TJ - SP Fraude Do Pix - Falsa Central - Atipicidade 08102024

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2024.0000959682

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº


1001925-63.2024.8.26.0037, da Comarca de Araraquara, em que é apelante
ANDREIA APARECIDA OLIVEIRA LEANDRO DA SILVA (JUSTIÇA
GRATUITA), é apelado NUBANK S/A.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da Núcleo de Justiça 4.0 em


Segundo Grau – Turma III (Direito Privado 2) do Tribunal de Justiça de São Paulo,
proferir a seguinte decisão: Deram provimento ao recurso. V. U., de conformidade
com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores ROBERTO MAC


CRACKEN (Presidente sem voto), PEDRO FERRONATO E MARA TRIPPO
KIMURA.

São Paulo, 8 de outubro de 2024.

PAULO GUILHERME AMARAL TOLEDO


Relator(a)
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Apelação nº 1001925-63.2024.8.26.0037
Comarca: Araraquara (1ª Vara Cível)
Juiz: Luiz Claudio Sartorelli
Apelante: Andreia Aparecida Oliveira Leandro da Silva
Apelado: Nubank S/A (Nu Pagamento S.a - Instituição de Pagamento)

Voto nº 861

DIREITO CIVIL AÇÃO DE CONHECIMENTO


FRAUDE BANCÁRIA RESTITUIÇÃO DE VALORES.
I. CASO EM EXAME: A autora sustenta que foi vítima de
um golpe perpetrado por supostos funcionários do banco,
que realizaram transferência de R$ 10.000,00, a ser debitada
em sua fatura de cartão de crédito em 12 parcelas. Pede a
devolução do valor fraudulentamente transferido via PIX, e
indenização por danos morais. Na sentença de primeira
instância, os pedidos foram julgados improcedentes, sob o
fundamento de que a autora realizou as transferências por
vontade própria, sem que houvesse falha do banco. Apela a
autora requerendo a reforma da sentença.
II. QUESTÕES EM DISCUSSÃO: (i) Saber se houve falha
na prestação do serviço bancário, considerando as
informações sigilosas utilizadas pelos fraudadores e a
ausência de alerta do sistema bancário diante das transações
atípicas; (ii) Saber se a autora faz jus à restituição dos
valores e à indenização por danos morais.
III. RAZÕES DE DECIDIR: A responsabilidade do banco,
por se tratar de relação de consumo, é objetiva, conforme
prevê o art. 14 do CDC. Cabe à instituição financeira
garantir a segurança dos serviços prestados, principalmente
em relação às transações bancárias. No caso, o banco falhou
ao não identificar transações atípicas e bloquear as
transferências. Reclamações administrativas não atendidas.
Périplo para solucionar a questão, culminando com
demanda judicial. Dano moral configurado. Indenização
devida.IV. DISPOSITIVO: Recurso provido para
reconhecer a inexigibilidade dos valores do empréstimo
lançado no cartão da autora e condenar ao pagamento de
indenização por danos morais, invertidos os encargos
sucumbenciais.

Trata-se de ação declaratória de inexistência de débito


cumulada com pedido de danos morais em que a autora narra que recebeu uma
ligação de um indivíduo que se passou por funcionário do setor de segurança do

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instituição financeira, o qual possuía seus dados pessoais. Sob a justificativa de evitar
movimentações suspeitas, solicitou que a autora realizasse procedimentos em seu
aplicativo bancário, culminando na realização de uma transferência PIX no valor de
R$ 10.000,00, a ser debitada em sua fatura de cartão de crédito em 12 parcelas.

Na r. sentença (fls. 248/255), o juízo de primeiro grau julgou


improcedentes os pedidos da autora, ao entender que a operação foi realizada
voluntariamente por meio de um aparelho autorizado e mediante uso de senha
pessoal, o que descaracteriza a falha no sistema de segurança do banco.

Pela sucumbência, a autora foi condenada ao pagamento das


custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor
atualizado da causa, observada a gratuidade da justiça concedida.

Apela a parte autora (fls. 277/288), sustentando, em síntese,


que o banco falhou ao não dispor de atendimento no horário da fraude, o que impediu
a comunicação imediata e bloqueio dos valores transferidos. Alega ainda que a
redução do limite de transações, realizada momentos antes da transferência
fraudulenta, não foi efetiva. Requer a reforma da sentença para declarar a
inexigibilidade do débito e a condenação do réu ao pagamento de danos morais.

Recurso tempestivo e isento de preparo.

Contrarrazões às fls. 292/310.

Não há oposição ao julgamento virtual.

É o relatório.

Uma vez firmado o contrato de prestação de serviços


bancário no âmbito das relações de consumo, não há dúvidas que a instituição
financeira assumiu responsabilidade objetiva perante o autor pelos danos porventura
causados no cumprimento do seu objeto social, conforme estabelece o art. 14, caput,
do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

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Cabe definir, contudo, se, diante das particularidades do caso


concreto, concorre responsabilidade da parte ré pela fraude reportada.

Conforme narra a autora, em 06 de dezembro de 2023, por


volta das 19h30, ela recebeu uma ligação de um indivíduo que se identificou como
funcionário do setor de segurança do cartão de crédito. A pessoa possuía informações
detalhadas sobre a autora, como nome, endereço, telefone, e-mails e a relação de
bancos nos quais ela era cliente, o que reforçou a credibilidade da ligação.

O interlocutor teria alegado que estavam ocorrendo tentativas


de movimentações suspeitas em sua conta e solicitou que a autora realizasse alguns
procedimentos no aplicativo do Nubank. Temendo prejuízos financeiros e confiando
na veracidade da ligação devido à quantidade de informações fornecidas, a autora
seguiu as instruções.

Após o término do atendimento e não recebendo mais


retorno, ela passou a suspeitar que havia sido vítima de um golpe. Tentou contato
com o Nubank no mesmo dia, às 21h53, mas foi informada por gravação que o
atendimento era apenas em horário comercial. Somente no dia seguinte, às 08h05,
conseguiu falar com o banco e confirmou que havia sido enganada.

Durante a fraude, foi realizada uma transferência via PIX no


valor de R$ 10.000,00, debitada de seu cartão de crédito em 12 parcelas de R$
1.063,72.

A instituição bancária, após análise administrativa, negou o


reembolso, alegando que a operação foi feita a partir de um dispositivo autorizado e
com a senha pessoal de 4 dígitos da autora.

A parte autora juntou imagens com captura de tela que


demonstram as ligações efetuadas à instituição financeira (fls. 15/16), boletim de
ocorrência versando sobre as transações financeiras fraudulentas (fls. 17/18), extrato
da conta corrente (fls. 19/22), comprovante de transferência (fls. 23), pedido de
contestação junto ao banco (fls. 24/43), resposta da instituição a reclamação da

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autora junto ao Procon (fls. 44/46) e faturas do cartão de crédito (fls. 47/54)

Nessa perspectiva, a parte autora logrou êxito em demonstrar


a ocorrência de fraude na qual foi vítima. Resta saber se a instituição financeira
concorreu para que a fraude fosse ultimada.

Não se pode ignorar que a modalidade de fraude versada nos


autos tem se tornado cada vez mais corriqueira e cabe à instituição bancária
desenvolver mecanismos aptos a afastá-la, o que não se verificou no caso concreto.

No caso em apreço, ainda que a fraude tenha sido praticada


por terceiro e que a parte autora tenha concorrido para o evento, pois não adotou as
cautelas esperadas na identificação dos supostos prepostos da instituição financeira, é
certo que os fatos somente ocorreram porque houve falha concorrente na segurança
dos serviços bancários prestados.

A relação jurídica discutida nos autos caracteriza relação de


consumo e é sujeita às normas do CDC que no seu art. 14 estabelece a
responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de tais serviços.

O §1º desse dispositivo define o que seja serviço defeituoso,


ou seja, aquele que não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar,
levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais o modo de
seu fornecimento, o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam e a
época em que foi fornecido.

Além disso, o §3º do mesmo artigo prevê como excludentes


da responsabilidade civil do fornecedor a culpa exclusiva do consumidor ou de
terceiro e a prova da inexistência do defeito.

Cabe ao fornecedor, por aplicação do CDC, o ônus de


comprovar a culpa exclusiva do consumidor e a idoneidade de seu sistema de
segurança que, no caso concreto, se mostrou falho.

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Ora, a facilidade com que os fraudadores, se fazendo passar


por prepostos da requerida, acessaram as contas da parte autora e realizaram a
transferência via PIX e o lançamento da operação, de forma parcelada, em cartão de
crédito, já demonstra, por si só, a falha de segurança.

A mera alegação de que tais transações somente poderiam se


dar com cartão, senha, TOKEN ou anuência e participação da parte autora não se
sustenta, eis que são notórias as fraudes bancárias sem que tais fatos se tenham
verificado.

A movimentação, tal como realizada, ademais, com a


alteração do limite para PIX, seguida, quase de imediato pela transferência de valor
alto para beneficiário não cadastrado e ainda de forma parcelada em cartão de
crédito, era atípica e competia ao requerido impedir que fosse ultimada, alertando o
consumidor a respeito.

Repito. A transação impugnada era efetivamente atípica, pois


realizada em valor incomum, acima do limite ajustado pela autora para realização de
PIX (fls. 189/190), o qual fora alterado havia poucos minutos, com transferência de
valor elevado e empréstimo não usual por meio de cartão de crédito, de forma que
cumpria ao sistema de segurança do requerido alertar a parte consumidora acerca do
ocorrido e, se o caso, bloquear o evento, o que não ocorreu.

Ademais, há indícios de vazamento de informações bancárias


sigilosas a respeito da parte autora, eis que, segundo o alegado na inicial, tinham os
fraudadores conhecimento a respeito de dados bancários sensíveis da requerente, o
que não foi negado pelo contestante.

Do exposto, demonstrada a falha nos serviços bancários, não


há que se falar em culpa exclusiva da parte autora ou de terceiros ou de
responsabilidade civil do Estado.

Tampouco houve fortuito externo ou justa causa para redução


da responsabilidade do fornecedor, eis que, tratando-se de relação de consumo, vige

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o princípio da reparação integral, de forma que a culpa concorrente em nada interfere


no direito ao ressarcimento.

Apesar do pacífico entendimento de que o fato de terceiro


apto a afastar a responsabilidade deve equiparar-se ao caso fortuito externo, isto é,
aquele impossível de ser previsto, evitado e que não se liga à atividade do prestador
de serviço, no caso dos autos, a atuação fraudulenta do terceiro somente teve sucesso
porque para ela concorreu o requerido, de forma que, além das falhas apontadas,
devem os fatos serem considerados como fortuito interno, o qual decorre do risco do
negócio desempenhado pela instituição financeira.

Por essas razões, de rigor a declaração da inexistência do


débito.

O art. 6º do CDC garante ao consumidor a efetiva prevenção


e reparação de danos, impondo ao fornecedor o dever de se cercar de todos os
cuidados necessários e suficientes para evitar prejuízo aos usuários dos serviços que
presta.

E, nos termos do já mencionado art. 14 e § 1º do mesmo


Código, a responsabilidade do fornecedor pela reparação de danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços independe da existência
de culpa; e, por serviço defeituoso, tem-se aquele que não fornece a segurança que o
consumidor dele pode esperar.

Conforme entendimento pacificado pelo STJ, em julgamento


do Recurso Especial 1.199.782/PR, de relatoria do Ministro Luís Felipe Salomão,
afetado à Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, com base no art. 543-C do
Código de Processo Civil, acrescido pela Lei nº 11.672/2008 e Resolução/CNJ
08/2008 (Lei de Recursos Repetitivos), eventos da natureza do tratado nos presentes
autos caracterizam-se como falha na prestação de serviços da instituição financeira,
de modo que a fraude praticada por terceiro representa fortuito interno, derivado do
risco sua atividade comercial do estabelecimento bancário. Confira-se:

Apelação Cível nº 1001925-63.2024.8.26.0037 -1- Voto nº 861 7


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RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA. JULGAMENTO PELA SISTEMÁTICA DO
ART. 543-C DO CPC. RESPONSABILIDADE CIVIL.
INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS. DANOS CAUSADOS POR
FRAUDES E DELITOS PRATICADOS POR TERCEIROS.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. FORTUITO INTERNO.
RISCO DO EMPREENDIMENTO. 1. Para efeitos do art. 543-C
do CPC: As instituições bancárias respondem objetivamente pelos
danos causados por fraudes ou delitos praticados por terceiros -
como, por exemplo, abertura de conta-corrente ou recebimento de
empréstimos mediante fraude ou utilização de documentos falsos -
, porquanto tal responsabilidade decorre do risco do
empreendimento, caracterizando-se como fortuito interno. 2.
Recurso especial provido. (STJ. REsp nº 1.199.782/PR. 2ª Seção.
Min. Rel. Luis Felipe Salomão. J. 24.08.2011

Sobre o tema, foi publicada a Súmula nº 479 do STJ de


seguinte redação: “As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos
gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no
âmbito de operações bancárias”.

No mesmo sentido, precedente desta Corte:

Apelação cível. Ação declaratória de inexistência de débito c/c


pedido de tutela antecipada, repetição do indébito e condenação
por danos morais. Sentença de parcial procedência.
Inconformismo da ré. Aplicação do Código de Defesa do
Consumidor. Súmula 297 do C. STJ. Golpe praticado por
estelionatários, com utilização de link legítimo da instituição
financeira, enviado por aplicativo WhatsApp. Falha na prestação
dos serviços. Configurada. Posterior pagamento de boleto falso
encaminhado pela mesma pessoa. Entendimento do enunciado 12
deste Tribunal. Fraude que poderia ter sido evitada se o sistema
da ré tivesse funcionado a contento e identificado a intervenção de
terceiros. Inexistência da contratação reconhecida. Devolução
dos valores descontados do benefício previdenciário que era
mesmo de rigor. Compensação com o valor do "bônus" existente
na conta-corrente da autora que deve ocorrer em fase posterior.
Sentença minimamente reformada. Recurso minimamente provido.
(TJSP, Apelação Cível 1004553-70.2022.8.26.0368, Rel. Des.
Hélio Nogueira, 22ª Câmara de Direito Privado, julgado em
01/09/2023, DJe de 01/09/2023)

Assim, comprovada a fraude da qual a parte autora foi vítima,


que envolveu a realização de transferência bancária, demonstrada a falha dos serviços
da instituição financeira, que para ela concorreu, de rigor acolher-se a pretensão para
o fim de se reconhecer a inexigibilidade dos valores decorrentes do empréstimo
lançado nas faturas do cartão da parte autora e do PIX realizado pelos fraudadores.

Apelação Cível nº 1001925-63.2024.8.26.0037 -1- Voto nº 861 8


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A existência do dano moral é, também, evidente.

Por conta do ocorrido a parte autora teve lançamento de


débitos indevidos em sua conta e cartão, de valores expressivos.

Além disso, depreende-se dos autos que mesmo com as


reclamações administrativas, inclusive junto ao PROCON, a parte requerida não
suspendeu os descontos e persistiu na cobrança dos valores sabidamente indevidos, o
que obrigou a parte autora a recorrer ao Poder Judiciário.

Forçoso concluir que a falha em questão, aliada ao risco de


cobrança indevida, causa intranquilidade que extrapola a esfera dos meros
aborrecimentos, justificando a imposição de sanção reparatória, inclusive para que a
ré seja mais diligente em situações semelhantes.

No mais, tortuosa é a tarefa do magistrado de fixar o valor a


título de indenização por dano moral, porquanto pela própria essência do instituto tal
dano não é aferível de forma objetiva, relacionando-se com caracteres ligados ao
direito da personalidade, etéreos e imateriais.

Doutrina e jurisprudência, com o passar dos anos,


consentiram que a indenização deve servir a um duplo propósito, sendo o primeiro
compensatório ou lenitivo para o ofendido como forma de minorar o sofrimento a
que foi submetido. O segundo, de servir como penalização ao ofensor, de modo a
dissuadi-lo de condutas similares no futuro, evitando a reiteração do ilícito.
Atentando a tais parâmetros ou escopos fixa-se em R$ 3.000,00 o valor da
indenização devida, montante razoável e proporcional ao evento narrado nos autos.

Tal valor deverá ser corrigido monetariamente, pelo IPCA


FIPE, contado da publicação deste acórdão, com juros de mora computados a partir
da citação, eis que o ilícito é contratual, por falha na segurança bancária, aplicando-se
a diferença entre a TAXA SELIC e o IPCA FIPE.

Considerada a reforma da sentença, fica o réu condenado ao


pagamento da totalidade dos ônus sucumbenciais, inclusive honorários, fixados em
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15% do valor total da condenação.

Visando evitar oposição de embargos declaratórios para tal


finalidade, considera-se prequestionada toda matéria constitucional e
infraconstitucional, observado posicionamento do C. STJ segundo o qual
prescindível a citação de dispositivos legais que o fundamentam: Já é pacífico nesta
e. Corte que, tratando-se de prequestionamento, é desnecessária a citação numérica
dos dispositivos legais, bastando que a questão tenha sido decidida (EDcl no RMS
18205/SP, Rel. Min. Felix Fischer, T5, j. 18.04.2006).

Diante do exposto, DÁ-SE PROVIMENTO para julgar


procedente a pretensão inicial.

Int.

PAULO GUILHERME AMARAL TOLEDO


Relator

Apelação Cível nº 1001925-63.2024.8.26.0037 -1- Voto nº 861 10

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