CFSd_2011_3_Goedert
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DIRETORIA DE ENSINO
CENTRO DE ENSINO BOMBEIRO MILITAR
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS
Florianópolis
Dezembro 2011
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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo evidenciar a importância do uso de extintores no combate
imediato a princípios de incêndios, bem como trazer informações referentes ao seu
funcionamento, características, limitações dentre outras vantagens e desvantagens que este
equipamento pode oferecer. Tendo em vista que o aparelho extintor é um equipamento de
fácil acesso e de baixo custo em relação aos bens que podem ser salvos, uma vez que seu
emprego seja feito de forma correta. Pode ser utilizado tanto por Bombeiros Militares quanto
por civis que estejam frente a uma situação de emergência imediata. Todavia detalhes
precisam ser ressaltados e levados em conta quando se utilizar o extintor na extinção de um
foco ou princípio de incêndio, tais como ter a noção se o sinistro o qual se está prestes a
enfrentar é realmente um princípio ou já tomou outras proporções e se transformou em
incêndio. O qual necessita de uma equipe especializada e com mais recursos disponíveis
como é o caso das guarnições que o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina tem a
serviço da comunidade Catarinense. Caso esse sinistro ainda se encontre em sua fase inicial,
na ausência de pessoas qualificadas e que tenham um maior conhecimento no uso de
extintores como por exemplo Bombeiros Militares, Comunitários, Voluntários, Brigadistas e
etc, esse princípio de incêndio pode ser extinto ou controlado por civis e populares em geral.
Este trabalho contempla informações básicas que uma vez compreendida pelo público civil,
com certeza os mesmos estarão habilitados para efetuar um primeiro combate ao foco ou
princípio de incêndio até a chegada de socorro especializado após acionamento do Corpo de
Bombeiros Militar.
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Aluno Soldado do CEBM. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Bacharel em Ciências Contábeis. Email: goedert@cbm.sc.gov.br
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1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Após esse breve relato do que é, e de como ocorre o processo de prevenção contra
incêndios, se deve conhecer e ter uma visão esclarecedora de alguns elementos que se irá
encontrar em um princípio de incêndio caso a prevenção não seja eficaz. Elementos estes que
irão influenciar na forma de extinção do sinistro, e neste caso, que é o objeto principal do
estudo, qual tipo de extintor e qual agente extintor iremos utilizar no combate.
2.1 FOGO
Calor
Calor
Reação
Reação
em
em
cadeia
cadeia
Combustível
Combustível Oxigênio
Oxigênio
É de acordo com a classificação dos incêndios que iremos definir qual tipo de
extintor e qual agente extintor é o mais adequado para usar no combate aos princípios de
incêndios. É importante salientar que caso seja empregado um agente extintor que não
condiz com a classe daquele princípio de incêndio, ao invés de combater pode-se agravar
ainda mais a situação do sinistro. Por isso é de suma importância que o interventor
conheça as classes de incêndios, identifique qual “objeto” está queimando, gerencie a cena
de modo a garantir a segurança das pessoas envolvidas, e a partir desse momento faça a
escolha do agente extintor e comece o combate.
Os materiais que estão envolvidos na combustão, durante o princípio de incêndio,
é que é irão determinar a classificação do incêndio. Essa classificação é feita para que
auxilie na hora de definirmos qual agente extintor usaremos no combate. É importante
ressaltar que se entende por agente extintor toda substância capaz de eliminar um ou mais
componentes da combustão, como visualizado no tetraedro do fogo, assim, com a
eliminação de um desses elementos essenciais para que fogo se mantenha, é cessado a
combustão.
De acordo com a apostila do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (2011)
existem cinco classes de incêndios, identificadas pelas letras A, B, C, D e K, essa
classificação é adotada pela Norma Americana e também pelos Corpos de Bombeiros
Militares dos Estados Brasileiros, no entanto, as Normas Européias apresentam outro tipo
de classificação.
a) Incêndios Classe A
Neste tipo de incêndio os produtos envolvidos na combustão são
geralmente de natureza orgânica, combustíveis sólidos comuns que tem
como característica queimar em razão do seu volume (superfície e
profundidade). Usaremos na extinção dessa classe de incêndio extintores
com agentes a base de agua de alta capacidade extintora ou espuma.
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A
Fonte: Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (2011).
b) Incêndios Classe B
Neste tipo de incêndio os produtos envolvidos na combustão são
líquidos inflamáveis, graxas, e gases combustíveis. É caracterizado por não
deixar resíduos, e queima apenas a superfície. São utilizados na extinção
dessa classe de incêndios a espuma, quebra da reação em cadeia e uso de
pós químicos.
B
OOL
ÁLC
c) Incêndios Classe C
Neste tipo de incêndio os produtos envolvidos na combustão são
equipamentos elétricos energizados. É altamente perigosa ao Bombeiro
combatente uma vez que se o risco não for identificado e extinto com água,
pelo fato de estar energizado, conduz eletricidade pela água até o Bombeiro
ocasionando risco a vida. Porém na maioria dos casos de incêndios classe
C, uma vez cortada à eletricidade, o mesmo vira classe A. São utilizados na
extinção dessa classe de incêndios pós químicos ou gás carbônico, esses
tipos de agentes não conduzem a corrente elétrica.
C
Fonte: Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (2011).
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d) Incêndios Classe D
Neste tipo de incêndio os produtos envolvidos na combustão são metais
combustíveis pirofóricos (magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio,
zinco, sódio, urânio e outros). É característica desses metais queimarem em
altas temperaturas e reagirem com agentes extintores comuns, como a água
por exemplo. Para extinguir essa classe de incêndio é utilizado pós
especiais que separam o incêndio do ar, assim ocorre o abafamento e se da
a extinção.
D
MAGNÉSIO SÓDIO
e) Incêndios Classe K
Neste tipo de incêndio os produtos envolvidos na combustão são
óleos, gorduras de cozinhas e piche derretido que, nesse caso, não devem
ser combatidos com água, pois isso alastraria e agravaria o sinistro. São
utilizados na extinção dessa classe de incêndio a espuma que provoca o
abafamento, e pós químicos que provocam a quebra da reação em cadeia.
3 EXTINTORES
Define-se extintor como um aparelho que contém um agente extintor, o qual pode
ser projectado e dirigido para um fogo por acção de uma pressão interna. Esta
pressão pode ser produzida por prévia compressão ou pela liberação de um gás
auxiliar. A substância contida no interior, que provoca a extinção, designa-se por
agente extintor. A carga de um extintor é a massa ou o volume do agente extintor
nele contido. A carga dos equipamentos com agentes extintores à base de água é
expressa em unidades de volume (litro) enquanto que a carga dos restantes
equipamentos é expressa em unidades de massa (quilogramas). (GUERRA, 2003, p.
11).
• Mobilidade do extintor;
• Agente extintor;
• Modo de funcionamento;
• Eficácia de extinção.
Designa-se por extintor manual o que, pronto a funcionar, tem um peso inferior ou
igual a 20 Kg. Diz-se que o extintor é dorsal quando, pronto a funcionar, tem um
peso inferior ou igual a 30 Kg e está equipado com precintas que permitem o seu
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São eles:
• Extintores à base de água;
• Extintores de espuma;
• Extintores de pó químico;
• Extintores de dióxido de carbono (CO2);
• Extintores de hidrocarbonetos halogenados (halons).
É um dos agentes extintores mais utilizados, uma vez que é encontrado facilmente na
natureza e é abundante. Quando empregado na extinção de incêndios ele age por resfriamento
pois tem uma capacidade enorme de absorver calor. A água pode atuar na extinção como
método de abafamento, uma vez que o direcionamento de seu jato seja de forma neblinada,
chuveiro e etc. Este tipo de agente extintor não pode ser utilizado na extinção de princípios de
incêndios em equipamentos energizados, pois o mesmo conduz eletricidade, e também não
deve ser utilizado em líquidos inflamáveis podendo ocorrer o evento denominado “boil-over”,
aumentando a situação do sinistro. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA
CATARINA 2011).
Esse agente pode ser obtido através de duas formas: química ou mecânica. Como o
próprio nome já diz a química é obtida decorrente de um processo químico que envolve
elementos específicos, a mecânica é produzida pela combinação de água, liquido gerador de
espuma (LGE) e ar, geralmente encontrada nos caminhões de combate a incêndio do Corpo de
Bombeiros Militares. A espuma por ser um material leve é utilizado na maioria das vezes em
líquidos inflamáveis e age por abafamento, e por conter água na sua composição também age
por resfriamento. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 2011).
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Esse tipo de agente extintor age na extinção do foco ou principio de incêndio pela
quebra da reação em cadeia e também por abafamento. O extintor de PQS (pó químico seco) é
composto por substâncias químicas como o bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio, ou
cloreto de potássio. Esse pó que compõe a carga extintora deve receber um tratamento para
que o mesmo não umedeça e danifique o agente, esse tratamento chama-se anti-higroscópio.
(CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 2011).
O extintor de gás carbônico (CO2) é um gás que é caracterizado por ser mais pesado
que o ar, não tem cor, não tem cheiro e não conduz eletricidade, porém temos que tomar
cuidado pois o mesmo é asfixiante. Age principalmente por abafamento e, posteriormente por
resfriamento. Esse agente não é corrosivo assim podendo ser empregado na extinção de
princípios de incêndios em equipamentos elétricos e eletrônicos. (CORPO DE BOMBEIROS
MILITAR DE SANTA CATARINA 2011).
Esse tipo de extintor atua na quebra da reação em cadeia e por abafamento, são
compostos por elementos halogênicos como o flúor, cloro, iodo. Também são indicados na
extinção de princípios de incêndios em equipamentos elétricos e eletrônicos, uma vez que não
conduzem eletricidade e reduzem os riscos ao interventor. Uma informação importante é que
são mais eficientes que os extintores de CO2, porém são um vilão para a camada de ozônio
segundo estudos realizados, por isso estão restritos para comercialização. (CORPO DE
BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARIENA 2011).
Para que a extinção de um foco ou princípio de incêndio seja eficaz, a sua utilização
tem que ser de forma correta e precisa, para isso temos que saber que os extintores se
classificam de acordo com o fogo-tipo que estão aptos a combater. Para saber essa eficácia
são realizados testes e ensaios em lugares onde se pode controlar o fogo, a partir desse
momento são aplicadas normas que determinam a eficácia na extinção dos focos e princípios
de incêndios.
A classificação do fogo-tipo é evidenciada no casco do extintor por uma letra, parte
denominada de rótulo. Essa letra irá indicar qual classe de incêndio aquele aparelho extintor
esta apto a combater.
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4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
FALCÃO, Roberto José Kassab. Tecnologia de proteção contra incêndios. Rio de Janeiro:
Edição do autor, 1995.