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Rev Bras Anestesiol.

2020;70(4):419---428

REVISÕES SISTEMÁTICAS

Uso da buprenorfina transdérmica na dor aguda


pós-operatória: revisão sistemática
Felipe Chiodini Machado ∗ , Gilson Carone Neto, Luisa Oliveira de Paiva,
Tamiris Cristina Soares, Ricardo Kenithi Nakamura,
Leonardo de Freitas Nascimento, Camila Sato Campana,
Lia Alves Martins Mota Lustosa, Rachel Andrade Cortez e Hazem Adel Ashmawi

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Departamento de Anestesiologia, São
Paulo, SP, Brazil

Disponível na Internet a 8 de julho de 2020

PALAVRAS-CHAVE Resumo
Antimicrobiano; Justificativa e objetivos: A dor pós-operatória ainda é uma queixa importante em vários pro-
Bupivacaína; cedimentos cirúrgicos. A analgesia multimodal é a melhor conduta para a dor pós-operatória,
Fentanil; embora a terapia com opioides ainda seja o principal tratamento para a dor após procedi-
Anestesia regional; mentos cirúrgicos. A buprenorfina transdérmica é um opioide agonista ␮ amplamente prescrito
Infecções nas síndromes de dor crônica, mas com limitada evidência do seu uso para dor aguda no pós-
-operatório. Realizamos revisão sistemática de estudos que examinaram o papel da buprenorfina
transdérmica no tratamento da dor aguda pós-operatória.
Conteúdo: Revisamos os dados de PubMed, Embase, Registro Central de Ensaios Controlados
Cochrane (CENTRAL), CINAHL via EBSCOhost e LILACS, incluindo estudos clínicos randomiza-
dos que avaliaram a dor pós-operatória total, consumo de analgésicos pós-operatórios, efeitos
colaterais relacionados a medicamentos e satisfação do paciente com esquema de analgesia.
Dados de nove estudos (615 pacientes) foram incluídos nesta revisão. A maioria dos estudos
iniciou o uso transdérmico de buprenorfina 6 a 48 horas antes da cirurgia, mantendo o uso de 1
a 28 dias após o procedimento. A maioria dos estudos encontrou valores semelhantes ou meno-
res para o escore de dor pós-operatória, consumo pós-operatório de analgésicos e satisfação do
paciente quando a buprenorfina foi comparada ao placebo, tramadol, celecoxibe, flurbiprofeno
e parecoxibe. A incidência de efeitos colaterais oscilou nos estudos, e a maioria não mostrou
aumento de efeito colateral relacionado ao uso de buprenorfina, exceto em dois estudos, um
que comparou buprenorfina ao tramadol oral e outro ao fentanil transdérmico. No entanto, a
maioria dos resultados foi obtida a partir de evidências com um risco geral alto ou risco de viés
impreciso.
© 2020 Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este é um
artigo Open Access sob uma licença CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-
nc-nd/4.0/).
∗ Autor para correspondência.
E-mail: md.kesici@mynet.com (S. Kesici).

https://doi.org/10.1016/j.bjan.2020.04.004
© 2020 Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este é um artigo Open Access sob uma licença CC
BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
420 F.C. Machado et al.

Conclusões: Embora sejam necessários mais estudos, os resultados iniciais mostram que a
buprenorfina transdérmica parece ser uma forma de administração segura e efetiva de opioide
no tratamento da dor aguda pós-operatória.
© 2020 Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este é um
artigo Open Access sob uma licença CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-
nc-nd/4.0/).

KEYWORDS Transdermal buprenorphine for acute postoperative pain: a systematic review


Buprenorphine;
Administration, Abstract
cutaneous; Background and objectives: Postoperative pain is still a major concern in several surgical pro-
Transdermal patch; cedures. Multimodal analgesia is best for postoperative pain management; however, opioid
Postoperative pain; therapy is still the main treatment for pain after surgical procedures. Transdermal bupre-
Acute pain norphine is a partial ␮ agonist opioid widely used for chronic pain syndromes, with limited
evidence for acute postoperative pain. A systematic review of studies examining transdermal
buprenorphine for acute pain management after surgery was conducted.
Contents: Data from PubMed, Embase, The Cochrane Central Register of Controlled Trials (CEN-
TRAL), CINAHL via EBSCOhost, and LILACS were reviewed, including randomized clinical trials
that evaluated total postoperative pain, postoperative analgesic consumption, drug-related
side effects and patient satisfaction with analgesia regimen. Data from nine studies (615 pati-
ents) were included in this review. Most studies initiated transdermal buprenorphine use 6 to
48 hours before surgery, maintaining use from 1 to 8 days after the procedure. Most studies
showed lower or similar postoperative pain scores, postoperative analgesic consumption and
patient satisfaction comparing buprenorphine to placebo, tramadol, celecoxib, flurbiprofen and
parecoxib. The incidence of side effects varied between studies, with most showing no incre-
ase in drug-related side effects with buprenorphine use, except one study, which compared
buprenorphine to oral tramadol, and one to transdermal fentanyl. However, most results were
derived from evidence with an overall high or unclear risk of bias.
Conclusions: Although more studies are necessary, initial results show that transdermal bupre-
norphine seems to be an effective and safe opioid choice for management of acute postoperative
pain.
© 2020 Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Published by Elsevier Editora Ltda. This is an
open access article under the CC BY-NC-ND license (http://creativecommons.org/licenses/by-
nc-nd/4.0/).

Justificativa opioide Kappa (KOR). Apresenta particularidades farmaco-


dinâmicas que resultam em incidência mais baixa de efeitos
Apesar dos recentes progressos no tratamento da dor, muitos opioides colaterais e no menor risco de uso abusivo em
pacientes ainda apresentam dor pós-operatória moderada comparação a outros agonistas MOR completos. Possui tam-
a intensa. Calcula-se-se que dor intensa no pós-operatório bém duração prolongada de ação devido à lenta dissociação
seja referida por 20% a 40% dos pacientes cirúrgicos, prin- do MOR,5---7 é 75 a 100 vezes mais potente do que a mor-
cipalmente após cirurgia abdominal, torácica, ortopédica fina e apresenta efeito teto para depressão respiratória,
ou pélvica.1 A dor nos primeiros dias pós-cirurgia pode mas não para analgesia.5,8 A metabolização hepática pelo
acarretar deambulação tardia, aumento da morbidade car- citocromo P450 origina o metabólito ativo (norbuprenor-
diopulmonar e trombótica, bem como o desenvolvimento fina). No entanto, pode haver eliminação pelo trato biliar
de dor crônica.1,2 Atualmente, a analgesia multimodal é e urinário, e, portanto há evidências de que a buprenor-
o melhor tratamento para dor aguda no pós-operatório, fina possa ser prescrita com segurança em pacientes com
embora a terapia com opioides ainda seja a principal abor- insuficiência renal, tendo seu uso cuidadosamente pon-
dagem para o tratamento da dor pós-operatória moderada a derado em pacientes com comprometimento de função
grave.3 Muito embora sejam largamente usados, os opioides hepática.5,7,9
podem estar associados a efeitos colaterais, como náu- A buprenorfina tem sido utilizada como analgésico para
sea, vômito, íleo prolongado, sedação, retenção urinária, dor crônica e na síndrome de abstinência de opioides.7,9---11
depressão respiratória e dependência. De fato, a necessi- Por outro lado, há também evidências para o uso de bupre-
dade de doses elevadas de opioides no pós-operatório está norfina no período pós-operatório para o manejo da dor
relacionada à incidência mais alta de efeitos colaterais e ao moderada a intensa em diversos procedimentos cirúrgicos.
risco de uso abusivo de opioides.4 Nos usos mais agudos da buprenorfina, empregam-se as vias:
A buprenorfina é um fármaco semissintético agonista par- peridural, intratecal, intravenosa, sublingual, subcutânea e
cial do receptor opioide ␮ (MOR) e antagonista do receptor intra-articular.5 A alta lipofilicidade e o baixo peso mole-
Uso da buprenorfina transdérmica na dor aguda pós-operatória: revisão sistemática 421

cular da buprenorfina a tornam adequada para uso pela forma independente. Discordâncias foram discutidas com
via transdérmica.12,13 A farmacodinâmica específica varia um terceiro autor. Os dados disponíveis foram coletados
com o fabricante do adesivo, embora a maioria dos ade- dos artigos e os resultados examinados incluíram dor pós-
sivos de buprenorfina tenha um início de ação entre 12 -operatória, consumo de analgésicos no pós-operatório,
a 24 horas e atinja concentrações plasmáticas aproxima- efeitos colaterais relacionados a medicamentos e satisfação
damente estáveis no terceiro dia após o uso.14 A duração do paciente. Quando os dados relevantes disponíveis eram
de ação também é prolongada após atingir o estado de limitados, foi feita uma tentativa de contato com os auto-
equilíbrio, variando de 3 a 7 dias.5,6,9 Essa via tem sido uti- res. O objetivo era coletar nos resumos medidas referentes
lizada para o tratamento de condições de dor crônica.9,10,12 a diferenças nas médias de dor pós-operatória, uso de
Alguns estudos recentes avaliaram o uso da buprenor- analgésico de resgate, efeitos adversos e satisfação do
fina transdérmica perioperatória para o tratamento da dor paciente.
pós-operatória.15---23
O presente artigo apresenta uma revisão sistemática
sobre o uso transdérmico de buprenorfina em pacientes Avaliação do risco de viés
submetidos a procedimentos cirúrgicos, comparando-a com
placebo ou outros analgésicos comumente prescritos no A avaliação do risco de viés de cada estudo foi realizada de
período perioperatório. Os desfechos pesquisados foram dor acordo com os seguintes critérios: viés de seleção (geração
pós-operatória, uso de analgésicos de resgate, efeitos adver- de sequência aleatória, ocultação de alocação); viés de
sos e satisfação do paciente. desempenho (processo cego para participantes e equipe de
pesquisa); viés de detecção (avaliação de desfechos cega);
Método viés de atrito (dados incompletos do desfecho); viés de
relato (relato seletivo); e outros.25 Segundo o banco de
dados Cochrane, o risco de viés pode ser classificado em
Estratégia de busca alto, baixo e incerto, com alto risco de viés considerado
quando os estudos não obedecem qualquer um dos crité-
As referências foram obtidas do PubMed, Embase via Ovid rios de avaliação acima descritos. Quando esses critérios
SP, Cochrane Central Register of Controlled Trials (CEN- eram considerados adequados, o risco de viés era conside-
TRAL), CINAHL via EBSCOhost e LILACS. A última busca foi rado baixo. Por outro lado, o risco de viés era considerado
realizada em 2 de Abril de 2019 sem limite de data. A incerto quando as informações disponíveis eram insufici-
estratégia de busca incluiu combinações das palavras-chave: entes para classificar o risco de viés de cada item como
‘‘acute pain’’, ‘‘postoperative pain’’, ‘‘buprenorphine and alto ou baixo, ou não fosse relatado adequadamente no
other opioids commonly used for perioperative analge- artigo.26,27
sia’’ [‘‘dor aguda’’, ‘‘dor pós-operatória’’, ‘‘buprenorfina
e outros opioides habitualmente usados para analgesia
perioperatória’’] (estratégia completa para MEDLINE no Resultados
Anexo 1 --- Material Suplementary). Palavras de textos
livres e vocabulário controlado/termos MeSH foram com- A busca identificou 386 estudos potenciais. Após exclusão
binados sem qualquer limitação no período de busca. Os das duplicações e dos títulos irrelevantes, foram revi-
termos de pesquisa do MEDLINE foram adaptados para sados os títulos e resumos de 143 artigos. Durante a
cada banco de dados. A pesquisa ad hoc também foi revisão do resumo, 110 estudos foram excluídos por serem
realizada e as referências de todos os artigos incluídos relatos de casos, séries de casos, revisões, estudos em
foram pesquisadas manualmente para identificar artigos animais de laboratório, idioma diferente do inglês e do
adicionais. espanhol ou por apresentarem dados sobre o uso não-
-transdérmico ou crônico de buprenorfina. As restantestados
Seleção dos estudos e coleta de dados 33 publicações tiveram texto completo revisado e no total
nove artigos (615 pacientes) foram incluídos na revisão sis-
A presente revisão seguiu as recomendações da declaração temática. O processo PRISMA é apresentado na figura 1
do protocolo PRISMA (Preferred Reporting Items for Sys- e um resumo do conteúdo dos estudos é mostrado na
tematic Review and Meta-Analysis)24 e está registrada no tabela 1. Os procedimentos cirúrgicos incluíram cirurgia da
banco de dados PROSPERO (CRD 42019131666). Os cri- coluna vertebral,17,19,22 cirurgia abdominal de grande porte15
térios de inclusão foram: estudos clínicos randomizados, e eletiva,18 histerectomia e miomectomia,20,21 cirurgia do
população de faixa etária de 18 anos ou mais submetida quadril16 e correção de hálux valgo.23 A buprenorfina trans-
à cirurgia, uso de buprenorfina transdérmica no período dérmica foi iniciada 6 a 48 horas antes da cirurgia, com doses
perioperatório para tratamento de dor aguda e estudos variando de 5 mcg.h-1 a 52,5 mcg.h-1 15-18,22,23 e mantida por
publicados em inglês ou espanhol. Os critérios de exclu- 1 a 7 dias após o procedimento. Apenas um estudo iniciou a
são incluíram: relatos de casos, séries de casos, estudos buprenorfina transdérmica 36 horas após a cirurgia e a man-
com modelos animais, estudos observacionais e de coorte, teve por 28 dias após o procedimento.17 Os grupos controle
e uso de buprenorfina transdérmica no tratamento de dor receberam placebo,18-20 tramadol,16,17 dosagem diferente
pós-operatória não aguda. de buprenorfina transdérmica,18,20,21 anti-inflamatórios não
Dois autores realizaram a busca, selecionaram os arti- esteróides (AINEs)22,23 ou fentanil transdérmico.15 O resumo
gos relevantes de acordo com os critérios de elegibilidade e do risco de viés para os estudos incluídos é descrito na
realizaram extração de dados e análise de conteúdo de figura 2.
422 F.C. Machado et al.

Identificação
Registros identificados
através de busca em
banco de dados
(n = 386)

Registros após exclusão por


duplicidade e títulos irrelevantes para
a revisão
(n = 143)
Avaliação

Revisão do resumo:
Registros excluídos (n = 110)
Casos Clínicos ou série de casos
Revisões
Estudo com não-humanos
Línguas outras que não inglês
ou espanhol
Uso crônico de buprenorfina
Uso de buprenorfina não
Elegibilidade

transdérmica

Artigos completos excluídos


Avaliação de
(n = 24)
elegibilidade de artigos
• Não relevantes para a
completos
revisão
(n = 33)
Incluídos

Artigos incluídos na
análise sistemática final
(n = 9)

Figura 1 Diagrama de fluxo PRISMA.


Fonte: Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG, The PRISMA Group (2009). Preferred reporting items for systematic reviews and
meta-analyses: The PRISMA Statement. PLoS Med 6(7): e1000097.

Em seis estudos, a buprenorfina foi considerada mais gate mais baixas nos grupos recebendo buprenorfina
eficaz na redução dos escores de dor pós-operatória do que transdérmica em comparação aos grupos recebendo
o placebo,18-20 o celecoxibe22,23 e o tramadol.16 Em três placebo,18,19 tramadol16 e celecoxibe.23 Cinco estudos
estudos, a buprenorfina foi considerada tão eficaz quanto o não mostraram diferença no uso de analgesia com-
tramadol,17 o parecoxibe22 e o flurbiproben23 na diminuição plementar nos pacientes tratados com buprenorfina
dos escores de dor pós-operatória. Em um estudo, pacientes transdérmica em comparação com pacientes recebendo
recebendo buprenorfina obtiveram escores EVA mais altos fentanil transdérmico,15 tramadol,17,19 celecoxibe22 e
do que os pacientes recebendo fentanil transdérmico.15 Um flurbiprofeno.23 Dois estudos compararam doses diferentes
estudo comparou adesivos transdérmicos de 10 mg e 20 mg de buprenorfina e o consumo de analgésico de resgate.
de buprenorfina e registrou escores mais baixos de dor no Em um observou-se que o consumo de analgésico de res-
grupo que recebeu adesivos de 20 mg de buprenorfina.18 gate foi maior em pacientes que receberam 10 mcg.h-1 do
Outro estudo comparou doses de buprenorfina de que em pacientes que receberam 20 mcg.h-1 ,18 enquanto
17,5 mcg.h-1 ; 35 mcg.h-1 e 52,5 mcg.h-1 , enquanto no outro estudo, o consumo de analgésico de resgate
outro estudo comparou doses de buprenorfina de 17,5 diminuiu na medida em que a dosagem transdérmica de
mcg.h-1 ; 26,25 mcg.h-1 e 35 mcg.h-1 . Nos dois estu- buprenorfina aumentava de 17,5 mcg.h-1 para 32 mcg.h-1 e
dos não foram encontradas diferenças nos escores de 52,5 mcg.h-1 .21
dor pós-operatória obtidos com diferentes dosagens de A maioria dos estudos relatou incidência semelhante
buprenorfina.20,21 de efeitos adversos entre buprenorfina transdérmica e
Quanto a medicamentos analgésicos no pós-operatório, placebo,18,19 tramadol,17 AINEs,22,23 ou entre doses diferen-
quatro estudos mostraram dosagens analgésicas de res- tes de buprenorfina transdérmica (10 mg vs. 20 mg; 17,5
Uso da buprenorfina transdérmica na dor aguda pós-operatória: revisão sistemática
Tabela 1 Características dos estudos

Ano Procedimento n Doses de Via de Grupos Dor pós-operatória Consumo de Efeitos Satisfação do
cirúrgico buprenor- administração controle analgésicos no colaterais paciente
fina pós-operatório relacionados à
droga
Rivera-Ruiz 2018 Histerectomia 45 17,5 mcg.h-1 De 24h Placebo EVA maior no X Sonolência X
et al. abdominal 26,25 antes da placebo em crescente com
mcg.h-1 cirurgia até repouso e doses mais
35 mcg.h-1 24h PO movimento. altas de
Nenhuma buprenorfina
diferença em Resultados
grupo conflitantes
buprenorfina para NVPO
Xu et al. 2018 Cirurgia 90 10 mcg.h-1 De 2 dias Flurbiprofeno EVA menor para Nenhuma Nenhuma Maior
Hálux-valgo antes da 50 mg IV 2/dia buprenorfina e diferença no PO1. diferença satisfação no
cirurgia até e celecoxibe flurbiprofeno no No PO2 e 3, grupos significante grupo
PO5 200 mg VO 2/ PO1 comparado a buprenorfina e buprenofina
dia celecoxibe flurbiprofeno com comparado a
Nenhuma consumo menor de flurbiprofeno e
diferença após analgésicos celecoxibe
PO1
Desai et al. 2017 Cirurgia de 50 10 mcg.h-1 De 1 dia Tramadol 50 mg Dor no repouso: Consumo total de Incidência Maior
Quadril antes da a cada 8h nenhuma analgésicos menor maior de NVPO satisfação no
cirurgia até diferença até 12h no grupo no grupo grupo
PO7 PO, mas escores buprenorfina tramadol buprenorfina
de dor menores durante os 7 dias
em grupo de seguimento
buprenorfina de
24h PO ao PO7.
Dor ao
movimento:
nenhuma
diferença até 24h
PO, mas escores
de dor menores
em grupo
buprenorfina do
PO 2 a 7

423
424
Tabela 1 Tabela 1 (Continuação)

Ano Procedimento n Doses de Via de Grupos Dor pós-operatória Consumo de Efeitos Satisfação do
cirúrgico buprenor- administração controle analgésicos no colaterais paciente
fina pós-operatório relacionados à
droga
Kim et al. 2017 Cirurgia 69 5 mcg.h-1 De 36h após 150-300 mg de Nenhuma Nenhuma Nenhuma X
(fusão) 10 mcg.h-1 cirurgia até tablete diferença no EVA diferença no diferença
Coluna 15 mcg.h-1 PO28 liberação até PO14 consumo de significante
20 mcg.h-1 controlada oral analgésicos até
de tramadol 1 PO14
dia
Niyogi et al. 2017 Cirurgia de 70 10 mcg.h-1 De 24h Placebo EVA menor em Tempo para Nenhuma X
coluna antes da grupo primeira analgesia diferença
cirurgia até Buprenorfina de de resgate maior significante
48h PO 0 h a 48h PO no grupo
buprenorfina;
frequência de uso
e uso total de
analgésico
menores no grupo
brupenorfina até
48h PO
Tang et al. 2017 Discectomia 96 5 mcg.h-1 De 2 dias Parecoxibe Melhor analgesia Nenhuma Nenhuma Maior
lombar antes da 40 mg IV 2/dia nos grupos diferença diferença satisfação no
cirurgia até e celecoxibe buprenorfina e significante significante grupo
PO 5 200 mg oral parecoxibe até buprenorfina
2/dia PO1 Nenhuma em comparação
diferença nos PO3 a parecoxibe e
e5 celecoxibe

F.C. Machado et al.


Uso da buprenorfina transdérmica na dor aguda pós-operatória: revisão sistemática
Tabela 1 (Continuação)

Ano Procedimento n Doses de Via de Grupos Dor pós-operatória Consumo de Efeitos Satisfação do
cirúrgico buprenor- administração controle analgésicos no colaterais paciente
fina pós-operatório relacionados à
droga
Kumar et al. 2016 Cirurgia 90 10 mcg.h-1 Da noite Placebo EVA grupo placebo Necessidade de Escores de X
abdominal 20 mcg.h-1 anterior à > buprenorfina analgésico no sedação com
eletiva cirurgia até 10 mg > grupo placebo > buprenorfina
PO7 buprenorfina buprenorfina 20 mg >
20 mg do fim da 10 mg > buprenorfina
cirurgia até PO7 buprenorfina 10 mg >
20 mg nas placebo até
primeiras 48h PO. 12h PO
No PO4,
necessidade de
analgésico foi
maior no grupo
placebo, mas
similar em ambos
os grupos
buprenorfina
Arshad 2015 Grande 60 10 mcg.h-1 De 6 h antes Fentanil EVA maior nos Nenhuma Escores de X
et al. cirurgia da cirurgia transdérmico grupos diferença sedação mais
abdominal até PO3 25 mcg.h-1 buprenorfina nos significante altos nos
PO1, 2 e 3 grupos
buprenorfina
no PO1, 2 e 3
Setti et al. 2012 Histerectomia- 45 17,5 mcg.h-1 De 12h X Nenhuma Necessidade de Nenhuma Nenhuma
miomectomia 35 mcg.h-1 antes da diferença analgésico diferença diferença
aberta 52,5 mcg.h-1 cirurgia até significante inversamente significante significante
72h PO proporcional à
dosagem de
buprenorfina até
72h PO

Resumo dos estudos incluídos na revisão sistemática. PO, Pós-Operatório; EVA, Escala vVisual Analógica; NVPO, Náusea e Vômitos no PO; IV, Intravenoso.

425
426 F.C. Machado et al.

grande variação na dosagem de buprenorfina estudada,

Tornar participantes e equipe cegos ao procedimento

Tornar avaliação de desfecho cego (viés de seleção)


5 mcg.h-1 a 52,5 mcg.h-1 . No entanto, a maioria dos estudos

Geração de sequência aleatória (viés de seleção)

Dados de desfecho incompletos (viés de atrito)


utilizou adesivos de buprenorfina de 5 a 10 mcg.h-1 , o que
equivale à dose de morfina oral de até 30 mg.dia-1 . Essa

Al ocação de ocultação (viés de seleção)


dosagem é compatível com a maior parte das necessidades
pós-operatórias de opioides e pode ser alcançada mesmo
com esquemas leves de administração de opioides.1,28,29

Relato seletivo (viés de relato)


Todos os estudos que compararam a buprenorfina trans-
dérmica com placebo mostraram escores mais baixos de

(viés de desempenho)
dor pós-operatória e menor consumo pós-operatório de
analgésicos nos grupos de buprenorfina.18-20 Dois estudos
mostraram aumento do escore de sedação,18 náusea ou

Outros vieses
sonolência20 no grupo da buprenorfina, enquanto um estudo
não mostrou diferenças nos efeitos colaterais relacionados
a medicamentos.19 Sabe-se que o uso de opioides reduz a
dor pós-operatória e o consumo pós-operatório de analgési-
Arshad 2015 cos, ao mesmo tempo em que aumenta os efeitos colaterais
Desai 2017 relacionados a medicamentos.1,28,29 Na presente revisão, a
buprenorfina melhorou o controle da dor em comparação
Kim 2017 com o placebo, com evidência de aumento de náusea,
Kumar 2016 sonolência e do escore de sedação. Entretanto, nenhuma
diferença em relação ao grupo placebo foi relatada no que
Niyogi 2017
diz respeito aos outros efeitos colaterais relacionados aos
Rivera-Ruiz 2018 opioides, tais como vômitos, prurido, constipação, retenção
urinária e depressão respiratória.
Setti 2012
Estudos comparando a buprenorfina transdérmica com o
Tang 2017 tramadol, um opioide fraco, mostraram resultados seme-
Xu 2018
lhantes ou favoráveis à buprenorfina com relação aos escores
de dor pós-operatória, consumo de analgésicos, efeitos cola-
Figura 2 Risco de viés de resumo. terais medicamentosos e satisfação do paciente.16,17 No
entanto, no estudo favorável à buprenorfina, o adesivo
de buprenorfina foi iniciado 24 horas antes da cirurgia,
mcg.h-1 ; 32 mcg.h-1 ou 52,5 mcg.h-1 ).18,21 Um estudo mos- enquanto o outro estudo iniciou buprenorfina ou tramadol 36
trou maior incidência de Náusea e Vômito no Pós-Operatório horas após a cirurgia, com ambos os grupos usando Analgesia
(NVPO) no grupo controle de tramadol do que no grupo Controlada por Paciente (ACP) com fentanil. O início da anal-
buprenorfina;16 outro relatou mais sonolência com bupre- gesia com buprenorfina é significantemente mais lento em
norfina 20 mg > buprenorfina 10 mg > placebo,20 enquanto comparação com o tramadol, portanto, escores semelhan-
dois estudos mostraram escore de sedação mais profundo no tes de dor e consumo de opioides na ACP podem favorecer
grupo buprenorfina comparado ao fentanil15 ou placebo.18 a buprenorfina.
Apenas quatro estudos avaliaram a satisfação geral Quando comparada aos AINEs, a buprenorfina trans-
do paciente com analgesia, com três estudos relatando dérmica apresentou escores de dor no pós-operatório
que o uso transdérmico de buprenorfina promoveu maior semelhantes aos dos AINEs (flurbiprofeno e parecoxibe)
satisfação do paciente comparado ao uso de tramadol16 e intravenosos e menores que o celecoxibe oral. Além disso,
AINEs,22,23 enquanto um estudo não mostrou diferença signi- o grupo que recebeu buprenorfina teve consumo analgé-
ficante entre diferentes dosagens de buprenorfina, variando sico pós-operatório semelhante aos pacientes recebendo
de 17,5 mcg.h-1 a 52,5 mcg.h-1 .21 flurbiprofeno, parecoxibe e celecoxibe,22,23 exceto em um
estudo que mostrou menor consumo no grupo buprenor-
fina em comparação ao celecoxibe.23 Não foram relatadas
Discussão diferenças nos efeitos colaterais relacionados às drogas e
ambos os estudos mostraram maior satisfação no grupo da
Esta é a primeira revisão que avaliou o uso transdérmico de buprenorfina, sugerindo que a buprenorfina tem eficácia
buprenorfina para dor aguda no pós-operatório, e que incluiu analgésica semelhante ou superior ao flurbiprofeno, pareco-
na análise qualitativa dados de 615 pacientes submetidos xibe e celecoxibe, com melhor satisfação do paciente com
a vários procedimentos cirúrgicos. A maioria dos estudos efeitos colaterais relacionados às drogas equivalentes.
iniciou o uso da buprenorfina transdérmica 6?48 horas antes O estudo que comparou a buprenorfina transdérmica 10
da cirurgia, o que é consistente com o tempo de latência de mcg.h-1 e o fentanil transdérmico 25 mcg.h-1 foi o único a
12?24 horas dos adesivos transdérmicos de buprenorfina.5,6,9 mostrar inferioridade da buprenorfina quanto ao tratamento
Para que se possa atingir concentração plasmática estável, da dor pós-operatória. No entanto, nesse estudo, o con-
idealmente o uso do opioide deveria ser iniciado muito sumo de opioides no pós-operatório foi semelhante e o grupo
antes do procedimento cirúrgico, o que, no entanto, pode da buprenorfina registrou escores mais elevados de dor e
levantar preocupações éticas com relação ao uso desne- sedação.15 Além disso, esse estudo utilizou dosagens não
cessário de opioides antes dos estímulos dolorosos. Houve equivalentes de buprenorfina e fentanil,9,13,30 ambos os ade-
Uso da buprenorfina transdérmica na dor aguda pós-operatória: revisão sistemática 427

sivos foram aplicados 6 horas antes da cirurgia, permitindo, usaram dosagens não equivalentes de buprenorfina trans-
por um lado, um início de ação do fentanil transdérmico dérmica e opioides do grupo controle, influenciando os
mais amplo,31 mas por outro lado, um período de tempo resultados analisados; 4) A maioria dos estudos não des-
inadequado para o início de ação da buprenorfina.13 creveu ou não utilizou analgesia multimodal intermitente
Três estudos compararam diferentes dosagens de no período perioperatório, concentrando-se apenas nos
buprenorfina.18,20,21 Em um estudo que comparou doses medicamentos de analgesia de resgate; 5) Outros resulta-
de buprenorfina de 10 mg com 20 mg, os escores de dor dos devem ser analisados para comparar de forma mais
foram maiores no grupo de 10 mg,18 enquanto não houve abrangente a buprenorfina transdérmica perioperatória com
diferenças nos escores de dor20,21 em dois estudos com- outras técnicas analgésicas; 6) A maioria dos estudos ava-
parando doses mais altas de buprenorfina (17,5 mcg.h-1 a liou pequenas amostras e/ou não forneceu os cálculos do
52,5 mcg.h-1 ). Dois estudos relataram o consumo de opioi- tamanho amostral ou poder estatístico das evidências.
des no pós-operatório comparando doses de buprenorfina
transdérmica variando de 10 mcg.h-1 a 52,5 mcg.h-1 . Nos Resumo
dois estudos, o consumo de analgésicos foi inversamente
proporcional à dose de buprenorfina. Estudos também mos-
A dor pós-operatória é frequentemente tratada com ago-
traram o aumento da sonolência20 ou do escore de sedação18
nistas opioides. Não obstante, a buprenorfina transdérmica
com doses mais elevadas de buprenorfina, enquanto um
parece ser alternativa efetiva e segura para o tratamento
estudo não mostrou diferença nos efeitos colaterais.21 Um
da dor aguda no pós-operatório, ao mostrar efeito equi-
estudo não relatou diferença significante na satisfação de
valente ou superior quando comparada com a maioria dos
pacientes com dosagens de buprenorfina variando de 17,5
grupos controle. No entanto, esses achados são baseados
mcg.h-1 a 52,5 mcg.h-1 .21 Esses resultados sugerem que doses
em poucos estudos com um risco alto ou incerto de viés e
crescentes de buprenorfina transdérmica podem reduzir as
que na maioria das vezes não compararam a buprenorfina
necessidades analgésicas pós-operatórias, enquanto possi-
com outros opioides. Portanto, são necessárias mais pesqui-
velmente levem a maior frequência de efeitos colaterais
sas para investigar o uso transdérmico de buprenorfina na
relacionados ao medicamento com doses de 17,5 mcg.h-1 a
dor aguda e que, de modo particular, comparem a bupre-
20 mcg.h-1 . Dosagens mais altas não aumentaram o benefí-
norfina com outros opioides comumente usados no período
cio analgésico. Nenhum estudo descreveu efeitos colaterais
pós-operatório.
graves ou causando risco de vida, o que sugere que doses
entre 10 mcg.h-1 a 52,5 mcg.h-1 são relativamente seguras.
Os resultados que descrevemos derivam de poucos estu- Financiamento
dos clínicos, e, portanto são necessários mais estudos para
confirmar a segurança e a eficácia da buprenorfina em Este estudo não recebeu nenhum financiamento especí-
comparação com outros analgésicos, ou de diferentes doses fico de órgãos de apoio do setor público, comercial ou
de buprenorfina para o tratamento da dor pós-operatória. instituições sem fins lucrativos.
Além disso, a maioria dos estudos de doses múltiplas de
buprenorfina usava frações do adesivo de buprenorfina,20,21
o que não é recomendado pelos fabricantes. Conflitos de interesse
As possíveis vantagens da buprenorfina em relação aos
outros opioides incluem menor tolerância e dependência Os autores declaram não haver conflitos de interesse.
analgésica, menos efeitos colaterais relacionados ao MOR,
efeito teto na depressão respiratória, evidências mostrando Apêndice. Material adicional
o uso seguro em pacientes idosos e pacientes com compro-
metimento da função renal, menos disfunções cognitivas, Pode-se consultar o material adicional deste artigo
ausência de evidência de efeitos colaterais da via imunossu- em sua versão eletrônica, disponível emdoi:10.1016/j.
pressora ou hipotalâmica-hipófise-adrenal.9,13,32 Apesar das bjan.2020.04.004.
evidências dessas vantagens na dor crônica, diversos estu-
dos clínicos analisando o uso de buprenorfina transdérmica
na dor aguda pós-operatória não incluíram pacientes idosos Referências
ou com insuficiência renal e nenhum avaliou a tolerân-
cia, dependência, disfunção cognitiva, efeitos colaterais 1. Gerbershagen HJ, Aduckathil S, Van Wijck AJM, et al. Pain
endócrinos ou imunossupressores. Mais estudos clínicos intensity on the first day after surgery: a prospective cohort
envolvendo as populações mencionadas devem aprimorar study comparing 179 surgical procedures. Anesthesiology.
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As limitações desta revisão sistemática incluem: 1) O
3. Chou R, Gordon DB, De Leon-Casasola OA, et al. Management
risco alto ou incerto de viés presente na maioria dos of postoperative pain: A clinical practice guideline from the
estudos incluídos, o que pode contribuir para o aumento American pain society, the American society of regional
do risco geral de viés nesta revisão; 2) Os procedimentos anesthesia and pain medicine, and the American society of
cirúrgicos analisados apresentaram estímulos nociceptivos anesthesiologists’ committee on regional anesthesia, executive
diferentes, provavelmente refletindo resultados diferen- commi. J Pain. 2016;17:131---57.
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