Apelação

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Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro

PJe - Processo Judicial Eletrônico

13/11/2024

Número: 0813509-46.2022.8.19.0209
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 6ª Vara Cível da Regional da Barra da Tijuca
Última distribuição : 22/06/2022
Valor da causa: R$ 64.792,08
Assuntos: Obrigação de Fazer / Não Fazer
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MAURICIO ANDRE NAVARRO (AUTOR) GELSON BARBIERI (ADVOGADO)
BRUNO NASCIMENTO DA SILVA (ADVOGADO)
TANGRAN ENGENHARIA LTDA (AUTOR) GELSON BARBIERI (ADVOGADO)
BRUNO NASCIMENTO DA SILVA (ADVOGADO)
PROVISIONAL ADMINISTRADORA DE BENS PROPRIOS GELSON BARBIERI (ADVOGADO)
LTDA (AUTOR) BRUNO NASCIMENTO DA SILVA (ADVOGADO)
REGINA ROQUE DE ABREU (RÉU) BEATRIZ CASTILHO DANIEL (ADVOGADO)
ANGELO STORINO DE ABREU (RÉU) BEATRIZ CASTILHO DANIEL (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
13008 10/07/2024 13:51 Apelação Apelação
9470
EXCELENTISSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 06ª VARA CÍVEL DO
FORO REGIONAL DA BARRA DA TIJUCA– RJ

(GRERJ N. º 81737206093-81 )
Autos do Processo n. º 0813509-46.2022.8.19.0209

Objeto: Ausência de responsabilidade dos réus quanto à cobrança de mais valia

ANGELO STORINO DE ABREU, e REGINA ROQUE DE ABREU, ambos


devidamente qualificados nos autos do processo em epígrafe, ora proposto por
MAURÍCIO ANDRÉ NAVARRO, TANGRAN ENGENHARIA LTDA. e (OUTRO), por seus
advogados que esta subscrevem, vêm respeitosamente à presença de Vossas
Excelências, de modo TEMPESTIVO, com fundamento jurídico nos artigos 1. 009 a 1.014
do CPC , interpor a presente

RECURSO DE APELAÇÃO,

com a devida vênia não se conformando com a R. sentença de procedência


em parte ora proferida nestes autos no ID: 127788262. Tem-se por sua vez o objetivo
de REFORMAR INTEGRALMENTE os pontos a seguir declinados e detidamente
recorridos no presente petitório recursal.

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Desta feita, querendo, desde já que a Recorrida ofereça suas contrarrazões
e, ato contínuo, sejam os autos, ( tendo em vista o pagamento das custas judiciais para
o respectivo preparo), do RECEBIMENTO, PROCESSAMENTO, e, após do INTEGRAL
PROVIMENTO das respectivas RAZÕES RECURSAIS nos moldes da Lei.

Nestes Termos
Pede e Aguarda Deferimento

Rio de Janeiro, 10 de julho de 2024.

André de Barros Botelho


OAB/RJ 133279

Beatriz Castilho Daniel


OAB/SP 187.470
Beatriz Castilho Daniel
OAB/RJ (Suplementar) 232.539

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DAS RAZÕES DO PRESENTE RECURSO DE APELAÇÃO

Apelantes: ANGELO STORINO DE ABREU, e REGINA ROQUE DE ABREU,


Apelados: MAURÍCIO ANDRÉ NAVARRO, TANGRAN ENGENHARIA LTDA. e (OUTRO),
Autuado sob o n.º 0813509-46.2022.8.19.0209
Vara de Origem: 06ª Vara Cível do Foro Regional da Barra da Tijuca – RJ

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA TURMA,
PRECLAROS JULGADORES.

I - PRELIMINARMENTE

DA TEMPESTIVIDADE E RECOLHIMENTO DO PREPARO RECURSAL

Inicialmente, informam os Apelantes que o presente recurso é


TEMPESTIVO, cuja intimação eletrônica foi exarada nestes autos na data de
02/07/2024 – ora referente a r. sentença prolatada no ID: 127788262.

Ainda assim Excelências, mormente o recolhimento recursal, cujo número


da GRERJ se encontra informado no preambulo desta peça recursal.

É o que se pretende consignar a Recorrente em sede PRELIMINAR DE


RECURSO.

II – CONSIDERAÇÕES PROEMIAIS NECESSÁRIAS

FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO SE DEU TEMPOS DEPOIS DA VENDA DO


IMÓVEL – OBRIGAÇÃO PROPTER REM

ENCARGO DEVIDO PELOS ATUAIS PROPRIETÁRIOS

DOCUMENTOS ACOSTADOS PELOS APELADOS CONFIRMAM A AUSÊNCIA


DO DIREITO DE REGRESSO CONTRA OS APELANTES

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Embora a Ilustre Juíza do MM Juízo a quo possua inegável conhecimento
jurídico, refletido em sábias decisões já prolatadas nesta Comarca, a verdade é que
não agiu com costumeiro acerto ao proferir o decisum de ID: 127788262, conforme se
detidamente corroborará ao longo das razões recursais que a seguir encontram-se
pontualmente fundamentadas, vejam-se:

Excelências de forma PRIMACIAL, o processo em debate, trata de impor


uma obrigação de reparação de danos a quem não é o verdadeiro legitimado a pagá-
la.
Posto que em se tratando de multa por obra de mais valia aplicada pela
Municipalidade deste Estado, o responsável pelo pagamento será aquele que
efetivamente realizou a obra de mais valia, e, ainda, o proprietário ao tempo da
ocorrência do FATO GERADOR.

Nesse diapasão, não sendo os Apelantes os proprietários do imóvel a época


do fato gerador, conforme corroboram a Intimação n. º 30/1462/2018 - datada de
17/09/2018 - tempos depois da venda do imóvel pelos Apelantes aos Apelados, que
por sua vez se realizou na data de 30/03/2012 – ID: 21754586.

Tampouco o responsável pela continuidade do projeto e/ou execução da


obra, não há que se falar em responsabilidade dos peticionários no pagamento da
respectiva multa, repise-se novamente:

Importa destacar ainda aos Doutos Julgadores que a relação jurídica havida
entre as partes em decorrência da venda do respectivo imóvel, não permite a Lei que
os Recorridos sub-roguem ou tenham qualquer direito de regresso contra os
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Apelantes, quiçá ainda quando se tratar de uma obrigação propter rem
(reconhecimento pelo próprio autor em inicial), perante órgãos públicos ou entes
(como a Municipalidade) , POR FORÇA DA NATUREZA DA OBRIGAÇÃO, eis que quem
sempre responderá por elas é o proprietário.

Portanto Excelências, muito embora a intimação de regularização tenha se


dado em 2018 – frise-se anos após a venda do imóvel pelos Apelantes aos Apelados, o
laudo de contrapartida foi aprovado somente em 27/09/2021 – ID´s: 21754594
/21754591, portanto anos depois da alienação do imóvel, sendo certo que a primeira
parcela da respectiva multa fora efetuada pelos Apelados somente na data de
12/05/2022 – conforme ID: 21755057, tem-se portanto a partir das provas juntadas
pelos próprios Apelados às seguintes afirmativas:

a. - Da Intimação datada de 17/09/2018 - Os Apelados mesmo intimados a


regularizar o processo não o fizeram – tampouco realizaram a substituição do nome
do ATUAL PROPRIETÁRIO, uma vez que a intimação é clara acerca da necessidade de
se informar o Nome do Novo Proprietário;

b. – Os Apelados com o devido respeito, aguardaram de forma maliciosa a


aprovação do laudo de contrapartida cuja aprovação ocorreu em 27/09/2021 para
então notificar extrajudicialmente os Apelados – ID: 21754597 – que ocorreu somente
em 22.02.2022;

c. – Restou comprovado pelo aviso de aprovação do laudo de contrapartida e


cobrança do valor de mais valia a data em que o FATO GERADOR – cobrança
administrativa - o evento que deu origem a obrigação do pagamento da respectiva
multa se deu na data de 29/09/2021 – ID: 21754591 – portanto quase 10 – dez anos
após a venda do imóvel pelos Apelantes aos Apelados;

d. – Pelas provas já apresentadas pelos Apelados em inicial, deixam claro que quem
adquire um bem imóvel adquire também a obrigação gerada pelo imóvel;

e. - Trata-se de obrigação que se transmite ao adquirente juntamente com a


aquisição da propriedade imóvel, pelo que o comprador há de arcar com a
responsabilidade pelo pagamento, evidentemente a obrigação de pagamento da mais
valia é uma delas, e que como restará provado foram os Apelados que realizam a obra
de mais valia, fato afirmado pelos próprios Apelados, vejam Excelências:

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ID: 21754571:

6 – Também na exordial os Apelados afirmam de modo expresso que a obrigação da


multa por “mais valia” – decorrência das obras realizadas por eles – as quais insistem
na alegação de que as obras foram realizadas pelos Apelantes, e, mais uma falácia,
que o fato gerador teria se originado com a apresentação do projeto junto a
Municipalidade, pasmem!

7 – Excelências tais afirmativas dos Apelados em sede de exordial já conotam tanto a


intenção dos mesmos em distorcer a aplicação da lei material sobre as relações cíveis

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vigentes, como de outro militam a favor dos Apelantes, posto que o artigo 502 do
Código Civil imputam a obrigação até a entrega do imóvel, e que combinado ao fato

gerador ter ocorrido em 29/09/2021 – conforme corrobora a própria notificação da


municipalidade – que por derradeiro confirma a obrigação ser propter rem, como
assumido pelos Apelados em exordial;

8- Evidentemente pelas provas materiais e afirmativas acima, não há direito de


regresso contra os antigos proprietários – aqui Apelantes – pois não estão mais
vinculados à relação de direito material que a gerou, evidentemente também em razão
da própria tradição que se deu com a venda do imóvel;

9- Excelências ainda independentemente do fato gerador da multa ter-se dado anos


após a venda do imóvel pelos Apelantes aos Apelados – tem-se no ID: 109009965 –
pelo depoimento pessoal da Apelante – a confirmação que o Projeto de melhoria no
imóvel foi entregue e que não haviam sido realizadas obras – sendo o mesmo
fornecido de forma graciosa aos Apelados;

10 – Excelências os Apelados em oportunidade de produzir provas a seu favor, durante


a instrução do feito obteve-se confissão do Apelante as afirmações já repisadas em
peça defensiva e razões finais, quais sejam de que os Apelados se
comprometeriam a realizar às melhorias face a redução do preço do imóvel ofertado
pelos Apelantes – mais um fato corroborado Excelências: conforme ID n. 109009966
;

11- Pelo depoimento do Apelado ID:1090009964 que confirma que não houve
interesse na interposição de qualquer ação cível em face dos Apelantes antes da
imposição da multa pela municipalidade, o que cai por terra a tese autoral os
Apelados. Que supostamente teriam sido prejudicados em razão da omissão
contratual sobre o encargo da Municipalidade, que sequer existia Excelência ao
tempo da venda, pois o fato gerador se deu em 09/2021.

12- Ou seja, a imposição da multa pecuniária se deu tempos depois da alienação do


imóvel, e que se porventura tivessem sido remotamente os Apelados prejudicados,
intentariam eventual ação contra os Apelantes já à época da assinatura do contrato
de compra e venda, uma vez que os Apelados sabiam da existência do Projeto de
melhorias – como confirma a intimação de regularização datada de 2018 de
regularização do processo administrativo – ou seja de alteração do nome do
proprietário para o nome do Apelante que seria o ATUAL PROPORIETÁRIO;

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13- Fato corroborado em depoimento pessoal do Apelante que por sua vez respondeu
a indagação do causídico dos Apelados em instrução do feito; no sentido de
confirmar a entrega do Projeto aos Apelados e estes aceitaram face a aceitação dos
Apelantes para abaterem o preço do imóvel e assim o fez – fato prova em
depoimento pessoal – ID: n. 109009966

14- Portanto ausentes a existência de dano capaz de ensejar a condenação dos


Apelados a título de danos materiais, eis que inexistente a causa de pedir, e, por
consequência ausente o nexo de causalidade Excelências!

É o que se deve consignar a Vossa Excelências para que de forma – com a


devida vênia, se possa detidamente impugnar a R. Sentença prolatada, vejam-se:

III - DA R. SENTENÇA RECORRIDA

Excelências!

A guisa das considerações PROEMIAIS tem-se que os 13 – treze itens


reforçam pendem pela TOTAL IMPROCEDÊNCIA do feito, vez que demonstram com a
devida vênia com robustez que a sentença impugnada, ao julgar procedente o pedido
formulado, vejam-se:

Grifos Nossos

... 21. O processo está em ordem e apto a ser julgado, estando


corretamente instruído;

22. O pedido da parte autora é PROCEDENTE, como a seguir se


fundamenta;

23. A controvérsia concerne à existência do dano material decorrente do


valor a ser pago pela mais valia do imóvel adquirido pelos autores, bem
como sobre a responsabilidade dos réus em pagarem indenização por tais
danos;

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24. A causa de pedir remota indicada na petição inicial está relacionada ao
suposto dano material decorrente da cobrança administrativa pela
Prefeitura por obras feitas no imóvel;

25. Embora os réus, na contestação, neguem a realização das obras, fato é


que reconheceram, em seu
depoimento pessoal, em sede de AIJ, que fizeram as referidas obras, o que
também se comprova pelo processo administrativo juntado aos autos
pelos autores, que dá conta de que foi a primeira ré, Regina, quem,
formulou o requerimento de abertura do mencionado processo
administrativo, destinado à regularização das obras realizadas pelos réus;

26. Apesar dos réus alegarem que os autores estavam cientes das referidas
obras e que fora concedido abatimento no valor do imóvel, não foi
produzida prova alguma a este respeito, salientando-se que da escritura
de compra e venda celebrada entre os requeridos e o primeiro autor consta
expresso que o imóvel estava inteiramente livre e desembaraçado de
qualquer ônus judicial ou extrajudicial, multas, taxas, dentre outros;

27. Não há dúvidas, portanto, que os réus devem responder pelo dano
material, na modalidade perdas e danos, sofrido pelos autores, com juros
e correção monetária, já que não cumprida a obrigação assumida em
escritura pública, de entregarem o imóvel desembaraçado e livre de
qualquer ônus, conforme Art. 389 do Código Civil, que dispõe:

28.“Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e


danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”

29. Demais, a responsabilidade dos réus decorre dos artigos 186, 187 e 927
do Código Civil, os quais
transcrevo:Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. ...”

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A guisa da reprodução acima epigrafada da R. sentença impugnada, com o
devido respeito e vênia a MM Juíza a quo deixou de bem aplicar às regras referentes
ao direito obrigacional ora decorrente do direito de propriedade dos Apelados que
devem por sua vez arcar com o encargo pecuniário de natureza propter rem, de
modo a trazer a violação ao artigo 490 do Código Civil, posto que:

➢ Em nenhum momento os Apelantes negaram a existência de um projeto de


melhorias de obras no imóvel alienado,

➢ Restou provado que no ato da venda nenhuma cobrança havia sido imposta
pela Municipalidade, e que foi confirmado em depoimento ao causídico do Apelado
que o Apelante concedeu o abatimento do preço em oferta graciosa do Projeto, cujas
obras seriam seguidas pelos Apelados, e que nenhuma interpelação judicial foi feita
contra os Apelantes antes da imposição da multa administrativa.

➢ Ficou corroborado ainda que mesmo com a intimação de regularização


administrativa, os Apelados maliciosamente não realizaram a mudança para o
ATUAL PROPRIETÁRIO, e ainda o projeto foi legalizado nos idos do ano de 2021

➢ Evidente que os Apelantes não fariam prova contra si, o que deu a entender
em uma interpretação com o devido respeito distorcida dos fatos que imputaram
ilegitimamente a respectiva responsabilidade aos Apelantes;

➢ Repise-se uma vez mais que os apelantes não sendo os proprietários do imóvel
na época do fato gerador, tampouco o responsável pela continuidade da obra de
melhoria, não poderão ser penalizados, uma vez que os Apelados tiveram tempo hábil
suficiente para alterar o nome do proprietário atual quando notificados os foram em
2018 para regularizar o processo administrativo;

➢ E tampouco acionaram aquela ocasião os Apelantes, fato confirmado no


depoimento do próprio Apelado

Assim, na remota hipótese de não vir a ser provido o presente recurso,


requer os Apelantes o pronunciamento formal e expresso desse Egrégio Tribunal de
Justiça, realizando-se juízo de valor acerca do tema prequestionado, no âmbito do v.
acórdão a ser prolatado.

É o que se deve compor às razões recursais as Vossas Excelências

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IV- MERITO RECURSAL

VALOR DE MAIS VALIA COBRADO SOBRE OBRAS DE EXTENSÃO DO IMÓVEL


REALIZADAS PELOS ADQUIRENTES DO IMÓVEL DEVE SER IMPUTADA AOS
APELADOS - NATUREZA JURÍDICA - PROPTER REM

DA PLANTA DO IMÓVEL ACOSTADA PELOS APELADOS – ID: 31290203


PROVA NÃO VALORADA PELO MM JUÍZO A QUO

APELANTES CUMPRIRAM COM O ÔNUS PROBATÓRIO QUE LHE É


ESTABELECIDO PELA LEGISLAÇÃO PROCESSUAL VIGENTE

Excelências com o devido respeito, em NADA havia o que ser regularizado


pelos Apelantes junto a Municipalidade tanto a época da assinatura do contrato de
compra e venda – março/2012 como na própria ocasião do “Habite-se’, tanto é verdade
constava da certidão do RGI - ID: 312 88891 como devidamente aprovado o imóvel
pela municipalidade do RJ e que também foi juntado pelos Apelados.

Tem-se inclusive claro Excelências pela própria Notificação de convocação


da Municipalidade para comparecimento e ciência como meio de facilitação da vistoria,
EXIGINDO A PRESENÇA DO NOVO PROPRIETÁRIO na data de 17/09/2018, e repisa-se
os Apelados assim não realizaram.
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Tais fatos e documentos falam por si só Excelência, demonstram E
CORROBORAM que a Municipalidade NÃO SÓ ESTEVE NO IMÓVEL, (VISTORIA), como
inclusive os NOVOS PROPRIETÁRIOS FORAM INTIMADOS A REGULARIZAR O
PROCESSO COM BASE NAS NOVAS METRAGENS.

Resta cristalino ( evidente) Excelências que os cálculos foram feitos com base
na nova planta que está indexada com a exordial, sendo, pois, inclusive construído um
quarto, cozinha, banheiro, chuveiro, modificações as quais NÃO EXISTIAM À ÉPOCA
DA VENDA DO IMÓVEL PELOS RECORRENTES AOS RECORRIDOS, matéria de prova
evidentemente desprezada pela MM Juíza a quo.

Fato corroborado pelo Laudo de contrapartida aprovado pela


Municipalidade em 27/09/2021 e acostado pelos Apelados, e que por sua vez geraram
o fato gerador traduzido na notificação de pagamento da contrapartida, ora
ilegitimamente exigida pelos Apelados aos Apelantes.

Restou igualmente evidente que os Apelados deixaram de REGULARIZAR as


novas obras – realizadas por eles, deixando transcorrer in albis para aproveitar-se e
buscar o Poder Judiciário para buscar um direito que lhe é no mínimo REMOTO.

Insta chamar a atenção deste MM Juízo para a própria documentação


acostada pelos Apelados, reitere-se que a escritura de compra e venda foi baseada no
RGI do imóvel com a metragem original, estando, pois, diversa no laudo de
contrapartida da prefeitura que somente foi aprovado em 2021, já que à ocasião essas
obras foram realizadas pelos Apelados PROPRIETÁRIOS, que por sua vez contém um
acréscimo de 73 m2:

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Vejam Excelências novamente o Laudo de contrapartida:

Pois bem Excelências, considerando a propriedade legítima e sem


impedimentos dos Apelados , os mesmos poderiam inclusive apresentar impugnação ao
processo administrativo à época, não só não o fez concordando com o valor inclusive
realizando o parcelamento do valor exigido pela Municipalidade.

E, ainda, assim poderia optar o Autor pela demolição da obra caso assim não
concordasse com o valor, tal como mencionado na própria notificação da
municipalidade, e, continuou inerte no sentido de não apresentar qualquer impugnação
junto a Municipalidade.

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Ainda assim Excelências, fica claro que o cálculo da contrapartida a ser
recolhida à municipalidade é baseado na valorização que a obra a ser regularizada
agregou ao imóvel, como benfeitoria dele indissociável.

Vale destacar que os Apelados beiraram a má fé contratual, eis que ao passo


que comprovaram o registro do contrato de compra e venda, todavia intentando a
distorção dos fatos o RGI à época da venda confirma a inexistência de procedimentos
administrativos que: "de alguma forma possam ou pudessem impedir os Apelados pôr
em risco ou simplesmente afetar a sua pacífica e segura aquisição velo outorgado
promitente comprador", fato que definitivamente não ocorreu.

De outro tanto Excelência, na verdade eram os próprios Apelados quem


deveriam o buscar a regularização das obras que fez junto a municipalidade, mas, de
qualquer forma, como já rechaçado em peça defensiva, existe sim a impossibilidade
jurídica do pedido, ora escorreita ao próprio mérito, posto que os Apelantes não
possuíam sequer legitimidade perante a administração municipal para pleitear, quer
administrativamente, quer judicialmente pois sua obrigação perante a Lei Civil
inexiste.

Portanto inexiste qualquer prejuízo material ou sequer indício de nexo de


causalidade intentada pelos Apelados como tentativa de distorcer os fatos levando a
MM Juíza a quo a erro.

É o que se deve consignar a tal respeito nestas razões de recurso Excelências!

DA DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA

CONFIRMAM A AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DOS APELANTES

Não obstante os fundamentos jurídicos até aqui sobejados Excelência, por


oportuno reitera-se que o fato de que os Apelados sequer alteraram o nome do ATUAL
PROPRIETÁRIO junto a Municipalidade quando intimados em 2018 a regularizar o
processo administrativo, percebe-se ainda o prolongamento de um comportamento no
tempo implica a consequência jurídica da supressio.

Ora calcada na boa-fé objetiva nas relações contratuais, de modo a impedir


condutas contraditórias e surpreendentes de uma das partes com relação ao exercício
de direitos, depois de longo período em que tais direitos não foram exercidos, como é
o caso do Apelado que confirma respectiva conduta em depoimento pessoal.

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Sequer protocolizou uma defesa em sede administrativa quando assim fora
intimado, e não o fez quando da aprovação do Laudo de contrapartida que somente
ocorrera em setembro de 2021.

E, ainda Excelências que no caso a obrigação /encargo financeiro não fosse


propter rem, o Colendo Superior Tribunal de Justiça já decidiu que “o instituto da
'supressio' indica a possibilidade de se considerar suprimida uma obrigação contratual
na hipótese em que o não exercício do direito correspondente, pelo credor, gere no
devedor a justa expectativa de que esse não exercício se prorrogará no tempo.” (REsp
953389/SP; Min. Nancy Andrigui), portanto afastando qualquer responsabilidade civil
sobre a contrapartida efetuada pelos Apelados .

Pois restou evidente que as Obras foram posteriores a aquisição do imóvel


pelos Apelados, torna-se, portanto, a multa por mais valia, uma obrigação propter rem
é a que recai sobre uma pessoa, por força de determinado direito real.

Que por sua vez só existe em razão da situação jurídica do obrigado, de


titular do domínio ou de detentor de determinada coisa, que por sua vez é elucidada
pela doutrina:
“Verifica-se, também, que os direitos reais, sejam perpétuos ou
temporários, principais ou acessórios, implicam, via de
regra, numa situação de permanência em relação ao seu
titular. Diferente disso, nos direitos pessoais o pagamento extingue a
relação jurídica obrigacional que, por natureza, é transitória. Posta
assim a questão, segundo nos ensina Planiol, o adquirente do direito
real assume a obrigação que de forma indelével grava o direito
adquirido. Scavone Jr., Luiz Antonio. Direito Imobiliário (p. 181).
Forense. Edição do Kindle.”

Valendo citar neste ponto a obra Manual do Processo de Execução do


Desembargador Araken de Assis, 8. 8 Edição, Ed. exame dos Tribunais, item 157
"Aplicação da pena pecuniária" e item 157.4 "Exclusão da Pena" pág. 553:

"Tornada impossível a prestação in natura, com ou sem culpa do obrigado, a pena


restará inexigível desde este momento, porque igualmente inviável seu escopo, que é a
execução específica."

Excelências, resta notório que os Apelados sempre tiveram conhecimento


do Projeto que lhes foi ofertado graciosamente pelos ora Apelantes, a própria
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intimação de regularização do processo administrativo ocorrida em 2018 assim os
deflagram, evidente com todo o respeito, tal lapso de memória, no entanto, não
encontra respaldo no Poder Judiciário, que repudia condutas de má-fé de tal espécie,
cujo recurso de apelação pretende corrigir com a devida vênia.

Tal fato ocorreu de forma análoga no caso representado pelas Ementas


abaixo reproduzidas, ora emanadas por esse Eg.TJRJ:

Cível. Processo civil. Compra e venda de imóvel. Obra irregular realizada pelo
réu. Processo administrativo de Mais Valia junto à Prefeitura. Imposição de
multa e possibilidade de demolição da área acrescida. Pretensão de
obrigação de fazer cumulada com indenizatória. Improcedência. Apelação.
Regularização de obra realizada sem licenciamento municipal.
Prova documental apresentada em audiência de rito sumário que
sinaliza a ciência dos autores acerca do processo administrativo. Ausência
de ilicitude na produção da prova. Inteligência do artigo 332, do CPC/73 e
artigo 5º, inciso LVI, da CF. Advogada devidamente constituída nos autos que
confirma a veracidade do instrumento apresentado.

Pretensão de desconstituição da manifestação da patronesse que resta


afastada. Assunção da responsabilidade pela legalização da obra
pelos autores. Ausência de impugnação do documento
apresentado. Concessão de prazo para manifestação sobre documento
juntado. Impossibilidade. Princípio da concentração de atos no rito
sumário.

Inaplicabilidade do artigo 398, do CPC/73. Prova nos autos que sinaliza que
houve abatimento no preço pelo imóvel em razão das irregularidades
apresentadas. Afronta à boa-fé contratual. Fundamento no artigo 422, do
CC. Remessa de expediente à Secretaria da Receita Federal, Fazenda
Estadual e Municipal, à conta de divergência entre valores declarados para
o negócio e aqueles efetivamente pagos, e recebidos, pelos contratantes.
Majoração dos honorários em sede recursal, nos termos do art.
85, §§ 2º, 6º e 11 do CPC/2015 – 21a Câmara Cível - Apelação Cível no.
0008062-91.2014.8.19.0209 Apelante: RAFAEL DE OLIVEIRA BOTELHO
CORRÊA Apelante: SABRINA DE BRITO RAMALHOTO Apelado: PAULO
ROBERTO DE CASTRO Relator: Desembargador Pedro Raguenet – Data do
Julgamento: 05/0/2017. – Grifos Nossos

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APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO
INDENIZATÓRIA DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. COBRANÇA DE MULTA
EM DECORRÊNCIA DA MAIS VALIA POR AUSÊNCIA DE LEGALIZAÇÃO DA
AMPLIAÇÃO DO IMÓVEL JUNTO AO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO DO AUTOR.
DEMANDANTE QUE NÃO LOGROU DEMONSTRAR OS FATOS
CONSTITUTIVOS DE SEU DIREITO, ÔNUS QUE LHE CABIA, NOS TERMOS DO
ART. 373, I, DO CPC. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS MÍNIMOS CAPAZES DE
EVIDENCIAR A RESPONSABILIDADE DA CONSTRUTORA PELA AMPLIAÇÃO
DA COBERTURA. PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PRETENSÃO
RECURSAL QUE NÃO MERECE ACOLHIDA. CONFIRMAÇÃO DA SOLUÇÃO
IMPUGNADA. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (TJ-RJ - APL:
00128986820188190209 202300151884, Relator: Des(a). LUIZ ROLDAO DE
FREITAS GOMES FILHO, Data de Julgamento: 09/08/2023, NONA CAMARA
DE DIREITO PRIVADO (ANTIGA 2ª CÂMARA C, Data de Publicação:
11/08/2023) – Grifos Nossos

E, mais Excelências:
“AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL.
PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. DÉBITOS CONDOMINIAIS.
RESPONSABILIDADE DO VENDEDOR E DO COMPRADOR. IMPUTAÇÃO DO
DÉBITO AO COMPRADOR. CARÁTER 'PROPTER REM' DA OBRIGAÇÃO.
INTERPRETAÇÃO DO RESP 1.345.331/RS, JULGADO PELO ART. 543-C DO CPC.
ART. 350 DO CCB.ÓBICE DA SÚMULA 282/STF.1. Controvérsia acerca da
responsabilidade do promitente vendedor (proprietário) pelo pagamento de
despesas condominiais geradas após a imissão do promitente comprador na
posse do imóvel.2. Responsabilidade do proprietário (promitente vendedor)
pelo pagamento das despesas condominiais, ainda que posteriores à imissão
do promitente comprador na posse do imóvel.3. Imputação ao promitente
comprador dos débitos gerados após sua imissão na posse.4. Legitimidade
passiva concorrente do promitente vendedor e do promitente comprador
para a ação de cobrança de débitos condominiais posteriores à imissão na
posse.5. Preservação da garantia do condomínio.6. Interpretação das teses
firmadas no REsp 1.345.331/RS, julgado pelo rito do art. 543-C do CPC.7.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO." (AgRg no REsp 1.472.767/PR, Rel.
Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, Dj de
08/10/2015).”

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Por conclusão Excelências:

➢ Não há previsão legal específica que atribua aos Apelantes a


responsabilidade do pagamento da respectiva contrapartida ora exigida pelos Apelados;

➢ Justamente porque quando não só pelas obras terem sido realizadas


posteriormente a venda do imóvel, como pelas provas materiais as quais a MM Juíza a
quo de forma equivocada deixou de valorá-las na r. sentença recorrida,

➢ Mormente pelo fato de que os Apelados foram intimados a regularizar o


procedimento administrativo, e não o fizeram, não só não alteraram o nome do
proprietário, como à época sequer noticiou o fato aos Apelantes;

➢ Somente vindo a fazê-lo apenas no ano de 2021, quando a contrapartida


financeira lhes foi exigida, e que por decorrência lógica torna a obrigação propter rem,
ou seja, somente devida pelos atuais proprietários que realizaram a obra e receberam o
projeto de forma graciosa pelos Apelantes, como deflagrado em depoimento pessoal
dos peticionários por ocasião da instrução do feito.

➢ Imprescindível Excelências a prova inequívoca dos fatos constitutivos


do direito dos Apelados, no caso da ocorrência do evento danoso, bem como do nexo
causal, para que haja obrigação indenizatória dos Apelantes.

➢ Logo sem a prova da realização da obra pelos Apelantes que apenas de


forma graciosa entregou o projeto de melhorias no imóvel com oferta de abatimento
do preço do imóvel, a pretensão indenizatória não encontra acolhimento.

➢ Pelo contrário, acostaram os Apelados documentos – prova material


que beneficiam os Apelantes, como alhures repisado, e de outro tanto Excelências,
afigura-se evidente que os Apelados não lograram êxito a teor do art. 373, I, do CPC
em produzir provas que pudessem confirmar o respectivo direito, justamente pela
impossibilidade de se exigir dos Apelantes a produção de prova negativa nesse
sentido.

V- DOS PEDIDOS RECURSAIS

Ante o exposto, nas Razões aqui esposadas, vem os Apelantes ao amparo da


Jurisprudência e Lei Civil vigente que ELUCIDA e confirma a tese recursal, que

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acompanhada destas razões E FUNDAMENTOS jurídicos de Recurso, bem como
socorrendo-se aos Ínclitos Julgadores;

E, ainda, direito dos Apelados, mormente pelo efeito devolutivo da


presente via recursal, sejam detidamente avaliadas todos os pontos já debatidos
também em peça defensiva requerer respeitosamente:

i. INTEGRAL REFORMA DA R. SENTENÇA, de forma a determinar a


IMPROCEDÊNCIA DO FEITO, de forma a reiterar as provas não enfrentadas pela MM
Juíza a quo que fulminam o direito dos Apelados, conforme razões acima
juridicamente fundamentadas;

ii. Ainda assim Excelências, com amparo na Jurisprudência ora acostada


nestas razões recursais, restou corrobora que não só o Apelado não alterou os dados de
propriedade perante a Municipalidade de forma maliciosa, como estes Apelantes de
boa-fé quiçá tiveram conhecimento acerca das obras posteriores realizadas no imóvel
alienado, até porque não eram mais os proprietários.

iii. Portanto a cobrança da contrapartida é tida como de natureza propter


rem, e em assim sendo são devidas ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE pelos atuais
proprietários, que assim o realizaram cujo fato gerador da cobrança se deu anos depois
da alienação do imóvel;

iv. Devendo ainda Excelências com O PROVIMENTO do recurso serem


revertidas as custas, despesas, e honorários sucumbenciais que deverão ser arbitrados
dentro da equidade exigida pela legislação processual – na forma do artigo 85 e
seguintes do CPP;

v. Assim, na remota hipótese de não vir a ser provido o presente recurso,


requer os Apelantes o pronunciamento formal e expresso desse Egrégio Tribunal de
Justiça, realizando-se juízo de valor acerca do tema prequestionado, no âmbito do v.
acórdão a ser prolatado na forma da legislação acima indicada nestas razões de
recurso;

vi. Por economia e efetividade processuais, a ora Recorrente através de seus


causídicos, desde já se opõe ao julgamento virtual do feito, pois este subscritor
sustentará oralmente as razões recursais.

vii. Por fim Excelências, requer ainda os Recorrentes a Vossas Excelências


que o ora peticionário, seja INTEGRALMENTE eximido da condenação de sucumbência

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pelas razões acima expostas, condenando-se os Recorridos nas custas processuais e
honorários advocatícios de sucumbência, arbitrados conforme os limites impostos por
Lei.

Nestes termos
Pede e Aguarda integral provimento

Rio de Janeiro, 10 de julho de 2024.

André de Barros Botelho


OAB/RJ 133279

Beatriz Castilho Daniel


OAB/SP 187.470

Beatriz Castilho Daniel


OAB/RJ (Suplementar) 232.539

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