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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região

Ação Trabalhista - Rito Ordinário


0000267-10.2023.5.08.0101

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 28/03/2023


Valor da causa: R$ 158.564,89

Partes:
RECLAMANTE: JORGE FERREIRA ALEIXO
ADVOGADO: EVA VIRGINIA MENDONCA DE ABREU
RECLAMADO: RADAIHAN GOULART FERREIRA
RECLAMADO: BELEM BIOENERGIA BRASIL S/A
ADVOGADO: VICTOR HOLANDA DE MENDONCA ALVES
ADVOGADO: AMANDA OLIVEIRA GUIMARAES
ADVOGADO: BRENDA LISBOA BENTES DA SILVA
RECLAMADO: TAUA BRASIL PALMA S.A
ADVOGADO: VICTOR HOLANDA DE MENDONCA ALVES
ADVOGADO: AMANDA OLIVEIRA GUIMARAES
ADVOGADO: BRENDA LISBOA BENTES DA SILVA
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA 2ª


VARA DO TRABALHO DE ABAETETUBA/PA.

PROCESSO nº 0000267-10.2023.5.08.0101
JORGE FERREIRA ALEIXO, já qualificado nos autos da
reclamatória trabalhista que move contra RADAIHAN GOULART
FERREIRA, BELEM BIOENERGIA BRASIL S/A e TAUA BRASIL PALMA S.A.,
processo em epígrafe, vem, tempestivamente, à presença de Vossa
Excelência, fulcro no Art. 896, alíneas a e c da CLT c/c Art. 998,
§ 2º do CPC, interpor:

RECURSO ORDINÁRIO
face à sentença ID 2c3c4d1, de acordo com as razões em anexo, as
quais requer que sejam recebidas e remetidas ao Egrégio Tribunal
Regional da 8° Região.

Deixa de juntar o comprovante de recolhimento de custas,


vez que demanda sob o pálio da justiça gratuita.

Em anexo as razões do recurso.

Termos em que, pede e espera deferimento.


Belém/PA, 11 de outubro de 2024.

EVA ABREU
OAB/PA nº 13.757

FÁDIA GUEDES
OAB/PA nº 38.873

__________________________________________________________________________________________________________
1
End. Av. Senador Lemos, n° 435 – Sala 1904 Ed. Village Boulevard.
Umarizal – CEP: 66.050-000 – Belém/PA
E-mail: publicacoes@rochaetrindadeadvocacia.com.br
Fones: (91) 99205-1414

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RECURSO ORDINÁRIO

Recorrente: JORGE FERREIRA ALEIXO

Recorrido: RADAIHAN GOULART FERREIRA, BELEM BIOENERGIA BRASIL S/A


e TAUA BRASIL PALMA S.A.
Processo: 0000267-10.2023.5.08.0101

DA TEMPESTIVIDADE

Foi respeitado o requisito da tempestividade, vez que a


ciência da intimação do despacho determinando apresentação de
contrarrazões se deu conforme certificado no sistema PJe, assim,
vê-se que foi respeitado o prazo legal. Sendo assim, merecem
conhecimento.

A DECISÃO DE 1º GRAU

Entendeu o MM. Juízo a quo, pela procedência parcial dos


pedidos, sendo procedente as verbas: horas extras, inclusive
intervalos decorrentes ao rural (nr31), pausa térmica e
intrajornada, assim como seus reflexos em demais verbas;
adicional de insalubridade em grau máximo (40%) com reflexos
em 13º salário, férias+1/3, FGTS e reflexo do art.477 da CLT;
prêmio de produção; condeno, honorários sucumbenciais em 15% sobre
o valor da condenação, elencados na reclamatória, deixando de
condenar a reclamada ora recorrida nas demais verbas do pedido da
reclamante.

Eméritos Julgadores,

Sem ofuscar o brilhantismo das inúmeras decisões proferidas


pelo MM. Juízo a quo, entende o recorrente que esta específica
merece ser reformada porque, data vênia, é injusta, sob o prisma
jurídico, e está conflitante com as normas vigentes que regem a
matéria e a pacífica jurisprudência dos tribunais, inclusive do
próprio TRT 8ª Região.

Assim, pretende o Recorrente buscar, pela via do duplo grau


de jurisdição, a decisão final que possa derramar justiça no
deslinde da demanda em tela.

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Para tanto, respeitosamente, vem expor suas razões,


articuladamente, como a seguir.

DO MÉRITO RECURSAL

1. DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL EM RAZÃO DE TRABALHO


DEGRADANTE E DISCRIMINATÓRIO.

O juízo a quo julgou totalmente improcedente o pedido


alhures.

Segue trecho da decisão:

“Diante do exposto, da análise do conjunto


probatório, cumulado
com a ausência de prova, não vislumbro o
descumprimento de normas de saúde e
segurança a caracterizar o trabalho
degradante alegado, por esse motivo,
julgo o pedido de indenização por danos
morais.”

Certo é, pela quantidade de processos que tramitam perante


está especializada, que a Reclamada/Recorrida tem sido contumaz
na prática de atos danosos ao trabalhador, mantendo o mesmo em
ambientes de trabalho sem as mínimas condições de higiene e
conservação, expondo os trabalhadores a condições degradantes.

Ademais, o reclamante levava água de sua casa, armazenada


em uma garrafa térmica de 5L, que os 5L não eram suficientes para
uma jornada inteira de trabalho, mas não havia onde repor a água.

Não obstante, o recorrente foi exposto à insalubridade sem


o uso de todos os equipamentos de proteção, SEMPRE NA FALTA DE UM
OU DE OUTRO, COMO BEM ASSEVERADO NA MANISFESTAÇÃO DE DOCUMENTOS E
LAPSOS TEMPORAIS DE ENTREGAS FRENTE A AUSENCIA DE FISCALIZAÇÃO
DOS ITENS MÍNIMOS DE SEGURANÇA PESSOAL.

Ocorre que, expor o trabalhador ao ambiente insalubre


incorre não somente em procedência do adicional de insalubridade
e, também, em indenização por dano moral, já que o colaborador
teve sua vida e dignidade violados quando foi exposto à riscos ao
exercer a função sem equipamentos de proteção.

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Nesse diapasão, conclui-se que o trabalhador estava exposto


ao trabalho degradante em virtude do labor sem uso de EPI’S.

Ressalta-se que a Reclamada juntou fotografias nos autos em


que não possuem data do registro e não corresponde as fazendas em
que o empregado trabalhou, em que não comprovou que o ambiente de
trabalho do Reclamante era de fato salubre. Portanto, o
colaborador estava exposto a péssimas condições de trabalho.

O trabalho em condições degradantes é considerado uma das


formas de TRABALHO EM CONDIÇÕES ANÁLOGAS A DE ESCRAVO E CONSTITUI
ATENTADO AOS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS E FERE A DIGNIDADE
HUMANA.

Nesse sentido, a Doutrina majoritária, aqui representada


por José Cláudio Monteiro de Brito Filho, entende que:

"se o trabalhador presta serviços exposto à


falta de segurança e com riscos à sua saúde,
temos o trabalho em condições degradantes.
Se as condições de trabalho mais básicas
são negadas ao trabalhador, como o direito
de trabalhar em jornada razoável e que
proteja sua saúde, garanta-lhe descanso e
permita o convívio social, há trabalho em
condições degradantes. Se, para prestar o
trabalho, o trabalhador tem limitações na
sua alimentação, na sua higiene, e na sua
moradia, caracteriza-se o trabalho em
condições degradantes. Se o trabalhador não
recebe o devido respeito que merece como
ser humano, sendo, por exemplo, assediado
moral ou sexualmente, existe trabalho em
condições degradantes. (...) podemos
definir trabalho em condições análogas à
condição de escravo como o exercício do
trabalho humano em que há restrição, em
qualquer forma, à liberdade do trabalhador,
e/ou quando não são respeitados os direitos
mínimos para o resguardo da dignidade do
trabalhador."

Podemos notar que a legislação pátria é bastante ampla no


que se trata da proteção a dignidade laborativa do trabalhador
brasileiro, vejamos o que diz respeito às normas regulamentadoras
do Ministério do Trabalho e Emprego.

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Conforme a NR 21 (Trabalho a céu aberto) da Portaria nº


3.214/68 do MTE, é obrigatória a existência de abrigos, ainda que
rústicos, para proteção dos trabalhadores contra as intempéries,
bem como a adoção de medidas especiais para proteção contra
insolação excessiva, o calor, o frio, a umidade e os ventos
inconvenientes.

A norma ainda exige que os locais destinados às privadas


serão arejados, com ventilação abundante, mantidos limpos em boas
condições sanitárias e devidamente protegidos contra a
proliferação de insetos, ratos, animais e pragas.

Já a NR 24, que trata das condições sanitárias e de conforto


nos locais de trabalho, dispõe que as instalações sanitárias
deverão ser separadas por sexo e os locais onde elas se encontrarem
deverão ser submetidos a processo permanente de higienização em
atenção à limpeza e livres de odores durante toda a jornada de
trabalho. É considerada satisfatória a metragem de 1 metro
quadrado, para cada sanitário, por 20 operários em atividade.

Já os banheiros devem ser dotados de chuveiros. Os gabinetes


sanitários deverão ser instalados em compartimentos individuais,
separados; com ventilação para o exterior; paredes divisórias com
altura mínima de 2,10 metros; com portas independentes, providas
de fecho; mantidos em estado de asseio e higiene; possuir
recipientes com tampa, para guarda de papéis servidos, quando não
ligados diretamente à rede ou quando sejam destinados às mulheres.

Já os vestiários devem observar a separação de sexos. Os


refeitórios são obrigatórios nos estabelecimentos em que trabalhem
mais de 300 (trezentos) operários não sendo permitido aos
trabalhadores tomares suas refeições em outro local do
estabelecimento, sendo que tais refeitórios necessitam de uma
estrutura mínima, como descrito no item 24.3.2, além de,
exemplificativamente, rede de iluminação, piso impermeável e
revestido, cobertura de madeira ou metálica com telhas de barro,
ventilação, água potável em condições higiênicas, fornecida por
meio de copos individuais, ou bebedouros de jato inclinado e
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guarda protetora proibindo-se sua instalação em pias e lavatórios,


e o uso de copos coletivos.

A NR 24 ainda prevê que em todos os locais de trabalho


deverá ser fornecida aos trabalhadores água potável, em condições
higiênicas, sendo proibido o uso de recipientes coletivos, sendo
que nos locais onde houver rede de abastecimento de água deverão
existir bebedouros de jato inclinado e guarda protetora, proibida
sua instalação em pias ou lavatórios, e na proporção de 1 (um)
bebedouro para cada 50 (cinquenta) empregados. O suprimento de
água potável e fresca deve ser em quantidade superior a 250 ml
(1/4 de litro) por hora/homem trabalho.

E quando não for possível obter água potável corrente,


está deverá ser fornecida em recipientes portáteis hermeticamente
fechados de material adequado e construído de maneira a permitir
fácil limpeza.

Por fim, a NR 31 impõe, no item 31.8.9, a adoção de medidas


mínimas lá descritas, como fornecimento de vestimentas de
trabalho, local adequado para guarda da roupa de uso pessoal,
fornecimento de água, sabão e toalhas para higiene pessoal. Os
EPIs devem incluir luvas e mangas de proteção contra lesões
provocadas por picadas de animais peçonhentos (item 31.20.2, "e",
1, 1.6.).

As áreas de vivência devem possuir instalações sanitárias


separadas por sexo e constituídas de lavatório e vaso sanitário
na proporção de uma unidade para cada grupo de vinte trabalhadores
ou fração, mictório e chuveiro.

As instalações sanitárias também devem dispor de água limpa


e papel higiênico.

Nas frentes de trabalho devem ser


disponibilizadas instalações sanitárias fixas ou móveis compostos
de vasos sanitários e lavatórios, na proporção de um conjunto para
cada quarenta trabalhadores ou fração, que também devem dispor de
água limpa e papel higiênico. Ainda nas frentes de trabalho devem
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ser disponibilizados abrigos, fixos ou móveis, que protejam os


trabalhadores contra intempéries, durante as refeições.

O trabalho ao qual o Recorrente submetia-se era degradante


e análogo ao de escravo não porque esta estava algemado ou
pertencia a outrem, mas sim por não ter alimentação de qualidade,
não dispor de local adequado para fazer suas necessidades
fisiológicas, ser humilhado e ameaçado de demissão para maximizar
a produção, etc.

O Recorrente somente suportava as humilhações e desgastes


diários por extrema necessidade de subsistência, pois tinha
ciência que sua baixa escolaridade a impediria de conseguir
emprego de exigência técnica mais elevada.

Faz-se pertinente levantar os seguintes questionamentos:

1) Será que milhares de trabalhadores


semianalfabetos se mancomunaram para obter
vantagem ilícita das Recorridas ou as
empresas realmente os submetiam a condições
degradantes de trabalho para aumentar seu
lucro em detrimento dos gastos com verbas
trabalhistas?

2) Será́ que é à toa que o Brasil está́


entre os países com maior índice de trabalho
escravo?

Todos são questionamentos válidos para se chegar à verdade


real dos fatos e à indústria maquiavélica criada pela Recorrida
para subjugar trabalhadores terceirizados com o único escopo de
aumentar seus lucros.

É preciso mencionar ainda que no local do trabalho não havia


equipamentos de primeiros socorros, nem sequer água potável para
consumo dos empregados, além do que, cabe ressaltar novamente a
inexistência de lavatórios, banheiros químicos, papel higiênico,
dentre outros itens necessários para o atendimento básico da
higiene em um local de trabalho.

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Nesse ponto, a saúde do trabalhador não é observada e nem


mesmo lhe é garantida qualidade de trabalho e de vida. Quando o
empregador deixa de oferecer condições mínimas e dignas de higiene
e saúde, atinge o empregado como pessoa e trabalhador.

O obreiro sofreu verdadeiro abalo em sua honra, em sua


moral, com redução de sua autoestima, submetendo-se a situações
vexatórias, completamente humilhantes em razão da submissão às
péssimas condições de trabalho, violadora do princípio da
dignidade da pessoa humana, o que configura inequivocamente dano
moral.

Tem-se que os direitos sociais, que trazem a ideia de


JUSTIÇA e amparam o indivíduo em sua saúde, educação e trabalho,
não são cumpridos. A noção de igualdade de todos não é observada
e com isso o indivíduo deixa de ser um cidadão completo, tornando-
se um meio para obtenção de lucro.

Esta desvirtuação da condição intrínseca ao ser humano é o


que o filósofo Immanuel Kant, em sua obra “Metafísica dos
Costumes” chama de “INSTRUMENTALIZAÇÃO DO SER HUMANO”, fenômeno
onde se troca a dignidade do indivíduo por um preço.

Dessa forma, concluímos que todas essas condições


degradantes de trabalho que o Recorrente se submeteu ao longo do
contrato laboral comprovam a forma desprezível com que as
Recorridas tratavam seus empregados, em total desrespeito às
normas de segurança e higiene do trabalho.

Os fatos ora expostos corroboram a tese de DANO MORAL POR


TRABALHO DEGRADANTE, já que o Recorrente sofreu verdadeiro abalo
em sua honra, em sua moral, com redução de sua autoestima,
submetendo-se a situações vexatórias, completamente humilhantes
em razão da submissão às péssimas condições de trabalho, violadora
do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, fatos estes que serão
vastamente comprovados no decorrer da instrução processual.

A prática de escravidão contraria todos os objetivos


fundamentais da República, que busca ser uma sociedade livre,
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justa e solidária (art. 3º, inciso I, da Constituição Federal),


além da melhoria das condições sociais laborais (art. 7º, caput),
não devendo desprezar a menção à proteção da dignidade da pessoa
humana (art.1º, inciso III).

Assim, pode-se afirmar que a ocorrência deste delito se


caracteriza pela negação de direitos trabalhistas, violação de
direitos humanos e cerceamento da liberdade individual.

Um trabalhador no campo, laborando em um ambiente sem


observação das mínimas condições de saúde e bem estar do ser
humano, fica diante de uma situação humilhante, ao mesmo tempo em
que, automaticamente, passa a se sentir inferior e não capaz e
merecedor de um trabalho melhor, digno.

Desta forma, o trabalho degradante reflete uma nítida


violação aos direitos humanos, uma subtração da dignidade,
respeito e demais direitos fundamentais que norteiam o ser humano.

No mínimo devemos entender tais circunstâncias como


abandono completo ao PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA e
pior, sem uma punição digna que vise cessar tais práticas, visto
que a AUSÊNCIA DE PUNIÇÃO COMPROVADAMENTE GERA REINCIDÊNCIA.

A jurisprudência pátria é farta com relação a tese ora


apresentada (trabalho degradante), conforme, podemos mostrar o
julgamento do acórdão de Recurso Ordinário da C. Segunda Turma do
Egrégio TRT 8ª Região, em14/02/2023:

2. Da indenização por dano moral em razão de trabalho


degradante. Analiso. Forçoso enfatizar, desde logo,
que o pacto laboral ocorreu no período de 15/5/2020
a 7/1/2021 e que o reclamante, no exercício da função
de AUXILIAR DE APOIO AGRÍCOLA GERAL, realizava
carreamento, corte, manutenções no plantio e outras
atividades correlacionadas à produção do dendê, nas
dependências das fazendas propriedades da reclamada
BELEM BIOENERGIA BRASIL S/A. O autor e as reclamadas
foram coerentes com as teses que apresentaram na
petição inicial e contestação, respectivamente.
Destaco que as alegações registradas na petição
inicial são iguais a tantas outras, cuja matéria é de
amplo conhecimento desta Justiça Especializada. A
inspeção judicial realizada no período de 04 a
15/07/2016 em fazendas da reclamada BELÉM BIOENERGIA
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BRASIL S/A comprova os argumentos deduzidos na


inicial, porquanto demonstra que, nas frentes de
trabalho, inexistia estrutura básica suficiente com
banheiros, locais para higienização, abrigos,
vestiários e bebedouros, o que demonstra o
desrespeito ao conjunto de normas regulamentares
aplicáveis ao caso. Tanto é assim que depois da
lavratura de vários Autos de Infração pelo Ministério
do Trabalho e Emprego, o MPT teve que ajuizar a ACP
0001377-46.2016.5.08.0115 em 23/05/2016, a qual foi
julgada procedente para condenar a ré nas seguintes
obrigações de fazer: d) adequar imediatamente as
áreas de vivência existentes em suas propriedades
rurais, destinadas ao plantio, cultura e colheita de
dendê no Estado do Pará, disponibilizando aos que
tenham de permanecer nos estabelecimentos,
alojamentos compatíveis e higiênicos, com acomodações
iluminadas e arejadas, com proteção contra chuva e
outras intempéries, incêndio e outros acidentes,
mantendo distância do armazenamento e aplicação de
agrotóxicos, produtos químicos e combustíveis, com
instalações sanitárias separadas por sexo e cozinha,
nos termos da nr 31; e) dotar as dependências,
residências e alojamentos de trabalhadores de
bebedouros de jato dirigido, filtros ou outros meios
higiênicos de fornecimento de água potável gelada e
fornecer água potável e refrigerada em recipiente
higiênico a todos os trabalhadores, especialmente
durante a realização de suas atividades a céu aberto,
com efetivo serviço de reposição, através de
vasilhames individuais às expensas exclusivas do
empregador; f) disponibilizar e garantir abrigo a
todos os trabalhadores contratados, nas frentes de
trabalho, para protegê-los das intempéries; g)
garantir que nas frentes de trabalho os trabalhadores
disponham sempre de instalações sanitárias separadas
por sexo, ainda que móveis, na proporção de um
conjunto para cada grupo de quarenta trabalhadores ou
fração (item 31.23.3.4 da nr-31), e de local adequado
e higiênico para o gozo efetivo e integral de seu
descanso intrajornada e realização de suas refeições;
É certo que, do relatório de inspeção realizado pelo
MPT realizado no dia 12 de dezembro de 2019 (ID.
5bad492), consta os seguintes registros: Verificou-
se refeitórios nas sedes das fazendas, com mesas,
cadeiras, pias e bebedouros com jato
inclinado/torneiras e água gelada, e instalações
sanitárias separadas por sexo, havendo papel
higiênico e pias, tendo sido recomendado, na ocasião,
o zelo e a manutenção destas, quanto ao asseio e a
limpeza. Não havia depósitos de agrotóxicos, produtos
químicos e combustíveis nas proximidades dos
refeitórios. Nas frentes de trabalho, os
trabalhadores dispõem de ônibus com banheiro, podendo
utilizá-lo para se protegerem das intempéries e
deslocamento, em caso de acidente. Foi informado
pelos trabalhadores que estes se deslocam até o
refeitório, na sede da fazenda, no horário de

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intervalo intrajornada, para almoço e descanso, e que


recebem auxílio- alimentação, levando almoço em
recipientes térmicos. Todos dispunham de vasilhame
térmico de 5L concedido pela empresa, com água
refrigerada, para uso nas frentes de trabalho. Os
trabalhadores não ficam alojados nas fazendas, sendo
deslocados de suas residências ao local de trabalho
e vice-versa, por ônibus da empresa terceirizada
ALUCAR, de segunda a sexta-feira, de 6h30 às 15h30,
com intervalo para almoço de 11h30 às 12h30, e, aos
sábados, de 6h30 às 10h30 ... pode-se ratificar o
cumprimento das obrigações previstas na decisão
judicial na ACP no 0001377-46.2016.5.08.0115,
recomendando-se, no entanto, ZELO E MANUTENÇÃO DAS
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS, QUANTO AO ASSEIO E A LIMPEZA,
e a AFIXAÇÃO DA DECISÃO JUDICIAL NOS QUADROS DE AVISOS
E ÔNIBUS QUE REALIZAM O DESLOCAMENTO DOS
TRABALHADORES, para conhecimento destes; Assim, em
que pese considerar a inspeção realizado pelo MPT
realizado no dia 12 de dezembro de 2019, fato que não
pode ser desprezado no exame do conjunto fático
probatório do caso em concreto, em atenção ao
princípio da primazia da realidade, é que durante um
certo período do contrato de trabalho do reclamante
o ambiente laboral possuía sim condições aquém do
patamar civilizatório mínimo esperado de empresas do
porte das reclamadas, configurando-se em trabalho
degradante, nos exatos termos da Súmula no 36 deste
E. Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região que
assim prescreve: TRABALHO FORÇADO, DEGRADANTE OU EM
CONDIÇÕES ANÁLOGAS À DE ESCRAVO.
RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL IN RE IPSA.I -
Entende-se por trabalho forçado aquele executado por
uma pessoa sob ameaça de punição de qualquer natureza
e para a qual essa pessoa não se ofereça
voluntariamente (art. 2o, 1, da Convenção n. 29 da
OIT). O trabalho degradante é aquele executado em
condições inteiramente inadequadas ao trabalho, sem
observância de quaisquer normas de segurança,
medicina, saúde e higiene do trabalho. Considera-se
trabalho em condições análogas à de escravo o que
submete o trabalhador a trabalho forçado, jornada
extenuante, condições degradantes, restrições de
locomoção, privação de seus documentos (art. 129 do
Código Penal). II – Em ficando demonstrada a
ocorrência de qualquer das três hipóteses, considera-
se caracterizada a violação ao princípio da dignidade
humana e a ofensa aos direitos mínimos dos
trabalhadores, cabendo a responsabilização do
empregador por danos morais, independentemente de
outras provas, porque ocorrem in re ipsa. III – Para
fixação do valor da indenização devem ser levados em
conta, dentre outros, os seguintes fatores: gravidade
e extensão do dano, condição financeira do ofensor e
do ofendido, e finalidade pedagógica da punição para
evitar a reincidência da prática delituosa; No mesmo
sentido, destaco decisão do Colendo Tribunal Superior

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do Trabalho, o qual, em sede de Recurso de Revista


processo no 438-32.2017.5.08.0115, quando da análise
da matéria análoga em discussão, reformou decisão
desta E. 2a Turma conforme ementa abaixo transcrita:
RECURSO DE REVISTA SOB A ÉGIDE DA LEI 13.467/2017.
INDENIZAÇÃO. REQUISITOS DO ARTIGO 896, § 1o-A, DA CLT
ATENDIDOS. TRABALHADOR RURAL. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
INADEQUADAS. DANOS MORAIS. Cuida-se de controvérsia
acerca da configuração ou não de trabalho degradante,
passível de reparação mediante indenização por danos
morais, em situação na qual reconhecidamente ausente
o fornecimento de instalações sanitárias pela
reclamada, cabendo aos trabalhadores fazerem suas
necessidades fisiológicas no campo. No caso, com base
no contexto delineado pelo Regional, é possível
identificar, nitidamente, a responsabilidade
subjetiva da reclamada pela situação degradante a que
eram submetidos os trabalhadores que lhe prestavam
serviços. Competia à empregadora empreender todos os
esforços necessários para garantir a segurança e
higiene dos trabalhadores no âmbito de seu imóvel,
porquanto a responsabilidade pela adequação dos
procedimentos e do desenvolvimento das atividades de
forma compatível com as normas de saúde, segurança e
higiene do ambiente de trabalho é da empresa, e não
dos prestadores de serviços que nela atuam. Consentir
que o trabalhador laborasse sem as instalações
sanitárias adequadas para as necessidades
fisiológicas e higiene pessoal caracteriza o descaso
da reclamada com a mínima e essencial proteção do
trabalhador no desempenho das suas atividades para as
quais fora contratado, o que é inadmissível. Dessa
forma, ficaram evidenciados o dano, o nexo causal e
a culpa da reclamada, elementos indispensáveis à
indenização por danos morais. Recurso de revista
conhecido e provido (TST-RR-438-32.2017.5.08.0115;
Data: 13/10/2020; Órgão Julgador: 6a Turma; Relator:
AUGUSTO CÉSAR LEITE DE CARVALHO). Diante do exposto,
considero configurado o labor em condições
degradantes, sendo devida a indenização por dano
moral. No que se refere ao indenizatório, impende
registrar, primeiramente, que na sessão de julgamento
de 14 de setembro de 2020, o Pleno do Egrégio Tribunal
Regional do Trabalho da 8a Região declarou a
inconstitucionalidade do parágrafo primeiro, incisos
I a IV do art. 223-G da CLT, incluído pela Lei no
13.467 /2017, conforme a seguinte ementa: CONTROLE
DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE. ART. 223- G, §1o, I A
IV, DA CLT. LIMITAÇÃO PARA O ARBITRAMENTO DE
INDENIZAÇÃO POR DANO
EXTRAPATRIMONIAL.INCONSTITUCIONALIDADE. O sistema de
tarifação do dano moral nas relações de trabalho
estabelecido no §1o, I a IV, do art. 223-G da CLT é
inconstitucional ao impor limites injustificados à
fixação judicial da indenização por dano moral àquele
que sofreu o dano, impedindo a sua reparação
integral, gerando ofensa ao princípio da dignidade da
pessoa humana, bem como aos princípios da isonomia e

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da reparação integral dos danos garantidos na Carta


Magna em vigor, em patente ofensa ao art. 5o, V e X,
da CR /88. Nestes termos, deixa-se de aplicar a
tarifação tal como prevista no referido dispositivo.
Assim, levando-se em conta os elementos probatórios
colhidos na instrução processual, as circunstâncias
do caso em exame, os princípios da proporcionalidade
e da razoabilidade e os demais critérios fixados no
art. 223-G da CLT (a compensação da dor, o combate à
impunidade, o grau de culpa do empregador, a extensão
do dano, a situação econômica das partes (porte das
empresas), além do aspecto pedagógico, de modo que
não implique o enriquecimento ilícito do demandante,
conforme preceito do artigo 884 do Código Civil,
considera-se adequado e equitativo o valor de
R$20.000,00 (vinte mil reais) à título indenização
por dano moral. Por tais fundamentos, dá-se
provimento ao recurso ordinário para julgar
procedente a indenização por dano moral e arbitrá-la
no importe de R$20.000,00 (vinte mil reais),
observada a Súmula no 439, do C. TST. PAULO ISAN
COIMBRA DA SILVA JUNIOR / Gab. Des. Paulo Isan Coimbra
da Silva Junior.

Ressaltando ainda, o Acordão proferido pela 1ª Turma do


Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região PA/AP, reconhece os
pedidos de insalubridade grau máximo (40%) e dano moral. Vejamos:

Gab. Des. Marcus Maia PROCESSO nº


0000046-34.2022.5.08.0110 (RORSum)
RECORRENTE: DIEGO CORDEIRO NUNES Adv.:
Eliane Mendes Pereira da Silva, Adv.:
Miguel Resque Santiago RECORRIDO:
BELÉM BIOENERGIA BRASIL S/A Adv.:
Amanda Oliveira Guimarães, Adv.:
Brenda Lisboa Bentes da Silva. RELATOR:
Desembargador do Trabalho Marcus
Losada.

Não se pode olvidar que a degradação do trabalho no campo


persiste com o atual sistema de produção, sendo considerado um
modelo de escravidão contemporâneo. Muitos empregadores na área
rural não se preocupam com a saúde e bem-estar do ser humano, mas
tão somente com a produtividade, subtraindo os direitos à
segurança e saúde do trabalhador.

Desta forma, requer a reforma total do julgado a fim de que


seja majorado o valor da condenação sobre a indenização por dano
moral decorrente de trabalho degradante nos moldes da exordial.

DOS PEDIDOS

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Pede-se e espera-se que V. Exª, tomando conhecimento destas


razões, digne-se reformar a r. decisão recorrida; no entanto, se
mantida, digne-se ordenar a remessa deste recurso para o Egrégio
Tribunal Regional da 8ª Região que deverá receber, conhecer,
processar e acolher este agravo de instrumento para que seja
reformada a r. decisão atacada, ordenado o seguimento do recurso
de revista, como medida de inteira justiça.

DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Requer-se que V. Exa. se digne ordenar a intimação do


recorrido para responder, querendo.

Deixa-se de juntar as peças obrigatórias por se tratar de


processo eletrônico.

Termos em que, pede e espera deferimento.

Belém/PA, 11 de outubro de 2024.

EVA ABREU
OAB/PA nº 13.757

FÁDIA SEIXAS
OAB/PA nº 38.873

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https://pje.trt8.jus.br/pjekz/validacao/24101114221785600000045767583?instancia=1
Número do processo: 0000267-10.2023.5.08.0101
Número do documento: 24101114221785600000045767583

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