NIVELAMENTO PORTUGUES
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NIVELAMENTO PORTUGUES
DE PORTUGUÊS
A língua portuguesa
no ensino superior
Tamires Pereira Duarte Goulart
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A língua portuguesa é a ferramenta de comunicação que nos conecta como
falantes de um mesmo idioma. Em contexto nacional, é por meio dela que pro-
curamos garantir a efetiva compreensão do que falamos e do que escutamos.
Nesse sentido, é necessário que possamos entendê-la para além da aplicação
de normas e regras gramaticais.
Considerando, em especial, o nível de ensino superior, é importante perceber
que o conhecimento sobre as particularidades da língua portuguesa é um
caminho fundamental para o aperfeiçoamento tanto em âmbito pessoal como
profissional. Independentemente da área de atuação, o profissional que domina
e articula sua língua materna atinge seus objetivos discursivos de forma mais
efetiva. Entretanto, durante o ensino fundamental e o ensino médio, muitas
vezes, o processo de ensino-aprendizagem do idioma direciona-se predominan-
temente às regras ortográficas e gramaticais, o que não possibilita um amplo
conhecimento das relações que se estabelecem na perspectiva enunciativa.
Desse modo, não se propicia que os estudantes conheçam os diferentes eixos
que compõem a língua portuguesa, como a fonologia, a morfologia, a sintaxe,
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(Continua)
A língua portuguesa no ensino superior 3
(Continuação)
Sobre isso, vale pensar que o português brasileiro (PB) é uma língua de
estrutura alfabética, ou seja, que tem como base o Sistema de Escrita Alfa-
bética (SEA). A essência do SEA é a relação fonológica estabelecida entre o
som (fonema) e a letra (grafema), o que chamamos de consciência fonológica.
[...] uma coisa é saber a língua, isto é, dominar as habilidades de uso da língua
em situações concretas de interação, entendendo e produzindo enunciados ade-
quados aos diversos contextos, percebendo as dificuldades entre uma forma de
expressão e outra. Outra coisa é saber analisar a língua, dominando conceitos
e metalinguagens a partir dos quais se fala sobre a língua, se apresentam suas
características estruturais e de uso.
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Sobre essa última concepção, Travaglia (2002, p. 23) explica que, nesse
caso, a linguagem é considerada um lugar de interação comunicativa “pela
produção de efeitos de sentido entre interlocutores, em uma das situações
de comunicação e em um contexto sócio-histórico e ideológico”. Sob esse
viés, o processo de ensino-aprendizagem merece um novo olhar desde o
ensino fundamental até o ensino superior, pois deve considerar as relações
estabelecidas entre uma língua viva e seus falantes. É preciso aprimorar
nossa reflexão sobre a língua portuguesa como falantes de um sistema,
permitindo que o estudante seja protagonista e reflexivo sobre a necessidade
de comunicação dos usuários de um mesmo idioma.
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É importante salientar que, embora cada viés tenha seu valor e seja im-
portante para um determinado momento histórico, esse terceiro viés é o mais
significativo no contexto do ensino da língua portuguesa atual. Isso porque
considera o processo de ensino-aprendizagem como um espaço de poten-
cialidades para o aperfeiçoamento das habilidades linguísticas por meio do
uso efetivo da língua em situações comunicacionais autênticas. A seguir, será
analisado como o ensino de gramática pode ser aliado à produção textual e
ao vocabulário no ensino superior.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
CHOMSKY, N. The minimalist program. Cambridge: MIT Press, 1995.
GERALDI, J. V. Concepções de linguagem e ensino de português. In: GERALDI, J. V. (org.).
O texto na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 33-38.
LEITE, L. C. M. Gramática e literatura: desencontro e desesperanças. In: GERALDI, J. V.
(org.). O texto na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 18-23.
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Leituras recomendadas
ANTUNES, I. Gramática contextualizada: limpando o pó das ideias simples. São Paulo:
Parábola, 2014.
SANTOS, D. O. B.; SANTOS D. F. O ensino de língua portuguesa na perspectiva do pro-
fessor: que gramática devemos ensinar? Eutomia: Revista de Literatura e Linguística,
v. 23, n. 1, p. 45-68, 2019.