teorias-de-karl-popper-e-thomas-kuhn
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SENSO COMUM
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
VERIFICAÇÃO
Ex:
No 1, temos uma preposição que pode ser verificada através da observação prática
do dia a dia, já que a tecnologia nos permite verificar a veracidade da afirmação. É
uma preposição com significado factual.
Na 2, não a podemos verificar na prática, uma vez que não dispomos da tecnologia
suficiente para isso, não deixa de ser uma preposição genuína e empiricamente
verificável, na medida em que podemos indicar as condições empíricas para
determinar o seu valor de verdade. É verificável em princípio e é significativa,
podendo, por isso, pertencer ao domínio científico.
CONFIRMAÇÃO
À medida que as observações se vão tornando cada vez mais abrangentes, vamos
alcançando um conhecimento mais geral, que corresponde às leis científicas. Desta
forma, as sucessivas inferências indutivas permitem-nos progredir de leis menos
gerais até de leis mais gerais e, assim, as contínuas observações de metais que
dilatam quando aquecidos permitem nos chegar ao conhecimento da lei geral de que
todo metal dilata quando é aquecido. Porém, para que este raciocínio indutivo
funcione sem contradições, é necessário que que respeitem algumas condições
necessárias:
Uma vez que nunca teremos a oportunidade de aquecer todos os metais para
verificar se estes dilatam ou não quando aquecidos, a única hipótese que temos de
pôr à prova este enunciado é extrair dele uma previsão diretamente
observável: Se todos os metais dilatam quando aquecidos (T), então o
próximo pedaço de metal que eu aquecer também irá dilatar (P).
Popper afirma que A ciência, se tem o objetivo de ser racional e objetiva, deve
abdicar totalmente do recurso à indução.
Popper defende que ver gula nas ciências da natureza, os cientistas utilizam o
método crítico ou o método das conjeturas e refutações:
1. Problema
2. Conjetura
3. Refutação
1ª ETAPA- PROBLEMA
Compete ao cientista avançar com uma teoria/hipótese que permita explicar os factos
observados. Uma suposição arrojada e imaginativa, mas devidamente
fundamentada para explicar os factos observados.
3ª ETAPA- REFUTAÇÃO
Esta situação leva Popper a concluir que uma teoria que seja irrefutável não é
genuinamente científica, pois não pode verdadeiramente ser posta à prova através
de testes experimentais.
Assim, de acordo com Popper, uma teoria só é científica se for possível refutá-la pela
experiência. Contudo, se não for possível uma observação que refuta uma teoria, e se
esta apenas for confirmada como apoio cumulativo de evidências constantes, então
em teoria pseudocientífica.
GRAUS DE FALSIFICABILIDADE
O conteúdo empírico de uma teoria a informação que ela nos proporciona acerca
do mundo. Como tal, as melhores teorias são exatamente aquelas que nos
fornecem mais informações sobre o mundo e, consequentemente, fazem a
ciência progredir.
previsão do enunciado como 4 corre mais riscos de vir a ser revelada falsa do que
a previsão do enunciado como o 2.
A falsificabilidade não constitui uma condição necessária para que uma dada teoria
possa ser considerada científica, já que algumas teorias se referem a objetos que
não são diretamente observáveis (ex: protões e neutrões). Como tal, nestes
casos, não é inteiramente claro que, à partida, seja possível conceber um teste
experimental, ou uma observação direta, que seja capaz de mostrar a falsificabilidade
da teoria. Contudo, isto não garante que essas teorias tenham forçosamente de
ser encaradas como não científicas, pois estas apresentam um papel importante
no desenvolvimento da ciência.
perante uma observação o teste experimental, cujo resultado não esteja de acordo
com a teoria, os cientistas mais facilmente colocam em casa o teste aos
procedimentos do que a própria teoria em si. Não é por se encontrar um caso que
contraria a teoria, que a teoria é falsificada.
-Falsificações inconclusivas
Segundo pop, para concluir uma teoria científica é falsa, basta um único caso que
refute a teoria. Assim, uma proposição como “todos os metais dilatam como calor”
pode ser refutada por uma única observação de um metal que não dilate com calor.
Porém, os críticos desta teoria como Thomas Kuhn dizem que o facto de um
procedimento experimental não decorrer de acordo com o previsto numa dada teoria
ou hipótese, não é suficiente para estabelecer, de um modo conclusivo, a sua
falsidade- o problema para o insucesso empírico pode estar no teste (no
processo de falsificação) e não na teoria.
Segundo Popper, a verdade é um ideal que deve orientar a prática dos cientistas.
Ainda que as teorias sejam criações humanas que não correspondem inteiramente à
realidade, a eliminação dos erros faz com que os cientistas consigam alcançar
representações cada vez mais corretas dos fenómenos.
Sim, pois este filósofo considera que a escolha das teorias é feita de modo imparcial e
impessoal. Popper reconhece que fatores de natureza individual, social ou política
podem por vezes afetar a atividade de certos cientistas. No entanto, pensa que esses
fatores não interferem na avaliação crítica das teorias. A escolha destas depende
dos resultados dos testes empíricos realizados e da discussão crítica.
OBJEÇÕES A POPPER
De facto, uma teoria ter resistido até agora às tentativas de refutação não é
uma justificação plausível. Precisamos de outro tipo de razões que a teoria de
Popper não nos proporciona.
PARADIGMA
É um modelo teórico adotado por uma comunidade científica, que orienta toda a
investigação feita nesse domínio e que inclui um determinado conjunto de regras,
instruções, pressupostos teóricos e metafísicos, metodologias e instrumentos de
trabalho.
ANOMALIAS
Por vezes, surgem fenómenos para os quais não existe uma explicação à luz do
paradigma aceite. Kuhn chama-lhes anomalias. Na ciência normal, uma atitude
frequente relativamente às anomalias é ignorá-las. Outras vezes, os cientistas julgam
que existiram, provavelmente, erros nas observações e, por isso,
as anomalias não são consideradas como contraexemplos capazes de falsificar
o paradigma.
CRISE
Nada mais nada menos que acontecimentos que o paradigma vigente não é capaz
de explicar adequadamente o que não estão de acordo com aquilo que se
observa na natureza. Algo TOTALMENTE IMCOMPATÍVEL com a imagem do
funcionamento da natureza fornecida pelo paradigma.
CIÊNCIA EXTRAORDINÁRIA
Kuhn chama ciência extraordinária ao período em que o paradigma vigente passa
a ser discutido, contestado e confrontado com as novas ideias de um paradigma
alternativo.
Neste período há competição entre o paradigma emergente e o
paradigma dominante. Neste momento, os acordos intersubjetivos estabelecidos
entre os cientistas desaparecem, e a comunidade científica divide-se em 2 lados: os
conservadores (defendem o velho paradigma), e os revolucionários (defensores do
novo).
Os conservadores recusam-se a abrir mão do velho paradigma, mantendo a
sua confiança no mesmo, tentando procurar soluções para as falhas
encontradas dentro desse modelo de investigação.
Os revolucionários procuram uma revisão completa dos fundamentos do seu
campo de estudo, de modo a traçar um novo paradigma capaz de solucionar
as anomalias anteriormente detetadas.
REVOLUÇÃO CIENTÍFICA
Kuhn reconhece a existência de valores comuns que são partilhados pelos cientistas
de épocas e de paradigmas diferentes e que lhes permitem reconhecer uma boa
teoria científica. Estes valores são aceites pelos membros de uma dada comunidade
e fornecem critérios objetivos para avaliar a adequação de uma teoria.