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Adesão em dentística Obs: toda restauração que fazemos deixa
um espaço entre material restaurador e
Definição: propriedade pela qual duas dente (amálgama: 5 micrômetros; resina superfícies com composições diferentes, composta: 20 micrômetros; cerâmica: de podem entrar em contato uma com a outa 40 a 100 micrômetros) e se manterem unidas por força intermoleculares. Pode ser considerada Adesão: evolução dos géis ácidos; adesão tanto física, quanto química ou mecânica as estruturas dentais: adesão de resinas compostas ou cerâmicas ou amálgamas; União química: ionômero de vidro com o agentes de união (silano) mais eficientes. dente Procedimento: União mecânica: resina com o dente (pelos adesivos) Aplicação do ácido fosfórico: sobre esmalte – formação de porosidade – aplicação de Sólido - interface adesiva - sólido adesivo A interface adesiva é responsável pela Sobre dentina: acesso aos túbulos união de dois sólidos – adesivo une a resina dentinários – aplicação de primer + adesivo e ao dente Fatores a considerar para a adesão: Mecanismo de adesão: - fatores: superfície; adesivo; biomaterial; 1. Umectância: molhamento da profissional; assistente; ambiente superfície 2. Microgerenciamento: - superfícies: contato interno; limpeza e microretenção por embricamento umidade; rugosidade; energia superficial mecânico. Utilizamos o ácido para (aumento); capacidade reativa criar porosidades na superfície - adesivo: tensão superficial (diminui); para que o adesivo penetre nesses potencialidade reativa (aumenta); poros escoamento (aumenta); umectante 3. Interação química: contato entre (aumenta); penetração capilar (aumenta) átomos. Reação química formando um terceiro produto. Uso do Obs.: tensão superficial é a capacidade do ionômero de vidro (dentina líquido em manter as superfícies unidas. exposta – Ca exposto – hidroxila do Uma baixa tensão superficial faz com que o ionômero se liga ao cálcio) e adesivo se espalhe de maneira mais rápida sistemas adesivos auto condicionantes e universais Adesão ao esmalte:
Obs: os mais utilizados são o 2 e 3 Composição química do esmalte: é uma
estrutura mineralizada porosa de estrutura Objetivos da adesão: preservar tecido basicamente prismática; dental sadio (reduzir a fenda e evitar infiltração marginal), preservar a vitalidade 96% de substância inorgânica – fosfato de pulpar, aderir a restauração, selamento, cálcio na forma de hidroxiapatita controle de microinfiltração, prolongar a 3% de água vida útil da restauração 1% material orgânico O selamento marginal nunca é 100% eficaz, sempre tem alguma margem por conta da Obs: a água é responsável pela degradação contração do dente e do material. do adesivo, então a adesão do adesivo ao esmalte é 10X mais eficiente que na dentina pelo fato do esmalte ter Adesão a dentina: pouquíssima água. Dentina é um tecido mineralizado de Condicionamento ácido do esmalte: natureza conjuntiva que constitui a maior parte do dente. Aplicação de ácido fosfórico em concentração entre 35 e 40%; remove, 50% de substância inorgânica na forma de aproximadamente, 10 microns da hidroxiapatita superfície; cria poros entre 5 e 50 microns 30% de substância orgânica – colágeno tipo de profundidade. I - padrão tipo I: ácido age no núcleo do 20% de água prisma do esmalte; Odontoblastos são as células fundamentais - padrão tipo II: ácido age na periferia do da dentina e se encontram na superfície prisma; mais externa da polpa. - padrão tipo III: tipo escama de peixe – não Quando passamos a broca ou raspamos a ocorre mais adesão (ácido ficou por tempo dentina, forma-se o smear layer (barro demais) dentinário)
O smear layer é uma camada amorfa
proveniente da instrumentação do tecido dentinário com fresas, ponta diamantadas ou disco de lixa, apresentando uma espessura que pode variar entre 2 e 5 microns. É composta por raspas de dentina, restos de esmalte, resíduos da cavidade. Levar em consideração: tipo do ácido Pode conter microrganismos. usado; concentração do ácido; tempo de aplicação do ácido; apresentação do ácido; Ponta diamantada: desgasta – gera calor – tempo de lavagem; composição química do injúria pulpar esmalte; esmalte Obs: em esmalte usamos a ponta fluoretado/manchado/desmineralizado; diamantada em baixa rotação. Na dentina dente decíduo ou permanente usa-se fresa. Quando seguido corretamente o protocolo Fresa: corta – reduz tempo de contato – de condicionamento ácido do esmalte, o não gera calor – mais eficiente adesivo pode penetrar nas porosidades produzidas pelo ácido e formar tags de Sempre usar o maior diâmetro possível – resina numa profundidade de 10 a 20 maior área de contato – menor microns. possibilidade de perfuração
Obs: devemos estender a área de atuação Vantagens de se manter smear layer:
do ácido e do adesivo de 1 a 2 mm da redução da permeabilidade dos fluidos margem da restauração para aumentar a bucais, toxinas bacterianas e ácidos superfície de atuação do adesivo. presentes em certos materiais; redução da movimentação dos fluidos dentinários; Ácido borbulhou – pode lavar prevenção da penetração bacteriana ao Condicionamento ácido do esmalte – 15 a interior dos túbulos dentinários. 30s. No entanto, alguns autores eram contra a 8° geração: universal manutenção da smear layer. Isso porque, o Obs: 5°, 6°, 7° e 8° geração utilizam primer processo de irritação pulpar é caracterizado acidificado. pela infiltração de bactérias e consequentemente de suas toxinas através Protocolos adesivos: da interface dente/restauração. As baterias presentes na smear layer podem se Condiciona e lava – convencional (3 multiplicar e interferir no mecanismo de frascos: ácido, primer e adesivo) adesão. Simplificado (2 frascos: ácido, primer + Classificação dos sistemas adesivos: adesivo)
Pela evolução: 1°; 2°; 3°; 4° (universal, Técnica Etch and Rinse: ácido – lava – seca simplificado); 5°; 6°; 7°; 8° – primer – evapora – adesivo
1. Convencional de 3 passos: Ácido 15s em dentina: remoção da camada
a. Ácido de smear layer, exposição das fibras b. Primer colágenas, aplicação de um primer c. Adesivo hidrofílico, aplicação do adesivo, 2. Convencional de 2 passos: polimerização, formação da camada a. Ácido híbrida. b. Primer + adesivo (uma gota Lavagem: jato de água suave, mesmo considerada primer e uma gota tempo do condicionamento considerada adesivo) 3. Auto condicionante de 2 passos: Secagem: a. Primer acidificado O condicionamento ácido promove a b. Adesivo desmineralização da dentina, alargando a 4. Auto condicionante de 1 passo: entrada dos túbulos dentinários, expondo a. Simplificado (necessidade de as fibras colágenas numa profundidade de condicionamento ácido 2 a 7 microns. seletivo – aplicação de ácido fosfórico) Primers: são promotores de adesão que 5. Universal: contem monômeros resinosos com a. Com ou sem condicionamento propriedades hidrofílicas e hidrofóbicas, ácido tendo ao mesmo tempo afinidade pelas fibras colágenas expostas e capacidade de 1° geração: adesão ao esmalte. União. co-polimerizar com o adesivo. Primer hidrofóbico – não polimerizou Veículo do primer: água, etanol e acetona. 2° geração: adesão ao smear layer A acetona é mais eficiente, pois ela evapora 3° geração: modificou smear layer – e carrega parte da água. adesivo hidrofílico Obs: a dentina é resiliente, por isso o 4° geração: primer hidrofílico – removeu esmalte não fratura. Existe água entre as smear layer fibras de suporte para que elas não caiam.
5° geração: auto condicionante de 2 passos O primer tem a capacidade de substituir a
água por EMP e solvente. 6° geração Superfície brilhante e estática – pronta para 7° geração receber o solvente Não se mexe – solvente foi evaporado Condicionamento ácido seletivo: passagem (secagem do primer) de ácido fosfórico no esmalte
Úmido – superfície brilhante Técnica de aplicação:
Primer + adesivo – passo 1 gota e posso - Condicionamento do esmalte com ácido
considerar como primer fosfórico por 15s (se não tocar em dentina podemos aumentar o tempo) Funções do primer: aumentar a energia de superfície; interage com a parte úmida da - Como passo mais importante, aplicar dentina; retira o excesso de umidade; ativamente o primer a base de MDP, pelo prepara a superfície para a infiltração do menos 15s, pode aplicar duas vezes. monômero hidrófobo. Termina com a evaporação do solvente.
Adesivo: chamado de resina fluida ou - Passo final é a aplicação do adesivo.
agente de união; resina hidrofóbica que se Aplicar suave jato de ar para estender une quimicamente ao primer na porção uniformemente em toda a superfície mais superficial; a presença de oxigênio condicionada (esmalte e dentina) e inibe a polimerização da camada superficial polimerizar. do adesivo, formando uma película em Primer ácido: composto por monômeros torno de 15 microns rica em grupamentos acídicos (10MDP; 4META; Fenil P), metacrilato que permite a copolimerização condicionam simultaneamente smear layer e união com a resina composta. e impregnam com monômeros hidrofílicos; Degradação da camada híbrida: HEMA e água
- Degradação hidrolítica da camada Adesivo: composto basicamente por =
polimérica: água (meio bucal, polpa dental) parte hidrofóbica da união com materiais resionos; penetra nos túbulos dentinários - Degradação enzimática do colágeno – formando Tags (resistência estrutural a metaloproteínases camada híbrida) Procedimento: Primer ácido: 1. Aplicação do ácido (30s em - 10 MDP: molécula bifuncional hidrófoba e esmalte e 15s em dentina) hidrófila; a hidroxiapatita residual ao redor 2. Lavagem do ácido por 30s das fibras colágenas interage com o 10MDP 3. Secagem com jato de ar distante ou formando um sal (10MDP-Ca). Que protege papel absorvente a interface adesiva contra a hidrólise. 4. Aplicação do primer em dentina 5. Secagem do primer com jato de ar Parte hidrófila – grupo fosfato se liga a 6. Aplicação do adesivo hidrofóbico fosfatos, com potencial de se ligar ao cálcio da hidroxiapatita, zircônia e metais Técnica auto condicionante: Extremo hidrófobo – grupo vinilo Primer convencional: sem moléculas ácidas copolimeriza com monômeros da resina, Auto condicionante: com moléculas ácidas possibilitando união química com materiais resinosos e cimentos a base de metacrilato. Primer acidificado: prepara o adesivo para receber o bond. Tem boa eficiência em Forma nanocamadas (nanolayering). Não dentina. melhora a força de união se não proporciona maior durabilidade da ligação química. - Fenil P e 4 META: monômeros interação química; longo tempo de estudos carboxílicos, se ligam ao cálcio da clínicos (20 anos) hidroxiapatita. União menos estável que - Universal: desmineralização parcial; 10MDP. limitada exposição do colágeno; interação Classificação dos sistemas autoadesivos química; possibilita polimerização prévia a (self-etch): cimentação; custo elevado
- Ultrasuave pH maior que 2 Desvantagens:
(nanointeração) - Lava e seca: ácido fosfórico muito - Suave pH 2 (penetra de 0,5 a 1 microns) agressivo; remoção da proteção natural da dentina; camada híbrida espessa, - Fortes intermediários pH 1,5 (penetra de vulnerável a intercorrências como bolhas, 2 microns) degradação, nanoinfiltração; maior - Fortes pH menor 1,5 (penetra vários possibilidade de sensibilidade pós- microns) operatória; técnica mais sensível ao operador; não deve ser cimentado prévio a - Fraco (desmineralização moderada) – dar cimentação; preferência para ele. - Auto condicionante: menor resistência de Obs: os fortes estão mais próximos do união; precisa de condicionamento ácido fosfórico seletivo; a dentina deve ser fresca (recém Adesivo: composto basicamente por: sílica cortada); menor sensibilidade pós- silanizada; BisGMA; HEMA; dimetacrilaro operatória; impossibilidade de cimentação hidrófobo; 10 MDP; toluidina prévia a cimentação; instabilidade do produto no frasco; custo elevado; Obs: condicionamento ácido seletivo é a aplicação do ácido fosfórico no esmalte; - Universal: menor resistência de união; sempre ultrapassar o condicionamento em precisa de condicionamento seletivo; 2mm da margem da restauração. dentina fresca; instabilidade química do produto; pouco tempo de estudos; custo Universais (8°geração): multimodo. Sem elevado condicionamento ácido, condicionamento ácido seletivo, com condicionamento ácido
Compostos ativos: 10 MDP, fenil P, 4META,
compostos iniciadores, copolímero de vitrebond, copolímero de ácido polialqurnoico, HEMA, Bis Ema
Compostos inativos: silano, água, etanol,
acetona
Vantagens:
- Lava e seca: alta resistência de união;
melhor performance do esmalte; longo tempo de acompanhamento;