fichamento texto o labirinto da solidão
fichamento texto o labirinto da solidão
fichamento texto o labirinto da solidão
A ação revolucionária tomou ajuda dos intelectuais para suas atitudes, ou seja, a classe média
participou deste processo revolucionário, essa “inteligência” seria o conselheiro de um
general analfabeto, poetas estudaram economia, romancistas estudaram diplomacia, entre
outros, participaram de projetos educacionais, e tais ações geraram frutos de novas gerações
de intelectuais. Entretanto, essa “inteligência” que já havia se estabelecido passou a buscar
sua estabilidade nesses cargos, tanto na materialidade quanto na ideologia, gerando assim um
distanciamento, antes não existente, da população, passaram e defender o Estado, e assim
valendo a provocação do autor, não teriam eles deixado de ser a “consciência crítica do
povo?”
Esse distanciamento não agradou a alguns participantes do poder, certos intelectuais se
desvencilharam, e criaram organizações de oposição, alguns se alinharam ao marxismo, pois
era a linha que propunha soluções necessárias ao quadro e fornecia um universalismo junto ao
proletariado mundial.
Outros foram por um caminho revisionista, a revolução havia descoberto o rosto do mexicano,
e Samuel Ramos tentava descobrir seus traços, ele encontra uma atitude de se esconder
quando se expressa, um ser fechado e inacessível.
“A verdadeira tradição do México não continua, mas sim nega a colonial, pois é uma livre escolha de
certos valores universais: os do racionalismo francês”... “Os modelos de nossa poesia, como os que
inspiram os nossos sistemas políticos, são universais e indiferentes ao tempo, ao espaço e à cor local:
implicam numa idéia do homem e tendem e realizá-la, sacrificando nossas particularidades nacionais.
Constituem um Rigor e uma Forma. Assim, nossa poesia não é romântica nem nacional, a não ser
quando desmaia ou se atraiçoa. O mesmo acontece com o resto de nossas formas artísticas e
políticas.” P. 143
Já Cuesta visa inserir essas particularidades mexicanas num panorama universal, porém,
segundo o autor, comete o erro de relacionar esse universalismo com a ideologia francesa,
contudo, o radicalismo mexicano é diferente do francês.
Daniel Cosío Villegas cria o Fondo de Cultura Económica, com o intuito de difundir
pensadores desde Smith até Marx, depois se torna uma editora que financiava obras de
filosofia, sociologia e história que revitalizaram a vida intelectual dos países de língua
espanhola.
“Solidão e comunhão, mexicanidade e universalidade,”
Nem o catolicismo, fechado ao futuro, nem o liberalismo. que substituía o mexicano concreto por
uma abstração unânime, podiam ser esta forma buscada, expressão de nossos desejos particulares e
de nossos anseios universais. A revolução foi uma descoberta de nós mesmos e um regresso às
origens, primeiro; em seguida, uma busca e uma tentativa de síntese, várias vezes abortada; incapaz
de assimilar nossa tradição e oferecer-nos um novo projeto salvador, finalmente foi um compromisso.
Nem a revolução foi capaz de articular toda a sua explosão salvadora numa visão de mundo, nem a
"inteligência" mexicana resolveu o conflito entre a insuficiência da nossa tradição e a nossa exigência
de universalidade.” P. 149
“Uma filosofia da história do México seria, pois, apenas uma reflexão sobre as atitudes que
assumimos diante dos temas que a história universal nos propôs: contra-reforma, racionalismo,
positivismo, socialismo. Em suma, a meditação histórica nos levaria a responder esta pergunta: como
os mexicanos viveram as idéias universais?” p. 150
“As circunstâncias atuais do México transformam assim o projeto de uma filosofia mexicana na
necessidade de pensar por nós mesmos em alguns problemas que já não são exclusivamente nossos,
e sim do todos os homens. Isto é, a filosofia mexicana, se realmente o for, será clara e simplesmente
filosofia, sem mais.” P. 152
“A crise contemporânea não se apresenta, conforme dizem os conservadores, como a luta entre duas
culturas diferentes, mas sim como uma cisão no seio da nossa civilização. Uma civilização que já não
tem rivais e que confunde o seu futuro com o do mundo. O destino de cada homem já não é
diferente do destino do Homem. Portanto, qualquer tentativa de resolver nossos conflitos a partir da
realidade mexicana deverá possuir validade universal ou estará de antemão condenada à
esterilidade.” P. 153
“Vivemos, como o resto do planeta, uma conjuntura decisiva e mortal, órfãos do passado e com um
futuro a ser inventado. A história universal já é tarefa comum. E o nosso labirinto, o de todos os
homens.”