Reaprendendo A Amar - E. Adamson

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Sinopse

Josiah é um motociclista, em luto pela morte de sua esposa. Quando ele


inesperadamente herda dois comércios na cidade de Bracketville, ele
conhece Brooke, uma mulher local que espera escapar para um lugar
melhor. Os dois se unem rapidamente, vendo no outro uma chance de
recomeçar. Mas ser o líder de uma gangue de motociclistas é perigoso —
colocando em risco o futuro dos jovens amantes...
Autor Original: E. Adamson
Livro sem Revisão
E-book Produzido por: Galatea Livros e SBD
https://t.me/GalateaLivros

Livro Disponibilizado Gratuitamente! Proibida a Venda


Sumário
1. A Ligação Inesperada
2. Uma Saga de Dois Comércios
3. A Restauração do Rose's
4. Instintos Animais
5. Uma Encruzilhada na Estrada
6. Só Um Pouco
7. Sonho vs. Realidade
8. Uma Lembrança Dolorosa
9. Sozinhos Juntos
10. A Rejeição
11. O Filho Rebelde
12. Um Lugar Para Ficar
13. O Novo Emprego de Brooke
14. Sr. Presidente
15. Olho do Furacão
16. Um Convidado Indesejável
17. Uma Violação Indescritível
18. Conversa Séria
19. Os Laços Que Unem
20. Um Pedido Surpresa
21. Um Traidor no Tribunal
22. A Ascenção de Brooke
23. Uma Súplica Desesperada
24. Os Fury Riders
25. Um Tiro no Escuro
26. Um Pedido de Desculpas Atrasado
27. Voltando Para Casa
28. Vamos Dar Uma Volta
29. Inseguranças
30. Na Alegria ou Na Tristeza
Capítulo 1
A LIGAÇÃO INESPERADA JOSIAH
Soco. Soco.
Soco. Cruzado. Gancho. Soco.
Os olhos de Josiah ardiam com o suor escorrendo por sua testa
enquanto ele esmurrava o saco de pancadas de 45 kg que estava
pendurado no canto de seu escritório.
Talvez ele não fosse tão forte como costumava ser. Talvez sua forma
não estivesse tão boa quanto era durante seus dias como profissional.
Mas um fluxo constante de raiva fluía por ele o tempo todo, e ele a
canalizava esse sentimento em cada soco forte e poderoso.
Este exercício era o alívio diário de que ele precisava
desesperadamente.
Ele não poderia descontar em mais nenhum pobre e despretensioso
rapaz que o cruzasse na hora errada. Não era certo.
Ele precisava dar um exemplo para seu grupo: usar a força somente
quando for absolutamente necessário.
Soco. Gancho. Soco.
RING.
A meditação violenta de Josiah foi interrompida pelo barulho de seu
telefone celular.
Ele enxugou a testa com a bainha da camiseta e olhou para a tela. Era
uma ligação de um número desconhecido. Ele atendeu.
— Quem é? — Josiah nunca gostou de gentilezas.
— Josiah Anderson?
— Sim...
— Olá. Aqui é o Sr. Lawson da Advocacia Lawson & Son em
Bracketville.
Bracketville???
Josiah sentiu um aperto no peito.
— Bem—hum... — Sr. Lawson continuou, — Sinto muito em dizer
isso, mas... o Sr. e a Sra. Tucker faleceram.
Josiah bateu o telefone na mesa. Seu rosto estava estoico, mas as
rachaduras recém-formadas na tela do telefone denunciaram sua dor.
— Olá? Sr. Anderson? Você está bem? — continuou a voz do advogado,
Sr. Lawson.
A mão de Josiah tremia quando ele puxou o telefone de volta ao
ouvido. — O que você quer de mim? — ele disse bruscamente.
— Bem, Josiah, é muito importante que você venha ao meu escritório
o mais rápido possível. Preciso passar o testamento deles com você.
— Por quê? — Josiah não via os Tuckers há anos. Três anos para ser
exato. De jeito nenhum eles iriam deixar algo para ele.
— Não posso discutir os detalhes por telefone, mas os Tuckers sempre
gostaram muito de você. Mesmo depois n O Sr. Lawson se interrompeu.
Josiah engoliu o nó que estava se formando em sua garganta.
— Por favor, venha ao meu escritório amanhã ao meio-dia. Você
precisa do endereço?
— Eu sei onde é.
Josiah desligou abruptamente o telefone.
Ele soltou um grunhido primitivo e correu a toda velocidade para o
saco de pancadas.
Em seguida, ele deu um passo para trás e continuou seu ataque,
fervendo enquanto sua dor e raiva corriam por seus punhos.
Josiah havia jurado nunca mais voltar a Bracketville. Não depois do
que aconteceu com Misty.
Doce Misty Tucker.
A esposa dele. O amor de sua vida. Morta a tiros na flor da idade.
Misty não precisava morrer. Aquela bala tinha sido destinada a ele. Ela
não precisava levá-la. E ainda assim, ela a levou.
Ela a levou porque o amava. Amava-o mais do que qualquer homem
na Terra provavelmente merecia.
Mais do que ele merecia, aliás.
E por causa disso, por causa desse amor, ele estava vivo e ela não.
Ela morreu e ele sobreviveu. E agora ele estava sozinho. — Uau, —
disse uma voz da porta. — Eu odiaria ser o cara que você está imaginando
agora.
Josiah se virou para encontrar Promise o observando pela porta.
Promise era a melhor amiga de Josiah. Sua — irmã de outra mãe.
Ela sempre sabia quando algo estava errado com Josiah, então não
adiantava fingir.
— Os pais de Misty faleceram, — ele deixou escapar sem cerimônia
antes de cair em sua cadeira.
— Uau! Uau. Como você? Você está bem? — Ela disparou para a sala e
sentou-se em frente a ele.
— Um advogado ligou de Bracketville. Aparentemente, fui nomeado
no testamento deles.
Os olhos de Promise se arregalaram. — Uau. O que você vai fazer?
Josiah apenas balançou a cabeça, passando os dedos pelos cabelos.
— Você vai se sentir péssimo se for, — disse Promise.
— Sim...
— Mas se não for, ficará ainda pior.
Misty gostaria que você fosse.
Josiah lançou um olhar furioso para ela. — Não faça isso.
— Uau. Não me olhe como se eu fosse seu saco de pancadas. Você sabe
que estou certa.
Infelizmente para Josiah, ela estava. Mas ainda assim o irritou ouvir
isso.
Promise se esticou sobre a mesa e pousou a mão no antebraço de
Josiah. — Eu e o Rico seguramos as pontas por aqui.
Bracketville ficava a cinco horas de carro. Ir para lá significaria deixar
seu moto clube para trás por um ou dois dias.
Josiah era o presidente dos Fury Riders, e o clube era tudo para ele. Os
membros se tomaram sua família substituta depois que ele perdeu Misty.
Rico era seu braço direito, mas Josiah não tinha certeza se ele estava
preparado para lidar com o funcionamento do clube sem ele.
Promise deve ter percebido seu incômodo. — Joey, — Promise
sussurrou, — vai ficar tudo bem. Você tem uma promessa da Promise.
Esse é o melhor tipo de promessa que existe.
Ela piscou para ele e Josiah se acalmou. Ela sempre conseguia fazê-lo
se sentir melhor.
Josiah assentiu, decidido no que iria fazer.
Ele iria para Bracketville naquela noite.
*
Josiah acordou às oito da manhã em um quarto empoeirado de motel
em Bracketville.
Ele se preparou para o dia e verificou sua aparência no espelho
manchado do banheiro.
Piercings em ambas as orelhas. Algumas cicatrizes de seus dias de boxe.
Um anel de caveira de prata. Ambos os braços fechados com tatuagens.
E uma tatuagem que não podia ser coberta por uma jaqueta ou camisa
de manga comprida. As letras em negrito F. R. escritas em sua mão
direita, em homenagem ao seu moto clube.
Josiah não parecia alguém que estava indo a uma reunião importante
com um advogado. Mas ele não se importava.
Podem olhar.
Ele já tinha lidado com coisas piores do que uma boa dose de olhares
de julgamento quando visitou esta cidade com Misty.
Especialmente do irmão de Misty, Andrew.
Andrew nunca gostou de Josiah. Quando Misty morreu, aquele
desgosto se transformou em um ódio profundo.
Será que Andrew Tucker amadureceu aquela cabecinha? Ele ainda morava
em Bracketville?
Josiah exalou de forma longa e intensa.
Só há uma maneira de descobrir...
Mas ele não sabia se seria capaz de controlar seu temperamento caso
Andrew tentasse alguma coisa hoje.
Este foi o pensamento que ressoou em sua cabeça quando ele deu
partida em sua motocicleta e começou seu trajeto por Bracketville, em
direção aos escritórios da Lawson & Son.
BROOKE

Brooke Mitchell recostou-se na cadeira e soltou um longo bocejo


profundamente entediado.
Ela estava com tanto tédio que podia literalmente ver a água no vaso
de flores evaporando.
Não que ela não gostasse do Sr. Lawson. Ele era um bom homem,
embora muito cansado.
E não era que ela não gostasse do pagamento extra que recebia por
cobrir a vaga; ela estava mais do que feliz por isso.
Acontece que os negócios estavam devagar, e devagar significava
monótono.
Ninguém tinha aparecido nos últimos três dias, e havia apenas uma
quantidade suficiente de papelada para uma pessoa arquivar.
Os negócios estavam tão letárgicos que Brooke até encontrou tempo
para fazer o dever de casa on-line da faculdade.
Ou, para ser mais preciso, ela encontrou tempo para começar a fazer
seu dever de casa on-line e depois se cansou disso também.
Brooke olhou ansiosamente para o relógio, que, de alguma forma,
parecia estar na mesma posição de quinze minutos atrás. O que ela ia
fazer?
Ela fechou os olhos e massageou o pescoço. Ela saboreou a sensação
de seus dedos cavando em seus músculos tensos.
Ela desejou que outra pessoa estivesse ali para massageá-la para que
ela pudesse relaxar com a pressão de seu toque.
Um pensamento entrou em sua mente. Um pensamento malicioso e
atrevido que a faria ser demitida, mas ela tinha certeza de que era o que
precisava no momento.
Ela olhou por cima do ombro para verificar se não havia ninguém ali
e, em seguida, inclinou-se para a frente e digitou discretamente — contos
de massagem erótica — no Google.
Em um instante, seu navegador foi inundado com incontáveis
resultados sensuais para escolher.
Isso por si só foi o suficiente para fazer Brooke sorrir e para o assento
de sua calça esquentar.
Ela suspirou satisfeita e recostou-se na cadeira; ela clicou em um
intitulado — Finais felizes.
PING!
Brooke olhou para o telefone e viu que acabara de receber uma de
mensagens de Ron, a monstruosidade de um homem que insistia em se
chamar de — ex.
Então, foi doloroso, mas não foi surpresa para ela ao desbloquear o
telefone e ver as seguintes mensagens.
Ron: Codê você, BB?

Ron: Por que você não responde às minhas mensagens?

Ron: é melhor você responder AGORA Ron: Você é minha garota!


Você tem que me responder!

Brooke: Me deixe em paz!

Brooke: Eu não sou sua garota.

Ron: Se você não fosse minha garota, por que fez aquelas
sacanagens comigo?

Ron: Hein, BB???

Ron: Sinto falta da sua boca.

Brooke: Pare, Ron.

Ron: Eu preciso de você.


Brooke sentiu suas bochechas ficarem vermelhas—embora ela não
soubesse se era de raiva ou vergonha.
Não era apenas a absoluta arrogância dessas declarações.
Não era apenas a crença autoritária e misógina de que ela era — dele
— e, portanto, tinha que responder às suas perguntas e avisá-lo onde ela
estava o tempo todo.
Era o fato de que ele a chamou de BB.
O nome que ele deu a ela naquela noite horrível.
O nome que trouxe de volta o cheiro de cerveja barata—o som de
risos ensurdecedores.
O nome que a levou de meramente pensar em deixar Bracketville,
para absolutamente precisar disso.
JOSIAH

Josiah verificou a hora enquanto se dirigia ao escritório. Ele estava


adiantado, mas preferia deixar as pessoas esperando—especialmente os
advogados.
Ele decidiu fazer um desvio rápido para um lugar que visitou muito
em seus sonhos.
O antigo carvalho favorito de Misty.
Quando eles passaram por ele na noite em que se conheceram, ela
levantou a viseira do capacete e cuspiu nas raízes.
— Estou regando, — disse ela, o que fez Josiah rir tanto que ele
derrapou até parar, deu meia-volta em sua motocicleta e a beijou pela
primeira vez.
Agora, quando ele dobrou a esquina e viu o local, uma adaga afiada
cortou seu coração.
Não. Não, não, não.
O gramado havia sido pavimentado em um estacionamento. A árvore
havia sumido.
Ele queria passar os dedos pelas letras JA + MT que haviam gravado na
madeira em seu aniversário de casamento. Agora ele nunca poderia.
Mas quem se importa? Ele se pegou pensando. Não o faria se sentir
melhor de qualquer maneira.
Ele disparou para longe da cena em direção a Lawson & Son,
permanecendo no curso, tentando evitar qualquer outro ponto de
referência que o lembrasse de Misty.
Mas foi difícil. A história de amor deles estava tatuada por toda
Bracketville.
Quando voltou à estrada principal, Josiah ergueu os olhos e viu cinco
jovens mal-encarados parados na esquina, bebendo.
Todos mostraram o dedo para ele enquanto ele passava.
Bracketville... encantadora como sempre.
Josiah sentiu-se tentado a parar, a quebrar aqueles dedos irritantes, a
ensinar-lhes uma lição sobre educação.
Mas não havia tempo e não valia a pena. Afinal, eles não estavam
machucando ninguém.
Em vez disso, ele apertou as manoplas de sua Harley e acelerou o
motor, focando seu olhar de volta na estrada.
Lawson & Son. Era por aqui em algum lugar.
Misty sempre tirava sarro do pôster cafona dos dois Lawson em pé,
costas com costas, braços cruzados.
Ele precisava encontrá-lo para poder pegar o que quer que os Tuckers
deixaram para ele e voltar para os Fury Riders.
Voltar para sua família.
Afastar-se da tristeza e do arrependimento que permeava esta carcaça
de cidade enferrujada.
BROOKE

Brooke ainda estava olhando, sem piscar, para as mensagens de Ron.


Até mesmo a visão de seu nome a paralisou. Ela definitivamente não
queria responder. Mas se ela não o fizesse, ele iria atrás dela.
Brooke foi arrancada de seu devaneio por um alto—
VROOM! VROOM!
O rugido de uma motocicleta rasgou o estacionamento da Lawson &
Son.
Franzindo a testa, ela olhou ao redor em busca da origem do ruído e
soltou um pequeno suspiro.
Lá, bem do lado de fora do escritório, sentado em cima de uma moto
gigante, preta e cromada, estava um homem que ela nunca tinha visto
antes.
E que glorioso exemplo de virilidade ele era!
Ele estava sem capacete; ele usava apenas óculos escuros de aviador.
Seu cabelo comprido e escuro estava preso em um rabo de cavalo. E sua
pele era lisa e bronzeada.
Brooke sentiu sua frequência cardíaca disparar e se inclinou para
frente, sentindo todos os traços de tédio e medo de Ron sumirem em um
instante.
Ele está vindo para cá!
Quando o estranho se aproximou da Lawson & Son, Brooke teve uma
noção Ele era enorme—bem mais de um metro e oitenta—e
positivamente coberto de músculos. Ele a lembrava de um lutador
profissional que ela vira uma vez na TV.
Oh, qual era o nome dele?
Ela não teve tempo de se lembrar, até porque a porta se abriu e ele
entrou.
JOSIAH

Josiah entrou no escritório, esperando ser saudado por algum


advogado chato e desagradável. Mas ele parou em seu caminho quando
viu a garota atrás da mesa.
Ela era, para ser franco, deslumbrante.
longos e loiros e uma pele aveludada como pêssego.
Josiah também notou sua blusa verde, mostrando seu busto
volumoso.
Ele percorreu todos os cenários potenciais de coisas e pessoas que
poderia encontrar em Bracketville.
Ficar cara a cara com uma intrigante beleza loira nem estava na lista—
muito menos no topo.
Ela realmente foi um nocaute.
Antes que pudesse pronunciar a palavra — olá, — Josiah se viu
olhando para os lábios dela, imaginando como seria beijá-la suavemente,
e acariciar sua pele brilhante.
Esta garota deve ser o exemplo mais refinado de feminilidade que ele
já viu.
Bem, não o mais refinado. Esse título ainda era de Misty.
Misty.
Quando esse pensamento entrou em sua mente, ele sentiu uma
pontada de dúvida em seu coração.
Ele não tinha estado com ninguém em três anos. Não desde a morte
de Misty.
Era atração genuína que ele estava sentindo agora? Ou era apenas
solidão?
Ele contorceu o rosto em um sorriso educado, proferiu uma saudação
incompreensível e então desviou os olhos da garota para a tela do
computador.
BROOKE

O estranho estava bem aqui—na frente dela. E ele estava sorrindo!


Ela sentiu sua frequência cardíaca disparar. Ela sentiu suas bochechas
corarem. Ela sentiu seus pensamentos a mil.
Pare com isso, ela disse a si mesma. Seja uma profissional e diga algo!
Mas mesmo fazendo isso, ela se esforçou para tirar os olhos de seus
músculos peitorais gigantescos. Então, de repente, ela percebeu algo.
O estranho não estava olhando para ela. Ele estava olhando para a tela
dela, passando os olhos pelo conto erótico que estava aberto na janela do
navegador.
Era por isso que ele estava sorrindo. Mas mesmo fazendo isso, ela se
esforçou para tirar os olhos de seus músculos peitorais gigantescos.
Então, de repente, ela percebeu algo.
O estranho não estava olhando para ela. Ele estava olhando para a tela
dela, passando os olhos pelo conto erótico que estava aberto na janela do
navegador.
Era por isso que ele estava sorrindo.
Brooke sentiu seu coração parar de bater.
Merda!
Capítulo 2
UMA SAGA DE DOIS COMÉRCIOS
BROOKE

— Trabalhando muito, hein? — o estranho perguntou enquanto


Brooke navegava rapidamente para o x —vermelho e clicava para fora da
tela.
Ela olhou para ele com um sorriso culpado.
— Oh—sim—É uma—uh—pesquisa para uma aula. Gêneros textuais.
Estou na faculdade, mas estou apenas substituindo minha mãe. Este não
é meu trabalho normal. Eu também trabalho meio período em uma loja
de materiais...
Cale a boca, Brooke. Ele não precisa da história de sua vida.
— Então, sim—hum—se quiser se sentar, o Sr. Lawson já vem atendê-
lo, Sr....
— Anderson. Josiah Anderson. E você é?
— Mitchell. Brooke Mitchell.
Ele riu baixinho antes de se mover em direção ao canto da sala e se
instalar no sofá de couro que rangia.
Ele deve pensar que eu sou uma idiota.
EU SOU uma idiota!
Brooke fixou os olhos na tela do computador e fingiu estar ocupada
com o trabalho.
Mas ela ainda podia sentir o cheiro dele —mesmo a distância.
Seu perfume era uma mistura inebriante de pinho e couro.
Ela ansiava por estar ao lado dele, enterrar o nariz em seu peito,
respirar fundo e profundamente aquele almíscar natural e másculo.
No meio da digitação de um e-mail completamente falso para
ninguém em particular, Brooke ouviu a porta da frente se abrir
novamente.
Seus olhos dispararam para encontrar um jovem de rosto vermelho
em um temo barato e amarrotado.
Lucas Lawson Jr.
Ugh.
Alheio ao visitante no canto, Lucas foi direto para Brooke.
— Oi, gatinha, — foi sua saudação esta manhã... e todas as manhãs
que ela cobriu sua mãe na recepção.
— Bom dia, Lucas, — respondeu ela.
Ela odiava dignificá-lo com uma resposta, mas ele era um de seus
chefes. Ela sentiu que não tinha escolha a não ser manter as coisas
civilizadas. — Quando você vai me acompanhar naquele encontro? —
Lucas perguntou. — Posso conseguir uma reserva para nós no II Tiato.
Isso mesmo. O proprietário é um amigo próximo.
— Não, obrigada, — ela respondeu com os dentes cerrados, pelo que
parecia ser a milionésima vez.
— Pare com isso. Vamos nos divertir. Você não usa uma camisa assim
para ir ao escritório, a menos que queira chamar minha atenção.
— Lucas, por favor...
A respiração de Brooke começou a se contrair. Ela não conseguia um
descanso com os homens desta cidade.
Eles estavam sempre se aproveitando de sua bondade—sempre
fazendo suposições falsas sobre ela.
— Por favor, deixe-me voltar ao trabalho, — ela implorou, voltando-se
novamente para o computador.
— Não me rejeite. Quando vejo algo que quero, eu...
Eu sempre encontro uma maneira de conseguir.
Ela já tinha ouvido esse discurso antes, mas algo o impediu de
terminar sua diatribe desta vez.
Quando Brooke olhou para ele, viu uma mão grande e forte apoiada
no ombro de Lucas Lawson.
JOSIAH
Ele não aguentava mais um minuto assistindo aquele safado flertar
com Brooke.
Flertar? Mais como assediá-la do outro lado da mesa.
Josiah sentiu uma necessidade repentina e animalesca de protegê-la.
Seu pavio perpetuamente curto estava prestes a explodir.
Antes que pudesse se conter, ele estava de pé novamente, segurando o
ombro do canalha.
— Sabe de uma coisa, — ele disse, sua voz lenta e firme. — Fui
ensinado a respeitar uma mulher quando ela diz 'não'.
— É mesmo? — Lucas perguntou. Ele nem se preocupou em olhar
para Josiah, e seu tom transmitia total desinteresse. — Ah, sim, — disse
Josiah.
— Bem, — Lucas riu, finalmente se virando, — Eu fui ensinado a
cuidar da minha própria vi...
Ele parou assim que viu o gigante atrás dele. Em um instante, seu
rosto ficou pálido, e seus lábios, uma vez curvados com um sorriso
debochado, começaram a tremer.
— Eu—Eu...
Josiah queria dar uma surra nele. Para liberar um pouco da raiva que
sempre estava fervendo sob a superfície desde que Misty havia morrido.
Não! Respire. Fique calmo.
Em vez de descontar em Lucas, ele apenas apertou seu ombro
levemente e se divertiu ao observar o medo aumentar em seus olhos.
— Por que você não vai trabalhar e para de incomodá-la? O que acha?
— Não me diga o que fazer. Este é meu escritório, — Lucas bufou sob
o peso do braço de Josiah.
Nesse momento, uma porta atrás da mesa de Brooke se abriu e o Sr.
Lawson mais velho apareceu. Ele ficou boquiaberto com a cena à sua
frente.
— Na verdade, — o homem robusto e experiente corrigiu, — este é
meu escritório. O que está acontecendo aqui?
— Pai, chame a polícia. Este canalha está me agredindo.
— Sr. Lawson, este é Josiah Anderson, — Brooke interrompeu.
Uau.
Josiah queria que ela repetisse o nome dele. O som saindo de sua boca
desfez toda a tensão em seu corpo.
Ele se afastou de Lucas e estendeu a mão em direção ao Sr. Lawson,
que a apertou.
— Prazer em conhecê-lo, Josiah.
Obrigado por ter vindo.
— Pai!? — Lucas reclamou. — O que você está fazendo??
— Filho. Já é meio-dia. Você está três horas atrasado. Pare de
incomodar o Sr.
Anderson e faça o seu trabalho.
Lucas se afastou e o Sr. Lawson pigarreou.
— Desculpe por tudo isso. Encontre o arquivo Anderson/Tucker para
mim, Brooke. Sr. Anderson, venha comigo, por favor.
Enquanto Josiah seguia o Sr. Lawson em direção ao seu escritório, ele
sorriu para Brooke uma última vez, desejando que ele estivesse indo para
uma sala privada com ela em vez disso.
Não é errado eu me sentir assim, certo? Josiah pensou enquanto seguia
Lawson para o escritório. —Afinal, já se passaram três anos. Eu posso me
sentir atraído por outras mulheres.
Ele assentiu para si mesmo.
Especialmente mulheres bonitas assim. Ele imaginou essa mulher
deixando que ele a jogasse sobre sua mesa, pressionando seus lábios
contra os dela e rasgando sua blusa para revelar seu peito nu para ele.
Ele sentiu suas calças ficarem mais apertadas enquanto fantasiava
sobre deixar um rastro de beijos no pescoço dela, cada um provocando
um gemido suave de prazer.
Não! Pare! Eu não posso me sentir assim. Não depois de Misty.
Mas havia algo sobre essa garota Brooke—alguma faísca que o fez se
sentir diferente.
Nos três anos desde a morte de Misty, nenhuma mulher teve uma
reação tão forte dele quanto esta garota, Brooke.
Ou seja, nenhuma mulher o tinha excitado tanto que ele as tivesse
imaginado cavalgando nele enquanto ele montava sua Harley.
Na verdade, nenhuma mulher obteve qualquer reação real dele.
Ele não conseguia descrever o que era aquela coisa, mas era familiar.
Ele tinha visto isso em Misty na primeira vez que se conheceram.
E ele não tinha visto isso desde a morte dela.
Se ele estava sendo realmente honesto consigo mesmo, era algo que
ele nunca pensou que veria novamente.
— Sente-se, — disse Lawson, tirando Josiah de seu transe.
As quatro pernas de madeira rangeram sob o peso de Josiah.
No entanto, ele não se importou com os protestos da cadeira. Ele
estava muito concentrado em contemplar sua atração por Brooke.
Assim que ele e Lawson se sentaram, Brooke entrou com um arquivo
nas mãos e o colocou sobre a mesa.
Quando ela se curvou, Josiah não pôde deixar de olhar para a curva
suave de seu traseiro.
Percebendo seu olhar, Brooke olhou de volta para Josiah e lançou um
sorriso rápido antes de sair da sala e fechar a porta atrás de si.
— Sinto muito pela minha explosão, — Lawson começou, — mas
foram duas semanas difíceis aqui. Seus sogros, a morte deles teve um
grande impacto em mim.
Você os conhecia? — Perguntou Josiah.
Lawson assentiu. — Leon e eu estudamos juntos. Jogamos na mesma
equipe de lacrosse. Nos tomamos amigos desde então, — disse Lawson.
— Fui uma das primeiras pessoas a quem ele contou depois de receber o
diagnóstico, — continuou ele, — e fui um dos primeiros a descobrir que
estava tudo acabado. Mas eu nunca imaginei que ela fosse partir tão cedo
também.
Josiah balançou a cabeça.
— Eu não sei o que dizer. Eu sinto muito. Eu tinha muito respeito
pelo Sr. e pela Sra. Tucker.
Lawson sorriu. — Acredite em mim, Sr. Anderson, eles sabiam disso. E
eles também tinham o maior respeito por você. O que me leva ao motivo
de ter chamado você aqui...
Ele abriu o arquivo que Brooke trouxe para ele. — Quando Misty
faleceu, Leon ajustou seu testamento para que tudo o que ela herdasse
fosse passado para você.
O quê?
Josiah demorou um pouco para responder porque foi pego de surpresa
pela palavra — tudo. — Era um conceito quase grande demais para ele
entender.
Devo ter ouvido errado.
— Para mim? — ele finalmente perguntou, franzindo a testa em
confusão.
— Isso mesmo. — Lawson assentiu.
Josiah balançou a cabeça em descrença. Isso tinha que ser uma piada.
Não havia como os Tuckers deixarem — tudo — para ele. — Mas por
quê? Não entendo.
— Eles amavam Misty mais do que tudo. Misty te amava mais do que
tudo. — Lawson encolheu os ombros.
— E quanto a Andrew? Ele é filho deles. Eu sou apenas...
—Ainda sou considerado genro agora que Misty está morta?
— Andrew... — Lawson disse melancolicamente. — Digamos que ele
não se dava muito bem com os pais. Leon não queria deixar para seu
filho mais do que o necessário.
Josiah mal reprimiu uma risada.
— Você está falando sério?
— Claro! — Lawson assentiu. — Eu não deveria estar dizendo isso,
mas Andrew tem tido problemas com apostas há muitos anos.
— Ele está endividado com mais de seis dígitos—mas isso fica entre
você e eu, — disse Lawson, se controlando. — Leon me disse isso em
segredo.
— Oh.
— É por isso que Leon decidiu deixar isso para você.
Ele deslizou o arquivo para Josiah, e Josiah franziu a testa ao folheá-lo.
Ele olhou para Lawson, os olhos arregalados de descrença.
— Você quer dizer que?
— Leon sempre achou que você tinha uma boa cabeça sobre os
ombros. Então ele decidiu deixar para você seus dois comércios, o
Restaurante Rose's e a Loja de Motocicletas Tucker.
Josiah recostou-se, absorvendo a informação. Ele não conseguia
acreditar no que estava ouvindo.
Dois comércios? Agora tenho dois comércios para administrar em
Bracketville? Como? Eu mal consigo manter o clube unido como está.
Josiah não conseguia nem começar a organizar seus pensamentos em
espiral.
— Uau. Eu... eu não sei o que dizer.
— Você está insatisfeito com este acordo? — Lawson perguntou,
inclinando a cabeça para um lado.
— Não, não, — disse Josiah rapidamente, embora, internamente,
quisesse gritar sim. — Estou honestamente impressionado que o Sr.
Tucker confiou em mim o suficiente para deixar isso comigo. Mas, bem,
eu não planejava ficar.
— Quer dizer, tenho minha própria organização para administrar, —
continuou Josiah. — E prefiro não ficar longe por muito tempo.
— Oh.
Lawson considerou as palavras de Josiah antes de continuar.
— Bem, antes de tomar uma decisão, por que não visitar os
comércios? Só para ver como são.
Inspecioná-los? Hmm. Quanto tempo isso levaria? Não muito, espero.
Afinal, esta é uma cidade pequena.
Josiah assentiu. — Tudo bem. Acho que posso fazer isso.
O rosto de Lawson se abriu em um sorriso enorme.
— Maravilha.
Ele se levantou, assim como Josiah.
— Acho que você ficará muito impressionado com os dois, — disse
Lawson, abrindo a porta. — Rose's é o melhor lugar para comer da
cidade. Embora eu não possa dizer que gosto do gerente...
O Sr. Lawson continuou falando, mas Josiah parou de prestar atenção
no segundo em que pisou na recepção.
A audácia.
Josiah foi até Lucas, que havia retomado, mais uma vez, para a mesa
de Brooke.
— Você é realmente tão estúpido que precisa aprender uma lição duas
vezes? Porque eu posso te ensinar de novo. De forma mais clara desta vez.
— Oh, estou com tanto medo, — Lucas tentou, e não conseguiu, dizer
sarcasticamente. — Lucas, por favor, não envergonhe a empresa na
frente de nosso novo cliente, — disse Lawson. — Agora estaremos
representando o Sr. Anderson.
Josiah sorriu quando teve uma ideia. — Na verdade, você vai cuidar
pessoalmente do meu caso, então vou saber se você está fazendo seu
trabalho ou se precisa de outro lembrete.
Ele cerrou os punhos para deixar Lucas saber exatamente que tipo de
— lembrete — ele deveria estar esperando.
— E quanto a você, — disse Josiah, Virando-se para Brooke, —
gostaria de sair para jantar comigo mais tarde? Acontece que eu tenho
um restaurante agora.
Os olhos de Brooke se arregalaram de descrença. Ela corou e olhou
para baixo.
De repente, Josiah ficou em dúvida.
Ele estava fazendo a mesma coisa que Lucas tinha feito momentos
antes?
Ele era apenas mais um cara incomodando Brooke enquanto ela
tentava trabalhar? Olhando para seu rosto e corpo perfeitos?
Seu estômago apertou enquanto esperava por sua resposta, desejando
nunca ter tido a coragem de perguntar a ela em primeiro lugar.
Capítulo 3
A RESTAURAÇÃO DO ROSE'S
BROOKE

Eu realmente acabei de dizer…


— Sim, — sua boca repetiu novamente, sem a permissão total de seu
cérebro. — Eu adoraria jantar com você.
— Ótimo, — disse Josiah. Ele pareceu surpreso, até mesmo aliviado,
com a resposta dela. — Venho buscá-la quando seu expediente terminar.
Ela assentiu. Ele se virou rapidamente e saiu da Lawson & Son, em
direção à luz da tarde.
Ela o estudou até que ele desapareceu de vista. Seu andar confiante.
Suas costas fortes e musculosas. Seu traseiro firme e, com toda a
franqueza, adorável.
Este homem parecia conter multidões. Poder e vulnerabilidade em
igual medida.
Foram essas qualidades que devem tê-la compelido a dizer sim a um
encontro, apesar do fato de que ela praticamente rejeitou todos os
homens desde o incidente.
Durante meses, ela desconfiava de cada novo pretendente que
encontrava; preocupada com o que eles poderiam fazer com ela—ou
obrigá-la a fazer—se a pegassem sozinha.
Havia algo diferente em Josiah. Ela tinha certeza disso.
Frequentemente em sua vida, Brooke fora objeto de desejo.
Agora, pela primeira vez no que parecia uma eternidade, havia alguém
que ela —desejava. E isso parecia tão poderoso.
Era como se ele tivesse aberto as cortinas e deixado entrar um raio de
sol, brilhante como todas as possibilidades em um futuro desconhecido.
Vamos torcer para que essas cortinas permaneçam abertas.
Mas quando ela olhou para seu telefone, ela foi engolida pela
escuridão mais uma vez.
Ron: NÃO me responder né?

Ron: É que quer fazer?

Ron: Eu vou te encontrar hoje à noite.

JOSIAH

Josiah saiu da Lawson & Son com dois novos comércios e, de alguma
forma mais impressionante, um encontro Um encontro? E isso que vai ser?
Josiah percebeu que ele não tinha um primeiro encontro desde que
conheceu Misty.
Ele nem mesmo havia se interessado por outra mulher até encontrar
Brooke. O que havia nela que o fez convidá-la para sair, assim sem mais
nem menos?
Ele não tinha certeza se estava pronto para namorar novamente. Ou
se ele merecia namorar novamente.
Misty havia perdido a vida porque o amava. Na mente de Josiah, amor
e perda se tomaram inseparáveis.
Não é justo. Não é justo, Misty.
Josiah desejou, pela milionésima vez, poder trocar de lugar com Misty.
Poder ter levado aquela bala.
Assim, ela estaria a caminho do Restaurante Rose's agora, herdando o
que era dela por direito.
Seus pensamentos estavam disparados quando finalmente chegou ao
Rose's, um estabelecimento pitoresco, ainda que um pouco antiquado.
Josiah se recompôs na porta. Ele era o proprietário agora e queria
causar uma boa impressão nos funcionários.
Mas, quem ele estava enganando? Com suas tatuagens, piercings e
jaqueta de couro, ele sempre causou uma impressão matadora.
Quando ele entrou pela porta, o lugar ficou em silêncio. Esta não era
uma ocorrência incomum na inofensiva cidade de Bracketville.
Eles estão com medo de mim... E talvez devessem ter.
Josiah riu sozinho antes de girar nos calcanhares e caminhar até uma
mesa próxima, as solas dos sapatos fazendo pequenos ruídos contra o
piso de linóleo.
A gerente não se preocupou em cumprimentá-lo—ela estava ocupada
demais batendo papo com uma mesa de policiais locais.
Tudo bem. Eu não estou aqui nem nada...
Depois de se sentar, uma adolescente — com a boca cheia de chiclete,
as pontas de seus longos cabelos negros tingidas de verde—se aproximou
dele.
Garçonetes em patins?! Sério?
— Aqui está o cardápio, — disse ela, impassível, — o que você quer?
Josiah arqueou uma sobrancelha.
— É assim que eles ensinaram você a receber os clientes?
A garota olhou para ele, enquanto o som úmido e estalado dela
mastigando representava um sinal claro de como ela pouco se importava
com sua resposta.
— Ninguém reclama, desde que consigam a comida. Agora, o que você
quer?
Josiah suspirou e observou o restaurante.
A pintura nas paredes estava desbotada. O chão estava sujo. Os
tampos das mesas estavam cobertos de graxa. A apatia estava em todo
lugar.
Bem, se eu ficasse, certamente teria uma tarefa difícil.
— Coca. Sem gelo. E eu gostaria de um hambúrguer com batatas fritas
extras. Sem cebolas. Sem mostarda. Ah, e um pouco de molho branco à
parte.
— Molho branco? — a garota perguntou, parando de mastigar e
inclinando a cabeça para o lado.
— Para mergulhar minhas batatas fritas.
A garota torceu o nariz em desgosto, mas não disse nada; ela
simplesmente rolou de volta para o balcão.
Assim que ela saiu, Josiah abriu o arquivo que o Sr. Lawson lhe dera e
folheou-o.
Demorou cerca de vinte minutos para compreender totalmente a
linguagem jurídica em exibição.
Parte disso se devia ao fato de ele não conhecer os termos. Parte disso
era porque ele estava constantemente procurando sua garçonete, que
nunca se preocupou em trazer sua bebida.
Mas, de longe, o maior motivo era o fato de que ele continuava sendo
desviado pela dúvida.
Ele estava animado para ver Brooke novamente. Mas ele também
estava absolutamente enojado consigo mesmo por pensar que uma
garota como Brooke iria querer se envolver em uma bagunça como ele.
Um motociclista.
Um viúvo.
Por sua própria avaliação, Josiah estava danificado.
No entanto, ele conseguiu afogar essas questões e entender a essência
de seus documentos.
De acordo com os documentos, o Restaurante Rose's não tinha sido
muito lucrativo recentemente, apesar de ser um dos únicos—senão o
único— restaurantes da cidade.
Josiah ergueu os olhos dos documentos e examinou os clientes. Ou
melhor, investigou a falta de clientes.
Apenas um pequeno grupo de pessoas se esforça em comer aqui—e no
almoço, ainda por cima. Isso diz muito.
Além disso, a gerente não cobrou nada aos policiais.
Eu me pergunto quantas vezes ela faz isso?
Embora Josiah soubesse que não poderia ficar em Bracketville, ele se
pegou balançando a cabeça de desgosto. Os Tuckers mereciam coisa
melhor do que isso—seus comércios deveriam estar prosperando.
Ele devia isso a eles.
Ele devia isso a Misty.
Ao pensar nisso, descobriu que encontrava maneiras de melhorar o
lugar.
Como ele fez nos primeiros dias de Fury Rider, quando ele estava
tentando aumentar o número de membros.
Pintar as paredes novamente, para começar. Livrar-se desses patins
ridículos. E definitivamente fazer algo sobre os funcionários— Como se fosse
uma deixa, a garota de antes rolou com a comida e a bebida nas mãos.
Aw, que atencioso, Josiah meditou sarcasticamente. Ela trouxe minha
bebida depois de vinte minutos.
Josiah largou os documentos e pigarreou.
— Qual o seu nome? — ele perguntou à garota.
— Jem, — ela disse, soprando—e estourando—uma bolha.
— Há quanto tempo você trabalha aqui?
Ela encolheu os ombros.
— Alguns meses. — ’Primeiro emprego? '
— Se você não considerar babá, o que eu não considero.
Josiah assentiu e coçou o queixo. — Quando eles a contrataram, eles
lhe deram algum tipo de treinamento de atendimento ao cliente?
— Quero dizer, mais ou menos, mas— Ei! Por que você está me
interrogando? — Jem perguntou, levantando a voz alto o suficiente para
que uma gerente de rosto severo e cabelos grisalhos viesse correndo da
outra mesa.
— O que está acontecendo? O que há de errado, Jem? — ela
perguntou, franzindo a testa para Josiah. — Esse cara está me fazendo
todo tipo de pergunta. — Jem fez um bico, apontando um dedo
acusatório para ele.
A mulher colocou as mãos nos quadris e olhou para Josiah.
— Que tipo de perguntas?
— Sobre a maneira como este estabelecimento é administrado, —
disse Josiah, tomando um gole de sua Coca, que estava, é claro, em
temperatura ambiente.
— Bem, — a mulher bufou, — se você quisesse saber sobre isso,
deveria ter me perguntado. E não aos meus funcionários.
— Então, você é a gerente? — Josiah perguntou, lembrando-se das
palavras que o Sr. Lawson lançara sobre suas capacidades.
A mulher assentiu antes de lançar a Jem um olhar de desprezo. — E
meus funcionários não deveriam ter respondido a nenhuma pergunta
especificamente dirigida a mim.
Jem torceu o lábio de vergonha.
— Sinto muito, Marg. Eu não...
— Saia daqui, — Marg disparou. — Seu expediente acabou.
Jem ficou vermelha de vergonha e patinou para longe, mas não antes
de lançar um último olhar suspeito para Josiah.
Assim que ela saiu, Josiah entrelaçou os dedos e se dirigiu a Marg.
— Jem me disse que ela não recebeu nenhum tipo de treinamento de
atendimento ao cliente.
— Ela disse? — Marg rosnou, olhando feio para a garota.
— Sim, — disse Josiah, tomando outro gole de sua Coca morna.
Ele fez uma careta e pousou a bebida.
— Você tem uma semana para treiná-la sobre como receber os clientes
adequadamente.
Marg olhou para ele sem acreditar.
— O quê?
— Se eu voltar e ela ainda não for profissional, ela não terá mais um
emprego aqui. E é melhor você começar a cobrar de todos os clientes,
incluindo aqueles policiais.
Marg soltou uma risada curta e debochada.
— Quem é você para dizer como devo administrar meu restaurante?
— 'O novo proprietário, — disse Josiah. O queixo de Marg caiu. E Josiah
sentiu seu coração cantar com alegria sádica.
Aposto que ela vai cantar uma música diferente agora.
— O quê? — Marg disse impotente.
— É verdade, — Josiah sorriu, indicando o arquivo que estava lendo.
— Este documento diz que você trabalha para mim agora.
— Me dê isso! — Marg rosnou, pegando o arquivo.
Assim que ela viu a primeira página, seu rosto desabou. Ela olhou para
trás para Josiah, expressando uma mistura de horror e descrença.
— Você realmente é o novo proprietário.
Josiah assentiu.
— E parece que não cheguei muito cedo. Porque, para ser
perfeitamente honesto, você está destruindo este lugar.
— Ora, espere aí... — Marg gaguejou.
— Quase ninguém está comendo aqui. — Josiah respondeu com
frieza. — Isso me diz que algumas mudanças sérias são necessárias. Fico
feliz em mantê-la como gerente, mas apenas se você implementar
minhas alterações. Se não, você terá que ir embora.
Um olhar furioso não descrevia adequadamente como Marg estava
olhando para ele. Seus punhos estavam cerrados. Sua mandíbula estava
cerrada. Seu corpo estava tremendo de raiva.
— Escute aqui, amigão, — disse Marg, sua voz baixa e mortal. —
Rose’s é meu lugar. Meu. E de jeito nenhum vou receber instruções de
algum gorila com rabo de cavalo em...
— Então você está despedida, — disse Josiah, pegando seu
hambúrguer e dando uma mordida.
A notícia demorou um minuto para ser absorvida. Mas, quando o fez,
todo o corpo de Marg se contorceu de raiva.
— Você não pode me substituir! — ela cuspiu.
— Eu não posso? — Josiah perguntou, arqueando uma sobrancelha.
Ele pegou seu telefone e abriu um de seus contatos.
*
Josiah: Ei, Promise, você está procurando emprego?

Promise: Claro! Um $ extra é sempre bem-vindo.

Josiah: Ótimo. Porque eu acho que tenho algo para você.

Promise: Ooh! Legal! O quê? & Onde?

Josiah: Gerenciar um pequeno restaurante em Bracketville.

Josiah: Olha, apenas venha aqui o mais rápido que puder, e nós
conversaremos sobre isso.
Promise: Ok. Até logo!

*
Josiah sorriu para Marg.
— Acabei de encontrar um gerente substituto.
Ele esperava que ela gritasse. Ou talvez batesse nele. Mas ela não fez
nenhum dos dois.
Em vez disso, ela acabou fazendo algo ainda mais perturbador.
Ela simplesmente balançou a cabeça e disse: — Rapaz, você cometeu
um grande erro.
Com isso, ela se virou e saiu pela porta, batendo-a com força atrás de
si.
Josiah suspirou.
Bem, isso é uma dor de cabeça a menos, suponho. Mas com quantos mais
terei que lidar?
Ele se levantou e foi até o balcão, onde Jem estava conversando com
outra
garota, de cabelo ruivo e encaracolado.
Jem o viu se aproximando e revirou os olhos.
— O que você quer?
Josiah sorriu e estendeu a mão. — Eu só queria começar de novo. Sou
Josiah Anderson. O novo proprietário.
Os olhos de Jem se arregalaram e seu queixo caiu tanto que Josiah
ficou surpreso por seu chiclete não ter ido para o chão.
Josiah manteve a mão estendida, esperando que ela a pegasse, mas ela
estava atordoada demais para se mover.
A outra garota, ao contrário, sorriu para Josiah. — Prazer em conhecê-
lo, bonitão.
— Prazer em conhecê-lo, bonitão.
Esta frase tirou Jem de seu estupor momentâneo. — Sério, Carol, você
tem que flertar com todo cara que você conhece?
— Não! — A ruiva fez um bico, cruzando os braços sobre o peito. —
Apenas os que são bem altos.
Isso provocou uma risada calorosa em Josiah.
— Eu sei que tudo isso é muito surpreendente. Eu mesmo estou um
pouco sobrecarregado. Acabei de herdar dois comércios locais e queria
conhecê-los. Falando nisso...
Ele se virou para Jem. — Por acaso você sabe o que as pessoas da
cidade dizem sobre a Loja de Motocicletas Tucker?
— Uh, sim. — Jem franziu a testa.
— O que você pode me contar?
Ela encolheu os ombros.
— Eles acham que é boa. Eu acho.
Josiah estreitou os olhos.
— Você acha?
Jem torceu o lábio.
— Quero dizer, é boa. Muito boa. E esse meio que é o problema. É um
pouco caro demais para as pessoas comuns.
Josiah processou essa novidade.
Se o que ela disse fosse verdade, então ele poderia ter muita
dificuldade em administrar esse segundo negócio.
Mas ele resolveu se preocupar com isso mais tarde, porque o sol estava
se pondo e Brooke estaria esperando por ele.
Ele se despediu de Jem e Carol, saiu correndo do restaurante e voltou
ao escritório de advocacia.
Enquanto caminhava, ele enfiou a camisa para dentro. Em seguida,
retirou-a da calça. Em seguida, enfiou-a novamente.
Ele não conseguia se lembrar da última vez em que estivera tão
preocupado com sua aparência.
Normalmente, ele gostava do medo que seu estilo provocava nas
pessoas. Mas agora, ele esperava o oposto. Ele queria que Brooke se
sentisse completamente segura com ele.
Mas quando o escritório estava à vista, ele viu que ela já estava em
perigo. Ela estava parada na entrada, cercada por cinco jovens marginais.
Ela não tem um descanso, hein?
Josiah os reconheceu. Eles eram os mesmos caras que mostraram o
dedo para ele esta manhã.
Josiah não conseguia ouvir as palavras, mas dava para perceber, pela
expressão de Brooke, que o que quer que estivessem dizendo a estava
incomodando.
E mesmo que ele mal conhecesse Brooke, mesmo estando cheio de
dúvidas sobre onde o encontro deles os levaria, Josiah sentiu a raiva
crescendo em seu peito contra aqueles homens.
Nenhum dos pedestres na rua parou para ajudar ou até mesmo
percebeu que Brooke estava em perigo.
Ele tentou respirar fundo, para Brooke, mesmo estando cheio de
dúvidas sobre onde o encontro deles os levaria, Josiah sentiu a raiva
crescendo em seu peito contra aqueles homens.
Nenhum dos pedestres na rua parou para ajudar ou até mesmo
percebeu que Brooke estava em perigo.
Ele tentou respirar fundo, para controlar sua raiva como ele havia
praticado. Mas não estava funcionando. Alguém teria que intervir.
Ele cerrou os punhos e disparou.
Esses caras não sabem no que se meteram.
Capítulo 4
INSTINTOS ANIMAIS
BROOKE

— Ron, me deixe em paz! Eu não estou a fim de você. MESMO! — ela


disse, sentindo o cheiro da bebida em seu hálito.
— Ah, vamos lá, BB, — Ron sussurrou de uma maneira tão lasciva que
fez sua pele arrepiar. — Você e eu sabemos que isso não é verdade.
Lembra do nosso último encontro? Todos nós nos divertimos muito
juntos.
Os homens atrás dele soltaram gritos e assobios de lobo, e Brooke
sentiu as lágrimas se formando nos cantos dos olhos.
Ela tentou tanto esquecer, para evitar reviver aquela noite com todos
eles, rindo, zombando.
Um abismo de vergonha e desespero se abriu em seu peito, mas ela
reuniu todas as suas forças e empurrou Ron para longe dela. — Ei, ei, boa
tentativa. Não finja que você não gostou.
— Não era eu e você sabe disso, Ron. Você... Você me deu algo! Você
colocou algo na minha bebida.
— Continue dizendo isso a si mesma. — Ron riu, puxando-a para
perto novamente enquanto ela lutava contra seu aperto. — Mas eu sei a
verdade. E a verdade é que você gosta de sacanagem. A verdade é...
— Que você precisa soltá-la.
O olhar de Brooke se levantou bruscamente.
Ela conhecia aquela voz...
JOSIAH

— Eu mandei soltá-la, — repetiu Josiah.


O líder do grupo, aquele que Brooke chamava de Ron, olhou para
Josiah e arqueou uma sobrancelha.
— E quem você deveria ser?
— O cara que vai acabar com você se não tirar as mãos dela.
— Ei, — Ron gritou, antes de soltar Brooke e se aproximar de Josiah.
— Vou fazer o que quiser com minha garota.
Ele caminhou até Josiah até que os dois ficaram a apenas alguns
centímetros de distância.
Ron era pelo menos trinta centímetros mais baixo que Josiah, e nem
de longe tão musculoso.
Mas ele não parecia incomodado com a diferença de tamanho.
As muitas cicatrizes em seus dedos e antebraço sugeriam que ele não
tinha medo de jogar sujo.
E a contração em seu rosto marcado sugeria anos de uso de drogas.
Hmm, Josiah pensou, talvez isso não seja tão fácil afinal.
Sua dúvida deve ter surgido porque Ron conseguiu sorrir.
— Eu só vou te dizer mais uma vez. Brooke é minha. E se você tem um
problema com isso...
Ele soltou uma risada melancólica.
— ... então eu e meus amigos vamos ter um problema com você.
Os ‘amigos’ de Ron rugiram em aprovação. Atrás deles, Brooke tremia
de medo, o que deixava Josiah ainda mais furioso.
Ron colocou as mãos no peito de Josiah e o empurrou de volta.
Ao olhar para os cinco homens que estavam entre eles, sua raiva
finalmente transbordou.
BROOKE

Não! Não! Ele não pode ir embora! Ele não pode!


Mas era exatamente isso que Josiah estava fazendo, afastando-se de
Ron e dando as costas para ele. E para ela.
Ela se sentiu tão estúpida por pensar que poderia confiar nele.
E agora Ron estava sorrindo.
— Ora, ora, — disse ele, estendendo a mão para acariciar sua
bochecha. — Parece que você vai precisar encontrar um novo guarda-
costas.
Os amigos de Ron riram estupidamente enquanto ele arrastava o dedo
de sua bochecha até o pescoço, aproximando-se de seu peito.
Brooke tentou se afastar de Ron, fugir de seu toque, mas ele a agarrou
pelo pulso e a puxou de volta para si.
— Vamos, BB, — Ron sussurrou, acariciando-a. — Vamos dar uma
volta.
Os olhos de Brooke se abriram e ela o encarou.
O som de metal raspando contra metal a fez olhar para cima e
procurar a fonte do ruído.
E seu queixo caiu.
Lá, a poucos metros de distância, estava Josiah.
Exceto que desta vez ele estava sem camisa, revelando o abdômen
esculpido e as incontáveis tatuagens que ele estava escondendo sob a
camisa.
Mesmo em meio a todo o medo, Brooke sentiu suas bochechas
corarem ao vê-lo, como uma perfeita personificação da masculinidade.
Ele estava apertando um par de soqueiras de metal. — Desculpe. —
Josiah sorriu para ela. — Não queria estragar minha camisa.
JOSIAH

Com isso, Josiah deu um soco forte no rosto de Ron.


Ron largou o pulso de Brooke e se esquivou... mas não rápido o
suficiente.
O punho de Josiah ainda entrou em contato com a orelha de Ron,
fazendo-o disparar em direção ao chão.
Um dos tietes de Ron apareceu na frente de Josiah em um piscar de
olhos.
Josiah bateu com a soqueira de metal diretamente no nariz do
homem.
Um jato de sangue vermelho escuro começou a escorrer de seu rosto
enquanto ele cambaleava.
Antes que Ron pudesse se orientar, ele estava de pé novamente.
Uivando de dor e fúria.
Josiah agarrou seu pulso e o torceu.
Isso provocou outro grito, ainda mais alto.
— Você gosta de ser segurado assim? Hein? — Josiah fez uma careta
para Ron, saboreando a agonia em seu rosto.
Mas sua alegria durou pouco, pois, pelo canto do olho, ele viu o resto
dos amigos de Ron correndo em sua direção.
Josiah empurrou Ron no grupo que se aproximava, fazendo com que
dois dos homens tombassem como pinos de boliche.
O último homem de pé avançou na direção de Josiah, que o chutou
fortemente no estômago com o bico de metal de sua bota.
Ron gemeu e começou a engatinhar em direção a Josiah.
— Não acabou ainda? — Josiah rosnou.
Ele caminhou até Ron e pisou em seu peito com firmeza. Cada vez
mais forte.
Ron ofegou quando Josiah pressionou ainda mais.
— Pare, — Ron ofegou. — Por favor...
Mas Josiah não conseguia resistir.
— Pare! — Desta vez era a voz de Brooke.
Ele olhou para ela.
— Ele já teve o suficiente, — ela disse.
Algo em sua voz reprimiu a raiva de Josiah no instante em que ela o
convenceu a ter misericórdia de um homem que não merecia.
Ele se afastou de Ron, mas o encarou mortalmente.
— Escute aqui, — disse Josiah. — Nunca mais se aproxime do Rose’s.
Há uma nova administração neste lugar. E você não é bem-vindo. Você
entendeu?
Ron assentiu debilmente.
— Eu quero ouvir você dizer.
Ron respirou fundo. — Eu entendi.
— Que bom. — Josiah sorriu, levantando o sapato. — Porquê da
próxima vez, Brooke pode não estar aqui para salvá-lo.
Todos os agressores gemeram e se levantaram, lançando olhares de
desprezo a Josiah enquanto se afastavam cambaleando.
— Você vai se arrepender disso, — Ron cuspiu, quando estava a uma
distância segura de Josiah.
— Ha! Eu ouvi muito disso recentemente, — Josiah disparou de volta.
Ron se virou para Brooke, que se encolheu ao ver o veneno em seu
olhar.
— E quanto a você. — Ele deu uma risadinha. — Vejo você mais tarde.
— Não, você não vai, — disse Josiah, dando um passo à frente de
Brooke.
Ron olhou feio para Josiah, então lançou a Brooke mais um olhar
lascivo antes de se virar e seguir seus amigos.
BROOKE

— Você está bem? — ele perguntou.


Era uma pergunta simples, mas uma que Brooke, em seu estado
mental aguçado e cheio de adrenalina, teve problemas para processar. —
Eu... eu acho que sim, — ela gaguejou. — Quero dizer, eles não me
machucaram, mas...
Aqueles monstros, aqueles porcos que tentavam se passar por homens, eles
a teriam assediado novamente se ela tivesse entrado naquele carro.
Desta vez em plena luz do dia.
Ela estremeceu com o pensamento disso.
— Na verdade, — ela disse, fervendo. — Não. Eu não estou bem. Eu
nunca estive bem.
Ela bateu com o punho contra a parede e Josiah recuou, surpreso com
sua explosão repentina.
— Uau! Ei! Eu sinto muito. Eu não queria te deixar chateada.
— Não é você. — Ela suspirou. — É este lugar. São essas pessoas. As
pessoas gostam disso!
Ela apontou para Ron.
— Nunca me sinto segura perto deles. Só consigo pensar em sair desta
cidade.
Josiah assentiu.
— Eu entendo.
Brooke balançou a cabeça.
— Vou te dizer, estou perto, muito perto de arrumar minhas coisas e
pegar o primeiro ônibus daqui.
A notícia chamou a atenção de Josiah. — Bem, — ele disse
cuidadosamente. — Eu definitivamente entendo o motivo de você querer
ir embora. E estou feliz em ajudá-la a fazer isso. Mas...
— Mas o quê? — Brooke franziu a testa.
— Bem, eu ainda preciso dar uma olhada na Loja de Motocicletas
Tucker. E não sei como chegar lá. E se você desse uma volta na minha
Harley e me mostrasse o caminho?
Brooke estreitou os olhos.
— Dar uma volta com você?
— Sim, — disse Josiah.
— E depois você me leva para a rodoviária?
— Se é isso que você quer, é claro, — respondeu ele.
Brooke considerou isso por um momento.
Ela desesperadamente queria ir embora. Mas ela poderia realmente
fazer isso hoje?
E quanto a minha mãe? E meus amigos?
Eles ficarão de coração partido.
Esses sempre foram os pensamentos que a impediram no passado.
Mas a verdade era que nenhum deles poderia protegê-la de Ron.
A única pessoa que conseguiu foi esse estranho—esse homem alto e
musculoso—que acabara de enfrentar cinco marginais por ela.
Ele arriscou sua própria segurança para protegê-la.
Mas isso era motivo suficiente para confiar nele?
Ela viu algo assustador nos olhos de Josiah quando ele pressionou o pé
contra as costelas de Ron.
Um perigo, uma escuridão que ela não havia sentido antes.
Houve um tempo em que ela confiava em Ron.
E olhe só onde isso me levou...
Além disso, sua mãe sempre a alertou para ficar longe de motocicletas.
E motociclistas. E homens, por falar nisso.
Mas sua mãe não estava aqui...
Algo precisava mudar e essa poderia ser sua chance.
Capítulo 5
UMA ENCRUZILHADA NA ESTRADA BROOKE
Brooke hesitou por mais um momento.
Ela olhou para Josiah, encostado em sua motocicleta, esperando
pacientemente que ela se decidisse.
Ela examinou seu rosto em busca de qualquer traço de ameaça, mas
não encontrou nada.
Apesar de seus medos, ela não podia deixar de pensar que só queria
abraçá-lo e cair na estrada.
— Vamos embora, — disse ela.
Eu vou fazer isso. Vou sair de Bracketville.
Finalmente /
Ele sorriu quando ela montou no assento atrás dele e agarrou sua
cintura.
Brooke não conseguia acreditar.
Ela estava em uma motocicleta!
Uma motocicleta real!
Quando ela acordou naquele dia, ela nunca poderia ter imaginado que
se encontraria sentada na parte de trás de uma Harley-Davidson ao pôr
do sol.
— Vou devagar no começo, — disse ele.
E lá foram eles.
Os solavancos da estrada a faziam pular para cima e para baixo.
O barulho do motor enchia seus ouvidos.
A experiência era em partes hipnotizante e aterrorizante.
E, se ela estivesse sendo completamente honesta consigo mesma, ela
achava as vibrações entre suas pernas um pouco excitante.
Ela firmava seu aperto em Josiah conforme ele aumentava a
velocidade.
Brooke gostava de abraçá-lo. Ela gostava da sensação de seu músculo
rígido e tenso sob seus dedos.
E mesmo que ela mal conhecesse Josiah, Brooke se imaginou na
estrada com ele assim no futuro.
Ela também se imaginou montando nele no futuro.
Talvez nesta motocicleta...
Ou em uma cama...
Ou em um balcão de cozinha...
Ou—
— Oh, pare com isso! — Ela se repreendeu. Você mal conhece o cara.
Além disso, Brooke nunca havia montado em ninguém antes. Ela era
virgem, guardando-se para o casamento.
Só então, uma memória daquela noite no bar—de Ron e seus amigos
usando sua boca como um brinquedo—atingiu Brooke como o vento que
soprava em seu rosto.
Ela sentiu seu sangue gelar.
Todos os tipos de sexo eram sagrados para Brooke. E aqueles homens
a forçaram a agradá-los contra sua vontade.
Ela sofreu tanta crueldade, tanto abuso, descaso e humilhação nesta
cidade.
Ela se agarrou a ele com mais força.
JOSIAH

Josiah estava perfeitamente ciente das mãos em volta de sua cintura.


Misty certa vez descreveu agarrar-se a ele como se agarrar a um
carvalho.
Esta foi a primeira vez que uma mulher se sentou atrás dele em três
anos.
Parecia familiar, mas tão diferente.
As mãos de Brooke estavam estáticas, na mesma posição o tempo
todo. As mãos de Misty sempre vagavam ao redor de seu corpo, fazendo
cócegas em seus braços, beliscando sua barriga, ou, melhor ainda,
massageando seu membro através de sua calça jeans.
Josiah sempre — reclamava — com ela sobre isso, alegando que era
perigoso distraí-lo enquanto ele dirigia. Mas ele sabia, e ela sabia, que ele
gostava.
E agora Josiah não podia deixar de desejar que Brooke fizesse a mesma
coisa.
Não. Você não pode compará-las. Eles são duas pessoas diferentes.
Os nós dos dedos ficaram brancos no guidão enquanto ele pensava: —
Estou apenas procurando uma substituta?
Ninguém poderia substituir Misty.
Ele sabia disso. Por um momento, ele desejou nunca ter convidado
Brooke para sua motocicleta.
Mas, no mesmo instante, ele se pegou |
esperando que esse passeio não acabasse. — Chegamos! — Brooke
gritou, assustando Josiah.
Ele olhou para onde Brooke estava apontando, parou a moto
suavemente e assobiou.
Jem não estava mentindo quando ela disse que o lugar era bom.
O prédio tinha dois andares e era inteiramente feito de vidro e
mármore branco.
Praticamente todo tipo de motocicleta estava em exibição. Tudo em
perfeitas condições.
Além disso, pelo menos três vendedores, todos vestidos de temo e
gravata, se destacavam no estacionamento ao lado das mercadorias.
Tudo isso dava a impressão de classe, brilho e sucesso.
Pelo menos deveria.
Na realidade, não havia quase ninguém no estacionamento. Os
vendedores pareciam entediados. E as duas oficinas mecânicas estavam
fechadas.
— Isso está errado, — disse ele, descendo da motocicleta.
— O que? — Brooke perguntou, aceitando a mão para descer da
motocicleta.
Josiah acenou com a cabeça para as oficinas mecânicas.
— Aquilo. Elas deveriam estar abertas.
— Oh, — disse Brooke, notando-as pela primeira vez.
— Eu me pergunto se eles ainda têm um mecânico na equipe.
Brooke deu de ombros, mas Josiah continuou. — Não há razão para
este lugar não estar dando lucro. Quando eu descobrir o que está
acontecendo, vou trocar a gestão por uma nova, — disse ele a Brooke,
antes de perceber que ela o estava observando com cautela. — O que foi?
— Bem... — ela disse. — Pode não ser culpa deles. Talvez eles só
precisem de ajuda, não de punição.
E assim, ela desarmou a bomba de raiva que estava se formando
prematuramente dentro dele.
Ele colocou o braço em volta de Brooke. — Você tem razão. Estou
tirando conclusões precipitadas. Vamos entrar, — ele disse, levando-a
para a porta da frente.
O interior da loja de motocicletas combinava com o exterior—claro e
limpo, preenchido com o cheiro de couro novo.
Havia capacetes, botas de montaria, kits de graxa, jaquetas e todos os
outros tipos de acessórios de motocicleta que Josiah poderia ter
imaginado.
E esse é o problema Josiah percebeu assim que uma jovem e atraente
afro-americana se aproximou deles.
— Olá! Bem-vindos à Loja de Motocicletas Tucker. Meu nome é
Jaqueline. Como posso ajudá-lo?
— Oi. Eu sou Josiah. Esta é Brooke. Queríamos falar com o gerente.
— Sobre o quê?
Josiah entregou a ela o arquivo que o Sr. Lawson deu a ele.
— Eu sou o novo proprietário.
Jaqueline olhou para ele, dando atenção especial à tatuagem em sua
mão direita, e então assentiu.
— Bem, prazer em conhecê-lo. Meu marido é o gerente. Ele já vem
atendê-lo.
Ela rapidamente desapareceu em outra sala, retomando momentos
depois com um grande homem afro-americano.
— Olá. — Ele sorriu, estendendo a mão para cumprimentá-lo. — Eu
sou Jaydon.
— Josiah, — respondeu ele, aceitando o gesto. — Então você vai
realmente assumir este lugar? — Jaydon avaliou Josiah como sua esposa
havia feito momentos antes.
— Foi um choque para mim também, — disse ele brevemente, pronto
para agir. — O que está acontecendo? Quem está destruindo este lugar?
— Desde que o Sr. Tucker ficou doente, estamos nos afogando aqui.
— É por isso que as oficinas mecânicas estão fechadas?
— Sou apenas um vendedor. Tuck era o especialista em motocicletas.
É verdade. O pai de Misty e Josiah sempre se deram bem por causa de
seu amor por motocicletas.
— Estamos perdendo dinheiro tão rápido que não posso contratar
outro mecânico.
— É hora de renovar a imagem da loja, — disse Josiah decididamente.
Jaydon inclinou a cabeça para o lado. — Como assim?
— Tome-a menos sofisticada. Pare de gastar dinheiro em mercadorias
e concentre-se novamente em atender aos motoqueiros que passam por
esta cidade.
— Isso é... interessante, — disse Jaydon, mas não parecia convencido.
— Você não gostou da ideia?
— Eu não disse isso. Eu só... acho que este lugar vai morrer sem Tuck.
Josiah pensou sobre isso por um momento.
Talvez Jaydon estivesse certo.
Talvez fosse um caso perdido e ele devesse apenas fechar a loja, para
sempre. Mas...

— Temos que pelo menos tentar salvá-lo, você não acha?


— Se você estiver pronto para o desafio, farei o que puder para ajudar,
— disse Jaydon, assentindo.
— Que bom. — Josiah deu um tapinha no ombro dele. — Para
começar, livre-se do temo. Parece que você está vendendo seguro de vida,
não motocicletas.
Jaydon deu uma risadinha. — Como quiser.
BROOKE

— Você sabe o que está fazendo? — Jaqueline perguntou a Brooke


enquanto ela observava um capacete vermelho com gravura preta.
— Na verdade, não, — admitiu Brooke.
— Acabei de andar de moto pela primeira vez hoje, então não sei nada
sobre essas coisas.
Jaqueline balançou a cabeça.
— Não, quero dizer, você sabe o que está fazendo com ele? — Ela
acenou com a cabeça para Josiah.
Brooke franziu a testa. — Do que você está falando?
— Aquela tatuagem na mão dele. Já vi algumas semelhantes nesta loja
antes. Isso significa que ele é um presidente.
— De quê?
— Um motoclube.
Brooke apenas a olhou fixamente.
— Um motoclube, — Jaqueline insistiu. — Um clube de motos. Uma
gangue de motoqueiros.
A notícia atingiu Brooke como um soco no estômago, e ela lançou um
rápido olhar para Josiah.
Isso o torna um criminoso?
Brooke tinha ouvido histórias sobre gangues de motoqueiros—
histórias com violência e crime organizado.
Josiah fazia essas coisas? Ele não era melhor do que Ron e sua turma
de traficantes?
Mas mesmo com esses pensamentos paranoicos girando em sua
mente, novamente ela se viu questionando-os.
Será que um criminoso violento teria me salvado de uma agressão?
Ensinado um bêbado a tratar adequadamente uma um bêbado a tratar
adequadamente uma mulher?
Brooke achava que não, mas todas as perguntas sem resposta sobre a
identidade de Josiah e suas intenções a estavam destruindo por dentro.
Ela decidiu deixar Bracketville. Era tudo o que ela pensava desde
aquela noite terrível, e agora ela tinha se decidido.
Ao mesmo tempo, ela queria conhecer este homem... este motociclista
misterioso, enorme, mas estranhamente gentil.
Agora ela nunca teria a chance de descobrir quem ele realmente era.
Capítulo 6
SÓ UM POUCO
BROOKE

Lá estava ele. O ponto de ônibus. A porta de entrada para sua


liberdade.
Brooke suspirou.
Posso não ter malas. Posso não ter carro. Posso não ter amigos fora de
Bracketville. Mas eu posso ir embora. Eu posso realmente ir embora!
E é tudo por causa dele.
Ela olhou por cima do ombro para Josiah, que estava ao lado de sua
Harley com os braços cruzados.
Fiel à sua palavra, assim que terminaram na Loja de Motocicletas
Tucker, ele a trouxe aqui.
Ele não tentou convencê-la do contrário ou dizer o que ela deveria ou
não fazer.
E só isso o tomava um homem melhor do que Ron, ou qualquer um
dos outros homens que ela encontrara em Bracketville.
Não! Não pense em Ron. Agora não. Você está livre. Você nunca mais terá
que lidar com ele novamente.
E, ainda assim, mesmo enquanto dizia isso a si mesma, ela se deparou
um fio de memória deslizando para fora dos cantos mais escuros de sua
mente e envolvendo-se em seu coração.
E por um momento, mais uma vez, ela estava de volta ao bar.
Ela ouviu seus deboches. Ela viu seus rostos brutais.
Brooke balançou a cabeça para tentar forçar essas imagens para fora
de seu cérebro.
Oh, quem estou enganando?
Não importa aonde eu vá, será o mesmo.
Haverá Rons enfileirados em cada cidade, cada país. E eu nunca vou ser
capaz de encontrar...
A mão com a tatuagem do motoclube pousou em seu ombro e Brooke
ergueu os olhos para encontrar o olhar dele.
JOSIAH

— Você está bem? — ele perguntou, franzindo a testa para Brooke


com preocupação.
— Eu acho que sim.
Mas ela claramente não estava.
— Ainda abalada pelo que aconteceu esta manhã? — ele perguntou
suavemente.
Ela suspirou e assentiu.
— Eu estive neste ponto de ônibus algumas vezes, sabendo que posso
ir embora e nunca mais ter que lidar com aqueles caras de novo, mas...
Ela desviou o olhar dele, escondendo seus adoráveis olhos castanhos
cheios de medo e desespero.
— Mas o quê?
— Nada.
— Você pode falar comigo, — disse ele.
— Só não sei se será melhor lá fora.
Josiah sentiu seu coração se partir um pouco.
O que aqueles monstros fizeram para deixá-la assim? Ninguém deveria ter
tanto medo.
Brooke torceu os pulsos com nervosismo.
— Bom, você deve ver muitas coisas horríveis em sua gangue de
motoqueiros, certo?
O quê? Como ela?
— Sua tatuagem, — Brooke respondeu à pergunta antes que ele
tivesse a chance de fazê-la. — Jaqueline me disse o que significava.
Oh, não. Eu queria ser o único a dizer a ela para que eu pudesse responder
a quaisquer perguntas, tranquilizar quaisquer medos.
— Isso te assusta?
Brooke apenas deu de ombros.
Ela está apavorada.
Josiah arregaçou a manga direita e apontou para uma tatuagem
diferente de uma cascavel.
— Posso te contar sobre esta? — ele perguntou.
— Claro? — Ela franziu a testa, sem ter certeza do que ele queria dizer.
— Fiz quando tinha dezesseis anos. Para me lembrar de nunca sacudir
cascavéis como maracas.
O olhar confuso de Brooke foi superado por um de diversão.
— Espere, você sacudiu uma cascavel como um maraca?
— Sim! — Josiah sorriu. — Queria provar aos meus amigos o quão
corajoso eu era.
Apesar de todo o seu medo, apesar de todas as suas dúvidas, Brooke
não pôde deixar de rir.
E quando ela o fez, Josiah sentiu seu coração inchar.
Então, ainda há um pouco de alegria nela, afinal.
— Isso não foi inteligente! — ela brincou.
— Eu sei! Eu sei! — Ele deu uma risadinha. — Foi completamente
estúpido.
— Estou surpreso que você ainda esteja vivo! — Brooke deu uma
risadinha.
— Honestamente, eu também. Mas não muito tempo depois de ter
feito aquela façanha idiota, acabei fazendo essa aqui.
Ele puxou a manga esquerda para cima, revelando o nome — Misty —
tatuado em seu pulso em letra cursiva.
Brooke o examinou. — Misty?
Minha esposa.
— Oh! — ela disse, quando uma decepção familiar tomou conta dela.
— Eu não sabia que você era casado.
O rosto de Josiah murchou. — Era. Ela faleceu.
Brooke cobriu a boca. — Eu sinto muito! Eu não...
— Tudo bem. Isso foi há três anos. E não me arrependo de um único
momento que passei com minha doce Misty Tucker.
— Você era casado com Misty Tucker?
Então é por isso que os Tuckers deixaram tudo para você...
— Você a conhecia? — Josiah sorriu com entusiasmo.
— Não muito bem, infelizmente, — disse Brooke. — Ela era algumas
séries acima de mim e deixou Bracketville logo após o colégio. Mas eu
adorava seus pais.
— Todo mundo nesta cidade adorava. Eu e minha mãe sempre
tomávamos café da manhã no Rose's aos domingos.
— Ela foi a melhor coisa que já me aconteceu. E é isso que estou
tentando dizer com isso, — disse ele, apontando para a tatuagem.
— Existem coisas boas e ruins no mundo. Às vezes você comete erros.
Às vezes você sofre.
— E descobri, na maioria dos casos, que as piores coisas da sua vida
vêm logo antes das melhores.
— E quanto à sua pergunta sobre as pessoas lá fora, — ele continuou,
— há algumas figuras.
— Mas, na minha experiência, a maioria é como os membros do meu
motoclube—pessoas gentis, amorosas e cumpridoras da lei que só
querem se divertir.
Ele sorriu para Brooke, cujos olhos estavam brilhando com lágrimas.
BROOKE

Brooke Mitchell estava impressionada.


Por um lado, ela queria sair da cidade. Mas depois de ouvir Josiah se
abrir com ela—sobre Misty, sobre seu motoclube—ela ficou ainda mais
compelida a ficar.
Talvez não para sempre, mas pelo menos o suficiente para conhecer
esse estranho alto, bonito e maravilhoso.
Pela primeira vez em sua vida, ela encontrou um homem que parecia
querer mais dela do que apenas uma noite na cama.
Ele contou a ela seus segredos, abriu seu coração e agora Brooke
queria fazer o mesmo.
Brooke ouviu um chiado alto e ergueu os olhos. Um Greyhound havia
parado no meio-fio e suas portas estavam abertas.
Agora era sua chance.
Toda aquela esperança, todo aquele sonho de escapar para algum
lugar além de Bracketville, que finalmente poderia se tomar realidade.
Ela só precisava entrar naquele ônibus.
Seu cérebro estava lhe dizendo para girar nos calcanhares e caminhar
até o ônibus.
Mas seu coração.
Seu coração estava batendo rápido e cheio de um desejo profundo e
ardente de conhecer este homem. De aprender a história por trás de cada
tatuagem que cobria seu corpo perfeito.
Fechando os olhos e respirando fundo, ela se virou para Josiah— —
Adeus, — ele disse.
Ai.
Doeu ouvi-lo dizer isso. Ela não poderia dizer isso de volta. Ainda não.
Em vez disso, para sua surpresa, ela se inclinou e o beijou bem na
boca.
JOSIAH

Josiah estava sem palavras.


Ele estava imaginando como seria beijar Brooke desde o momento em
que se conheceram, mas não achava que aconteceria assim.
Ele estava preocupado que ela nem mesmo o deixasse se ele tentasse.
Mas agora as mãos dela seguravam seu rosto e seus doces lábios se
fundiam aos dele.
Josiah passou os braços em volta da cintura dela e puxou seu corpo
para o dele, aprofundando o beijo enquanto suas línguas dançavam
suavemente.
Eles ficaram assim por um longo tempo até que o barulho da porta do
ônibus fechando os trouxe de volta à Terra.
Josiah se afastou, chamando o veículo que partia. — Oh, não! Espere!
Volte! Vol...
Brooke virou a cabeça dele para trás e o forçou a olhar nos olhos dela
—seus lindos olhos castanhos, agora cheios de alegria e esperança.
— Está tudo bem.
— Tem certeza? — Perguntou Josiah.
Brooke assentiu.
— Eu quero ficar. Quer dizer, não para sempre. Só um pouco. Tempo
suficiente para conhecer você.
— Eu adoraria, Brooke. Eu também vou ficar aqui. Não para sempre.
Apenas o suficiente. — Ele se aproximou dela novamente, e ela se
inclinou em sua estrutura firme.
BROOKE

Já estava escuro quando eles voltaram para a casa dela—um lar


simples de um andar.
Josiah suspirou e olhou para Brooke.
— Tem certeza de que não posso entrar?
Ela balançou a cabeça.
— Não. Minha mãe é meio...
— O quê?
— Acho que ela ficaria mais feliz se eu entrasse para um convento. —
Entendi, — disse Josiah. Brooke pegou o telefone de Josiah e salvou o
número dela em seus contatos.
— —Mas nós definitivamente nos veremos novamente.
Josiah sorriu e guardou o aparelho no bolso.
— Mal posso esperar.
Brooke começou a subir a garagem, mas depois parou e se virou para
Josiah.
— Obrigada de novo pelo que você fez por mim esta manhã. Pela
primeira vez em muito tempo, me sinto segura em Bracketville.
Ela beijou sua bochecha, com toda a ternura que conseguiu reunir. Ela
queria que ele sentisse como estava realmente grata.
Antes que ele pudesse responder, ela correu para a porta da frente.
JOSIAH

Josiah não pôde deixar de sorrir ao vê-la partir.


Não era apenas o jeito que aqueles jeans desbotados abraçavam suas
curvas ou o jeito que o beijo dela o fazia desejar mais.
Era a noção de que essa mulher maravilhosa e diferente o fazia sentir
coisas que não sentia desde que conheceu Misty.
Uma sensação que ele tinha certeza de que nunca mais sentiria.
Capítulo 7
SONHO VS. REALIDADE
BROOKE

Brooke chamou o nome de Josiah enquanto um gemido escapava de


seus lábios.
Ela estava deitada de costas, completamente nua, e Josiah estava entre
suas pernas, fazendo movimentos circulares com a língua em seu núcleo.
Os dois estavam esparramados diante de uma fogueira. Mas não eram
as chamas que estavam deixando Brooke quente.
Nunca em sua vida ela havia sido tratada dessa maneira.
Ela tinha ouvido histórias sobre homens que amavam suas namoradas
e esposas. Era praticamente tudo o que sua amiga Jean falava.
Mas Brooke nunca imaginou que fosse tão alucinante.
Ela suspirou e passou as mãos pelos cabelos de Josiah enquanto ele
distribuía pequenos beijos entre suas dobras.
Ela estava perto de gozar ali mesmo.
Josiah subiu por seu corpo até ficarem cara a cara e sorrirem.
Brooke olhou para seus músculos peitorais firmes, passando por seu
abdômen que parecia ter sido esculpido por Michelangelo, até seu
membro.
Ele estava posicionado em sua entrada, a ponta já escorregadia com
antecipação.
Seus olhos se arregalaram.
Será que isso vai caber em mim? —Ela pensou com nervosismo à espera
da sua primeira vez.
Mas então Josiah segurou seu rosto com uma das mãos e olhou em
seus olhos.
— Está tudo bem, — ele sussurrou. — Eu não vou te machucar.
Brooke imediatamente sentiu suas preocupações sumirem e assentiu.
— Tudo bem, — disse ela. — Apenas vá devagar.
Josiah assentiu e lentamente penetrou nela. Os olhos de Brooke se
arregalaram com a dor e o prazer da intrusão.
Ele fez uma pausa para deixá-la se acostumar com sua circunferência.
Ela gemeu e colocou os braços em volta do pescoço dele, puxando-o para
mais perto.
— Você está bem? — Josiah sussurrou em seu ouvido.
Brooke o beijou e sorriu.
— Sim. — Ela suspirou. — Continue!
Josiah não precisava de mais instruções. Ele a beijou apaixonadamente
e começou a penetrar nela rápido e forte.
Brooke fechou os olhos e inclinou a cabeça para trás.
Ela adorava isso. Ela adorava a sensação dele dentro dela. Ela adorava
o som de seus corpos juntos.
Era como o aplauso mais maravilhoso da Terra.
Aplauso?
Brooke abriu os olhos e viu que, atrás de Josiah, nas sombras, alguém
estava de fato aplaudindo suas ações.
— Isso mesmo. — Uma voz cruel riu. — Mostre para ela!
Brooke ofegou de horror quando a figura saiu das sombras e revelou
ser Ron.
Ela balançou a cabeça.
— Não! Não! Vá embora!
Mas Ron não se moveu. Na verdade, ainda mais homens emergiram
das sombras para ficar ao lado dele e aplaudir.
E, para horror de Brooke, ela os reconheceu como os mesmos
monstros daquela noite.
— Tudo bem, — disse Ron, rindo. — Já chega. Todos nós queremos
provar.
— Não! — Brooke gritou, fechando os olhos.
Mas não adiantou. Mesmo com os olhos fechados, ela ainda podia
ouvi-los. Ela ainda podia ouvir suas vozes.
— Minha vez! Minha vez!
*
Os olhos de Brooke se abriram e ela se sentou rapidamente, deixando
as cobertas caírem de seu corpo.
Foram necessários alguns minutos de respiração atordoada e
aterrorizada para que ela finalmente percebesse que Ron e seus amigos
não estavam, de fato, ao seu redor.
Ela estava em sua própria cama, em seu próprio quarto, sozinha.
Brooke deixou escapar um pequeno suspiro de alívio—
—E então uma lágrima rolou pela bochecha dela.
Seguida por muitas, muitas outras.
Brooke caiu de costas no colchão e chorou com as mãos cobrindo o
rosto.
Todas as suas tentativas de seguir em frente, todos os seus esforços
para deixar o que acontecera para trás, continuavam falhando. Ela estava
infeliz.
— Eu não aguento mais. — Ela suspirou, balançando a cabeça e
enxugando as lágrimas dos olhos.
Seu telefone tocou, notificando que ela acabara de receber uma
mensagem.
Brooke franziu a testa.
Quem está me enviando mensagens tão tarde? Se for Ron, vou
enlouquecer...
Ela pegou o telefone, esperando o pior, mas seu rosto se abriu em um
sorriso quando viu de quem era.
*
Josiah: Você ainda está acordada?

Brooke: Sim. Tudo bem?

Josiah: Acabei de perceber que nem chegamos a comer nada.


Quer ir ao Rose’s de novo amanhã?

Brooke: Claro.

Josiah: Ótimo! Vejo você amanhã!

Brooke: Até mais. =)

*
No dia seguinte, Brooke gastou um pouco mais de tempo se
arrumando.
Ela usava sua camisa vermelha com pregas favorita, um par de jeans
apertado e passou uma fina camada de batom para combinar com sua
blusa.
Brooke estava prestes a sair pela porta da frente quando sua mãe,
Brenda, entrou em seu caminho.
— Você deveria ter vergonha de si mesma! — ela disparou para
Brooke.
Em muitos aspectos, Brenda se parecia com sua filha—cabelos loiros,
olhos castanhos, lábios carnudos e quadris também.
Mas, enquanto a fisionomia de Brooke era brilhante e cor de pêssego,
a de Brenda era pálida e doentia.
E, ao contrário de sua filha, seu rosto estava enrugado
prematuramente, de preocupação ou talvez de raiva.
— Eu o quê? — Brooke perguntou, recuando com o veneno na voz de
Brenda.
— Oh, não se faça de boba, garotinha. — Brenda fez uma careta. — Eu
vi você ontem à noite, voltando para casa com aquele motoqueiro! Onde
você o achou? O que você estava pensando? — Brooke suspirou. Ela
estava acostumada com a atitude de sua mãe em relação aos homens.
Inexplicavelmente, Brenda parecia odiar todos eles e alertava Brooke
para ficar longe.
É por isso que Brooke não contou a Brenda sobre o incidente com
Ron e seus amigos. Quando ela precisava de um abraço, ela sabia que
receberia um — Eu avisei.
Brooke realmente não tinha paciência para uma palestra esta manhã,
então ela passou por sua mãe.
— O nome dele é Josiah, — disse Brooke, usando todo o esforço para
manter a voz calma. — Ele estava me dando uma carona para casa. E
acontece que ele é um homem muito gentil e respeitoso.
Brenda fez um som bufante que deixou sua filha saber o quanto ela
acreditava nisso.
— Por favor, — ela zombou. — Um homem assim nunca poderia ser
respeitável. E nem você se continuar andando desse jeito.
— MÃE! — Brooke arfou enquanto lágrimas se formavam nos cantos
dos olhos.
— Você acha que eu não ouço os rumores? — Brenda perguntou,
apontando um dedo acusatório para sua filha. — Você acha que eu não
ouvi as histórias sobre o que você fez com os meninos da cidade?
Brooke não conseguia falar. Sua raiva, sua decepção por sua própria
mãe poder falar com ela dessa maneira, ia além das palavras.
Assim como o medo e a incerteza de quantas outras pessoas sabiam
sobre Josiah.
E então, ao invés de dar uma resposta para sua mãe, ela simplesmente
saiu pela porta da frente, batendo-a atrás de si.
JOSIAH

O sol mal havia aparecido no horizonte quando Josiah entrou no


estacionamento do Rose’s, com seus piercings e seu confortável traje de
motoqueiro preto novamente.
Ele pensou que seria o primeiro a chegar. Mas—
— Ei, ei! — Promise sorriu, acotovelando seu marido, Terry, nas
costelas. — Olha quem finalmente se deu ao trabalho em aparecer!
Josiah riu e desceu da motocicleta. Lá, encostados na parede do
Restaurante Rose's com uma lata de cerveja em cada uma das mãos,
estavam dois de seus melhores amigos no mundo.
Eles também eram membros fundadores dos Fury Riders.
Promise e Terry.
Terry, com seus óculos de aviador que ele nunca tirava, não importa a
hora do dia, e Promise, com seu cabelo verde, braços fechados com
tatuagens, calça de couro e colete com as escritas — Propriedade de Slim
— e — Fury Rider.
— Vocês chegaram rápido, — comentou Josiah, caminhando até onde
eles estavam.
— Sim, — Promise brincou. — Mas não podemos dizer o mesmo de
você.
Josiah riu e deu abraços em ambos. — Muito obrigado por terem
vindo, — disse Josiah, afastando-se dos dois. — Imagina! — Promise
respondeu.
— Estamos sempre aqui para você, irmão. — Terry assentiu.
Josiah sorriu. — Isso é ótimo. Porque este lugar, — — Josiah apontou
para o Restaurante Rose's... — precisa ser restaurado.
— Ooh! — Promise sorriu. — Há algum idiota que preciso esmagar
com minhas botas?
— Não exatamente. — Josiah riu. — Mas, visto que os pais de Misty
me deixaram este lugar, e eu não quero que ele feche, definitivamente
acho que a equipe poderia usar algumas de suas, uh, técnicas
motivacionais únicas.
— Pode deixar! — Promise confirmou. — E sua experiência de
trabalho também. Isso vai ajudar.
Promise já atuou como bartender em um dos restaurantes favoritos
de Josiah antes de fechar.
Josiah se virou para Terry.
— Você sabe se Parker ainda está trabalhando para aquele idiota em
Birmingham?
Parker era outro membro de seu motoclube, o mais jovem em pelo
menos uma década.
Mas esse fato não o impedia de saber mais sobre máquinas do que
praticamente qualquer pessoa no planeta.
— Sim, — disse Terry. — Se bem que, devo dizer, ele está louco para se
demitir.
— Perfeito. — Josiah sorriu. — Diga a ele para vir até aqui.
— Como assim? — Promise deu uma risadinha. — Você também
conseguiu um emprego para ele?
— Para falar a verdade, — disse Josiah, piscando, — sim. Os Tuckers
me deixaram mais de um comércio, se você pode acreditar. A outra é
uma loja de motocicletas. E acredite em mim quando digo que um bom
mecânico poderia ser útil.
— Isso é incrível, Joey, — disse Promise. — Ontem você nem queria
vir aqui, e agora você é como o duque de Bracketville.
— Esse era o seu plano o tempo todo, hein? — Terry riu.
Josiah não.
Você acha que meu plano era perder minha esposa para conseguir alguns
imóveis?
Ele lançou um olhar venenoso para Terry, mas pelo canto dos olhos
viu Brooke se aproximando.
Respire. Ele não quis dizer nada com isso. Ele é seu amigo.
— Eu só preciso de ajuda para colocar esses estabelecimentos de volta
nos trilhos, e então tudo voltará ao normal, — disse ele com um aceno
reconfortante.
— Josiah!
Os três se viraram ao som de seu nome. Brooke agora estava
atravessando a rua em direção a eles.
— Hum, quem é essa? — Prometeu perguntou, percebendo que o
rosto de Josiah se abriu em um sorriso radiante.
— Esta é Brooke. Ela trabalha na...
Ele parou de falar quando viu como os olhos de Brooke estavam
vermelhos e como seus lábios tremiam. Ele imediatamente abandonou o
sorriso e se aproximou.
— O que foi? O que aconteceu?
Brooke balançou a cabeça.
— Aqui não.
Josiah assentiu.
— Tudo bem.
Ele se virou para Terry e Promise, que estavam preocupados.
— Vocês poderiam nos dar licença?
— Com certeza, — Promise disse.
— Claro, — Terry concordou.
Josiah assentiu em agradecimento antes de destrancar a porta da
frente e guiar Brooke ao Restaurante Rose's vazio. Ele a conduziu até
uma mesa.
— O que aconteceu? — ele perguntou, acariciando as mãos dela com
o polegar.
Brooke respirou fundo.
— Eu... eu preciso te contar uma coisa.
— Tudo bem.
— Por favor, não me julgue. — 'Tudo bem. — Estou falando sério, —
disse Brooke, olhando-o bem nos olhos. — O que estou prestes a dizer é
uma das coisas mais horríveis que já me aconteceram. Só de pensar nisso
me dá náuseas.
— Tudo bem, — disse Josiah, surpreso com a seriedade em sua voz. —
Eu prometo que não vou te julgar.
Brooke assentiu e respirou fundo novamente.
— Há rumores sobre mim pela cidade. Rumores sobre mim... fazendo
coisas com homens.
Ela olhou para Josiah bem nos olhos dele.
— Eles são verdadeiros.
Capítulo 8
UMA LEMBRANÇA DOLOROSA BROOKE
Ela ia vomitar. Ela tinha certeza.
Ela podia sentir o gosto da bile, uma mistura nojenta de iogurte grego,
aveia e damasco, no fundo da boca.
A qualquer segundo agora, ela estaria vomitando nas botas de couro
de Josiah.
Não, não, não! Ela lamentou internamente, sentindo seu café da
manhã subir pelo esôfago.
Ela cobriu a boca com as duas mãos e se inclinou para a frente na
cadeira para olhar para o chão de linóleo sujo.
Respire! Ela pediu a si mesma. Apenas respire! — Em algum lugar acima
dela, Brooke estava vagamente ciente de Josiah perguntando se ela estava
bem.
Brooke não respondeu, com medo de que, ao abrir a boca, uma
cachoeira caísse no chão. — O que está acontecendo? Você precisa de um
médico?
Brooke cerrou os olhos e fez tudo ao seu alcance para calar as palavras
dele.
Isso provou ser uma tarefa e tanto, já que sua cabeça continuava
latejando e seu café da manhã ameaçava forçar a saída.
Mas ela tinha que ser forte, para manter suas palavras e seu interior
sob controle.
Eles eram distrações, obstáculos impedindo-a de fazer o que precisava
fazer.
E precisava respirar, apenas respirar.
JOSIAH

Por que ela não olha para mim? Josiah se perguntou enquanto olhava
para Brooke.
Ele suspeitou que algo estava errado assim que ela disse as palavras —
Por onde eu começo? — Seus braços começaram a tremer.
Josiah franziu a testa e estendeu a mão para tocar seu ombro. Mas
antes que ele pudesse alcançá-la, ela se afastou.
Agora ela estava sentada lá, em completo silêncio e perfeitamente
imóvel. E Josiah não tinha a menor ideia do que fazer.
— Brooke, o que há de errado?
Brooke balançou a cabeça.
— Certo, isso significa 'não, não há nada errado' ou...?
Cale a boca, idiota! —Ele se repreendeu.
Mas ele precisava saber. Ele não suportava não saber o que estava
destruindo Brooke por dentro.
Se ele soubesse, ele poderia fazer algo a respeito.
Buscar comida, remédio... dar um soco em alguém—ele gostou
especialmente da última ideia.
E isso o fez odiar a si mesmo.
Isso não é quem você é. Não mais.
Mesmo assim, ele queria agir. Mas até que ele soubesse o que a estava
atormentando, ele estava preso.
Josiah suspirou.
— Brooke, — ele implorou. — Por favor, me diga o que há de errado.
BROOKE

A aveia parou de atacar seus dentes e voltou para a segurança de seu


estômago. Ainda assim, Brooke sabia que estava longe de estar em perigo.
Ela tentou limpar sua mente, pensar sobre o que dizer.
Ela poderia mentir—dizer a ele que ela teve uma intoxicação
alimentar naquela manhã.
E se ele perguntasse o que era, ela queria dizer que poderia inventar
outra história.
Uma história que tinha muito menos chance de terminar com ele a
chamando de vagabunda.
Ele tinha sido tão bom com ela até aquele momento.
Mas, como sua mãe foi tão rápida em dizer a ela, os homens mentem.
Os homens podem alegar ser — totalmente a favor — da atividade
sexual feminina. Mas no momento em que ouvem falar do número de
pessoas com quem uma determinada mulher esteve, eles tiram o cartão
de vadia.
Mas não era isso que Brooke era. Mesmo que seu corpo tivesse sido
violado, ela ainda era virgem.
Quantos homens—quantas pessoas— nesta cidade pensavam nela
como nada mais do que uma vagabunda?
Ela não conseguia suportar a ideia de Josiah olhando para ela da
mesma forma que Ron, Lucas e até mesmo sua própria mãe olhavam.
Mas então outra voz falou no fundo de sua mente. Quase sussurrou,
mas sua mensagem era clara.
Se ele pensa em você dessa forma, ele não vale o seu tempo.
JOSIAH

Brooke o encarou bem nos olhos e, de repente, todos os vestígios de


dúvida desapareceram.
— Estou bem agora.
— Tem certeza? — Perguntou Josiah. — Se você sentir?
Brooke ergueu um dedo e Josiah ficou em silêncio enquanto se
inclinava para frente e entrelaçava os dedos.
Brooke inspecionou as tatuagens nos braços de Josiah, principalmente
a cascavel, antes de voltar o olhar para o rosto dele.
— Você se lembra daqueles caras que você deu uma surra ontem?
Josiah assentiu.
Como eu poderia esquecer?
— Eles estavam atrás de mim porque eu costumava sair com Ron, o
'líder'. Isso foi há muito tempo, mas não se você perguntar a ele.
Josiah inclinou a cabeça para o lado.
Brooke namorou aquele drogado fracassado?
O que diabos ela viu nele?
Brooke parecia saber que era isso que Josiah estava pensando, porque
ela se inclinou para frente e disse: — Nós nos conhecemos no colégio. Eu
era jovem. Ele também. Eu inventei desculpas para justificar o
comportamento dele.
Brooke olhou por cima do ombro de Josiah para evitar o contato
visual.
— Então, depois da formatura, ele começou a piorar. Ele começou a se
tomar agressivo. Grosseiro. Em vez de me pedir beijos, ele começou a
pedir punhetas. E mesmo que...
Ela fez uma pausa para respirar fundo. Era claramente uma história
difícil para ela contar. — —E mesmo que eu não me importasse de fazer
essas coisas em teoria, — Brooke continuou mantendo os olhos fixos nos
armários de arquivos, — odiei a maneira como ele me pressionou. É por
isso que tentei acabar com tudo.
Seu olhar voltou para o rosto de Josiah. 'Ênfase em tentei. Ele se
recostou na cadeira, temendo para onde a história estava indo. —
Estávamos em um bar, — Brooke continuou, suas palavras saindo rápido
agora, — um lugar pequeno que gostávamos de ir. Achei que se eu
terminasse com ele em público, ele ficaria menos propenso a surtar, ter
um acesso de raiva.
Ela distraidamente começou a esfregar os braços como se estivesse
com frio, fazendo com que o tecido em suas mangas fizesse barulho de
arranhões.
— Eu deveria saber que algo estava errado no momento em que ele
me pediu para explicar o porquê. Ron odeia quando outras pessoas falam
mais do que ele. Ele queria me distrair por tempo suficiente para...
Uma sombra passou por seus olhos e Josiah se pegou prendendo a
respiração, temendo o que ela diria a seguir.
— —Para colocar algo na minha bebida.
Josiah começou a ficar furioso.
Brooke olhou bem nos olhos dele enquanto esfregava os braços com
mais força.
— Não me lembro muito do que aconteceu depois disso. Apenas
muitas risadas, minhas bochechas ficando quentes. Mas em algum
momento, percebi que não estávamos mais sozinhos. Os amigos de Ron
estavam ao meu redor. E Ron me colocou de joelhos. Ele disse que todos
gostavam de mim, que eu deveria agradá-los.
Josiah apertou sua coxa, cravando as unhas nas pernas. Se não fosse
por sua calça jeans grossa, ele teria rasgado a pele.
Eu queria ter quebrado as costelas dele. Eu queria ter esmagado o crânio
dele.
Mas, acima de tudo, neste momento ele queria envolver Brooke em
um cobertor e escondê-la do mundo— Do tipo de homem que faria uma
coisa tão terrível.
Brooke parou de esfregar os braços e soltou um suspiro trêmulo. Ela
fechou os olhos e uma lágrima rolou por sua bochecha. — Quando dei
por mim, estava deitada na frente da minha casa com nada além de
calcinha. Fui à polícia e contei o que aconteceu. Eles chamaram Ron para
interrogatório e...
Ela se esforçou para pronunciar as próximas palavras.
— Nada. Ele saiu de lá impune.
A visão de Josiah estava distorcida de raiva. O lugar inteiro estava
tremendo.
Ou talvez fossem apenas seus punhos, que agora estavam cerrados
com tanta força que a cor havia sumido dos nós dos dedos. — Então sim.
É isso. É por isso que me chamam de BB. Brooke Boquete.
Josiah se levantou, agarrou uma cadeira e a jogou pelo salão.
BROOKE

Lá vamos nós, Brooke pensou com tristeza enquanto observava Josiah


virar as costas para ela.
Toda aquela esperança, todo aquele desejo que ele fosse diferente foi em
vão— — Eu deveria ter feito mais, — Josiah disse asperamente.
Brooke franziu a testa.
— Como assim?
— Ontem, quando briguei com Ron. Eu poderia ter feito mais. Depois
de ouvir o que ele fez com você...
Josiah cerrou os punhos e balançou a cabeça.
O calor ressoou por todo o corpo de Brooke.
— Então você não... você não me acha indecente?
Josiah se virou.
— Indecente?
Ele caminhou até onde ela estava sentada e caiu de joelhos diante
dela. — Indecente é o que eles fizeram com você. Mas de forma alguma
isso é culpa sua.
A frequência cardíaca de Brooke disparou.
Ela mal conseguia respirar quando Josiah pegou a mão dela. — Eu
nunca vou deixar algo assim acontecer com você de novo. Nunca.
Os olhos de Brooke se encheram de lágrimas.
Ela mal podia ver o homem à sua frente, o cavaleiro vestido de couro
que tinha cavalgado até a cidade em uma motocicleta e a fez se sentir
querida e respeitada.
Ela mal podia ver seu membro através de sua calça jeans apertada. E
naquele instante, ela percebeu que queria vê-lo por inteiro.
Ela agarrou seu rosto e esmagou seus lábios contra os dela.
Ele enrijeceu com seu toque inicial, sem dúvida chocado com a
intensidade de seu beijo, mas rapidamente respondeu na mesma moeda,
deslizando a língua em sua boca.
Brooke gemeu quando ele o fez, sufocando sua boca com outro beijo.
Ela se pressionou firmemente contra sua excitação, quando o calor de
seu núcleo começou a aumentar.
Mas antes de continuarem, Josiah pegou a mão dela.
— Eu não quero fazer nada que te deixe desconfortável.
Brooke sorriu e o beijou novamente, mas com muito mais delicadeza
dessa vez.
— Acredite em mim, eu não queria fazer nada assim há muito tempo.
Na verdade... há mais uma coisa que devo dizer a você.
— O quê? — ele perguntou, parecendo nervoso com o que poderia
ouvir.
— Eu nunca estive com um homem antes, — ela disse com
nervosismo.
— Você quer dizer que você é...
Ela assentiu. — Mas eu cansei de deixar o medo comandar minha
vida. Estou pronta para me abrir para um homem. Na verdade...
Ela se inclinou para trás e sedutoramente levantou a parte inferior de
sua camisa, revelando uma linha fina de pele lisa e macia.
— Eu quero passar a noite na sua casa.
Brooke registrou mentalmente a expressão de surpresa de Josiah. —
Minha casa?
— Se estiver tudo bem para você, — ela acrescentou. — Com minha
mãe em casa, não tem como fazermos o que tenho em mente.
Josiah considerou sua proposta e sorriu.
— E o que exatamente você tem em mente?
Capítulo 9
SOZINHOS JUNTOS
BROOKE

Quando Brooke disse a ele o que ela queria fazer naquela noite, ele
teria alegremente pulado o resto do dia e ido direto para seu quarto de
motel.
Mas então ela saiu de seu colo e o lembrou de que ele havia prometido
uma refeição a ela.
Além disso, o restaurante estava prestes a abrir e Promise e Terry
ainda estavam esperando do lado de fora.
— Uh, sim. Claro, — ele disse, antes de caminhar até a porta e chamar
seus amigos para dentro.
Ela pediu uma cesta de frutas e um copo d'água.
Depois da batalha sangrenta que ela acabara de lutar por dentro, ela
precisava de algo suave para ajudá-la a se acalmar.
Josiah, por sua vez, olhava para ela intensamente.
Seu olhar permaneceu em seus lábios enquanto tocavam a borda do
copo e traçavam sua garganta enquanto ela bebia.
Eles desceram tanto que pararam em seus seios.
Ele rapidamente desviou o olhar quando se pegou olhando para eles
por muito tempo.
Normalmente, Brooke odiava quando os homens olhavam para os
seus seios, mas ela sorriu ao ver este apreciando suas qualidades.
— Sua mãe não te ensinou a não fazer isso? — ela brincou, embora ela
não se importasse se ele tivesse continuado olhando.
Ele tentou se defender, mas nenhuma palavra saiu, fazendo-a rir.
— Pois é, Joey, — disse a mulher de cabelos verdes que Brooke vira do
lado de fora, se aproximando da mesa. — Você deveria saber disso.
Josiah riu enquanto balançava a cabeça e erguia as mãos em sinal de
rendição. — Desculpe, — disse ele com timidez.
— Promise, — disse a mulher, estendendo a mão para Brooke. — Esse
idiota e eu nos conhecemos há muito tempo.
— Brooke Mitchell, — Brooke respondeu, apertando sua mão. —
Josiah e eu nos conhecemos ontem.
Promise deu a Josiah um sorriso diabólico. — Então você está a fim
dela, hem?
Josiah se levantou da mesa. — Com licença. Tenho trabalho a fazer, —
disse ele, evitando a pergunta.
Quando ele se afastou, Promise deslizou para o assento em frente a
Brooke. — Eu não quis ser indelicada. Estou muito feliz que ele
finalmente parece gostar de alguém.
— Finalmente?
— O idiota não transa há muuuuuito tempo. Três anos para ser exata.
— É mesmo? — Brooke perguntou, mantendo a compostura.
Mas por dentro ela estava tonta— emocionada ao saber que se eles
fizessem sexo, seria importante para os dois.
— Eu não chamei você aqui para fazer um trabalho? — Josiah disse
para Promise do balcão.
Pela expressão em seu rosto, ele ouviu claramente o que ela disse e
não ficou feliz com isso.
Brooke lançou a ele o sorriso mais doce que conseguiu expressar.
Está tudo bem. Mais do que bem.
Sua raiva pareceu derreter no calor de seu olhar.
Promise se levantou e seguiu em direção aos funcionários, que tinham
acabado de chegar ao restaurante.
A essa hora da manhã, a equipe era Jem, Carol e o cozinheiro, James,
um homem magro com um bigode impressionante.
— Olá, pessoal! — ela gritou, batendo palmas. — Olhos aqui! Oi.
Então, eu sou Promise, a nova gerente. — Como vocês podem perceber,
Josiah e eu somos ambos membros de um clube de motociclistas, os Fury
Riders. E, antes que vocês perguntem, não, não vendemos drogas nem
manuseamos armas.
— Mas isso não significa que somos dóceis. Se cruzar nosso caminho,
nós iremos atrás de você. Me chamam de Promise —por um motivo.
Josiah sorriu para Brooke.
— Vamos. Vamos sair daqui.
Brooke assentiu e pegou a mão dele.
Juntos, os dois saíram do restaurante.
Vinte minutos depois, Josiah estacionou sua motocicleta em frente ao
motel, um prédio sujo de dois andares com um letreiro em néon
piscando na frente.
— Você escolheu o Bracketville Inn? — Brooke perguntou, arqueando
uma sobrancelha para Josiah.
— Eu fui chamado de última hora.
Era o que estava disponível, — disse Josiah, seu tom saindo um pouco
mais defensivo do que ele provavelmente pretendia.
Brooke balançou a cabeça, apreensiva.
— Há algum problema? — ele perguntou.
— É que... — Ela apontou pela janela para uma mulher loira e magra
sentada atrás da recepção. — Eu a conheço. Essa é a Jean. Na verdade, ela
é uma das minhas melhores amigas.
— Oh, você quer dizer oi?
— Não. Não, não, não.
Brooke e Jean haviam cursado o ensino médio juntas.
Ela e a outra amiga íntima de Brooke, Angie, tinham sido como irmãs
para ela, dando dicas sobre como se vestir e conversar com os meninos, e
oferecendo apoio emocional sempre que sua própria mãe não estava com
ela.
Brooke amava Jean. Mas até Brooke sabia que Jean adorava fofocar.
Se ela me vir, ela vai começar a espalhar boatos sobre mim e um
motociclista em um motel Brooke pensou. — Não precisamos passar pela
recepção para chegar ao meu quarto, — garantiu Josiah.
Mas então, os olhos de Jean saltaram de seu telefone e ela avistou
Brooke.
Jean acenou para ela com entusiasmo, apesar dos melhores esforços
de Brooke para se esconder atrás do corpo de Josiah.
Seu telefone tocou. Era uma conversa em grupo com Jean e Angie.
Jean: Estou vendo nosso pequena Brookie na garupa de uma
motocicleta com um verdadeiro Jean: Quem ele???

Angie: Sério, quem?

Angie: Quero detalhes.

Brooke: Mais tarde conto tudo. Não falem para ninguém, pfvr.
Brooke de repente sentiu calor sob a gola.
Eu não deveria estar aqui. Minha reputação já está bastante manchada.
Eu não preciso de mais pessoas pensando que eu sou uma vagabunda.
Ela lançou um olhar nervoso para Josiah, que deu a ela um sorriso sem
saber o que estava acontecendo, mas bem-humorado.
E de repente, a mente de Brooke se acalmou.
O que quer que a cidade pensasse dela não importava. Josiah estava
aqui. Ele a fazia feliz.
E ela iria seguir esse sentimento.
Ela não sentia felicidade há muito tempo.
JOSIAH

As luzes estavam apagadas e a TV desligada enquanto Brooke e Josiah


estavam deitados juntos na cama.
Josiah passou os dedos preguiçosamente pelos cabelos de Brooke. Ele
fechou os olhos e sentiu o cheiro dela.
Hoje era doce e frutado, alguma combinação de frutas cítricas e
menta.
Josiah adorava. Mas, mais do que isso, ele adorava a sensação de
Brooke ao seu lado.
Ele adorava a suavidade de sua pele, a pressão de outro corpo contra o
dele.
Estar com ela o lembrava de todas as manhãs em que ele acordou ao
lado de Misty, com suas costas e nádegas pressionadas contra ele.
Era algo de que sentia falta todas as noites quando ia dormir e em que
pensava com frequência sempre que estava sozinho.
Mas eu não estou sozinho, ele pensou.
Josiah sorriu e beijou levemente a testa de Brooke.
— É engraçado, — disse ele. — Ontem, você e eu queríamos sair daqui
o mais rápido possível. Mas ainda estamos aqui. Eu me pergunto se o
universo está nos dizendo algo.
— Talvez esteja, — disse ela antes de sorrir para ele com timidez.
— O quê? — Perguntou Josiah.
— Eu realmente quero ficar mais perto de você. Tudo bem?
— Hum, sim. Eu adoraria, — disse Josiah, tentando não parecer muito
ansioso.
Brooke rastejou para o colo dele e envolveu sua cintura com as pernas.
Ela se abaixou para tirar a camisa, mas Josiah gentilmente segurou
seus pulsos, mantendo-os no lugar.
— Até onde você realmente quer ir?
Brooke fez uma pausa e considerou suas palavras.
— Quero dizer, não me entenda mal. Não é que eu não queira, é que—
eu não sei se devo te dizer isso, mas você é a primeira mulher que me fez
e—bem, fez com que ele...
Ele gesticulou abaixo de seu cinto.
— ... se sentisse vivo desde Misty. Mas se você não estiver pronta, não
quero pressioná-la.
Ouvir isso fez os olhos de Brooke brilharem. Ela se inclinou e o beijou.
— Eu nunca planejei ir até o fim esta noite. — Ela abriu um sorriso. —
Mas eu agradeço por você dizer isso. Obrigada, Joey.
Uau. Apenas Promise e Misty me chamavam de Joey.
Mas cara, soa tão bem saindo da boca dela. Eu quero ouvi-la gemer meu
nome— — Sério, — acrescentou ele. — Se eu fizer você se sentir
desconfortável, fique à vontade para me bater.
— Você acha que eu poderia acabar com você?
— Tenho certeza disso, — disse ele, brincando, apertando o bíceps
dela. — Mostre sua posição de ataque.
Ela ergueu o punho e jogou-o de brincadeira no peito de Josiah.
— Você pode fazer melhor do que isso, — disse ele, segurando as mãos
dela.
— Posso?
Ela assentiu. Ele formou os punhos dela e os colocou na frente de seu
rosto.
— Você deve sempre manter o punho fechado aqui. Você precisa
proteger o ganha pão. — Ele piscou para ela. — Enquanto faz isso, mande
o outro para o ar, com toda a força que você tiver.
Ela esticou o braço novamente, mas soltou os dedos no último
segundo, colocando delicadamente a palma da mão aberta no rosto de
Josiah. — Você tem tanta força, — ele sussurrou.
— Não tenha medo de usá-la.
Sua outra mão ainda estava segurando o punho de Brooke.
Ele o guiou até suas partes.
Brooke soltou um suspiro quando Josiah hesitou acima da costura de
sua calcinha.
Ele não tinha estado tão nervoso para tocar uma mulher desde sua
primeira vez.
Josiah sabia que ele poderia querer ir mais devagar, mas os impulsos
crescentes contidos dentro de sua calça jeans diziam o contrário.
Ele respirou fundo para se acalmar e moveu os dedos sob o tecido, ao
longo de seu centro, que já estava úmido com seu néctar.
A sensação de sua umidade fez sua confiança—e sua ereção—crescer.
Ele brincou com seu sexo antes de deslizar o dedo indicador para
dentro, deslizando-o para dentro e para fora.
Josiah sorriu, saboreando a capacidade de dar prazer a ela.
Ele acrescentou o dedo médio à exploração de seu núcleo úmido.
Ele se virou e a beijou apaixonadamente, deslizando a língua dentro
de sua boca enquanto ela esfregava suavemente sua ereção através de sua
calça jeans.
Nenhum deles estava com pressa para a linha de chegada. Na verdade,
nenhum deles chegou lá.
Eles apenas saborearam uma exploração lenta e mensurada dos
corpos um do outro.
—Na eletricidade do toque de uma nova pessoa.
—Na sensação de segurança, finalmente, depois de muito tempo.
Com os membros emaranhados, seus medos foram dissolvidos nesta
intimidade pura e perfeita.
BROOKE

Brooke estava nas nuvens. Era como se a própria realidade tivesse se


tomado uma névoa dourada, como os primeiros raios de sol.
Era assim que o rosto de Josiah estava quando ela acordou na manhã
seguinte.
Era assim que os prédios e as árvores pareciam enquanto ele a levava
de volta para a casa dela.
E foi assim que a entrada da frente pareceu para ela quando ela abriu a
porta pela primeira vez.
Ela estava tão envolvida com suas memórias felizes da noite anterior
que não se preocupou em olhar para baixo.
THUMP!
— Ai! — Brooke exclamou, olhando para o que havia batido em seus
joelhos no segundo em que ela entrou na sala.
Lá, no chão, havia três caixas de papelão cheias de roupas. Mas não
qualquer roupa.
As roupas dela.
Brooke estreitou os olhos em confusão.
— O que?
— Suas coisas, — disse Brenda, entrando na sala pela cozinha.
Brooke balançou a cabeça.
— Não estou entendendo.
— Simples, — disse Brenda, olhando sua filha bem nos olhos. — Você
precisa ir embora. Esta casa não é lugar para vadias.
Capítulo 10
A REJEIÇÃO
BROOKE

Brooke não conseguia acreditar no que estava ouvindo.


— O que você disse? — ela perguntou, com a voz soando como pouco
mais do que um ruído rouco.
— Isso aqui não é um bordel, — Brenda repetiu, com seu olhar fixo e
seu tom de gelo frio. — Se você vai continuar saindo pela cidade com
cada homem que você vê, você não é bem-vinda aqui.
Brooke começou a ficar tonta. Havia um zumbido em seus ouvidos.
Em tomo dela, as paredes e o carpete começaram a escorrer juntos
como tinta úmida.
Brooke balançou a cabeça, forçando o zumbido a diminuir. — Olha,
mãe, não sei o que você ouviu, mas não é verdade.
— É mesmo? — Brenda perguntou, arqueando suas sobrancelhas. —
Então você não passou a noite no Bracketville Inn com aquele
motoqueiro?
As bochechas de Brooke queimaram. Ela abriu a boca, mas nenhuma
palavra saiu.
Ela não sabia o que dizer. E no fundo de sua mente, uma vozinha disse
a ela que não importava o que ela dissesse.
Sua mãe estava fora de alcance.
Era como quando Brooke tinha seis anos e perguntou à mãe por que
ela não tinha um pai como todo mundo.
Brenda deu uma resposta curta. — Porque eu não queria um marido.
— Mas por quê? — perguntou a jovem Brooke.
Isso provocou Brenda. Ela ficou tão chateada, tão furiosa, que deixou
Brooke sozinha em casa.
Por vários dias, Brooke teve que ficar com uma amiga.
Então, quando Brenda finalmente voltou, agarrou a filha pelos ombros
e disse: — Nunca me pergunte sobre isso de novo.
Brenda tinha a mesma expressão agora que quando disse à filha de
seis anos para não perguntar sobre o pai.
Foi um olhar que mostrou à Brooke que não havia nenhum
argumento com a sua mãe. Ela tinha se decidido.
— Sério, Brooke? Um motel sujo? Você não tem vergonha?
Lágrimas estavam se formando nos cantos dos olhos de Brooke.
— Mãe, eu não—Ele é um cara legal— estive esperando para conhecer
alguém como Josiah.
— O que você sabe sobre ele? Ele não é daqui.
— E daí? Os homens daqui são horríveis.
— Com a reputação que você está construindo, eles vão fugir para as
colinas de qualquer maneira.
Brooke respirou fundo. Ela não tinha contado a sua mãe sobre o que
aconteceu com Ron, mas ela poderia usar toda a empatia que pudesse
obter agora.
— Mãe—há algo que eu preciso dizer a você. Eu deveria ter te contado
antes....
— Não quero ouvir desculpas.
— Não é uma desculpa. Não me importo com o que os caras desta
cidade pensam de mim. Ron e seus amigos—eles se aproveitaram de
mim. Eles fizeram... coisas —comigo...
Brenda desabou em uma cadeira próxima.
— Coisas horríveis, — Brooke continuou.
— SAIA! — Brenda gritou tão alto que Brooke deu um passo para trás.
— Não quero ouvir sobre as situações em que você se meteu.
— Mãe, por favor. — Brooke se ajoelhou ao lado do assento de sua
mãe. — Não posso pagar um lugar para morar e pagar a faculdade.
— Bem, — Brenda disparou para ela, — vamos torcer para que seu
amigo motoqueiro seja mesmo um cara tão legal. Porque você é
problema dele agora.
— E daí?! Você quer que eu termine sozinha como você?
Por um momento, mãe e filha se entreolharam, ambas igualmente
dominadas pela dor.
— Bem, espero que você esteja feliz. — A voz de Brooke estremecia
enquanto ela falava. — Você finalmente está sozinha.
Brooke interrompeu o olhar, pegando as caixas e saindo pela porta.
Só quando já estava na metade da calçada, fazendo o possível para
evitar que as três caixas de papelão tombassem e despejassem suas coisas
na rua, foi atingida por todo o peso do que acabara de acontecer.
Minha mãe me expulsou e agora eu não tenho para onde ir, Brooke
pensou. Sou uma sem-teto.
Era uma ideia tão absurda, uma ideia tão ridícula que a fez querer rir.
E ela riu.
Ela riu tanto e tanto que teve que se sentar novamente, com medo de
deixar cair suas caixas.
E foi só então, quando ela se sentou à beira da rua, quando se
certificou de que nenhum dos poucos bens materiais que lhe restavam
tinha desaparecido, que ela chorou.
Eu deveria ter entrado naquele ônibus.
Mas era tarde demais para pensar nisso. Além disso, ela precisava
encontrar um lugar para passar a noite.
Ela pegou o telefone e procurou em seus contatos, finalmente
chegando ao nome de Angie.
Ao contrário de Jean, Angie sabia guardar um segredo. E ela nunca
julgava as pessoas. Por causa disso, Brooke a considerava sua melhor
amiga no mundo.
Brooke: Ei. Longa história, mas posso ficar na sua casa por um
tempo?

Brooke: Não para sempre, mas minha mãe acabou de me


expulsar Angie: Não acredito. Sinto muito, Brookie.

Angie: Cloro. Pode vir.


*
Brooke tocou a campainha de Angie uma vez. E então outra vez. — Só
um minuto! — uma mulher gritou de dentro de seu apartamento.
Houve um breve interlúdio em que tudo o que se podia ouvir eram
passos, e então Angie abriu a porta.
Ang estava vestida com uma camiseta rosa e calça de moletom, e seu
cabelo praticamente loiro platinado estava preso em um rabo de cavalo.
Ela sorriu quando abriu a porta pela primeira vez. No segundo em que
viu Brooke, as caixas a seus pés, os olhos vermelhos de tanto chorar,
Angie a puxou para um abraço.
— Oh, querida. Entre!
No balcão da cozinha, Angie serviu uma xícara de chá para Brooke.
— Fique o tempo que precisar, — disse Angie suavemente,
entregando-lhe o chá.
Brooke suspirou de alívio.
— Muito obrigada.
— Vai ser ótimo. Como as festas do pijama que costumávamos ter no
colégio, — disse Angie, esfregando as costas de Brooke.
Ela olhou para as caixas e balançou a cabeça em desgosto.
— Cara, Brooke, eu nunca quis dizer nada, puramente por respeito a
você, mas sua mãe está sendo uma verdadeira.
— Eu sei, — disse Brooke, suspirando. — Eu — Quero dizer, você é
uma mulher adulta! Você está fazendo faculdade, você nunca foi presa...
mas você decide passar uma noite na casa de um cara...
— E eu nem mesmo fiz sexo com ele! — Brooke entrou na conversa.
— Não que isso importasse se eu fizesse.
— E ela te expulsa? Isso é loucura!
Brooke apertou a xícara com tanta força que os nós dos dedos ficaram
brancos.
— Que tipo de mãe faz isso? Quero dizer, o que há de errado com ela?
Ambas ficaram em silêncio enquanto pensavam na situação. Angie foi
a primeira a falar.
— Eu acho que você deveria contar ao seu amigo motoqueiro.
Brooke balançou a cabeça enfaticamente. — De jeito nenhum! Eu o
conheço há dois dias. Não posso simplesmente ir até ele e dizer: — Ei,
minha mãe me expulsou por sua causa. Por favor, me acolha Angie
entendeu, olhando para sua xícara, observando os redemoinhos de vapor
subindo de dentro dela, e suspirou.
— Bem, se você não vai falar com ele, pelo menos fale com o Sr.
Morgan.
— Sr. Morgan? — Brooke perguntou, franzindo as sobrancelhas.
O Sr. Morgan era o chefe dela, o dono da loja de ferragens local.
— Claro! — Angie sorriu. — Ele e sua mãe se conhecem há muito
tempo. Se alguém pode te dizer qual é o problema dela, é ele.
Brooke considerou essa sugestão. Fazia sentido.
O Sr. Morgan parecia saber tudo sobre todos em Bracketville—quem
estava tendo um caso, quem estava com problemas financeiros.
Talvez ele soubesse o que ela deveria fazer.
Brooke assentiu. — Eu acho que você está certa.
JOSIAH

— Então, por que você me ligou aqui? — Josiah perguntou,


carrancudo.
Ele e Promise estavam no escritório nos fundos do Restaurante Rose's.
Promise havia esvaziado o cofre e todos os armários de arquivos, e
agora os documentos estavam espalhados por toda parte. — Bem, —
disse Promise, pegando uma pasta preta, — eu estava revisando os livros
contábeis ontem e encontrei algo estranho.
— Estranho como? — Josiah perguntou, inclinando-se para a frente
em sua cadeira.
Promise apontou para um livro-razão específico.
— Nos últimos seis meses em que Marg esteve no comando, ela
enviava dinheiro para um lugar na Flórida— Empório de Frutos do Mar
Rocky's.
Josiah encolheu os ombros. — Isso é um restaurante. Ela
provavelmente estava encomendando peixe?
Promise franziu os lábios.
— Mas essa é a questão, o Restaurante Rose's não serve peixe.
Ela deixou suas palavras pairarem no ar. Josiah recostou-se na cadeira,
considerando as implicações do que acabara de dizer.
— Então, ou aqueles peixes nunca chegaram ou...
— Ou o Empório de Frutos do Mar Rocky's é uma empresa de
fachada, e alguém estava desviando dinheiro.
Josiah soltou um suspiro longo e perturbado.
Ele se levantou e caminhou pela sala.
Quem estaria roubando este pequeno restaurante familiar?
Quando eu descobrir...
Suas mãos cerradas em punhos.
— Você tem alguma ideia de quem pode ser o responsável? — Promise
perguntou, largando a pasta e ficando ao lado de Josiah.
Josiah balançou a cabeça.
— Não, — disse ele. — Os Tuckers eram duas das pessoas mais doces e
generosas que eu já conheci. Não consigo imaginar ninguém querendo
fazer mal a eles ou...
Ele parou no meio da frase. Promise franziu a testa.
— O que foi? O que há de errado?
Josiah tinha um olhar mortal em seus olhos.
Ele sabia quem estava roubando dos Tuckers. Havia apenas um
homem que poderia ter algum rancor.
Só poderia ser alguém que sentiu que os dois o tinham prejudicado,
talvez até o enganado.
Alguém que ficou de fora de seu testamento e que acreditava ter
direito a uma parte do dinheiro.
Mas se aquele ladrão quisesse outro centavo do Restaurante Rose's, ele
teria que enfrentar Josiah.
Eu o desafio a tentar.
*
Marg: Andrew. Aqui é a Marg.

Andrew: O que foi?

Andrew: Por quê?

Marg: Você tem que voltar para Bracketville.

Marg: É seu cunhado. Ele está roubando o que é seu por direito.
Capítulo 11
O FILHO REBELDE
JOSIAH

O fato de Andrew estava roubando do Restaurante Rose's, de seus


próprios pais, significava que Brooke não era a única razão para Josiah
ficar.
Agora que Josiah era o dono do Rose's, também havia o perigo de que
esse esquema de desvio pudesse acabar sendo imputado a ele se não
agisse rápido.
De jeito nenhum.
Isso era urgente e exigia toda a sua atenção.
Ele agradeceu a Promise por sua ajuda e disparou de volta para o
Bracketville Inn para fazer o checkout.
O gerente, um homem magro e careca com um sorriso desesperado e
mãos suadas, perguntou-lhe como tinha sido sua estadia.
Josiah estava muito irritado para se lembrar de suas técnicas de
controle da raiva.
— Horrível. O ar-condicionado não funcionava. O carpete cheirava a
morte. A água da pia era marrom.
— Oh, — disse o homem, contorcendo seu rosto se em uma careta. —
Bem, guarde algo para sua avaliação do Yelp.
Josiah colocou o dinheiro no balcão e correu para a porta enquanto o
homem gritava atrás dele.
— Mas, na verdade, por favor, não escreva uma avaliação. Está bem?
Obrigado por ficar no Bracketville Inn!
Assim que saiu, ele entrou na internet e reservou um aluguel
temporário por algumas semanas.
Um com mais espaço, ar-condicionado funcionando, um carpete que
não cheirava a morte, —ou tivesse qualquer cheiro—móveis novos e, o
melhor de tudo, água cristalina.
*
Josiah foi até sua nova casa, desempacotou suas coisas e começou a
fazer flexões ao pé da cama king-size.
Cinquenta e sete, cinquenta e oito, cinquenta e nove, ele contou,
soltando respirações curtas e rápidas toda vez que ele descia.
Gotas de suor se materializaram em sua testa e rolaram por seu rosto.
Cada vez que pensava em Andrew, em seu esquema, ele grunhia e
canalizava sua frustração para o treino.
Ele aumentou a velocidade. Fazendo seus movimentos com mais
força. Foi a liberação perfeita para sua frustração crescente.
Depois de esgotar a energia e a raiva, Josiah se sentou. Ele inspecionou
seu novo apartamento, pré-mobiliado e com todas as comodidades mais
modernas.
Ele pensou em Brooke.
Ele a imaginou deitada em sua cama king-size. Ele a imaginou abrindo
um sorriso tímido antes de tirar as roupas em um strip-tease lento e sexy.
Era uma imagem tão tentadora que mexeu com sua masculinidade.
Eles estiveram juntos apenas algumas horas atrás, mas Josiah sentia
falta dela.
Ele sentia falta de como ela sempre cobria a boca quando ria. Ele
sentia falta do jeito que seus olhos castanhos Ele sentia falta de como ela
sempre cobria a boca quando ria. Ele sentia falta do jeito que seus olhos
castanhos brilhavam sempre que ela falava sobre lugares distantes.
E, acima de tudo, ele sentia falta da maneira como ela o fazia se sentir
inteiro novamente.
Josiah suspirou melancolicamente e pegou o telefone.
Josiah: Ei! Adivinha quem acabou de alugar um apartamento
novo e chique?

Brooke: Ooh, não faço ideia. Robert Downey Jr? ;) Josiah: Não
exatamente. Mas este lugar parece bom o suficiente para Tony
Stark.

Brooke: Que legal!

Josiah: Quer vir aqui?

Brooke: Sim, mas agora não. Tenho algo importante para fazer.

BROOKE

Esta não era a primeira vez que Brooke esteve no escritório do Sr.
Morgan.
Afinal, ela trabalhava em sua loja de ferragens desde o último ano do
colégio, e ainda trabalhava nos fins de semana.
Na verdade, ela estava sentada no local exato onde o Sr. Morgan
realizou sua entrevista de emprego, mas desta vez, ela estava se
preparando para fazer as perguntas.
Ela respirou fundo e olhou para o outro lado da mesa onde o Sr.
Morgan estava sentado.
O Sr. Morgan estava na casa dos cinquenta, com cabelo preto e uma
barba grisalha.
Seus lábios geralmente se curvavam em um sorriso, mas sempre havia
uma qualidade triste nisso, como se a faísca de alegria que animara sua
juventude tivesse desaparecido.
Seu escritório era vazio, exceto por sua mesa, o bonsai que ele
mantinha em cima dela e a pintura do Monte Fuji pendurada na parede
atrás dele.
Brooke ficou maravilhada com esses dois últimos artefatos, pois eles
sugeriam que ele havia explorado um mundo fora de Bracketville.
Mas quando ela perguntou a ele onde ele os conseguiu, esperando
ouvir uma história elaborada sobre suas viagens pela Ásia, ela se
decepcionou.
Ele simplesmente os comprou pela internet.
— Mas eu sempre quis ir para o Japão — ele disse, com os olhos um
pouco embaçados. — Nunca tive a oportunidade.
Ela reconheceu uma alma familiar nele. Mas a união por sonhos de
escapar de Bracketville teria que esperar. Naquele momento, ela tinha
um trabalho a fazer.
— Sr. Morgan, — disse ela, mantendo a voz calma e firme, — não sei
se é apropriado para lhe dizer, mas minha mãe me expulsou esta manhã.
— O quê? — Sr. Morgan perguntou, carrancudo com preocupação.
Brooke assentiu.
— Ela não aprova o homem com quem estou saindo e disse que não
sou mais bem-vinda em casa.
O Sr. Morgan suspirou.
— Brenda, Brenda, Brenda. O que você fez?
— Sempre soube que ela tinha problemas com homens, — afirmou
Brooke. — O que eu nunca entendi é por quê?
— E os homens são tão repugnantes para ela que ela está disposta a
me expulsar porque eu me interessei por um?
— Eu esperava que você pudesse me falar sobre isso, já que, bem, você
a conhece há muito tempo.
O Sr. Morgan sorriu com tristeza. — Oh, acho que posso.
Brooke se inclinou para frente com expectativa. O Sr. Morgan
suspirou e olhou para longe. — Você sabia que ela foi casada uma vez?
Brooke piscou confusa.
Minha mãe?
Casada?
Impossível.
— Não. — Brooke balançou a cabeça, ainda incapaz de processar a
bomba que o Sr. Morgan acabou de lançar. Ele soltou uma risada.
— Bem, acontece que, — ele disse. — Depois do que ela passou,
qualquer um iria querer enterrar o passado. Mas você tem idade
suficiente para saber a verdade.
— Com quem ela era casada? — Brooke perguntou, ainda se
recuperando do fato de que sua mãe irracional e inimiga dos homens
tinha sido na verdade esposa de alguém.
— Meu irmão, Marvin, se você pode acreditar, — explicou o Sr.
Morgan. — Todos nós nos conhecíamos durante a nossa infância.
Marvin, bem, ele costumava provocá-la. Intimidá-la, na verdade. — Mas
assim que a puberdade chegou e sua mãe cresceu, ele começou a pensar
diferente.
Brooke revirou os olhos. Isso soava exatamente como os homens em
Bracketville. Ou homens em geral.
— De qualquer forma, — o Sr. Morgan continuou, — eles namoraram
e se casaram logo após o colegial. Mas não acabou bem. Veja, sua mãe
descobriu que Marvin estava a traindo com...
Ele parou e respirou fundo para se preparar.
Brooke percebeu pela expressão em seu rosto que as palavras eram
como vidro quebrado em sua boca.
— —Ele estava a traindo com minha namorada, Alison.
Brooke cobriu a boca de horror.
O Sr. Morgan assentiu.
— E o que toma tudo ainda pior é que ela os pegou em flagrante. Bem
na mesa da cozinha dela, de acordo com os boatos.
Brooke estremeceu, imaginando como deve ter sido para sua mãe
voltar para casa e ver seu marido com outra mulher.
Era um pensamento horrível e revoltante. Brooke podia sentir seu
próprio temperamento subindo.
— Sua mãe foi atrás dele com uma faca. Ninguém se machucou,
felizmente, mas nada poderia salvar seu casamento depois disso.
Brooke se recostou na cadeira, digerindo tudo o que o Sr. Morgan
acabara de lhe dizer. Ela balançou a cabeça.
— Então é por isso que ela tem tal complexidade com os homens?
Porque um homem a machucou?
Brooke teve que admitir que a explicação fazia sentido. Sua mãe
nunca confiou em uma alma.
Ela cuidou de si mesma e de Brooke, e manteve todos os outros a
distância.
Agora, ela até afastou a própria filha.
— Pense nisso do ponto de vista dela, — disse o Sr. Morgan,
levantando-se de trás de sua mesa.
— Ela perdeu a primeira pessoa que amou. Meu palpite é que ela
provavelmente quer protegê-la contra esse tipo de dor. Porque é brutal.
Brooke franziu a testa. Ela se sentiu mal por sua mãe. E pelo Sr.
Morgan.
Mas isso não significava que ela iria perdoá-la fácil assim—não depois
do que ela fez.
JOSIAH

— Josiah! — Lucas Lawson gritou, fazendo o possível para esconder a


garrafa de uísque que estava bebendo na gaveta da escrivaninha.
Josiah fingiu não notar. Afinal, fazia apenas dois dias desde que ele
tinha intimidado seu novo advogado diretamente.
Levaria mais tempo para o garoto exorcizar completamente seus
demônios.
Lucas fez o possível para ficar apresentável, ajustando a gravata e
entrelaçando os dedos.
Quando ele achou que se parecia suficientemente com — um
advogado, — ele pigarreou e se dirigiu a Josiah.
— O que, hum, o que posso fazer por você?
Josiah entregou-lhe a pasta preta que Promise havia mostrado antes.
— Eu preciso que você dê uma olhada nisso.
— O que é? — Lucas franziu a testa, abrindo a pasta.
— Os livros contábeis do Restaurante Rose's. Notei algumas
irregularidades, principalmente em relação a um certo 'Empório de
Frutos do Mar Rocky's'. Acho que é uma empresa de fachada que alguém
está usando para roubar uma parte dos lucros.
— Uau, — disse Lucas, olhando para seu cliente com os olhos
arregalados. — Tem alguma ideia de quem?
— Meu palpite é Andrew, filho do Sr. e da Sra. Tucker. Seu pai me
disse que eles mudaram o testamento para que ele não recebesse nada.
Talvez isso fosse vingança.
Lucas se recostou e refletiu sobre as palavras de Josiah.
— Não, — disse Lucas, balançando a cabeça. — Isso não bate.
— O que você quer dizer? — Josiah franziu a testa, inclinando a cabeça
para o lado.
— De acordo com este documento, os pagamentos ao Rocky's vêm
sendo feitos há vários meses, muito antes da morte da Sra. Tucker. — Ela
só mudou seu testamento para deixar o Rose’s para você recentemente.
Alguns dias antes de ela falecer, na verdade.
— Então, — disse Josiah, sentando-se em frente a Lucas. — A receita
federal não pode me responsabilizar por isso, certo?
— Não com esses registros.
— Ótimo, — disse Josiah.
Um problema resolvido.
Mas havia outro problema em questão.
— Então, Andrew não sabe que não recebeu nada?
Lucas balançou a cabeça. — Não tenho certeza. Acho que não.
Josiah fez uma careta, quando um pensamento entrou em sua mente.
— O que vai acontecer quando ele descobrir?
Um olhar sério tomou conta do rosto de Lucas enquanto suas
bochechas empalideciam. Ele então pegou sua garrafa de uísque e a
deslizou pela mesa.
— Aqui, — disse ele, — você vai precisar disso mais do que eu.
— Por que você precisa disso no trabalho? — Josiah zombou.
— Ei cara, eu consegui trabalhar, não foi? Uma vitória de cada vez.
Lucas sorriu para ele e, pela primeira vez desde que o conheceu, Josiah
estava inclinado a sorrir de volta.
Uma tempestade estava se formando, e ele precisava de alguém que
pudesse ficar do seu lado—até mesmo Lucas Lawson.
Capítulo 12
UM LUGAR PARA FICAR
ANDREW

— Abra! — Andrew gritou, dando três batidas fortes na porta de Marg.


Ele não se importou que fosse tarde, ou que os vizinhos pudessem
ouvi-lo.
Esta mulher, esta mulher preguiçosa, desmiolada, de cidade pequena,
não conseguiu manter o dinheiro entrando.
Ela certamente não estava prestes a receber qualquer gentileza dele.
Andrew bateu com força o punho contra a porta, machucando a mão
no processo.
— Ai! Filho de uma…
Ele bateu na porta novamente, rangendo pela dor.
Ele tentou ligar para Marg no telefone várias vezes mais desde que ela
deu a notícia, mas ela o estava evitando.
Talvez ela tivesse se tomado mais leal a seus pais cleptomaníacos do
que ele pensava.
Ou talvez Josiah Anderson a tivesse convencido primeiro.
Josiah.
O nome por si só era suficiente para fazer seu sangue ferver.
Ele enganou sua irmã para que se casasse com ele, e então, depois de
ter tirado completamente todo o seu bom gosto e respeitabilidade, ele a
matou.
Não foi ele quem puxou o gatilho. Algum outro motoqueiro tinha
executado a ação.
Ele foi atrás de Josiah uma noite, atirou nele, e então Misty salvou seu
marido inútil levando a bala em seu peito.
Ele a matou expondo-a a um estilo de vida perigoso, cheio de crime e
violência.
Se ela nunca o tivesse conhecido, ela estaria viva. E por isso, Andrew
nunca perdoaria Josiah.
Josiah fingiu estar chateado, fingiu mostrar culpa. Mas não havia nada
que ele pudesse dizer ou fazer para trazer de volta a irmãzinha de
Andrew.
Se Andrew pudesse, ele levaria Josiah para trás do tribunal e colocaria
uma bala em sua cabeça.
Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, um jovem de
aparência ríspida, com barba e um curativo na mão, abriu a porta.
Andrew o reconheceu. Ele era filho de Marg. Eles não se viam há anos,
e o tempo certamente não ajudou nenhum deles.
— Ron, — disse Andrew, escondendo o punho latejante atrás das
costas.
— Andrew Tucker? O que aconteceu com você?
No colégio, Andrew era um corredor excepcional—cem quilos de
músculos americanos.
Mas agora, depois de uma década de bebedeiras e bufês que se podem
comer à vontade em South Beach, bastava bater à porta para que ele
ficasse com hematomas e sem fôlego.
Andrew ignorou sua pergunta. Ele não tinha tempo para conversar. —
Eu preciso falar com sua mãe.
*
Exatamente como Andrew suspeitava, Marg estava de braços
cruzados, assistindo TV e tomando uma garrafa de bebida.
Típico, ele pensou com desgosto, parando na frente da tela, obstruindo
sua visão de The Bachelor.
— Ei! — Marg protestou. — Eu estava assistindo.
— Que pena, — disse Andrew.
Marg suspirou exasperada.
— Ei, não se irrite comigo. Fui eu que te mandei uma mensagem.
— Sim, — Andrew riu. — Você me mandou uma mensagem dizendo
que não seria mais capaz de fazer seus pagamentos. E que Josiah herdou
o que era meu por direito.
— Quando eu te procurei e gentilmente incluí você no meu plano,
você disse que tomaria conta das coisas em Bracketville. Você está
começando a ver por que não estou muito feliz de estar aqui?
— Como isso é minha culpa? — Marg gritou. — Oh, eu não sei, Marg,
— Andrew disparou de volta, aumentando sua voz tanto quanto ela.
— Quando Tony Gordo mandar alguns 'cobradores de dívidas' para
minha casa e pedir seu dinheiro, vou me certificar de explicar a eles
exatamente como a culpa é sua!
— Porque eles estão vindo. Aposto que eles estão me seguindo até
Bracketville agora, e vou mandá-los direto para a sua porta.
— Deixe-a em paz, cara, — Ron rosnou, parando ao lado de sua mãe.
— Ou o quê? — Andrew riu. — Você vai fazer algo sobre isso?
— Sim, — disse Ron.
Talvez fosse a franqueza dessa afirmação ou as muitas cicatrizes que
ele tinha no rosto e antebraços, mas Andrew percebeu que aquele
homem estava falando sério.
Então ele se calou e desviou o olhar.
— Vocês dois terminaram? — Marg perguntou, pousando sua bebida.
Andrew e Ron se entreolharam, mas assentiram.
— Bom, — disse Marg, levantando-se. — Porque precisamos resolver
isso juntos. Estou sem emprego e você sem dinheiro.
— E ele está tentando roubar minha garota, — Ron interrompeu.
— Você está falando sério? — Andrew disse, voltando sua atenção para
Ron.
Ron assentiu. — Ele me atacou quando eu estava falando com ela.
Começou uma briga.
Andrew começou a suar.
Aquele canalha ganancioso tinha que ir. Agora. Andrew não conseguia
suportar a ideia de ele ficar por ali por mais um segundo.
— O que nós vamos fazer? — perguntou Ron.
Andrew olhou para Ron. E então Marg.
Então este é o meu exército?
Eles não eram os mais fortes e nem de longe os mais espertos, mas
estavam com raiva. E, o mais importante, eles estavam prontos para
seguir o comando de Andrew.
— Gente, — ele disse, enquanto um sorriso perverso se espalhava por
seu rosto.
— Eu tenho um plano.
BROOKE

O queixo de Brooke caiu quando ela viu o novo apartamento de


Josiah.
— Você gostou? — ele perguntou, sorrindo da porta.
— Se eu gostei? — ela disse, examinando o teto alto, a enorme lareira
a gás e a tela plana montada na parede. — Eu amei!
Ela se jogou na cama king-size, deixando escapar um suspiro de
satisfação. Josiah riu antes de se sentar ao lado dela.
— Muito bom, não é? Muito melhor do que aquele quarto de motel
em que eu estava hospedado.
— MILHÕES de vezes melhor. — Brooke balançou a cabeça.
— Que bom que você gostou, — disse Josiah.
Ele examinou a sala, com um sorrisinho satisfeito no rosto, mas então
ele teve um pensamento que fez sua expressão ficar sombria.
— O que foi? O que há de errado? — ela perguntou, percebendo a
mudança repentina e rastejando até ele. — Nada, é que...
Ele a olhou nos olhos e torceu os lábios. — Não vou conseguir
aproveitar por muito tempo.
Brooke sentiu seu sangue gelar. — O que você quer dizer com isso?
— Eu tenho que sair da cidade.
Ela sabia o que sua mãe diria neste momento. Alguma versão de — Eu
avisei.
Ela pigarreou e perguntou: — Bem, então por que você alugou este
apartamento se não ia ficar?
Josiah sorriu e pegou uma das mãos de Brooke. — Eu vou ficar. Só
preciso voltar para casa para pegar roupas novas. Além disso, nosso clube
tem uma reunião anual de finanças. Mas são apenas alguns dias.
— Oh, — ela disse, fazendo o seu melhor para esconder seu alívio. Ela
não fez um trabalho muito bom, pois Josiah ergueu as sobrancelhas e
perguntou: — Espere, você achou que eu iria embora para sempre?
— Não, — disse Brooke, corando e batendo nele com um travesseiro.
— Cale a boca!
— AH! Calma! Eu só estava pegando no seu pé. Claro, eu não vou te
deixar para sempre. Eu gosto muito de você para isso.
Brooke sorriu e o beijou.
— Obrigada. Eu meio que também gosto de você.
— Meio que? — Josiah riu.
— Oh sim. — Brooke sorriu, posicionando as pontas do polegar e do
indicador direitos a apenas alguns milímetros de distância. — Só um
pouco. Tipo assim.
Josiah deu uma risadinha.
— Bem, fico feliz em ouvir isso, porque eu estava prestes a dizer, fique
à vontade para ficar aqui enquanto eu estiver fora.
Demorou um pouco para que suas palavras fossem totalmente
registradas na mente de Brooke.
— Espere, está falando sério?
— Sim! — Josiah disse, puxando um molho de chaves reserva. — Seria
um desperdício ficar vazio. Além disso, eu sei que você não se dá muito
bem com sua mãe. Então...
À menção de sua mãe, Brooke sentiu as feridas desta manhã
reabrirem.
— Eu sinto muito. Eu disse algo errado? — Não, eu só…
Brooke fechou os olhos e respirou fundo. — Esta manhã, minha mãe e
eu brigamos. Ou, para ser mais precisa, ela tentou me difamar e me
expulsou de casa. — O QUÊ? — Josiah exclamou, levantando-se em
estado de choque. — Eu não queria dizer nada, porque acabamos de nos
conhecer e...
— Aw, meu amor, — ele disse, envolvendo-a com seus enormes braços
cobertos de tatuagens.
E embora estivesse à beira das lágrimas, sabendo que sua própria mãe
não a queria, Brooke se pegou sorrindo.
Ela fechou os olhos, respirou o almíscar rico e masculino de Josiah e
suspirou.
Mais uma vez, este homem, este estranho alto e bonito, a
surpreendeu. Ele a fez se sentir segura e amada.
Amada?
Os olhos de Brooke se abriram. Não, não poderia ser isso. Poderia?
Josiah se afastou e segurou seu rosto com as duas mãos.
— Escute. Eu gosto muito de você. E você já confiou muito em mim.
Jamais sinta que precisa esconder algo de mim.
Josiah estendeu a mão e puxou-a para um beijo longo e apaixonado.
Brooke sentiu a temperatura na sala subir enquanto suas bocas se
chocavam.
Ela mordiscou seu lábio inferior entre os dentes e o colocou em sua
boca enquanto sua língua traçava seu arco do Cupido.
Enquanto ela continuava a chupar seu lábio macio, uma ideia a
atingiu.
Ela se afastou, o que provocou um desapontado ‘aw’ de Josiah.
— Você fez tantas coisas maravilhosas por mim nos últimos dias, —
disse ela, segurando a mão dele contra o peito. — E eu quero retribuir a
você.
— Como você planeja fazer isso? — ele disse com um sorriso tímido.
O frio na barriga ameaçou desequilibrá-la quando Brooke deslizou
pelo torso dele e ficou de joelhos até ficar no nível dos olhos dele. — Você
verá, — disse ela, com a mão ligeiramente trêmula quando ela alcançou o
zíper de sua calça.
Capítulo 13
O NOVO EMPREGO DE BROOKE
JOSIAH

Josiah não conseguia acreditar no que via.


Brooke Mitchell, a bela loira de quem ele passou a gostar tanto em
apenas alguns dias, estava de joelhos, desabotoando sua calça jeans.
Seus lábios rosados e carnudos estavam ligeiramente separados, e
enquanto ela tirava suas calças, ele podia sentir seu hálito, quente e
úmido, em sua ereção.
Um arrepio, mais como um estremecimento, percorreu a espinha de
Josiah, e ele se viu a respirar devagar, trêmulo e a fechar os olhos.
Assim que entrou na escuridão, Josiah viu um flash do rosto de Misty
e sentiu uma pontada familiar de culpa por não merecer o prazer que
estava prestes a receber.
Mas seus olhos se abriram quando uma imagem diferente entrou em
sua mente.
Uma imagem terrível.
Aquele monstro, Ron. Seus cinco amigos. O que eles fizeram com ela...
Ele tentou tirar a imagem de sua mente, mas não conseguia.
Ele precisava que Brooke soubesse que ele estava disposto a levar as
coisas tão devagar quanto ela precisava.
E assim, embora todos os receptores de prazer em seu corpo
implorassem para que ele cedesse à tentação, Josiah gentilmente segurou
os pulsos de Brooke antes que ela pudesse puxar seu membro para fora
da cueca. — Pare, — ele pronunciou com uma voz suave, mas firme.
BROOKE

Brooke adorava como Josiah ficava quando estava nervoso.


Mas esse olhar que Josiah estava dando a ela agora ia além do
desconforto. Parecia-se mais com o medo.
Suas sobrancelhas estavam franzidas, seus lábios cerrados e seus olhos
não transmitiam nada além de preocupação.
— Algo errado? — ela perguntou.
— Não, não! — Disse Josiah, balançando a cabeça e ajoelhando-se
para que os dois pudessem se olhar nos olhos. — Bem— eu só...
Ele procurou as palavras adequadas. — Estou disposto a esperar o
tempo que você precisar para estar pronta.
Brooke sentiu uma brisa quente de afeto pelo homem ajoelhado
diante dela subir em seu peito.
Ela estendeu a mão e acariciou a bochecha de Josiah. — Obrigada, —
ela disse, — mas, acredite em mim, está tudo bem. Eu quero fazer isso.
Eu quero te agradar.
— Tem certeza? — ele perguntou.
Ela assentiu ansiosamente.
Ele sorriu. — Tudo bem, — disse ele, levantando-se e sentando-se na
beira da cama. — Mas, como eu disse antes, você pode parar a qualquer
momento.
Brooke rastejou até que seu rosto ficasse aninhado entre as pernas
dele. Ela lançou um olhar rápido para ele antes de abrir o zíper e libertar
sua masculinidade.
Brooke inclinou a cabeça para o lado e admirou o membro grande,
grosso e cada vez mais duro em suas mãos.
E apesar de todas as suas dúvidas, apesar da enxurrada de memórias
que ameaçava afogá-la, Brooke sorriu. Parecia delicioso.
Ela respirou fundo, fechou os olhos, abriu os lábios e engoliu seu
órgão latejante.
Um gemido de prazer escapou da boca de Josiah, e Brooke se viu
sorrindo ao redor de seu membro.
Ela moveu a língua da base do eixo até a cabeça, circulando
lentamente em tomo das curvas e ranhuras de sua parte mais sensível.
Ele passou os dedos pelo cabelo dela enquanto ela formava um círculo
apertado com os lábios e começava a mover-se para cima e para baixo em
seu eixo.
Lentamente no início, e então aumentando em velocidade conforme
cada músculo de seu corpo começava a se contrair.
Eu quero que ele goze na minha boca, ela pensou, querendo
compartilhar cada momento de sua gratificação, lamber cada gota de
aprovação.
Ela começou a roçar as unhas ao longo de suas coxas e sob seus sacos
macios, segurando-os suavemente com a mão livre.
Brooke respirou fundo novamente e, em seguida, lenta e
cuidadosamente, desceu por todo o comprimento de seu eixo.
Ela saboreou a sensação de ter seu pênis inteiro em sua boca, de sentir
cada batimento cardíaco pulsando em sua cabeça.
Ela estava de boca cheia.
Acima dela, Josiah soltou um grunhido desesperado, quase de dor.
— Estou quase, — ele pronunciou através de outro gemido.
Brooke colocou os braços em volta da cintura dele, mantendo seu
membro no lugar enquanto esperava ansiosamente seu clímax.
Não demorou muito.
Seu pênis se contraiu dentro de sua boca, enchendo-a com seu
esperma. Brooke com certeza engoliria tudo.
Assim que ela fez isso, ela deixou seu membro grosso sair de sua boca.
Ela sorriu para Josiah, que estava perdido no rescaldo de um orgasmo
poderoso.
— Oh, amor, — disse Josiah suspirando. — Isso foi incrível. Vou sentir
muito a sua falta nos próximos dias.
Brooke riu e rastejou na cama ao lado dele.
— Bem, então volte logo, — ela disse, dando um beijo rápido em seus
lábios.
*
— Ei! — Jean e Angie chamaram Brooke quando ela entrou na loja de
ferragens.
Brooke suspirou e revirou os olhos.
Ela amava Jean, mas considerando que sua mãe a expulsou porque
Jean contara a todos na cidade sobre ela e Josiah, ela não estava se
sentindo particularmente amigável com ela neste momento.
— Olá para você, — Brooke bufou para Jean, antes de sorrir para Angie
e sentar-se atrás da caixa registradora.
— Aw, — disse Jean, aproximando-se e apoiando os cotovelos no
posto de Brooke. — Isso é porque sua mãe descobriu sobre seu novo
amigo motociclista?
— Você quer dizer que descobriu e depois me expulsou de casa? —
Brooke perguntou. — Sim.
— Espere... Você está falando sério?
— Muito sério, — respondeu Angie, aproximando-se delas. — Ela veio
até minha casa ontem, perguntando se poderia ficar comigo.
Jean deu uma cotovelada em Angie. — Por que você não me contou?
— Porque não sou fofoqueira como alguém que conheço.
Brooke não gostava de se considerar uma sádica, mas não podia negar
que a expressão de dor e horror contorcendo as feições de Jean lhe deu
uma verdadeira sensação de prazer. — Oh meu—! Eu sinto muito! Eu
não sabia. — Jean agora tinha lágrimas se formando nos cantos dos
olhos. — Ei, está tudo bem, — disse Brooke suavemente.
— Tenho certeza de que ela teria descoberto de alguma forma. É uma
cidade pequena. Além disso, meu amigo motoqueiro reservou um lugar
legal por um tempo, e ele está me deixando ficar lá.
Jean e Angie se viraram surpresas ao mesmo tempo.
Sério? — Angie perguntou.
Brooke assentiu, seu rosto não era grande o suficiente para conter o
sorriso. — Oh, uau! — Jean ficou maravilhada. — Isso é legal. E rápido. —
Como é o lugar?
— Como ele é? — Angie perguntou. — Você não nos contou nada
sobre ele.
Brooke pensou em como responder.
A conexão deles foi instantânea e quase inexplicável.
Além disso, ela não gostou muito da ideia de Jean contar a todos em
Bracketville sobre os detalhes do relacionamento dela com Josiah.
Mas então ela pensou em Josiah. Ela pensou em como ele a fazia se
sentir segura e bonita. E de repente ela não se importava com quem no
mundo sabia sobre os dois. — O nome dele é Josiah Anderson, — ela
começou. — Ele é o presidente de um clube de motociclismo chamado
Fury Riders. Ele foi casado uma vez, mas...
Já era tarde quando Brooke saiu da loja de ferragens. Angie e Jean
foram muito meticulosas em seu interrogatório, mas Brooke não se
importou. Ela ficou feliz em respondê-las.
Agora todos saberiam como Josiah era um homem maravilhoso.
Todos saberiam o quanto ela e ele se importavam um com o outro.
De repente, Brooke parou no meio do caminho.
Já era tarde quando Brooke saiu da loja de ferragens. Angie e Jean
foram muito meticulosas em seu interrogatório, mas Brooke não se
importou. Ela ficou feliz em respondê-las.
Agora todos saberiam como Josiah era um homem maravilhoso.
Todos saberiam o quanto ela e ele se importavam um com o outro.
De repente, Brooke parou no meio do caminho.
Lá, parado no estacionamento, um sorriso dividindo seu rosto cruel e
afundado, estava Ron. — Ei, — ele disse. — Como está minha garota? Eu
senti saudades.
Capítulo 14
SR. PRESIDENTE
JOSIAH

Ele mal estacionou sua Harley dentro da enorme garagem que os Fury
Riders usavam como base de operações antes de ser atingido por uma voz
familiar.
— Ei, ei! E aí, João Pestana, tudo certo?
Josiah sorriu e se virou para ver dois motoqueiros, Juan e Carlos, se
aproximando de uma bancada próxima, limpando a graxa de suas mãos.
Os dois eram irmãos.
Gêmeos, na verdade. Mas eles eram tudo menos idênticos.
Carlos era alto e magro, enquanto Juan era baixo e, se não gordo,
certamente mais cheinho do que o irmão.
Eles foram algumas das primeiras pessoas a se juntarem aos Fury
Riders, e Josiah os considerava como família.
Também foram eles que deram a Josiah o apelido de João Pestana, em
referência às suas habilidades no ringue. — Mexa com o João Pestana, ele
vai colocá-lo para dormir.
— Tranquilo, Switch, — Josiah disse a Carlos antes de acenar para
Juan. — Como você está se saindo, Blade?
Esses eram seus apelidos para eles, em referência às facas que sempre
mantinham à mão.
— Eh, tudo bem. — Juan encolheu os ombros. — John nos fez comer
um pão de esponja etíope esquisito ontem à noite. Mitchell não para de
falar sobre o mercado de ações. Parker teve que sair para trabalhar. E
Rico...
— O que tem eu? — Os três se viraram para ver Rico, o segundo em
comando de Josiah, emergir das sombras.
Ele era alto, com cabelo preto ondulado e uma pele marrom enrugada.
Seu apelido veio do fato de que todos achavam que ele era de Porto Rico.
Na verdade, ele era um judeu polonês, Alan Karlovsky, de Chicago.
— Hum, nada, — Juan disse com nervosismo. — Eu ia dizer que você
estava perguntando por ele.
— Mesmo? — Disse Rico, mantendo os olhos fixos em Josiah.
Houve um breve momento de tensão, quando os dois se encararam,
antes que o rosto de Rico se transformasse em um sorriso largo.
— Como você está, João Pestana?
— Tudo bem, — disse Josiah, puxando o homem para um abraço. —
Tenho muito a dizer a vocês. Onde está todo mundo?
— Espero que você tenha uma boa explicação para o porquê de nos
abandonar, — disse Rico, conduzindo os três mais para dentro da
garagem.
*
Josiah demorou um pouco para explicar a situação complicada em que
se encontrava com o Rose’s, a loja de motos e, o mais importante, Brooke.
Felizmente para ele, o grupo foi paciente, puxando as cadeiras e
ouvindo-o falar.
Enquanto falava, Josiah admirava seu pessoal.
Além de Juan, Rico e Carlos, havia John, um chef profissional que se
juntou ao grupo depois de providenciar o bufê no casamento de Promise.
Havia também Don Reed, um antigo corretor de Wall Street rico, de
todas as coisas.
Todos eles vieram de lugares diferentes. Mas todos se preocupavam
uns com os outros e todos adoravam a sensação do ar quente do deserto
na estrada aberta.
Além disso, enquanto falava, Josiah se encontrou observando a
garagem em que estavam, principalmente como cheirava.
Tinha um cheiro forte, uma combinação úmida de óleo, couro e suor.
Mesmo assim, Josiah achava que era intoxicante.
Após três anos insuportáveis, ele ficou surpreso ao se pegar pensando.
Esta é uma vida boa. Quem não gostaria disso?
Talvez Brooke uma voz no fundo de sua cabeça sugeriu.
Esse pensamento parou Josiah em seu caminho.
Ele havia passado tanto tempo nos últimos dias tentando entender o
que estava acontecendo com os Tuckers e os comércios, que não havia
pensado muito no que aconteceria quando a poeira baixasse.
Ele gostava de Brooke. E ele tinha a impressão de que ela também
gostava dele.
Mas será que ela realmente quer deixar Bracketville e se tomar parte
do motoclube?
Ela disse que queria viajar, e ser uma motociclista certamente lhe
daria a chance de fazer isso. Mas ela iria querer se estabelecer
eventualmente?
Josiah a desapontaria no longo prazo?
— Então, o que você quer de nós, João Pestana? — Carlos perguntou,
tirando Josiah de sua contemplação. Ele pigarreou.
— Vou precisar de alguns voluntários para trabalhar como mecânicos
na oficina dos Tuckers. Eu pediria ao Parker, mas já que ele não está
aqui...
— Nós vamos, — disse Juan.
Josiah piscou. — Sério? — Disse Rico, mantendo os olhos fixos em
Josiah.
— Sério mesmo, João Pestana. — Carlos sorriu, dando um tapa em seu
ombro. — Nós estamos com você. Além disso, seria divertido ir até
Bracketville e conhecer essa garota que o deixou tão entretido. Talvez
encontre uma para mim.
— Obrigado, rapazes! — Josiah exclamou, sentindo uma enorme onda
de afeto pelos irmãos passar por ele.
E, no entanto, mesmo enquanto comemorava internamente, ele não
pôde deixar de notar a expressão nos olhos de Rico. Não era bem raiva—
parecia mais decepção. Josiah não gostou.
— Posso falar com você por um instante? — perguntou a Rico. Rico
assentiu e seguiu Josiah até a porta da garagem.
Assim que eles estavam afastados o suficiente, Josiah voltou-se para
Rico.
— Que olhar foi aquele lá atrás?
— Não teve olhar nenhum, — disse Rico, revirando os olhos.
— Você está fazendo isso agora.
— Não estou—Oh, tanto faz.
Rico suspirou exasperado antes de se encostar em uma parede
próxima. Josiah franziu a testa.
— Olha, eu não pedi por isso, — afirmou Josiah. — Meus sogros me
deixaram no comando e preciso ir até o fim. Isso não tem nada a ver com
você ou o clube.
— Mesmo? — Rico perguntou cético, levantando uma sobrancelha. —
Porque até onde eu sei, você mal está por perto.
— Só estive fora alguns dias.
— Sim, exatamente, — disse Rico, balançando a cabeça. — Você só
esteve fora por alguns dias e conheceu uma garota. Você já afastou
Promise e Terry. O que vai acontecer depois de um mês? Um ano?
Josiah começou a elaborar uma resposta, mas parou quando percebeu
que não tinha uma.
Ele não queria deixar os Fury Riders. Disso ele tinha certeza. Mas
agora havia Brooke, o restaurante e a loja de motocicletas.
Sua vida mudou dramaticamente em apenas alguns dias.
Então, no final, tudo se resumiu a uma questão de prioridades. Qual
vida importava mais para ele agora?
Josiah não sabia e, francamente, não achava que teria que escolher.
BROOKE

— Você sentiu saudades? — Brooke perguntou incrédula. Ela nem


queria olhar para o rosto dele, mas ele estava se aproximando cada vez
mais.
— Demais, — Ron disse, dando um passo ainda maior em sua direção.
Brooke instintivamente recuou até ser pressionada contra a porta de
vidro da loja de ferragens.
Ele ergueu as mãos em sinal de rendição. — Sinto muito, — disse ele.
— Eu te machuquei antes. Mas você me conhece. Nós fazíamos um bom
par no ensino médio.
— Por favor, pare, — Brooke implorou. — São as drogas—elas me
deixam confuso. Eu faço coisas malucas.
— Não há desculpa para o que você fez. Não há nada que você possa
dizer.
— Eu sei. Mas eu só quero que você saiba que estou tentando apagar o
meu passado. Por você, amor. Vou parar de usar drogas.
— Eu não me importo. Faça o que quiser, apenas faça longe de mim.
Brooke olhou ao redor, na esperança de localizar um pedestre que
pudesse ser sua testemunha se Ron tentasse fazer alguma coisa. Mas já
era tarde e as ruas estavam vazias.
O Restaurante Rose's ficava logo ao virar da esquina.
Se ela conseguisse fugir, ela tinha certeza de que Promise estaria
trabalhando. Ela estaria segura com ela.
— Estou indo embora agora, Ron. Saia do meu caminho.
Novamente, ele ergueu as mãos e deu um passo para o lado, abrindo
caminho para ela.
— Eu não vou fazer você ficar comigo. Só estou pedindo que pense em
me dar outra chance.
Ela não respondeu. Ela apenas colocou um pé na frente do outro e
disparou na direção do Rose’s.
Mas quando ela deixou Ron para trás, ela estava tão confusa quanto
apavorada.
O que foi isso?
Nunca, em todo o tempo que passaram juntos, Ron mostrou remorso
pela forma como a tratou. Por isso, ela considerou menos do que
plausível que ele tivesse feito um personagem completo nos últimos dias.
Tinha que haver algo mais.
Será que alguém estava fazendo ele agir dessa forma?
Mas quem faria isso? E por quê?
— Ei, garota! — Promise chamou de dentro do restaurante. Brooke
estava sem fôlego quando passou pela porta do restaurante. 'Uau. —
Promise correu em sua direção. 'Você está bem?
— Estou bem... é que... é meu ex, — disse Brooke, engolindo em seco e
se endireitando. Promise a puxou para um abraço. — Ele te machucou?
— Não, eu só—ele me assusta. Muito. Não sei se algum dia ele vai
parar de me assediar.
Promise franziu a testa.
— Onde ele está? Ele te seguiu até aqui?
— Não sei, — disse Brooke. — Eu apenas corri. Eu não sabia mais o
que fazer.
Promise começou a falar, mas—
BANG!
As mulheres se viraram quando a porta se abriu e os cinco marginais
que atacaram Brooke entraram no restaurante.
Promise entrou na frente de Brooke. Os meninos zombaram em sua
direção e se sentaram em uma das mesas.
Eles foram seguidos momentos depois por um homem gordo e careca.
Brooke achava que poderia ter visto esse homem antes, mas não
conseguia identificá-lo por nada.
— Adorei o que você fez por aqui, — o homem gordo zombou de
Promise enquanto inspecionava o restaurante. — Mas agora vou precisar
que você vá embora.
— E quem exatamente é você? — Prometeu perguntou, aproximando-
se dele com cautela.
— Andrew Tucker. Rose era minha mãe.
E este é o meu restaurante.
Capítulo 15
OLHO DO FURACÃO
JOSIAH

Promise: JOEY!

Promise: Joey, você tem que voltar para Bracketville AGORA!

Josiah: Por quê? O que está acontecendo?

Promise: Seu cunhado, Andrew.

Promise: Ele apareceu e invadiu o escritório.

Josiah: O quê??

Josiah: Quem mais estava lá? Brooke???

Promise: Sim...

Josiah: Espere aí. Estou voltando AGORA!


Assim que ele terminou de trocar mensagens com Promise, Josiah
disparou para sua Harley.
Ele procurou as chaves nos bolsos.
Vamos! Vamos!
Josiah não tinha um segundo a perder. Ele finalmente fez contato com
o metal frio de sua chave da Harley no bolso de trás e subiu na
motocicleta.
Carlos e Juan estavam logo atrás, mal conseguindo acompanhá-lo
enquanto ele corria.
— O que está acontecendo, João Pestana? — Carlos perguntou
enquanto Josiah colocava a chave na ignição e ligava o motor.
— Sim, onde está o problema? Vamos com você, — Juan repetiu seu
irmão, parando bem na frente da motocicleta.
— Saia do meu caminho, — disse Josiah em um tom que abalaria
qualquer um, incluindo os dois motoqueiros que rapidamente pularam
para o lado.
— Basta nos dizer onde, Pestana, — disse Juan.
— Bracketville, — Josiah respondeu sem rodeios. Não havia tempo
para explicações. Ele deu outro giro no motor e saiu disparado da
garagem para a rodovia.
Mais rápido, mais rápido, mais rápido.
Ele estava dirigindo com mais imprudência do que nunca, mas
precisava chegar lá.
Eu nunca deveria ter ido embora.
Eu deveria ter trazido ela comigo.
Eu nunca vou deixá-la novamente.
Enquanto dirigia para o céu noturno cada vez mais fundo, ele
percebeu que sua mente vagava por lugares escuros, temendo o pior
cenário possível.
Como ele sabia que ninguém se machucaria quando voltasse para
Bracketville?
O corpo de Misty, pálido, mole e coberto de sangue, passou por sua
mente, forçando-o a lutar contra as lágrimas e segurar o guidão com
mais força.
Pare.
Eu não quero ver isso.
Não me faça olhar para ele.
Ela não deveria ter morrido. Ela não precisava morrer.
Ele tentou afastar as imagens horríveis, mas já havia entrado em um
frenesi que não diminuiria até que visse o rosto de Brooke.
Josiah jurou para si mesmo que não deixaria ninguém se machucar
por causa dele de novo—nem Carlos, nem Juan, nem Promise, e
especialmente Brooke.
Outra lágrima se formou no canto de seu olho, mas foi seca pelo ar
áspero do deserto enquanto ele acelerava ainda mais rápido.
Mais rápido, mais rápido...
BROOKE

— Ele não pode fazer isso, pode? — Brooke estava se perguntando


enquanto fugia do local, correndo a toda velocidade para longe do
Restaurante Rose's. — Ele está invadindo a propriedade privada de outra
pessoa.
Mas, mesmo enquanto dizia isso, ela se viu afundando em uma areia
movediça de dúvida que a impediu de chamar a polícia.
Andrew era o filho dos Tuckers. Talvez ele tivesse algum direito legal
sobre a propriedade.
Além disso, o DP de Bracketville nunca foi de grande ajuda para
Brooke.
Foi por isso que ela correu primeiro para o Lawson & Son’s primeiro,
para entender completamente a situação antes de fazer uma denúncia.
Brooke correu para dentro e parou quando viu sua mãe atrás da
recepção.
Brenda estava vestida formalmente com uma camisa branca de botões
e uma saia lápis preta.
Seu cabelo estava preso, quase dolorosamente, para trás em um coque
apertado.
Tudo em sua roupa gritava — seriedade, — sem falar em sua
expressão.
No segundo em que seus olhos pousaram na filha, eles se tomaram
frios.
Seus lábios se torceram em uma expressão de desprezo e suas narinas
se dilataram, como se Brooke estivesse carregando algum odor fétido.
Bem, Brooke reconheceu ironicamente, cheirando suas próprias axilas
suadas, essa última pode realmente ser verdade.
— Não vou mudar de ideia, — disse Brenda, afastando-se de Brooke.
— Mãe... — Brooke começou. — Não vou! — Brenda disparou,
girando em sua cadeira.
Brooke esperava esse tipo de recepção, mas ainda doía ouvir de novo.
Ela conseguiu conter as lágrimas e manter a voz firme.
— Mãe, eu não estou aqui por você.
— Não? — ela perguntou, enquanto a perplexidade tomava o lugar de
seu desprezo usual.
E embora soubesse que conversar com a mãe era perda de tempo,
Brooke sentiu uma pequena onda de orgulho por surpreender a mulher.
— Não, — ela sorriu, passando por sua mãe no caminho para o
escritório de Lucas.
— Estou aqui para ver Lucas.
Se Brenda parecia desdenhosa quando vira Brooke pela primeira vez,
Lucas parecia apavorado quando ela entrou no escritório.
— Uh, oi, Brooke, — ele chiou, encolhendo-se diante dela, embora
fosse vários centímetros mais alto.
Brooke parou um momento para examinar o cenário.
Apenas dois dias antes, o lugar era um chiqueiro, com pastas não lidas,
latas vazias de cerveja e revistas de automóveis cobrindo todas as
superfícies disponíveis.
Agora, o local estava consideravelmente mais limpo e lembrava um
pouco um escritório.
Lucas pigarreou.
— Brooke, eu... sinto muito por ter dado em cima de você outro dia.
Essa pessoa que você viu não era o meu verdadeiro eu. Nunca, em um
milhão de anos, eu obrigaria você a fazer alguma coisa comigo... — ele
começou antes que Brooke levantasse a mão para interrompê-lo.
— Está tudo bem, — disse ela, sentando-se em frente a ele.
O alívio passou pelo rosto de Lucas. Ele claramente não esperava essa
resposta tolerante.
— Sério?
Brooke assentiu. — Sim. Não fale comigo daquele jeito de novo e
ficaremos bem. Eu só quero seu respeito. Não acho que seja pedir muito.
— Oh, — Lucas murmurou, abaixando as mãos e recostando-se na
cadeira. Ele parou por um momento antes de sorrir bobo e assentir. —
Tudo bem. Sim. Claro, eu posso fazer isso. Sim.
— Ótimo, — disse Brooke. — Mas não é por isso que vim aqui. Eu
esperava que você pudesse responder a uma pergunta jurídica para mim.
Algo ruim aconteceu.
— O quê? Qual é o problema?
— O cunhado de Josiah, Andrew, ele apareceu no Rose’s hoje.
— O que aconteceu? — Lucas perguntou, inclinando-se para frente
com preocupação.
Brooke mordeu o lábio, lembrando-se de como os homens destruíram
o lugar.
— Eles invadiram o cofre e levaram todos os arquivos do escritório.
Foi horrível.
O lugar está devastado.
— É sério? — Lucas lamentou. Ele começou a massagear as têmporas
com as pontas dos dedos.
— Pois é, — Brooke concordou. — O que eu quero saber é, eles podem
ser presos pelo que fizeram?
Lucas fez uma careta, o que não era a expressão que Brooke esperava.
— Bom—sim, — disse Lucas. — Aquele restaurante é propriedade
privada, e Andrew acabou de invadir.
— O que deveríamos fazer? Chamar a polícia? — Ela pegou o telefone
e começou a discar 911.
— Mas espere... — Lucas se aproximou e colocou a mão em seu braço.
— Espere um segundo. Precisamos ser inteligentes sobre isso. Pode
ser um pouco mais complicado do que simplesmente mandar prendê-lo.
— Por quê?
— O nome de Josiah está no testamento. Não há como negar isso, —
disse ele, evitando o olhar de Brooke ao olhar para o estacionamento pela
janela.
— Mas considerando o fato de que a Sra. Tucker alterou o documento
tão tarde na vida, quando sua saúde já estava comprometida, um juiz
pode pensar que sua assinatura foi coagida.
— Josiah nem queria os comércios! — Brooke exclamou. — Ele mal
sabia nada sobre eles há poucos dias. Você não pode estar falando sério.
— Infelizmente, estou, — disse Lucas, lançando um olhar preocupado.
— Andrew é da mesma família e os tribunais tendem a ficar do lado dos
membros da família em detrimento de quem é de fora. Especialmente
aqueles que, bem...
— Se parecem com Josiah? — Brooke retrucou, cerrando os punhos.
Lucas assentiu com seriedade.
Brooke balançou a cabeça— indignação, raiva e descrença, todos os
sentimentos girando em sua mente para criar um vórtice concentrado de
fúria.
— Isso é tão estúpido! E injusto! — ela gritou, não se importando o
quão alta sua voz tinha ficado.
Lucas ligeiramente se assustou, mas conseguiu sorrir com
nervosismo.
— Você está certa, — ele disse cuidadosamente. — Isso é injusto. É por
isso que vou garantir que isso não aconteça.
— Mas você disse que...
— Eu disse que um juiz pode decidir que foi coação. Mas se eu
realmente puder provar que Andrew estava roubando do restaurante e
que a Sra. Tucker alterou o testamento para que um adulto mais
responsável ficasse no comando, então eles não têm motivo para
suspeitar de Josiah.
Brooke sentiu outra inundação de emoções caindo sobre ela, embora,
desta vez, em vez de frustração, ela se viu esmagada pela alegria e
gratidão.
— Obrigada! — Ela sorriu para ele do outro lado da mesa. — De nada.
— Lucas sorriu. Então ele acrescentou com um toque de orgulho. — Eu
sou um advogado. É meu trabalho.
*
Quando Brooke saiu do Lawson & Son's, ela se sentiu, se não aliviada,
pelo menos um pouco melhor.
É verdade que sua mãe ainda a odiava. Ron não deixava ela em paz. E
Andrew estava causando todos os tipos de problemas para eles.
Ela desejou desesperadamente que Josiah nunca tivesse deixado
Bracketville, mesmo por alguns dias. Quando ele estava por perto, ela se
sentia em paz.
Mas com ele fora, e depois de tudo com Ron e Andrew, ela se viu
desejando novamente ter entrado naquele ônibus.
É tudo demais.
Mas, ao mesmo tempo, ela sabia que ele estaria de volta em breve. E
eles não estavam sozinhos.
Eles tinham Promise, Angie, Jean e o segundo melhor advogado de
Bracketville ao seu lado. E isso tinha que valer alguma coisa.
Quando Brooke saiu do estacionamento em direção ao apartamento
vazio de Josiah, um cano saiu do meio-fio e começou a segui-la.
Não seja boba. Eles provavelmente estão apenas dirigindo na mesma
direção.
Mas enquanto ela caminhava, ela sentiu um nó começar a se formar
em seu estômago enquanto o carro continuava se arrastando atrás dela.
Capítulo 16
UM CONVIDADO INDESEJÁVEL
ANDREW

Andrew manteve os olhos fixos em Brooke. Não havia como ele a


perder de vista.
Ele não podia deixar Josiah sair ileso com os comércios que eram seus
por direito. Não depois do que aconteceu com Misty.
E se essa nova garota fosse sua fraqueza, Andrew iria usá-la para
derrubar Josiah.
Ele se virou para Ron, cujos nós dos dedos estavam brancos enquanto
ele segurava o volante. — Algum progresso em reconquistá-la? Andrew
perguntou, balançando o joelho ansiosamente.
Ron cerrou os dentes, com o rosto pálido. — Ela está se fazendo de
difícil, cara.
— Aquele motoqueiro imundo praticamente matou minha irmã! Mas
ele não tem vergonha, dançando de volta para Bracketville esperando que
todos se curvem a seus pés.
Andrew tirou a arma de seu bolso. Ele a deixou descansar em sua
palma. Pesada. Poderosa.
Ele pressionou o metal frio contra a testa—o cano apontado para Ron.
CLIQUE.
CLIQUE.
CLIQUE.
Andrew brincou com a trava de segurança, ativando e desativando
repetidas vezes.
Ron tremia, um olho na estrada, o outro na arma.
— Os comércios da família são meus por direito. Ele está manchando
o nome Tucker—roubando meu dinheiro! E tudo isso, depois de tirar a
vida da minha irmã.
Ron engoliu em seco e assentiu profusamente.
Andrew sabia que estava assustando Ron e gostava de vê-lo
estremecer. Ele colocou a arma de volta no bolso antes de continuar.
— Misty ainda estaria aqui se não fosse por ele! Não sei o que ela viu
naquele homem nojento. Mas ele vai ter o que merece. É por isso que vou
ajudá-lo a reconquistar sua garota, — Andrew rosnou. — Considere isso
uma situação em que todos saem ganhando. Você está disposto a fazer o
que for preciso?
— Claro, — Ron respondeu. — BB pertence a mim. Ela é minha
garota. Aquele tal de Josiah a roubou de mim. Ele não vai se safar disso.
Os pensamentos de Andrew giravam.
E melhor você acreditar que ele não vai.
— Apenas resolva isso.
Eu vou, — Ron respondeu.
Que bom, Andrew pensou, mas não disse nada. Em vez disso, ele
apenas deixou seus olhos perfurarem a lateral da cabeça de Ron.
Ron apertou o volante com mais força.
— Tudo bem então, — disse Andrew. — Me deixe aqui. — Ele apontou
para uma loja de conveniência esfarrapada atrelada a um posto de
gasolina.
Ron ergueu as sobrancelhas, mas parou ao lado das bombas.
— Sua mãe e eu podemos nos encontrar aqui. É discreto. Agora vá.
Com isso, Ron ligou o motor do Chevy e partiu.
JOSIAH

Josiah parou sua motocicleta na frente do Rose’s e estacionou. Ele


nem mesmo teve que pisar no local para ver os danos que Andrew havia
causado.
A porta da frente estava pendurada por uma única dobradiça. Janelas
quebradas.
Josiah correu para dentro. Sua boca se abriu por uma fração de
segundo. Então ele fechou a mandíbula, sentindo todos os músculos
tensos.
Seus olhos percorreram rapidamente o Restaurante Rose's—as costas
das cadeiras de madeira estavam estilhaçadas. As almofadas das
banquetas foram rasgadas. Cartazes de apresentações musicais locais
haviam sido arrancados das paredes.
Parecia que um furacão havia destruído o lugar.
Mas havia uma questão muito mais urgente em sua mente. —
Promise? Onde está Brooke? — ele gritou.
Se algo tivesse acontecido. Se ela tivesse se machucado. Seria tudo minha
culpa.
Assim como Misty.
Promise surgiu da cozinha. Ela parecia abalada.
— Ela saiu há algumas horas. Voltou para ver Lucas depois de tudo...
isso. — Promise gesticulou com tristeza para o restaurante desfigurado.
— Você a deixou sair sozinha?! — ele disse quando sua raiva começou a
aumentar. — Sinto muito, Joey! — Promise disse, alarmada. — Tudo
aconteceu tão rápido! Eu não queria Josiah ergueu a mão,
interrompendo-a. Ele respirou fundo.
— Eu preciso ir encontrá-la. Você está bem? — ele perguntou,
tentando se acalmar.
Nada disso era culpa de Promise. Ela definitivamente não precisava
que ele a fizesse se sentir pior.
— Sim, eu estou bem. Vá atrás dela. É que
— O que foi?
— Joey, ele não está sozinho. Havia outros caras com ele.
Josiah assentiu. — Está tudo bem, Promise. Quem quer que sejam...
eles vão pagar pelo que fizeram.
Promise deu um sorriso fraco quando Terry entrou pela porta da
frente e seguiu em sua direção. Ele a envolveu nos braços, confortando-a.
De repente, Josiah percebeu outra coisa, alarmado. A porta do
escritório estava entreaberta. — O que foi? — Promise perguntou. Josiah
apontou para a porta aberta.
— Todos eles entraram com pressa—ele e seus capangas. De jeito
nenhum eu poderia ter enfrentado todos eles.
Josiah correu para o escritório. Promise foi rápida em ir atrás dele.
O armário de arquivos tinha sido derrubado. Pastas e mais pastas de
planilhas estavam espalhadas pelo chão. Mas então ele viu.
O cofre estava aberto.
— Eu sinto muito. Eu deveria ter contado antes.
Josiah chutou o cofre vazio.
— Aquele ladrão filho de uma... — Ele queria chutá-lo novamente. Ou
alguém. De preferência Andrew.
Mas ele se conteve, puxando a manga da camisa para revelar uma
tatuagem específica—Misty.
Ele amoleceu.
Ela me fez a pessoa que sou hoje, ele pensou. Eu não preciso jogar sujo
como Andrew. Eu posso controlar minha raiva.
Mas há algo que preciso fazer...
Bem na hora, Promise se pronunciou. — Eu posso segurar a barra
aqui, — ela afirmou.
— Tem certeza? — Perguntou Josiah. Ele queria ver Brooke. Mas era
importante para ele que os funcionários do Rose's também fossem
cuidados.
— Nós damos conta, chefe! — Jem entrou na conversa, saindo do
banheiro com uma vassoura na mão. Josiah assentiu rapidamente antes
de sair pela porta.
Ao montar em sua Harley, o coração de Josiah apertou.
Ele não suportava pensar que havia colocado Brooke em perigo. Ele
não seria capaz de sobreviver se algo acontecesse com ela.
E ele não tinha ideia do que faria a respeito de Andrew. Então, ele
repetia uma ideia irrefutável para si mesmo: Contanto que Brooke esteja
ao meu lado, nada disso importa. Eu só preciso mantê-la segura.
BROOKE

Sentada no sofá do novo apartamento de Josiah, Brooke estava


boquiaberta.
Como eu pude ter tanta sorte? Ela pensou. Este motoqueiro alto e forte é
o cara mais legal que já conheci.
E lá estava ele, passando por Bracketville, e viu algo em mim.
E lá estava ele, passando por Bracketville, e viu algo em mim.
Um motivo para ficar. Por quê?
Brooke queria se lembrar de perguntar exatamente a ele porque não
conseguia entender.
Ela admirou seu apartamento pelo que parecia ser a milionésima vez.
Era bonito. E, no entanto, nada disso importava.
A única coisa que a prendia a este lugar era Josiah.
Ela mal podia esperar para escapar da insignificância sufocante de
Bracketville. De todos os homens a chamando de — BB. — De sua mãe
inimiga dos homens.
Ela nunca pensou que realmente faria isso. Ela não tinha ideia de
como iria embora.
Todos que ela conhecia nasceram e morreram em Bracketville. O que
a tomava diferente?
Ela não sabia—não até Josiah aparecer, fazendo-a se sentir especial,
afinal.
Sentir que ela merecia buscar liberdade e aventura.
Ela mal podia esperar para subir em sua motocicleta e partir para
algum lugar onde eles pudessem começar do zero— apenas os dois.
Ela mal podia esperar que ele voltasse para que pudesse se sentir
segura novamente em seus braços.
Seus nervos ainda não haviam se acalmado após o incidente com
Andrew.
E ela, mais uma vez, entrou em pânico quando se convenceu de que
um carro a seguia até sua casa.
Mesmo o menor ruído ou rangido no corredor a fazia pular.
Brooke sentiu como se fosse enlouquecer perdendo seu tempo no
sofá.
Ela decidiu preparar uma refeição para se distrair.
Josiah adorava biscoitos de queijo, então ela começou a assar todos os
biscoitos que cabiam na pequena bandeja que encontrou em um armário.
Quando ela estava voltando para verificar o forno, ela ouviu.
DING DONG.
Finalmente! —Ela pensou entusiasmada. Ela correu até a porta, então
se virou para se olhar no espelho do corredor.
Ela esticou sua camisa e alisou os cabelos rebeldes. Ela não conseguia
evitar.
Josiah provocava um frio na barriga de Brooke toda vez que o via.
Nenhum homem a fez se sentir assim antes.
Ela não conseguia conter esse forte desejo de ser a melhor versão de si
mesma, para ele. Porque aquele olhar dele para ela...
DING DONG.
DING DONG.
DING DONG.
Acho que alguém está impaciente para me ver também Brooke pensou.
Um sorriso surgiu em seu rosto até estar radiante de orelha a orelha.
Ela mordeu o lábio e abriu a porta.
O rosto marcado olhando para ela estava demonstrando um tipo de
sentimento. Mas não era amor. Era uma luxúria possessiva e obscura.
Não, não, não.
Brooke recuou diante da porta.
Ron.
Capítulo 17
UMA VIOLAÇÃO INDESCRITÍVEL
BROOKE

Brooke congelou, com os olhos arregalados e em choque, enquanto


Ron olhava para ela na porta do apartamento de Josiah. Depois de um
momento, ela caiu em si.
Ela correu para fechar a porta na cara dele, mas ele foi mais rápido.
Ele segurou o pulso dela no ar quando ela se virou e estendeu a mão
para a maçaneta.
— Não tão rápido, — ele rosnou. Sua palma suada se fechou com mais
força ao redor do braço de Brooke. — O que você pensa que está fazendo,
amor?
Brooke fez uma careta quando essas palavras saíram de sua boca. —
Eu não sou seu amor, — ela disparou. — Oh, mas eu acho que você é. Eu
tentei ser legal antes, mas acho que você precisa de um pouco de amor
bruto para saber o que é bom para você.
Ron puxou o pulso dela para ele e a girou de modo que eles ficassem
cara a cara.
— Você não sabe nada sobre o amor, — Brooke retrucou. — Encontrei
um homem que me trata bem. Então você pode gentilmente sair da
minha vida e da casa dele.
Ron cerrou os dentes.
— Eu não vou fazer nada disso, — disse Ron. — Aquela aberração de
motoclube roubou algo meu, e pretendo pegar de volta.
— Eu nunca fui sua, Ron. — Brooke o fulminou com o olhar. — Você
não significa nada para mim. Menos do que nada.
Ron empurrou um ombro na porta, ainda segurando o pulso de
Brooke.
— Você não vale nada, — ele disse. — Eu sou o único cara nesta cidade
que vai te dar atenção. Seria bom se lembrar disso.
— Felizmente, — disse Brooke, — Josiah não é daqui. E ele me ama
por tudo o que sou. Você é apenas um vagabundo lamentável e triste. Seu
relacionamento mais longo é com qualquer droga que você usa quando
foge para o banheiro.
— Cale a boca. — Ron tentou se lançar no corredor. Os punhos de
Brooke voaram em sua direção, fazendo Ron tropeçar para trás.
— O que... — Ron gaguejou. Brooke sorriu.
— Aprendi alguns golpes daquela escória de motoclube. Agora me
deixe em paz. — Ela tentou fechar a porta.
Ron saltou para frente e lançou a palma da mão aberta no ar. As costas
da mão dele acertaram o rosto de Brooke e com um forte tapa, ela caiu
no chão.
Ele invadiu e elevou-se acima dela. Os olhos de Brooke encontraram
os de Ron, queimando de fúria.
Ela não podia acreditar nele.
— Que tipo de desculpa triste para um homem bater em uma mulher
depois que ela diz não?!
Mas Brooke sabia a resposta para sua pergunta. Não havia limite para
o que esse monstro era capaz?
Ron continuou a pairar sobre ela, movendo seu rosto para mais perto.
— Cale a boca. Eu só preciso que você me escute, amor.
O rosto de Brooke estava pegando fogo com o tapa de Ron, mas ela
não se importou. Um incêndio estava queimando em seu intestino.
— Não, — disse ela com os dentes cerrados, embora por dentro
estivesse apavorada.
Os olhos de Ron escureceram.
Claramente, ele não esperava que ela respondesse.
Claro, ele deixou um hematoma em meu rosto, mas eu acabei com seu
ego, Brooke riu de si mesma apesar de tudo.
Uma veia começou a inchar no pescoço de Ron.
— Eu não queria ter que machucar você, mas você não me deu
escolha. Garotas como você precisam de correção. Você seria uma
ninfomaníaca louca se não me tivesse para te manter na linha.
Brooke sentiu o ladrilho frio contra o rosto quando Ron se ajoelhou,
montou nela e a prendeu no chão.
Ela podia sentir seu coração batendo forte quando ele olhou para ela.
Seus membros se debatiam descontroladamente, tentando se libertar de
suas garras.
Com uma respiração aguda, Brooke empurrou o ombro e esticou o
braço, mirando no rosto de Ron. Ela tinha velocidade, mas ele tinha
força.
Ele a forçou para baixo novamente, desta vez subindo em cima dela e
liberando sobre ela todo o seu peso para mantê-la quieta.
Ron então enganchou os dedos na calça jeans dela e puxou-a para
baixo.
Ela chutou desesperadamente o chão.
Continue lutando. Como ele te ensinou. Continue lutando—
Mas Ron moveu o antebraço para o pescoço dela e começou a sufocá-
la.
Ela começou a ficar cada vez mais fraca enquanto se engasgava e
segurava seu braço.
Os dedos pegajosos de Ron seguiram para a calcinha dela.
De repente, a porta se abriu e bateu com força contra a parede. A
figura alta e sombria de Josiah apareceu diante dela, com os punhos
cerrados.
A julgar pela expressão severa em seu rosto, ele deve tê-la ouvido
gritar do lado de fora.
— Josiah! — Brooke gritou.
JOSIAH

Josiah olhou para a cena com horror absoluto. Que se transformou em


raiva.
Uma fúria escaldante que manteve seus pensamentos sob controle
enquanto ele caiu sobre Ron, liberando a fera vingativa que ele lutava
para manter presa.
Seu corpo se chocou contra o de Ron, e ele o arrancou de cima de
Brooke com um uivo de fúria. Ele deixou seus punhos acertarem Ron de
novo e de novo.
SMACK. Ron apertou seu estômago.
CRACK. Josiah acertou Ron na mandíbula.
CRUNCH. Ron gritou, quando uma de suas costelas pareceu quebrar.
Não demorou muito para que os nós dos dedos de Josiah estivessem
ensanguentados e em carne viva. Ron, entretanto, parecia muito pior.
Mas Josiah não conseguia se conter. Ele continuou golpeando Ron,
agora incapaz de contra-atacá-los.
Por mais que Brooke desprezasse Ron por tudo que ele havia feito, seu
amor por Josiah superava qualquer ódio que ela tinha em seu coração.
Ela encontrou forças para arrancar Josiah de cima de Ron.
Josiah percebeu a expressão de Brooke pelo canto do olho—ela estava
apavorada.
Mas seu olhar não estava mais voltado para Ron. Seu medo estava
direcionado diretamente a Josiah.
Seu estômago embrulhou, e ele olhou de volta para Ron, machucado e
sangrando. Ele se levantou e enxugou as mãos na calça jeans preta.
Ron estava inconsciente.
— Eu... — Josiah começou, mas não havia nada a dizer.
Josiah estendeu a mão para confortá-la, mas Brooke recuou. Havia
choque—até mesmo nojo—em sua expressão fixa e postura colapsada.
Josiah sentiu a vergonha começando a consumi-lo, como as primeiras
chamas de um incêndio em uma casa enfraquecendo os rodapés,
preparando-se para derrubar todo o lugar.
Eu nunca mais quero ver Brooke me olhando assim. E essa expressão... E
minha culpa.
— Obrigada, — ela disse, mas havia um tom agudo em sua voz.
Ela abriu a boca para dizer mais, mas Josiah percebeu que havia
muitas palavras a serem ditas, todas gravadas em seu cérebro.
Mas então, ela colocou os dois braços em volta do pescoço dele e
pressionou a bochecha na curva de seu pescoço.
Josiah deu um suspiro de alívio. Afinal, ela não estava com raiva dele—
apenas abalada.
Ele esfregou as costas dela com gentileza. — Shh... — Josiah
murmurou. Ele sentiu uma pontada no peito ao ver seu amor assim.
Aconteceu de novo. Por minha causa, Brooke estava machucada.
Como posso sujeitá-la a todo esse perigo?
Sem mim, isso nunca teria acontecido.
Sem mim...
Brooke se afastou para olhar nos olhos de Josiah.
— Sem você, — ela disse, — eu nunca teria enfrentado Ron. E eu
nunca teria sido salva.
O pulso de Josiah relaxou.
Como ela consegue ler tão profundamente minha alma? Misty, foi ela
quem me fez acreditar em alma. Estávamos ligados dessa forma.
Mas eu e Brooke também temos isso.
Algumas pessoas descobrem isso uma vez na vida, e algumas pessoas
nunca o fazem.
É algo em que você precisa se agarrar.
Ele alisou o cabelo de Brooke e segurou o rosto dela com ternura nas
mãos. Ambos estavam manchados de sangue. — Vamos limpar você —
disse Josiah suavemente, aninhando Brooke nos braços.
ANDREW

TICK.
TOCK.
Andrew observou quando o grande ponteiro do relógio encardido da
parada de caminhão bateu cinco horas.
Ao lado dele estava Marg, que observava o relógio com fervor
semelhante.
— Onde ele está? — Andrew perguntou.
— Eu sei tanto quanto você, — Marg respondeu friamente. — É do
meu filho que estamos falando, a propósito.
Andrew soltou uma bufada de ar quente. — Sim, eu sei. — Ele
começou a andar pelos corredores, esmagando sacos de salgadinhos nas
mãos.
A jovem caixa olhou para os dois com desconfiança, mas voltou a fazer
o dever de casa no balcão. — Ele vai conseguir. Não se preocupe, — Marg
assegurou. — Quando nós te decepcionamos?
— Oh, eu não sei, Marg, — Andrew zombou. — Talvez quando você
foi demitida do restaurante e me deixou com 'cobradores de dívidas' atrás
de mim?
Andrew pegou seu telefone, buscando mensagens de Ron. Nenhum
sinal dele.
Marg empalideceu, virando-se para os freezers para esconder o rosto.
— Você sabe muito bem que, se aquele tal de Josiah tivesse bom senso, eu
ainda estaria lá. Não é minha culpa.
— Você tem uma boca grande, Marg. Ele ouviu, e eu também.
Isso, é claro, não era culpa de Marg, um fato do qual Andrew tinha
plena consciência. Mas pelo menos agora ela teve o bom senso de manter
a boca fechada.
DING.
DING DING DING.
Um homem musculoso marchou para dentro da loja, disparando a
campainha quando ele entrou. Sua camiseta preta estava se esforçando
para manter sua musculatura espessa alinhada.
Outro homem igualmente forte seguiu atrás dele.
A caixa pareceu alarmada ao ver esses dois homens na loja, mas ela
abaixou a cabeça assim que eles olharam em sua direção.
O primeiro homem olhou para Andrew de forma ameaçadora.
Andrew encarou de volta, mas sua estatura baixa e rechonchuda pouco
fez para intimidá-los em troca.
Andrew afundou ainda mais em seu assento.
Ele sabia que os irmãos Cuevas iriam atrás dele quando percebessem
que ele deixou a Flórida sem pagar. Mas ele não percebeu o quão rápido
eles iriam rastreá-lo.
Por outro lado, ele nunca teve dificuldade em evitar os Cuevas quando
o dinheiro estava em jogo.
— Nós contamos o dinheiro, Tucker.
— Isso não é suficiente para cobrir suas dívidas, — disse o segundo
irmão.
— Nem mesmo a metade. — O primeiro acrescentou, jorrando saliva
de sua boca.
Os olhos de Marg dispararam de um lado para o outro entre Andrew e
os homens. Ela sabia que ele estava em apuros, mas não tinha percebido
o quão grave era até agora.
Não surpreende que ele estivesse tão furioso com Ron.
— Eu sei, eu sei, — disse Andrew, estremecendo. — O quê? Você
achou que fossemos idiotas? — o primeiro homem retrucou. Ele cerrou
os punhos.
— Não se preocupe. Apenas—confie em mim, — Andrew insistiu. —
HA. Confie em mim, — o segundo homem zombou. — Essa é boa. Mas o
chefe não acha mais graça de suas piadas. E ele definitivamente não
confia em você.
— Eu vou conseguir todo o dinheiro e muito mais. Só preciso de um
pouco mais de tempo.
Ele se virou para Marg e colocou a mão no bolso, passando os dedos
pelo metal liso da semiautomática. — Eu tenho um plano, — ele
murmurou, desativando a trava de segurança.
Capítulo 18
CONVERSA SÉRIA
Josiah: Preciso pedir um favor a você e ao Juan Carlos: estamos
com você

Carlos: do que precisa?

Josiah: Aquele cara, Ron, está na minha casa. E ele não parece
bem Carlos: aaaa clássico João Pestana! Haha Josiah: Sim, bem. É
uma longa história, mas esse cara está causando muitos
problemas Carlos: como podemos ajudar?

Josiah: você tem que levá-lo de volta Carlos: é só falar

*
Josiah deixou a água fria escorrer em suas mãos. Ficou vermelha,
depois rosa e transparente de novo enquanto ele limpava o sangue de
Ron. Já foi tarde.
Ele suspirou. Ele realmente se deixou levar.
Não era ele. Ele não era esse tipo de pessoa.
Então, novamente, Ron causou danos irreversíveis a Brooke. E ele não
podia deixá-lo escapar impune.
Ele decidiu arquivar o funcionamento interno de sua consciência para
se concentrar nos assuntos mais urgentes em mãos.
Ele já tinha combinado as coisas com Carlos e Juan, então era um
começo.
Ele já tinha combinado as coisas com Carlos e Juan, então era um
começo. Por enquanto, Ron estava apenas deitado no chão, desmaiado.
Mas havia outra pessoa que precisava de cuidados.
Ele vasculhou o freezer, procurando um pouco de gelo. Ele não
morava naquele lugar há muito tempo, então não havia muito o que
procurar.
Algumas pizzas congeladas, algumas frutas congeladas. Sorvete de
menta com gotas de chocolate.
Sorvete de menta com gotas de chocolate?
Ele riu para si mesmo. Brooke deve ter comprado isso.
Ele o puxou para fora do freezer junto com todos os pacotes de gelo
que conseguiu carregar. Ele equilibrou uma colher no topo da pilha
oscilante, enquanto caminhava para a sala de estar.
Os olhos de Brooke pousaram no sorvete. Josiah suspeitou que ela
teria rido se as coisas tivessem sido diferentes. Se Ron não tivesse
destruído seu espírito novamente.
Mas ela ainda conseguiu dar um sorriso fraco.
Ele ficou parado sobre ela sem jeito. — Posso? — Ele ofereceu uma
mão cheia de gelo para ela. Ele queria tanto envolvê-la em seus braços e
abraçá-la com força.
E nunca mais soltá-la.
Assim, ela nunca poderia se machucar.
— Venha aqui, — disse Brooke, puxando o lóbulo da orelha.
Josiah se sentou ao lado de Brooke e segurou uma bolsa de gelo contra
sua mandíbula. Ela sorriu suavemente para ele.
Por alguns minutos, eles apenas ficaram sentados lá. O silêncio
parecia ensurdecedor. Como um abismo que Josiah tinha medo de pular.
Finalmente, ele quebrou o silêncio.
— Brooke, sinto muito por tudo. — Ele tentou conter o tremor nas
mãos. — Eu poderia ter estado lá. Eu deveria ter estado lá. Eu deveria... —
Ele parou.
Ele queria protegê-la, é claro. Mas ele não tinha certeza de como.
— Ei, ei, está tudo bem, — disse Brooke, consoladora. — Não tinha
como você saber. E geralmente sou muito boa em cuidar de mim mesma,
sabe. Consegui acertar alguns golpes antes de você chegar aqui.
Josiah teve que sorrir ao ouvir isso, pelo menos um pouco.
— Dê-me isso, — disse Brooke com uma piscadela, pegando o pote de
sorvete e a colher do colo de Josiah. Ela enfiou a colher dentro e pegou
um bocado.
— Dê-me isso, — disse Brooke com uma piscadela, pegando o pote de
sorvete e a colher do colo de Josiah. Ela enfiou a colher dentro e pegou
um bocado.
Ela deixou derreter em sua boca, desanimada. O gosto era delicioso,
mas não ajudou em nada para levantar seu ânimo.
Ela começou a chorar.
— O que foi? — Perguntou Josiah. Ele imediatamente se sentiu
estúpido.
O que foi? O que não foi, depois de tudo que Brooke acabou de passar?
— Eu só... nunca vi esse lado seu, — Brooke começou.
O corpo de Josiah ficou frio. Ela tinha visto. Uma daquelas partes dele
que ele prefere manter enterrada.
Ela ainda poderia amá-lo depois do que tinha visto?
BROOKE

Brooke estremeceu, hesitando, mas havia algo que ela precisava dizer.
— Aquela—aquela violência. — Ela estremeceu. — Eu não odeio
homens como minha mãe. Você sabe disso. Mas algumas das coisas que
ela costumava dizer sobre os homens... É assustador ver isso transparecer
em uma pessoa.
Josiah baixou a cabeça.
— Você tem razão. Algo primitivo se apoderou de mim, esse instinto
de protegê-la. Eu tenho um problema com raiva. Isso me atinge com
força e, às vezes, não consigo controlar. Mas esse lado violento não é
quem eu realmente sou. É apenas...
Brooke percebeu que algo estava pesando sobre ele. Mas era difícil
reconhecer isso, depois de tudo o que ela acabara de ver.
Você está deixando eles afetarem você. Sua mãe, Ron, as fofocas da
pequena cidade. Tudo o que eles já disseram e mostraram a você sobre os
homens, e os homens de motoclube, especificamente. Mas isso não é Josiah.
Você precisa ouvi-lo.
Ela segurou a mão livre de Josiah.
— Você pode ser honesto comigo, — disse ela.
Josiah soltou um suspiro profundo.
— Às vezes, você tem que usar a força no mundo do motoclube. Eu
não gosto de fazer isso. É o último recurso. Mas esses homens e mulheres
são meus irmãos e irmãs, e às vezes é necessário. Você faz o que tem que
fazer para proteger sua família.
Brooke fechou os olhos.
— Eu— — ele hesitou, — fui caçado por um homem de um
motoclube rival. Seu nome na estrada era Crow.
— Eu— — ele hesitou, — fui caçado por um homem de um
motoclube rival. Seu nome na estrada era Crow. Denunciamos o clube
deles por tráfico de metanfetamina. Esse lixo machuca as pessoas e dá a
nós, motociclistas, uma má fama. O presidente foi preso e Crow
interveio. Não muito tempo depois, ele decidiu se vingar de mim.
— O que você fez? — Brooke perguntou ofegante.
— Não havia muito que pudéssemos fazer. Eu pensei que se nosso
clube mantivesse uma distância respeitosa, ele nos deixaria em paz. Mas
isso não aconteceu. E Misty... Misty acabou levando a bala por mim.
Uma lágrima rolou por sua bochecha. Brooke ergueu o polegar e a
secou.
— Eu estava perto de matá-lo. Mas eu não sou um assassino. Eu não
sou um assassino.
E ao ouvi-lo contar essa história, não havia como ela pensar de outra
forma.
— Eu sei.
Ela o puxou para seus braços e o abraçou.
JOSIAH

Josiah não conseguia imaginar uma sensação melhor do que estar nos
braços de Brooke. Parecia estar sentado do lado de fora em uma noite
quente de verão, assim que o sol começa a se pôr.
Era uma sensação preciosa.
Ele queria aproveitar. Ele queria ficar neste momento para sempre.
Cristalizá-lo, preservá-lo. Mas isso seria apenas fingir.
Quando tudo isso acabar, o que acontecerá com nós dois? —Josiah
pensou.
Deixá-la ir seria tão doloroso. Nunca a Deixar ir seria tão doloroso.
Nunca estive tão feliz desde Misty. Posso nunca mais ser feliz assim.
Mas saber que posso perde-la—que algo pode acontecer com ela por
minha causa—
A dor disso era demais para suportar. Ele não suportava a ideia de
perder outra mulher que amava.
Talvez fosse melhor se eu apenas a deixasse ir... Se você realmente a ama,
Joe, não iria deixá-la arriscar a vida para ficar com você.
Pode ser. Talvez ele fosse egoísta.
Mas era tão errado querer ser feliz? Agarrar a felicidade, mesmo que
ela viesse em uma hora errada? Ligada a essas circunstâncias estranhas?
E quando ele passava um tempo com Brooke, ele poderia jurar que ela
parecia feliz também.
Ela parecia mais firme do que quando ele a conheceu. Ela ria mais
alto.
Já, em tão pouco tempo.
Você está vendo o que quer ver, Josiah repreendeu a si mesmo. As coisas
podem ser bonitas e passageiras. Você, entre todas as pessoas, deveria
saber disso.
Uma imagem de Misty se materializou em sua mente. Seu cabelo loiro
encaracolado caindo pelas costas, flutuando para cima e para baixo,
enquanto ela se divertia no balanço para crianças.
Ele perguntou a ela se ela percebia como era completamente ridículo,
um casal sem filhos que ia de moto até o parquinho para usar os
brinquedos das crianças.
Ela disse que sabia exatamente o quão ridículo era, e pediu que ele se
juntasse a ela. O que, obviamente, ele fez. E ele se divertiu muito.
Isso trouxe à tona a criança dentro dele.
Ele sentia falta disso.
Ter alguém com quem pudesse ser estúpido.
Eles passaram horas lá naquele dia, competindo para ver quem
conseguia balançar mais alto. Josiah garantiu que seria ele, com os
músculos das pernas bem desenvolvidos.
Mas de alguma forma, Misty sempre conseguia ficar mais alto do que
ele.
E agora ela está no lugar mais alto que as pessoas podem chegar, Josiah
pensou amargamente. Ela era tão cheia de vida. Eu deveria ter levado
aquela bala. Ela tinha muito mais para dar ao mundo.
Aposto que Brooke a teria amado se ela tivesse mais tempo. Elas teriam
compartilhado histórias sobre crescer em Bracketville e rido sobre como eu
como devagar. Elas provavelmente sairiam para restaurantes sem mim.
Josiah observou Brooke enfiar a colher de volta no sorvete. Seus lábios
estavam ligeiramente manchados de verde com a coloração de menta.
Atrás dela, Ron estava no chão, desmaiado. Josiah fez o possível para
bloquear o corpo mole de Ron de sua visão, para se concentrar apenas no
que era importante agora—Brooke.
Aquelas bochechas rosadas e aquele cabelo loiro e aquele sorriso
maroto. Aqueles cílios que enviavam ondas de ar para ele toda vez que ela
piscava. A inteligência, a beleza e a graça que ela irradiava em todos os
lugares que ela ia.
Ele não podia se arriscar a privar o mundo de tudo isso.
Ele não podia se arriscar a privar o mundo de tudo isso.
Era muito importante.
— Brooke... — ele começou. Sua voz falhou enquanto ele tentava
pronunciar as palavras.
Brooke interrompeu antes que ele pudesse prosseguir.
— Eu tenho algo a dizer primeiro.
Josiah não se atreveu a falar. Ela parecia mais segura do que nunca. Ela
olhou, sem piscar, em seus olhos. E então mais fundo—direto em sua
alma.
— Eu te amo.
Capítulo 19
OS LAÇOS QUE UNEM
JOSIAH

Enquanto Carlos e Juan arrastavam Ron para longe, Josiah descobriu


que ele só tinha olhos para Brooke. Quando os irmãos se foram, Josiah a
guiou até a cama e puxou-a para perto. Eles se despiram rapidamente,
desesperadamente.
Josiah deixou suas mãos acariciarem cada centímetro da pele de
Brooke como se ele fosse um geógrafo mapeando sua topografia. Ele
tentou esquecer tudo e curtir o momento, mas tudo que conseguia
pensar era: Por favor, não deixe esta ser a última vez.
Ouvir Brooke dizer aquelas três palavras fatídicas abalou sua decisão
de terminar tudo. Tudo que vale a pena na vida tem um custo, pensou
Josiah. O amor é a única coisa que realmente vale a pena.
Ele correu um dedo por sua espinha, sentindo cada toque. Ele
acariciou a lateral do corpo dela. Acompanhando a curva de sua cintura e
subindo novamente quando ele se encontrou com a inclinação de seus
quadris volumosos.
Ele roçou sua clavícula. Um de seus dedos se aproximou de seu
mamilo, traçando círculos leves como uma pena ao redor dele.
Brooke estremeceu de prazer.
Ele percorreu seus seios, passando por seu umbigo, até a borda de seu
sexo. Em seguida, ele lentamente inverteu o movimento, trazendo o
dedo de volta ao peito dela.
Foi incrível descobrir cada centímetro de seu corpo.
Brooke se virou para olhar profundamente nos olhos de Josiah. Ela fez
o mesmo, colocando suas mãos delicadas no peito rígido de Josiah.
Ela deixou seus dedos encontrarem seus mamilos, cada dobra em seu
abdômen musculoso. E assim que seus dedos percorreram sua trilha feliz,
avançando em direção a seu sexo, ela os sub iria de volta.
Ele sentiu sua masculinidade se contrair. Era difícil de resistir. Ela
estava fazendo coisas com ele que pareciam derreter seu cérebro. Ele mal
conseguia se lembrar de ter atingido um nível de sentimento tão intenso.
Enquanto os dedos de Brooke dançavam por sua coxa, ele ansiava por
ela.
Ele queria tomá-la sua.
Ele queria unir e entrelaçar seus corpos, como as raízes de um grande
carvalho.
Carvalho. Misty.
Mas ele não se deixou mergulhar naquele momento. Os nós dos dedos
de Brooke ao longo de seu pomo de adão não permitiam que ele sentisse
tristeza e ele estava grato.
Os dois, explorando um ao outro—cada pequena cicatriz, cada fio de
cabelo solto, cada sarda e pinta. Cada um deles estava suspenso em um
universo que consistia apenas um no outro.
Sol e Lua.
Yin e yang.
De alguma forma, impossivelmente, orbitando um ao outro.
Era quase sobrenatural o quão leve Josiah se sentia. Mesmo quando
suas pálpebras ficaram pesadas, seu espírito o estava elevando para outro
reino. Ele se inclinou em direção a ela para aspirar muito suavemente ao
longo de seu pescoço.
Era transcendente.
E não havia como negar.
Brooke era a pessoa certa.
*
Carlos: ei patrão, o rapazinho está falando Carlos: é melhor você
vir aqui Carlos: o mais rápido possível!!!

Josiah: Isso não pode esperar?


Carlos: nah

Carlos: rápido, mi hermano Carlos: é coisa grande Josiah: Certo

Josiah: Nos vemos em breve BROOKE

Ela sentiu Josiah se mexer atrás dela e ouviu os sons dele digitando em
seu telefone celular.
As pálpebras de Brooke se abriram.
Os braços de Josiah estavam apoiados em seus quadris. Seu corpo
grande e duro pressionava o dela por trás em todos os lugares certos. Ela
estava formigando loucamente.
Não havia nenhum lugar no mundo em que ela preferisse estar.
Os braços de Josiah a faziam se sentir como se estivesse em casa.
Ela não queria se mover, mal queria respirar, por medo de acabar com
um arranjo tão perfeito.
PING.
PING.
Ela suspirou.
Acho que precisávamos nos mover em algum momento. Mas alguns
minutos a mais seria pedir demais?
Ela se virou e esticou o pescoço para dar uma olhada em Josiah. O sol
distribuiu pontos ao longo de seus ombros largos, na parte inferior de
suas costas, seu traseiro tonificado.
Quando ele se virou para encará-la, ela corou sentindo-se culpada.
Mas ele sorriu de volta para ela. Ele parecia dar boas-vindas a sua espiada.
Ela veio por trás dele e colocou os braços em volta de sua cintura,
deixando seus seios pressionarem suas costas.
— O que foi? — Sua pergunta estava tingida de melancolia enquanto
ela se esforçava para ler as mensagens de Josiah. Ela percebeu pela
inclinação de seus ombros que ele estava escondendo algo.
E não era algo bom.
— Joey?
— E Ron. Carlos e Juan o levaram ao Tucker's.
— E?
— E ele está falando. Ele está preparado para contar tudo. — Josiah
deu um passo em direção à janela e observou um bando de pássaros
passar preguiçosamente.
— Você vai? — Brooke deu um passo para diminuir a distância entre
eles e colocou a mão nas costas dele.
— Eu preciso ir, — Josiah concluiu.
— Tudo bem, — disse Brooke. — Eu entendo.
Josiah se virou, com surpresa estampada em seu rosto.
Acho que ele não esperava que eu dissesse isso. Bem, ele vai ter outra
surpresa.
— Mas saiba que vou com você, — anunciou Brooke.
— Não, você não vai. — Josiah contraiu a mandíbula por reflexo. As
veias em seus antebraços saltaram.
Ughhh, Brooke pensou. Ele é sexy quando está determinado. Que bom
que sou teimosa.
— É muito perigoso, — continuou Josiah.
— Este é um negócio sujo. Eu não poderia viver comigo mesmo se
alguma coisa acontecesse com você.
— Josiah, tudo o que lhe diz respeito me diz respeito agora, — afirmou
Brooke.
— Estamos nisso juntos. Eu teria viajado para algum lugar longe
naquele ônibus Greyhound se não fosse por você. Mas não me
arrependo. E assim que eu quero que seja.
Brooke viu as engrenagens na cabeça de Josiah girando, procurando
um argumento válido. Mas parecia que ele não conseguia encontrar um.
Brooke olhou ansiosamente para o corpo quase nu de Josiah,
desejando que eles pudessem ficar para trás e fazer mais do que apenas se
tocar neste momento. Mas não era para ser.
— Tudo bem. — Josiah começou a vestir as calças. — Vamos.
JOSIAH
Josiah não queria trazer Brooke junto, por medo do tipo de perigo que
eles poderiam enfrentar. Mas ele também apreciava cada momento que
passava com ela, e agora ele sabia que não havia como deixá-la ir.
Assim, eles partiram, jogando a cautela ao vento junto com seus
cabelos, fluindo atrás deles na Harley.
Eles chegaram ao Tucker’s em tempo recorde e foram recebidos por
um estrondo vindo de dentro.
— Brooke, — Josiah começou. — Apenas fique comigo.
Ele respirou fundo, hesitante.
— Aconteça o que acontecer, eu preciso de você ao meu lado. Tudo
bem?
— Certo. — Brooke assentiu, pegando a mão dele e apertando-a com
força.
Em seguida, eles entraram no Tucker’s juntos.
Um homem forte ao lado de sua delicada mulher.
Conectados um ao outro por suas mãos e por seus corações.
Os olhos de Josiah pousaram em Ron imediatamente. Ele estava
sentado em uma cadeira de metal atrás de uma fileira de motos vintage.
Carlos e Juan estavam encostados nas motocicletas, olhando carrancudos
para ele.
O rosto machucado de Ron ficou pálido como um fantasma quando
ele avistou Josiah.
Bem feito, Josiah pensou, examinando a expressão alarmada de Ron. E
assim que você deve se sentir cada vez que olha para mim. Isso é o que você
ganha por mexer com a minha garota.
— Bem, — Josiah proferiu rispidamente.
— Desembucha.
Ron olhou para suas mãos, inquieto.
Josiah ergueu as sobrancelhas para Ron. A expressão de Josiah era fácil
de ler.
Eu não tenho paciência para você. Meu tempo é valioso. E seu tempo é
limitado.
Ron respirou fundo, se preparando para falar.
Huh, Josiah pensou. Então ele não é tão idiota quanto eu pensava. Um
criminoso muito maior do que ele é um estúpido, de qualquer maneira.
— Minha mãe, Marg... Veja, ela e Andrew tinham uma espécie de...
acordo. — Ron girou os polegares.
— Continue, — rebateu Josiah.
Engolindo em seco, Ron continuou. — Eles trabalharam juntos por
anos, sabe. Minha mãe comprava frutos do mar para o Rose's, e Andrew
surgiu com esse negócio de frutos do mar...
— E o Rose's não vende frutos do mar, — afirmou Josiah.
Ron assentiu. — Isso. Então, minha mãe estava desviando esse
dinheiro para Andrew. E recebendo uma parte por seus esforços, é claro.
Josiah balançou a cabeça. Aquele canalha. Ele ignorou os desejos de seus
pais por toda a vida e, ainda assim, teve a coragem de dizer que Josiah tinha
ficado com o que era seu por direito?
Carlos olhou para Ron com desconfiança. — Para que ele precisa de
todo esse dinheiro?
Ron girou no assento para olhar para Carlos. — Andrew está
envolvido com homens perigosos... Homens que fazem coisas brutais por
dinheiro.
Josiah fez uma careta. — Apostas, não é mesmo? Ele não conseguiu
pagar?
Ron assentiu novamente. — Eles estavam planejando vender as
motocicletas dos Tuckers para pagar suas dívidas. Mas isso não é mais
tão fácil, graças a você. — Ron cuspiu as últimas palavras como se fossem
carne podre.
Pela primeira vez desde que eles chegaram, Ron percebeu a presença
de Brooke. Seus olhos seguiram as curvas de seu corpo de cima para
baixo. Seu olhar estava cheio de ganância. Isso deixou Josiah furioso.
— Brooke, amor... — ele começou. Josiah deu um passo ameaçador à
frente e Ron imediatamente se calou.
— Cale-se. — Josiah rosnou. Brooke caminhou por trás dele e colocou
uma mão reconfortante em seu ombro. Josiah relaxou.
Esqueça aquele fracassado. Você pode lidar com ele mais tarde. No
momento, você tem problemas maiores.
Josiah se voltou para Carlos. — Ligue para Rico. Vamos precisar de
mais membros do motoclube aqui e rápido. Uma guerra pode estar
chegando.
Carlos não teve que ouvir duas vezes. — Pode deixar comigo. — Ele
correu para a sala dos fundos e ligou para Rico do telefone do escritório.
Bom. Isso está resolvido.
PING.
Ele pegou o telefone do bolso de trás e viu uma mensagem de Lucas.
*
Lucas: Oi Josiah, esta tudo em ordem Lucas: Venha até aqui assim
que puder Josiah: sério??

Josiah: você é o maior!!

Josiah: obrigado

Josiah: estaremos aí em breve Lucas: OK

Lucas: Estarei esperando.

*
Lucas fez acontecer. Talvez o cara realmente tivesse um bom potencial,
afinal.
Josiah ergueu os olhos do telefone para ver Brooke franzindo a testa
para ele com curiosidade.
— O que é?
— Precisamos encontrar Lucas no tribunal.
Josiah podia ver Brooke contemplando as implicações daquela frase.
— Huh. Para quê?
Josiah tentou ao máximo se conter, mas não conseguiu. Um sorriso
extravagante tomou conta de seu rosto. Ele não sorria tanto assim em
anos, ele pensou.
— E uma surpresa.
Capítulo 20
UM PEDIDO SURPRESA
BROOKE

Brooke não estava com humor para surpresas.


Em sua experiência, uma ida ao tribunal nunca significou nada além
de problemas.
Então, novamente... ela se lembrou do grande sorriso que tomou
conta do rosto de Joey quando ele anunciou que eles tinham que ir ao
tribunal.
Talvez Lucas tivesse encontrado algo sobre Andrew que resolveria
tudo isso de uma vez por todas?
Esse era um pensamento reconfortante. E ela queria tanto acreditar.
Para ela e Josiah saírem dessa confusão.
Para ser capaz de escapar de toda a angústia que Bracketville colocou
sobre eles. Toda a pressão que caiu sobre eles, tomando cada vez mais
difícil respirar.
Brooke estava cansada de ficar sem fôlego.
Ela queria ser livre.
Livre de Ron, livre de sua mãe controladora, livre de Bracketville e
todo o seu drama e sofrimento.
Josiah poderia trazer isso para ela.
Josiah iria trazer isso para ela.
Mas ela sabia que não podia contar com alguma solução mágica para
libertá-los de tudo. Especialmente uma que parecia ter surgido do nada.
E de Lucas, inclusive.
Brooke substituirá sua mãe na Lawson & Son o suficiente para saber
tudo e mais um pouco sobre o tipo de pessoa que Lucas era. Ela não
achava que já o tinha visto trabalhar sóbrio. Ou, pelo menos, sem ressaca.
E enquanto Lucas estava agindo com boas intenções e
profissionalmente agora, Brooke sabia que ele dificilmente era confiável.
Dito isso, Josiah parecia ter feito um bom trabalho, colocando-o na
linha. Brooke nunca tinha pensado que Lucas significaria tanto—pelo
menos não do jeito que ele parecia estar fazendo as coisas.
Era difícil para ela acreditar que as pessoas pudessem mudar.
Considerando sua mãe e Ron... mas ela iria continuar tentando.
Porque se um viúvo pudesse encontrar o amor verdadeiro pela
segunda vez, ainda mais com ela, ela não deveria apoiar a possibilidade
de segundas chances?
Ela não deveria defender a causa de as pessoas começarem de novo,
apesar da situação?
Era uma difícil de engolir, mas Brooke não desistia facilmente. Ela
queria manter a mente aberta.
Afinal, ela nunca teria sido capaz de se apaixonar por Josiah, este
motoqueiro tatuado, se ela não tivesse.
E ela teria perdido a chance de ser a mais feliz do que nunca.
Então, ela respirou fundo e subiu os degraus do tribunal com Josiah.
Pronta para qualquer coisa.
JOSIAH

Josiah podia sentir pequenas gotas de suor se formando em suas


têmporas. Já fazia muito tempo que algo havia provocado uma resposta
física tão forte dele.
Ele pensou que tinha desenvolvido uma frente bastante sólida, dado
tudo que ele passou com seu motoclube.
Mas isso é diferente, ele pensou.
Isso é amor. Quando se trata de amor, todas as regras são jogadas pela
janela.
Ele olhou discretamente para Brooke. Seu rosto estava tenso, mas
decidido. Seus lábios franzidos brilhavam.
Ela estufou o peito considerável, claramente fazendo o seu melhor
para transmitir confiança.
Ele estava nervoso.
E animado.
Muito animado.
Este é o amor da minha vida.
Quantas pessoas tem a chance de dizer isso, não uma, mas duas vezes?
E apesar de tudo, apesar da perda de Misty e da morte dos Tuckers e
de todos os problemas com Andrew, Josiah se sentia o homem mais
sortudo do mundo.
Porque sem tudo isso, Josiah não estaria aqui, neste momento.
Porque tudo isso, de uma maneira estranha e indireta, o levara até
Brooke. O interior do tribunal não era nada sofisticado. Havia várias
entradas em arco que conduziam a uma sala com um teto alto e
abobadado.
Josiah abriu o caminho para aquela sala. Ele gesticulou para que
Brooke se sentasse em um dos bancos de madeira.
Ele se apoiou em uma mesa perto da frente e se preparou para o que
estava prestes a dizer.
Ele havia executado versões desse discurso em sua cabeça tantas
vezes.
Ele até falou para seu reflexo no espelho, tentando julgar se as
palavras saíram de sua boca da maneira certa.
Porque tinha que estar certo.
Para ela. Para Brooke.
Mas quando finalmente chegou a hora, as palavras estavam confusas.
Elas saíram correndo em uma avalanche, e Josiah não conseguia
interromper o fluxo.
Ele deveria saber. É isso o que ela fez com ele.
Aqueles grandes olhos castanhos amarraram todas as partes lógicas de
seu cérebro e o deixaram com pura emoção.
Ele ainda não tinha descoberto como lidar com isso. Mas foi glorioso
do mesmo jeito.
— Brooke, — Josiah começou, — quando eu olhei para você pela
primeira vez no Lawson & Son, foi difícil tirá-los de você. Mas também
foi difícil para mim imaginar amar alguém depois—depois de Misty.
Brooke sorriu com simpatia e assentiu gentilmente, incentivando-o a
continuar.
— Você é incrivelmente linda. Isso é óbvio. Mas depois de passar o
tempo com você, descobri todas as partes de você que ninguém mais
pode ver—e elas são ainda mais bonitas.
Brooke corou, repentinamente interessada em seus pés. Josiah
chamou sua atenção de volta para cima.
— Eu sei que não faz tanto tempo. Mas eu simplesmente sinto isso,
tão profunda e verdadeiramente que é impossível explicar. E eu sei que
você sente isso também.
Lágrimas brotaram dos olhos de Brooke. Ela confirmou suas palavras
com um único aceno.
— Eu quero que você se case comigo. Bem aqui. Neste exato
momento. No caso—Deus me livre—mas no caso de algo acontecer... Eu
quero ter a mulher que amo ao meu lado. Como minha esposa.
Josiah arrastou a bota de couro pelo chão, arranhando a sola.
— Você aceitaria fazer isso? — Josiah foi até o banco e se ajoelhou. —
Você quer se casar comigo?
Houve um momento de silêncio em que Josiah esperou com a
respiração suspensa.
Mas não foi um silêncio desconfortável, tenso ou vazio.
Havia algo no ar—uma doçura inegável para as moléculas que
dançavam ao redor deles, antes de se separarem na frente dos lábios de
Brooke para que ela pudesse falar.
— Sim! Sim. Mil vezes, sim. Em mil vidas. — Brooke saltou de seu
assento, jogou os braços ao redor dele e trouxe seus lábios aos dele.
BROOKE

Brooke estava praticamente explodindo de alegria e espanto. Havia


um brilho maravilhoso e brilhante em seu estômago que se espalhava por
todo seu corpo.
Ela mal podia acreditar no que acabara de acontecer.
Josiah a havia pedido em casamento.
Sua mente estava agitada com tudo o que isso significava.
Ela o amava muito. Mas ela se apaixonou por ele tão rapidamente, e
temeu que isso pudesse assustá-lo.
Ela se sentiu como se tivesse sido transportada para uma realidade
alternativa. Aquele em que as coisas eram boas demais para ser verdade.
Foi fantástico. E distrativo.
Brooke foi a primeira a se afastar do beijo. Foi preciso um grande
esforço para remover os lábios dos dele como se tivessem uma atração
magnética.
— Vamos ter uma cerimônia adequada? Pode parecer bobo, mas eu
sempre sonhei... — ela parou. — Quer dizer, não importa. Contanto que
eu esteja com você. É que
— Nós vamos. — Josiah disse com firmeza. — Claro que vamos. Assim
que a poeira baixar. Mas, por enquanto, vamos tomar isso oficial.
Brooke concordou apaixonadamente com a cabeça. Ela pressionou
seu corpo contra o dele, sentindo um desejo forte e inexplicável de se
fundir a ele. Então uma sombra cruzou seu rosto.
— Espere. Cadê o Lucas? Ele não estava bem aqui?
Josiah parecia confuso.
— Você tem razão. Ele estava... — Josiah percorreu suas mensagens de
texto. Brooke olhou por cima do ombro dele, certificando-se de que não
havia nada que ele tivesse perdido.
— Tenho certeza de que ele saiu para comer alguma coisa ou algo
assim. Chegamos um pouco tarde. Eu vou encontrar o juiz e nós vamos
acertar as coisas.
Ela assistiu quando Josiah caminhou em direção à porta, mas ela se
abriu antes que ele pudesse alcançá-la
Lucas estava no centro, emoldurado por ela. Havia uma expressão de
súplica em seus olhos. Isso fez o coração de Brooke disparar.
E não foi só isso.
Ele estava cercado pela polícia, suas expressões pétreas.
— Eu sinto muito, — Lucas disparou. — Eles me forçaram. Não havia
nada que eu pudesse fazer.
O peito de Brooke martelou.
O que estava acontecendo?
Um policial robusto caminhou decididamente na direção de Josiah.
Brooke ficou boquiaberta quando o homem puxou um par de algemas e
prendeu as mãos de Josiah atrás das costas.
Um policial magro de cabelos escuros emergiu do grupo e ficou cara a
cara com Josiah.
— Você está preso pelo sequestro de Ron Bryant.
Um bando de policiais agarrou seus braços para tentar manter seu
corpo forte sob controle.
Mais uma vez, Brooke ficou boquiaberta. Mas desta vez por razões
muito diferentes.
E agora? Ela pensou consigo mesma enquanto os policiais o
arrastavam para longe.
O que posso fazer?
Capítulo 21
UM TRAIDOR NO TRIBUNAL
BROOKE

Brooke não conseguia se mover, não conseguia falar, enquanto os


policiais levavam Josiah embora. Eles tentaram puxá-lo para dentro, mas
ele era muito forte.
— Por favor, — disse ele. — Eu prometo que vou com você. Só preciso
de um minuto. — Josiah implorou para os policiais.
Os policiais o olharam em dúvida. Brooke percebeu que eles o
estavam julgando, como ela já fez. Como sua mãe, e todos os outros
nesta cidade de mente fechada, certamente o fizeram.
Seus olhos cavaram nas tatuagens em seus braços, seu colete do
motoclube, seu cabelo comprido e jeans desgastados e botas de couro
surradas. Eles não pareciam exatamente compassivos com sua situação.
Brooke esperava que os policiais cedessem. Mas em vez disso, quatro
deles agarraram seus braços e começaram a empurrá-lo em direção à
porta. — Vamos lá, garotão, — disse o policial magro, segurando o braço
de Josiah. Brooke ouviu um policial atrás dele murmurando — lixo. —
Ela sentiu seu rosto arder de raiva.
Josiah bufou amargamente quando eles começaram a arrastá-lo pelo
corredor.
— Espere, — Brooke chamou, mas é claro que os policiais não ligaram
para ela.
— Brooke, meu amor, — disse Josiah. — Por favor, não se preocupe
comigo. Vamos resolver tudo isso logo. E então teremos o casamento
mais magnífico que você pode imaginar, e será como se tudo isso nunca
tivesse acontecido.
Josiah se voltou para Lucas. Um policial o empurrou para frente, mas
ele manteve a compostura. — E você, — ele começou.
Lucas recuou de vergonha, evitando contato visual com Josiah.
— Cuide da minha Brooke.
Lucas parecia angustiado, a culpa de seu momento de Judas evidente
em sua postura, sua cor, o brilho úmido de sua testa. — Eu vou cuidar
dela.
O policial lançou um olhar cortante para Josiah e o empurrou porta
adentro.
— Essa é uma ordem, Lawson, — Josiah gritou um pouco além do
batente da porta. — Se você fizer as ciosas direitos, talvez eu deixe você
contar esse tempo como horas faturáveis.
E com isso, ele se foi.
Brooke ficou surpresa de que, depois do que Lucas acabara de fazer,
Josiah ainda fosse tão gentil com ele. A traição a atingiu.
Aquele era—deveria ser—seu marido bem ali.
E ele seria. Ele quase foi, antes de tudo isso acontecer.
Ela se virou para Lucas. — O que há de errado com você?! — Sua voz
ecoou por toda a sala abobadada.
Lucas estremeceu. — Eu já disse, eu realmente sinto muito. Eu não
posso explicar o quanto eu sinto.
Brooke estava tremendo de raiva. Ela sentiu que suas pernas poderiam
ceder a qualquer momento. — Sentir muito não resolve nada, amigo!
Ela lançou a Lucas um olhar severo, então continuou. Ela estava
prestes a ser ouvida. — Ron tentou me estuprar. Foi legítima defesa! Ron
é quem merece estar na prisão. Josiah é um herói!
Lucas permaneceu em silêncio por um momento de ansiedade.
Brooke, no entanto, estava preparada para esperar o dia todo até que ele
falasse alguma coisa.
Eu quero ouvir o que você tem a dizer sobre si mesmo, traidor. Um homem
inocente está a caminho da prisão por sua causa.
Lucas finalmente encontrou seus olhos. — Eu sei que você está me
dizendo a verdade. Mas Bracketville é uma cidade pequena. Está cheia de
corrupção. A influência de Marg vai muito longe, até mesmo para o
governo da cidade.
Brooke já sabia disso. Ninguém a ouviu quando ela insistiu que Ron a
drogou e a forçou a praticar atos sexuais contra sua vontade.
Marg cuidou para que Ron continuasse sendo o garoto de ouro de
Bracketville.
— Diga-me algo que eu não sei, — Brooke murmurou com raiva. —
Vamos libertá-lo sob fiança assim que pudermos. Confie em mim. Por
enquanto, precisamos levá-la a um lugar seguro.
Brooke não queria ouvir. — Eu não vou a lugar nenhum até que Joey
esteja de volta ao meu lado.
Lucas suspirou. — Você não pode pensar assim agora, Brooke. Josiah
te ama. Ele deixou isso bem claro para mim. Você não tem que gostar de
mim Brooke zombou. Ela certamente não gostava dele. Não no
momento. Não depois do que ele acabou de fazer. — —Mas como seu
advogado, estou avisando que estes são os desejos dele. — Havia uma
ponta de desespero na voz de Lucas agora. — Você não está fazendo isso
por mim. Você está fazendo isso por ele. Ele precisa de você sã e salva.
Brooke respirou fundo e tentou considerar as coisas racionalmente.
Ele estava certo, é claro. E o tom suplicante em sua voz disse a ela que
ele realmente se importava com eles, apesar de tudo.
A voz de Brooke estava mais suave agora. — Tudo bem. Vamos sair
daqui. Antes que eu mude de ideia.
Lucas a guiou para dentro do carro e eles partiram.
LUCAS

Lucas sabia que Brooke não iria gostar do que ele tinha a dizer a
seguir. Não que ela gostasse de algo saindo de sua boca no momento,
mas ainda assim.
Mantendo os olhos na estrada e as mãos firmes no volante, ele criou
coragem para contar a ela. — Brooke, eu tenho que levá-la para a casa da
sua mãe.
— O quê?! — Brooke exclamou. Ele imaginou que, se ela estivesse
dirigindo, o carro teria parado de forma brusca.
— Não mesmo. Sem chance. Eu não vou voltar lá. Ela me chamou de
vadia e me expulsou de casa!
Uau.
Brenda era a recepcionista regular de Lawson & Son quando Brooke
não estava substituindo, então Lucas não estranhava a atitude dela em
relação aos homens. Ela mal conseguia entregar um arquivo para ele sem
parecer que ia vomitar.
Mas ela sempre parecia descontar em Brooke especificamente. Ele não
percebeu o quão ruim tinha ficado.
E eu pensei que meu pai era ruim.
Ele nunca nem mesmo me demitiu quando eu bebia.
Lucas afastou esses pensamentos. — O apartamento de Josiah não é
seguro. Andrew e Ron sabem onde fica. E eles têm alguns caras vigiando
o motel porque sabem que sua amiga trabalha lá.
— E antes que você diga, sua amiga Angie está viajando este fim de
semana. Já telefonei para saber.
Lucas evitou seus olhos, mas tentou avaliar sua reação em sua visão
periférica. Ela não parecia satisfeita, mas mordeu a língua.
Dez minutos depois, eles chegaram à casa de Brenda Mitchell.
BROOKE

Olhando para a casa miserável de sua mãe, Brooke descobriu que


realmente não queria abrir a porta do carro. Ela esperava nunca ter que
olhar para o lugar novamente.
Embora, no fundo do coração, ela soubesse que isso aconteceria.
Brooke reuniu todas as suas forças, pensando em como Josiah acabara
de ser durão, saiu do carro batendo a porta atrás de si.
Assim que ela fez isso, sua mãe invadiu o gramado da frente. Brooke se
preparou para uma bronca.
— Eu sei por que você está aqui, — sua mãe sibilou. — Já ouvi tudo
sobre a prisão do seu namoradinho. Não estou surpresa.
Brooke revirou os olhos, mas sua mãe continuou falando.
— Quero dizer, o que mais você poderia esperar? É isso que os
homens fazem. Enganam, mentem, decepcionam. E ele é um
motociclista. Sério, Brooke? E eu pensei que você não poderia descer
mais o seu nível. Mas você provou o contrário.
Brooke realmente queria gritar com ela, para liberar toda a raiva que
estava a consumindo por dentro.
— Um criminoso. Não sei como consegui criar uma filha tão cabeça
de vento. — Brenda balançou a cabeça em reprovação.
Lucas assistia nervoso ao lado da porta do motorista, pronto para
intervir em caso de necessidade.
— Sabe de uma coisa, mãe? Eu não me importo com o que você tem a
dizer, porque você está errada. Você não conhece Josiah como eu. — Eu
não preciso, — Brenda retrucou.
— Todos os homens são iguais.
— Eu sei que você realmente não acredita nisso, — respondeu Brooke.
— Você é apenas revoltada com o que aconteceu com você e o irmão do
Sr. Morgan. E você tem o direito de estar com raiva, mas não pode pensar
que todos os homens são iguais por causa daquele único incidente. Você
precisa seguir em frente.
O rosto de Brenda ficou cinza. — Você não tem ideia do que está
falando.
— Talvez não. Mas eu tenho sobre Josiah. Eu o amo e não há nada que
você possa dizer para abalar isso. Esta não é minha casa. Eu não me
importo se é seguro. Eu pertenço à minha família de verdade. — Brooke
estava firme agora.
Brenda Mitchell procurou algo para dizer, mas pela primeira vez, ela
ficou sem palavras. — Vamos, Lucas, — Brooke chamou. Vamos embora.
Lucas começou a protestar, mas Brooke já havia pulado no banco do
motorista e ligado o motor. Lucas havia deixado as chaves na ignição.
— É melhor você entrar. Vou embora no seu carro, com ou sem você.
Lucas pulou no lado do passageiro, deixando uma Brenda furiosa para
trás.
*
Brooke entrou no Restaurante Rose's, esperando encontrar Promise e
descobrir para onde ir a partir daqui. Mas em vez disso, ela encontrou o
lugar lotado de clientes.
Huh? O lugar deveria estar fechando a esta hora.
Então ela percebeu que todos estavam usando um colete do moto
clube.
Claro. O clube!
Algo sobre isso acendeu uma pequena luz na escuridão de seu
coração. Eles estavam todos aqui. Para ajudar Josiah.
Lucas seguiu atrás de Brooke, ambos examinando a multidão com
admiração. Brooke sabia que Josiah era o presidente de um motoclube,
mas não havia ocorrido a ela exatamente o que isso significava. Até agora.
Juan se virou para ela. — Onde está o João Pestana?
Brooke passou a mão pelo cabelo, puxando a raiz. — Ele foi preso.
Suspiros e gritos se espalharam pela sala como hera venenosa,
seguidos por perguntas como — por quê? — e o que aconteceu? — para
Brooke.
— Eu explico mais tarde, — ela disse, incapaz de reviver a situação
horrível ainda. — Mas estávamos esperando as ordens dele, — Carlos
suspirou.
Um jovem magro com cabelo espetado olhou em volta. — Se João
Pestana não estiver aqui, a quem iremos recorrer?
Brooke estava se perguntando a mesma coisa. Josiah era sua rocha. Se
ele não estivesse lá, quem deveria assumir o lugar dele?
Brooke se virou para Promise, com os olhos marejados de lágrimas. —
O que nós vamos fazer?
— Brooke, — Promise disse, virando-se para ela. — Você é a patroa do
nosso presidente. Ele gostaria que você falasse por ele. Ele gostaria que
você contasse a eles o que aconteceu.
A conversa no ambiente parou abruptamente e todos os membros do
motoclube olharam para Brooke.
Ela hesitou um momento. Promise deu-lhe uma cutucada gentil e
chamou sua atenção: Por favor. E você. Tem que ser você.
Certamente eles não poderiam estar me olhando por liderança...
Poderiam?
A respiração de Brooke ficou presa no peito. Era uma grande
pergunta. Toda essa multidão de motoqueiros grisalhos, ao redor dela,
buscando sua orientação.
Era irreal. Poucos dias atrás, Brooke conheceu Josiah e, pela primeira
vez, foi apresentada à cultura do motoclube. Ela não tinha ideia da
diferença entre uma chopper, uma alta cilindrada e uma motocross.
E agora, eles queriam ouvir o que ela tinha a dizer?
Capítulo 22
A ASCENÇÃO DE BROOKE
BROOKE

Brooke hesitou, mas percebeu que este era o seu momento. — Certo,
vamos lá, — disse Brooke. — Deixe-me explicar desde o início...
Brooke respirou fundo, olhando para todos os membros do
motoclube de aparência durona que de alguma forma esperavam que ela
tivesse algo valioso a oferecer.
Ela explicou a eles a situação—como Ron tentou estuprá-la. Como
eles o interrogaram no Tucker's. Como Lucas entregou Josiah pelo
suposto sequestro de Ron.
Vários membros do motoclube estavam olhando feio para Lucas.
Ela já estava começando a duvidar de si mesma.
Isso é loucura! Não tenho nada a ver com ficar na frente dessas pessoas
como se eu fosse a presidente do motoclube, ela pensou. Esse é o trabalho de
Josiah. Eles o respeitam. Como deveriam—ele é o único que está lá para
eles.
Certamente há alguém mais qualificado para falar em nome de Josiah.
Rico é o VP, ou até mesmo Carlos ou Juan. Alguém leal até o fim com este
clube, assim como Joey.
Lutando contra o desejo de recuar, ela se esforçou para continuar. —
Gente, já contei tudo que sei. Mas eu realmente não acho que tenho o
direito de ficar aqui e Carlos a cortou. — O chefe tem mais consideração
por você do que qualquer um de nós aqui e confie em mim, ele nos dá
todo o respeito. Bem, todos nós confiamos nele, e ele confia em você
acima de tudo. Então, valorizamos sua opinião.
Rico se mexeu desconfortavelmente, seu rosto era indecifrável. Mas
então ele se virou para Brooke e assentiu para que ela falasse.
Isso selou a aceitação de Brooke da posição.
E incrível que Josiah pensasse tanto em mim. E que seu motoclube não
tem escrúpulos em me aceitar tão facilmente. Eu não posso lutar contra isso.
E uma honra.
Claro, saber que ele se sentia assim torna ainda mais importante que eu o
traga de volta.
— Certo. Não quero prejudicar ninguém — —ela gesticulou para Rico
— — mas acho que posso me manifestar sobre a situação. Objeções?
Ela esperava que houvesse pelo menos uma, mas todos concordaram
com a cabeça. Carlos até gritou — Uhu! — O que a fez rir um pouco.
— Vou começar perguntando para todos vocês, porque admito que
estou fora da minha área aqui. O que vocês acham que devemos fazer?
A sala explodiu em resmungos. Brooke olhou de rosto em rosto,
tentando obter algum tipo de resposta coesa de dentro do zumbido que
enchia a sala.
Rico foi o primeiro a falar acima do barulho. — Acho que devemos
deixá-lo por enquanto. Não há como pagarmos sua fiança. Isso esvaziaria
metade dos cofres do motoclube.
Houve alguns murmúrios de concordância. Mas houve tantos
grunhidos de contestação.
Rico levantou a voz novamente. — Melhor deixar o sistema legal
seguir seu curso. Eles vão provar a inocência de Josiah.
Juan riu sem graça. — Você diz isso como se o sistema legal sempre
ficasse do lado de um membro do motoclube. — Muitas pessoas
concordaram com essa afirmação.
— Juan está certo. Mas não é só isso, — disse Promise. — Não há
tempo! Andrew e seus homens terão vendido as motocicletas dos
Tuckers até lá. E, de alguma forma, não acho que eles serão gentis o
suficiente para deixar nada para trás.
Brooke subiu no único banco que Andrew e seus capangas não havia
rasgado. Ela gesticulou pedindo silêncio e todos obedeceram sem que ela
tivesse que dizer uma palavra.
Todos os olhos estavam sobre ela.
Ufa, Brooke pensou. Houve um tempo em que eu tinha medo de falar
em público.
Ela olhou de volta para a multidão de pessoas. Suas palmas estavam
suadas.
Certo, esse tempo ainda é agora. Mas essas pessoas serão, essencialmente,
minha grande família. Não tenho nada a temer.
E há muito que tenho a dizer.
Brooke esfregou as palmas das mãos na calça jeans para secá-la. Ela
franziu o rosto e tentou aquele truque de imaginar a plateia nua.
Não ajudou. De alguma forma, só fez com que ela se sentisse nua.
Então ela trouxe Josiah aos olhos de sua mente.
Seu peito robusto. Seus bíceps perfeitamente esculpidos. Sua
mandíbula impossivelmente afiada e seu sorriso encantadoramente
torto. O nariz maravilhosamente distinto que ela tinha certeza de que ele
havia quebrado pelo menos uma vez.
— É agora ou nunca.
— Quando Josiah pôs os pés nesta cidade, ele pensou que estava
apenas de passagem. Mas quando o vi pela primeira vez, esperava que ele
pudesse ficar um pouco mais. Eu sabia que ele era especial.
Brooke viu pequenos sorrisos espalhados pela multidão, então ela
continuou.
— Os Tuckers também sabiam. Eles o viram como o homem de bom
coração que ele é. Claro, todos vocês sabem disso. Vocês sabem disso há
mais tempo do que eu.
Ela ouviu algumas risadas. Ela continuou falando, com a voz mais
forte agora.
— Ele está lá para mim desde que nos conhecemos. Ele interveio
contra o flerte bêbado de Lucas...
Brooke percebeu a vergonha e o remorso que estavam escritos no
rosto de Lucas. Ela acenou.
— Ele me salvou de uma gangue liderada por Ron. Ele não me julgou
quando ouviu sobre o passado que me assombrava em Bracketville. Ele
me levou para passear em sua motocicleta e me abriu para um mundo
totalmente novo.
Ela estava chorando agora. — Ele me fez sentir capaz e digna pela
primeira vez na minha vida.
Aparentemente, suas lágrimas eram contagiosas porque Brooke
percebeu que Promise estava chorando também.
— E depois, ele me salvou de Ron novamente. Mas o que ele fez vai
além dele e de mim. Esta cidade da qual sempre quis escapar. Nunca
pensei que alguém fosse me pegar dizendo isso, mas vejo algo de bom
nela agora. Por causa do Joey.
— Agora percebo que é aqui que pertenço. Devemos isso a ele,
precisamos tirá-lo da prisão e lutar por este lugar.
— Porque eu acho que deve haver um lugar para este moto clube em
Bracketville, — ela declarou.
Os membros do motoclube explodiram em gritos. Houve tapinhas nas
costas, felicitações e cumprimentos.
— Falou bonito, irmã, — Promise disse calmamente.
Carlos estava radiante. — Bem, vocês ouviram a patroa. Vamos nos
mexer.
Por Josiah!
— Por Josiah! — a multidão ecoou.
ANDREW

E uma pena, pensou Andrew. Se você quer que tudo seja bem feito, você
tem que fazer você mesmo.
Devia saber que não podia contar com Ron. Esse idiota inútil. E agora sua
mãe está muito preocupada por causa do filho para ajudar.
Andrew estava em um Suburban preto com quatro dos homens que
estavam atrás dele por suas dívidas com jogos de azar.
Lá estavam os dois irmãos Cuevas de camisa preta, que entraram na
loja de conveniência mais cedo, assim como dois de seus amigos
igualmente fortes.
Andrew ditou as instruções do banco de trás, imprensado entre dois
dos homens corpulentos. Ele desejou que ele pudesse estar em qualquer
outro lugar. Eles cheiravam a spray corporal com produtos químicos e o
faziam se sentir minúsculo.
Andrew tinha planejado lutar contra esses homens, embora estivesse
fora de forma e em menor número.
Mas o que faltava de força, ele compensava em uma mente conivente.
Ele convenceu os irmãos Cuevas a seguirem a verdadeira ameaça, o
homem que tinha todo o dinheiro de que Andrew precisava para pagá-los
de volta.
Josiah.
O nome assumiu a forma de uma criatura feia na mente de Andrew,
atormentando-o. Ele mal queria falar em voz alta.
Como se evitar o nome o fizesse deixar de existir. Como se fosse
apagar aquelas cláusulas idiotas dos testamentos de seus pais. Como se
isso trouxesse de volta sua irmã.
A viagem durou tempo demais para o gosto de Andrew. Ele tinha
certeza de que o motorista havia feito algumas curvas erradas, mas não se
atreveu a reclamar. Não importa o quanto ele quisesse dar uma bronca
nele.
Eles pararam em frente à Loja de Motocicletas Tucker e os homens
tiraram Andrew do carro. — Cuidado, — ele murmurou enquanto o
empurravam em direção à porta da frente. Eles não ligavam para ele.
Eles empurraram Andrew pela porta da frente. Ver o que Josiah tinha
feito com o lugar o deixou louco.
Ele retirou os telões das paredes e os substituiu por pôsteres antigos
de motoclube. Os funcionários da loja usavam jaquetas de couro e
macacões de mecânico, em vez dos temos elegantes que costumavam
usar.
A pior parte disso, pensou Andrew, é
que está funcionando.
Marg havia lhe informado sobre isso. Disse a ele que o negócio parecia
estar melhor do que nunca, se o estacionamento fosse uma indicação.
Motos. Nunca entendi porque meu pai gostava dessas coisas horríveis.
Ao cruzar a porta, ele avistou Jaydon, o homem negro forte que seu
pai contratou para administrar o lugar. Jaydon agarrou uma vassoura,
disparando em direção à porta.
Usando o que parecia ser toda a sua força, Jaydon empurrou Andrew
para fora da loja e enfiou o cabo de vassoura na porta para bloqueá-la.
Sua esposa, Jaqueline, apressou-se em dar uma mãozinha ao mando.
Eles deviam estar me esperando.
Andrew riu para si mesmo. Jaydon era um cara forte, mas não era
páreo para os músculos que perseguiam Andrew.
— Para trás, — Jaydon advertiu sua esposa. Ela deu um passo
apressado para trás.
Ouviu-se um estrondo vindo de fora enquanto os homens batiam na
porta. Os dois clientes lá dentro começaram a notar a agitação e
correram em direção ao perímetro da loja, escondendo-se atrás de uma
estante.
Andrew podia ver lascas emergindo e se estendendo em um padrão
como uma teia de aranha.
De repente, o homem com alargadores pegou impulso e lançou uma
perna carnuda na porta.
O chute fez com que a porta inteira desabasse em mil pedaços.
Os homens invadiram, sem fazer nenhum esforço para esconder sua
indignação. Andrew ficou feliz em ver a raiva deles dirigida a outra
pessoa pela primeira vez.
O maior dos homens, largo como uma parede, deu um salto
predatório sobre Jaqueline. Ele apertou uma mão monstruosa em tomo
de seu bíceps monstruosa em tomo de seu bíceps esguio e deu-lhe um
sorriso seboso.
Jaqueline recuou, mas o aperto do homem não permitiu muito
movimento.
Então, ele lentamente, carinhosamente tirou uma arma de seu coldre.
O rosto de Jaydon ficou sombrio, como se uma nuvem de tempestade
tivesse pousado sobre sua cabeça.
O homem o levou até a têmpora de Jaqueline, pressionando o cano
frio contra sua pele. Ele se virou para Jaydon e estreitou os olhos
ameaçadoramente. — Como vai ser? — ele zombou.
Capítulo 23
UMA SÚPLICA DESESPERADA
JOSIAH

Josiah estava na prisão do condado há apenas algumas horas, mas de


alguma forma essas horas pareceram dias. Dias terrivelmente longos.
Ele sentiu como se as pequenas rugas gravadas em sua testa e
bochechas de uma vida bem vivida estivessem se aprofundando em um
ritmo rápido dentro dessas paredes sombrias.
Horas.
Ele tinha que ficar se lembrando de que só haviam se passado algumas
horas.
Mas essas foram horas sem Brooke.
E a cada minuto que passava, o buraco no estômago de Josiah se
apertava.
Ele se preocupou por tê-la deixado em perigo. A última vez que ele
esteve longe dela por tanto tempo, Ron tinha
Ele não deveria pensar nisso. Isso iria apenas embaralhar seu cérebro,
fritá-lo até virar mingau de raiva e inquietação.
Ele não poderia suportar isso. Ele ainda tinha que bolar algum tipo de
plano. Uma maneira de lidar com Andrew e seus homens. Alguma
maneira de sair desse buraco e consertar tudo.
Além disso, Brooke estaria segura com Lucas. Certo?
Lucas, o traidor. Lucas, que disse à polícia que eu sequestrei Ron.
Como posso confiar nele?
Mas, naquele momento no tribunal, Lucas era a única pessoa a quem
recorrer. Ele queria odiá-lo, mas não conseguia.
Lucas estava se esforçando para ficar sóbrio. Ele vinha fazendo o
possível para corrigir todas as falhas relacionadas ao Andrew na
documentação de Josiah dos Tuckers.
Josiah tinha que acreditar que Lucas não tinha visto outra saída
quando o entregou à polícia. No fundo, ele se importava com Josiah e
Brooke.
Josiah ouviu um par de passos, então o som de uma pessoa se
transformou em duas.
CLANK.
CH CH CH CH CH.
Falando no diabo pensou Josiah.
Na frente dele, Lucas estava segurando uma pasta excessivamente
grande. Um policial de aparência severa estava ao lado dele, guardando
no bolso a chave que ele acabara de usar para destrancar a porta da cela
de Josiah. — Você tem uma visita, — disse o policial monótono,
prendendo um par de algemas pesadas em Josiah. — Mexa-se. — Ele
empurrou Josiah porta afora.
Josiah deu um longo passo à frente e lançou ao policial um olhar
penetrante, deixando claro que ele o seguiria pacificamente, sem a
necessidade de força bruta.
O policial levou os dois homens por uma de corredores labirínticos
antes de parar em uma pequena sala escura marcada como — Sala de
Visitas.
— Você está certo. Só lá dentro então. Vocês, meninos, têm meia hora.
Sem fotos. Sem toque. Estarei aguardando do lado de fora, então não
tente nenhuma gracinha. — Essa última frase foi proferida enquanto
olhava para Josiah.
Eu não fiz nada Josiah bufou
internamente. Levou tudo nele para não explodir enquanto pensava
em Ron. A injustiça de toda a situação o estava matando por dentro. Mas
um passo de cada vez.
Lucas e Josiah entraram na sala de visitas.
Não era especialmente agradável de se olhar—a pintura bege estava
lascada em vários lugares, os ladrilhos de linóleo branco estavam
manchados de amarelo com o tempo e as lâmpadas fluorescentes no alto
piscavam ameaçadoramente.
Os dois homens sentaram-se a uma mesa de metal frágil no centro da
sala. Lucas colocou sua pasta entre eles e olhou ao redor da sala.
Qualquer coisa para evitar encontrar os olhos de Josiah.
Josiah quase se sentiu mal por ele.
Quase.
Lucas pigarreou uma, duas, três vezes. Então ele começou a falar.
— Olha, — ele disse, — eu sei que não há nada que eu possa dizer que
possa compensar tudo. Portanto, estou falando com você hoje como seu
advogado.
Josiah cerrou os dentes. Ele não estava exatamente esperando que o
conselho jurídico de Lucas fosse apenas luz do sol e arco-íris.
— Em primeiro lugar, o motoclube vai pagar a sua fiança. Brooke se
certificou disso.
O coração de Josiah disparou—as ações do motoclube e de Brooke
confirmaram a devoção que ele já sentia por eles. Mas então afundou—
isso esvaziaria metade dos cofres do motoclube. Seu rosto desmoronou.
— Eles não podem fazer isso, — sussurrou Josiah. — Eles vão, —
respondeu Lucas. — Não há discussão. — Josiah abriu a boca, mas
pensou melhor e torceu os lábios.
— Legalmente, eu o aconselharia a não fazer qualquer coisa estúpida
depois de sair.
Defina estúpida, ele pensou. Lucas se inclinou para frente. — Mas, se
posso falar pessoalmente... eu recomendo endireitar a postura de um
Andrew Tucker.
Josiah abriu um sorriso.
Se Lucas conseguir, talvez eu seja capaz de fazer exatamente isso.
*
Carlos: ei Joey

Carlos: que bom que você saiu

Carlos: precisamos de você, cara


Carlos: temos uma pista sobre onde Andrew vai estar

Josiah: sério??

Josiah: diga

Carlos: acho que você estava certo

Carlos: sobre uma guerra chegando

Carlos: depois que você saiu, Ron nos disse que Andrew estava
vindo para reivindicar a loja Tucker’s

Carlos: e que todos nós iríamos nos arrepender

Carlos: venha ao rose’s quando você sair da cadeia na $$ e iremos


para lá o mais rápido possível

Josiah: valeu, Switch

Josiah: até breve

BROOKE

Brooke estacionou no Hospital Geral de Bracketville, temendo ter que


colocar os pés lá dentro.
Ela não era a maior ã de hospitais em primeiro lugar. Como a maioria
das pessoas, provavelmente. Mas Brooke tomava cuidado especial para
evitar ir até eles sempre que possível.
Na única vez em que esteve no Hospital de Bracketville, o cheiro de
antisséptico e os leitos cheios de rostos pálidos ficaram gravados em sua
memória.
Desta vez, essas coisas eram a última de suas preocupações. Ela
arrastava os sapatos pela calçada a cada passo.
Vamos, ela se repreendeu. Não há como contornar isso. Além disso, será
muito mais fácil se você fizer isso rápido—como arrancar um curativo.
Ela fez seu caminho através das portas de vidro e subiu para a ala de
cuidados médicos do terceiro andar que a recepcionista havia
mencionado. Ron acabara de ser transferido da emergência para uma
unidade de atendimento menos urgente.
Josiah deve ter realmente feito um belo estrago, ela pensou.
Ela falou com uma enfermeira no terceiro andar, perguntando sobre a
localização do quarto de Ron Bryant. A enfermeira apontou a direção
certa, acrescentando que sua mãe já estava lá visitando.
Brooke já suspeitava disso. Na verdade, seu plano meio que se baseava
nisso.
TOC TOC.
Brooke esperou pacientemente do lado de fora da porta. Ela percebeu
o tom inconfundível da voz de Marg enquanto a mulher murmurava
algo.
A porta se abriu.
O rosto já enrugado de Marg franziu como se ela tivesse comido algo
muito azedo. — Você, — ela disse com desprezo. Brooke se manteve
firme.
— Você tem muita coragem de aparecer aqui. — Marg se moveu para
bater à porta na cara de Brooke. — Espere! — Brooke exclamou.
Marg olhou para ela com os olhos semicerrados.
— Eu sei o que você e Andrew têm feito com o Rose’s todos esses anos.
— Brooke vasculhou sua bolsa e tirou uma pilha de papéis. — E eu posso
provar isso.
A cor sumiu do rosto de Marg. Ela deu um passo para trás, deixando
espaço para Brooke entrar. Ela fechou a porta com cuidado, girando para
encarar Brooke com os braços cruzados.
Brooke examinou a sala.
Ron estava deitado na cama do hospital, envolto em finos lençóis
azuis. Seu rosto estava manchado com hematomas florescendo de verde
e roxo, e algumas feridas vermelhas e nodosas cruzavam o que podia ser
visto de seu peito.
Brooke estava feliz por ele estar dormindo. Ela não conseguia
imaginar o que diria a ele.
Marg ainda estava encostada na porta, balançando um pé para cima e
para baixo.
Brooke desviou os olhos de Ron. — Está tudo aqui. — Ela colocou os
papéis na mesa lateral. — Você pode negar o quanto quiser, mas esses
documentos são provas concretas. Eles possuem registros desde quando
você começou a trabalhar no Rose’s.
Marg se inclinou para examinar as evidências. Ela rangeu os dentes.
Brooke colocou os papéis de volta na bolsa. — Marg, Josiah e eu, estamos
dispostos a fingir que isso nunca aconteceu se você puder mexer os
pauzinhos e fazer essas acusações irem embora. Por favor. Andrew não
vale a pena. Não vale a pena perder seu filho.
Marg inclinou a cabeça, contemplando a oferta. Ela caminhou até a
cabeceira de Ron e acariciou uma de suas mãos inchadas.
A cabeça de Brooke estava girando. Ela não sabia o que mais poderia
dizer a Marg para convencê-la.
Ela observou Marg enquanto olhava para Ron. Por mais que ela
quisesse odiar Marg, ela podia ver que havia amor em seus olhos por seu
filho.
Ela amava Josiah mais do que odiava Ron. Garantir sua liberdade era
mais importante do que qualquer outra coisa.
Por favor, por favor, Brooke pensou, ouça a razão.
ANDREW

Andrew assistia do lado da porta enquanto Jaqueline choramingava,


ainda nas garras dos tubarões da cobrança. Jaydon cedeu, erguendo as
palmas das mãos na direção deles e gesticulando ao redor da loja: é toda
sua.
O atirador jogou Jaqueline no chão. Suas pernas dobradas sob ela.
Jaydon diminuiu a distância entre eles, colocando seus braços ao redor
dela em um instante.
Esperto Andrew pensou. Os homens estavam ficando cada vez mais
impacientes. Ele suspeitou que o atirador não teria hesitado em disparar
o gatilho se pensasse que Jaydon estava perdendo muito tempo.
Um dos homens, com o nariz torcido que parecia ter sido quebrado
algumas vezes e o corpo parecido com um hidrante, colocou uma faca na
garganta de Jaydon.
Ele o puxou para longe de sua esposa e o forçou a revelar o paradeiro
dos registros bancários.
Os quatro homens começaram o trabalho. O homem com alargadores
vasculhou a mesa de Jaydon, procurando extratos bancários e senhas de
acesso.
O atirador correu para a sala dos fundos e começou a arrombar o
cofre. Os outros dois caras começaram a colocar as motocicletas nos
ombros e a arrastá-las porta afora.
Andrew supôs que ele deveria estar fazendo algo, mas percebeu que
não estava motivado. Nada do dinheiro iria acabar indo para ele neste
momento, de qualquer maneira.
E melhor deixar os idiotas cuidarem disso, ele decidiu.
Então, em vez disso, ele puxou uma cadeira e se sentou, um
observador confortável. Os homens estavam ocupados demais
saqueando o lugar para realmente notar ou se importar.
Estando nessa posição relaxada, entretanto, Andrew foi o primeiro a
ouvi-lo.
Um zumbido.
Em seguida, um ronco.
E, finalmente, um verdadeiro rugido.
Mas que...?
Ele sabia que provavelmente deveria ficar do lado de dentro, para que
os homens não concluíssem que ele estava tentando fugir da cena. Mas
sua curiosidade levou a melhor. Ele se levantou da cadeira e saiu.
Não. Não, não, não.
Lá, disposto em uma formação triangular perfeita diante dele, estava o
motoclube de Josiah.
Devia haver pelo menos cinquenta pessoas ali, vestidas com roupas de
motociclista.
Algumas tinham diversas tatuagens. Havia outras com cabelos de
vários tons de néon. E também algumas que pareciam ter vivido uma
segunda vida como homens de negócios bem-vestidos. Um tinha um
moicano pequeno e liso.
Todos eles tinham olhos obscuros e brilhantes sob as sobrancelhas
grossas. Bocas definidas, mandíbulas cerradas. Nós dos dedos brancos em
seus guidões.
Na frente do grupo, naturalmente, estava Josiah.
Andrew tinha sido avisado de que o motoclube de Josiah poderia ser
capaz de pagar a fiança, mas ele esperava que eles demorassem um pouco
mais para colocar seus negócios em ordem. Sua raiva se misturou à
vergonha de sua própria estupidez.
Andrew ficou surpreso com a quantidade de pessoas que Josiah havia
manipulado para ingressar em seu pequeno culto de motocicleta.
Não conseguiu me encarar de homem para homem. —Mas o que ele não
queria admitir, nem mesmo para si mesmo, era o medo impressionante
que dominou suas entranhas.
Josiah balançou as pernas sobre o assento, descendo suavemente de
sua motocicleta. — É hora de conversarmos, irmão.
Capítulo 24
OS FURY RIDERS
ANDREW

— Ei, — gritou Andrew para os capangas, — temos companhia!


O homem com os alargadores, que havia ignorado o som
anteriormente, congelou em seu lugar ao lado da mesa de Jaydon, então
puxou o celular e começou a chamar reforços.
Andrew percebeu que teria que enrolar. O capanga cobrador de
dívidas atrás dele pode ser forte, mas eles não eram páreo para todo o
motoclube.
Um suor frio brotou da testa de Andrew.
Controle-se, Andrew, pensou ele. Ganhar tempo vai ser fácil. Eu
certamente tenho mais do que o suficiente para dizer a ele.
Andrew caminhou em direção a Josiah. Ele tentou transmitir mais
confiança do que sentia. — Ora, ora, ora, — ele começou. — Se não é
Josiah e seu bando esfarrapado de desajustados.
Ele estremeceu um pouco ao dizer isso. Em sua cabeça, parecia
comandante, poderoso. Quando ele disse isso em voz alta, parecia uma
criança imitando um supervilão clichê.
Josiah deu uma risadinha. O constrangimento de Andrew se
transformou em uma fúria formigante.
— O que foi? Você não poderia nem mesmo me enfrentar sem um
exército inteiro. — Ele gesticulou para todos os membros do moto clube.
O rosto de Josiah estava composto, sereno até. — Você é um
homenzinho tão zangado. Eu sinto pena de você.
— Ha. Ha, ha, ha. — A risada de Andrew era seca e hostil. — Josiah.
Um presente de Deus para a Terra, — Andrew sibilou. — Você realmente
sente que está acima de todos, hem?
Josiah deu um passo em sua direção.
Eles estavam apenas a um pé de distância um do outro agora. Com
muito mais de um metro e oitenta, Josiah pairou sobre ele.
— Eu teria que dizer que estou acima de você, sim.
Risadinhas surgiram da multidão de membros do motoclube. O rosto
de Andrew ficou vermelho.
Gostaria de poder tirar os sorrisos de seus rostinhos presunçosos, Andrew
pensou. Fazê-los sofrer como Josiah me fez sofrer.
Andrew ouviu barulho atrás dele. O homem com os alargadores e o
atirador se posicionaram um de cada lado de Andrew. Os outros dois
homens estavam pegando algo no Suburban.
O atirador deu um tapa nas costas de Andrew com força. Ele precisava
ganhar mais tempo para eles. — Josiah, eu sabia que você era um parasita
desde o momento em que o conheci. Primeiro, você insistiu em roubar
minha irmã inocente para você. Depois, você sugou meus pais, — eu
disparei.
— Meus pais idosos e indefesos. Não sei o que você fez para conseguir
os comércios, — continuei, — mas é horrível pensar em você se
aproveitando deles dessa maneira. — — Eu me aproveitando deles? —
Josiah respondeu. — Você estava sugando dinheiro deles enquanto eles
ainda estavam vivos!
— Todo aquele dinheiro ia ser meu de qualquer maneira! Incluindo o
legado dos Tucker. — Andrew estava tendo convulsões de fúria. — Você
roubou tudo de mim!
— Mesmo depois de ter tirado a vida da minha irmã, você ainda fez
tudo isso. — A voz de Andrew falhou na última palavra.
Andrew pôde ver a mandíbula de Josiah cerrar, seu pomo de adão
balançar para a frente e as veias em seus antebraços latejarem.
Ha, Andrew pensou, AGORA você se preocupa com ela. Tarde demais.
SKRRRT.
Duas caminhonetes pretas pararam no estacionamento, deixando
uma nuvem de poeira pairando no ar atrás deles. Um grupo de homens
destroçados saiu e se reuniu atrás de Andrew.
Andrew sorriu. — Agora podemos jogar de forma justa.
JOSIAH

Josiah observou os homens formarem uma fortaleza aparentemente


impenetrável ao redor de Andrew.
Todos eles tinham um ar de ex-militar. Mas ele não estava
preocupado.
Ele sabia que seu motoclube poderia causar sérios danos.
E o outro lado não se importava com Andrew; ele era apenas um meio
para um fim. Assim que pudessem receber o dinheiro devido, eles o
abandonariam sem pensar duas vezes.
Então, novamente, eles precisavam que Andrew sacasse primeiro...
Josiah sentiu que a coragem do cunhado estava diminuindo.
Andrew estava com problemas, isso estava claro. Ele estava com
problemas há muito tempo.
Josiah queria odiar Andrew. E em parte, ele odiava.
Mas ele é irmão de Misty, Josiah pensou. Ele é o filho dos Tuckers. Talvez
ele tenha sido uma ovelha negra desde o início, ou talvez não. De
qualquer forma, ele merece uma chance. Posso não dever isso a ele, mas
devo a eles. Devo isso a Misty.
— Andrew, — ele continuou, — seja honesto consigo mesmo...
mesmo se você pagar essas dívidas, você realmente acha que isso acabará
com a sede que o leva a gastar tudo em apostas?
Andrew mordeu a bochecha.
— Deixe-me ajudá-lo, — pediu Josiah. — Você não quer que isso acabe
em violência. Você é melhor do que isso.
Andrew piscou para Josiah, estreitando os olhos. Andrew parecia estar
analisando-o, tentando determinar se ele estava sendo honesto sobre
querer ajudar.
Ele manteve contato visual, fazendo o possível para transmitir a
verdade a Andrew.
Josiah respirou fundo e decidiu ser franco. — Eu amei sua irmã. Vou
me arrepender do que aconteceu com ela todos os dias da minha vida. Eu
carrego isso comigo. Mas se eu pudesse te ajudar...
Então talvez ela pudesse me perdoar. Talvez alguma força superior
pudesse. Por um momento, a hostilidade alojada na expressão de Andrew
se transformou em outra coisa. Gratidão? Tristeza? Vergonha? Josiah não
tinha certeza.
Andrew abaixou a cabeça, balançando suavemente, aparentemente
para si mesmo.
— Você simplesmente esqueceria tudo? Tudo o que fiz? — Andrew
perguntou baixinho.
Josiah reprimiu a raiva que sentia de Andrew, por colocar Brooke em
perigo, por roubar dinheiro, por tudo.
Havia um tom juvenil no rosto voltado para baixo de Andrew. Algo
jovial, culpado. Algo que deixou Josiah esperançoso quanto ao futuro de
Andrew.
Josiah assentiu. — Eu poderia.
E Josiah achou que realmente poderia, com o tempo. Andrew era um
irresponsável, mas era um viciado. Ele tinha que ficar se lembrando disso.
Eu só espero... Espero que ele possa passar por tudo o que aconteceu com
Misty. Acredito que ele a amava, assim como eu. Se ele pudesse aceitar o
quanto eu me importava com ela. Como aquela bala que rasgou seu coração
rasgou o meu também.
Talvez então ele entendesse. Talvez se ele pudesse fazer isso, ele aceitaria
minha ajuda.
Andrew deu uma longa olhada em Josiah. Então seu rosto enrijeceu.
— Você pode me perdoar, mas eu— — Sua voz vacilou quando Josiah
sentiu seu próprio rosto desmoronar.
Andrew desviou os olhos. — Eu simplesmente não consigo te perdoar.
A mão de Andrew estremeceu perto de seu bolso. O calor subia pelas
bochechas de Josiah. — Andrew... — ele implorou.
Andrew enfiou a mão no bolso e tirou uma arma bem polida.
— Eu sinto muito. — O revólver refletia raios de sol ofuscantes para o
motoclube enquanto Andrew o erguia lentamente, mirando na cabeça de
Josiah.
Vários membros do motoclube já haviam sacado suas armas. Todos
eles tinham reflexos muito mais rápidos e menos talento para o drama do
que Andrew.
Os capangas atrás de Andrew sacaram suas semiautomáticas.
O sangue subiu à cabeça de Josiah.
Ele pensou em Misty.
Fazendo amor com ela ao lado do carvalho. Preenchendo-a e sentindo
seu corpo pressionado em seu peito. Fixando os olhos nos dela e
querendo nunca, nunca a deixar ir.
Ele pensou em Brooke.
Em vê-la pela primeira vez no Lawson & Son, tão alheia a sua própria
beleza magnífica. Ele pensou naquela noite maravilhosa quando eles
acabaram de explorar os corpos um do outro.
Ele sentiu uma pontada no peito ao pensar em todas as coisas que eles
ainda não tinham sido capazes de fazer.
Todas as coisas que eles podem nunca conseguir fazer.
BROOKE

Brooke geralmente era uma motorista cautelosa. Mas hoje não.


Hoje ela estava a vinte e cinco milhas por hora acima do limite de
velocidade, voando pela estrada com o coração batendo forte no peito.
Ela ficou aliviada por não haver trânsito.
Ela só conseguia pensar em Josiah. Ela achava que havia convencido
Marg a mudar de ideia, mas não tinha certeza.
E Marg a avisou que seria difícil convencer os poderes de que o
motoclube era uma força do bem.
Ela poderia fazer isso, Brooke tinha certeza disso. Mas ela poderia
fazer isso acontecer a tempo?
Brooke abriu a porta do carro e correu para a esquina do
estacionamento, onde podia ver todo o motoclube reunido, enfrentando
um enxame de homens de camisas pretas liderados por Andrew.
Por favor, não pode ser tarde demais, ela orou. Ela levou o corpo ao
limite, empurrando suas pernas o mais rápido que podia. Era um longo
caminho pela frente. Daqui eles ainda eram alfinetes em sua linha de
visão.
Ela podia ver as pessoas com os braços erguidos. Armas posicionadas.
Ela o avisou que isso era uma má ideia. Que ele ia se machucar. Mas
ele não ouviu. É claro que não. Ele não seria seu Joey se recuasse.
Oh, Joey, Brooke pensou. Meu Joey. Você é teimoso demais para o seu
próprio bem.
Ela parou por um momento para recuperar o fôlego, examinando a
cena.
O que ela faria quando chegasse lá? Ela não tinha uma arma—não que
tivesse experiência real em usá-la—nem dinheiro para aplacar Andrew e
seus homens.
Eu não tenho nada. Estou indefesa. Vou acabar morrendo, junto com
todos os outros. O que estou fazendo?
Ela levou um minuto para organizar seus pensamentos, para bolar
algum tipo de plano. Pense, Brooke, pense.
BLAM.
Brooke foi arrancada de seus pensamentos. Uma arma acabara de
disparar. Mas de quem?
Andrew recuou com o tranco de sua arma.
Seu rosto estava brilhante, pasmo. A bala deve ter atingido um alvo.
Oh, não. Não, não, não, não. NÃO!!!
Brooke observou, impotente, o corpo de Josiah ficar mole e cair no
chão.
Capítulo 25
UM TIRO NO ESCURO
BROOKE

Assim que Josiah caiu, o estacionamento da Loja de Motocicletas


Tucker explodiu em um tiroteio.
O motoclube lançou um grito uniforme de indignação antes de
disparar suas balas. Eles foram recebidos por uma chuva de tiros enviada
por Andrew e seus homens.
O barulho era ensurdecedor. Os ouvidos de Brooke zumbiam.
Sua cabeça estava uma bagunça confusa e agonizante. Havia apenas
uma coisa, um pensamento claro como cristal afogando a dor e a
confusão.
Antes que ela percebesse, ela estava correndo para a ação. Ela não se
lembrava de começar a mover as pernas, mas com certeza deve ter feito
isso.
As balas cortavam o ar acima de sua cabeça. Ela se abaixou no chão, se
unindo à terra. Ela começou a rastejar como um militar até o centro do
tiroteio.
Todo pensamento racional, todas as noções de parar para traçar um
plano —tudo isso foi apagado no segundo que Brooke viu as pernas de
Josiah se dobrarem sob ele.
Houve um tempo em que seu maior medo era viver em Bracketville
pelo resto da vida. Nunca tendo a oportunidade de escapar. Mas isso
mudou depois que Josiah apareceu.
Porque tudo que Brooke sempre quis foi ser feliz. E Josiah foi a pessoa
que a fez se sentir assim.
Quando o tiro atingiu o corpo de Josiah, atingiu o coração de Brooke
com terror.
Porque seu novo maior medo estava se tomando realidade.
O medo de que Josiah...
Ela nunca suportou terminar esse pensamento, então ela o deixou
incompleto—provocando-a. Em vez disso, ela se concentrou no som que
reverberava em seus tímpanos e na dor que vinha com ele. E avançando,
em direção a Josiah.
Polegada por polegada.
Uma bala raspou a orelha de Carlos a apenas trinta centímetros de
Brooke. Ele murmurou com raiva em espanhol e atirou de volta, seu tiro
acertou na coxa do homem com os alargadores. Carlos gritou e seu irmão
o cumprimentou.
Brooke se lembrou de Josiah dizendo a ela que o motoclube havia sido
treinado para atirar apenas se fosse atacado. Josiah se orgulhava de
comandar um motoclube que só usava violência quando absolutamente
necessário—em autodefesa.
O membro motoclube com o moicano disparava bala após bala nos
capangas de Andrew. Brooke os observou cair como moscas.
A mulher ao lado dele era uma atiradora igualmente boa, pegando
muitos daqueles que ele errou. Ambos foram treinados para evitar atirar
para matar.
Rico reuniu vários de seus homens em suas motocicletas, gesticulando
freneticamente para o outro lado. Os homens assentiram e montaram
suas motocicletas em um grupo apertado através das linhas de batalha
imaginárias, esquivando-se das balas no processo.
Um homem de cabelos escuros rolou para o chão quando uma bala
explodiu seu pneu dianteiro. Os que conseguiram se posicionaram com
segurança ao longo do perímetro, pegando-os por trás.
Os capangas de Andrew giraram, tentando determinar as posições dos
homens nas motocicletas. O motoclube usou esse caos a seu favor, com
pessoas da linha de frente atacando os homens confusos.
Brooke podia ver Juan em combate corpo a corpo com um dos agiotas
cobradores, sua lâmina brilhando na luz.
O homem com o nariz torto prendeu Rico em uma chave de braço
antes que Rico lhe desse uma cotovelada no estômago e seu aperto
enfraquecesse.
A poucos metros de distância, Carlos disparou uma bala brilhante em
direção a um homem de pescoço grosso segurando um rifle de assalto. A
bala acertou e o homem caiu imediatamente.
Brooke estava tão perto —de alcançar Josiah...
Até que um braço se esticou e a puxou para fora da linha de fogo.
Brooke se virou.
— Promise? O que você está fazendo? Me solte! — Brooke
choramingou.
Promise a segurou com força. — Você não pode entrar no meio de um
tiroteio assim! Você vai acabar morta!
Brooke tentou se livrar dela. — Eu não me importo! Eu preciso chegar
até Josiah!
— Agora não! — Promise a arrastou pela terra para uma área
relativamente segura. Brooke olhou feio para ela.
— Olha, — Promise começou. — Estamos todos sofrendo. Mas não há
nada que possamos fazer por ele agora.
Brooke se recusou a tirar os olhos de Josiah. — O que nós fazemos? —
Brooke perguntou, quase inaudível acima do tiroteio.
Promise suspirou. — Espere aqui. — Brooke abriu a boca para dizer
algo, mas Promise já havia voltado para o meio do tiroteio.
ANDREW

Andrew se escondeu atrás de um carro. Sua mente corria enquanto ele


tentava descobrir para onde ir a partir daqui.
Um terço dos homens que o protegeram estavam esparramados no
chão, feridos. O resto deles estava arrastando as vítimas para os carros e
fugindo da área.
Eles eram personagens desagradáveis, com seus próprios registros
criminais extensos, ele presumiu. Eles precisavam salvar suas próprias
peles.
Ele tinha sido um tolo por pensar o contrário. Ele queria desabar,
bater com os punhos no chão e gritar.
Ele poderia ter aceitado o acordo de Josiah, poderia ter aceitado o
perdão. Ele poderia ter deixado seu orgulho de lado...
Ele afastou esses pensamentos. Ele não podia acreditar que estava
deixando Josiah entrar em sua cabeça. Ele estava se deixando ser
manipulado também, assim como todo o motoclube.
O que vou fazer?
As balas continuaram zunindo passando por seus ouvidos. Ele se
escondeu atrás de um dos carros no estacionamento, tentando ganhar
tempo para pensar.
Estou sem sorte e sem homens...
Ele considerou pular em um dos carros em fuga com os cães de caça
da dívida, mas então pensou melhor.
Eles me abandonariam antes que eu pudesse entrar com uma perna, ele
pensou. E provavelmente me atropelariam também, se eles tiverem a chance.
Outro homem ferido subiu no banco de trás e, com isso, o carro em
que Andrew estava agachado foi arrancado do estacionamento. Andrew
não tinha mais onde se esconder.
Os olhos de Andrew percorreram freneticamente o estacionamento.
Tem que haver algo.
Então ele viu.
Seus olhos se fixaram em uma motocicleta vermelha reluzente,
decalques de chamas embelezando as laterais.
Aha!
Ele correu a toda velocidade naquela direção. Felizmente, ele não teve
que cruzar as linhas inimigas para chegar lá. Mas ele estava
miseravelmente fora de forma. E ele teve que se esquivar do fluxo de
balas chovendo sobre ele.
Vamos lá.
De repente, ele estava a dez metros de distância. Depois, cinco.
Então ele colocou as mãos na carroceria, acariciando o decalque da
chama enquanto colocava uma perna ao redor do assento.
E um pouco espalhafatosa, mas terá que servir, ele pensou enquanto
ligava o motor. Nunca pensei que seria visto montando uma dessas. Mas
há uma primeira vez para tudo.
Ele sorriu para si mesmo.
A vida é cheia de surpresas.
BROOKE

O local parecia quase pós-apocalíptico quando Andrew fugiu de cena.


Havia restos de terra escura e ensanguentada onde muitos dos seus
homens permaneceram. Algumas das motocicletas sobressalentes,
dispostas em fileiras organizadas do lado de fora, tombaram. Outras
foram alvejadas.
Alguns dos membros do motoclube estavam tratando de feridas, mas
em geral, todos pareciam ter se saído bem.
Todos, exceto um.
Brooke não esperou que Promise lhe desse a permissão. Sua cabeça
latejava com um único objetivo retumbante.
Eu tenho que estar ao lado dele.
Brooke disparou em direção ao pedaço de terra em que o corpo
imóvel de Josiah repousava. Brooke fechou os olhos. Ela não queria ver o
que estava prestes a ver.
Ela não queria vê-lo assim.
Ela ainda estava em choque, ainda sem pensar direito. Abrir os olhos
não fez nada para conter sua inquietação.
O rosto de Josiah estava coberto de sangue. Era um vermelho
brilhante e assustador.
Brooke não sabia se gritava ou chorava.
Ela levou a mão ao rosto dele e limpou uma mancha de sangue.
Ela não sabia por que estava fazendo isso, mas continuou até que todo
o rosto dele estivesse limpo. Ela esfregou as costas da mão ao longo da
barba por fazer que revestia sua mandíbula bem definida.
— Meu lindo Joey, — ela murmurou.
Uma de pensamentos girou em sua cabeça, cada um seguindo o outro
imediatamente.
Por favor, esteja vivo, Joey!
Você tem que viver!
Eu preciso de você!
O ciclo se repetiu em sua cabeça mais uma vez enquanto ela observava
Josiah com a respiração suspensa.
Por favor, por favor, por favor, ela pensou. Ela começou a orar para
todas as divindades que ela podia pensar.
Brooke segurou a cabeça dele com as mãos. Seus olhos se abriram
lentamente. — Oh, obrigada, obrigada. Meu Joey. — Ela beijou cada
centímetro de seu rosto enquanto ele piscava para afastar o sol da tarde.
— Você foi tão corajoso.
Josiah respirou fundo. — Eu fui, não é mesmo?
Brooke caiu na gargalhada de alívio. Ouviram-se os gritos de — João
Pestana! — dos membros do motoclube ao seu redor.
— Oh, Joey! — Brooke beijou sua bochecha e rapidamente se afastou.
Ela sentiu o gosto metálico do sangue em seus lábios, mas não se
importou. — Como você está se sentindo? Onde você foi atingido?
Josiah tentou e não conseguiu se apoiar. Carlos e Juan correram para
ajudar.
— Estou bem. O tiro pegou de raspão. — Josiah gesticulou em direção
ao topo de sua cabeça.
— Raspão?? — Juan zombou. — Você levou um tiro na cabeça, mano!
Brooke se mexeu para ter um vislumbre dele. Deste ponto de vista, ela
podia ver a mancha vermelha profunda que a bala tinha esculpido em seu
couro cabeludo.
Rico correu até eles com uma bandana, mas Brooke já havia rasgado
um pedaço da barra da camisa quando ele chegou. Ela o pressionou
contra a ferida.
Josiah respirou fundo. — Amor, — Brooke disse ofegante.
Promise abriu caminho pela multidão para dar uma olhada. — Você
mandou bem, Joey. Mas temos que levar você para um hospital, agora.
Brooke assentiu e gesticulou para Carlos e Juan. Os quatro puxaram
Josiah para cima e o colocaram no banco do passageiro do carro de
Brooke. Em seguida, Brooke saltou para o assento do motorista.
Próxima parada, Hospital Geral de Bracketville.
Por favor, por favor, deixe-o ficar bem. Não aguento mais notícias ruins
hoje.
ANDREW

Por mais que odiasse motocicletas, Andrew teve que admitir que
estava gostando do passeio. Ele estava dirigindo pela rodovia, sorrindo
loucamente.
A coisa acelerava muito mais do que um carro. Cada membro parecia
perfurar o ar enquanto ele estava em alta velocidade. Aquela sensação da
borracha na estrada era intensa, eufórica.
O estrondo da máquina era poderoso e primitivo. Ele se sentia mais
no controle do que nunca.
Isso deu a ele uma certa sensação boa. Muito parecida com a sensação
de apostar.
Eu poderia me acostumar com isso ele pensou.
Ele pensou em tudo que tinha acabado de acontecer. Ele não podia
acreditar que Josiah tinha se oferecido para ajudá-lo.
Ele só queria me 'ajudar' para aliviar sua culpa por Misty, Andrew
raciocinou. Queria acalmar uma consciência enferma. Eu não vou deixá-
lo se safar.
Ainda assim, uma parte de Andrew se perguntou se ele estava falando
sério. Ele afastou esse pensamento.
Ele voou ao longo da estrada. O sol estava se pondo—os amarelos,
laranjas e vermelhos o fizeram pensar na explosão do cano de sua arma.
Sua cabeça estava para trás no tiroteio, observando enquanto os
homens ao seu lado caíam.
Ele deu uma risadinha.
Acho que Josiah era bom para alguma coisa, afinal.
Ele se sentia tão livre. E não só por causa da motocicleta.
Matei dois coelhos com uma cajadada só. Me livrei daqueles homens atrás
de mim e de Josiah ao mesmo tempo.
A vida é boa.
Agora eu só preciso desaparecer, ele pensou. Esta é a parte fácil.
Ele tinha suspeitado que o motoclube viria atrás dele, mas ele também
percebeu que tinha uma vantagem boa o suficiente para sair da cidade
antes que eles o alcançassem. Nesse ponto, ele adivinhou que eles
desistiriam. Com o seu líder morto, qual era o propósito? Andrew avistou
a placa indicando que ele estava se aproximando dos limites da cidade de
Bracketville.
Estou livre.
A moto oscilou e balançou sob Andrew. Ele se sentiu empurrar para
frente e para baixo como se estivesse começando a cair em uma grande
montanha-russa. Algo estava muito errado...
Nããão. Andrew sentiu a moto ceder embaixo dele. Enquanto ele
estava caindo para longe do assento, ele viu o problema: seus pneus
estouraram.
Uma veia latejava na têmpora de Andrew. Josiah, de alguma forma, o
alcançou novamente, sem nunca encostar um dedo nele.
Claro, Josiah teria motocicletas com defeito em sua loja.
Então Andrew se lembrou de que havia pegado a motocicleta mais
próxima da oficina mecânica. Talvez ainda precisasse de conserto antes
que ele disparasse como uma bala em alta velocidade.
Tanto faz. Vou chamar um táxi e sair daqui em pouco tempo.
Ele se sentou e limpou a sujeira de suas roupas. O que ele não viu, é
claro, foi o perímetro policial.
Havia uma grande placa de estrada fechada à sua frente. Uma corrente
de espinhos foi colocada ao longo desta estrada—deve ter sido isso que
furou seus pneus. E ele ouviu sirenes gritando.
Que novo pesadelo é esse?
Andrew ergueu os olhos e viu uma dúzia de policiais pairando sobre
ele.
— Andrew Tucker, — disse um deles, colocando um par de algemas
em suas mãos, — Você está preso.
Capítulo 26
UM PEDIDO DE DESCULPAS ATRASADO
BROOKE

Brooke nunca pensou que ficaria grata por se encontrar em um quarto


de hospital. Mas, novamente, ela nunca se imaginou andando de
motocicleta, ou deliberadamente perdendo o ônibus Greyhound para
fora de Bracketville.
A vida é uma aventura com Josiah ao meu lado. Ela sorriu. Acho que
nunca mais vou ficar entediada.
Ela olhou para Josiah. Ele desmaiou de novo assim que o colocaram
no carro, e foram necessárias mais três enfermeiras para carregar seu
corpo inerte para dentro do prédio.
Brooke estava ansiosa porque ele estava perdendo muito sangue, mas
descobriu-se que um homem do tamanho dele tinha muito mais do que
ela pensava.
De várias maneiras, ela pensou. Quem poderia imaginar que esse
motoqueiro bruto e enfurecido se transformaria em meu anjo da guarda
e no amor da minha vida?
Ele estava dormindo, seu rosto dominado por tranquilidade,
felizmente inconsciente de todas as máquinas apitando ao seu redor. Seu
corpo robusto mal cabia no leito—na verdade, seus pés estavam para fora
na beirada.
De vez em quando, ela os via balançar, e via um pequeno sorriso
cruzar seu rosto. Espero que ele esteja sonhando com algo bom, ela pensou.
Eu me pergunto se ele está sonhando comigo.
Carlos, Juan e Promise queriam ficar, mas devido à urgência dos
cuidados necessários, a enfermeira insistiu que apenas uma pessoa
poderia visitá-lo. Felizmente, todos eles olharam para Brooke.
Ainda assim, eles vieram uma hora depois para deixar alguns balões e
alguns cartões assinados por vários membros do motoclube.
Eles se importam com ele tanto quanto eu. Tenho muita sorte de ter uma
família como o motoclube.
Ao contrário da minha. Brooke escureceu. Josiah fica preso com o
monstro-cunhado.
A mão de Josiah se contraiu, arrancando Brooke daquelas partes
infelizes e raivosas de sua mente. Ela colocou a mão em cima da dele.
Espero que ele esteja sonhando em andar de Harley. E que ele sentirá meu
toque e saberá que estou bem ali com ele.
A fantasia começou a se tomar cada vez mais real para Brooke.
Eram ela e Josiah, viajando em sua motocicleta pelo deserto da
Califórnia.
Ela segurava seu bíceps firme enquanto olhava para as colinas
onduladas de areia, as formações de pedra com veios de um marrom
profundo, as árvores finas do deserto. O ar quente e seco girava em tomo
deles.
Ela colocou as mãos em volta da cintura dele e o puxou para mais
perto. Ela não sabia para onde estavam indo, mas não importava. A
viagem era tudo o que ela queria e muito mais.
— Eu te amo. — O vento pegou as palavras, e elas se afastaram para o
céu. Mas ela não precisava dizê-las em voz alta para que ambos
soubessem que eram verdadeiras. Elas pairavam no ar entre eles a cada
instante.
Ela inclinou a cabeça para cima, banhando o rosto no sol do meio-dia.
A vida é tão boa...
E quando sua cabeça se inclinou para cima em seus sonhos, ela caiu
no mundo real. Brooke havia pegado no sono.
JOSIAH

Josiah abriu os olhos para se encontrar em um pequeno e abafado


quarto cinza de hospital. Havia um buquê de balões de motocicleta e
alguns cartões de boas melhoras que iluminavam o espaço.
Josiah ficou maravilhado com o fato de o motoclube ter conseguido
entregar tudo isso tão rapidamente.
Não poderia pedir um clube melhor, ele pensou. Impossível não gostar
deles.
Brooke tinha uma de suas mãos sobre a dele, roncando suavemente.
Ela claramente tinha adormecido ao lado dele. E apesar do martelar em
sua cabeça e seus braços doloridos e a dor de—bem, quase tudo—ele não
conseguia imaginar uma maneira melhor de acordar.
— Bom dia, querida, — Josiah gorjeou, cutucando o nariz de Brooke
de brincadeira.
Brooke acordou assustada. — Oh não! Eu sinto muito! Eu estava
apenas descansando meus olhos...
Josiah bufou. — Certo. Seu ronco conta uma história diferente.
Brooke corou profundamente. — Oops.
Brooke levou um momento para explicar a ele tudo o que ele havia
perdido. O memorável tiroteio, a tentativa de fuga de Andrew, o
perímetro policial que Marg conseguira delimitar. Tudo saiu disparado
de dentro dela.
Por fim, Brooke respirou fundo e lançou a Josiah um olhar longo e
amoroso. Ela sorriu, com as lágrimas brotando em seus olhos. Ela
colocou os dedos sobre eles para tentar impedi-los de derramar em suas
bochechas, mas não adiantou.
— Ah, você não precisa chorar por mim, — disse Josiah. — Estou vivo
e bem!
Ele empurrou um pé sob os lençóis para tentar mostrar sua amplitude
de movimento, então estremeceu. — Quase.
Brooke deu uma risadinha. — Você é ridículo, Josiah Anderson.
Ela se inclinou e tocou seus lábios nos dele. Toda a dor de Josiah
pareceu se dissipar.
Seus lábios eram tão carnudos e macios; ele se sentia como se pudesse
esmagá-los se não tomasse cuidado. Então ele os envolveu suavemente
nos seus, aumentando gradualmente a pressão.
Quando ele abriu a boca, ela o sugou para mais perto, trazendo todo o
seu corpo para ela e deixando-o sem fôlego.
— Você está bem. Você vai ficar bem, — Brooke proclamou como se
temesse que ele parasse de respirar a qualquer momento.
— Estou feliz, — disse ele, — porque temos um casamento para
planejar.
O rosto de Brooke se iluminou e ela se endireitou na cadeira rígida de
hospital.
— Temos mesmo! Oh, por onde começar...
Josiah a puxou para seus braços da melhor maneira que pôde, dado o
número de máquinas às quais estava conectado.
Acho que a única máquina que deve parecer uma extensão do meu corpo
deveria ser a minha motocicleta ele pensou consigo mesmo.
Brooke se enfiou na cama e se acomodou em seus braços.
— Sabe, — ela disse. — Isso me faz sentir em casa.
— O hospital? — Josiah perguntou incrédulo. — Não, oh não,
absolutamente não. — Brooke riu. — Eu odeio hospitais. Mas— você
sabe. — Ela acenou em direção aos braços dele. — Isso.
Josiah lançou um olhar interrogativo e então começou a rir também.
Claro que sei o que você quer dizer, Josiah pensou. Como eu poderia não
saber. Você é meu mundo.
Ele enlaçou sua cintura com os braços, afundou o rosto em seu
pescoço e a beijou. Um suspiro trinado escapou de seus lábios. Era um
som feliz, mas ele olhou para cima para ver se ela estava bem.
Foi quando ele a viu. Mas que...? Lá, emoldurada na porta do quarto do
hospital, estava Brenda Mitchell.
BROOKE

Brooke tinha acabado de acordar, mas quando Josiah colocou os lábios


em seu pescoço, ela se viu em um devaneio de novo. Seus nervos
dispararam e vibraram.
De repente, Josiah estava se afastando. Não pare, Brooke pensou. Ela
percebeu que não disse as palavras em voz alta, então ela abriu a boca
para falar.
Josiah a cutucou, chamando sua atenção para a porta.
Brooke saltou de seu assento.
— Mãe? — Brooke não fez nenhum esforço para esconder sua
incredulidade. — O que você está fazendo aqui?
Brenda desviou os olhos, tomando a palavra. — Posso falar com você
em particular?
O que quer que você queira dizer, você pode dizer para nós dois Brooke
pensou.
Mas então ela se lembrou de tudo o que o Sr. Morgan havia lhe
contado.
Ela pensou em quanto orgulho sua mãe deve ter engolido só para vir
aqui em primeiro lugar.
Brooke se virou para Josiah. Devo ir? A pergunta silenciosa zumbiu
entre eles. Josiah deu um aceno reconfortante de aprovação. — Eu vou
ficar bem. — Certo. — Brooke cedeu e seguiu a mãe para fora. — Mas
vamos fazer isso rápido.
Ela lançou a Josiah um sorriso triste enquanto fechava a porta atrás
deles.
Brooke olhou para a mãe. — O que você quer?
Brenda respirou fundo uma de vezes. Ela mordeu o lábio.
Eu conheço esse olhar. Ela está lutando com algo. O que é dessa vez?
— Você provavelmente não quer saber de mim, — começou Brenda,
— mas, apesar de tudo, estou feliz por você.
A sobrancelha de Brooke franziu. Ela acabou de dizer o que eu acho que
ela disse?
— Você sabe que encontrou alguém, — continuou Brenda. —
Demorei a reconhecer, mas... Nossas vidas não são as mesmas. Não há
sentido em colocar todos os meus demônios em você. Você merece
felicidade, Brooke. Tenho sido um obstáculo para isso por muito tempo.
Brenda fechou os olhos, reunindo coragem. Então ela disse as palavras
pelas quais Brooke estava esperando por tanto, tanto tempo.
— Eu sinto muito.
Brenda deu um último sorriso lacrimejante e se virou para sair.
— Espere... mãe... por que agora?
É
— É que... eu conversei com seu chefe...
— Sr. Morgan?
Brenda assentiu. — E eu percebi que é hora de eu... de eu aprender a
confiar em você.
A cabeça de Brooke estava confusa. Ela ficou chocada ao ouvir essas
palavras saírem da boca de sua mãe.
Depois de todo esse tempo, ela se desculpou comigo. Demorou bastante.
Mas eu percebo que ela estava falando sério. Isso não foi fácil para ela. Eu
sei que ela é muito orgulhosa.
Não compensa por todos esses anos...
Mas significa algo.
— Mãe, — disse Brooke. — Só um minuto. Você tem que me deixar
falar minha parte também.
Brenda Mitchell voltou para olhar nos olhos da filha, torcendo os
pulsos.
Ela está esperando uma repreensão de mim pela primeira vez, Brooke
pensou. Esta é uma inversão de papéis interessante.
— Não sei se posso aceitar suas desculpas ainda.
Por um momento, Brenda parecia que tinha levado um soco no rosto.
Brooke queria confortá-la, mas ainda havia coisas a dizer. — Você me fez
sentir péssima por coisas que não eram minha culpa, e você não estava lá
para mim quando eu precisei de você.
— Eu vejo isso agora, — Brenda sufocou.
— Mas você é minha mãe, e uma garota precisa da mãe no dia do
casamento.
Por favor, esteja lá por mim desta vez?
— Dia do seu casamento? — Brenda suspirou com ela, através de um
fluxo constante de lágrimas.
Capítulo 27
VOLTANDO PARA CASA

Josiah: eu tenho uma surpresa para você

Josiah: venha me encontrar no Rose's

Brooke: oooh estou animada

Brooke: o que é??

Josiah: você descobrirá em breve

Josiah: você e eu, 12h no restaurante

Brooke: !!!!

Brooke: estarei lá
Brooke estacionou na frente do Rose’s e encontrou Josiah encostado
em sua Harley, com o capacete na mão.
Seu batimento cardíaco acelerou em antecipação.
Ele parecia estar muito bem, considerando que acabara de receber alta
do hospital há alguns dias.
Havia um pequeno curativo branco cobrindo o topo de sua cabeça,
mas ele o escondeu bem com uma bandana preta. E ele ainda estava um
pouco machucado sob um olho por causa da briga com Ron.
— Olá, lindo, — Brooke disse, diminuindo a distância entre eles e
passando o dedo pelo peito de Josiah. Os dois se entrelaçaram em um
abraço apaixonado.
Ele empurrou um capacete para ela. Brooke olhou para ele com
curiosidade, virando-o nas mãos. — Para onde você está me levando?
Josiah encolheu os ombros e piscou. — Acho que você só vai ter que
colocar isso e descobrir.
Brooke sorriu enquanto prendia o capacete na cabeça. A excitação
borbulhou em seu estômago e se espalhou por seus membros.
Josiah levantou o tripé e subiu na motocicleta em um movimento
rápido. Brooke esticou os braços bem acima dela e subiu na motocicleta
atrás de Josiah.
— Vamos pilotar! — ela declarou, permitindo que suas mãos
descansassem contra o abdômen de Josiah. Ela riu, lembrando-se da
primeira vez que fez isso: como ela manteve os dedos rígidos para que
apenas deslizassem sobre o torso dele.
Agora ela saboreava a sensação das linhas suaves e definidas de sua
musculatura sob o algodão fino de sua camisa. Suas dobras femininas
estremeceram. Ela desejava tê-lo profundamente dentro de seu corpo.
Oh, Josiah, ela pensou. As coisas que você faz comigo.
Josiah acelerou o motor e a moto disparou para fora do
estacionamento. Brooke adorava a sensação de estar na estrada. A
vibração do assento embaixo dela apenas intensificou o sangue correndo
para seu centro.
Espero que você esteja me levando a algum lugar onde possamos ficar
apenas nós dois. Encontrei a pessoa a quem quero dar cada pedaço de mim.
Finalmente.
Eles atravessaram a rodovia, eventualmente fazendo seu caminho
para as sinuosas ruas laterais de uma das áreas residenciais mais bonitas
de Bracketville.
A cada curva, o corpo de Brooke se inclinava junto com o de Josiah, os
dois se movendo como um só.
As casas aqui eram poucas e distantes entre si, mas cada uma delas era
linda. Brooke se pegou esticando o pescoço para dar uma boa olhada em
cada uma conforme eles passavam. Muitas eram casas restauradas em
estilo de rancho, com grandes quintais extensos.
Josiah diminuiu a velocidade da moto e parou em frente à casa mais
deslumbrante que Brooke já tinha visto.
Era de um azul claro com um alto topo triangular disposto ao lado de
uma torre em forma de cúpula. Molduras brancas ornamentadas cheias
de espirais e rosas revestiam a parte inferior do telhado de carvão. Um
balanço da varanda de madeira branca pendurado sob ramos de hera
violeta florescendo.
— O que é este lugar? — Brooke disse ofegante. — É maravilhoso.
Josiah passou um braço em volta da cintura dela e sorriu. — É nosso.
— O quê? — Brooke exclamou, arregalando os olhos de espanto. Ela
correu do caminho de cascalho para o jardim da frente, curvando-se para
passar a mão ao longo do topo das flores desabrochando. — Como?
— Lucas voltou e vasculhou a papelada depois que Andrew foi preso.
Acontece que Andrew roubou e substituiu alguns documentos do
arquivo da Lawson & Son. Os Tuckers deixaram sua casa em meu nome.
Brooke balançou a cabeça, sem palavras.
Este lugar é um sonho, ela pensou. É como algo saído de um filme
antigo. Eu posso ver uma bela sulista se apaixonando por um cavalheiro
bem-vestido, compartilhando seu primeiro incrível beijo na varanda.
Ou, você sabe, uma estudante universitária e um motociclista robusto...
Ela riu para si mesma.
Eles poderiam começar uma vida aqui. Seria tão fácil, tão perfeito.
JOSIAH

Josiah balançou preguiçosamente no balanço da varanda, com seus


braços robustos bem abertos, ocupando todo o banco. Brooke acabara de
sair para discutir os preparativos para o casamento com Promise e suas
amigas Jean e Angie.
Olhando para o jardim verdejante, Josiah de repente percebeu que o
ar fresco da primavera cortava inesperadamente. Ele passou um punhado
de Natais e Páscoas e fins de semana de verão nesta casa.
Ele pediu permissão ao Sr. Tucker para pedir a mão de Misty em
casamento aqui.
Ele suspirou. Não há como contornar isso, Josiah. E seu segundo
casamento. Você não pode fingir que Misty não está invadindo todos os seus
pensamentos.
Ele passou a mão pela hera que cobria a parede atrás dele. A culpa
estava corroendo seu coração, torcendo seu estômago em nós
elaborados.
Como ele poderia se casar novamente, simples assim? Após a morte de
Misty, e seu próprio papel nela?
Brooke e Misty. Misty e Brooke. Os dois rostos flutuaram em sua
mente, transformando-se e fundindo-se um com o outro.
Como eu poderia deixar minha esposa morrer, e nem mesmo meia década
depois, simplesmente colocar outra em seu lugar? —Era uma acusação que
ele tinha ouvido em cada nota sarcástica da voz de Andrew.
Ele fixou seu foco em um lírio branco, balançando para frente e para
trás com a brisa. Você sabe que isso não é verdade, ele disse a si mesmo.
Brooke é muitas coisas, mas ela não é Misty. E eu não gostaria que ela
fosse. Só poderia haver uma.
Brooke é inteligente, doce e engraçada. Ela é pensativa e tímida onde
Misty era alegre e franca. Ela me desafia de um milhão de maneiras, assim
como Misty fazia. Mas são maneiras diferentes.
Esse conhecimento pouco ajudou a desatar o emaranhado do
estômago de Josiah. Ainda havia uma pergunta que o incomodava.
Será que Misty aprovaria que ele amasse outra pessoa?
Este casamento?
Brooke?
Ele achava que sim. Ele imaginou Misty e Brooke como grandes
amigas, em outra vida. Mas como ele poderia saber com certeza?
Eu fiz uma promessa a ela, ele pensou com tristeza. Prometi que a amaria
para sempre. E eu amo.
Você não abandona o para sempre. Era mais do que 'até que a morte nos
separe' para ele.
Josiah observou um beija-flor voando de flor em flor. Você tem que me
dizer Misty, ele insistiu. Ele desejou que ela o ouvisse.
Dê-me um sinal. Algo, qualquer coisa.
O vento parou por um minuto. Josiah queria desabar e chorar, mas se
manteve firme.
Então uma brisa misteriosa chegou até ele vinda do nada. Cheirava
estranhamente, maravilhosamente, a madressilva. Lágrimas picaram dos
olhos de Josiah.
Misty sempre amou madressilva. Ela havia tentado cultivar em seu
jardim por muito tempo, mas nunca foi uma grande jardineira.
Ela era muito impaciente, regando demais e sacudindo os punhos
para as plantas antes que elas tivessem o tempo adequado para crescer.
Ele riu com a memória. Misty e Brooke eram animadas, isso era certo.
Mas o que foi mais notável naquele momento, naquele cheiro de
madressilva, foi que Josiah não conseguiu encontrar nenhuma
madressilva à vista.
Talvez tenha sido uma coincidência, mas naquele momento era tudo
de que ele precisava para sentir uma renovada sensação de confiança.
Obrigado, Misty, Josiah pensou. Obrigado.
BROOKE

Brooke tamborilava com os dedos em uma grossa pasta de plástico,


considerando suas opções.
O planejamento do casamento é muito mais trabalhoso do que eu
esperava. Não é à toa que as garotas desses reality shows tratam isso como
um trabalho de tempo integral.
Promise a observou em silêncio, esfregando as mãos ansiosamente.
Angie estava inclinada sobre o ombro e tentando apontar seus próprios
arranjos florais favoritos. Jean estava pigarreando e batendo na perna
dela inquieta.
Brooke suspirou e colocou a pasta na mesa dobrável que montaram
atrás dela. O trio havia se situado no quintal dos Tuckers por enquanto.
O plano era fazer o casamento lá, então elas acharam que seria melhor
dar uma boa olhada no que elas estariam trabalhando.
O extenso quintal, com seu gazebo branco em camadas e charmoso
lago com peixes, tinha muito a oferecer. Mas quando Brooke folheou o
livro de casamento, com todos os vestidos de tule e decoração
extravagante, ela simplesmente não estava visualizando.
Eu quero fazer algo que faça sentido para mim e para Josiah. Esses
casamentos são lindos e tudo mais, mas eles são tão... iguais.
Josiah e eu não somos um casal comum. Então, por que deveríamos ter um
casamento comum?
Ela pensou em todas as coisas que os uniram, tudo que os tomava
únicos.
Ela pensou no físico corpulento de motoqueiro de Josiah, em seu
próprio sorriso com covinhas. Ela considerou sua cor favorita, azul, e o
vermelho e dourado do motoclube. Ela pensou no próprio motoclube.
Brooke começou a sorrir. — Acho que tive uma ideia.
Suas três amigas refletiram seu sorriso e a incentivaram a continuar,
todas ouvidos. Brooke mal havia começado a descrever os arranjos de
flores quando viu Josiah empurrar a porta da cerca.
Josiah segurou a mão de Brooke. — Ei, garotas, — disse ele. — Se
importam se eu roubá-la por um momento?
Brooke parecia confusa. — Estamos bem no meio de todo esse
planejamento de casamento. O que foi? Isso não pode esperar?
Há tanto a fazer, e mal tenho tempo suficiente para pensar desse jeito. As
flores, o bolo, as decorações, a lista de convidados, minha roupa, minha
maquiagem, o padre, o fotógrafo... pensou Brooke. — O que está
acontecendo, Joey? — ela perguntou por via das dúvidas.
Mas quando Brooke encontrou os olhos de Josiah, todas as suas
ansiedades se dissiparam. Havia um brilho divertido que cintilava neles.
Os olhos dela percorreram seu amplo peito até suas fortes coxas.
Ela pensou em como seria bom para ele dominá-la. Ele poderia
prendê-la debaixo dele com um braço. Ela se viu
olhando para o volume em suas calças.
Unfff.
Ela piscou de volta à realidade. Ela ainda tinha que descobrir qual
florista poderia criar os arranjos que ela queria em tão pouco tempo, e
onde no mundo ela poderia encontrar um enfeite de casamento de
motocicleta...
— Não, realmente não pode. — Josiah a puxou com firmeza. O sangue
correu aos ouvidos de Brooke, e sua excitação foi intensificada. Ela podia
sentir a ereção dele pressionada contra sua virilha.
Ele sussurrou em seu ouvido: — Eu preciso de você agora.
Seu coração deu um salto, e Brooke seguiu o exemplo, pulando nos
braços dele. Josiah a levou para a casa.
Capítulo 28
VAMOS DAR UMA VOLTA
JOSIAH

Josiah carregou Brooke para a modesta casa de hóspedes de madeira


dos Tuckers e a deitou na cama. O lugar não parecia muito visto de fora,
mas por dentro era impressionante.
Um fio de luzes delicadas e grandes estava pendurado ao longo do
teto, dando a sensação de estar sob as estrelas. A cama tinha uma
cabeceira alta, entalhada à mão, marcada com querubins.
Brooke afundou no edredom levemente, como se fosse uma cereja
colocada no topo do chantili de um sundae de sorvete.
Que apropriado, Josiah pensou. Eu não posso esperar para prová-la. Para
sentir meus lábios ao longo de cada centímetro de sua pele macia.
Josiah parou um momento para apreciar a beleza de Brooke. Seu
cabelo loiro brilhante caía em tomo de sua cabeça como uma auréola.
Sua camiseta fina agarrava-se ao peito e à cintura, sugerindo suas curvas
amplas.
Josiah não podia mais ficar parado passivamente. Ela o estava
deixando louco.
Ele subiu na cama e passou uma perna ao redor de seus quadris,
montando-a como uma de suas motocicletas. Ela tremia embaixo dele,
como sua Harley na estrada.
Eu quero tanto fazer você minha, ele pensou.
Ele passou as mãos sobre o corpo dela, começando pelos seios,
descendo até os ossos do quadril pontiagudos. Ele deslizou a mão pela
pélvis dela. Ela suspirou. Ele caminhou seus dedos de volta até o queixo
dela, trouxe seu rosto para o dele e travou seus lábios nos dela.
Ele sugou seus lábios em sua boca, deixando mordidas suaves. Ele
pegou um punhado de seu cabelo em uma de suas grandes mãos. Flocos
de pêssego, lavanda e marshmallow flutuavam na superfície de sua pele.
Eles estavam se beijando sem fôlego.
Josiah balançou os quadris contra os dela, pressionando seu pênis nela
com cada movimento. As unhas dela cravaram em suas costas, puxando-
o para mais perto.
Ele esfregou a palma da mão aberta contra sua abertura, em seguida,
deslizou os dedos por sua calça jeans e começou a massagear seu núcleo.
Ela se contorceu desesperadamente sob seu toque enquanto ele a
segurava cada vez mais perto.
Josiah ajudou Brooke a tirar a camisa, depois arrancou a dele e a jogou
de lado. Josiah desabotoou o sutiã com uma mão forte e firme e, em
pouco tempo, ele podia sentir seus mamilos duros contra seu peito nu.
As mãos de Brooke serpentearam em direção à braguilha,
desabotoando-a com fervor. Ela lambeu aqueles lábios carnudos e
deliciosos para umedecê-los. Josiah arrancou sua calça jeans.
Brooke Mitchell, eu quero tudo de você.
BROOKE

Brooke foi dominada pela densa névoa de desejo. Josiah estava de pé,
com a luz laranja de cima acentuando sua linha V profunda. Brooke
olhou para sua cueca boxer vermelha avidamente. O volume em suas
calças gritava para ser libertado.
Josiah tirou lentamente a cueca. Seu pênis saltou livre. Ele refletia o
resto de sua forma lisa e espessa.
Eu quero sentir você dentro de mim, Brooke pensou. Seu corpo ansiava
por tê-lo dentro dela, mas eles concordaram que seria um evento para
sua noite de núpcias. Isso tomaria sua primeira vez muito mais
memorável e especial. Mas agora ela realmente queria...
Josiah passou os dedos pela parte interna das coxas de Brooke, cada
movimento causando uma onda dentro de seu corpo que começava na
cabeça e terminava no ápice de suas pernas. Ela adorava vê-lo tocá-la,
adorava a sede em seus olhos.
Josiah deslizou os dedos em seu centro secreto, dançando para cima e
para baixo em um movimento de aceno. Brooke murmurou com prazer.
— Não pare — ela pediu, quando uma onda elétrica de seu núcleo
começou a pulsar por todo seu corpo.
Ele começou a acelerar o ritmo, com seus dedos entrando e saindo
dela, mais forte e mais rápido agora. Ele chupou seu pescoço enquanto a
tocava. Ela se sentia como se estivesse ascendendo a um plano superior,
simultaneamente dentro e acima de seu corpo.
Ela jogou a cabeça para trás agora, olhando para as luzes brilhando
acima dela. Sentindo os nervos em seu corpo tremerem junto com elas.
Josiah sorriu para ela e pressionou o rosto entre suas pernas. Ele
moveu a língua contra seu clitóris, mantendo os dedos em movimento,
deixando-a mais louca a cada pulsação.
Ela deu outra olhada em Josiah, seus braços bombeando em um ritmo
uniforme. Ele parece ainda mais impressionante nu, ela se maravilhou.
Pensar que aquele homem me quer... Josiah parou por um momento para
respirar. — Você é tão linda, amor. — E Brooke realmente se sentia como
se fosse.
Então sua atenção foi atraída de volta para o sentimento dentro dela.
Brooke sentiu uma pressão crescente, uma sensação que começou lenta e
constante e aumentou, subindo, até que ela não conseguia pensar em
mais nada.
Ela não conseguia controlar, seus membros se contorcendo
descontroladamente.
Ela estendeu a mão e passou os dedos pelos cabelos de Josiah, depois o
puxou para cima. Josiah piscou surpreso para ela.
— Tudo certo? — ele perguntou. — Sim, — ela respirou. — Beije-me
enquanto você me faz gozar pela primeira vez.
Josiah fez uma pausa. Mantendo os dedos dentro dela, ele se arrastou
e deu um beijo profundo e úmido em sua boca. Ele começou a bombear
os dedos novamente.
Uma, duas vezes...
Ele bombeou uma terceira vez enquanto afundava a língua em sua
boca e passava o polegar contra seu clitóris.
A combinação de sensações a levou ao limite, enquanto ondas de
prazer dominavam seu corpo. Ela cravou as unhas em suas costas,
empurrando seus quadris em direção ao céu, ordenhando a plena
sensação do orgasmo perfeito.
Puxando os dedos suavemente para fora de seu sexo, ele acariciou
suas partes, seus quadris, seus seios bem definidos. Deitado de lado, ele
trouxe seu corpo perto do dele. Ela fechou os olhos e se deleitou na
segurança de seus braços, envolvendo-a.
Ela se sentiu renovada como se tivesse acabado de tomar um longo
banho. Em paz. O mundo era exatamente como deveria ser.
Josiah Anderson, ela pensou, mal posso esperar para me casar com você.
JOSIAH

Josiah caminhou até o Restaurante Rose's dando saltinhos. Só mais


uma noite de sono até que ele e Brooke se casassem. Ele mal podia
acreditar.
Não pode passar rápido o suficiente, Josiah pensou. Cada músculo de
seu corpo ansiava por abraçá-la novamente. Ele teve que se arrancar da
cama com ela para vir aqui.
O estacionamento estava cheio de motocicletas de todos os formatos
e cores—Roadsters vintage desgastadas, motocicletas elegantes e
angulares, até mesmo uma chopper verde néon—esta última era de Rico.
Josiah observou todas elas, radiante.
O motoclube é a família mais próxima que tenho. Quem disse que família
tem que ser de sangue.
Quando ele abriu a porta do Rose’s, ele encontrou uma multidão de
rostos sorridentes olhando para ele. O lugar estava lotado como uma lata
de sardinhas. Saudações de — João Pestana! — ecoavam.
Carlos correu até ele e deu-lhe um grande abraço de urso. — Fico feliz
em ter você de volta, garotão.
Josiah deu-lhe um tapinha nas costas. — Fico feliz por estar de volta,
irmão. — Ele saiu para olhar o clube. — Estou aqui para convidar
cordialmente a todos para o casamento de amanhã.
Os sorrisos dos membros do clube aumentaram e algumas pessoas
soltaram gritos de empolgação.
— Próxima ordem do dia, — continuou Josiah. — Bracketville deve ser
a nova área do nosso estatuto. Sei que é um pouco diferente do que
estamos acostumados, mas cheguei para dar um toque especial ao lugar.
E vocês sabem que sempre haverá hambúrgueres de graça aqui para
vocês, por minha conta.
Ele levou um momento para olhar ao redor, tentando avaliar a reação
da multidão. Ele se deparou com rostos na sua maioria concordantes. —
Alguém se opõe?
A mão de Rico se ergueu. — É uma má ideia, cara. Estamos isolados
aqui. Outros motoclubes podem tentar tirar vantagem disso.
Então, com mais hesitação, ele acrescentou: — Já fomos um alvo
antes. Não há razão para acreditar que não seríamos novamente.
Essa última parte doeu. A mente de Josiah foi imediatamente
transportada de volta para aquele momento horrível com Crow e Misty, a
arma de Crow erguida, Misty disparando na frente dele...
Não faça isso, Josiah pensou. Você não pode viver no passado. O que
está feito está feito. Você tem que ficar aqui, no agora. Você vai se casar
com o amor da sua vida amanhã. Aquele que ainda vive e respira. Você
tem que estar lá para ela.
Josiah puxou Rico para o escritório.
Rico começou a expressar seus sentimentos imediatamente.
— Olha, Joey. Sei que nem sempre concordamos, mas eu respeito
você. Então eu tenho que ser honesto.
Josiah se preparou. Rico suspirou, mas não quebrou o contato visual.
— Você deixou todos nós para vir aqui e lidar com o testamento dos
Tuckers. Tudo bem. Mas ficar aqui, administrando esses comércios em
vez de administrar o motoclube, falando mais com aquela garota Brooke
do que com a gente
— Aquela 'garota' Brooke está prestes a ser minha esposa, — Josiah
interrompeu. — Eu entendo suas preocupações. Mas nunca parei de
pensar no motoclube. Bracketville vai ser ótimo para nós. Recebemos
nosso pessoal no Rose’s e na Tucker’s, dos dois lados da cidade.
Fortificada em ambas as direções.
Rico afundou o rosto nas mãos. Josiah achou que ele poderia estar
prestes a descarregar. — Escute, cara, — continuou Josiah, tentando ao
máximo reprimir qualquer outro conflito. — Acho que, depois de
tudo, posso ser um pouco egoísta.
Quando Rico ergueu a cabeça novamente, seu rosto se suavizou, e
Josiah sabia que, afinal, ele o havia convencido.
Josiah abraçou Rico. Rico foi o primeiro a recuar.
— Mas saiba que, se você começar a privilegiar outras coisas em vez
do motoclube, vou me candidatar para a presidência, — disse Rico.
Josiah assentiu contrariado. — Não esperaria menos.
Rico estendeu a mão rígida e Josiah a apertou com firmeza. Em
seguida, os dois voltaram para a multidão.
Quando eles voltaram, Josiah anunciou: — Vamos nos preocupar com
todo o resto mais tarde. — Ele caminhou até o meio da multidão e deu
um tapinha nas costas de alguns de seus irmãos. — Por enquanto, vamos
aproveitar o jantar de ensaio!
Josiah estava sentado em uma banqueta no bar, olhando com carinho
enquanto o motoclube afunilava em mesas, pedindo porções de
hambúrgueres, batatas fritas e milkshakes maltados.
Muitos sentaram-se em quatro em uma mesa, era demais,
especialmente devido ao tamanho de muitos dos homens.
Mas de alguma forma, eles fizeram funcionar. E todos pareciam
felizes.
Examinando o restaurante, Josiah de repente notou um rosto familiar
— embora um que ele não esperava ver. O homem estava caminhando
para ele com um propósito. Lucas.
Josiah não se importou em vê-lo aqui. Ele decidiu não guardar rancor,
pois Lucas parecia estar fazendo o seu melhor para compensar tudo. Mas
o que ele está fazendo aqui agora? Josiah teve que se perguntar.
Quando Lucas finalmente o alcançou, ele disse: — Você se importaria
se eu o chamasse de canto por um momento?
Josiah assentiu, confuso e intrigado. Ele presumiu que seus negócios
seriam encerrados depois que Lucas revelou os detalhes sobre a
propriedade da casa Tucker.
Um pensamento sombrio passou por sua mente. Aconteceu alguma
coisa com Andrew?
Ele mexeu com os documentos mais do que eles pensavam? Ele tinha se
safado de alguma forma?
Lucas o guiou em direção ao escritório. Josiah tirou o chaveiro do
bolso e destrancou a porta. Lucas fechou a porta atrás deles. Ele
gesticulou para que Josiah se sentasse.
Josiah bateu um dedo contra a mesa.
O que Lucas poderia ter a dizer para mim?
Lucas se abaixou para colocar sua pasta na escrivaninha e depois
voltou a ficar solene. — Há mais uma coisa que os Tuckers deixaram para
você.
Josiah congelou, surpreso. — O quê?
Capítulo 29
INSEGURANÇAS
JOSIAH

Josiah não podia acreditar no que estava vendo quando Lucas abriu a
pasta e tirou a pequena caixa de veludo azul.
Seria...?
Lucas olhou para Josiah com expectativa. Ele empurrou a caixa para
frente. — É você quem deve abrir, — ele comandou.
Josiah pegou a caixa com as mãos trêmulas. Havia algo surreal neste
momento. Parecia que os Tuckers já haviam dado a ele tudo o que
tinham. Mas agora...
A tampa da caixa se abriu para revelar um lindo anel de diamante. No
centro de um aro de ouro polido estava um diamante branco cintilante
como uma gota de chuva no ar. Estava rodeado por pequenos diamantes
cintilantes.
É lindo, Josiah pensou. Mas...
Lucas interrompeu a linha de pensamento de Josiah. — Era de Rose.
Os Tuckers queriam que você o tivesse para seu próximo casamento.
Josiah não sabia o que dizer. O anel era lindo, mas também era um
símbolo do amor duradouro dos Tuckers. Era poderoso.
Eu nunca soube o quanto os Tuckers se importavam comigo, Josiah
pensou. Mesmo com os comércios, a casa... de alguma forma, isso é maior do
que tudo.
Isso não é apenas uma posse—é uma lembrança. Uma celebração de seu
casamento.
Então, os Tuckers queriam que eu encontrasse o amor novamente.
A ideia aqueceu uma parte fria e escura de Josiah. A parte que
guardava uma culpa espessa e terrível por ser responsável pela morte de
Misty.
A parte que dizia que ele não merecia amor. Não mais.
Mas se os Tuckers podem me perdoar, por que não posso me perdoar?
Josiah não conseguiu evitar que seu próximo pensamento escapasse.
Como eles sabiam que eu iria me apaixonar de novo depois de Misty?
Lucas lançou um olhar significativo. — Eu não sei.
Josiah sorriu porque isso realmente não importava. De alguma forma
eles sabiam. Ter a aprovação deles e cheirar aquela brisa de madressilva o
livrou de quaisquer dúvidas remanescentes que ainda tinha sobre o
casamento.
— Parabéns, Josiah. Não foi fácil, definitivamente, mas saiba que as
pessoas estão cuidando de você. — Lucas deu um tapinha nas costas dele
e se virou para sair.
— Ei, Lucas? — Josiah interrompeu. Lucas se virou e olhou para ele
com curiosidade.
Josiah percebeu que nunca havia convidado Lucas oficialmente para o
casamento. Mas depois de aceitar as circunstâncias em tomo de sua
traição, parecia a coisa certa a fazer.
— Te vejo no casamento, — ele concluiu. Lucas corou e olhou para o
chão enquanto um sorriso rastejou em seu rosto.
— Obrigado, Josiah. — Lucas esboçou um último sorriso enquanto
fechava a porta atrás dele.
Sozinho agora, Josiah puxou o anel e o colocou nas mãos. Ele correu
os dedos por dentro. Ele sentiu algo que o fez parar.
Virando o interior do aro em direção à luz, ele leu uma gravura:
Semper amemus.
Hmm, pensou Josiah. Deve ser latim. Eu me pergunto o que isso significa.
Uma rápida pesquisa no Google em seu telefone respondeu: —
Amemos sempre.
Josiah recolocou suavemente o anel na caixa e fechou a tampa.
Amemos sempre.
Parecia uma mensagem dos Tuckers para não desistir de encontrar
alguém.
Eu não vou desistir, Josiah pensou.
Obrigado, Sr. e Sra. Tucker.
Com isso, ele colocou a pequena caixa no bolso e saiu do Restaurante
Rose's com uma leveza recém-descoberta permeando cada fibra de seu
corpo.
*
Josiah: É isso

Josiah: Hoje é o nosso dia

Josiah: você acredita??

Brooke: mal posso acreditar

Brooke: eu te amo tanto

Brooke: mal posso esperar para viver a eternidade com você

Josiah: nem eu

Josiah: eu te amo, daqui até à lua

Josiah: apenas algumas horas e vamos caminhar para o altar

Brooke: !!!!

Brooke: Até logo meu amor

BROOKE

Brooke estava batendo o pé ansiosamente, de olho no relógio.


Faltam apenas duas horas para o casamento, ela pensou. O início de uma
vida totalmente nova para mim... minha vida com Josiah.
Era um pensamento incrível. Apenas algumas semanas atrás, Brooke
estava sonhando acordada com uma nova vida. Uma vida que não incluía
Josiah, ou Bracketville, de forma alguma.
Agora, ela não conseguia imaginar sua vida sem ele nela. Era uma
loucura pensar nisso!
Jean pigarreou alio, trazendo Brooke para a realidade. — Alôôôô? —
Jean gritou, acenando com as mãos na frente do olhar vago de Brooke. —
Terra chamando Brooke?
Brooke começou a rir. — Desculpem, pessoal. Há tanta coisa passando
pela minha cabeça agora. — Ela dirigiu essas palavras a Promise, Jean e
Angie, a pequena equipe que a ajudou a se arrumar.
O resto de suas damas de honra, incluindo Jem, estavam se
arrumando na sala adjacente.
— Claramente, — disse Angie, rindo enquanto começava a
desempacotar seu grande estojo de maquiagem.
— Você ficou fora por tipo, sólidos dez minutos.
— Desculpe, — disse Brooke, lamentando. — É um grande dia.
Promise nu. — Claro que é. É por isso que precisamos de você nele.
Brooke assentiu. Angie manteve o rosto imóvel para que ela pudesse
começar a passar a maquiagem. Jean começou a pentear o cabelo,
enquanto Promise colocava sua roupa na cama.
Brooke havia decidido não usar um vestido de noiva comum. Não que
eu tenha algo contra eles, Brooke pensou. Mas Josiah me ajudou a abraçar
um lado totalmente novo de mim mesma, e eu quero mostrá-lo ao
mundo.
— Você acha que Josiah vai gostar? — Brooke perguntou, franzindo o
rosto com nervosismo. Angie fez sinal para que ela parasse.
Oops, Brooke pensou. Eu sou muito ruim com toda essa coisa de ‘me
arrumar’.
— Você está de brincadeira? — Promise sorriu enquanto examinava o
visual escolhido para o grande dia de Brooke. — Ele não vai conseguir
tirar os olhos de você.
Jean olhou para a roupa, balançando a cabeça. — Ficarei surpresa se
ele aguentar os votos.
Brooke deu uma risadinha. — Obrigada, meninas. — Ela estava além
de animada, mas ela não podia evitar o nervosismo, também.
Ela tentou conter o frio na barriga. Parecia que ela iria explodir a
qualquer momento.
Espero que ele goste dos meus votos. E que a disposição dos assentos
funcione bem. E... algo emprestado, algo azul!
— Pessoal, esqueci totalmente de pegar algo azul. Este dia tem que ser
perfeito, onde posso ir, não dá tempo...
Angie passou o pó de acabamento no rosto de Brooke e Jean estendeu
as duas mãos para segurar a frenética Brooke.
— Eu trouxe, — disse Jean, empurrando uma calcinha azul rendada
para Brooke. Momentos como aquele lembravam Brooke de como ela
tinha sorte de ter Jean, apesar das fofocas e do drama.
As meninas a conduziram ao banheiro para se vestir.
Ela entrou no banho fumegante que prepararam para ela, tomando o
cuidado de depilar tudo que precisasse. Assim que ela terminou, ela saiu
e rapidamente se secou.
Ela vestiu uma calça de couro branco e se olhou no espelho,
certificando-se de que sua calcinha azul não transparecesse. A calça
abraçou cada curva dela, mas a calcinha azul permaneceu invisível.
Uau. Graças a Deus. —Ela queria que fosse uma surpresa só para
Josiah.
Em seguida, ela vestiu a blusa de renda branca, preenchida com
delicadas alças finas douradas e um bojo embutido.
Era justo em tomo de seus seios, alargando-se por baixo com uma
bainha de lenço.
Ela amou quando a viu, e ela sabia que Josiah também adoraria.
O bojo levantava seus seios e os faziam parecer ainda maiores do que
eram, o que era bastante impressionante. Ela sabia que seu futuro marido
apreciaria seus bens à mostra durante seus votos.
Meus votos!
Ela rapidamente os recitou em sua cabeça novamente.
Estou realmente pronta para me comprometer com Josiah na frente de
todas essas pessoas? Josiah está pronto para se comprometer com uma vida
inteira ao meu lado? —Suas velhas inseguranças se apoderaram dela e a
martelaram de todos os lados.
Brooke teve uma imagem horrível e distorcida de caminhar até o altar,
tudo perfeito, exceto... exceto que Josiah não estava lá. Ele havia fugido,
percebendo que Brooke nunca se igualaria a sua falecida esposa.
Ela passaria o resto de sua vida tentando preencher o buraco de Misty
em seu coração? Ele a deixaria quando ela inevitavelmente falhasse?
Pare, Brooke. E só o nervosismo do casamento ela lembrou a si mesma.
Ele não desistiu de Ron e dos caras que a forçaram a entrar naquele
carro, ou de Andrew e seus homens. Ele não vai deixar você.
TAP TAP.
Brooke foi tirada de seu devaneio por uma batida na porta. — Você
está quase pronta aí? — Era a voz de Angie. — Precisamos arrumar seu
cabelo e maquiagem!
— Qual é a pressa? — Brooke perguntou ao sair. — Temos muito
tempo.
— Hum... não, não temos! — Jean discordou. — Você tem ideia de
quanto tempo você passou lá dentro?
— Não. Só quero me certificar de estar linda para Joey hoje, — disse
Brooke.
Angie puxou Brooke para um abraço. — Nós sabemos, e você está.
Mas, pelo que Jean disse, aquele seu homem te amaria mesmo em um
saco de batatas! Ah, e você ficou lá por quase duas horas.
Brooke olhou para o relógio e suspirou. Oops. Elas estavam certas. Ela
havia perdido totalmente a noção do tempo.
— Não posso me atrasar para o meu próprio casamento! — ela
exclamou: — Temos que ir! — E com isso, esquecidos os retoques de
cabelo e maquiagem, as quatro pularam para dentro do carro, indo em
direção à antiga casa dos Tuckers.
JOSIAH

Josiah esperou ansiosamente no altar, verificando o relógio a cada


poucos segundos.
Onde ela está? A cada minuto que passava, Josiah sentia seu estômago
se revirar mais forte.
Ele estava usando seu colete do motoclube, uma calça de couro preta
e botas de couro cravejado.
Ele estava totalmente preparado para usar um temo elegante, todo
formal para a ocasião, mas Brooke insistiu que ele usasse seu traje de
motoclube.
Ele obedeceu com gratidão. Nada o fazia se sentir mais confortável do
que suas roupas gastas de motociclista.
Cadeiras douradas foram colocadas em ambos os lados do tapete
vinho embaixo dele. Ele estava parado sob um grande arco branco, que
tinha videiras verdes entrelaçadas, bem como flores azuis e brancas.
Havia até laços vinhos e dourados, representando as cores do
motoclube.
Estava tudo lindo. Mas onde estava Brooke?
Ela não desistiria agora...
Desistiria?
Falando em motoclube, os lugares já estavam ocupados com todos os
seus rostos sorridentes. Ao lado dele estava Carlos, que segurava o anel.
Juan estava ao lado dele, se contorcendo e deixando seu irmão louco.
Josiah consultou o relógio novamente.
Ele ouviu o barulho de um carro à distância. Angie estava no banco do
motorista, dirigindo-se para a casa.
Antes que Josiah percebesse, o carro parou próximo ao topo do altar.
Ele viu um salto branco sexy primeiro, depois o contorno de sua
panturrilha em um par de calças justas. Quando ela saiu da limusine, ele
finalmente deu uma boa olhada nela.
Ela parecia radiante, única e perfeitamente Brooke. —Não havia outra
palavra para descrever.
Quando ela começou a caminhar em direção ao altar, o tempo parou.
BROOKE

Brooke caminhou sozinha em direção a Josiah. Seu coração estava


cheio de alegria. Seus olhos podiam ver apenas Josiah, sua estrutura
robusta, seu sorriso brilhante e efervescente. Assim que ele a viu, ela viu
seus ombros relaxarem e seu sorriso se esticar.
Aquele bem ali é meu futuro marido, ela pensou. Como eu tive tanta
sorte?
Os dois começaram a recitar seus votos, com Rico presidindo-os como
pastor. As palavras de amor e compromisso saíram sem esforço de suas
bocas. Nenhum dos dois precisava pensar, o que era bom, porque a
cabeça de Brooke, no mínimo, estava irremediavelmente confusa.
Ela percebeu os olhos de Josiah descendo para os seios de vez em
quando, o que a fazia sorrir ainda mais do que já sorria.
Claramente ele gostou da minha roupa, ela riu para si mesma. Fiz uma
boa escolha.
Brooke se inclinou para frente e trouxe seus lábios para encontrar os
de seu novo marido. Tudo nela brilhava de alegria. Ela colocou a mão na
nuca dele enquanto a outra roçava sua mandíbula forte.
Quando eles interromperam o beijo, Brooke percebeu que alguém se
enfiou na multidão e se sentou em sua visão periférica. Ela se virou para
ver quem havia chegado atrasado.
Suas mãos se ergueram ao coração.
Capítulo 30
NA ALEGRIA OU NA TRISTEZA
JOSIAH

Brenda Mitchell observou com lágrimas nos olhos—o mesmo olhar de


Brooke quando viu sua mãe entrar no local pela primeira vez. Brenda
agora estava sem jeito na beira da pista de dança enquanto a festa de
casamento acontecia sobre ela.
A música estava fluindo pelo amplificador, um cara de cabelos
compridos destruindo o baixo. Jem estava cantando, com sua voz
profunda e rica como chocolate amargo.
Devia haver uma centena de pessoas se chocando na multidão, a pista
de dança era um maravilhoso emaranhado de corpos suados.
Havia pessoas gritando, virando bebidas e até começando rodas de
batalha de dança surpreendentemente competitivas. Juan estava
ganhando. Risos e alegria eram palpáveis no ar.
E, no entanto, apesar de tudo isso, das milhões de distrações ao seu
redor, Josiah descobriu que não conseguia tirar os olhos de sua esposa.
As calças de Brooke pareciam pintadas, suas pernas definidas
claramente aparentes sob o couro apertado.
A bainha do lenço de sua blusa se esgueirou ao redor dos ossos do
quadril para revelar a pele sensualmente lisa de seu abdômen.
Josiah assistia maravilhado enquanto seus cabelos loiros balançavam
para cima e para baixo, no ritmo da música.
Sra. Brooke Anderson, ele sorriu. Sra. Anderson II...
Seu sorriso vacilou.
Josiah se viu mergulhando nas margens de sua memória. Ele viu Misty
de pé no altar daquela igreja histórica, vitrais projetando um arco-íris em
sua pele.
Ele viu os Tuckers de pé nos bancos, sorrindo enquanto os dois
diziam: — Sim.
Ele viu Misty chegando na recepção do casamento, tendo trocado um
vestido esvoaçante de sereia para um pequeno vestido curto que parecia
algo que uma melindrosa poderia usar.
Ele se lembrou dela sussurrando algo no ouvido do DJ, e seu rosto
perplexo — — se você insiste — —enquanto tocava a música solicitada,
uma banda de garotas ligeiramente atrevida tocou sobre uma mulher
feroz e seu futuro amante.
Ele a viu dançando, então sentiu sua forma suave em seus braços
enquanto eles se abraçavam durante a única música lenta da noite.
Ele se lembrou da sensação de piscar para tirar o glacê depois que ela
o agarrou pelo rabo de cavalo e afundou seu rosto no bolo de casamento.
Mas então ele piscou aquelas memórias para longe para ver Brooke
sendo girada por Carlos, o som de sua risada como pequenos sinos
tilintando.
Embora seu coração sempre doesse pela perda de Misty, ele
reconhecia Misty e Brooke como mulheres diferentes.
Vidas diferentes.
Amores diferentes.
Nunca se tratou de substituir Misty, ele pensou.
Eu sempre vou amá-la. Isso não vai sumir. Mas posso amar Brooke
igualmente, de maneiras diferentes, por razões diferentes.
O segundo amor é diferente, mas é tão bonito quanto. Misty gostaria que
eu compartilhasse o amor que ainda está em meu coração, não o trancasse.
Semper amemus. — Amemos sempre.
Ele olhou para o anel brilhando em seu dedo e soube que tudo estava
certo no mundo. Ele se sentia completo, preenchido.
Ele tinha certeza de que era um homem quebrado, que permaneceria
assim para sempre após a morte de Misty. Depois de tentar e não
conseguir voltar ao mundo de namoro. Mas com Brooke, todos esses
medos haviam desaparecido.
Claro, ainda havia ameaças de motoclube por aí. E enquanto Andrew
ainda estivesse vivo em uma cela em algum lugar, ele continuaria sendo
um perigo.
Ele observou Brooke conversar animadamente com Promise, que
estava tomando um martini no bar.
No momento, nada disso importa, ele pensou.
No final das contas, o amor sempre vence o ódio. Porque o amor tem um
motivo para lutar no dia seguinte.
BROOKE

Brooke abraçou Promise e foi até outra convidada, talvez a mais


valiosa da noite—sua mãe.
Sua mãe estava piscando para conter as lágrimas. Brooke percebeu,
por seu jeito aflito, que gostaria de conversar a noite toda. Ela se
perguntou o que sua mãe tinha a dizer agora.
Uma parte de Brooke realmente não queria ouvir. Brooke questionou
as intenções de sua mãe sobre aparecer. Ela tinha chegado tarde demais
para contestar oficialmente a cerimônia—era por isso que ela queria
conversar agora?
Brooke se aproximou da mãe com cautela, pronta para se voltar
contra ela se ela tentasse dizer qualquer coisa que arruinasse o grande dia
de Brooke.
— Brooke, não posso acreditar nisso.
Brooke se virou imediatamente.
— Brooke, espere! — Brenda protestou.
— Não é desse jeito.
Brooke ergueu as sobrancelhas com desconfiança, mas permitiu que
sua mãe continuasse.
— E pensar que minha filha vai conhecer de verdade o amor... Achei
que não fosse possível, mas vejo aqui. Espero que você e Josiah sejam
felizes. — Ela assoou o nariz em um lenço de papel. — Espero que este
amor, ao contrário do meu, dure...
— Obrigada, mãe.
— Mas o Sr. Morgan me lembrou de algo que eu tinha esquecido.
— O que seria?
— O amor assume muitas formas. Você é tão abençoada por ter
Josiah. Mas você também me tem. Você tem seus amigos —você tem toda
a cidade atrás de você. Você não está sozinha. E nem eu.
Lágrimas brotaram dos olhos de Brooke. Ela abraçou a mãe dela de
uma forma que eles não tinham desde que ela era criança, desde que ela
tinha começado a se apaixonar por meninos. Elas se afastaram e sorriram
uma para a outra.
*
Brooke se sentiu nas nuvens quando Josiah acelerou sua Harley e os
levou para longe da festa. A mãe dela, lágrimas escorrendo pelo seu rosto,
teve a honra de prender a placa de — recém-casados — na parte traseira
da motocicleta enquanto o motoclube se despedia deles.
Angie prendeu um pequeno véu na parte externa do capacete de
Brooke, que voou atrás dela enquanto partiram.
Josiah os estava levando para uma cabana que ele havia alugado para a
lua de mel, bem ao longo da escarpa na fronteira de Bracketville. Ela
nunca tinha ido, mas ela ouviu que era tremendamente tranquilo.
Por fim, Josiah parou a Harley em frente a uma singular cabana de
madeira. Estava escondida no meio de uma floresta densa,
completamente privada.
Os únicos sons eram o farfalhar das árvores com a brisa e alguns grilos
cantando. A própria cabana estava iluminada por dentro com um brilho
laranja aconchegante.
Josiah colocou a mão sob o traseiro de Brooke e a puxou para fora do
assento, conduzindo-a para dentro da cabana.
Ele prendeu seu corpo contra o interior da porta da frente. — Posso
ter a honra de te beijar? — ele perguntou graciosamente.
— Pode, — Brooke disse ofegante.
Josiah se inclinou para ela, pressionando seus lábios nos dela. Seus
lábios roçaram suavemente, delicadamente, como se ela fosse um vaso de
vidro que ele temia quebrar.
Então, quando as mãos dela começaram a percorrer seu peito, ele
apertou seus lábios contra os dela, faminto, enquanto sua língua tentava
reivindicar sua boca.
Ele subiu a mão para tocar um de seus seios. Ela deslizou as mãos sob
sua blusa, uma acariciando seu seio enquanto a outra acariciava suas
costas. Josiah avançou na direção de sua calcinha úmida. Ele começou a
esfregar a palma da mão entre as pernas dela.
Seu corpo estava gritando por ele agora.
Ela empurrou seus quadris para ele. Ela sentiu seu pênis esticar contra
suas calças. As mãos dele foram para a bainha de sua camisa, então ela a
tirou. Em seguida, ela arrancou a camisa dele e, em segundos, sentiu o
toque de pele contra pele.
Seus dedos deslizaram por sua calça e calcinha e em sua luva de
veludo. Começando com ternura, ele aumentou a pressão, até que três de
seus dedos estivessem dentro dela, fazendo com que seus quadris se
contorcessem de prazer.
Ela estava tão nervosa com todas as coisas do casamento, mas agora
que todo aquele estresse havia passado, ela se viu consumida com o
pensamento em Josiah, e apenas nele. Ela se afastou e assentiu.
— Estou pronta, — ela ofegou.
— Então vamos, — ele rosnou, levando-a para a cama e guiando-a
para baixo.
Ela deu uma risadinha quando ele tirou suas calças e as jogou no
canto da sala. As mãos dela agarraram a parte de cima da calça dele,
deixando-os apenas com suas roupas íntimas.
— Algo azul? — ele perguntou, admirando sua calcinha rendada.
Ela assentiu. — Gostou?
Josiah mostrou a ela o quanto ele havia gostado montando nela e
esfregando-se do lado de fora de sua calcinha. Seus lábios se esmagaram
contra os dela. Ela podia sentir seu pau duro através do tecido de sua
cueca boxer. Ela estava tremendo de ansiedade.
Os dois se esforçaram para tirar as roupas íntimas.
Ela se ajoelhou e girou a língua em tomo de sua extremidade,
sentindo-a inchar dentro de sua boca. Ela acariciou sua base com a mão e
deslizou os lábios para baixo para permitir que ele fizesse cócegas em sua
garganta.
Ele gemeu, em um som animalesco de indulgência desenfreada,
agarrando seu cabelo enquanto ela engolia seu membro completamente,
molhando-o, chupando-o.
Seus joelhos estavam prestes a dobrar de prazer quando ela o sentiu
puxar seu cabelo para trás. Ela sorriu para ele, passando a língua contra
sua extremidade.
Não sendo mais capaz de se conter, ela sussurrou: — Eu quero você
dentro de mim.
Ele soltou seu cabelo e se posicionou em cima dela. Seus dedos
traçaram círculos em tomo de suas dobras. Seus mamilos endureceram.
Com uma respiração forte e trêmula, Brooke olhou Josiah nos olhos,
assentiu e deixou que Josiah fizesse o que nenhum homem fizera com ela
antes.
Ela sentiu cada centímetro de seu pênis enquanto ele deslizava dentro
dela.
Primeiro, houve uma dor aguda e cortante quando ela se abriu para
ele. Mas quando ele penetrou mais fundo, a dor se transformou em uma
sensação extasiante de plenitude.
Ela estava completa.
Ela não sabia o quão forte era sua luxúria até que foi saciada. Seus
quadris balançando trouxeram sua doce flecha profundamente dentro
dela.
Ela se sentiu dominada por uma emoção pulsante. Era diferente de
tudo que ela já havia sentido antes. A cada impulso, ela queria mais.
Ela estava tão feliz por ter esperado por Josiah.
JOSIAH

— Oh, amor, — Josiah gemeu, mexendo os quadris no ritmo dos


batimentos cardíacos dela. Os quadris de Brooke resistiam enquanto ele
se entrava profundamente nela.
Eles se olharam novamente.
— Eu te amo, — ele sussurrou.
— Tanto, — ela murmurou de volta.
Ele puxou e a virou. Ela esperou apoiada nas mãos e nos joelhos
enquanto ele se posicionava atrás dela.
Ele massageou seus seios, e ela sentiu seu eixo rígido a penetrar ainda
mais do que antes. Ele estava atingindo um ponto que fez suas pernas
tremerem embaixo dela.
O calor dela o envolveu, limpando sua mente, fazendo-o se sentir
apenas um com ela.
Ele então a virou e a sentou em cima dele, pulando para cima e para
baixo, um de frente para o outro. Ele murmurou palavras doces
enquanto suas esferas com pontas de coral balançavam na frente dele.
Seus quadris giratórios se apertaram contra ele desesperadamente.
Seu núcleo ardia.
Em um movimento fluido, ainda juntos, ele a prensou na cama.
Desta vez, Brooke envolveu as pernas com força nas costas dele. —
Não pare, não pare, — ela pediu. Ele agarrou as mãos dela com força
entre eles.
Seu corpo mal aguentava. Ele sentiu seu controle sobre seu corpo se
esvair.
— Eu vou gozar, amor, — disse Josiah, acelerando seus movimentos.
BROOKE

Os músculos de Brooke começaram a se contorcer e ter espasmos


enquanto suas costas se arqueavam e seus olhos rolavam para trás.
Eu também, ela pensou, mas não conseguiu dizer.
Todas as partes de seu corpo estavam formigando com eletricidade.
Um
relâmpago de paixão feroz sacudiu o seu corpo, fazendo com que
todos os membros se apertassem e alargassem.
Estava em cada parte dela, fazendo-a ficar tensa e se contorcer até
que, finalmente, ele havia cedido—a liberação mais doce e incrível. O ar
saiu disparado de seus pulmões.
Por fim, Josiah gozou dentro dela.
Brooke se sentia conectada a ele por uma energia enigmática e sem
limites. Ela não queria soltá-lo.
Bufando com esforço, Josiah desabou ao lado dela. Ele passou os
braços ao redor dela por trás. Brooke se aninhou a ele, sentindo o rico
cheiro de seu suor. O perfume do seu sexo preencheu o ambiente.
Eles ficaram assim, absorvendo aquela sensação milagrosa de estarem
juntos.
JOSIAH

As pernas de Josiah pareciam geleia. Ele não conseguia se imaginar em


pé, mesmo que quisesse, mas é claro que ele não queria. Seu desejo era
ficar com Brooke até o sol raiar e depois fazer tudo de novo.
Isso era tudo que eu poderia ter esperado e muito mais.
A noite de núpcias foi uma bênção.
Depois de alguns minutos longos e gloriosos de êxtase, Brooke
quebrou o silêncio.
— Joey, — ela ronronou, — o que você acha de eu conhecer sua cidade
natal? — Brooke se virou para encará-lo, com aqueles grandes olhos
castanhos transformando-o em sobremesa.
Ela traçou um dedo ao longo de seu peito. — Posso entrar para o
motoclube? — Josiah parou um momento para considerar isso. — Pode
ser perigoso... ele começou.
Mas Brooke era uma mulher forte. Ele sabia que ela poderia se cuidar.
E ele não pôde deixar de sorrir, sabendo que ela queria se juntar a essa
parte de sua vida.
— Tem certeza? — ele perguntou.
Brooke assentiu. — Estou pronta para sair de casa. — Ela correu os
dedos finos por seu cabelo despenteado, emaranhado de fazer amor.
— Com você, eu vou a qualquer lugar, — acrescentou ela com um
sorriso sonolento.
Quando o sol nasceu na manhã seguinte, com sua luz âmbar entrando
pela janela, Josiah e Brooke deixaram seus corpos se consumirem mais
uma vez.
Depois, os dois subiram na Harley, e com apenas as roupas do corpo e
o vento nos cabelos, eles foram embora...
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