A Filosofia Da Ciência
A Filosofia Da Ciência
A Filosofia Da Ciência
O problema da demarcação
Nem todo o tipo de conhecimento humano possui as mesmas características
específicas. Por exemplo, muito antes de haver ciência (tal como atualmente é
praticado), os seres humanos adquiriram e conheciam uma grande quantidade de
informação acerca do mundo, podemos designar por:
Exemplos:
A frase 2 não é verificável, pois não há observações que possam evidenciar a sua verdade ou
falsidade
Uma dessas críticas diz que, sendo as hipóteses e as leis científicas expressas por
enunciados universais, estas não podem ser alvo de verificação, pois isso implicaria
algo que ninguém consegue fazer: observar todos os casos
Por maior que seja o número de casos observados , não é possível garantir a verdade
de uma lei que se expressa num enunciado universal, já que é impossível observar o
número indefinido de casos a que a proposição universal se refere
Confirmação
Devido ás objeções apontadas o critério de verificabilidade positivista nomeadamente
Carnap apresentam um critério de cientificidade alternativo chamado a confirmação
CRÍTICA AO CRITÉRIO
Todavia, também a confirmação das hipóteses coloca dificuldades: como definir, em cada
contexto, quais são os indícios empíricos relevantes e em que número para confirmar a
hipótese em causa? O próprio Carnap reconhece esta dificuldade apontada ao seu
critério de cientificidade.
A resposta de Popper : Falsificabilidade
Popper responde ao problema da demarcação propondo um outro critério: a
falsificabilidade.
De acordo com este filósofo, a principal distinção entre as teorias científicas e não
científicas é o facto de as primeiras serem falsificáveis.
o Uma teoria é falsificável se for possível pensar numa circunstância que caso,
ocorresse, a desmentiria (a tornaria falsa).
Popper salienta que essas condições empíricas que permitem refutar (ou falsificar) as
teorias científicas têm de ser logicamente pensáveis ou imagináveis; não significa que
tenham de vir a ocorrer, podem acontecer ou não.
Ou seja, devem formular teorias claras, onde se explicitem as condições em que estas
podem revelar-se falsas e depois realizar testes exigentes, procurando eventuais erros
nessas teorias – ou seja, devem procurar falsificá-las.
- Quando uma teoria não resiste às tentativas de falsificação dos testes empíricos, diz-
se que foi falsificada e terá de ser substituída por outra (na totalidade ou em parte)
que corrige os erros da anterior.
- Se, pelo contrário, os dados observacionais não conseguem pôr em causa a teoria,
diz-se que foi corroborada (saiu fortalecida).
Os cientistas devem procurar teorias ousadas e com elevado conteúdo empírico, que
digam mais sobre o mundo, com maior poder explicativo e, por isso, correndo maior
risco de falhar
1. Ser falsificável.
2. Ter capacidade explicativa, fornecendo respostas para problemas com alguma
complexidade.
PseudociÊncia
Popper distingue a ciência de áreas que, não sendo ciências, tentam fazer-se passar
como tal: pseudociências.
Teorias (como a astrologia) que procuram não ser sujeitas ao processo de falsificação e
dão explicações irrefutáveis são pseudociências
O problema do método
Quando se diz que o conhecimento científico é metódico, isso significa que a sua
aquisição envolve procedimentos específicos e diversas etapas, ao contrário do
conhecimento vulga ou do senso comum que não implica um raciocínio especial nem
nenhuma organização específica, porque para o adquirir basta-nos ver, ouvir e seguir
as tradições
Perspetiva indutivista
De acordo com esta perspetiva, podemos descortinar as seguintes etapas do método
científico (por vezes também chamado por método experimental:
1. Observação e registo dos factos empíricos- Na primeira etapa, observam-se
determinados factos e são recolhidos, de forma imparcial e rigorosa, dados
2. Elaboração da hipótese- Na segunda etapa, formula- se através da
generalização uma hipótese, ou seja, uma tentativa provisória de explicar o que
foi observado
3. Experimentação- A terceira etapa permite testar as previsões que são feitas
com base na hipótese, correspondem ao que acontece na realidade
4. Formulação das leis científicas- Na quarta etapa, se a hipótese for confirmada
pelos dados empíricos transforma-se através da generalização numa lei
científica que é aplicável a todos os fenómenos semelhantes
CRÍTICA AO INDUTIVISMO
Segundo alguns filósofos, incluindo Popper, a visão indutivista do método científico não
corresponde a uma descrição correta das atividades dos cientistas
Duas objeções que pretendem mostrar que a perspetiva indutivista está errada:
Não há observação que pretendem mostrar que a perspetiva indutivista está errada:
Assim sendo, a observação é sempre orientada por pressupostos teóricos prévios e visa
responder a uma questão que, colocada antecipadamente, orienta a observação e
justifica a sua realização.
Há fenómenos estudados pelos cientistas que não são diretamente observáveis; por
exemplo, o facto de uma parte do universo ser constituída por matéria negra. Esta não
é visível, mas sim inferida através dos efeitos gravitacionais sobre a matéria visível
(estrelas, galáxias, etc.)
Mas como se chega a essa hipótese? Popper pensa que a descoberta das hipóteses
deve-se ao espírito criativo e imaginativo dos cientistas. O que é relevante, depois
de apresentar a hipótese, é a possibilidade de deduzir consequências empíricas, ou
seja, de fazer previsões a partir desta, de modo a testá-la.
As teorias que não resistem (porque os testes mostram que são falsas) são
refutadas e substituídas por novas teorias
O problema da indução
Popper concorda com a análise lógica que David Hume fez do problema da indução: as
conclusões das inferências indutivas ultrapassam os dados da experiência e não se
encontram racionalmente justificadas.
Poderia pensar-se que as conclusões céticas de Hume seriam extensíveis às teorias
científicas, mas Popper rejeita isso.
Segundo Thagard, a distinção entre ciência e pseudociência deve ser feita a partir de
características típicas e não de características necessárias e suficientes.
Assim, mesmo que tivessem constatado que algumas previsões empíricas tinham
falhado, colocavam antes em causa as condições em que os testes haviam sido
realizados.
O problema da evolução e da
objetividade da ciência
Os problemas do progresso científico e da objetividade da ciência, para isso é preciso
discutir algumas questões:
Existem respostas divergentes para estes problemas. Como por exemplo a perspetiva
de Popper e Thomas Khun
Portanto, as novas teorias são aceites porque contêm menos erros e são mais
completas do que as anteriores. Na linguagem de Popper, são mais verosímeis.
Popper reconhece que fatores de natureza individual, social ou política podem por
vezes afetar a atividade de certos cientistas. No entanto, pensa que esses fatores não
interferem na avaliação crítica das teorias. A escolha destas depende dos resultados
dos testes empíricos realizados e da discussão crítica.
OBJEÇÕES A POPPER
Não nos dá boas razões para confiar na ciência
Ora, se as ideias de Popper fossem corretas, não teríamos motivos racionais para
acreditar na ciência.