Gabriela Weber
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Gabriela Weber1
RESUMO
Com o avançar da idade, muitos são os fatores que constituem um desafio para que
idosos vivam de forma independente e com autonomia e, dentre eles, destacam-se
as quedas. Elas são consideradas uma das síndromes geriátricas mais
incapacitantes e preocupantes, pois um único evento pode ter repercussões no
âmbito social, econômico e de saúde. Este trabalho tem como objetivo identificar e
analisar o efeito do exercício físico na prevenção de quedas em idosos. Para a
realização deste estudo, foram efetuadas buscas na base de dados Scielo e Lilacs,
utilizando critérios de inclusão e exclusão, e por fim foram analisados artigos
originais de revistas científicas brasileiras conceituadas. Os idosos praticantes de
atividades físicas apresentaram resultados melhores em relação a ocorrência de
quedas se comparados aos não praticantes. Em conclusão, parece que estudos que
associaram componentes de força e/ou equilíbrio, mostraram-se mais efetivos em
reduzir e prevenir as quedas em idosos vivendo na comunidade.
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
atividades físicas são importantes para que se atinja o padrão desejado em certos
aspectos da qualidade de vida e autonomia funcional de idosos.
Considerando os conceitos sobre atividade física, há uma divisão possível de
ser realizada que define a atividade física em não estruturada e estruturada. Não
estruturadas são as atividades de rotina, como caminhar, andar de bicicleta, lavar e
passar roupa, fazer compras, entre outras. Enquanto a atividade física estruturada
seria todo exercício físico planejado, ou seja, um programa planejado de atividades
físicas (GUISELINI, 2006).
Ainda, segundo a OMS (2020) a atividade física regular é fundamental para
prevenir e controlar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer, bem como para
reduzir os sintomas de depressão e ansiedade, reduzir o declínio cognitivo, melhorar
a memória e exercitar a saúde do cérebro. As novas diretrizes da OMS (2020)
recomendam que pessoas idosas (com 65 anos ou mais) são aconselhadas a
adicionar atividades que foquem no equilíbrio e coordenação, bem como no
fortalecimento muscular para ajudar a prevenir quedas e melhorar a saúde.
Segundo Lamb (2005) queda é definida como “um evento inesperado no qual
a pessoa vai ao chão ou a um nível inferior”. Para a SBGG (2008) a queda é o
deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com
incapacidade de correção em tempo hábil, provocada por circunstâncias
multifatoriais que compromete a estabilidade.
O avanço da idade traz uma diminuição da visão e da audição, perda de força
muscular e alterações nos movimentos, na postura e no equilíbrio, além da
dificuldade de adaptação a ambientes escuros após sair do claro. Tudo isso vai
acontecendo aos poucos, muitas vezes sem sequer ser notado pelos familiares ou
pelo próprio idoso. A fraqueza muscular, especialmente nas pernas, é um dos mais
importantes fatores de risco de queda. A prática regular de atividade física pode
reduzir ou retardar essas perdas (IAMPSE, 2014).
A maioria das quedas apresentada pelas pessoas idosas resulta de uma
interação complexa entre os fatores de risco, com comprometimento dos sistemas
envolvidos na manutenção do equilíbrio. A queda pode trazer várias consequências,
como lesões, fraturas, incapacidades funcionais, diminuição da autonomia e da
independência, institucionalização e até mesmo a morte. Embora caracterizem grave
problema de saúde pública, quedas em pessoas idosas podem ser prevenidas,
representando grandes possibilidades para os profissionais de saúde e também para
pesquisadores no sentido de elaborar e implementar intervenções na prevenção das
mesmas.
Segundo Chini et al. (2019) a queda envolve fatores de risco que podem ser
classificados em intrínsecos e extrínsecos. Esses podem ser classificados em quatro
dimensões: biológicos, socioeconômicos, comportamentais e ambientais. Os
biológicos abarcam características dos indivíduos que são pertinentes ao corpo
humano e algumas delas não são modificáveis, como por exemplo, sexo, idade e
etnia. Também estão associados às alterações fisiológicas e às condições próprias
das pessoas idosas, tais como fraqueza muscular, alteração da marcha,
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a realização deste estudo, inicialmente a busca dos artigos foi realizada
na base de dados Scielo. Para isso, foram selecionados artigos de abrangência
nacional com descritores na língua portuguesa. As buscas foram realizadas em
meados de agosto e início de setembro de 2021. As palavras- chaves escolhidas
foram: “atividade física” e “quedas”. Posteriormente foram incluídas na seleção de
busca a base de dados Lilacs, durante o mês de setembro.
Como critérios de inclusão foram priorizados artigos entre 2011 e 2021 (os
anos de 2020 e 2021 não constavam na base de dados Scielo para efetuar o filtro)
artigos originais, coleções brasileiras, estudos contendo idosos com 60 anos ou
mais, sem distinção de sexo e etnia, não institucionalizados, independentes, idosos
que não estivessem ativos pelo menos três meses, estudos destinados a avaliar a
modificação do número de quedas durante a intervenção, exercícios realizados em
grupo com um programa estruturado, praticantes ou não praticantes de atividade
física. Como critérios de exclusão foram descartados artigos de revisão, idade
inferior a 60 anos de idade, estudos realizados com grupos em condições especiais
de saúde, estudos que avaliaram apenas as modificações do medo em relação às
quedas, cartas aos editores, protocolos de estudo, comentários, dissertações, teses,
programas de intervenção com incentivo aos indivíduos realizarem exercícios em
casa, programas de intervenção associado à medicação. Dentre os artigos de 2011
a 2019 foram encontrados um total de 26 artigos, utilizando os critérios de inclusão e
exclusão, foi feita a triagem, leitura dos títulos e resumos para a seleção dos artigos,
nos quais, destes, seis foram descartados por não apresentarem algum dos critérios
estipulados para a revisão. Assim, 20 artigos originais publicados em revistas
científicas brasileiras conceituadas, no período mencionado acima foram
selecionados para o presente estudo.
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4 RESULTADOS
(continuação)
(continuação)
masculino idosos avaliados. independentes
= 50 e ativos no
período de três
anos. Nesse
mesmo
momento,
observou-se
uma redução
da distância
percorrida,
avaliada pelo
TC6.
FREITAS et al. N=77 > Estudo IPAQ. Foi No teste TUG A prática
(2013) 60 anos transversal e utilizada a verificou-se uma habitual de
Sexo descritivo. plataforma de tendência à boa atividade física
feminino. força para mobilidade mais elevada
Seis meses. avaliação funcional com o representa
estabilográfica, aumento da melhora na
Teste de Apoio prática habitual estabilidade
Unipodal (TAU) de atividade corporal
— equilíbrio física. quantificada
estático, e o pela
TUG, equilíbrio estilometria.
dinâmico.
(conclusão)
Sexo observacional para realização entre os grupos atividade física
feminino. exploratório. do teste TUG, GI x GM, GI x moderadament
medo de cair e GA, sendo e ativa
Seis meses. autopercepção encontrada apresentam
de saúde. Foi diferença menor risco de
utilizado ainda, significativa entre quedas,
o questionário os grupos GM x comparado a
Perfil de GA apenas para idosas
Atividade o TUG. sedentárias.
Humana.
5 DISCUSSÃO
quedas (maior que 20s). No estudo de Allendorf et al. (2016) idosos praticantes de
treinamento resistido apresentaram um melhor desempenho no tempo de realização
do TUG, o que está diretamente relacionado com a prevenção de quedas. O
aumento no comprimento do passo e na velocidade da marcha verificados no estudo
de Fernandes et al. (2012), onde os idosos durante a intervenção realizaram
exercícios multisensoriais (30 minutos): marcha, força, equilíbrio e propriocepção –
os exercícios foram realizados na forma de circuito aponta para uma melhoria do
equilíbrio do idoso, visto que após o programa de exercícios físicos observou-se
além de um aumento no comprimento do passo, uma tendência de aumento na
velocidade, o que caracteriza mais estabilidade durante a locomoção.
No presente estudo, Abdala et al. (2017), Freitas et al. (2013) e Silva et al.
(2011) tiveram em suas amostras somente idosos do sexo feminino. Os resultados
mostraram que idosas fisicamente ativas obtiveram melhores resultados e menor
risco de quedas se comparadas com idosas sedentárias.
Também foi evidenciado no atual estudo que, as medidas de funcionalidade e
a força muscular estão associadas ao risco de quedas, conforme estudo de Oliveira
(2021) que avaliou 80 idosos de ambos os sexos, com 60 anos ou mais,
frequentadores de Academia para a Terceira idade para investigar se o nível de
funcionalidade e a força muscular estão associados ao risco de queda e ao medo de
cair em idosos, no qual concluiu que quanto maior a força muscular, menor o risco
de queda dos idosos. Antero-Jacquemin et al. (2012) compararam a função
muscular isocinética de membros inferiores de idosos que não apresentaram quedas
(G1) e que apresentaram quedas (G2) nos últimos seis meses, e demonstrou menor
desempenho muscular especificamente para a articulação do joelho de G2. Ainda,
Gonçalves et al. (2017) analisaram a aptidão física de idosos caidores e não
caidores antes e após a participação em programa de exercício multicomponente,
onde verificou a redução de quedas. Aplicou-se a bateria de avaliação de Rikli e
Jones. Foi possível concluir que a aptidão física de idosos caidores e não caidores
indica melhores resultados com a participação em exercícios físicos, destacando-se
a capacidade força.
Ainda, Ferrioli et al. (2017) avaliaram a variação da capacidade aeróbica e do
equilíbrio postural em idosos independentes por um período de três anos. A
capacidade aeróbica dos voluntários foi avaliada por meio do Teste de Caminhada
de 6 minutos (TC6); o equilíbrio postural, por meio da Escala de Equilíbrio de Berg
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6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GONÇALVES, A.K; GRIEBLER, E.M; POSSAMAI, V.D; COSTA R.R; MARTINS VF.
Idosos caidores e não caidores: programa de exercício multicomponente e
prevalência de quedas. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, Fortaleza, v.
16, n. 2, p. 187-193, jun. 2017. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-875767
Acesso em: 6 set. 2021.
POINT GEIS, P. Atividade física e saúde na terceira idade: teoria e prática. Trad.
Magda Schwartzhaupt Chaves. Porto Alegre: Artmed, 5. ed., 2003.
SILVA, C; OLIVEIRA, N.C; ALFIERI, F.M. Mobilidade funcional, força, medo de cair,
estilo e qualidade de vida em idosos praticantes de caminhada. Revista Acta
Fisiátrica, São Paulo, v.25, n. 1, p. 22-26, mar. 2018. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-998483.
Acesso em: 6 set. 2021.