III EFacial

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Envelhecimento

Conteudista: Prof.ª Esp. Paula França


Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin

Objetivos da Unidade:

Avaliar grau de envelhecimento;

Selecionar recursos de tratamento adequados seguros e eficazes de modo


individual e personalizado;

Tratar de modo seguro e eficaz o envelhecimento, selecionando melhores


recursos;

Indicar cosméticos para home care;

Orientar sobre Práticas de Vida Diária que contribuem para o sucesso do


tratamento.

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📄 Material Complementar
📄 Referências
📄 Material Teórico
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Definição de Envelhecimento Cutâneo


O envelhecimento do organismo como um todo se relaciona ao fato de as células somáticas do
corpo começarem a morrer e não serem substituídas por novas, como acontece na juventude.
Isso está ligado, entre outros fenômenos, ao envelhecimento celular.

Fisiologicamente, o envelhecimento está associado à perda de tecido fibroso, à taxa mais lenta
de renovação celular e à redução da rede vascular e glandular.

A função de barreira que mantém a hidratação celular também fica prejudicada. Dependendo da
genética e do estilo de vida, as funções fisiológicas normais da pele podem diminuir 50% até a
meia-idade.

Como a pele é o órgão que mais reflete os efeitos da passagem do tempo, sua saúde e sua
aparência estão diretamente relacionadas aos hábitos alimentares e ao estilo de vida escolhido.

A radiação ultravioleta, o excesso de consumo de álcool, o abuso de tabaco e a poluição


ambiental, entre outros, são fatores que “aceleram” o trabalho do relógio biológico, provocando
o envelhecimento precoce.

Além disso, o aumento do peso corporal e dos níveis de açúcar no sangue também colabora para
a pele envelhecer antes do tempo.
Classificação do Envelhecimento da Pele

Envelhecimento Intrínseco da Pele


Uma das alterações mais significativas que encontramos na pele com o envelhecimento
cronológico (intrínseco) é a diminuição da junção dermoepidérmica, devido ao achatamento
dos cones interpapilares que reduzem a coesão de contato entre a derme e epiderme e,
consequentemente, ocorre a diminuição dos nutrientes necessários às células epidérmicas. Esse
fato torna, histologicamente, a epiderme atrófica em virtude da redução da taxa de renovação
das células epidérmicas.

Derme
Com o envelhecimento cronológico, as alterações dérmicas são notórias e as principais
responsáveis pelo aspecto da pele envelhecida, já que ocorrem várias alterações em seus
componentes.

Ocorre uma diminuição dos fibroblastos e, automaticamente, há perda do volume dérmico,


alterações químicas nas fibras elásticas e diminuição da espessura das fibras colágenas e das
fibras reticulares (Figura 1).
Figura 1 – Envelhecimento cutâneo facial
Fonte: Getty Images

As glândulas sudoríparas écrinas (independente do folículo) apresentam achatamento do

epitélio secretor, atrofia dos acínos (regiões secretoras) e diminuição do número e do volume de
suor eliminado.

Glândulas sudoríparas apócrinas (ligada ao folículo) apresentam aspectos diversos.

Algumas estão completamente atrofiadas, outras discretamente e outras com aspecto

histológico normal.

As glândulas sebáceas não apresentam alterações no volume e no número, a hipossecreção é


devida à diminuição do estímulo androgênico (podendo ser ativada pela ação de andrógenos).

Não exibem alterações morfológicas, ainda que possam estar ativas ou inativas e possuem
menor número de vasos sanguíneos ao seu redor.

As terminações nervosas livres na derme não se alteram com a idade, porém, os órgãos
terminais – como corpúsculos de Meisser, Vater-Pacini e Merckel – diminuem em número e
volume no idoso.

E qual o resultado?

Diminui a sensibilidade da pele do idoso, o que favorece a ocorrência de lesões traumáticas, pois
a diminuição da sensibilidade à dor leva a uma maior demora nas respostas defensivas em
relação ao agente agressor (Figura 2).

A microcirculação cutânea diminui com a idade em decorrência da regressão e da


desorganização dos pequenos vasos.

Com a reabsorção das papilas, muitas reações capilares desaparecem e há diminuição das luzes
vasculares dos capilares da derme.
Figura 2 – Envelhecimento da pele
Fonte: Adaptada de Getty Images

Envelhecimento Extrínseco da Pele


O envelhecimento extrínseco da pele é causado por agentes exógenos (mecânicos, químicos e
climáticos, entre outros) como, por exemplo, a irradiação solar ultravioleta (UVA e UVB) é
considerada o grande agente causador do Fotoenvelhecimento.

Fotoenvelhecimento é o termo utilizado para explicar, principalmente, a ação cumulativa da


radiação solar, determinando uma série de alterações nas células e nos constituintes da pele
(Figura 3 – pele fotoenvelhecida).
Figura 3 – Pele fotoenvelhecida
Fonte: Getty Images

O fotoenvelhecimento está presente em todos os habitantes da terra e a época do seu


desenvolvimento depende do tipo de pele e da intensidade e quantidade (tempo) de exposição
solar.

Teorias do Envelhecimento
A Teoria que explica o Fotoenvelhecimento é a Teoria dos Radicais Livres.

Teoria dos Radicais Livres


Esta Teoria estabelece que as alterações fisiológicas e degenerativas que ocorrem com o passar
dos anos devem-se ao acúmulo no organismo de substâncias tóxicas, conhecidas como
Radicais Livres.

Radicais Livres (RL)


De maneira simples, o termo Radical Livre refere-se a átomo ou molécula altamente reativos,
que contém número ímpar (ou desemparelhado) de elétrons em sua última camada eletrônica.

É este não emparelhamento de elétrons da última camada que confere alta reatividade a esses
átomos ou moléculas. Essa instabilidade estrutural faz com que essas moléculas tendam

desesperadamente a roubar um elétron de qualquer outra substância, a fim de se estabilizar.

Radicais livres são produzidos continuadamente nas células, tanto por meio de processos
patológicos quanto por meio de mecanismos fisiológicos.

Pode ser por fonte: endógena e exógena.

Principais fontes endógenas (internas):

Respiração celular: processo que ocorre nas mitocôndrias, 4% do oxigênio


consumido durante a respiração celular, transforma-se em radical livre;

Reações de defesa: atuação dos neutrófilos e macrófagos (fagocitose) contra


bactérias e micro-organismos.

Principais radicais livres produzidos em processos metabólicos também chamados de Espécies


Reativas do Metabolismo do Oxigênio (ERMO ou ERO):

Ânion superóxido (O2– );

Peróxido de hidrogênio (H2O2 – água oxigenada);


Radical hidróxila (OH– ).

Principais enzimas que participam da defesa celular das fontes endógenas (internas):

Catalase: proteína que degrada o peróxido de hidrogênio (H2O2) em água;

Superóxido dismutase (SOD): que transforma o ânion superóxido (O2–) em


peróxido de hidrogênio;

A dupla glutationa-peroxidase e glutationa-redutase, que atua na remoção de


hidroperóxidos (OH–) orgânicos durante a peroxidação dos lipídios.

Fontes Exógenas (Externas) que Contribuem para Acelerar o


Envelhecimento Cutâneo

Excesso de bebida alcoólica

Antibióticos, quimioterápicos;

Tabaco (vasoconstrição diminuindo a oxigenação);

Agressões ambientais (frio, vento, poluição);

Fatores nutritivos (falta de vitamina A, C e E);

Fatores nutritivos (falta de oligoelementos: cobre, zinco etc.);

Radiação ultravioleta – luz solar abundante nos horários em que os UV são mais
agressivos.
Você Sabia?
Quanto mais são os fatores estressantes para a pele, maior a ação dos

radicais livre de oxigênio e, consequentemente, o envelhecimento é


mais precoce.

Mecanismos de Defesa de Fontes Exógenas


Os mecanismos de defesa contra os radicais livres são: enzimas antioxidantes e os compostos
antioxidantes.

Enzimas antioxidantes
São proteínas capazes de promover a transformação dos radicais livres em produtos mais
estáveis e menos tóxicos.

Compostos antioxidantes
É um conjunto heterogênio de substâncias formadas por vitaminas, minerais, pigmentos
naturais e outros compostos e, enzimas, que bloqueiam o efeito danoso dos radicais livres,
provindos da alimentação, suplementação alimentar, cosméticos e também fármacos, sendo

que muitas vezes os próprios medicamentos aumentam a geração intracelular desses radicais.
A utilização de compostos antioxidantes encontrados na dieta ou mesmo sintéticos é um dos
mecanismos exógenos de defesa que podem evitar os danos oxidativos gerados pelo estresse
oxidativo.

O desequilíbrio entre a produção de EROs e a remoção pelo sistema de defesa antioxidante


(endógeno, fisiológico) é denominado estresse oxidativo.

Aspectos Histopatológicos e Histoquímicos no Fotoenvelhecimento

Alteração do melanócito – hiper ou hipopigmentação;

Diminuição da capacidade imunológica (células de Langherans diminuem


aproximadamente 50%);

Alteração na produção de fibras colágenas e de elastina (Figura 4);

Modificação do tecido conjuntivo;

Superprodução da enzima elastase que degrada as fibras colágenas;

Aumento das colagenases que degradam as fibras colágenas.


Figura 4 – alteração nas fibras de colágeno e elastina
Fonte: Adaptada de Getty Images

Rugas
As rugas faciais são um dos sinais do envelhecimento cutâneo e representam um dos principais

motivos de procura de cuidados corretivos e tratamentos. Podem ser desencadeadas pela


alteração nas fibras elásticas e pela diminuição da espessura da pele e do tecido subcutâneo,
decorrentes do processo de envelhecimento ou pela ação dos músculos da mímica ou da
gravidade agindo sobre a pele flácida.

Podem ocorrer em toda a superfície cutânea, sobretudo nas áreas do corpo que ficam
descobertas a maior parte do tempo, como face e mãos, o que demonstra a importância dos
raios solares no agravamento das rugas fisiológicas.

A sequência de alterações e a velocidade com que ocorrem se dá de maneira variável em cada

indivíduo. Fatores ambientais e de estilo de vida (fumo, álcool, exposição solar e alterações nos
níveis de estrogênio) podem acelerar seu desenvolvimento.
Rugas Dinâmicas
Decorrentes da ação repetida dos músculos faciais sobre uma pele que perdeu a elasticidade ou a
capacidade de recuperar sua forma, estão localizadas em cima do nariz, horizontal ou
verticalmente, na testa, no canto externo dos olhos e no lábio superior.

Surgem mais cedo em pessoas com grande expressividade da mímica facial (Figura 5 – Rugas
dinâmicas).

Figura 5 – Rugas dinâmicas


Fonte: Getty Images

Rugas Estáticas
São produtos do envelhecimento da pele e mais comuns ao redor dos olhos, testa e lábios.
Aparecem quando a face está em repouso, sem que haja nenhuma expressão forçada (Figura 6 –
Rugas estáticas).
Figura 6 – Rugas estáticas
Fonte: Getty Images

Avaliação do Envelhecimento Cutâneo


A pele envelhecida perde o contorno facial devido à flacidez tissular, à flacidez muscular e à
diminuição do coxim gorduroso. Isso é extremamente perceptível quando olhamos o cliente de
frente, com a face sobre a ação da gravidade, e observamos perda do contorno da face (Figura 7
– Perda de contorno facial).

Além da perda de contorno facial, observa-se durante a avaliação da face a presença de


hipercromias, hipocromias ou acromias. Isso ocorre devido a lesões nos melanócitos. A essas
alterações denominamos discromias (Figura 8 – Discromias).
Figura 7 – Perda de contorno facial
Fonte: Getty Images

Figura 8 – Discromias
Fonte: Getty Images

Classificação de Glogau
Sistema criado pelo Dr. Richard Glogau, com objetivo de quantificar o envelhecimento de cada

faixa etária.
Toda tentativa de criar uma classificação não é perfeita, pois uma pessoa pode ou não se
enquadrar no nível de sua faixa etária. Dessa forma, é de grande importância a experiência e o
bom senso do profissional.

Tipo I – Envelhecimento Leve

Idade: 28 a 35 anos;

Descrição: sem rugas;

Característica da pele: alterações pigmentares suaves (manchas de pele), sem


queratose (aquelas manchas mais avermelhadas e ásperas), sem rugas.

Tipo II – Envelhecimento Moderado

Idade: 35 a 50 anos;

Descrição: rugas em movimento ou de expressão;

Característica da pele: manchas marrons visíveis, pele áspera, linhas paralelas ao


sorriso, inclusive o sulco nasogeniano e as rugas perioculares começam a aparecer.

Tipo III – Envelhecimento Avançado

Idade: 50 a 65 anos;

Descrição: rugas em repouso, mesmo sem expressão;

Característica da pele: manchas escuras (hipercromias), avermelhadas (nevos


rubi), às vezes, algumas esbranquiçadas (hipocromia) e ásperas (queratose)
visíveis, teleangiectasias, rugas perioculares e sulco nasogeniano aparecem mesmo
em repouso, ou seja, mesmo sem expressão facial, as rugas são visíveis

Tipo IV – Envelhecimento Grave da Pele do Rosto

Idade: 60 a 75 anos;

Descrição: rugas e extrema flacidez da pele;

Característica da pele: manchas escuras (hipercromia), brancas (hipocromia) e


vermelhas (nevo rubi) podem coexistir, neoplasias cutâneas (câncer de pele), rugas
por todo o rosto, flacidez pela falta de colágeno, não podem usar maquiagem,
porque ela borra e forma grumos grossos.

Cosméticos Aplicados ao Envelhecimento


Os cosméticos são um recurso imprescindível na prevenção e no tratamento da pele
envelhecida. Não há um princípio ativo único que seja suficiente para tratar o envelhecimento
cutâneo. É necessário o uso de hidratantes, antioxidantes, clareadores e estimulantes, entre
outros.

O maior impacto na pele envelhecida é a desidratação.

A desidratação e a diminuição da elasticidade ocorrem quando a perda de água do extrato córneo


é maior do que a sua reposição.

As formulações de hidratantes podem conter produtos de ação semioclusiva (óleos vegetais,


óleos minerais, gorduras, ácido hialurônico e ceras vegetais); produtos umectantes
(propilenoglicol, sorbitol, glicerina, pantenol) e produtos hidro-repelentes (derivados do
silicone).
Exemplos de Ativos Hidratantes

Ácido hialurônico: devido a seu grande peso molecular, não é absorvido pela
epiderme. Forma um fino filme viscoelástico, levemente permeável e invisível, que
protege e retém grande quantidade de umidade na superfície da pele;

Algas marinhas: ricas em vitaminas, sais minerais, proteínas, iodo e


polissacarídeos, promovem tonificação e hidratação;

Aminoácidos: unidades formadoras das moléculas de proteína. Tem um bom poder


de penetração, vez que seu peso molecular é baixo;

Aveia: rica em proteínas, vitaminas do complexo A, B e E, enzimas, sais de cálcio,


ferro, sódio e potássio. Atua como hidratante, emoliente e revitalizante;

Ceramida: constituinte da camada córnea. Regenera a pele danificada por agentes


químicos, peeling e condições climáticas;

Colágeno: proteína estrutural do organismo. Retém a umidade na camada córnea e


reduz a ação irritante causada por alguns detergentes;

Elastina: responsável pela elasticidade dos tecidos. Retém a umidade na camada


córnea;

NMF: reprodução do fator de hidratação natural, de origem sintética. Mistura de


aminoácidos, lactato de sódio, ureia, alantoína. Altamente umectante;

Ureia: hidratante e estimulante da regeneração celular.

Os nutritivos são responsáveis por repor nutrientes e substâncias recuperadoras na camada


hidrolipídica da pele. Eles contêm ativos que promovem a regeneração, a conservação e a
proteção dessa camada, prevenindo o envelhecimento cutâneo.
Como o processo de mitose celular é maximizado durante as primeiras horas da manhã, a
nutrição da pele deve ser feita durante a noite, visando a repor os componentes lipídicos do
manto córneo. Entre os princípios ativos nutritivos, podemos citar os antioxidantes
(antirradicais livres), os oligoelementos e as vitaminas.

Antioxidantes agem combatendo a ação dos radicais livres de oxigênio (antirradicais livres).

Como exemplos de princípios ativos antioxidantes temos:

Ácido alfalipóico: antioxidante universal. Melhora a aparência, promove diminuição


dos poros dilatados, das linhas de expressão e das olheiras;

Coenzima Q10: ação antioxidante e estabilizadora de membrana celular;

Drieline: estimulante da síntese de colágeno, antirradicais livres, cicatrizante, anti-


irritativo, anti-inflamatório e regenerador celular;

Extrato de artemísia: extrato das flores de artemísia rico em flavonoides, taninos,


lactonas, ácido clorogênico e óleos essenciais, que apresenta propriedades
antioxidante, antirradicais livres, anti-inflamatória e antimicrobiana;

Matrixyl: estimula a formação de colágeno na derme. Possui propriedades de


renovação celular mais efetiva que a vitamina C.

Os oligoelementos são substâncias que existem em quantidades minúsculas nos organismos


vivos. São importantes porque ativam e catalisam grande número de reações que ocorrem nos
seres vivos.

Exemplos:

Enxofre e selênio: o enxofre interage com o selênio para formar a enzima


glutationa-peroxidase, com importante ação antirradicais livres;
Zinco: necessário para a síntese de proteínas. Regula o fluxo sebáceo e junto com a
vitamina A é responsável pela renovação celular. Possui propriedades calmantes e
antirradicais livres;

Cálcio e magnésio: regulam as trocas celulares e participam da síntese de


neuromediadores;

Silício: atua diretamente sobre o metabolismo celular, estimulando as fibras de


sustentação da pele (colágeno, elastina e proteoglicanas), conferindo firmeza e
tonicidade aos tecidos e prevenindo o envelhecimento da pele. Protege as células
cutâneas dos radicais livres. Auxilia na retenção de moléculas de água sobre a pele.

As vitaminas são, normalmente, adicionadas a produtos cosméticos como estimulantes da


proliferação celular e como antioxidantes.

Podem ser:

Hidrossolúveis: complexo B e vitamina C;

Lipossolúveis: vitaminas A, D, E, K e F.

Eletrotermofoterapia Aplicada ao Envelhecimento

Eletroestimulação
São correntes excitomotoras, utilizadas para melhorar a tonicidade muscular. Possuem efeitos
químicos polares semelhantes aos produzidos pela corrente contínua, porém de intensidade
muito menor. O que se tem observado é que muitos impulsos na mesma polaridade tornam as

correntes para a eletroestimulação na musculatura estriada mais incômoda e desagradável, o


polo negativo gera uma contração mais intensa e vigorosa.
Características das correntes para a eletroestimulação na musculatura estriada:

Intensidade: possuir umbral liminar ou umbral de excitação (intensidade mínima


necessária para obter uma contração muscular) miliampere mA. A intensidade
dependerá da tolerância do cliente;

Frequência (Hz): estudos comprovam que a musculatura estriada (facial) responde


melhor a uma frequência de 50 a 80Hz;

Tempo de contração: necessário um tempo mínimo suficiente de emissão de


descarga ou rajadas de impulsos para que ocorra a contração;

Tempo de repouso: é necessário que ocorra um intervalo suficiente entre uma


contração e outra para que haja o relaxamento completo das fibras musculares;

Colocação dos eletrodos: origem e inserção muscular.

Radiofrequência
Onda eletromagnética que atua por conversão. Essa conversão é gerada pelos fenômenos
físicos:

Movimento iônico: as cargas elétricas são atraídas e repelidas ao mudar a


polaridade da corrente e, dessa forma, resulta em calor;

Movimento da rotação de moléculas dipolares: a molécula de H²O, quando exposta à


radiofrequência, gira em torno de seu eixo, aproximando as áreas de carga ao
eletrodo de polaridade oposta, causando colisão entre os tecidos e,
consequentemente, aumentando a temperatura;

Distorção molecular: os elétrons em torno do núcleo são atraídos para sofrer uma
distorção de sua órbita, gerando uma conversão de energia elétrica em calórica.
As radiofrequências podem ser:

Mono ou unipolares: somente um eletrodo se insere no circuito com o equipamento


e o paciente; atuam em tecidos mais profundos;

Bipolares: dois eletrodos (um ativo e um dispersivo). Podem estar separados ou


numa mesma ponteira (atuam em tecidos mais superficiais).

Efeitos biológicos da radiofrequência: hiperemia cutânea profunda, aumento da atividade do


sistema nervoso parassimpático e diminuição do sistema simpático, neocolagenogênse e
neoelastogênese, liberação de proteínas de choque (HSP47 e HSP 42 que atuam protegendo as
células do calor excessivo)

Para a eficácia da radiofrequência, devemos sempre aquecer o local tratado e manter esse
aquecimento por cerca de 7 minutos.

Aquecimento facial: entre 38°C e 39°C.

A dosimetria é dependente de cada equipamento, o veículo condutor pode ser gel, gel glicerinado
ou glicerina líquida (isso é determinado pelo fabricante do equipamento).

Sempre se deve levar em consideração a hiperemia local e o conforto do paciente durante a


aplicação.

A temperatura do local deve ser aferida do início ao final da sessão, com intervalos máximos de 1
minuto. Os intervalos para aplicação de radiofrequência facial são quinzenais.

Fototerapia no Envelhecimento Cutâneo


O led azul estimula compostos presentes na melanina, promovendo o clareamento de
hipercromias faciais, olheiras. Promove alteração da tensão superficial da pele, com efeito
estético de expansão dos tecidos e hidratação facial.

A aplicação do led azul deve ser feita em forma de varredura, por 5 minutos, por hemiface.

O led com luz visível âmbar estimula a organela ribossômica, otimizando a síntese de colágeno;
espessamento homogêneo não térmico das fibras adensadas, que confere ao rosto uma
expressão saudável; estímulo ao metabolismo celular e iluminação facial.

O laser vermelho aumenta o metabolismo dos fibroblastos, com consequente aceleração na


produção de fibras colágenas, otimização da circulação periférica, melhorando a nutrição

celular. Utiliza-se uma dose de 2J/cm2, em modo de aplicação pontual.

O laser infravermelho aumenta o metabolismo dos fibroblastos, com consequente aceleração na


síntese de fibras colágenas, altera a permeabilidade da membrana plasmática das células

favorecendo a permeação dos princípios ativos. Utiliza-se uma dose de 2J/cm2, em modo de
aplicação pontual.

Microagulhamento
O microagulhamento tem como proposta estimular a produção de colágeno, sem provocar a
retirada da epiderme, mantendo, dessa forma, a pele protegida, hidratada e com menor chance
de lesões, como discromias e desidratação.

O equipamento para realizar o microagulhamento é conhecido como Roller (Figura 9).


Figura 9
Fonte: Getty Images

Existem vários tipos de Roller no Mercado. Eles são fabricados em polietileno com agulhas de
aço inoxidável e estéreis, que devem ser alinhadas simetricamente em fileiras.

Os equipamentos variam o número de agulhas entre 190 a 540 e o comprimento da agulha varia
de 0,2mm a 3,0mm.

A qualidade do Roller está diretamente relacionada à resposta ao tratamento. Ele deve ter registro
na ANVISA. Muitos equipamentos que não possuem registro na ANVISA acabam prejudicando o
resultado do tratamento e colocando em risco o cliente/paciente, pois possuem agulhas tortas,
de comprimentos e diâmetros inadequados, que podem levar a uma lesão não controlada e, ao

invés de obtermos um processo de reparação tecidual, teremos um processo de cicatrização.

Os tamanhos de agulhas disponíveis no mercado são: 0,2; 0,3; 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e 3,0mm.

Atua como drug delivery (Sistema de Acesso Transdermal de Ingrediente) para aumentar a
permeação dos princípios ativos dos cosméticos (os cosméticos devem ser fluídos ou em sérum

com ativos lipossomados ou com nanotecnologia) e com a produção natural de colágeno por
meio do processo de reparação tecidual.
A partir da perda da integridade da barreira cutânea, a dissociação dos queratinócitos, resulta na
liberação das citocinas como a interleucina – 1ª, interleucina – 8, TNF – a e GM – CSF, o que
causará vasodilatação dérmica e migração de queratinócitos para o reparo tecidual.

Temos 3 fases do processo:

Injúria: imediatamente após o microagulhamento, ocorre liberação de plaquetas e


neutrófilos que são responsáveis pela liberação de fatores de crescimento;

Fase de maturação: na qual ocorre a angiogênese, a epitelização e a proliferação de


fibroblastos, com produção de colágeno, elastina, glicosaminoglicanos (gags). Essa
fase inicia 5 dias após a injúria;

Fase de remodelamento: na qual o colágeno tipo III é substituído pelo colágeno tipo
I, que pode durar de 6 meses a 2 anos.

Vantagens da técnica: baixo down time, segura em fototipo alto, ampla aceitação,
excelente custo benefício, não remove a epiderme, diminuindo o risco de fotodano,
desidratação

No caso de drug delivery, pode ser usado associado a cosméticos. O intervalo varia de acordo com
o tamanho da agulha utilizada. Para agulhas até 3mm, pode ser usada até 3 vezes/semana, de
0,5mm a 1,5mm, em intervalo mínimo de 15 dias (tempo necessário para remodelação de
colágeno) e acima de 2,0mm a cada 6 meses, visto que as lesões são mais profundas.

Varia de 3 a 8 sessões, dependendo da intenção do tratamento. Após a aplicação, sugere-se um


intervalo de 24 horas para aplicação do FPS e da maquiagem.

Não se deve utilizar cremes ou máscaras calmantes após a aplicação, haja vista que o objetivo é
manter um processo inflamatório na lesão, para a reparação tecidual.

Pode-se aplicar fluídos de colágeno, ácido hialurônico, fator de crescimento e vitamina C.


Sem associação cosmética, justifica-se o uso do microagulhamento pela liberação dos fatores
de crescimento plaquetário para homeostasia no processo de reparação tecidual.

Figura 10 – Microagulhamento facial


Fonte: Getty Images

Protocolo Cosmético para Rejuvenescimento Facial

Aplicar a Espuma de Limpeza com ácido glicólico, realizando movimentos


circulares. Remover com algodão umedecido;

Aplicar esfoliante facial, realizando movimentos circulares;

Retirar com algodão umedecido;


Aplicar algodão umedecido em Tônico Pré-Peeling sobre a região a ser tratada;

Aplicar ácido mandélico sobre a região a ser tratada e deixar agir por até 10 minutos;

Retirar com água abundante (*Observação: a tolerância ao ácido deve ser sempre
respeitada, havendo desconforto intenso antes do tempo indicado, neutralizar o
ácido imediatamente);

Aplicar loção tônica hidratante em toda a face e deixar secar naturalmente;

Aplicar o fluido de colágeno, com movimentos de massagem e pinçamentos;

Aplicar FPS.
📄 Material Complementar
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Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros

Rejuvenecimento Facial
GOLDBERG, D. J. Rejuvenecimento Facial. (Ross M. Campbell e Gary D.Monheit). EUA:
Guanabara Koogan, 2007.

Pele: do Nascimento a Maturidade


HARRIS, M. I. Pele: do Nascimento a Maturidade, São Paulo Local: Senac, 2016 ano.

Procedimentos Estéticos Minimamente Invasivos – Conduta


Baseada em Exp.Clínica e Visão Estética Atual
YAMAGUCHI, C. Procedimentos Estéticos Minimamente Invasivos – Conduta Baseada em
Exp.Clínica e Visão Estética Atual. São Paulo Local: Santos Grupo GEN, 2010.

Leituras
Efeitos Bioestimulantes do Laser de Baixa Potência no
Processo de Reparo

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ACESSE

Bases Biomoleculares do Fotoenvelhecimento

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ACESSE
📄 Referências
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ANTUNES, D.; SOUZA, V. M. Ativos Dermatológicos Dermocosméticos e Nutracêuticos. São


Paulo Local: Daniel Antunes Júnior, 2017 ano.

BORGES, F. S. Dermato Funcional – Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. São


Paulo Local: Phorte, 2010 ano.

CUCÉ, L. C. Manual de Dermatologia. Local: Atheneu, 2001.

FONSECA, A.; PRISTA, L. N. Manual de Terapêutica Dermatológica e Cosmetológica. São Paulo


Local: Roca; 2000.

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