O Que É Trabalho para A Sociologia

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O que é trabalho para a

Sociologia?
Trabalho
O trabalho é um elemento central na vida das pessoas e na sociedade em geral.
É através dele que as pessoas ganham a sua subsistência e são capazes de
satisfazer as suas necessidades básicas, como alimentação, abrigo e vestuário.
Além disso, o trabalho desempenha um papel importante na estruturação da
sociedade por meio da divisão social do trabalho.

Texto Roniel Sampaio-Silva[1]

O trabalho é categoria que evidencia atividade social que envolve a produção e


o intercâmbio de bens e serviços. Ele é uma forma de organização da sociedade
e é regulado por leis, normas e instituições sociais. Tal categoria pode ser
dividido em dois tipos: trabalho assalariado e trabalho não assalariado. Tal
atividade assalariada é aquela na qual o trabalhador é remunerado por um
vencimento ou remuneração pelo seu trabalho produtivo. Já a atividade laborial
não assalariada é aquela na qual o trabalhador ou trabalhadora não é
remunerado, mas produz bens ou serviços para si próprio ou para a sua família.
Um bom exemplo disso é o trabalho feito por mulheres no ambiente doméstico.

Tal categoria desempenha um papel importante na estruturação da sociedade


e na divisão de classes sociais. As pessoas são classificadas de acordo com a
sua posição no mercado de trabalho e com o tipo de trabalho que
desempenham. As pessoas que ocupam posições de poder e prestígio no
mercado de trabalho são consideradas de classe alta, enquanto aquelas que
ocupam posições subalternas são consideradas de classe baixa. A divisão de
classes sociais é reforçada pelo sistema educacional, que favorece os
indivíduos da classe alta e prejudica os da classe baixa. Vários sociólogos
compreenderam a importância desta categoria e buscaram explicá-la a partir de
seu ponto de vista.

Trabalho para Émile Durkheim


Emile Durkheim foi um sociólogo francês que viveu no século XIX e é conhecido
por sua contribuição para o estudo da sociologia do trabalho. Para Durkheim, a
atividade laboral é um elemento fundamental para a compreensão da estrutura
social e da dinâmica das relações sociais. É por meio da divisão social do
trabalho que se criou o mundo industrial moderno.

Durkheim defendia a ideia de que o tal categoria é uma atividade social que
envolve a produção e o intercâmbio de bens e serviços. Segundo Durkheim,
compreender a divisão social do trabalho é vital para compreensão da relação
entre as diversas instituições sociais e suas funções. Para o sociólogo Émile
Durkheim, a solidariedade é a força que une as pessoas em uma sociedade e
mantém a coesão social. Ele distinguiu entre duas formas de solidariedade:
solidariedade mecânica e solidariedade orgânica. A principal característica que
diferencia solidariedade mecânica de orgânica é a nesta última há uma maior
divisão social do trabalho.

Solidariedade mecânica é a forma de solidariedade que ocorre em sociedades


simples e menos complexas, onde as pessoas têm poucas diferenças
individuais e compartilham valores, crenças e interesses comuns. Neste tipo de
solidariedade, as pessoas são ligadas umas às outras através de laços de
semelhança e dependência mútua. A solidariedade mecânica é mais comum em
sociedades tradicionais e pré-industriais.

Solidariedade orgânica, por outro lado, é a forma de solidariedade que ocorre


em sociedades mais complexas e desenvolvidas, onde as pessoas têm
diferenças individuais e ocupam posições diferentes na estrutura social. Neste
tipo de solidariedade, as pessoas são ligadas umas às outras através de laços
de interdependência, em que cada pessoa desempenha um papel específico e
importante no funcionamento da sociedade. A solidariedade orgânica é mais
comum em sociedades industriais e modernas.

Para Durkheim, tal categoria laborial é uma fonte de coesão social e um


elemento importante na manutenção da estabilidade da sociedade. Ele
argumentava que o mundo moderno tende a criar uma divisão social do trabalho
maior, onde as pessoas são classificadas de acordo com o tipo de atividade que
desempenham e o status social que isso lhes confere. Segundo Durkheim, a
divisão social do trabalho é um fator importante na manutenção da estabilidade
da sociedade, pois permite que as pessoas sejam especializadas em tarefas
específicas e colaborem entre si para a produção de bens e serviços.

Durkheim também defendia a ideia de que a atividade laboral é uma fonte de


realização pessoal e de contribuição para a sociedade. Ele argumentava que o
as tarefas laborais são uma forma de dar sentido à vida das pessoas e de
proporcionar uma sensação de pertencimento e de realização. Segundo
Durkheim, as atividades laborais é um elemento importante na formação da
personalidade e na construção de uma identidade social.
Trabalho para Max Weber
A Reforma Protestante muda radicalmente a visão sobre essa categoria
conduzindo-o a um pleno reconhecimento. Será através da Reforma, que tal
categoria assumirá verdadeiramente um status de importância e contribuirá
decisivamente para uma outra subjetividade manifesta. Quem melhor traduziu o
impacto das reformas protestantes, na valorização religiosa do trabalho,
foi Weber em A ética protestante e o espírito do capitalismo [1905].

A ascensão espetacular do trabalho como um valor, sem precedente na história


da humanidade, é explicada pelo sociólogo a partir da Reforma, apesar do tema
do laboral não ser central em sua obra. A questão central é a origem do
racionalismo ocidental manifesta no capitalismo, porém, a concepção de
trabalho através da religião, oferece para Weber (1967) a chave da
compreensão do surgimento do racionalismo ocidental.

Weber procura demonstrar que, desde o início da Reforma


assiste-se ao nascimento de uma concepção espiritual do
trabalho, bem como ao aparecimento de uma
ética profissional, as quais constituíram um aspecto central
do espírito do capitalismo, que favoreceu seu
desenvolvimento no Ocidente (MÜLLER, 2005: 241).
Até então, em toda a sua história, o trabalho era considerado de
maneira ambivalente. O trabalho era indispensável para a reprodução biológica
e social da humanidade, mas era indesejável. Sobre ele pesava uma condição
de castigo e anulação da individualidade das pessoas. Essa visão ambivalente
do trabalho é encontrada na cultura judaico-cristã que, apesar de estar na
origem de mudanças profundas no sentido do trabalho, ainda não o sublinha
como possibilidade de manifestação de um lugar social, uma vez que valoriza o
trabalho manual

na medida que serve a Deus (…) visto que todos devem


trabalhar em nome e para a glória de Deus, eles são iguais
enquanto cristãos e pessoas religiosas. (…) o trabalho se
opõe ao ócio, ao repouso, ao descanso, ao sabbat (com
Tomas de Aquino – o ficar sem fazer nada será apreciado,
como tempo para vida contemplativa) (MÜLLER, 2005: 242).
Trabalho para Karl Marx
Karl Marx foi um filósofo e sociólogo alemão que viveu no século XIX e é
conhecido por sua contribuição para o estudo da sociologia do trabalho,
apesasar de não ter nenhum compromisso com a disciplina científica que
chamamos de Sociologia. Para Marx, ele é um elemento fundamental para a
compreensão da estrutura social e da dinâmica das relações sociais uma vez
que o mundo material e social é criado a partir das relações de trabalho.

O trabalho, na perspectiva de Marx, é visto como um meio pelo qual as pessoas


produzem os bens e serviços necessários para sua sobrevivência e bem-estar.
Marx percebeu que ao longo da história houve muitos momentos em que uma
classe dominante se apropriou dos meios de produção para obrigar uma classe
dominada a trabalhar. Assim, a classe dominante, passou a usufruir do fruto do
trabalho de tal classe dominada. Este tipo de relação de exploração, Marx
desenvolveu o conceito de alienação do trabalho. Alienação do trabalho
consiste na falta de coinsciência de classe necessária ao trabalhador para que
este compreenda que ele é explorado e ele próprio pertence a uma coletividade
de outros seres que produzem os itens necessários à sobrevivência. A alienação
impede que os trabalhadores percebam que o trabalho desenvolvido por eles é
que sustenta a classe dominante, não o contrário.

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