Aula 13 - Conflitos Na América

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Conflitos na

América
Conflitos e desafios atuais na América
Anglo-saxônica e na América Latina

Existem, ao menos, dois grandes tipos de conflitos:

- Conflitos internos: que fazem parte das disputas


entre atores sociais dentro de um mesmo país. Na
maioria das vezes as questões sociais são
predominantes (conflitos entre grupos, partidos,
movimentos sociais).

- Conflitos entre países: geralmente está ligado às


disputas por recursos ou domínios territoriais. Ex.
Disputa da região de Essequibo, entre a Venezuela e a
Guiana.
A questão de Quebec

Na Província de Quebec, no leste do


país, 80% da população tem
ascendência francesa e a religião
predominante é a católica.

Por causa das rivalidades entre franceses e ingleses, que advêm desde a
colonização, movimentos separatistas em Quebec acompanham a história
do Canadá. Tanto é, que, no final da década de 1960, a língua francesa
passou a ser reconhecida como língua oficial na Província.

No último plebiscito realizado, em 1995, a diferença de votos que definiu a


vitória da manutenção da província ao território e ao Estado canadense foi
muito pequena: 50,58% a 49,42%.
Crises sociais, migrações e o muro fronteiriço: desafios dos Estados Unidos

Os Estados Unidos são o país mais violento entre os desenvolvidos. Uma


das explicações mais recorrentes é a desigualdade social(apresenta o
maior nível de desigualdade entre todos os países desenvolvidos).
Outro fator que deve ser considerado ao explicar a violência é a
discriminação racial que atinge as populações negras e latinas.
Outro fator é o fácil acesso da população a
armas de fogo, inclusive fuzis de uso militar,
provoca o aumento dos índices de violência dos
Estados Unidos.

Também, o fenômeno da “desindustrialização”


pelo qual passam algumas cidades dos Estados
Unidos, influenciado pelo aumento da
concorrência, intensificado pela globalização,
com destaque para a indústria asiática. Setores
fabris tradicionais nos Estados Unidos, como o
têxtil e o automobilístico, sofreram fortes quedas
em sua produção no início do atual século.
A decadência econômica do setor
industrial, principalmente do
Manufacturing Belt levou os estudiosos
a cunharem o conceito de Rust Belt
(cinturão da ferrugem), a fim de chamar
a atenção para o fechamento de muitas
empresas e o crescimento do
desemprego, da violência e das
dificuldades financeiras pelas quais
essas cidades começaram a passar
Migração e xenofobia nos EUA
Os Estados Unidos são um país multicultural, uma vez que abrigam tantos
grupos e possuem uma cultura política com princípios democráticos. No
entanto, nos últimos anos, vem ganhando força um discurso com
características xenofóbicas, que culpa os imigrantes por diversos
problemas, como o desemprego, a violência e a expansão do tráfico e do
consumo de drogas.

Xenofobia é o medo ou aversão a qualquer


coisa que seja percebida como estrangeira
ou estranha.

Muro na fronteira dos EUA


Conflitos e desafios atuais na América Latina

Na segunda metade da década de 1990, a


região da Cordilheira de Cóndor, entre Equador
e Peru, foi palco de confronto entre forças
armadas de ambos os países.

Em 1978, Chile e Argentina quase iniciaram uma


guerra pelo controle da região do Canal de
Beagle, no extremo sul desses países, e foi
necessária a intervenção do papa João Paulo II.
As ilhas da região do Canal de Beagle possuem recursos
naturais como urânio e petróleo.
Com base nas informações do
mapa “Conflitos na América do
Sul”, observamos que, no interior
da América do Sul, estão
presentes conflitos:

• por demarcação de fronteira;


• ambientais;
• por controle fronteiriço;
• energéticos;
• agrários;
• geopolíticos;
• civis.
Democracia e neoliberalismo

O início da década de 1990, na América


Latina, foi marcado pelo fim dos regimes
ditatoriais e pela ascensão do
neoliberalismo na maior parte da região.
Apesar de esse sistema ter promovido algumas
mudanças bem-sucedidas, como a
modernização do setor de telefonia, a
importação de tecnologias eletrônicas e da
informática e o combate à inflação, as medidas
neoliberais geraram grande descontentamento
em parte da população dos países
latino-americanos, uma vez que também
resultaram no aumento do desemprego e na
intensificação da desigualdade social.
Nesse novo contexto, que não tinha mais relação com a Guerra Fria, vários
partidos identificados com concepções consideradas “de esquerda”
começaram a ganhar popularidade e conseguiram vencer eleições em seus
países. Podemos separá-los em dois grupos: os de centro-esquerda e os
de esquerda.

Os governos de centro-esquerda – como o de Lula, no Brasil; de Cristina


Kirchner, na Argentina; de Tabaré Vazquez, no Uruguai; e de Michelle
Bachelet, no Chile – não fizeram mudanças profundas na legislação ou nas
regras econômicas de seus países durante seus mandatos. No geral, eles
ampliaram novamente a presença do Estado na economia com
investimentos em programas sociais que tiveram importância no
combate à pobreza, embora, para muitos críticos, não tenham
conseguido atingir as causas mais fundamentais da desigualdade.
Os governos de esquerda, por sua vez, foram um pouco mais além. O de
Evo Morales, na Bolívia, nacionalizou a exploração de gás natural, petróleo
e outras riquezas minerais e promoveu programas de valorização da
população indígena, que representa a maioria da população do país e
encontra-se em situação de pobreza.
O colapso social venezuelano

Historicamente, a economia da Venezuela se tornou extremamente


dependente da exportação de petróleo, o que desestimulou a
industrialização do país.
Com a exploração de novas jazidas petrolíferas distribuídas em diferentes
regiões do mundo, na década de 1980, por sua vez, o preço do petróleo
teve uma grande queda, levando a Venezuela a uma grave crise
econômica.
Em 1999, Hugo Chávez conseguiu eleger-se com a proposta de refundar a
república da Venezuela. Foi nesse momento que teve início o chamado
bolivarianismo, cuja denominação se refere aos ideais libertários de Simón
Bolívar, no século XIX, que resultaram na independência de vários países da
América Latina.

Chávez modificou o nome do país para República Bolivariana da


Venezuela e criou uma nova Constituição. As medidas adotadas por ele que
mais chamaram a atenção foram o combate à influência estrangeira,
principalmente à dos Estados Unidos, tidos como os responsáveis pela
implantação do neoliberalismo no país, e a união entre os países
latino-americanos.
No entanto, Chávez também implantou medidas que desagradaram
investidores estrangeiros e a elite nacional, entre elas:

• estatização de empresas privadas;


• aumento dos gastos públicos com programas sociais nas áreas de
habitação, educação, cultura e renda mínima;
• alinhamento, na política internacional, com países que também se
colocavam contrários aos Estados Unidos;
• tentativa de concentrar mais o poder em suas mãos, mudando leis e
limitando a liberdade da imprensa.
A partir de 2006, erros de gestão da economia por parte do governo
chavista levaram à queda da produção de petróleo, dando início a uma
grande crise econômica na Venezuela, uma vez que a exploração desse
recurso é a principal atividade econômica do país. Essa crise foi agravada
pela queda internacional do preço do petróleo.

Em 2013, Chávez morreu, deixando seu vice, Nicolás Maduro, em seu


lugar. Nesse governo a crise econômica do país se agravou. Entre os
diversos problemas gerados por ela, está o aumento da inflação e do
desemprego que, por consequência, acentuou também problemas sociais
como a violência urbana.

Por isso muitos venezuelanos emigraram para países vizinhos e próximos,


como Colômbia, Brasil, Equador e Peru, ou mudar-se para a Espanha.
Crise das commodities e guinada à direita

A queda do preço do petróleo afetou profundamente a economia global,


atingindo, de maneira geral, os países da América Latina, muito
dependentes das exportações de commodities.

Por essa razão, muitos países exportadores de commodities foram


fortemente prejudicados, entre eles:
• Brasil (soja, minério de ferro e carne);
• Argentina (carne e trigo);
• Bolívia (gás natural e petróleo);
• Chile (cobre);
• Equador (petróleo e gás natural); Commodities são produtos de origem agropecuária
• Venezuela (petróleo) ou de extração mineral, em estado bruto ou
pequeno grau de industrialização, produzidos em
larga escala e destinados ao comércio externo.
O período em que houve um ciclo de aumento dos preços das commodities
contribuiu para o crescimento econômico dos países latino-americanos,
trazendo uma melhora geral nas condições de vida de sua população.
Desigualdade social e violência na América Latina

A América Latina apresenta, na média, as maiores desigualdades de


distribuição de renda do mundo. Entre as causas dessa desigualdade,
estão a concentração fundiária, a economia primário-exportadora, a
discriminação racial e as altas taxas de impostos. Todos os problemas
mencionados remetem ao modelo de colonização e de formação dos
Estados nacionais que predominou na região.

Bolívia, Haiti, Brasil, Equador, Honduras, Panamá, Paraguai, Chile,


Colômbia e Guatemala iniciaram a década de 2010 com os mais elevados
índice de Gini do subcontinente.
Índice de Gini: criado pelo matemático
italiano Conrado Gini, trata-se de um
coeficiente para medir o grau de
concentração de renda em determinado
grupo, apontando a diferença entre os
rendimentos dos mais pobres e dos
mais ricos. Em termos numéricos, varia
entre 0 e 1 ou entre 0 e 100. O valor 1
seria o extremo, no qual uma só pessoa
detém toda a riqueza do país. Na
prática, o Índice de Gini costuma
comparar os 20% mais pobres com os
20% mais ricos.

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