Experimento 2
Experimento 2
Experimento 2
1.1 Objetivos
- Identificar, manusear, realizar medidas básicas de massa e volume e calibrar algumas vidrarias do
laboratório.
- Estimar o erro associado a algumas vidrarias utilizadas no laboratório.
1.2 Introdução
Erros de paralaxe são medições incorretas que se faz por observação errada na escala
de graduação de vidrarias, como: buretas, provetas, pipetas etc. Dessa forma, acontecem devido a um
erro no ângulo de visão do observador. Por exemplo, quando é necessário medir um volume na proveta,
se você não observar o menisco de uma altura que o faça ficar exatamente na altura dos seus olhos,
você poderá ter uma medida errada e, portanto, um erro de paralaxe, podendo obter uma medida maior
ou menor do que a correta, dependendo do ângulo de observação.
Para uma leitura correta do menisco é indicado posicionar o olho em relação à altura do menisco
do líquido de forma que a linha de visão fique sempre no mesmo nível da superfície do líquido, conforme
apresentado na Figura 1.1.
Observar, ao pipetar líquidos, o volume correto; para os translúcidos, o menisco deve ficar acima
da graduação desejada.
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Figura 1.1 - Forma correta da leitura do menisco: linha de visão no mesmo nível da superfície do líquido.
É útil ter conhecimento de quão grande foi o erro obtido no experimento em relação à medida.
Em geral, para estimar o erro de medida da vidraria são calculados o desvio padrão (s), correspondente
ao erro absoluto (ou limite de erro), isto é, à incerteza associada às medidas, e o desvio padrão relativo
(ou desvio aleatório), também conhecido como coeficiente de variação (CV).
O desvio padrão (s) baseia-se nos desvios dos dados individuais em relação à média, como
expresso pela Equação 1.
s
_ CV = 100
(x −x)2
i x
i=1
s=
N−1
(Equação 1) (Equação 2)
A unidade do desvio padrão é a mesma da grandeza que está sendo medida, sendo, muitas vezes,
indicada como a precisão da medida. O coeficiente de variação (CV), por sua vez, corresponde à fração
que o desvio padrão representa do valor medido ou da média dos valores medidos e indica até que
ponto os valores medidos em várias medições aproximam-se uns dos outros. Comumente, ele é
expresso como porcentagem, sendo calculado por meio da Equação 2.
Além disso, o termo "Limite de Erro" (LE) é usado como sendo a variação máxima aceitável entre
o volume real medido (Vreal) e o volume nominal da vidraria (Vnominal), de forma que uma vidraria se
encontrará dentro dos limites aceitáveis de calibração quando LE ≥ │Vreal - Vnominal│.
Neste experimento, esses parâmetros serão utilizados para verificar o erro associado às vidrarias
utilizadas no laboratório.
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1.3. Materiais, Reagentes e Equipamentos
(A) (B)
Figura 1.2 – Tipos de pipetas: em (A), uma pipeta volumétrica de uma faixa (medição exata, sem o
escorrimento total); e, em (B), uma pipeta graduada de duas faixas (esgotamento total).
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Para pipetar um líquido, será utilizado o pipetador de três vias de borracha, mais conhecido
como “pera de sucção”. Seu funcionamento pode ser visto na Figura 1.3. Esse aparato possui três
válvulas para passagem do ar: A, S e E. Ao ser pressionada a válvula A, ela se abre, permitindo retirar
o ar do bulbo (fazer vácuo). Uma vez evacuado o bulbo, ao ser pressionada a válvula S, consegue-se
succionar o volume desejado do líquido para dentro da pipeta. Em seguida, esse volume pode ser
transferido, isto é, a pipeta pode ser esvaziada, pressionando-se a válvula E.
Válvula A – Expulsa o ar
Detalhe da ponta
Retirada do líquido/ da pipeta
enchendo a pipeta
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Orientações Iniciais: Utilizar uma pipeta volumétrica e uma pipeta graduada de “volumes iguais”;
Fazer 3 repetições do mesmo procedimento para cada pipeta;
Fazer as pesagens em uma balança semianalítica ou analítica.
Procedimento:
1. Pese um frasco com tampa, limpo e seco, em uma balança e anote sua massa.
2. Utilize a pipeta a ser calibrada e pipete água destilada até a marca do volume total (observar
na Figura 1.2 e 1.3 a maneira correta de usar o pipetador e a pipeta).
ATENÇÃO: ajuste o menisco como ilustrado na Figura 1.1
3. Transfira o volume para o frasco anteriormente pesado e feche-o com a tampa.
4. Pese o frasco com tampa contendo a água destilada.
5. Determine a massa da água destilada transferida a partir da diferença das duas pesagens.
6. Verifique a temperatura da água com o auxílio de um termômetro.
7. Repita o mesmo procedimento para a outra pipeta a ser calibrada.
8. Calcule o volume real da pipeta para cada replicata de acordo com a Equação 3 (consultar a
Tabela 1.1 para verificar a densidade da água correspondente a da temperatura encontrada no
experimento).
M H 2Otrans.
V=
dH 2O (Equação 3)
Procedimento:
1. Pese o balão volumétrico seco, com sua respectiva tampa, e anote sua massa.
2. Encha o balão com água destilada até o nível da marca da sua capacidade volumétrica.
ATENÇÃO: ajuste do menisco como ilustrado na Figura 1.1.
3. Pese o balão com a água destilada e verifique se a parte externa está completamente seca.
4. Determine a massa de água pela diferença entre as duas pesagens.
5. Verifique a temperatura da água com o auxílio de um termômetro.
6. Calcule o volume do balão volumétrico, em acordo com a Equação 3.
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7. Estime o desvio padrão (Equação 1) e o coeficiente de variação (Equação 2). Verifique, na Tabela
1.2, se os valores encontrados para o volume real aferido estão em acordo com o limite de
tolerância da capacidade da pipeta graduada e volumétrica.
Procedimento:
1. Pese a proveta e anote sua massa.
2. Preencha a proveta com água destilada até o nível indicado da capacidade.
3. Pese a proveta preenchida com a água destilada.
ATENÇÃO: ajuste do menisco como ilustrado na Figura 1.
4. Determine a massa de água a partir da diferença das duas pesagens e verifique sua
temperatura.
5. Calcule o volume da proveta calibrada, segundo a Equação 3.
6. Estime o desvio padrão (Equação 1) e o coeficiente de variação (Equação 2). Verifique, na Tabela
1.2, se os valores encontrados para o volume real aferido estão em acordo com o limite de
tolerância da capacidade da pipeta graduada e volumétrica.
a) Monte uma tabela contendo: o volume de referência, o estimado pela calibração, o desvio
padrão e o coeficiente de variação de cada vidraria.
b) Discuta os resultados e explique quais vidrarias são mais apropriadas para a medida de volumes
e preparo de soluções.
c) Identificar as principais fontes de erro no experimento e apresentá-las na Discussão dos
resultados.
Referências
➢ Skoog, D.A.; West, D.M.; Holler, F.J.; Crouch, S.R. Fundamentos de Química Analítica. São
Paulo: Cengage Learning, 2008.
➢ Powlowsky, A.M.; Lemos de Sá, E.; Messerschmidt, I.; Souza, J.S.; Oliveira, M.A.; Sierakowski,
M.R.; Suga, R. Experimentos de Química Geral. Curitiba: Ed. da UFPR, 1994.
➢ Lide, D.R. Handbook of chemistry and physics. CRC PRESS, 84TH Edition 2003-2004.
➢ Mendham, J.; Denney, R.C.; Barnes, J.D.; Thomas, M.J.K. Vogel Análise Química quantitativa.
Rio de Janeiro: LTC, 2008.
➢ Chrispino, A.; Faria, P. Manual de Química Experimental. Campinas, SP: Editora Átomo, 2010.
➢ Harris, D.C. Análise Química Quantitativa. Editora LTC, 6º Edição, 2005.
➢ Silva, R. R. da; Bocchi, N.; Rocha-Filho, R. C.; Machado, P. F. L. Introdução à Química Experimental. São
Carlos: Editora da Universidade Federal de São Carlos (EDUFSCar), 2ª Edição, 2014.
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ANEXOS
Tabela 1.2 – Tolerância (ou limite máximo de erro - LE) de algumas vidrarias de Classe
A*.
Limite de erro (mL)**
Capacidade
Pipeta Pipeta Balão
(mL) Proveta
volumétrica graduada volumétrico
0,5 0,006 - - -
1 0,006 0,01 0,02 -
2 0,006 0,01 0,02 -
3 0,01 - 0,015 -
4 0,01 - 0,02 -
5 0,01 0,02 0,02 0,02
10 0,02 0,03 0,02 0,02
15 0,03 - - -
20 0,03 - 0,03 -
25 0,03 0,05 0,03 0,03
50 0,05 - 0,05 0,05
100 0,08 - 0,08 0,10
250 - - 0,10 -
500 - - 0,12 -
1000 - - 0,20 -
Mendham, J.; et al., 2008 e Harris, D.C. 2005.
*Classe A designa sempre o mais alto grau de exatidão de uma vidraria.
**Comparar os dados obtidos no experimento com os da Tabela 1.2 verificando se:
LE ≥ │Volumereal - Volumenominal│.
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Muitas vezes, o limite de erro vem identificado na própria vidraria.