CIV225 - Aula2 - Orificios e Bocais
CIV225 - Aula2 - Orificios e Bocais
CIV225 - Aula2 - Orificios e Bocais
ADUFA
São orifícios com contração
incompleta, abertos em
reservatórios, barragens ou
canais, cuja abertura ou
fechamento podem ser graduados
através de superfície móvel.
Bocal
Peça adaptada à parede ou ao fundo do recipiente ou do tubo.
1,5d < L < 5d
Bocal: exemplo de aplicação
ESQUEMA GERAL DE UM ORIFÍCIO:
Princípio do escoamento:
ENERGIA POTENCIAL ENERGIA CINÉTICA
DIMENSÕES:
Pequenas dimensões: d ≤ H/3
todas as partículas que atravessam o orifício estão sujeitas à
mesma carga h e têm a mesma velocidade v.
Grandes dimensões: d > H/3
h é considerado variável e as partículas que atravessam a abertura têm
velocidade distintas.
ORIENTAÇÃO
Horizontal
Vertical
Inclinados
2. CLASSIFICAÇÃO: natureza da parede
NATUREZA DA PAREDE:
Parede delgada (fina): e < 0,5d
• Contato do jato apenas segundo uma linha de contorno
(perímetro) do orifício
Parede espessa (grossa): 0,5d ≤ e ≤ 1,5d
• Contato do jato segundo uma superfície que forma a
parede do orifício (aderência do jato)
Bocais: 1,5d < e ≤ 5d
• Peça adaptada à parede para dirigir o jato.
Orifício: parede fina e parede espessa
Afogado ou submerso:
O escoamento do jato se dá
para um ambiente ocupado
pelo fluido que está
escoando.
Os orifícios afogados têm
coeficientes aproximadamente
iguais aos de descarga livre.
Orifício: Carga
Constante: d ≤ h/3
d é pequeno
h é considerado constante
Velocidade é praticamente
constante ao atravessar o
orifício
Gráfico de Cc x Re
para um dado d
Cc diminui com Re
Variação de Cc
Observação:
se a contração é incompleta Cc aumenta.
Determinação de Cc:
1. Método direto:
medir A e Ac
Cc = Ac / A
2. Método indireto:
Através da determinação de outros
parâmetros conforme será visto à frente
Exemplo de valores para Cc
Tabela de Cc para orifícios circulares em parede delgada, segundo Azevedo Neto em seu
livro Manual de Hidráulica
Vo ≅ 0 já que Ao >> A
Equação de Vt Vt = 2 gh eq. Torricelli
Vazão teórica: Qt
Qt = A.Vt ou
Qt = A 2 gh
Coeficiente de velocidade
Vt = velocidade teórica com que o fluido deixa o orifício
V2 < Vt
Define-se: Cv = Vr / Vt
Obs: Cv = 1 para fluido ideal.
Lembrete: Como Qt = A. 2 gh Cd = Q / Qt
Variação de Cd
Cd varia com: h Cd diminui com aumento de h
d Cd aumenta se d aumenta
forma do orifício
posição
Obs: em geral Cd varia entre 0,61 e 0,65
Calcula-se Cd = Q / Qt
RESUMO:
Se Re 0: Cc 1 e
Cd Cv
Se Re infinito: Cv 1e
Cd Cc
Exemplo de valores para Cd
Tabela de Cd para orifícios circulares em parede delgada, segundo Azevedo Neto em seu
livro Manual de Hidráulica
0,15 0,634 0,633 0,627 0,621 0,615 0,610 0,605 0,600 0,596 0,592
0,30 0,644 0,631 0,623 0,617 0,612 0,608 0,605 0,603 0,600 0,598 0,595 0,593 0,591
0,60 0,632 ,0621 0,614 0,610 0,607 0,604 0,601 0,600 0,599 0,599 0,597 0,596 0,595
0,90 0,627 0,617 0,611 0,606 0,604 0,603 0,601 0,600 0,599 0,599 0,598 0,597 0,597
1,20 0,623 0,614 0,609 0,605 0,603 0,602 0,600 0,599 0,599 0,598 0,597 0,597 0,596
1,50 ,0621 0,613 0,608 0,605 0,603 0,601 0,599 0,599 0,598 0,598 0,597 0,596 0,596
3,00 0,611 0,606 0,603 0,601 0,599 0,598 0,598 0,597 0,597 0,597 0,596 0,596 0,595
6,00 0,601 0,600 0,599 0,598 0,597 0,596 0,596 0,596 0,596 0,596 0,596 0,595 0,594
15,00 0,596 0,596 0,595 0,595 0,594 0,594 0,594 0,594 0,594 0,594 0,594 0,593 0,593
Exemplo de valores para Cd
Tabela de Cd para orifícios retangulares em parede delgada, com 30 cm de largura, segundo
Armando Lencastre em seu livro Hidráulica Geral
pa
Q = C d A 2 g h +
γ
Orifícios Afogados
Um orifício é denominado afogado quando a veia fluida passa para o
interior de um líquido. Aqui também ocorre o fenômeno da contração da
veia fluida.
Coeficientes ligeiramente inferiores aos dos jatos livres, entretanto a
diferença não é significativa, de forma que pode se adotar os coeficientes
correspondentes dos orifícios com descarga livre.
h = h1 − h2
Q = Cd A 2 gh
Orifícios sob pressão Afogados
Coeficientes aproximadamente iguais aos correspondentes
dos orifícios com descarga livre.
h = h1 − h2
p − p2
Q = Cd A 2 g h + 1
γ
Observações:
1. Comportas e adufas são consideradas como orifícios.
2. Comporta com contração completa:
Cd = 0,61
3. Comporta com contração incompleta:
0,65 < Cd < 0,70 (em média Cd = 0,67)
4. Adufas:
Cd = 0,70
Perda de carga através dos orifícios:
É igual à diferença entre a carga cinética relativa ao fluido
ideal e aquela relativa ao fluido real em escoamento.
V V
2 2
1 V
2
hp = 1 − C ( 2
v )h
Obs: Para Cv = 0,707 hp = V2r /2/g
Em média: Cd = 0,707 * 0,985 = 0,70 Q = 0,70 A 2 gh
Fenômeno da inversão do jato
Fenômeno que ocorre com a seção transversal dos jatos que passam
por estágios sucessivos, alterando a sua forma original, à partir da
seção contraída..
Jato circular
O jato circular tende a manter a sua forma circular em toda a veia
fluida que forma o jato.
Jato elíptico
Um jato de um orifício de forma elíptica na seção contraída tem a
forma elíptica semelhante à do orifício. Entretanto, à medida em que o
escoamento acontece, a seção vai se aproximando da forma circular,
em seguida vai novamente se tornando elíptica, porém com o seu eixo
maior em correspondência com o eixo menor da seção inicial.
Jato triangular
Jato quadrado
Outras formas de jato podem ser vistas no fig. 5.6 do livro do Azevedo
Neto.
Orifícios de grandes dimensões
Nesse caso: d > h/3
A velocidade v dos filetes de fluido que atravessam o orifício varia
com a carga h;
Parede delgada: e < d;
Admite-se, neste caso, o grande orifício é formado por pequenos
orifícios compostos por faixas horizontais de altura infinitesimal.
A carga h varia conforme a posição que se considere no orifício;
Orifícios de grandes dimensões (cont.)
Orifício de forma genérica;
h varia desde h1 até h2;
l varia com h.
dA = l.dh
Vazão na área
elementar. dA:
ou
Eq. Diferencial do
escoamento no
orifício de
área dA
Orifícios de grandes dimensões (cont.)
Orifício de forma genérica;
h varia desde h1 até h2;
l varia com h.
A vazão no orifício
de área A:
Resposta:
Q = 0,374 l/s
Exemplo 2:
Um orifício de parede delgada descarrega um jato d´água para fora de um
reservatório cilíndrico, de nível constante, conforme mostra a figura. O
orifício tem diâmetro igual a 1,0 cm, coeficiente de descarga igual a 0,62,
coeficiente de velocidade 0, 98 e está sujeito a uma carga de 1,50 m.
Determinar a altura em que o jato d´água irá atingir uma parede vertical
instalada a 1,20 m de distância do orifício.
Resposta:
Y = 0,250 m
Exemplo 3:
Em uma fábrica existe uma instalação com dois tanques construídos em
chapas metálicas, de pequena espessura, comunicando-se entre si
através de um orifício de diâmetro d. Qual o maior valor de d para que
o segundo tanque não transborde? Adotar Cd = 0,61.
Resposta:
R = 11,5 N
M = 27,6 N.m
Exemplo 5:
Um orifício destinado a medir vazão em uma tubulação de água de 3
polegadas de diâmetro tem diâmetro de 40 mm conforme indicado na
figura. Esse orifício é de parede delgada e está afogado. A pressão
antes do orifício é de 26 mca e após 23 mca. Adote um valor para o
coeficiente de descarga do orifício e calcule a vazão através da
tubulação.
Resposta:
Q = 0,00627 m3/s
Q = 6,27 l/s
Bocais - Definição
Bocais:
São peças tubulares, de comprimento L, que adaptam-se às paredes
ou ao fundo de reservatórios, destinadas a dirigir o jato.
O escoamento através destes dispositivos tem o mesmo fundamento
teórico do escoamento através dos orifícios.
Classificação:
• Cilíndricos:
• internos (ou reentrantes)
• externos
• Cônicos:
• convergentes
• Divergentes
Bocais – leis e tipos
Bocais: O escoamento através destes dispositivos tem o mesmo
fundamento teórico do escoamento através dos orifícios.
Cd = coeficiente de descarga para bocais
Q = Cd A 2 gh
Bocais cilíndricos: vazão maior que nos orifícios de mesmo D
Cônico
convergente: - - 0,947
L = 2,5.d
θótm.= 130 30’
Cônico divergente:
L = 9,0.d 1,0 - 1,40
θótm.= 50 5’
Bocal comum x bocal com entrada arredondada
Cd 0,77 0,75 0,73 0,70 0,67 0,64 0,62 0,60 0,58 0,56 0,55 0,48
Valores de Cd para condutos circulares de concreto, com entrada
arredondada, segundo Manual de Hidráulica do Armando Lencastre.
D(m) 0,15 0,30 0,45 0,60 0,75 0,90 1,05 1,20 1,50 1,80
L(m)
3 0,77 0,86 0,89 0,91 0,92 0,92 0,93 0,93 0,94 0,94
6 0,66 0,79 0,84 0,87 0,89 0,90 0,91 0,91 0,92 0,93
9 0,59 0,73 0,80 0,83 0,86 0,87 0,89 0,89 0,90 0,91
12 0,54 0,68 0,76 0,80 0,83 0,85 0,87 0,88 0,89 0,90
15 0,49 0,65 0,73 0,77 0,81 0,83 0,85 0,86 0,88 0,89
18 0,46 0,61 0,70 0,75 0,79 0,81 0,83 0,85 0,87 0,88
21 0,44 0,59 0,67 0,73 0,77 0,79 0,81 0,83 0,85 0,87
24 0,41 0,56 0,65 0,71 0,75 0,78 0,80 0,82 0,84 0,86
27 0,39 0,54 0,63 0,69 0,73 0,76 0,78 0,80 0,83 0,85
30 0,38 0,52 0,61 0,67 0,71 0,74 0,77 0,79 0,82 0,84
33 0,36 0,50 0,59 0,65 0,70 0,73 0,76 0,78 0,81 0,83
36 0,35 0,49 0,58 0,64 0,68 0,71 0,74 0,77 0,80 0,82
39 0,34 0,47 0,56 0,62 0,67 0,70 0,73 0,76 0,79 0,82
42 0,33 0,46 0,55 0,61 0,66 0,69 0,72 0,75 0,78 0,81
Valores de Cd para condutos circulares de concreto, com entrada
arredondada, adaptado do Manual de Hidráulica do Armando Lencastre.
L/D Cd
10 0,77
20 0,73
30 0,70
40 0,66
60 0,60
Exercícios de Aplicação
Um bombeiro está usando uma mangueira de incêndio com um bocal normal de
2,0 cm de diâmetro para apagar um incêndio que se encontra a 30,0 m de
distância do bocal. O objetivo do bombeiro é resfriar um ponto que se encontra
a 11,45 m de altura medida em relação ao bocal. Para alcançar o objetivo o
bombeiro inclina o eixo do bocal de 45º com a horizontal. Determinar a
pressão estimada na entrada do bocal em mca e a vazão que deverá ser
atendida pelo hidrante conectado à mangueira de incêndio. Adotar Cd = 0,621
e Cv = 0,985
Resposta:
V = 21,813 m/s
h = 23,536 m
Q = 1,05 l/s