2018-1 Aula 1 - Conceitos Gerais BIOQ CLÃ - N Erros Lab

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Profª Liane N. Rotta

Bioquímica Clínica: conceitos gerais


BIOLOGIA
CELULAR
FARMACOLOGIA
A farmacologia e a O estudo das funções do
farmácia baseiam-se em organismos sobrepõe-se
E sólido
um conhecimento FISIOLOGIA
quase que completamente
de bioquímica
TOXICOLOGIA à bioquímica

BIOQUÍMICA
GENÉTICA
Bioquímica dos
BIOLOGIA ácidos nucléicos
MOLECULAR
MOLECULAR
A imunologia emprega
numerosas técnicas e muitos
IMUNOLOGIA
modelos imunológicos têm
encontrado amplo uso em
bioquímica
BIOQUÍMICA CLÍNICA

• Ciência básica que utiliza a especialidade da química


para estudos em vários estágios da saúde e da doença.

• É uma ciência aplicada, quando análises são realizadas


em materiais biológicos, a fim de fornecer informações
para o diagnóstico e tratamento das doenças.
Bioquímica Clínica
• Ramo do laboratório clínico, no qual os métodos
químicos/bioquímicos são aplicados para a pesquisa da
doença.
• Química clínica
• Química patológica

• Determinação quantitativa ou qualitativa dos constituintes


químicos dos líquidos biológicos.
• Fornecimento de informações complementares.
• Estudo de estados fisiológicos e patológicos.
Solicitação de exames laboratoriais

• Diagnóstico: testar hipóteses e questões específicas levantadas


após a anamnese e exame físico.

• Monitoramento: medir a progressão/regressão da doença, a


resposta ao tratamento ou os níveis de um fármaco.

• Prognóstico: definido pela presença de um marcador ou pelo seu


grau de anormalidade.

• Rastreamento: utilização de exames como medida de diagnóstico


precoce ou preventiva.
Solicitação de exames laboratoriais

• Condições basais: para futuras


comparações
• Tranquilização do paciente
• Solicitação do paciente: princípio
ético da autonomia confere ao
paciente o direito de requerer um
exame ou terapia, mas esse direito
deve ser considerado pelo médico,
diante de outros princípios éticos.
Testes Diagnósticos: Características
e Interpretação

• Informações do médico:
• Anamnese do paciente
• Exame físico
• Testes diagnósticos de rastreamento

• Estabelecimento de critérios para a solicitação do


exame.
• Todas as informações são sujeitas a um “grau de erro”
Ciclo do Exame
CLÍNICO
-Estabelece o - Interpreta os
Hipóteses sobre a
diagnóstico ou resultados
presença, natureza e
gravidade da doença prognóstico - Reavalia
-Recomenda hipóteses
- Solicita o exame tratamento e originais
acompanhamento
- Prepara o paciente

Coleta da
amostra Define val. referência
Emite o laudo
Processa
e arquiva
Analisa a Verifica o
o material
amostra resultado

LABORATÓRIO
Setor de Bioquímica
• Gli, perfil lipídico  FAL, AST, ALT
• Uréia  Amilase, Lipase
Bioquímica Básica • Creatinina  Eletrólitos
• Proteínas, Albumina Bilirrubinas...

• Gli, Ure, Crea


Análises de • Marcadores Cardíacos
• Sódio, Potássio
Emergência • Gases sanguíneos

• Vitaminas
Análises • Drogas
• Proteínas específicas
Especializadas
Desempenho dos testes laboratoriais

• Benefícios clínicos
• Benefícios operacionais
• Benefícios financeiros/econômicos
• Desempenho técnico
• Desempenho diagnóstico
Desempenho dos testes laboratoriais

• Benefício clínico: efeito que o uso do teste terá na estratégia


diagnóstica, na estratégia terapêutica ou no desfecho clínico.

• Benefício operacional:
• Diminuição:
• no tempo de internação de um paciente
• na necessidade de recursos humanos
• na utilização de outros recursos de saúde.

• Benefício econômico: não bem-estabelecido na área de


assistência à saúde
Desempenho dos testes laboratoriais

• Desempenho técnico:
• precisão, acurácia (exatidão)
• linearidade (faixa de valores mensuráveis e interferentes)
• fatores de variabilidade pré-analíticos - podem limitar o benefício do teste na
rotina.

• Desempenho diagnóstico:
• sensibilidade
• especificidade
• valor preditivo positivo ou negativo
• taxa de verossimilhança (likelihood ratio)

Características de desempenho diagnóstico – levam em


consideração a prevalência da doença na população.
Atenção...
• Especificidade Diagnóstica ou • Sensibilidade Diagnóstica ou Clínica:
Clínica: Resultados verdadeiramente Resultados verdadeiramente
negativos em indivíduos positivos em indivíduos
sabidamente sadios. sabidamente doentes.

• Especificidade Metodológica ou • Sensibilidade Metodológica ou


Química: Propriedade do método Química: Propriedade do método
detectar somente o analito a que se detectar quantidades adequadas do
propõe medir (capacidade de analito a que se propõe medir
distinguir o analito de outras (quanto maior a sensibilidade, maior
substâncias). a capacidade de detectar pequenas
quantidades).
Desempenho técnico

• ACURÁCIA: capacidade de
centralizar os tiros no alvo.

Alta
• PRECISÃO: capacidade de

ACURÁCIA
concentrar os disparos numa
região - reprodutibilidade dos
valores)

Baixa
* “mosca”: o que se quer
diagnosticar. Baixa Alta
PRECISÃO
Desempenho técnico
Valores de Referência

São faixas de referência


consideradas representativas do
estado de normalidade.
Inclui 95% dos indivíduos sadios
(± D.P. do valor médio).

Logo: 5% da população terá


valores fora da faixa de referência
(anormal – falso +)
Desempenho diagnóstico
Sensibilidade e especificidade: probabilidades dos resultados
dos testes, considerando a presença ou ausência de doença.

 SENSIBILIDADE: é a probabilidade de um teste “+” em pacientes onde a


doença está presente – taxa de “verdadeiro +”.
 Falso negativo: pacientes com a doença, que têm um resultado do teste
negativo.

 ESPECIFICIDADE: probabilidade de um teste “-” onde a doença não está


presente – taxa de “verdadeiro negativo”.
 Falso positivo: pacientes sem a doença, que têm um resultado do teste +
Como interpretar um teste “+” ou “-”

Sangue Ca colo Sem Ca colo Total


oculto
Positivo 24 (v+) S 271 (f+) 295
Negativo 5 (f-) 6911(v-) E 6916
Total 29 7182 7211
Para que serve a sensibilidade e
especificidade nos exames?
• Um teste altamente sensível raramente não detecta
doença, logo uma alta sensibilidade é útil nos exames de
rastreio, pois assim dificilmente deixaremos de cuidar de
um paciente com doença insidiosa.
• Um teste negativo praticamente afasta a hipótese de doença.

• Nos testes específicos ocorre o contrário, ou seja,


dificilmente um paciente saudável terá um teste positivo,
logo usamos este tipo de exame na confirmação de um
diagnóstico.
• Um teste positivo nos dá quase certeza de doença.
Desempenho diagnóstico

• Valor Preditivo Positivo: probabilidade da presença de doença em


um teste positivo.
• Proporção de verdadeiros “+” em indivíduos que têm a doença.

• Valor Preditivo Negativo: probabilidade de que um resultado


negativo em um teste indique a ausência de doença.
• Proporção de verdadeiros “-” entre os indivíduos com teste negativo
Princípios para a utilização de testes laboratoriais

1. Qualquer resultado de teste pode ser incorreto (por


várias razões), independente da qualidade do
laboratório.

2. Quanto maior o grau de anormalidade do resultado,


mais provável que esta anormalidade confirmada seja
significativa (indique doença).
Princípios para a utilização de testes
laboratoriais

3. Alterações de testes múltiplos são mais prováveis de


serem significativas, do que uma só anormalidade.

4. A repetição excessiva de testes é um gasto


desnecessário e essa conduta possibilita erros de
laboratório.
Deve-se definir intervalos apropriados entre os testes, de
acordo com a condição clínica do paciente.
Princípios para a utilização de testes
laboratoriais
5. Os testes devem somente ser realizados se irão alterar
o diagnóstico, prognóstico, tratamento ou manejo do
paciente.

6. As variações nos valores de referência entre um


laboratório e outro devem ser conhecidas pelo médico.

7. Devemos lembrar dos efeitos das drogas nos valores


dos testes laboratoriais.
Erros Laboratoriais
• Quaisquer defeitos, desde a
requisição dos testes até o relatório
dos resultados, sua interpretação e
reação a estes, podem ser
considerados como erros.

• Frequência: variável (1:100 –


1:1000)

• Maior atribuição dos erros: fase


pré-analítica

http://diagnosticsample.com/home.php3?lang=en
Erros Laboratoriais

• A possibilidade de um resultado errôneo deve ser


considerada quando:
• O resultado é estapafúrdio, não-fisiológico ou impossível
• O resultado é inconsistente com resultados prévios do
paciente ou incompatível com outros resultados obtidos
da mesma amostra
• O resultado difere do que é esperado pelos achados
clínicos (considerar erro laboratorial e reavaliar a clínica)
Erros Laboratoriais
• Definições segundo a ABNT AMN ISO/TS 22367:2009.
• Erro de laboratório: É a falha de uma ação planejada que não se
completou como foi proposta, ou o uso de um plano incorreto para
alcançar uma meta, que pode ocorrer em qualquer parte do ciclo do
laboratório.
• Erro cognitivo: Ocorre devido a escolhas incorretas, ao conhecimento
insuficiente, a má interpretação da informação disponível, ou aplicação
de uma regra cognitiva incorreta.
• Erro não-cognitivo: Ocorre devido a lapsos involuntários ou
inconscientes no comportamento automático esperado.
• Erro ativo: É o erro cometido pelo operador de bancada.
• Erro latente: É aquele devido a fatores estruturais subjacentes, que não
estão sob o controle do operador de última linha.
Erro sistemático
• Se a distribuição dos pontos deixa de apresentar oscilação em torno da
média, tem-se então, um desvio do esperado na distribuição normal
• Eles têm uma direção certa (para mais, ou para menos) e se relacionam com as
variações da média
• Pode haver erro sistemático quando:
• os valores do controle excedem algum limite em uma quantidade específica de
observações consecutivas;
• os valores do controle estão no mesmo lado da média em sete dias consecutivos,
sem necessariamente ultrapassarem os limites.
• os valores do controle em sete dias consecutivos mostrarão uma tendência
crescente ou decrescente, não necessariamente ultrapassando algum limite.

• O erro sistemático é o tipo mais frequente, em geral, decorrente de


problemas persistentes e mais fáceis de serem descobertos e
solucionados.
Erro aleatório
• Maior variabilidade do sistema, significando o alargamento da curva de
distribuição dos resultados do controle, a Curva de Gauss.
• Leva ao aumento da imprecisão do método analítico e pode ser
expresso em termos de DP ou de CV.
• Suas causas são de esclarecimento mais difícil.

• Para um bom estado de estabilidade, é desejável que os dados oscilem


em torno de uma média, sem tendências e sem distanciamento
exagerado da linha central, a então chamada distribuição gaussiana.
• O Controle Interno da Qualidade (CIQ) deve detectar os erros de
medidas, de forma adequada, no material de controle, com o objetivo
de aumentar a previsibilidade da qualidade dos resultados de amostras
de pacientes.
• A análise do gráfico de Levey-Jennings contribui para compreensão da variabilidade
dos resultados obtidos dos materiais, apontando os erros aleatórios e sistemáticos
na realização do processo.
Diminuição dos Erros
• Criar uma cultura de prevenção do erro em todo o processo
analítico;
• Considerar o erro total no laboratório clínico num sentido amplo,
abrangendo todas as etapas do ciclo produtivo;
• Em pacientes internados promover a sua identificação de maneira
adequada;
• Adotar padrões rígidos no momento do cadastro com múltiplos
identificadores, para que os dados sejam os mais completos
possíveis (nome completo sem abreviaturas, data de nascimento,
nome dos pais, sexo, número de registro na instituição, etc.);
• Ter rigor na obtenção, transporte, armazenamento e cuidar da
estabilidade das amostras;
Diminuição dos Erros
• Conhecer as medicações administradas aos pacientes,
pensando nos possíveis interferentes;
• Definir protocolos para investigação de possíveis
interferentes;
• Monitorar continuamente o processo de identificação dos
erros, com a finalidade de gerar baixas taxas de erros;
• Estabelecer um conjunto de indicadores para monitorar os
erros;
• Ampliar a interação e cooperação interdepartamental e
extralaboratorial para minimizar os efeitos dos erros.
Etapas dos Exames Laboratoriais

• Pré-analítica: registro do paciente, coleta da amostra,


separação e armazenamento da amostra.

• Analítica: processamento da amostra e dos reagentes,


leitura fotométrica, cálculos, emissão dos resultados.

• Pós-analítica: avaliação dos resultados, elaboração e


conferência, laudo.
Fontes de variabilidade nos resultados

• Variáveis biológicas:
• Intrínsecas
• Extrínsecas

• Variáveis pré-analíticas
• Variáveis analíticas
• Variáveis pós-analíticas
Fontes de Variabilidade nos Resultados
Variáveis biológicas intrínsecas

• RITMOS BIOLÓGICOS
• Circadianos: ciclos de variação 24h (cortisol sérico)
• Infradianos: ciclos menores de 24h (hormônios pulsáteis – ex:
testosterona)
• Ultradianos: ciclos maiores que 24h (ciclo menstrual)

• FATORES CONSTITUCIONAIS
• Sexo
• Idade
• Genótipo
Fontes de Variabilidade nos Resultados
Variáveis biológicas extrínsecas

• Postura
• Exercício
• Dieta (cafeína)
• Drogas
• Uso de álcool
• Gestação
• Doença intercorrente
Fontes de Variabilidade nos Resultados
Variabilidade pré-analítica

• Preparo do paciente
• Registro do paciente
• Aspectos relacionados à coleta
• Procedimento propriamente dito
• Identificação do material
• Manipulação e preservação da amostra.
Fontes de Variabilidade nos Resultados
Etapa pré-analítica

• Preparo do paciente:
• Dieta – dia anterior
• Ingesta de gorduras: lipemia  TG e  FAL
• Alimentos ricos em purinas:  ác. úrico
• Ingesta excessiva de proteínas:  uréia
• Ingesta de café e derivados:  catecolaminas e NEFA (prods
esterificação de ácidos graxos)
• Etanol: altera alguns marcadores:
• : TGO, TGP, CK, LDH, FAL, GGT (marcador), CREA, URE
• : AU e TG
Uso crônico: dano hipófise x córtex M. adrenal
Fontes de Variabilidade nos Resultados
Etapa pré-analítica
• Atividade física - curta duração:  TGO, TGP, LDH e CK
longa duração:  consumo glicose, lactato e NEFA
• Jejum – mínimo 4h.
• Tempo:12h - vantagem: TG
- desvantagem:  bilirrubina, AG,  glicose, PT
 Tempo: 16h -  glicose,  depois  TG

• Fármacos: relatar
• Adm muscular:  CK
• Diuréticos:  K+
• Tiazidas: hipoglicemia, azotemia
• Opiáceos: altera enzimas hepáticas

• Postura – decúbito:  TGO (15%), albumina (10%), colesterol (7-8%)


Fontes de Variabilidade nos Resultados
Etapa pré-analítica

• Registro do paciente:
• Nome
• Idade/Data de nascimento
• Médico solicitante
• Data
• Exames solicitados
• Uso de medicação
• Hora da coleta
Fontes de Variabilidade nos Resultados
Etapa pré-analítica

• Coleta da amostra:
• Local inadequado da coleta: nunca “corrente abaixo”
adm I.V.

• Tempo de garroteamento (tempo máximo: 1 minuto):


estase venosa
• Excesso:  colesterol (5%), ferro (6%), bilirrubina (8%), TGO e
TG (10%)
Fontes de Variabilidade nos Resultados
Etapa pré-analítica
• Horário da coleta:
• 8-14h: Fe 50%
• 8-16h: cortisol 
• Madrugada: taxa máxima de renina (mínima no final tarde) -  TFG
• Insulina: maior de manhã que a tarde
• Curva glicêmica: tarde mais  que de manhã

• Fumo:
• Glicose: + 10 mg% (10m até 1h) após fumar
• GH: 10x (30m após o fumo)
• Col, TG e lipoproteína B: maiores
• HDL-c: 
• Hemácias: 
• Leucócitos: >30%
Fontes de Variabilidade nos Resultados
Etapa pré-analítica
• Volume de amostra: cada análise exige um volume mínimo

• Tubo incorreto – anticoagulante errado

• Armazenamento da amostra – Tº e tempo

• Icterícia: ex: bili > 2,5 mg% - afeta medidas fotométricas


• OBS: tubo âmbar para a dosagem de bilirrubina

• Lipemia: inibe uricase e urease


• Interferência em reações fotométricas;
• interferência na dosagem de Na+ por ISE.

• Hemólise: liberação de constituintes


intra-eritrocitários: K+, LDH, CK e
altera medidas por espectrofotometricas
Fontes de Variabilidade nos Resultados
Etapa pré-analítica

• Separação e manipulação da amostra:


• Capacidade técnica
• Treinamento
• Amostras abertas: pH ~8,0
• Amostras x coágulo: degrada glicose 7mg%/h

• Congelamento
Para obter a garantia da qualidade da fase pré-analítica
a Organização Internacional de Padronizações (ISO)
desenvolveu um padrão internacional especialmente
para os laboratórios clínicos, a ISO 15189:2003
Laboratórios Clínicos, que preconiza requisitos
particulares para a qualidade e as competências,
considerando todos os ciclos dos testes, com gestão e
requisitos técnicos.
Baseado no artigo do Lab Notes Volume 15 Nº 1 2005
Revisado e editado pelo Editorial Board do BD Latin America Preanalytical Scientific Committee
Fontes de Variabilidade nos Resultados
Variabilidade analítica

• Englobam
• Procedimentos
• Reagentes
• Equipamentos
• Recursos humanos

• Últimos anos:
• promoveu melhorias na acurácia e precisão das
metodologia modernas, em especial a automação
crescente dos processos analíticos e programas de controle
de qualidade.
Soros controle
• Origem humana
• Finalidade: controle de qualidade
• monitorar a acurácia e precisão de testes manuais e automatizados.
• monitorar a reprodutibilidade
• Normal: a maior parte dos analitos está dentro dos parâmetros de
normalidade.
• Patológico: fora dos valores de normalidade
• Alto
• Baixo

• Pouca durabilidade
• Após a reconstituição o soro controle se comporta de forma
idêntica aos soros de paciente quanto a estabilidade dos analitos.
Calibrador
• Equipamentos: calibrar regularmente para que os resultados dos
exames possam ser confiáveis
• Concentração de analitos conhecida e bem definida

• Soro calibrador: padrões secundários


• validado por várias análises com material de referência
• provém de materiais biológicos estabilizados com conservantes
• Efeito matriz: diferentes resultados para diferentes métodos
• Aparelhos automatizados: volumes reduzidos de amostra
• Importante a semelhança da composição do calibrador com a das amostras
biológicas
• Quando calibrar?
• Avaliar resultados do controle interno: se fora, avaliar calibração
• Sempre que os resultados começarem a ficar diferentes do habitual ou
muito semelhantes, deve-se passar o calibrador.
• Se a rotina do laboratório for grande também, recomenda-se a calibração com mais
frequência
Na rotina....
• Calibrar equipamentos
• Antes do início da rotina, coloque no aparelho o(s)
calibrador(es) dos exames que deseja ou de todos.
• Depois de pronto, coloque o controle interno e confira os
resultados com a tabela que vem junto com o controle.
• Se tiver algum valor de exame fora dos limites, passe o
calibrador de novo, apenas nos que não validaram.
• Se mesmo assim não resolver, provavelmente o problema é
outro.
Fontes de Variabilidade nos Resultados
Etapa analítica

• Procedimento:
• Metodologia adequada?

• Reagentes:
• Contaminação
• Qualidade da água
• Recipientes sujos
• Vidraria: lavagem – detergentes; dosagens de Ca++ e Fe++
• Exposição à luz
• Temperatura de armazenamento
• Validade
Fontes de Variabilidade nos Resultados
Etapa analítica

• Pipetagem/ponteiras:
• Calibração
• Adequação aos volumes
• Reaproveitamento de ponteiras

• Equipamentos:
• Lâmpadas
• Sujeiras
• Fotocélulas
• Bolhas em sistemas de automação
• Temperatura dos incubadores
• Eletricidade
Fontes de Variabilidade nos Resultados
Etapa pós-analítica

• Erro básico:

• Digitação

• Cálculos

• Conferência e interpretação dos laudos


Atualmente...
Tipos de Amostras em Laboratório de
Bioquímica
Sangue Venoso - soro ou plasma
Sangue Arterial
Sangue Capilar
Urina
Fezes
Líquor
Escarro e Saliva
Tecidos e células
Aspirados (líquidos: pleural, ascítico, sinovial,
duodenal)
Cálculos Renais
SANGUE
Coleta de sangue
• Sangue total: colhido com anticoagulante, contém todos os elementos
celulares e constituintes, com exceção
daquele removido pelo anticoagulante.

• Plasma: porção líquida do sangue anticoagulado


• Contém os fat. coagulação, exceto aquele removido
pelo anti-coagulante
• O fator ausente, quando acrescentado em
concentrações apropriadas, restabelece a coagulação

• Soro: porção líquida do sangue coagulado


• Não contém os elementos celulares, nem a maioria dos fatores da coagulação
• Contém: lipídios, açúcares, proteínas, hormônios, produtos do metabolismo....
Diferenças consideradas
Repertório da Análises
• Etapa pré-analítica:
Preparo do paciente
1. O paciente foi corretamente preparado?
2. O paciente está em uso de medicamentos
provavelmente interferentes?
3. Está sendo respeitado o tempo de jejum, se
necessário?
Repertório das Análises
Obtenção da Amostra
1. Foi conferida a identificação do paciente?
2. A amostra foi obtida no momento adequado?
3. Local de obtenção da amostra?
4. Foi utilizado o anticoagulante correto? Tubo correto (cor
da tampa)
5. Volume adequado da amostra?
6. A amostra foi conservada corretamente?
7. Tempo de garroteamento?
Repertório da Análises
Processamento da amostra
1. As células foram separadas no tempo correto?
2. O armazenamento foi correto (refrigeração,
proteção da luz)
3. A amostra está turva ou hemolisada?
Repertório da Análises
• Etapa analítica:
Pipetagem da amostra
1. A vidraria e ponteiras estão corretamente limpas
2. As ponteiras estão bem conservadas e sãode boa
qualidade
3. Foi utilizada a pipeta correta?
4. A pipetagem foi correta?
5. Não houve troca de amostras?
Repertório da Análises
• Etapa analítica:
Adição do reagente
1. O reagente foi corretamente preparado?
2. Está dentro do prazo de validade e foi armazenado
corretamente?
3. Ocorrem modificações visuais no reagente
(turvação, precipitação, mudanças de cor)
4. Foi pipetado o volume recomendado?
5. A mistura reagente/amostra foi correta?
Repertório da Análises
• Etapa analítica:
Incubação
1. O tempo e a Tº de incubação estão corretos?
2. Na dosagem de enzimas, após a mistura de amostra
e substrato, foi observado o tempo crítico de
incubação?
3. O nível de água do banho-maria esteva superior ao
nível dos reagentes nos tubos?
Repertório da Análises
• Etapa analítica:
Medida Fotométrica
1. Manutenção do aparelho?
2. Foram verificados os zeros e comp. de onda
3. Cubeta limpa e bem posicionada?
4. Volume de reagente suficiente para leitura?
Repertório da Análises
• Etapa pós-analítica:
Cálculos
1. Os cálculos estão corretos?
2. O resultado está dentro da linearidade?
3. Foi feita a diluição da amostra e a diluição não
foi considerada no momento dos cálculos?
Repertório da Análises
• Etapa pós-analítica:
Curva de calibração e fator

1. A curva de calibração ou fator estão corretos?

2. O valor do fator está próximo daqueles


anteriormente obtidos?
Repertório da Análises
• Etapa pós-analítica:
Valores dos controles
1. Os valores dos controles estão dentro dos limites
estabelecidos
2. Observam-se tendências ou desvios na análise dos
mapas de controle?
Repertório da Análises
• Etapa pós-analítica:
Resultados e Relatórios
1. Estão legíveis para impedir erros de interpretação?
2. Estão limpos, com digitação de boa qualidade?
3. Não ocorreram erros de transcrição?
4. É possível comparar os resultados com o quadro clínico
do paciente, para confirmação de resultados fora da
faixa de referência?
História de caso

• Foi retirada uma amostra de sangue de uma mulher


de 65 anos para verificar sua concentração de
potássio no soro, já que durante algum tempo ela
tomou diuréticos à base de tiazida. O clínico geral
deixou a amostra no seu carro e na manhã seguinte a
deixou no laboratório.
• Imediatamente depois da dosagem o bioquímico
telefonou para o médico. Por quê?
Os Principais Erros Pré-Analíticos no
Laboratório Clínico

• https://www.youtube.com/watch?v=RLgfLW4BbpE

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