MARC
MARC
MARC
constantemente estimulados, para que não haja atraso dos marcos. Começando pelos marcos
do desenvolvimento de 0 a 1 ano, nos primeiros meses de vida, é possível observar predomínio
do tônus flexor, assimetria postural e preensão reflexa.
Com 1 a 2 meses ocorre a melhora na percepção de um rosto, medida com base na distância
entre o bebê e o seio materno. A partir do segundo mês, vemos sorriso social e o bebê começa
a ficar de bruços, levanta a cabeça e os ombros. Além disso, ocorre a ampliação do seu campo
de visão (o bebê visualiza e segue objetos com o olhar).
Entre os Reflexos primitivos, são observados apoio plantar, sucção e preensão plantar, os quais
desaparecem até o 6º mês; preensão dos artelhos, desaparecendo até o 11º mês; reflexo
cutâneo plantar, que desencadeia extensão do hálux; e, a partir do 13º mês, ocorre flexão do
hálux. Também é bem evidente o reflexo de Moro (incompleto a partir do 3º mês e inexistente
a partir do 6º mês) e reflexo tônico-cervical até o 3º mês
Com 4 meses, o bebê já tem capacidade de preensão voluntária das mãos e, entre 4 a 6 meses,
o bebê mexe a cabeça na direção de uma voz ou de um objeto sonoro e, começando os 6
meses, inicia a noção de “permanência do objeto”.
A partir de 7 meses, senta-se sem apoio e, aos 6 e 9 meses, o bebê arrasta-se e engatinha. Esse
processo melhora e, então, começa a andar com apoio (entre 9 meses e 1 ano). Em torno do
10º mês, o bebê fica em pé sem apoio.
Entre 1 ano e 1 ano e 6 meses: o bebê anda sozinho. Em torno de 1 ano: o bebê possui a
acuidade visual de um adulto. Entre 1 ano e 6 meses a 2 anos, o bebê começa a correr e subir
degraus baixos.
Com dois anos de idade, a criança inicia uma fala mais complexa, com capacidade de dizer seu
próprio nome e o nome de objetos. Também tem a capacidade de se reconhecer no espelho e
começa a inventar brincadeiras estimulando a imaginação. De 3 a 4 anos, a criança veste-se
com auxílio e já inicia, depois dos 4, a contar ou inventar pequenas histórias.
A partir dos 6 anos: a criança começa a utilizar a lógica para pensar, com maior capacidade de
memória e linguagem, sendo importante para o acompanhamento e estímulo escolar. Tem
desenvolvimento da autoimagem e trabalha sua autoestima, tendo aumento das relações de
amizade, com distinção de gênero bem estabelecidas.
Os sintomas típicos do autismo geralmente são identificados durante o segundo ano de vida, mas podem ser
detectados ainda nos primeiros 12 meses em casos mais graves ou após os 24 meses em casos mais leves. Em média,
pais e familiares começam a perceber essas características por volta dos 18 meses, especialmente devido a
preocupações com o atraso no desenvolvimento da linguagem.
Em algumas situações, o desenvolvimento da criança pode parecer normal até cerca de dois anos, quando ocorre um
platô ou uma leve regressão, resultando em perdas geralmente sutis de habilidades adquiridas, como a linguagem ou
as habilidades sociais. Nesses casos, é essencial realizar um diagnóstico diferencial com a síndrome de Rett, que será
abordada posteriormente.
TRATAMENTO
Um diagnóstico precoce do autismo é fundamental para um prognóstico mais favorável. O tratamento é orientado
por objetivos que envolvem uma abordagem comportamental e uma equipe interdisciplinar, visando melhorar as
habilidades sociais, comunicativas e comportamentais do paciente. O foco é promover a autonomia e o
desenvolvimento de habilidades.
O tratamento farmacológico pode ser utilizado para reduzir comportamentos disruptivos, como agressividade,
autolesões, ataques de fúria e problemas de desatenção e hiperatividade. Antipsicóticos atípicos, como a Risperidona,
são indicados em casos de agressividade e mau comportamento que não respondem a intervenções não
medicamentosa. Embora a Risperidona melhore a hiperatividade, problemas de desatenção podem ser tratados com
psicoestimulantes, como o Metilfenidato.
Antidepressivos ISRS podem ser utilizados para aliviar sintomas de irritabilidade, comportamentos obsessivos e
estereotipias, embora a resposta nem sempre seja eficaz. Estabilizadores do humor, como Lítio e Ácido Valproico,
podem ser considerados para tratar comportamentos autolesivos.
TDAH
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma síndrome reconhecida na literatura médica há
muito tempo. No século XIX, o psiquiatra alemão Dr. Heinrich Hoffmann observou casos de crianças com
comportamento incansável, hiperativo e impulsivo, referindo-se a esses achados como “inibição defeituosa” e
“insanidade impulsiva”.
Atualmente, o TDAH é compreendido como um transtorno com três facetas distintas: impulsividade, hiperatividade
e desatenção. Esses sintomas geralmente surgem antes dos 12 anos e se manifestam em pelo menos dois ambientes
diferentes, como casa e escola.
As crianças com TDAH apresentam comportamentos hiperativos/impulsivos, sendo frequentemente descritas como
“bagunceiras” ou agitadas, atraindo a atenção constante de pais e professores. A faceta desatenta se manifesta através
de esquecimentos, perda de objetos, e descuidos em relação a tarefas, como lições de casa e datas importantes. Essa
descrição é típica e familiar para muitos, refletindo como a condição pode se apresentar em diferentes contextos.
No início do século XX, o pediatra britânico Dr. George Still também estudou crianças com esses comportamentos,
destacando características como impulsividade, dificuldades de atenção e a necessidade de recompensas rápidas,
chamando essas crianças de “doentes morais”.
TRATAMENTO
tratamento do TDAH é dividido em duas vertentes principais: a não farmacológica e a farmacológica.
1. Manejo não farmacológico: Embora menos eficaz que a terapia medicamentosa, é indicado para
pacientes com prejuízos leves e inclui abordagens como psicoterapia cognitivo-comportamental,
psicoeducação, apoio pedagógico e treinamento de habilidades específicas para lidar com dificuldades
acadêmicas e sociais.
2. Manejo farmacológico: Pode ser iniciado a partir dos seis anos de idade, utilizando psicoestimulantes,
como Metilfenidato (5mg a 60mg/dia) e Lisdexanfetamina (30mg a 70mg/dia). Esses medicamentos
melhoram a transmissão dopaminérgica e noradrenérgica e são considerados de primeira linha no
tratamento. Os efeitos são rápidos, surgindo em poucos minutos e durando até 12 horas. No entanto, o
uso prolongado pode resultar em perda de estatura final, levando alguns médicos a recomendarem pausas
nos finais de semana e férias. O uso de psicoestimulantes é contraindicado em pacientes com epilepsia
não controlada e cardiopatias graves.