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DOI: 10.5935/2238-3182.20170012
RESUMO
1 Hospital Belo Horizonte; Hospital Evangélico. Introdução: a colecistectomia videolaparoscópica (CVL), apesar de ser técnica mi-
Belo Horizonte, MG – Brasil.
2 Fundação Educacional Lucas Machado (FELUMA); nimamente invasiva e associada a menor trauma cirúrgico, está ligada à dor intra-ab-
Hospital Belo Horizonte. Belo Horizonte, MG – Brasil. dominal e incisional no pós-operatório. Objetivos: comparar a eficácia analgésica da
3 Hospital Madre Teresa; Instituto de Previdência dos
Servidores do Estado de Minas Gerais – IPSEMG. infiltração dos portais cirúrgicos da CVL com a ropivacaína com a eficácia endovenosa
Belo Horizonte, MG – Brasil. (EV) da nalbufina e verificar a influência dessas intervenções sobre o consumo de
analgésicos opioides. Metodologia: estudo prospectivo duplo-cego, randomizado, com
65 pacientes submetidos à CVL, divididos em três grupos: controle (C), infiltração anes-
tésica (I) e nalbufina (N). Foi aplicada a Escala Visual e Analógica da Dor (EVA) logo
após a extubação e com uma e seis horas após a extubação. Resultados: a dor relatada
pelos pacientes do grupo I foi significativamente menor do que a descrita pelos demais
grupos durante toda a avaliação. À extubação houve predomínio de dor leve em todos
os grupos: 100% dos pacientes do grupo I, 66,6% (C) e 72,8% (N). Na avaliação de uma
hora e seis horas houve predomínio de dor leve no grupo I (82,1% – 96,4%) e dor mode-
rada nos grupos C (73,3% – 73,3%) e N (63,6% – 54,5%), respectivamente. Além disso, o
percentual de pacientes do grupo I que solicitou analgesia complementar foi significa-
tivamente menor do que dos demais grupos. Conclusão: constatou-se que a infiltração
anestésica dos portais cirúrgicos da CVL é uma técnica simples, praticamente isenta de
riscos e mais eficaz no controle da dor pós-operatória do que o uso da nalbufina EV,
apresentando significativa redução no consumo de analgésicos opioides.
Palavras-chave: Colecistectomia Laparoscópica; Dor Pós-Operatória; Analgesia; Anes-
tésicos; Analgésicos; Nalbufina.
ABSTRACT
kg (administrada EV, ao final do procedimento). E na da a EVA, que quantificava a dor do paciente, sendo:
semana N, ao final do procedimento, desfeito o pneu- escore 0 = ausência de dor; 1 a 3 = dor leve; 4 a 6 = dor
moperitônio, foram administrados 10 mg de nalbufi- moderada; e 7 a 10 = dor intensa, grave.
na EV. Todos os outros procedimentos anestésicos fo- No momento da internação cada paciente a ser
ram padronizados entre todos os pacientes: indução submetido à CVL foi abordado por um dos pesqui-
com 150 mcg de fentanil, 40 mg de lidocaína, 2 mg/kg sadores, que explicou o intuito da pesquisa. Quando
de propofol, 150 mcg/kg de cisatracúrio; manutenção estava de acordo com a participação no estudo, o
com remifentanil (0,1-0,3 mcg.kg.min) e concentra- paciente assinava o termo de consentimento livre e
ção alveolar mínima de sevoflurano de 0,8; sintomá- esclarecido (TCLE). O presente estudo foi submeti-
ticos: 10 mg de dexametasona, 40 mg de parecoxibe, do ao CEP do Hospital Belo Horizonte sob o CAAE:
30-50 mg/kg de dipirona, 4 mg de ondasetrona. 57937416.6.0000.5122.
O critério de inclusão do estudo foi todo paciente
a ser submetido à CVL durante o período da pesquisa.
E os critérios de exclusão foram: pacientes classifica- DESCRIÇÃO METODOLÓGICA
dos como ASA III e IV (pela classificação do estado
físico do paciente cirúrgico pela American Society of A análise descritiva foi realizada por frequências
Anesthesiologist), cirurgias realizadas em caráter de absolutas e relativas para as variáveis qualitativas e
urgência ou emergência, cirurgias cujo tempo opera- de média ± desvio-padrão (DP) para as quantitativas.
tório ultrapassasse 150 minutos, pacientes menores de A comparação das medidas de dor por técnica de
18 anos, cirurgias em que houvesse a necessidade de anestesia e por momento da medição foi realizada
conversão para laparotomia, pacientes com relato de via análise de variância e as comparações múltiplas
alergia à ropivacaína e/ou nalbufina ou nos quais hou- via teste de Tukey. A análise foi desenvolvida no sof-
vesse alguma objeção ao uso de alguma das drogas tware gratuito R versão 3.1.3 e foi adotado nível de
padronizadas para indução e manutenção ou alguma significância de 5%.
das drogas sintomáticas e pacientes incapazes de res-
ponder a Escala Visual e Analógica da Dor (EVA).
A fim de se avaliar o real efeito da analgesia propos- RESULTADOS
ta pelo estudo, optou-se por retirar da prescrição padrão
dos pacientes incluídos na pesquisa qualquer analgesia A amostra foi composta inicialmente de 72 pa-
que não fosse a dipirona e o cetoprofeno, AINE padrão cientes, dos quais sete foram excluídos por se encai-
no local do estudo para uso na enfermaria. Caso hou- xarem em algum dos critérios de exclusão citados
vesse a necessidade de se realizar analgesia mais inten- anteriormente, restando, ao final, 65 pacientes, dos
sa, a qual era feita com tramadol, a equipe de pesquisa- quais 44 (67,7%) eram do sexo feminino. A idade mé-
dores era informada e, dessa forma, foi possível avaliar dia foi 40,91 ± 14,02 anos e o tempo cirúrgico médio
os pacientes que necessitaram dessa intervenção. foi 107,34 ± 21,43 minutos. Em relação à técnica de
A avaliação da EVA foi realizada logo após a ex- analgesia utilizada, 15 (23,1%) eram do grupo-contro-
tubação – definido como tempo zero, uma hora após le, 28 (43,1%) receberam infiltração com ropivacaína
a extubação, com o paciente ainda na sala de recu- e 22 (33,8%) nalbufina EV. O escore médio de dor à
peração pós-anestésica (SRPA) e seis horas após a extubação foi 1,57 ± 2,57, na SRPA 3,51 ± 2,85 e na
extubação, com o paciente já no leito da enfermaria. enfermaria 3,51 ± 2,42. No tocante à analgesia com-
Todas as entrevistas foram realizadas por um dos pes- plementar, na SRPA 29 pacientes (44,6%) a solicita-
quisadores que não participaram do procedimento ram e, na enfermaria, 20 pacientes (30,8%).
anestésico-cirúrgico do dado paciente, o que impediu Houve diferença significativa entre os escores
um possível viés de análise. A cada entrevista, o pes- médios de dor à extubação (p-valor <0,001). A dor
quisador explicou novamente, quando necessário, o relatada pelos pacientes que receberam infiltração
intuito do estudo e realizou a coleta de dados: sexo, foi significativamente menor que a relatada pelos
idade, tempo cirúrgico, identificação do paciente (nú- demais pacientes do estudo (Tabela 1 e Figura 1).
mero de prontuário) e se foi realizada administração O mesmo padrão foi observado para a dor avaliada
de algum analgésico naquele período entre as entre- na SRPA (p-valor 0,001) e também na enfermaria (p-
vistas. Além disso, ao final das intervenções, foi aplica- -valor <0,001) (Tabela 1 e Figura 1). Na enfermaria,
observou-se, ainda, que a dor relatada pelo pacientes beram a infiltração com a ropivacaína, houve mais
do grupo-controle foi significativamente maior que a frequência de relato de dor leve (82,1%) (Tabela 3).
relatada por aqueles que receberam a nalbufina. Padrão semelhante foi observado na enfermaria.
À extubação, a dor relatada pelos pacientes dos Entre os pacientes que receberam infiltração, 96,4%
grupos C e I foi significativamente menor que a rela- relataram apenas dor leve, e para os grupos controle
tada na SRPA e na enfermaria (p-valores <0,001 para e nalbufina, 73,3% e 54,5%, respectivamente, declara-
ambos). Não houve diferença significativa na queixa ram dor moderada (Tabela 4).
álgica na SRPA e na enfermaria para esses dois gru- O percentual de pacientes que receberam infiltra-
pos de pacientes. Não houve diferença significativa ção e necessitaram de analgesia na SRPA foi significa-
na dor relatada pelos pacientes que receberam nal- tivamente menor quando comparado ao percentual
bufina em nenhum dos três momentos (p-valor 0,141 de pacientes do grupo C (p < 0,001) e do grupo N (p
– Tabela 1 e Figura 1). < 0,001) (Figura 2).
Em relação à intensidade da dor à extubação, Na enfermaria, observou-se padrão semelhante,
houve predominância de dor leve em todos os gru- uma vez que o percentual de pacientes que recebeu
pos, sendo 66,6% entre os paciente do grupo-contro- infiltração e necessitou de analgesia foi significativa-
le, 100% para os pacientes que receberam infiltração mente menor quando comparado ao percentual de
e 72,8% entre os pacientes que receberam nalbufina pacientes do grupo C (p < 0,001) e do grupo N (p =
(Tabela 2). 0,005). Outro dado encontrado foi que os pacientes
Na SRPA, a intensidade da dor foi predominante- que receberam nalbufina necessitaram de menos
mente moderada nos grupos controle (73,3%) e nal- analgesia na enfermaria que aqueles do grupo-con-
bufina (63,6%), porém, entre os pacientes que rece- trole (p < 0,001) (Figura 3).
Controle
Nalbufina Tabela 3 - Distribuição dos pacientes quanto à in-
10
9 Infiltração tensidade da dor na SRPA por grupo de técnica anal-
8 gésica
7
Média de Dor
Tabela 2 - Distribuição dos pacientes quanto à in- Tabela 4 - Distribuição dos pacientes quanto à inten-
tensidade da dor à extubação por grupo de técnica sidade da dor na enfermaria por grupo de técnica
anestésica analgésica
Leve Moderada Intensa Leve Moderada Intensa
Grupos (0 a 3) (4 a 7) (8 a 10) Grupos (0 a 3) (4 a 7) (8 a 10)
I n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)
Controle 10 (66,6) 4 (26,7) 1 (6,7) Controle – 11 (73,3) 4 (26,7)
Infiltração 28 (100) – – Infiltração 27 (96,4) 1 (3,6) –
Nalbufina 16 (72,8) 3 (13,6) 3 (13,6) Nalbufina 10 (45,5) 12 (54,5) –
± 2,42). Isso pode relacionar-se ao fato de que no mo- solicitaram a analgesia complementar, apenas um
mento da extubação (T0) o paciente ainda poderia deles, apesar de relatar dor, não solicitou analgesia.
estar sob a influência analgésica dos anestésicos uti- No trabalho de Pavlidis et al.4, a taxa de pacientes que
lizados ao longo do tempo cirúrgico, o que pode ter recebeu a infiltração de ropivacaína e não solicitou
contribuído para que a percepção de dor ao desper- analgesia complementar chegou a 41%. Já entre os
tar tenha sido menos intensa. pacientes do grupo N, 63,6% dos mesmos solicitaram
Ao se comparar as médias de EVA nos três grupos, analgesia na SRPA e 27,3% na enfermaria. Dos pa-
observa-se que a dor relatada pelos pacientes que re- cientes do grupo I, apenas dois pacientes (7,1%) so-
ceberam infiltração anestésica foi significativamente licitaram uma dose de tramadol na SRPA e nenhum
menor que a declarada pelos pacientes dos demais deles se queixou de dor na enfermaria. Nos estudos
grupos em todos os três momentos de avaliação da de Garcia et al.2 e de Evaristo-Méndez et al.14, não hou-
EVA (p-valor <0,001).1,8 Além disso, na enfermaria, ve redução do consumo de opioides nas primeiras 24
detectou-se, ainda, que a dor descrita pelo pacientes horas de pós-operatório. Já a publicação de Bisgaard,
do grupo-controle foi significativamente maior que a com 64 revisões randomizadas acerca de analgesia
daqueles que receberam nalbufina (p-valor <0,001). pós-operatória de videolaparoscopias, concluiu que
Em relação à intensidade da dor à extubação, sete dos oito estudos sobre infiltração anestésica de-
houve predominância de relato de dor leve em todos monstraram redução estatisticamente significativa do
os pacientes do estudo, com destaque para os pa- consumo de opioides.10,15
cientes do grupo I, em que todos manifestaram ape- Durante o período de avaliação do atual estudo,
nas dor leve. Esse mesmo relato de dor leve também cada paciente solicitou apenas uma dose de analgési-
ocorreu entre 72,8% dos pacientes que receberam co opioide, seja na SRPA ou na enfermaria. Estabele-
nalbufina e 66,6% dos pacientes do grupo-controle. O cendo um paralelo com o estudo de Candemil et al.1,
predomínio de dor leve em todos os grupos pode ser cuja aplicação da EVA foi realizada com 12 horas de
reflexo do momento da análise, uma vez que, à extu- pós-operatório, ao todo 50% dos pacientes do estu-
bação, ainda há resquícios dos anestésicos utilizados do solicitaram analgesia, ao passo que no estudo de
ao longo do procedimento cirúrgico. Grünberg et al.8 esse número foi maior, 60%.
Na SRPA, o padrão de percepção de dor muda, A presente pesquisa constatou como limitações o
nos grupos C e N, tornando-se mais frequente o relato fato de não ter estendido a avaliação dos pacientes
de dor moderada, 73,3 e 63,6%, respectivamente. En- nas primeiras 24 horas de pós-operatório, uma vez
tre os pacientes do grupo I, permanece o predomínio que alguns trabalhos apresentam benefício da infil-
do relato de dor leve, 82,1%, ratificando os estudos tração anestésica até esse momento.10,15-18 Outro fator
de Bisgaard6 e Gruünberg et al.8, que demonstraram limitador foi o número heterogêneo de pacientes em
benefício na redução da dor geral pós-operatória e cada grupo, resultado da técnica de randomização
principalmente dor incisional nas duas primeiras ho- proposta. Outrossim, pode-se citar como limitação a
ras.4,6,8,9,12 Além disso, todos os pacientes que relataram não mensuração da concentração plasmática de ro-
dor intensa (26,7%) pertenciam ao grupo-controle. O pivacaína, embora não tenham sido relatados efeitos
mesmo padrão repetiu-se na enfermaria, onde houve adversos. Além disso, o tamanho da amostra também
preponderância de queixa de dor leve entre os pacien- pode ser um fator limitador dos resultados, o que
tes do grupo I (96,4%), ao passo que entre os pacientes sugere que novos trabalhos sejam realizados com o
do grupo N e grupo C prevaleceu o relato de dor mo- intuito de reiterar os resultados aqui obtidos com gru-
derada – 73,3 e 54,5%, respectivamente. Assim como pos maiores de pacientes.
ocorreu na SRPA, todos os pacientes que informaram
dor intensa pertenciam ao grupo-controle, 26,7%.
No que se refere à solicitação complementar de CONCLUSÕES
analgesia tanto na SRPA quanto na enfermaria, o atu-
al estudo verificou significativa redução do número Este estudo concluiu que a infiltração dos portais
de doses administradas no grupo I, quando compara- cirúrgicos da colecisctectomia videolaparoscópica
do com os demais grupos.1,2,6,8,10 Na SRPA, 86,66% dos com ropivacaína é mais eficaz no controle da dor pós-
pacientes do grupo-controle solicitaram uma dose de operatória do que a nalbufina EV. Além disso, a infil-
tramadol, enquanto que na enfermaria 93,3% deles tração com ropivacaína é uma técnica simples de ser
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