Flavia Politica

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GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI


CAMPUS CLÓVIS MOURA
CURSO:LICENCIATURA EM HISTÓRIA- IV BLOCO
DISCIPLINA: - C.H.: 60h/a
PROFESSORA: Rosângela Assunção
Período – 2024.2

Flávia Vitória Soares Vasconcelos

TERESINA- PI
NOVEMBRO / 2024
É dentro das instituições de ensino em que o aluno é preparado para ter
um olhar mais reflexivo e critico da realidade, podendo assim formar uma
consciência histórica, na qual essa vai construir seu desenvolvimento como um
sujeito político e seu papel como cidadão. Como mencionado no texto “um dos
objetivos do ensino fundamental é desenvolver nos alunos a capacidade de
compreender a cidadania como participação social e política”. Por muito tempo
o ensino tradicional abordava meros fatos político-institucionais, apresentando
a história política através de “heróis nacionais” e datas que constituem fatos da
historiografia tradicional. Esse ensino é uma herança do século XIX, através da
história positivista, focada na descrição de fatos, datas e personagens
“importantes”.

No contexto educacional, essa visão positivista moldou o ensino


tradicional de várias formas: A história é vista como uma série de
acontecimentos a serem lembrados, e não como algo que deve ser
questionado e reflexivo. Os alunos se tornam “receptores” de informações, sem
questionar ou a entender as causas e consequências dos eventos. Com isso,
nesse ensino tradicional, a história é muitas vezes contada como a "história
dos grandes homens" (reis, heróis militares), refletindo a abordagem positivista
que prioriza figuras de poder.

O ensino de história atual questiona essa forma de como o


conhecimento histórico é ensinado dentro da sala de aula de acordo com Os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de História e Política “Hoje
prevalece a ênfase nas relações de complementaridade, continuidade,
descontinuidade, circularidade, contradição e tensão com outros fatos de uma
época de outras épocas” Esse trecho dos PCNs reflete uma mudança na forma
de ensinar e entender a história, afastando-se da visão tradicional que enfatiza
apenas a cronologia de eventos e personagens isolados. Em vez disso, a
abordagem proposta pelos PCNs foca nas relações complexas e dinâmicas
entre os eventos e processos históricos, ajudando os alunos a compreenderem
a história como um campo aberto à interpretação. Dessa forma, ao priorizar
essas relações complexas, os PCN promovem uma educação histórica que
não se limita a descrever fatos e eventos, mas que convida os alunos a
interpretar e a fazer conexões críticas.

Logo, essas abordagens ajudam na formação política e no exercício da


cidadania do aluno. E para isso é de fundamental importância uma abordagem
crítica e aprofundada no ensino da história política, de maneira que integre
conhecimentos de várias disciplinas, para abordar um tema histórico de forma
mais ampla e contextualizada. Porém, vai além de apenas usar outras
disciplinas, pois busca conectar esses conhecimentos em uma análise
conjunta, para que o aluno compreenda como aspectos econômicos, culturais,
sociais e outras questões se relacionam e influenciam o campo político.
Permitindo que os alunos compreendam a complexidade do aprendizado das
questões políticas em uma perspectiva histórica. Existe uma importância em
discutir política nas aulas de história, tanto porque é urgente trazer temas e
debates políticos para a sala de aula.

No capítulo quatro de Didática e Prática do Ensino de História, intitulado


“Temas de Análise Política no Ensino de História do Brasil,” o autor Guimarães
Fonseca aborda importância de integrar uma análise política profunda no
ensino de história para compreender o desenvolvimento do Estado brasileiro e
os desafios históricos da democracia no país. O processo de formação do
Brasil é marcado pelas heranças coloniais, desde o período colonial, o poder
estava concentrado em pequenos grupos da elite. Logo, esse cenário criou
uma estrutura do Estado brasileiro voltado principalmente para os interesses
das elites, deixando de lado as necessidades da maioria da população. Dessa
maneira as instituições políticas brasileiras historicamente mantiveram uma
relação distante e hierárquica com a sociedade. Fonseca argumenta que essa
relação, muitas vezes é marcada pelo clientelismo e pelo coronelismo, resultou
em um Estado que não atende às demandas populares.

Fonseca defende que, para enfrentar esses desafios, é fundamental que


se tenha educação política no ensino de história, o professor deve incentivar
debates em sala de aula sobre o funcionamento das instituições políticas, o
papel do cidadão e as questões de poder no Estado brasileiro. Isso faz com
que o aluno compreenda o papel das políticas públicas, dos direitos civis e das
formas de participação política, assim, se tornando cidadãos mais críticos.

O ensino de História Política é fundamental na formação crítica dos


alunos, pois ajuda a entender como o poder e as relações políticas influenciam
nossas vidas. Ensinar História Política permite que os estudantes
compreendam a formação do Estado, os processos democráticos e os
interesses por trás das decisões políticas ao longo do tempo. Esse estudo
também contribui com a consciência de classe e de lugar social de cada um,
para que as pessoas percebam sua posição na sociedade e as relações de
poder que envolvem essa posição. Em síntese, a consciência de classe e de
lugar social permite que as pessoas vejam sua posição na sociedade de forma
mais crítica e questionem as estruturas que determinam desigualdades e
injustiças. Esse entendimento é fundamental para promover uma sociedade
mais igualitária. É de fundamental importância que esses debates sejam
trabalhados em sala de aula para que a própria juventude desde cedo conheça
a realidade a qual pertence, e que tenha uma visão mais critica em relação a
essa realidade.

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