocemente e acabaram bem-sucedidas são a exceção, não a


regra. O trabalho infantil interfere na escolaridade e no rendimento escolar durante a
infância e a adolescência, pois o indivíduo demora mais anos para concluir os seus estudos
e, então, conseguir ingressar no mercado de trabalho. A desvantagem se amplia, quando
o jovem interrompe a sua formação, o que impacta na sua qualificação profissional e no
acesso a melhores empregos. É preciso considerar ainda que mesmo aqueles que
conseguiram vencer o passado de exploração laboral demoraram mais anos para
concluírem seus estudos, submetidos a essa violação. Assim, podemos dizer que algumas
pessoas se saíram bem na vida apesar do trabalho infantil e não por causa dele.

“Já fui criança pobre, trabalhei como engraxate, como lavador de carros,
como vendedor ambulante, como balconista, tudo antes dos 14 anos. Não me
vanglorio dessa experiência, que me deixou marcas profundas na alma. Ela
concorreu para que eu me tornasse uma pessoa mais triste”.

João Oreste Dalazen, ministro do Tribunal Superior do Trabalho

“Meninos e meninas pobres devem trabalhar para ajudar suas famílias”

Crianças de famílias de baixa renda, que começam a trabalhar cedo, tem a sua
aprendizagem prejudicada, o que posteriormente dificulta não apenas a conclusão de seus
estudos, mas também a qualificação profissional. Essa trajetória faz com que sobrem para
eles os piores empregos, geralmente, informais e precários na vida adulta. Enquanto isso,

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as crianças de classes mais altas têm a oportunidade de se aperfeiçoar com mais anos de
escolaridade, cursos e outras atividades que ampliam a sua qualificação profissional e a
possibilidade de competirem no mercado de trabalho formal por bons cargos. Portanto,
esse discurso reforça as desigualdades sociais, porque diferencia as oportunidades e
privilégios. Todos devem ter condições à educação formal e à formação cidadã durante a
infância e adolescência.

“Adolescentes que desempenham trabalho sexual têm discernimento e responsabilidade


pelos seus atos, por isso não são forçados ou explorados. Eles são profissionais do sexo
com autonomia e escolha”

“As famílias que acolhem meninas pobres para o serviço doméstico em troca de casa e
comida estão fazendo um favor a elas”

Análise do trabalho infantil doméstico

O trabalho doméstico de crianças e adolescentes é um dos mais difíceis de flagrar, pois,


por uma questão legal, não se pode entrar nas casas para fazer a fiscalização de tais casos.
Mas agora imaginemos que seja um adulto no lugar da criança, mesmo que não houvesse
a violência física e sexual, seria considerado crime, pois existe o cárcere privado, o não
pagamento de salário, a violência psicológica, entre outros.

Porém, no Brasil, a não ser em casos extremos em que haja violência física e
principalmente sexual, não há revolta e interesse por parte da sociedade a respeito do
trabalho infantil.

A naturalização disso é cultural. Será que nossa sociedade só se mobilizará quando o


trabalho doméstico fizer outras vítimas? Ou só o condenaremos se houver abuso sexual?
Mesmo que não haja a violação sexual, os casos de trabalho infantil doméstico devem ser
encarados com tanto desprezo e revolta como as demais violências.

Quem oferece trabalho a crianças pode pensar que está fazendo um bem, mas na verdade
faz mal

Maria Zuila Lima Dutra


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Propostas de Solução Fortalecer políticas públicas

Garantir maior orçamento e alcance de programas sociais. Ampliar a fiscalização:


Contratar mais inspetores e usar tecnologia para monitorar áreas de risco. Promover ações
preventivas: Oferecer capacitação profissional para os pais e atividades culturais para as
crianças.

Nos faróis, crianças vendem guloseimas. Tem ainda o guardador de carros, o guia
turístico, o menino manuseando a enxada cortante no roçado, o engraxate e a irmã mais
velha, que cuida do caçula e faz a faxina pesada enquanto a mãe trabalha.

Muitas formas de exploração do trabalho infantil, frequentemente admitidas pela


sociedade, acabam por torná-lo invisível tanto na cidade quanto no campo. As causas que
levam meninas e meninos às ruas e ao trabalho são muitas, mas o engajamento da
sociedade no combate é essencial. Proteger as crianças e os adolescentes é um dever de
todos. Conheça formas de ajudar:

Não dê esmolas e não compre nada de crianças

Muitas vezes, quando nos deparamos com alguma dessas situações, não compreendemos
o real sentido do ato de dar esmolas. Campanhas em todo o mundo pedem que as pessoas
não deem esmolas e nem comprem nada de crianças. Dar esmolas perpetua o ciclo do
trabalho infantil e gera efeitos como evasão escolar, exploração sexual e violência.

Denuncie

Ao suspeitar que uma criança esteja trabalhando, denuncie. Nem sempre o trabalho
infantil é facilmente detectado pelas autoridades. A ligação para o Disque 100 é gratuita
– o canal encaminha o caso para a rede de proteção.

Outra alternativa é acessar a página de denúncias do Ministério Público do Trabalho.

Conclusão

Do todo exposto, temos a sensação de que o Trabalho infantil ainda nos é uma realidade
a ser vencida, erradicada. A participação da sociedade seja através de entidades privadas

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refletidas na Sociedade Civil organizada e na participação do ente Estatal é que
direcionará o rumo e o sucesso da erradicação do trabalho infantil, pois somente com a
efetividade de ações, eficiência das medidas, e acima de tudo maturidade dos projetos em
aplicação é que se poderá medir o grau de realização desse objetivo.

Verificamos que a legislação Pátria vigente, aqui entendida toda a forma legal vigente
traduzida principalmente na Constituição Federal, ECA, LDB, CLT, e demais orientações
signadas da OIT, busca minimizar e exterminar a problemática do trabalho infantil, o quê
já é digno de elogios, inobstante, temos a necessidade de continuidade de ações, de
comprometimento institucional, vez que a gama de fatores que influenciam a existência
do trabalho infantil é demasiadamente grande, o principal deles é a falta de inserção
social, a pobreza, a miserabilidade, a falta de renda. Mas não podemos apenas suprir estas
faltas com a distribuição de renda e a inserção momentânea, temos que gerir meios
de sustentabilidade, de inserção continuada.

As ações governamentais apresentadas neste trabalho, demonstram que além da


distribuição de renda às camadas mais necessitadas, a inserção educacional, cultural e
profissionalizante é que em conjunto, garante esta sustentabilidade.

A inserção educacional é o meio mais eficaz a garantir a longevidade dos efeitos buscados
nas ações, pois é com o conhecimento adquirido, que a família, a criança e o adolescente
se preparará para enfrentar os desafios do cotidiano, a retirada deles da situação de risco
e imersão é que deve ser o objetivo inicial, mas a seu desenvolvimento é que é o
verdadeiro fim colimado.

Verificamos que o trabalho infantil no Brasil antes de tudo é segmentado e atrelado a


situação de pobreza e miserabilidade, se o resultado for inserção de seus vitimados numa
situação de melhoria, inclusão e desenvolvimento, efetivamente erradicaremos esta
mazela social. As medidas Públicas e Privadas de promoção social, são meros meios de
inclusão e sustentabilidade, de resto sobra apenas a própria sorte individual a qual todos
nós estamos inseridos, até mesmo pela nossa própria razão existencial. O PETI, Programa
de Erradicação do Trabalho Infantil, como ação pública é louvável e de primordial
importância; O programa Bolsa escola, Bolsa Família, Fome zero, dentro uma infinidade
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de outros, que são programas complementares e subsidiários, voltados à erradicação da
pobreza, da inserção social e da sustentabilidade.

Os programas privados, tais como o da Fundação Abrinq da Associação Brasileira de


Fabricantes de Brinquedos, com o Programa Empresa Amiga da Criança, O Instituto Pró-
Criança e Sindicato de Sapateiros, a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção
à Infância e Adolescência – ABRAPIA, dentre varias outras, bem como as iniciativas
citadas tais como Criança Esperança e Amigos da Criança, ilustram como a sociedade
civil organizada é um mecanismo importantíssimo de inclusão, assistência e participação
na solução dos problemas sociais, ademais nos mostram também como o gerenciamento
e o fomento destes projetos acabam de qualquer sorte complementando a
atividade Pública na busca das soluções concorrentes.

A erradicação do trabalho infantil é o caminho da dignidade, desenvolvimento e


crescimento social, pois a este está atrelado, havendo desenvolvimento sócio-econômico
e todas as áreas e segmentos da sociedade, evidentemente, as mazelas que lhes rodeiam
perifericamente serão erradicadas.

Desenvolvimento social, cultural, econômico e tecnológico são características de um País


desenvolvido. Portanto, quando nossas crianças forem efetivamente tratadas e respeitas
como crianças; quando nossos idosos forem tratados e respeitados como idosos; e quando
nós cidadãos formos exigidores de direitos e cumpridores de nossas obrigações, as nossas
crianças é que nos guardarão e protegerão quando idosos lembraremos de sermos.

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Fontes Consultadas:

Os empregadores e o trabalho infantil Trabalho infantil e adolescente: impacto


econômico e os desafios para a inserção de jovens no mercado de trabalho no Cone Sul
Trabalho infantil: o combate para acabar com esse cenário

https://institutoc.org.br/trabalhoinfantil/?gad_source=1&gclid=Cj0KCQiA4fi7BhC5AR
IsAEV1YiZvTiw3mkXn17yJwTXSkGWNPZz-m-Z6vfFz_H1G7ymXTiUWz--
o7JEaAiAKEALw_wcB instituto C, 21 de setembro de 2023

Mapa do Trabalho Infantil

https://livredetrabalhoinfantil.org.br/conteudos-formativos/mapa-do-trabalho-infantil/

AnáliseC:\Users\kaique\Documents\Arduino Situacional do Programa de


Erradicação do Trabalho Infantil – PETI, MINISTÉRIO DO
DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME .SECRETARIA NACIONAL
DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, DEPARTAMENTO DE
DESENVOLVIMENTODA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, GERÊNCIA DO
PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL e FUNDO DAS
NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA – UNICEF Brasília, maio de 2004.

https://livredetrabalhoinfantil.org.br/noticias/colunas/historia-de-marielma-de-jesus-
retrata-exploracao-trabalho-infantil-domestico/

https://escravonempensar.org.br/biblioteca/caderno-tematico-meia-infancia-o-trabalho-
infanto-juvenil-no-brasil-hoje/

Apresentar à turma dados e informações sobre o Trabalho infantil em Mato Grosso do


Sul - MS -

https://livredetrabalhoinfantil.org.br/mapa-do-trabalho-infantil/trabalho-infantil-em-
mato-grosso-do-sul/

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