Simulado Revisional 27.06

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c) Cosmologia religiosa, que sustenta as tradições hierárquicas.

d) Segregação humana, que fundamenta os projetos biopolíticos.


e) Enquadramento cultural, que favorece os comportamentos
punitivos.

5- Leia o texto a seguir.


A ética como parte da Filosofia e como reflexão sobre as questões
HISTÓRIA / FILOSOFIA – PROF. DENYS morais pretende desdobrar conceitos e argumentos que permitam
LISTA DE QUESTÕES compreender a dimensão moral da pessoa humana.
(Adaptado de: CORTINA, A.; MARTÍNEZ, E. Ética. Trad. Silvana C. Leite. São Paulo: Loyola, 2005.
1- Uma das mais importantes perspectivas teóricas, o
p.9.)
funcionalismo tem conexão direta com o pensamento de Émile Com base no texto e nos conhecimentos sobre ética, assinale a
Durkheim. Com relação à perspectiva funcionalista, assinale a
alternativa correta.
opção correta.
a) A ética é um tipo de saber que diz respeito à reflexão sobre as
a) O funcionalismo surge de uma preocupação com a linguagem e
diferentes morais e as diferentes maneiras de justificar
com o significado.
racionalmente a vida moral.
b) O funcionalismo pressupõe atenção ao detalhe da interação b) A ética é um saber descritivo que se ocupa em averiguar o que
interpessoal e a como esse detalhe é usado para dar sentido ao que
acontece de fato no mundo, quais são as causas objetivas e o que
os outros dizem e fazem.
são tais acontecimentos.
c) O funcionalismo concentra-se em questões de poder,
c) A Filosofia Moral limita-se a analisar os componentes
desigualdade e luta.
psicológicos, sociológicos e econômicos da ação humana nos
d) O funcionalismo afirma que a sociedade constitui um sistema
casos concretos em que a moral é solicitada.
complexo, cujas diversas partes trabalham conjuntamente para d) A tarefa do saber ético consiste em prescrever ações seguras e
produzir estabilidade e solidariedade.
concretas que os seres humanos devem adotar para conduzir
e) De acordo com o funcionalismo, na sociedade existem áreas diariamente suas vidas.
marcadas pelos conflitos e pela divisão.
e) Compete aos especialistas em ética ditar, frente à diversidade de
doutrinas, os juízos morais, as regras definitivas, corretas e válidas
2- A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e
para todos.
proclamada pela Assembleia Geral da ONU na Resolução 217-A,
de 10 de dezembro de 1948, foi um acontecimento histórico de
6- Se estes assuntos, assim como a virtude e também a amizade e o
grande relevância. Ao afirmar, pela primeira vez em escala
prazer, foram suficientemente discutidos em linhas gerais,
planetária, o papel dos direitos humanos na convivência coletiva, devemos dar por terminado nosso programa? [...] No tocante à
pode ser considerada um evento inaugural de uma nova concepção
virtude, pois, não basta saber, devemos tentar possuí-la e usá-la ou
de vida internacional.
experimentar qualquer outro meio que se nos antepare de nos
LAFER, C. Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). In: MAGNOLI, D. (Org.) História da
tornarmos bons.
paz. São Paulo: Contexto, 2008.
(Aristóteles. Ética a Nicômaco, 1973.)
A declaração citada no texto introduziu uma nova concepção nas Aristóteles argumenta que a ética
relações internacionais ao possibilitar a
a) Deve vincular conhecimento e atividade humana.
a) Superação da soberania estatal.
b) Está, como disciplina filosófica, afastada do conhecimento.
b) Defesa dos grupos vulneráveis.
c) É um setor de menor importância na reflexão filosófica.
c) Redução da truculência belicista.
d) Prega o comportamento honesto aos indivíduos pobres.
d) Impunidade dos atos criminosos.
e) Orienta os cidadãos gregos na administração da pólis.
e) Inibição dos choques civilizacionais.
7- O reino espanhol, que se unificara como Estado
3- No sistema capitalista, as muitas manifestações de crise criam Nacional em 1492, lançou-se ao mar na busca de uma nova rota
condições que forçam a algum tipo de racionalização. Em geral, para o Oriente através do Ocidente. E para evitar outras guerras,
essas crises periódicas têm o efeito de expandir a capacidade numa Europa já habituada às batalhas envolvendo nações em
produtiva e de renovar as condições de acumulação. Podemos litígio, logo em 7 de junho de 1494 era assinado um acordo – o
conceber cada crise como uma mudança do processo de
Tratado de Tordesilhas – que objetivava dividir as terras
acumulação para um nível novo e superior. “descobertas e por descobrir” fora do Estado por ambas as Coroas.
HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005 (adaptado).
SCHWARCZ, L. M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
A condição para a inclusão dos trabalhadores no novo processo
O acordo mencionado no texto foi resultado do(a)
produtivo descrito no texto é a a) unificação dos Estados de Castela e de Portugal em um só reino.
a) Associação sindical. b) Participação eleitoral. b) resistência dos ameríndios à chegada das expedições dos
c) Migração internacional. d) Qualificação profissional.
portugueses.
e) Regulamentação funcional. c) contestação portuguesa ao processo de expansão colonial da
Espanha.
4- Essa atmosfera de loucura e irrealidade, criada pela aparente d) aliança bélica formada entre Espanha e Portugal contra os
ausência de propósitos, é a verdadeira cortina de ferro que esconde
países baixos.
dos olhos do mundo todas as formas de campos de concentração.
e) desinteresse espanhol pelo comércio das índias após o
Vistos de fora, os campos e o que neles acontece só podem ser achamento da américa
descritos com imagens extraterrenas, como se a vida fosse neles
separada das finalidades deste mundo. Mais que o arame farpado, 8- A maior violação do dever de um ser humano consigo mesmo,
é a irrealidade dos detentos que ele confina que provoca uma considerado meramente como um ser moral (a humanidade em sua
crueldade tão incrível que termina levando à aceitação do
própria pessoa), é o contrário da veracidade, a mentira […]. A
extermínio como solução perfeitamente normal.
mentira pode ser externa […] ou, inclusive, interna. Através de
ARENDT, H. Origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989 (adaptado).
uma mentira externa, um ser humano faz de si mesmo um objeto
A partir da análise da autora, no encontro das temporalidades de desprezo aos olhos dos outros; através de uma mentira interna,
históricas, evidencia-se uma crítica à naturalização do(a)
ele realiza o que é ainda pior: torna a si mesmo desprezível aos
a) Ideário nacional, que legitima as desigualdades sociais. seus próprios olhos e viola a dignidade da humanidade em sua
b) Alienação ideológica, que justifica as ações individuais. própria pessoa […]. Pela mentira um ser humano descarta e, por
assim dizer, aniquila sua dignidade como ser humano. […] É Vargas nomeara uma comissão para criar uma lei eleitoral [...]. Em
possível que [a mentira] seja praticada meramente por frivolidade 1932, o Brasil finalmente ganhou um novo Código Eleitoral [...].
ou mesmo por bondade; aquele que fala pode, até mesmo, Faltava agora a incorporação desse princípio à Constituição que só
pretender atingir um fim realmente benéfico por meio dela. Mas seria votada em 1934. [...] Todo o trabalho desenvolvido pela
esta maneira de perseguir este fim é, por sua simples forma, um Assembleia Constituinte foi atentamente acompanhado pela
crime de um ser humano contra sua própria pessoa e uma liderança da FBPF* para evitar qualquer retrocesso nas conquistas
indignidade que deve torná-lo desprezível aos seus próprios olhos. obtidas e fazer aprovar as questões que as feministas consideravam
(Immanuel Kant. A metafísica dos costumes, 2010.) básicas.
Em sua sentença dirigida à mentira, Kant SOIHET, R. Movimento de Mulheres. In: PEDRO, J. M. & PINSKY, C. B. Nova História das mulheres
a) Considera a condenação relativa e sujeita a justificativas, de no Brasil. São Paulo: Contexto, 2013.
acordo com o contexto. Glossário:
b) Assume que cada ser humano particular representa toda a * FBPF: Federação Brasileira para o Progresso Feminino.
humanidade. Fruto de reivindicações populares, a estratégia adotada pelo
c) Apresenta um pensamento desvinculado de pretensões racionais governo brasileiro na década de 1930, conforme mostra o
universalistas. texto, resultou, ainda naquele período, na
d) Demonstra um juízo condenatório, com justificação em a) extensão do direito de voto às mulheres.
motivações religiosas. b) legalização do movimento feminista no brasil.
e) Assume o pressuposto de que a razão sempre é governada pelas c) determinação de cotas legislativas para mulheres.
paixões. d) elaboração de leis de proteção destinadas a mulheres.
e) autonomização das mulheres em relação aos seus cônjuges.
9- Leia o texto a seguir.
À medida que as obras de arte se emancipam do seu uso cultual, 12- Os holandeses desembarcaram em Pernambuco no ano de
aumentam as ocasiões para que elas sejam expostas. A 1630, em nome da Companhia das Índias Ocidentais (WIC), e
exponibilidade de um busto [...] é maior que de uma estátua foram aos poucos ocupando a costa que ia da foz do Rio São
divina, que tem sua sede fixa no interior do templo. [...] a Francisco ao Maranhão, no atual Nordeste brasileiro. Eles
preponderância absoluta conferida hoje a seu valor de exposição chegaram ao ponto de destruir Olinda, antiga sede da capitania de
atribui-lhe funções inteiramente novas, entre as quais a “artística”, Duarte Coelho, para erguer no Recife uma pequena Amsterdã.
a única de que temos consciência, talvez se revele mais tarde como NASCIMENTO, R. L. X. A toque de caixas. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 6, n. 70,
rudimentar. jul. 2011
BENJAMIN, Walter. “A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica (Primeira versão)”. In: Do ponto de vista econômico, as razões que levaram os holandeses
Obras escolhidas I. Trad. Sérgio Paulo Rouanet, 8ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2012. p. 187-188. a invadiram o nordeste da Colônia decorriam do fato de que essa
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria região
benjaminiana da reprodutibilidade técnica e do valor cultual e de a) Era a mais importante área produtora de açúcar na América
exposição da obra de arte, assinale a alternativa correta. portuguesa.
a) O valor de exposição da obra de arte reforça os laços sociais, na b) Possuía as mais ricas matas da pau-brasil no litoral das
medida em que a exposição intensifica a coesão social, Américas.
possibilitando, democraticamente, o acesso à obra. c) Contava com o porto mais estratégico para a navegação no
b) A mudança do valor de culto para o valor da exposição da obra Atlântico Sul.
de arte revela transformações nas quais esta passa a ser concebida d) Representava o principal entreposto de escravos africanos para
a partir da esfera pública. as Américas.
c) O valor de culto da obra de arte expressa a gradativa e) Constituía um reduto de ricos comerciantes de açúcar de origem
desvinculação entre o humano e o sagrado, considerando que a judaica.
obra substitui a relação direta do humano com o sagrado.
d) O valor material atribuído a uma obra de arte é constituído pela 13- Torna-se claro que quem descobriu a África no Brasil, muito
persistência de um valor de culto na exposição, evidenciado na antes dos europeus, foram os próprios africanos trazidos como
“aura” que paira sobre as grandes obras, as chamadas obras escravos. E esta descoberta não se restringia apenas ao reino
clássicas. linguístico, estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive à
e) O elemento comum entre o valor de culto e o valor de exposição da religião. Há razões para pensar que os africanos, quando
da obra de arte é o reconhecimento de que a função “artística” é a misturados e transportados ao Brasil, não demoraram em perceber
sua dimensão mais importante. a existência entre si de elos culturais mais profundos.
SLENES, R. Malungu, ngoma vem! África coberta e descoberta do Brasil. Revista USP, n. 12,
10- Se a filosofia deve ser, ao mesmo tempo, totalização do saber, dez./jan./fev. 1991-92 (adaptado).
método, ideia reguladora, arma ofensiva e comunidade de Com base no texto, ao favorecer o contato de indivíduos de
linguagem; se essa ‘visão do mundo’ é também um instrumento diferentes partes da África, a experiência da escravidão no Brasil
que trabalha as sociedades carcomidas; se essa concepção singular tornou possível a
de um homem ou de um grupo de homens torna-se a cultura e, por a) Formação de uma identidade cultural afro-brasileira.
vezes, a natureza de toda uma classe, fica bem claro que as épocas b) Superação de aspectos culturais africanos por antigas tradições
de criação filosófica são raras. europeias.
SARTRE, Jean Paul. Questão de Método. São Paulo: Difel, 1979. c) Reprodução de conflitos entre grupos étnicos africanos.
A ideia filosófica de Sartre, no texto acima, considera como o mais d) Manutenção das características culturais específicas de cada
alto grau de conhecimento: etnia.
a) A reflexão crítica do homem na sua existência. e) Resistência à incorporação de elementos culturais indígenas.
b) O valor do conhecimento no âmbito da essência.
c) A concepção do homem como criação divina. 14- Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova — 1932
d) O primado do conhecimento revelado. A Educação Nova, alargando a sua finalidade para além dos
e) A raridade do conhecimento absoluto. limites das classes. assume, com uma feição mais humana, a sua
verdadeira função social, preparando- se para formar "a hierarquia
11- Diante da impossibilidade de fechar os olhos para as democrática” pela “hierarquia das capacidades”, recrutadas em
reivindicações de amplos setores da sociedade pela moralização na todos os grupos sociais, a que se abrem as mesmas oportunidades
política e o aperfeiçoamento do sistema eleitoral (e também para de educação. Ela tem, por objeto, organizar e desenvolver os
dar maior legitimidade ao governo recém-instalado), Getúlio meios de ação durável com o fim de “dirigir os desenvolvimentos
natural e integral do ser humano em cada uma das etapas de seu haver os respectivos institutos regionais. Estes, por sua vez,
crescimento”, de acordo com uma certa concepção do mundo. enviariam documentos e relatos regionais para a capital.
Disponivel em: wrunhastecfounicampbr Acesso em 7 out es DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. Uma breve história do Brasil. São Paulo: Planeta do Brasil, 2010
Os autores do manifesto citado procuravam contrapor-se ao caráter (adaptado).
oligárquico da sociedade brasileira. De acordo com o texto, durante o reinado de D. Pedro II, o
Nesse sentido, o trecho propõe uma relação necessária entre referido instituto objetivava
a) Ensino técnico e mercado de trabalho. a) Construir uma narrativa de nação.
b) Acesso à escola e valorização do mérito. b) Debater as desigualdades sociais.
c) Ampliação de vagas e formação de gestores. c) Combater as injustiças coloniais.
d) Disponibilidade de financiamento e pesquisa avançada. d) Defender a retórica do abolicionismo.
e) Remuneração de professores e extinção do analfabetismo. e) Evidenciar uma diversidade étnica.

15- Não existe nada de terrível na vida para quem está 18- Uns viam na abdicação uma verdadeira revolução, sonhando
perfeitamente convencido de que não há nada de terrível em deixar com um governo de conteúdo republicano; outros exigiam o
de viver. É tolo, portanto, quem diz ter medo da morte, não porque respeito à Constituição, esperando alcançar, assim, a consolidação
a chegada desta lhe trará sofrimento, mas porque o aflige a própria da Monarquia. Para alguns, somente uma Monarquia centralizada
espera: aquilo que não nos perturba quando presente não deveria seria capaz de preservar a integridade territorial do Brasil; outros
afligir-nos enquanto está sendo esperado. permaneciam ardorosos defensores de uma organização federativa,
EPICURO. Carta a Meneceu. Disponível em: www.abdet.com.br. Acesso em: 18 nov. 2019. à semelhança da jovem República norte-americana. Havia aqueles
Segundo o pensador Epicuro de Samos, o temor da morte é um que imaginavam que somente um Poder Executivo forte seria
sofrimento que atrapalha o indivíduo a alcançar uma vida sem capaz de garantir e preservar a ordem vigente; assim como havia
perturbações (ataraxia). Dessa forma, pode-se considerar que a os que eram favoráveis à atribuição de amplas prerrogativas à
morte é Câmara dos Deputados, por entenderem que somente ali estariam
a) necessária à purificação da alma. representados os interesses das diversas províncias e regiões do
b) condenativa para aqueles que não alcançaram a paz de espírito. Império.
c) dolorida, por isso, em vida, é preciso buscar o prazer MATTOS, I. R.; GONÇALVES, M. A. O Império da boa sociedade: a consolidação do Estado
incessantemente. imperial brasileiro. São Paulo: Atual, 1991 (adaptado).
d) ausência de sensação, por isso, quando ela vem, já não se está O cenário descrito revela a seguinte característica política do
presente. período regencial:
e) inesperada, por essa razão é preciso estar preparado para viver a) Instalação do regime parlamentar.
essa experiência b) Realização de consultas populares.
c) Indefinição das bases institucionais.
16- A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que começa a ser d) Limitação das instâncias legislativas.
construída apenas em 1905, foi criada, ao contrário das outras e) Radicalização das disputas eleitorais.
grandes ferrovias paulistas, para ser uma ferrovia de penetração,
buscando novas áreas para a agricultura e povoamento. Até 1890, 19- A estética relativamente estável do modernismo fordista cedeu
o café era quem ditava o traçado das ferrovias, que eram vistas lugar a todo o fermento, instabilidade e qualidades fugidias de
apenas como auxiliadoras da produção cafeeira. uma estética pós-moderna que celebra a diferença, a efemeridade,
CARVALHO, D. F. Café, ferrovias e crescimento populacional: o florescimento da região noroeste o espetáculo, a moda e a mercadificação de formas culturais
paulista. Disponível em: www.historica.arquivoestado.sp.gov.br. Acesso em: 2 ago. 2012. HARVEY, D. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural . São
Essa nova orientação dada à expansão ferroviária, durante a Paulo: Loyola, 2009.
Primeira República, tinha como objetivo a: No contexto descrito, as transformações estéticas impactam a
a) Articulação de polos produtores para exportação. produção de bens por meio da
b) Criação de infraestrutura para atividade industrial. a) Promoção de empregos fabris, integrada às linhas de montagem.
c) Integração de pequenas propriedades policultoras. b) Ampliação dos custos de fabricação, impulsionada pelo
d) Valorização das regiões de baixa densidade demográfica consumo.
e) Promoção de fluxos migratórios do campo para a cidade c) Redução do tempo de vida dos produtos, acompanhada da
crescente inovação.
17- Entre os combatentes estava a mais famosa heroína da d) Diminuição da importância da organização logística, utilizada
Independência. Nascida em Feira de Santana, filha de lavradores pelos fornecedores.
pobres, Maria Quitéria de Jesus tinha trinta anos quando a Bahia e) Expansão de mercadorias estocadas, aliada a maiores custos de
começou a pegar em armas contra os portugueses. Apesar da armazenamento.
proibição de mulheres nos batalhões de voluntários, decidiu se
alistar às escondidas. Cortou os cabelos, amarrou os seios, vestiu- 20- No início foram as cidades. O intelectual da Idade Média —
se de homem e incorporou-se às fileiras brasileiras com o nome de no Ocidente — nasceu com elas. Foi com o desenvolvimento
Soldado Medeiros. urbano ligado às funções comercial e industrial — digamos
GOMES, L. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. modestamente artesanal — que ele apareceu, como um desses
No processo de Independência do Brasil, o caso mencionado é homens de ofício que se instalavam nas cidades nas quais se impôs
emblemático porque evidencia a a divisão do trabalho. Um homem cujo ofício é escrever ou
a) Rigidez hierárquica da estrutura social. ensinar, e de preferência as duas coisas a um só tempo, um homem
b) Inserção feminina nos ofícios militares. que, profissionalmente, tem uma atividade de professor e erudito
c) Adesão pública dos imigrantes portugueses. em resumo, um intelectual — esse homem só aparecerá com as
d) Flexibilidade administrativa do governo imperial. cidades.
e) Receptividade metropolitana aos ideais emancipatórios. (LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010)
O surgimento da categoria mencionada no período em destaque no
18- O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) reuniu texto evidencia o(a):
historiadores, romancistas, poetas, administradores públicos e a) Apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato.
políticos em torno da investigação a respeito do caráter brasileiro. b) Relação entre desenvolvimento urbano e divisão do trabalho.
Em certo sentido, a estrutura dessa instituição, pelo menos como c) Importância organizacional das corporações de ofício.
projeto, reproduzia o modelo centralizador imperial. Assim, d) Progressiva expansão da educação escolar.
enquanto na Corte localizava-se a sede, nas províncias deveria e) Acúmulo de trabalho dos professores e eruditos.
21- Uma dimensão de flexibilização do tempo de trabalho é a HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
sutileza cada vez maior das fronteiras que separam o espaço de Do ponto de vista conceitual, a transformação identitária descrita
trabalho e o do lar, o tempo de trabalho e o de não trabalho. Os resulta na constituição de um sujeito
mecanismos modernos de comunicação permitem que, no horário a) Altruísta. b) Dependente. c) Nacionalista.
de descanso, os trabalhadores permaneçam ligados à empresa. d) Multifacetado. e) Territorializado.
Mesmo não exercendo diretamente suas atividades profissionais, o
trabalhador fica à disposição da empresa ou leva problemas para 25- Na produção social que os homens realizam, eles entram em
refletir em casa. É muito comum o trabalhador estar de plantão, determinadas relações indispensáveis e independentes de sua
para o caso de a empresa ligar para o seu celular ou pager. A vontade; tais relações de produção correspondem a um estágio
remuneração para esse estado de alerta é irrisória ou inexistente. definido de desenvolvimento das suas forças materiais de
(KREIN, J. D. Mudanças e tendências recentes na regulação do trabalho. textos para estudo produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura
dirigido. Campinas: IE/Unicamp; Brasilia: MTE, 2006) econômica da sociedade — fundamento real, sobre o qual se
A relação entre mudanças tecnológicas e tempo de trabalho erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual
apresentada pelo texto implica o: correspondem determinadas formas de consciência social.
a) Prolongamento da jornada de trabalho com a intensificação da MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política.In: MARX, K.; ENGELS, F. Textos 3. São Paulo:
exploração. Edições Sociais, 1977 (adaptado).
b) Aumento da fragmentação da produção com a racionalização do Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no
trabalho. sistema capitalista faz com que
c) Privilegio de funcionários familiarizados com equipamentos a) o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia.
eletrônicos. b) o trabalho se constitua como o fundamento real da produção
d) Crescimento da contratação de mão de obra pouco qualificada. material.
e) Declínio dos salários pagos aos empregados mais idosos c) a consolidação das forças produtivas seja compatível com o
progresso humano.
22- A maior parte das agressões e manifestações discriminatórias d) a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao
contra as religiões de matrizes africanas ocorrem em locais desenvolvimento econômico.
públicos (57%).Éna rua, na via pública, que tiveram lugar mais de e) a burguesia revolucione o processo social de formação da
2/3 das agressões, geralmente em locais próximos às casas de consciência de classe.
culto dessas religiões. O transporte público também é apontado
como um local em que os adeptos das religiões de matrizes 26- O feminismo teve uma relação direta com o descentramento
africanas são discriminados, geralmente quando se encontram conceitual do sujeito cartesiano e sociológico. Ele questionou a
paramentados por conta dos preceitos religiosos. clássica distinção entre o “dentro” e o “fora”, o “privado” e o
REGO, L. F.;FONSECA, D. P. R.; GIACOMINI, S. M. Cartografia social de terreiros no Rio de “público”. O slogan do feminismo era: “o pessoal é político”. Ele
Janeiro. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2014. abriu, portanto, para a contestação política, arenas inteiramente
As práticas descritas no texto são incompatíveis com a dinâmica novas: a família, a sexualidade, a divisão doméstica do trabalho
de uma sociedade laica e democrática porque etc.
a) Asseguram as expressões multiculturais. HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2011 (adaptado).
b) Promovem a diversidade de etnias. O movimento descrito no texto contribui para o processo de
c) Falseiam os dogmas teológicos. transformação das relações humanas, na medida em que sua
d) Estimulam os rituais sincréticos. atuação
e) Restringem a liberdade de credo. a) Subverte os direitos de determinadas parcelas da sociedade.
b) Abala a relação da classe dominante com o Estado.
23- É amplamente conhecida a grande diversidade gastronômica c) Constrói a segregação dos segmentos populares.
da espécie humana. Frequentemente, essa diversidade é utilizada d) Limita os mecanismos de inclusão das minorias.
para classificações depreciativas. Assim, no início do século, os e) Redefine a dinâmica das instituições sociais.
americanos denominavam os franceses de “comedores de rãs”. Os
índios kaapor discriminam os timbiras chamando-os 27- Leia o texto a seguir.
pejorativamente de “comedores de cobra”. E a palavra potiguara – Depois disto – prossegui eu – imagina a nossa natureza,
pode significar realmente “comedores de camarão”. As pessoas relativamente à educação ou à sua falta, de acordo com a seguinte
não se chocam apenas porque as outras comem coisas variadas, experiência. Suponhamos uns homens numa habitação subterrânea
mas também pela maneira que agem à mesa. Como utilizamos em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se
garfos, surpreendemo-nos com o uso dos palitos pelos japoneses e estende a todo comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a
das mãos por certos segmentos de nossa sociedade. infância, algemados de pernas e pescoços, de tal maneira que só
LARAIA, R. Cultura: um conceito antropológico. São Paulo: Jorge Zahar, 2001 (adaptado). lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são
O processo de estranhamento citado, com base em um conjunto de incapazes de voltar a cabeça, por causa dos grilhões; serve-lhes de
representações que grupos ou indivíduos formam sobre outros, iluminação um fogo que se queima ao longe, numa eminência, por
tem como causa o(a) detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho
a) Reconhecimento mútuo entre povos. ascendente, ao longo do qual se construiu um pequeno muro, no
b) Etnocentrismo recorrente entre populações. gênero dos tapumes que os homens dos “robertos” colocam diante
c) Comportamento hostil em zonas de conflito. do público, para mostrarem as suas habilidades por cima deles.
d) Constatação de agressividade no estado de natureza. (PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, s/d., p.315.)
e) Transmutação de valores no contexto da modernidade. O texto é a abertura do Livro VII da República de Platão, no qual
ele expõe sua famosa “Alegoria da Caverna”. Com base nessa
24- Quanto mais a vida social se torna mediada pelo mercado Alegoria e na filosofia de Platão, assinale a alternativa correta.
global de estilos, lugares e imagens, pelas viagens internacionais, a) A teoria do conhecimento de Platão, expressa na Alegoria da
pelas imagens da mídia e pelos sistemas de comunicação Caverna, estabelece que todo conhecimento verdadeiro se origina
interligados, mais as identidades se tornam desvinculadas — nas sensações.
desalojadas — de tempos, lugares, histórias e tradições específicos b) Com a Alegoria da Caverna, Platão mostra que o conhecimento
e parecem “flutuar livremente”. Somos confrontados por uma da verdade é impossível, uma vez que os homens estão presos nas
gama de diferentes identidades (cada qual nos fazendo apelos, ou sombras desde a infância e jamais poderão se libertar.
melhor, fazendo apelos a diferentes partes de nós), dentre as quais
parece possível fazer uma escolha.
c) Platão descreve, nessa Alegoria, a melhor forma de educação, Iluminismo que ocorreu, pela primeira vez, uma contestação a esse
desde a infância, dos homens da polis, os quais devem ficar presos tipo de narrativa histórica.
em uma caverna para não sofrerem influências do mundo externo. BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989). Tradução de Nilo Odalia. São Paulo: UNESP, 2010.
d) Platão narra a situação de homens que foram presos em Atenas, A síntese aqui apresentada sobre a historiografia da História,
em razão de crimes que teriam cometido. demonstra que as narrativas historiográficas estavam
e) Platão procura, com a Alegoria da Caverna, narrar a situação comprometidas com os (as)
dos homens que estão presos no mundo sensível e de como a) valores socioculturais populares.
deveriam dele se libertar para conhecer a verdade. b) estruturas dominantes de poder.
c) relações materiais e de trabalho.
28- Leia os textos abaixo: d) anseios das classes subjugadas.
Texto I e) processos de análises documentais.
A independência das 13 colônias foi influenciada por muitos
autores do Iluminismo, movimento filosófico de crítica ao poder 32- Assim, o que vigia por aqui era uma “pretensão de nobreza”,
dos reis e à exploração das colônias por meio dos monopólios. Dos que combinava os privilégios adquiridos por essa minoria
filósofos do mundo iluminista, um dos mais importantes para os europeia, a qual dominava uma terra de maioria escravizada, e lhes
colonos foi John Locke. dava lastro. Num território condicionado pela utilização
KARNAL, Leandro. Estados Unidos: A formação da nação. São Paulo: Contexto, 2021. compulsória do braço escravo, o mero fato de ter uma cor diversa
do negro já virava uma possível via de nobilitação.
Texto II SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
Contudo, se o Iluminismo não é a causa da Revolução Francesa, é A violência racial retratada no trecho do texto, pode ser definida
inquestionável que, durante as suas manifestações, os agentes como resultado de uma preconcepção
políticos utilizaram as ideias iluministas de tolerância e igualdade a) assimilativa. b) legislativa. c) espiritual.
com propósitos revolucionários. d) materialista. e) nacionalista.
CARVALHO, Daniel Gomes de. Revolução Francesa. São Paulo: Contexto, 2022.
Os textos, em voga das conjunturas citadas, apresentam o 33- Leia o texto a seguir sobre a Linguagem Humana:
movimento político-filosófico destacado como fundamentado em Considera-se o homem um ser que fala e a palavra, a senha de
a) valores ascéticos ornados por ideologias de viés material entrada no mundo humano. Nesse sentido, a linguagem é um
igualitário. sistema simbólico, e o homem, o único animal capaz de criar
b) propostas de sociedades contratuais antônimas ao status quo símbolos.
vigente. (ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução à
c) projetos políticos quinquenais, dentro de uma política de Filosofia, São Paulo: Moderna, 1993, p. 28). Adaptado.
projetamento. No universo humano, a dimensão da linguagem tem a
d) iniciativas de rentismo concentradas nos estratos absolutos de singularidade na edificação formativa do mundo cultural.
poder. No âmbito dessa questão, é CORRETO afirmar que
e) contratos sociais pavimentados no fim do direito à propriedade a) A linguagem possibilita transcender a nossa experiência.
privada. b) O mundo cultural declina do sistema simbólico.
c) A condição humana prescinde da linguagem.
29- Exteriormente, e para um observador superficial, o Brasil do d) A dimensão da linguagem restringe a comunicação.
Segundo Reinado se apresenta menos como uma espécie de e) A linguagem limita a inteligência humana.
decalque da monarquia do rei cidadão. É definitivamente uma
tentativa de cópia da monarquia de julho, mas monarquia de julho 34-
sem 48, pois irá persistir até muito depois da deterioração e queda 196º — Se alguém arranca o olho a um outro, se lhe deverá
do modelo. arrancar o olho.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. O homem cordial. São Paulo: Companhia das Letras, 2021. 197º — Se ele quebra o osso a um outro, se lhe deverá quebrar o
Podemos definir que, a partir do autor, a história do Brasil no osso.
referido período vigente está marcada por 198º — Se ele arranca o olho de um liberto, deverá pagar uma
a) mimetismo político. b) razões isonômicas. mina.
b) identidade nacional.d) sincretismo religioso. 199º — Se ele arranca um olho de um escravo alheio, ou quebra
e) intrínsecos repúblicos. um osso ao escravo alheio, deverá pagar a metade de seu preço.
Código de Hamurabi. Disponível em: www.dhnet.org.br. Acesso em: 6 dez. 2017.
30- Os trabalhadores não participam mais de todas as etapas do Esse trecho apresenta uma característica de um código legal
processo de produção; agora, cada operário atua em apenas uma elaborado no contexto da Antiguidade Oriental explicitada no(a)
parte dele. Ao mesmo tempo, diversos processos de produção de a) Recusa do direito natural para expressão da vontade divina.
um bem, antes separados em unidades produtivas distintas, são b) Caracterização do objeto do delito para a definição da pena.
reunidas no mesmo espaço. Isso somado à divisão do trabalho c) Engajamento da coletividade para a institucionalização da
implicou um crescimento exponencial da produtividade. justiça.
MORAES, Luís Edmundo. História contemporânea: da Revolução Francesa à Primeira Guerra d) Flexibilização das normas para garantia do arbítrio dos
Mundial. São Paulo: Contexto, 2022. magistrados.
O trecho revela estratégias de produção que podem ser concebidas e) Cerceamento da possibilidade de defesa para preservação da
como autoridade.
a) modos de produção.b) meios de produção
c) modelos produtivos.d) produção demandada. 35-
e) fim das desigualdades. Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
31- Desde os tempos de Heródoto e Tucídides, a história tem sido Vivem pros seus maridos
escrita sob uma variada forma de gêneros: crônica monástica, V Orgulho e raça de Atenas.
memória política, tratados de antiquários, e assim por diante. A BUARQUE, C.; BOAL, A. Mulheres de Atenas. In: Meus caros Amigos, 1976. Disponível em:
forma dominante, porém, tem sido a narrativa dos acontecimentos http://letras.terra.com.br. Acesso em: 4 dez. 2011 (fragmento).
políticos e militares, apresentada como a história dos grandes Os versos da composição remetem à condição das mulheres na
feitos de grandes homens – chefes militares e reis. Foi durante o Grécia antiga, caracterizada, naquela época, em razão de
a) Sua função pedagógica, exercida junto às crianças atenienses.
b) Sua importância na consolidação da democracia, pelo a) A humanidade do rei, pois retrata um homem comum, sem os
casamento. adornos próprios à vestimenta real.
c) Seu rebaixamento de status social frente aos homens. b) A unidade entre o público e o privado, pois a figura do rei com
d) Seu afastamento das funções domésticas em períodos de guerra. a vestimenta real representa o público e sem a vestimenta real, o
e) Sua igualdade política em relação aos homens. privado.
c) O vínculo entre monarquia e povo, pois leva ao conhecimento
36- Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais do público a figura de um rei despretensioso e distante do poder
complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se político.
resolvem em ideias simples que são cópias de uma sensação ou d) O gosto estético refinado do rei, pois evidencia a elegância dos
sentimento anterior. Mesmo as ideias que, à primeira vista, trajes reais em relação aos de outros membros da corte.
parecem mais afastadas dessa origem mostram, a um exame mais e) A importância da vestimenta para a constituição simbólica do
atento, ser derivadas dela. rei, pois o corpo político adornado esconde os defeitos do corpo
HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973. pessoal.
Depreende-se deste excerto da obra de Hume que o conhecimento
tem a sua gênese na 40- Leia o excerto abaixo.
a) Convicção inata. b) Dimensão apriorística. “[...] O centro dos primeiros sistemas da natureza não é o
c) Elaboração do intelecto. d) Percepção dos sentidos. indivíduo, é a sociedade. É ela que se objetiva e não mais o
e) Realidade transcendental. homem.”
RODRIGUES, J. A. (Org.) Durkheim. São Paulo: Ática, 1978. p.201-202.
37- [Maquiavel] elogia a República romana como tendo sido a Nesse trecho, Durkheim propõe romper com o humanismo
mais perfeita forma de governo e um verdadeiro Estado unido pelo antropocêntrico dos modernos em favor de um novo modelo de
espírito público de seus cidadãos; no entanto, numa época como a conhecimento baseado no sociocentrismo. Não mais o homem,
sua, seria necessário um líder que utilizasse a força como mas a sociedade aparece como centro do conhecimento porque,
princípio, tese que desenvolve em O Príncipe. para Durkheim,
(Teresa Aline Pereira de Queiroz. O Renascimento, 1995.) a) A sociedade é o modelo dos primeiros sistemas lógicos.
A obra O Príncipe foi escrita por Maquiavel em 1513 e publicada b) Os primeiros sistemas lógicos se fundem com a natureza.
em 1532. Nela, o pensador florentino c) A consciência coletiva corresponde à totalidade dos
a) Rejeita a noção de república, valorizando o princípio de conhecimentos individuais.
participação política direta de todos os cidadãos. d) A proeminência da estrutura social se realiza em detrimento do
b) Defende a submissão do poder secular ao poder atemporal, acontecimento.
reconhecendo a Igreja como o centro da vida política.
c) Analisa experiências políticas do passado e do presente, 41- Penso que não há um sujeito soberano, fundador, uma forma
propondo um modelo de atuação do governante. universal de sujeito que poderíamos encontrar em todos as lugares.
d) Celebra o princípio da experiência do indivíduo, identificando Penso, pelo contrário, que o sujeito se constitui através das
os conselhos dos anciãos como origem de todo poder. práticas de sujeição ou, de maneira mais autônoma, através de
e) Questiona o militarismo da Roma Antiga, sugerindo aos práticas de liberação, de liberdade, como na Antiguidade — a
governantes abandonar projetos imperiais e expansionistas. partir, obviamente, de um certo número de regras, de estilos, que
podemos encontrar no meio cultural.
38- Para Karl Marx, na relação capitalista, “O trabalho produz FOUCAULT, M. Ditos e escritos V: ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
maravilhas para os ricos, mas produz a desnudez para o 2004.
trabalhador [...] quanto mais poderoso o trabalho, mais impotente O texto aponta que a subjetivação se efetiva numa dimensão
fica o trabalhador”. a) Legal, pautada em preceitos jurídicos.
MARX, Karl; ENGELS, Frederic. História (Coleção Grandes Cientistas Sociais). São Paulo: Ática, b) Racional, baseada em pressupostos lógicos.
2003, p. 152. c) Contingencial, processada em interações sociais.
De acordo com a informação no texto, é correto afirmar que ele d) Transcendental, efetivada em princípios religiosos.
diz respeito e) Essencial, fundamentada em parâmetros substancialistas.
a) À autorrealização do trabalhador por meio do trabalho, por ele
realizado, pelo qual se dá a plenitude do seu ser. 42- O canto triste dos conquistados: os últimos dias de
b) Ao trabalho e ao produto, fruto da capacidade do trabalhador de Tenochtitlán. Nos caminhos jazem dardos quebrados; os cabelos
criar, de planejar-se e de autorrealizar-se na sua criação. estão espalhados. Destelhadas estão as casas, Vermelhas estão as
c) Ao fato de que, na produção capitalista, a relação do produto do águas, os rios, como se alguém as tivesse tingido,Nos escudos
trabalho, diante do trabalhador, o representa, porque tem sua esteve nosso resguardo, mas os escudos não detêm a desolação...
marca pessoal. PINSKY, J. et al. História da América através de textos. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).
d) À relação do trabalhador com os objetos de sua produção, na O texto é um registro asteca, cujo sentido está relacionado ao(à)
qual ele se coisifica, se autossacrifica e, no fim, não vê o produto a) Tragédia causada pela destruição da cultura desse povo.
como seu. b) Tentativa frustrada de resistência a um poder considerado
superior.
39- Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem fabricada por um c) Extermıń io das populações indıǵ enas pelo Exército espanhol.
conjunto de estratégias que visavam sedimentar uma determinada d) Dissolução da memória sobre os feitos de seus antepassados.
noção de soberania. Neste sentido, a charge apresentada demonstra e) Profetização das consequências da colonização da América.

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