Aula 06 - DTC - Desenho de Estruturas de Concreto

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Desenho de Estruturas de

Concreto
(Lançamento e Formas)
Aula 6

DESENHO TÉCNICO PARA ENGENHARIA CIVIL

DEPARTAMENTO DE EXPRESSÃO GRÁFICA


Poli/UFRJ

Revisão 02
Prof. José Renato M. de Sousa
02/2011
Desenho de Estruturas de Concreto
Noções de elementos de estruturas

 Estrutura, no caso de edificações, é um conjunto


de elementos que se torna o caminho pelo qual
as forças que atuam sobre ela transitam até
chegar ao seu destino final: o solo.

 O caminho natural que as forças gravitacionais,


ou seja, os pesos dos objetos e das pessoas,
tende a tomar é o da vertical.

 Este caminho, nas edificações, é construído de


lajes, vigas, pilares e fundações. As lajes são os
painéis sobre os quais ocorrem as ações. Essas
se apóiam sobre as vigas que, por sua vez,
transferem as cargas para os pilares. Os pilares
transmitem os esforços para as fundações e
delas para o solo.
Desenho de Estruturas de Concreto
Noções de elementos de estruturas

 Se este caminho for longo, elas


obrigatoriamente terão de percorrê-lo
desviando-se, assim, de sua trajetória natural.
Isso gera esforços adicionais sobre os
elementos que terão de ser maiores para
resistir a estes esforços.

 Desse modo, a estrutura “ideal” seria aquela


que transmite os esforços ao solo segundo o
menor caminho possível.

 A escolha de uma estrutura para uma


edificação, no entanto, não segue somente
critérios mecânicos, mas, também, de custos,
arquitetônicos dentre outros. Deste modo,
não existe uma estrutura “perfeita”, mas uma
que melhor atende aos requisitos
estabelecidos.
Desenho de Estruturas de Concreto
Noções de lançamento de estruturas

 Denomina-se “lançamento da estrutura” o procedimento de locar, sobre a planta de


arquitetura, as vigas, pilares e, por consequência, as lajes resultantes da concepção
estrutural adotada.

 Não existem regras definitivas e precisas para o “lançamento da estrutura”. No


máximo, é possível propor alguns critérios que sirvam de ponto de partida para a
materialização dos componentes estruturais. Não há, portanto, uma única solução
estrutural que atenda a um projeto de arquitetura!

 Para iniciar o lançamento, sugere-se fazer a locação das vigas e, depois, através delas,
chegar-se à locação dos pilares (não se deve cair na “tentação” de iniciar pela locação
dos pilares, pois isto pode provocar uma grande indefinição, já que os pilares podem
ser posicionados em qualquer ponto).
Desenho de Estruturas de Concreto
Noções de lançamento de estruturas

 Algumas sugestões para locação das vigas:


 As vigas devem ser locadas de forma que
os painéis das lajes resultem com
dimensões da mesma ordem de grandeza.
Painéis com tamanhos muito diferentes
resultam em dois inconvenientes:
1. Em razão dos vãos diferentes, as lajes
necessitam de espessuras diferentes o
que tende a dificultar o processo
construtivo. Procura-se, em um mesmo
pavimento, adotar-se uma única
espessura.
2. Os elementos estruturais podem vir a
trabalhar fora de suas características
desejáveis.
Desenho de Estruturas de Concreto
Noções de lançamento de estruturas

 As vigas devem ser locadas sob


as alvenarias. Como a viga é
mais rígida do que a laje, em
virtude de sua maior espessura,
as deformações que sofre são
menores quando solicitada pela
alvenaria. Evitam-se, assim,
trincas indesejáveis.

 As vigas devem ser locadas


sobre as alvenarias. Com este
procedimento, evita-se que as
lajes se apóiem indevidamente
nas alvenarias, introduzindo
esforços não previstos no seu
dimensionamento.
Desenho de Estruturas de Concreto
Noções de lançamento de estruturas

 O uso de uma viga não deve interferir


esteticamente no espaço onde ela se
projeta. Caso isto ocorra, pode-se invertê-
la, isto é, colocar a laje na face inferior da
viga. A viga invertida apresenta o mesmo
comportamento estrutural da viga normal.
Desenho de Estruturas de Concreto
Noções de lançamento de estruturas

 Algumas sugestões para locação das pilares:


 Em qualquer edificação, em princípio, seria
suficiente a colocação de apenas um pilar,
porém não é difícil imaginar que essa solução
não só é complexa, mas também cara. O
número de pilares, portanto, deve ser dosado,
de maneira que estrutura seja de fácil execução
e viável.

 Em obras de pequeno e médio porte, um


espaçamento de 4,0m a 6,0m entre pilares tem-
se mostrado econômico.

 Os pilares devem ser locados de maneira que


resultem em vigas com vãos na mesma ordem
de grandeza. Diferenças de até 20% ainda são
econômicas.
Desenho de Estruturas de Concreto
Noções de lançamento de estruturas

 Sempre que possível, os pilares devem ser locados de forma que se


criem balanços que possam aliviar o vão central, conduzindo aos menores
esforços.

 Os pilares devem ser posicionados, sem descontinuidade, da fundação à


cobertura. Com isto, evita-se o uso de vigas de transição que encarecem o
custo da obra.

 Os pilares devem ser locados nos encontros das vigas. Com este
procedimento, evita-se que as vigas se apóiem sobre vigas. Cargas
concentradas não são bem resistidas por elementos de concreto armado.

 Os pilares, também, devem ser locados sobre os mesmos eixos,


facilitando a construção.
Desenho de Estruturas de Concreto
Noções de lançamento de estruturas

 Recomendações gerais:
 Após o lançamento da estrutura, procede-se ao seu pré-dimensionamento,
utilizando-se tabelas e gráficos. O pré-dimensionamento dos elementos estruturais
é importante para se ter a noção das dimensões e do seu relacionamento com os
espaços arquitetônicos.

 Deve-se evitar grande variedade nas dimensões dos elementos estruturais visando
a maior facilidade na execução. Três dimensões diferentes para vigas e pilares é
um número razoável.
Desenho de Estruturas de Concreto
Características do concreto simples e armado

 Chama-se concreto simples a mistura entre cimento, areia, agregados graúdo (brita) e
miúdo (areia) e água.
OBS: Pasta é a mistura entre cimento e água, enquanto argamassa é a mistura entre a
pasta e o agregado miúdo.

 Para a utilização estrutural, o concreto simples não é adequado, pois, se por um lado,
tem boa resistência à compressão, pouco resiste à tração e ao cisalhamento (cerca de
1/10 da resistência à compressão). Esses tipos de solicitação encontram-se sempre
presentes em edificações usuais (peças sob flexão, por exemplo).

 Para aumentar a resistência do elemento, é importante associar o concreto a um


material que tenha boa resistência à tração e ao cisalhamento. Dentre os materiais de
construção usuais, o aço costuma ser mais utilizado.

 À peça de concreto simples, são adicionadas, longitudinalmente, barras de aço nas


zonas tracionadas, dando origem ao concreto armado.
Desenho de Estruturas de Concreto
Características do concreto simples e armado
Desenho de Estruturas de Concreto
Pré-dimensionamento de estruturas de concreto armado

 A espessura mínima para lajes maciças de concreto armado de acordo com a NBR 6118
vale para lajes:
 de cobertura não em balanço: 5cm
 de piso ou de cobertura em balanço: 7cm
 que suportem peso de veículos total igual ou inferior a 30kN: 10cm

Respeitando esses valores pode-


se, adicionalmente, considerar os
valores do ábaco em função do
menor vão.
Desenho de Estruturas de Concreto
Pré-dimensionamento de estruturas de concreto armado

 A seção transversal das vigas não deve apresentar largura inferior a 12cm (pode
chegar a 10cm em condições especiais).

Adicionalmente, pode-se
considerar os valores
apresentados no ábaco
para escolha da altura da
viga.
Desenho de Estruturas de Concreto
Pré-dimensionamento de estruturas de concreto armado

 A seção transversal de pilares maciços, qualquer que seja sua forma, não deve ter
dimensão inferior a 19cm (pode ir a 12cm em condições MUITO especiais) e a área da
seção transversal não deve ser inferior a 361cm2.

Adicionalmente, pode-se considerar o


ábaco para edificações de andar único.
Desenho de Estruturas de Concreto
Tipos de desenho de estruturas

 O desenho técnico de estruturas de concreto é normatizado pelas NBR 6118 (Projeto de


Estruturas de Concreto – Procedimento), NBR 7191 (Execução de Desenhos para
Obras de Concreto Simples ou Armado) e as normas de desenho técnico usuais.

 Em desenho de estruturas, define-se:


 Planta como a projeção cilíndrica do teto em um plano que lhe é paralelo, situado na
parte inferior. As arestas visíveis serão as que ficam voltadas para o plano de
projeção.
 Corte é a projeção, em plano vertical colocado imediatamente antes da parte a
representar, indicando-se as seções em hachurado.
 Elevação é a projeção em plano vertical colocado imediatamente antes do conjunto a
representar, sem corte qualquer da peça.
Desenho de Estruturas de Concreto
Tipos de desenho de estruturas
Desenho de Estruturas de Concreto
Tipos de desenho de estruturas

 Os desenhos técnicos para obras de concreto armado ou simples são divididos em:
 Desenhos de conjunto
 Apresentam a estrutura como um todo. Podem constar de plantas, elevações,
cortes, vistas e perspectivas, devendo-se ser feitos na escala mais conveniente a
sua clareza.

 Desenhos para execução de formas


 Devem conter plantas, cortes e elevações de todas as peças da estrutura
necessários ao perfeito conhecimento de sua forma e de suas dimensões.

 Desenhos para execução de armaduras (armações)


 Apresentam-se os dados necessários para execução das armaduras de cada
peça (lajes, vigas e pilares) que compõe a estrutura. São indicados desde
elementos para compra, até indicações de fabricação, dobramento e montagem
das armaduras no interior das peças.
Desenho de Estruturas de Concreto
Tipos de desenho de estruturas

 Os desenhos técnicos para obras de concreto armado ou simples são divididos em:
 Desenhos para execução de escoramentos
 Análogo ao desenho para execução de armaduras, porém voltado para o
escoramento da estrutura (fase de construção).

 Desenhos de detalhe
 Partes específicas da peça são apresentadas. O projetista tem liberdade de
escolha de escalas, forma de apresentação etc.
Desenho de Estruturas de Concreto
Desenhos para execução de formas

 Em um desenho para execução de formas, a designação das peças é feita mediante os


seguintes símbolos:

Elemento Símbolo Elemento Símbolo


Lajes L Tirantes T
Vigas V Diagonais D
Pilares P Sapatas S
Paredes PAR Blocos B
Desenho de Estruturas de Concreto
Desenhos para execução de formas

 Paredes devem ser indicadas quando são estruturais. Quando funcionam apenas como
elementos de vedação (paredes de tijolos cerâmicos, por exemplo), não são indicadas.

 Utilizam-se escalas de 1/50 ou, se não houver prejuízo à visualização, 1/100. As cotas
devem ser apresentadas em cm e devem ser inteiras. Atenção aos limites das linhas de
cota:
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Desenhos para execução de formas

 Em um desenho para execução de formas, devem ser indicados:


 Numeração de pilares, vigas e lajes.
 Desníveis de lajes (em relação a um nível geral).
 Espessura das lajes.
 Furos e aberturas.
 Distâncias de face a face das vigas.
 Locação dos pilares.
 Passagem, início ou término dos pilares.
 Mísulas.
 Seções transversais (pilares e vigas).
 Seções rebatidas (em alguns casos).

 Estas indicações são feitas em planta e através de cortes.


Desenho de Estruturas de Concreto
Desenhos para execução de formas

 Na representação das lajes em planta, deve-se observar que:


 A numeração das lajes começa do canto superior esquerdo do desenho
prosseguindo para a direita, em linhas sucessivas, até atingir o canto inferior direito.

L + número sequencial = L1, L2, L3 etc.

 As espessuras das lajes são obrigatoriamente indicadas.

h = espessura da laje em cm. Note que a


numeração sequencial e a espessura da laje ficam
centralizadas no painel.
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Desenhos para execução de formas

 Os rebaixos ou superelevações da face superior das lajes em relação à face superior


da laje de referência serão indicados em cm, precedido dos sinais + ou -. Pode-se
empregar, também, hachuras que se convencionam para um sentido elevação e
para o outro rebaixo.

As hachuras são finas, com grandes intervalos e inclinação de 45°. No exemplo, L1


tem espessura de 7cm e está 20cm acima do nível geral; L2 tem espessura de 9cm
e está no nível geral (quando a laje está no nível geral, não há necessidade de
especificar o nível); e L3 tem espessura de 8cm e está -30cm abaixo do nível geral.
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Desenhos para execução de formas

 Na representação das vigas, deve-


se observar que:
 A numeração das vigas será
feita, inicialmente, para as
dispostas horizontalmente
(inclinações entre 0° e 45°),
partindo-se do canto superior
esquerdo até o canto inferior
direito seguindo alinhamentos
sucessivos. Para as dispostas
verticalmente, parte-se do
canto inferior esquerdo, para
cima, por fileiras sucessivas,
até atingir o canto superior
esquerdo.

V + número sequencial = V1, V2, V3 etc.


Desenho de Estruturas de Concreto
Desenhos para execução de formas

 Cada vão das vigas contínuas será designado pelo número comum à viga seguido
de uma letra minúscula.

 Junto da designação de cada viga, deverão ser indicadas suas dimensões (base x
altura). A altura da viga inclui a espessura da laje.
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Desenhos para execução de formas

 Em planta, é facultada a representação da viga. Caso se deseje fazê-lo, empregam-


se seções rebatidas.

 As lajes e vigas, em corte,


podem ser hachuradas ou não.

 A parte da laje e da viga em


contato com o plano secante é
desenhada em linha grossa.
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Desenhos para execução de formas

 Na representação dos pilares, deve-se observar que:


 A numeração dos pilares e tirantes será feita, tanto quanto possível, partindo do
canto superior esquerdo para o direito em linhas sucessivas: P + número sequencial
= P1, P2, P3 etc.

 As dimensões (espessura x largura) podem ser indicadas ao lado de cada pilar.

 Padrões para representação de pilares:


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Desenhos para execução de formas
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Desenhos para execução de formas

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